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DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO DIREITO DAS SUCESSÕES Espécies de sucessão: 1. Legal ou legítima: - Quando não houver testamento. - Quando houver testamento, mas ele não dispõe de todos os bens da pessoa. - O testamento caduca. 2. Testamentária: Testamento / não é doação em vida. O testamento pode abranger todo o patrimônio ou não da pessoa. NADA IMPEDE QUE HAJA SUCESSÃO LEGITIMA E TESTAMENTARIA NO MESMO MOMENTO!!! Sucessão a título Universal: Ex.: Percentual (5% da herança). Sucessão a título Singular: Individualização do bem; Ex.: um piano. Pode afirmar que a Sucessão Legitima pode ocorrer a Titulo Universal?? R.: sucessão legítima é sempre a titulo universal. Pois o legislador não pode individualizar os bens na lei. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Pode ter Sucessão Testamentária a Título Universal?? R.: Sim. Ex.: deixo 5% da herança para a pessoa x. Quais das sucessões pode ser Título Singular?? R.: somente a testamentária. Pois só existe quando houver um testamento. HERANÇA x LEGADO. - Herança: sucessão a titulo universal / todo patrimônio do de cujus. Herdeiros já são proprietários e possuidores. - Legado: é um conjunto de bens específicos da herança. (de alimentos, de quitação de dívida, etc.). É proprietário a partir da morte, porém somente tem a posse com a partilha, ou requerendo aos herdeiros. É possível ter legado na Sucessão Legitima?? R.: Não. Pois o legado depende do testamento. Posso ter herança na Sucessão Legitima e na Sucessão Testamentária? R.: Sim. Pacta Corvina: É NULA a disposição patrimonial de eventual e futura herança. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Abertura da sucessão: Efeitos: - transmissão automática (art. 1784 CC): chamada pela doutrina de devolução sucessória ou delação. Pois quando a pessoa falece é que se transmite o patrimônio. - através da morte real. Pressupostos da abertura da sucessão: A transmissão da herança para acontecer, deve ocorrer: o falecimento, e também a existência de herdeiros. - Comoriência: sucessor e herdeiro morrem ao mesmo tempo, e não é possível saber qual morreu primeiro. Art. 8º CC. Um não herda do outro. Existência de patrimônio. Se não tiver parente para receber herança, em regra, vai para o Estado (herdeiro sui generes). Momento da transmissão da herança: Acontece imediatamente com a morte. Obs.: Não pode pedir indenização dentro do processo de inventário!!! Transmissão da posse: Art. 1784 CC. Princípio da driot saisine = representa a ideia de que a herança se transmite automaticamente e incontinente aos herdeiros. Todos os herdeiros são titulares da propriedade dos bens e tem legitimidade ativa para utilizar as medidas possessórias. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO A lei que vigora para a partilha é a lei que estava vigente na data da abertura da sucessão. Súmula 112 STF = a alíquota do imposto de transmissão também o é devido na data da abertura da sucessão. Herança e sua Administração: Art. 1.791 e ss do CC. Enquanto não fizer a escritura pública de partilha no tabelionato de notas. (se todos herdeiros estiverem de acordo e forem capazes). Se não estiverem de acordo ou haver incapazes = via judicial. Herança = até a partilha = único bem imóvel (art. 80, II, CC) = condomínio = art. 2.023 CC. Art. 1.792 CC: Cláusula a benefício do inventario = nenhum herdeiro paga dívida do falecido. Cessão de direitos hereditários: Inventário e administração provisória da herança: Art. 1.796 CC = 30 dias a contar da abertura da sucessão – inventário. Art. 1.797 CC = compromisso do inventariante. Entre o período da morte (transferência do patrimônio) até o compromisso do inventariante deve haver uma administração da herança = incisos do art. 1.797. I – cônjuge / companheiro; II – herdeiro que estiver na posse; III – testamenteiro; IV – pessoa de confiança do juiz; DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO CPC/2015 = art. 611: prazo = inventário deve ser instaurado em 2 meses. Qual prazo prevalece? CPC ou CC? R.: CPC (2 meses). Pois prevalece a norma posterior e especial. Resumo matéria: Após a morte, a herança é considerada um único bem imóvel até o momento da partilha. Enquanto não se abre o inventário = condomínio. Devolução sucessória ou delação = transmissão automática aos herdeiros, após a morte. Vocação Hereditária: Quem são as pessoas que são chamadas para receber os bens. Vocatio = chamamento de herdeiros. Herdeiros são chamados segundo a ordem de vocação hereditária (Art. 1.829 CC). - Legitimação para suceder: Não tem nada a ver com capacidade para herdar; Incapaz pode até ter legitimação para suceder; Art. 1814 = não pode ter obstáculo jurídico (ex. indignidade; deserdação). Art. 1787 = lei vigente à época da abertura da sucessão; DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO - Regras gerais: Art. 1798 = possuem legitimidade = pessoas nascidas ou já concebidas (nascituro) no momento da abertura da sucessão; └ Aplica-se muito mais na sucessão legitima. Pois na sucessão testamentária pode legitimar pessoa ainda não concebida. Não precisa estar a pessoa viva no momento. O filho da pessoa que era herdeira tem direito a representação. Ex.: Pai (morreu 03/03/2016) 3 filhos. Um dos filhos morreu 02/02/2016, e possui um filho (neto). Este filho (neto) tem direito a representação. - 1º Princípio Geral: └ Animais não podem suceder; └ Coisas inanimadas estão excluídas; └ Entidades místicas: consideram-se feitas às igrejas; └ Pessoas jurídicas: de direito público ou privado podem ser beneficiadas, mas não pela sucessão legítima (e sim pela testamentária); └ Nascituro; - 2º Princípio Geral: O herdeiro ou legatário tem de sobreviver ao de cujus; Princípio da coexistência; Filhos concebidos post mortem; - Legitimação para suceder por TESTAMENTO: Recebem pessoas nascidas ou já concebidas, e ainda as previstas no art. 1799. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Art. 1.799: outras pessoas que podem ser chamadas, além das pessoas nascidas ou já concebidas. Inciso I: exceção a regra; pessoas ainda não concebidas; └ Art. 1800, §4º: deve conceber no prazo 2 anos após a abertura da sucessão para o filho ter direito. Inciso II: sociedades informais não se encaixam; deve ter personalidade jurídica / pessoa jurídica de direito externo não pode, devido ao princípio da soberania; Inciso III: criar uma fundação; - Não podem ser nomeadas como herdeiras nem legatárias: Art. 1.801: pessoas que não podem receber. Inciso I: Inciso II: pessoas chamadas para confirmar o que foi dito no testamento. Inciso III: amante; Art. 1803: filho legítimo; Considerações Prévias: Aceitar herança = aderir definitivamente. É irrevogável. Só pode ser anulada se houver vicio de consentimento. Não precisa motivar o aceite. - Espécies de aceitação: └ Art. 1805: Por escrito: declara por escrito (documento particular ou público). Tácita: por meio de um comportamento; DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO └ Art. 1807: Presumida: alguém pode assinalar um prazo ao herdeiro aceitar a herança (ex. credor). - Quanto ao agente: └ Diretamente: └ Indiretamente: Sucessores (Art. 1809), mandatário, tutor e curador (desde que com decisão judicial), credores (Art. 1813).- Características: └ Unilateral; └ pessoas capazes; └ incapazes = representados ou assistidos; └ Não pode aceitar em parte (art. 1808): Uma mesma pessoa pode ter 3 tipos sucessórios distintos (filho = legitima + testamentária + legado) = pode renunciar testamentária e aceitar só a legítima. Mas não pode renunciar parte de um dos tipos sucessórios (ex.: renuncia 5% dos 10% da herança – ou aceita tudo ou não); -- Se falecer um herdeiro (pai) antes mesmo de aceitar a herança (do avô), os seus herdeiros (filhos) podem fazer por ele. Porém, devem aceitar antes a herança do seu pai, para depois aceitar a do avô. Renúncia: Pessoa não quer participar da sucessão. Não necessita de justificativa, porém deve ser clara. Inclusive detalhando o que quer renunciar. Pode constar em termo judicial, para se evitar a renuncia com coação. É irrevogável. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO - Espécies: └ Abdicativa ou propriamente dita: não aceita a herança em favor dos demais; └ Translativa ou cessão ou desistência (§2º, artigo 1.805): aceita a herança e doa a um determinado herdeiro; - Efeitos: └ Exclusão da sucessão do herdeiro renunciante: art. 1.811 CC. └ Acréscimo da parte do renunciante: art. 1.810 CC. - Ineficácia e Invalidade: Uma vez renunciado não se volta atrás (é irrevogável). Excluídos da Sucessão: Indignidade e deserdação; Quando houver herdeiros necessários (descendentes, ascendentes, cônjuge e companheiro) = 50% deve ser garantido a esses herdeiros = legítima. Ou seja, os outros 50% a pessoa pode fazer o que quiser = testamento. Para que aquele herdeiro necessário não tenha direito a sua legítima, somente se incorrer nas causas de indignidade ou deserdação (rol taxativo). Indignidade (Art. 1.814): é uma sanção civil (perda do direito sucessório), porém se presume da letra de lei; será declarada por sentença (considera-se pré-morto). x Deserdação: é uma sanção civil (perda do direito sucessório), porém o testador deve escrever o porquê não quer que o herdeiro receba; não é automática (juiz deve confirmar). DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO .Exercício Renúncia e Indignidade: “A” faleceu em 1º de abril de 2016. Herança: 500 mil. Filhos: B, C, e D. B: pré-morto. B1: pré-morto. B2: indigno. B3: presume-se que aceitou. C não tem filho, e é indigno. D tem dois filhos, e renunciou. D1 renunciou. D2 presume-se que aceitou. Herança Jacente: Regulamentado tanto pelo CC quanto pelo CPC. - Art. 1819 ao 1823.CC. - Art. 738 ao 743 CPC. A jacência da herança ocorre quando há um patrimônio: sem herdeiros, sem dono, ou quando têm herdeiros, porém eles renunciaram. Abre-se o inventario, e determina-se a arrecadação dos bens (art. 740 CPC). Praticada as diligências de arrecadação o juiz nomeia um curador provisório (responsável por averiguar os créditos e débitos). Falecimento – inventário – arrecadação – verificação de dívidas – publicam-se os editais (de chamamento de herdeiros). DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Até um ano após a publicação dos editais = jacência. Após o período de jacência (passado um ano da publicação dos editais) = vacante. Não aparecendo herdeiros ou aparecendo e renunciando = é considerada vacante. Decorridos 05 anos da abertura da sucessão = Município / Estado / União. *Colaterais só podem se habilitar até o período da vacância. Depois da declaração da vacância até o limite de 05 anos, somente ascendente, descendente e cônjuge/companheiro podem se habilitar. - Art. 743, §2º CPC = ação própria = petição de herança. Quando declara vacância = sentença (tem que transitar em julgado). Porém dentro do prazo de 05 anos, independente do TJ, pode ter habilitação. Possibilidade de reivindicar herança dentro do prazo de 05 anos. Herança Vacante: Regulamentado tanto pelo CC quanto pelo CPC. - Art. 1819 ao 1823.CC. - Art. 738 ao 743 CPC. M / E / U VACANTE JACENTE Falecimento Inventário Arrecadação e dívidas Habilitação dos colaterais* 5 ANOS 1 ANO DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Ordem de Vocação Hereditária: Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, SALVO* se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; └ Depende do regime de bens; .Comunhão Universal de Bens: Quando concorre com descendente = NÃO HERDA. Bens comuns: 800 mil. Meação esposa? 400 mil. Herança? Não. Somente para os 3 filhos: 400 mil (1/3 para cada). .Separação Obrigatória de Bens: Quando concorre com descendente = NÃO HERDA. Súmula 377 STF. Bens particulares mulher: 100 Bens particulares homem: 200 Bens adquiridos depois constância casamento: 400 Bens particulares: 200. Meação? Súm. 377 STF: 200 (metade dos BADCC). Herança? Não. Herança: Bens particulares homem (200) + meação dele (200). Distribuído em partes iguais aos descendentes. .Comunhão Parcial de Bens: └ Com Bens Particulares: HERDA. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Bens particulares mulher: 500 Bens particulares homem: 400 Bens comuns: 800 Bens particulares mulher: 50. Meação? 400. Herança? Sim. Porém somente os bens particulares do falecido. 400 mil (meação do falecido): dividido entre os 4 filhos. 400 mil (bens particulares do falecido): dividido entre o cônjuge sobrevivente e os descendentes. Obs.: se o cônjuge sobrevivente for ascendente dos descendentes (mãe, avó, tataravó, etc.) = recebe no mínimo ¼ (25%) = 100 mil para o cônjuge (25%) e 300 mil (3/4 para cada filho). └ Sem Bens Particulares: NÃO HERDA. Bens particulares homem: 0 Bens particulares mulher: 600 Bens comuns: 500 Bens particulares mulher: 600. Meação? 250. Herança? Não, pois o falecido não deixou bens particulares. .Separação Bens HERDA (não faz sentido), pois o Inciso I do art. 1829 diz os regimes que NÃO herdam. Bens particulares homem: 400 Bens particulares mulher: 200 Bens particulares mulher: 200. Meação? Não. Herança? Sim (afronta a autonomia privada). Herança: bens particulares do falecido (400); Cônjuge herda 1/4 (100), e 300 mil dividido entre os 3 filhos. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO .Participação Final Aquestos HERDA, pois o Inciso I do art. 1829 diz os regimes que NÃO herdam. Bens particulares homem: 100 Bens particulares mulher: 200 Aquestos: 1 milhão Bens particulares mulher: 200. Meação? Metade do que lucraram: 500 mil. Herança? Herança: bens particulares do falecido (100) + meação dele (500) = 600 mil. Cônjuge herda: 300 mil, e descendente: 300 mil. Não herda = CUB SO CP se não BP. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- EXERCÍCIOS: Dizer se Maria herda, e quanto herda. Se não herdar, quem herda e quanto herda. 1. João casado com Maria. Regime comunhão universal bens. Bens Comuns: 650 mil; 5 filhos (A, B, C, D, e E); 10 netos (A1, A2, B1, B2, C1, C2, C3, D1, E1, E2); “A” renuncia; “B” indigno;“C” pré-morto; “D” vivo e aceita; “E” vivo e aceita; João morreu em 8 agosto 2016. Maria meação: 325 mil. Não herda. Herdeiros: D, E; B1, B2 (por representação); C1, C2, C3 (por representação) = divide-se em 4 partes = 81,25 mil (para B1 e B2). D: 81,25 mil. E: 81,25 mil. B1: 40,625 B2: 40,625 C1: 27,083 C2: 27,083 C3: 27,083 DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 2. João casado com Maria. Regime separação bens. Bens particulares João: 200 mil; Bens particulares Maria: 100 mil; 4 filhos (A, B, C, e D); João morreu. Maria fica com seus bens particulares (100); não tem meação e Herda 1/4 = 50 mil. A, B, C, e D = herdam 150 mil (37,5 mil para cada). 3. João casado com Maria. Regime Comunhão parcial de bens; Bens particulares João: 0. Bens particulares Maria: 0. Bens comuns: 300 mil. 4 filhos (A, B, C, e D). Meação: 150 mil. Herança: não. Filhos: A: 37,5 mil. B: 37,5 mil. C: 37,5 mil. D: 37,5 mil. 4. João casado com Maria. Regime comunhão parcial de bens. Bens particulares João: 500 mil. Bens particulares Maria: 150 mil. Bens comuns: 750 mil. 5 Filhos (A, B, C, D, e E) – comuns do casal. Bens particulares mulher: 150 mil. Meação: 375 mil. Herança: 125 mil (1/4 dos bens particulares João). Filhos: A: 75 mil (meação) + 75 mil (herança). B: 75 mil (meação) + 75 mil (herança). C: 75 mil (meação) + 75 mil (herança). D: 75 mil (meação) + 75 mil (herança). E: 75 mil (meação) + 75 mil (herança). DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 4.1. 5 filhos são exclusivos do falecido. Cônjuge: 83,3 mil (1/6) Filhos: A: 83,3 mil (1/6) B: 83,3 mil (1/6) C: 83,3 mil (1/6) D: 83,3 mil (1/6) E: 83,3 mil (1/6) 5. João casado com Maria. Regime separação obrigatória de bens. Bens particulares João: 300 mil. Bens particulares Maria: 0. Bens adquiridos onerosamente durante o casamento: 200 mil. 1 Filho (A). Bens particulares Maria: 0. Meação: 100 mil (BAODC). Herança: não. Filho: A: 400 mil. 6. João casado com Maria. Regime de participação final nos aquestos. Bens particulares João: 500 mil. Bens particulares Maria: 200 mil. Aquestos: 800 mil. 2 Filhos (A e B). Bens particulares Maria: 200 mil. Meação: 400 mil. Herança: 300 mil (bens particulares de João + meação). Filhos: A: 300 mil B: 300 mil DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; └ Independe do regime de bens; NÃO HÁ direito de representação (por estirpe) na linha ascendente. Ex.: pai morto e mãe viva. Os avós paternos não vão herdar por representação. Somente a mãe herda. Se os pais estiverem mortos, e avô e avó maternos vivos + avô paterno morto e avó materna viva = é divido por linha. - Linha paterna: 50% (avó materna recebe 25% e avô materno recebe 25%). - Linha materna: 50% (avó paterna recebe 50%). Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. § 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. § 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. Pai E mãe vivos = cônjuge e os pais recebem 1/3. Pai vivo OU mãe viva = cônjuge recebe 1/2. Avós maternos ou paternos (independentemente de quantos sejam) = cônjuge recebe 1/2. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- EXERCÍCIOS: 1. Joao e Maria. Regime separação de bens. Bens particulares João: 300 mil. Bens particulares Maria: 100 mil. Sem filhos. Pai e mãe de João: vivos. Avôs paternos e maternos de João vivos. João falece. Maria: herança (100 mil) + bens particulares Maria (100 mil). Pai: 100 mil (herança). Mãe: 100 mil (herança). 2. João casado com Maria. Comunhão universal de bens. Bens comuns: 550 mil. Sem filhos. Pai de João: vivo, e mãe morta. Avó paterna de João viva. Avô paterno de João morto. Avó materna de João morta. Avô materno de João vivo. João falece. Maria: meação (275 mil) + herança (137,5 mil). Pai: 137,5 mil (herança). 3. João casado com Maria. Comunhão parcial de bens. Bens do casal: 400 mil. Bens particulares de João: 500 mil. Bens particulares de Maria: 200 mil. Pai e mãe de João: mortos. Avó e Avô paternos vivos. Avó materna viva, e avô materno morto. João falece. Maria: herança (350 mil) + meação (200 mil). Avó paterna: 87,5 mil (herança) Avô paterno: 87,5 mil (herança) Avó materna e avô materno: 175 mil (herança). DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO III - ao cônjuge sobrevivente; Regra do art. 1.830 CC (não pode estar separado); Primeiro, deve-se identificar a meação, para após verificar a herança. Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. IV - aos colaterais. Colaterais: Irmãos (2º grau) / sobrinhos (3º grau) / tios (3º grau) / tio-avô (4º grau), sobrinho-neto (4º grau), primos (4º grau). Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. SOMENTE HERDARÁ SE: não houver herdeiros legítimos (descendentes, ascendentes, e cônjuge), ou se o testador não dispor todo seu patrimônio a terceiro (já que os colaterais não tem direito a legítima). Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Direito de representação: somente aos sobrinhos. Tios e os colaterais de 4º grau não podem herdar pelo direito de representação. Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Irmão unilateral: filho de um só = metade do que o bilateral recebe. Irmão bilateral: filho dos dois (pai e mãe). Ex.: Filho1 Filho2 Filho2 Filho3 Filho3 Filho4 Filhos 1 e 4 = unilaterais. Filhos 2 e 3 = bilaterais. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Se todos forem unilaterais, quotas iguais. Se todos forem bilaterais, quotas iguais. Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. Irmãos sobrinhos tios sobrinho-neto, tio-avô, primos. Colaterais de 4º grau: todo mundo herda em partes iguais (não há diferença de unilateral para bilateral). § 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. § 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. Os sobrinhos também obedecem à regra dos unilaterais e bilaterais. § 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. Se todos forem unilaterais, quotas iguais. Se todos forem bilaterais,quotas iguais. Ex.: Sobrinho1 Sobrinho2 Sobrinho3 Sobrinho3 Sobrinho4 Sobrinho4 Sobrinho5 Sobrinho6 Sobrinhos 1, 2, 5 e 6 = unilaterais. Sobrinhos 3 e 4 = bilaterais. Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal. Herança jacente e vacante. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- EXERCÍCIOS: 1. João sem descendentes, sem esposa ou companheira, sem ascendentes. Dois tios (A e B). Dois irmãos (C: unilateral) e (D: bilateral). Quatro sobrinhos (C1, C2, D1, e D2). ‘D’ é pré-morto. Herança: 900 mil. Irmão C: 300 mil. Sobrinhos D1 e D2 (por representação): 600 mil (300 mil para cada). Irmão C Irmão D Irmão D 300 mil 300 mil 300 mil 2. João sem descendentes, sem esposa ou companheira, sem ascendentes. Um tio (A). Um primo (B). Quatro irmãos (C: bilateral), (D: unilateral), (E: unilateral), (F: unilateral). Sobrinhos (C1, C2, C3, D1, D2, D3, E1, F1, e F2). D, E, e F: pré-mortos. Herança: 1 milhão e 200 mil. Irmão C: 480 mil. Sobrinhos D1, D2, D3 (por representação): 240 mil (80 mil para cada). Sobrinhos E1 (por representação): 240 mil. Sobrinhos F1, F2 (por representação): 240 mil (120 mil para cada). Irmão C Irmão C Irmão D Irmão E Irmão F 240 mil 240 mil 240 mil 240 mil 240 mil 2.1. E se todos os irmãos e sobrinhos fossem pré-mortos? Iria tudo para o tio ‘A’. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 2.2. E se todos os irmãos, sobrinhos e tios fossem pré-mortos? Iria tudo para o primo ‘B’. 2.3. E se existissem sobrinho-neto: D1.1, E1.1, E1.2, e D, D1, E, E1, e F, fossem pré-mortos? Irmão C: 600 mil. Sobrinho-neto D1.1, E1.1, e E1.2 não herdam, pois não há direito de representação. Sobrinho D2 e D3: 300 mil (150 mil para cada). Sobrinho F1 e F2: 300 mil (150 mil para cada). Irmão C Irmão C Irmão D Irmão F 300 mil 300 mil 300 mil 300 mil 2.4. E se no caso anterior, todos os irmãos fossem pré-mortos? C1, C2, C3: 300 mil. D2, D3: 300 mil. F1, F2: 300 mil. 2.5. E se no caso anterior, todos os irmãos, sobrinhos, e tios fossem pré-mortos? D1.1, E1.1, E1.2, B: 1.200.000,00 = 300 mil para cada. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 3. João sem descendentes, sem esposa ou companheira, sem ascendentes. Um tio (A). Dois primos (B e C). Três irmãos (D: unilateral), (E: bilateral), (F: bilateral). Sobrinhos (D1, D2, E1, E2, F1, F2, e F3). Sobrinhos-netos (D1.1, E1.1, E1.2, F2.1). D, E, e F: pré-mortos. D1 e E1: pré-mortos. Herança: 1 milhão e 200 mil. Sobrinho D2 = R$ 133.333,33 Sobrinho E2 + E2 = R$ 266.666,66 Sobrinho F1 + F1 = R$ 266.666,66 Sobrinho F2 + F2 = R$ 266.666,66 Sobrinho F3 + F3 = R$ 266.666,66 3.1. E se todos os irmãos e sobrinhos fossem pré-mortos? Iria tudo para o tio ‘A’. 3.2. E se todos os irmãos, sobrinhos e tios fossem pré-mortos? Iria tudo para os: primos (B e C) + sobrinhos-netos (D1.1, E1.1, E1.2, e F2.1). DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- EXERCÍCIOS REVISÃO: 1. Genivaldo faleceu em 1º de julho de 2016. Era casado, pelo regime de comunhão parcial de bens, com Genoveva. Com a qual conviveu até sua morte. Antes de conhecer Genoveva, Genivaldo era proprietário de uma casa na praia de Itapema, avaliada na data de seu falecimento em R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais). Antes de conhecer Genivaldo, Genoveva era proprietária de uma casa na cidade de Pato Branco, avaliada em R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil reais). Na constância do casamento adquiriram, além dos bens particulares que mantiveram, um apartamento na cidade de Pato Branco, avaliado em R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), dois automóveis avaliados em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) cada um, e uma poupança conjunta de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Genivaldo tem 4 filhos: Géssica, Geraldo, Gerônimo, e Gertrudes. Todos do seu casamento com Emengarda, da qual se divorciou em 05 de fevereiro de 2006. Genivaldo e Genoveva não tiveram filhos. 1.1. Com base nas informações acima diga qual é o valor da herança de Genivaldo, bem como a forma de sua divisão e o valor que cada filho receberá em virtude da existência de tais bens. Herança: R$ 350.000,00. Filhos: R$ 37,5 mil (meação) + R$ 70 mil (herança). 1.2. O que caberá a Genoveva? Ela terá direito a receber herança? Responda apontado o valor e justificando a natureza do direito de receber tais valores. Bens particulares de Genoveva: R$ 210.000,00. Meação: R$ 150.000,00. Herança: R$ 70.000,00. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 2. Anastácio faleceu e não deixou filhos ou esposa/companheira. Os pais de Anastácio já eram falecidos ao tempo de sua morte. Anastácio tinha dois irmãos: Cláudio e Cláudia, os quais já eram pré- mortos. Entretanto, Anastácio tinha cinco sobrinhos, chamados: Cleiton, Creisson, Cristeveli, Clairton, e Clara, filhos de Cláudio. E três sobrinhas, chamadas: Marta, Maira, e Mirna, filhas de Cláudia, ambos vivos. Cláudio era irmão bilateral, e Cláudia unilateral. Também deixou vivos, dois tios: Cézar e Hortência. Patrimônio: R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais). 2.1. Com base nas informações acima, diga como será dividida a herança e o valor que cada um receberá em virtude da existência de tais bens. Os sobrinhos Cleiton, Creisson, Criteveli, Clairton, e Clara receberão: R$ 92,30 mil. As sobrinhas Marta, Maira, e Mirna receberão: R$ 46,15 mil. 2.2. Se Cleiton, Clara, e Marta fossem condenados por indignidade, como ficaria a divisão da herança? Os sobrinhos Creisson, Criteveli, Clairton receberão: R$ 150 mil. As sobrinhas Maira e Mirna receberão: R$ 75 mil. DIREITO CIVIL X 9º PERÍODO 3. João casado com Maria, no regime de separação de bens. João não possui bens particulares. Maria possui em seu nome bens no valor de R$ 850.000,00 (oitocentos e cinquenta mil). Tiveram 5 filhos: André, Bernardo, Cibeli, David, e Estevão. André teve 1 filho chamado: Arnaldo. Bernardo teve 2 filhas: Brenda e Beatriz. Cibeli teve 1 filho chamado: Cézar. David teve 4 filhos chamados: Dante, Diane, Doralice, e Darlei. Estevão teve 2 filhos chamados: Emerson, e Elisa. André está vivo. Bernardo renunciou. Cibeli está viva. David foi considerado indigno. Estevam é pré-morto. Maria morreu. 3.1. Distribua o patrimônio noticiado acima, dizendo quem faz jus ao seu recebimento, o respectivo valor, e o que caberá ao cônjuge supérstite. Filhos: André, Cibeli: R$ 159,37 mil cada. Netos D1, D2, D3, e D4 (por representação): R$ 39,84 mil cada. Netos E1 e E2 (por representação): R$ 79,68 mil cada.João: R$ 212,5 mil (1/4).