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DIREITO ADMINISTRATIVO LICITAÇÕES CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Edson Marques CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 1 Olá! Vamos que vamos. Nesta aula, veremos a Lei nº 8.666/93, ou seja, vamos estudar a parte de LICITAÇÕES. É isso aí. Vamos que vamos. Prof. Edson Marques CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 S U M Á R I O 1. Licitações: ............................................................................................. 3 1.1 Conceito .............................................................................................. 3 1.2 Finalidade ............................................................................................ 5 1.3 Princípios ............................................................................................. 6 1.4 Modalidades ...................................................................................... 13 1.5 Contratação direta (Dispensa e Inexigibilidade) .............................. 22 1.5.1 Licitação Dispensável ..................................................................... 23 1.5.2 Licitação Dispensada...................................................................... 28 1.5.3 Inexigibilidade ............................................................................... 36 1.6 Procedimento .................................................................................... 39 1.6.1 Habilitação ..................................................................................... 41 1.6.2 Julgamento e Classificação ............................................................ 45 1.6.2.1 Tipos de Licitação ........................................................................ 48 1.6.3 Homologação ................................................................................. 51 1.6.4 Adjudicação .................................................................................... 51 1.7 Revogação e Anulação ...................................................................... 52 4. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................... 54 5. QUESTÕES SELECIONADAS ............................................................... 142 6. GABARITO ......................................................................................... 173 CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 1. Licitações: 1.1 Conceito Como se sabe, a Administração Pública não está livre para fazer o que quiser. Sendo assim, a Constituição Federal lhe impõe o dever (obrigatoriedade) de, quando for contratar, empreender processo de licitação pública, ressalvado os casos autorizados por lei, conforme determina o art. 37, inc. XXI, que assim dispõe: “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. Devemos lembrar que o art. 22, inciso XXVII, CF/88, prescreve que compete privativamente à União criar normas gerais sobre licitações e contratos. Vejamos: XXVII – Compete privativamente a União legislar sobre normas gerais de licitação e contratações, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III. Observe, então, que a competência legislativa para editar norma geral sobre licitações e contratos é da União, de modo que Estados, DF e Municípios devem seguir os ditames estabelecidos em norma geral, porém lhe cabe, naquilo que for específico, editar suas normas, complementando a norma geral. Pois bem. No sentido de regulamentar o art. 37, inc. XIX, CF/88, e tendo em vista o art. 22, inc. XXVII, a União editou a Lei nº CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 8.666/93 que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. Portanto, é a Lei nº 8.666/93 uma norma geral sobre licitações e contratos a ser observada pela Administração Pública, direta e indireta, de qualquer esfera de poder, seja da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Mas o que é licitação? De acordo com Hely Lopes Meirelles, licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Para a profa. Di Pietro, licitação é definida como sendo o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato. Então, para contratar obras, compras, serviços ou alienações, a Administração convoca interessados a fim de que apresentem suas propostas, de modo que se possa selecionar e obter a que lhe seja mais vantajosa. Cumpre dizer, portanto, que a licitação não é um ato, é um procedimento em que se conjugam vários atos, com intuito de permitir o maior número de participantes (licitantes) e para a Administração obter a proposta que lhe seja mais vantajosa. Lembre-se: A licitação é um procedimento. No entanto, devemos ter cuidado com o expresso no parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.666/93. É que o referido artigo dispõe que “o procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública”. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 Trata-se do princípio do formalismo. E, em que pese essa caracterização legal (ato formal), não se deve olvidar que a licitação é um procedimento formal que conjuga sucessivos atos para um desiderato, que é o objeto perseguido pela Administração. 1.2 Finalidade Então, qual é a finalidade da licitação? Como se trata de um procedimento prévio à contratação, podemos dizer que licitação tem dupla finalidade na medida em que de um lado busca selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, de outro visa propiciar a igualdade de condições para que todos os interessados participem do certame. Contudo, com a edição da MP 495/2010, convertida na Lei nº 12.349/2010, que alterou o art. 3º da Leinº 8.666/93, temos mais uma finalidade (terceira), qual seja: a promoção do desenvolvimento nacional. Observe o art. 3º na sua nova redação: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) É possível dizer, portanto, que as finalidades estabelecidas pelo procedimento licitatório são, conforme art. 3º da Lei de Licitações, as seguintes: a) garantir o princípio da isonomia; b) selecionar a proposta mais vantajosa; c) promover o desenvolvimento nacional. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 1.3 Princípios Assim, na realização de procedimento licitatório a Administração deverá observar uma série de princípios que nortearão seus atos. Nesse sentido, temos os princípios gerais administrativos, que se desmembra nos princípios específicos da licitação, expressos e implícitos e nos princípios básicos. Dentre os princípios específicos, embora não seja uniforme o entendimento na doutrina, podemos citar: a isonomia, a competitividade, o da vinculação ao instrumento convocatório, do sigilo das propostas, do julgamento objetivo, e da adjudicação compulsória. De outro lado, os princípios básicos estão contidos no art. 3º, que assim dispõe: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) Portanto, temos os seguintes princípios básicos: a) princípio da legalidade; b) princípio da impessoalidade; c) princípio da moralidade; d) princípio da igualdade; e) princípio da publicidade; O princípio da Legalidade (art. 4º) estabelece que a Administração, bem como os participantes (licitantes), deve seguir fielmente o procedimento traçado na lei de regência. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 Hely Lopes Meirelles entende que se trata do princípio do procedimento formal que determina a fiel observância dos procedimentos legais, conforme expresso no parágrafo único do art. 4º da Lei de Licitações e Contratos, que assim prevê: Art. 4º. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. É importante salientar que não se admite no âmbito dos procedimentos administrativos formalismo inútil, ou seja, o excesso de formalismo. Princípio da impessoalidade é corolário do princípio da igualdade, de modo que a Administração deve ser imparcial, não fixando regras tendenciosas, pautando-se por critérios objetivos, negando-se favoritismos ou discriminações por critérios subjetivos, velando pelo acesso amplo aos que tenham ou possam vir a ter interesse no certame. O princípio da moralidade impõe à Administração e aos participantes em geral a observância aos padrões éticos, o agir com lealdade e boa-fé, sob pena de responsabilização administrativa, cível e penal. Corolário do princípio da moralidade temos o princípio da probidade administrativa que estabelece a responsabilização dos agentes, inclusive terceiros, por atos ímprobos nos termos da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), a exemplo do seguinte: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 Assim como pela aplicação das sanções criminais estabelecidas nos artigos 89 a 99 da Lei de Licitações. Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 ato de procedimento licitatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondenteà violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. § 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. § 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. O princípio da igualdade ou isonomia, como abordado, é um dos pilares (fundamentos) da licitação, com envergadura constitucional, eis que a Constituição (art. 37, XXI) firma a necessidade de tratamento isonômico entre os licitantes, vedando-se distinção, por exemplo, ou tratamento discriminatório, bem como o art. 3º, § 1º, incs. I e II, da Lei de Licitação e Contratos, que assim dispõe: Art. 3º. § 1º É vedado aos agentes públicos: I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 23 de outubro de 1991. O princípio da publicidade impõe o dever de dar ampla divulgação ao certame, sendo, em regra, vedado o caráter sigiloso dos atos, inclusive sendo permitido o acesso aos particulares, tudo com o intuito de se fiscalizar o cumprimento das determinações legais e afastar condutas ilícitas, impondo-se, ainda, o dever de motivação de todas as decisões proferidas em quaisquer das etapas. Tais princípios, é bom ressaltar, são os que orientam, de forma geral, toda a Administração Pública, conforme art. 37, da CF/88. Há outros princípios, no entanto, que são mais específicos, ou seja, aplicando-se somente à licitação, como é o caso da vinculação ao instrumento convocatório, sigilo das propostas, julgamento objetivo, adjudicação compulsória, bem como outros correlatos, conforme prevê o art. 3º, parte final. Segundo o princípio da vinculação ao instrumento convocatório (vinculação ao edital), o edital é a lei do certame, ou seja, o instrumento para convocar, chamar, dar notícia aos interessados acerca de determinado objeto pretendido pela a Administração, de modo que inclusive a vincula, como também vincula os licitantes que deverão observar as condições e requisitos que foram fixados no instrumento convocatório, durante todo o procedimento licitatório e na execução do ajuste. Assim, prevê o art. 41 da Lei de Licitações que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada, sendo, pois, o julgamento das propostas realizado com base no que estabelece o instrumento convocatório. Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. O princípio do julgamento objetivo determina que, nas análises das propostas, sejam observados os critérios objetivamente fixados no edital (denominados tipos de licitação: menor preço, melhor CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 técnica, técnica e preço ou maior lance ou oferta), sem aferições subjetivas ou imprecisões, evitando-se apreciações discricionárias na decisão acerca das propostas, conforme determina os arts. 44 e 45, da Lei nº 8.666/93. Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle A doutrina fala, ainda, em princípios licitatórios implícitos específicos ou correlatos, tal como: competitividade, procedimento formal, sigilo das propostas e adjudicação compulsória. A competitividade seria, conforme destaca Celso Bandeira de Mello, a obrigatoriedade de observância do caráter competitivo do procedimento licitatório, não se permitindo artimanhas ou mecanismos para frustrar tal propósito. O procedimento formal, conforme ressaltei quando da abordagem do princípio da legalidade, é a configuração de que a licitação caracteriza-se como ato administrativo formal, ou seja, tem seu rito e fórmulas legalmente estabelecidas, além de ser obrigatório o registro de seus atos documentadamente. O princípio do sigilo das propostas excepciona o princípio da publicidade na medida em que prevê que as propostas serão realizadas de forma sigilosa, evitando-se o conluio ou a fraude, mantendo-se o caráter competitivo, sendo inacessível até o momento de sua abertura, que será realizadoem sessão pública. Finalmente, o princípio da adjudicação compulsória CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 segundo o qual o vencedor do certame tem direito subjetivo a que o objeto da licitação lhe seja atribuído, de modo que veda eventual contratação com outrem, caso a Administração venha a contratar. É de se observar, contudo, que a adjudicação somente é garantia de que a Administração não contrate com outrem senão com o próprio vencedor do certame, ou seja, não significa que o licitante vencedor tenha direito subjetivo à contratação. A adjudicação é uma declaração de vitória. É a entrega simbólica do objeto licitado. O diploma da vitória. No entanto, não é a garantia de contratação, ou seja, o vencedor da licitação tem mera expectativa de direito em ser contratado. Porém, observe que se a Administração realmente contratar deverá ser com ele. Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. 1.4 Modalidades Sabemos que a licitação é um procedimento administrativo no qual a Administração Pública convoca os interessados, com qualificação para tanto, para, dentre as propostas apresentadas, selecionar a mais vantajosa. Procedimento, portanto, se caracteriza como um modo ou maneira de proceder, que, nos termos da Lei, é denominado de modalidade de licitação. Assim, a Lei nº 8.666/93 prevê as seguintes modalidades de licitação: concorrência, tomada de preço, convite, leilão e concurso (art. 22). Art. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 14 É preciso salientar que a Lei nº 8.666/93, em seu artigo 22, §8º, veda a criação ou a combinação de modalidades de licitação. No entanto, devemos entender que tal vedação é destinada à Administração, pois não se trata de limitação imposta ao legislador. Neste sentido, inclusive, tivemos a edição da MP 2.026/2000, convertida na Lei nº 10.520/02, que introduziu nova modalidade denominada pregão. É importante destacar que o Pregão, muito embora tenha sido criado por Medida Provisória (MP 2.026/2000), cuja intenção inicial era de ser utilizado apenas pela União, o que o tornava inconstitucional já que modalidade de licitação se insere no âmbito de norma geral, é uma modalidade geral, pois com a conversão da MP em Lei (Lei nº 10.520/02), estendeu-se seu uso a todos os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios). Isso porque, como frisado, trata-se de modalidade de licitação que é norma de âmbito geral, devendo, portanto, ser aplicada a todos os entes federados, conforme art. 22, inc. XXVII, da CF/88. Então, repetindo, o pregão se aplica a todos os entes federativos (União, DF, Estados-membros e Municípios). Então, atualmente, temos as seguintes modalidades de licitação: Concorrência Tomada de preço Convite Leilão Concurso Pregão A propósito, tome o devido cuidado com uma situação específica. Como assim? É que a Lei de criação da Anatel (Lei nº 9.472/97) estabeleceu mais uma modalidade, restrita àquela Agência, que é a consulta. Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita ao procedimento das licitações previsto em lei geral para CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 a Administração Pública. Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência poderá utilizar procedimentos próprios de contratação, nas modalidades de consulta e pregão. Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, observadas as disposições desta Lei e, especialmente: Cuidemos, então, de cada uma dessas modalidades. Porém, para não esquecer, vale dizer que a Lei de Licitações elegeu um critério distintivo para as três primeiras modalidades, ou seja, a concorrência, a tomada de preço e o convite definindo-as pelo definindo-as pelo valor, como regra. A concorrência, de acordo com o art. 22, §1º, da Lei de Licitações é “a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto”. É modalidade utilizada para contratações de grande vulto, ou seja, para obras e serviços de engenharia cujo valor seja superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil) e para outros bens e serviços cujos valores sejam superiores a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil). Concorrência Obras e Serviços de Engenheira Outros bens e serviços + R$ 1,5 milhões + R$ 650 mil No entanto, para alguns casos, independentemente do valor, será obrigatória a utilização da concorrência, tal como: Concessão de serviço público; Concessões de obras ou serviços (Parcerias Público-Privadas) Concessões de direito real de uso; Alienação bens imóveis; Licitações internacionais; Contratos de empreitada integral (art. 6º); CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 Vale mencionar que a concorrência, por ser procedimento mais complexo, em que, inclusive, se pode verificar claramente todas as fases, não tem limite máximo de valor e, ainda, poderá substituir a tomada de preço ou o convite. É a velha máxima de que pode o mais pode o menos. Como assim? Significa dizer que nos casos em que couber o convite, poderá ser utilizada a tomada de preço e, em qualquer caso, a concorrência, ou seja, seria a concorrência uma espécie de modalidade superior a tomada de preço e ao convite, conforme prevê o art. 23, §4º, da Lei de Licitações: Art. 23. § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. Dá-se uma especial atenção para os prazos nessa modalidade. A propósito, o denominado intervalo mínimo, ou seja, o prazo da abertura do certame até a apresentação das propostas, é de 45 (quarenta e cinco) dias, no caso de licitação do tipo técnica e preço, melhor técnica, ou ainda, quando for por empreitada integral, e de 30 dias para licitações tipo menor preço. A tomada de preço é “a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”. (art. 22, §2º, Lei nº 8.666/93) É modalidade utilizada para contratações de valores intermediários, ou seja, para contratação de obras e serviços de engenharia de valores entre 150.000,00 (cento e cinquenta mil) até 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil), e para outros bens e serviços de valores entre 80.000 (oitenta mil) até 650.000 (seiscentos e cinquenta mil). Tomada de preços Obras e Serviços deEngenheira Outros bens e serviços + 150 mil até 1,5 milhões + 80 mil até 650 mil CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 Além do valor, o que caracteriza a tomada de preço é uma forma de prévia habilitação, em razão do cadastramento, ou a possibilidade de cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas. É admitida nas licitações internacionais, como exceção à obrigatoriedade de utilizar a concorrência, desde que a entidade ou órgão licitante disponha de cadastro internacional de fornecedores e o contrato esteja dentro do limite de valor fixado para essa modalidade. O prazo de intervalo mínimo é de 30 dias (critérios de melhor técnica ou técnica e preço) e 15 dias (menor preço). O convite é, nos termos do art. 22, §3º, da Lei de Licitações, “a modalidade utilizada entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas”. Perceba que os interessados serão convidados ou escolhidos pela Administração Pública, em número mínimo de 3 (três), mas qualquer cadastrado poderá participar desde que se manifeste até 24 horas da apresentação das propostas. A convocação se dará por meio da chamada carta-convite. É que, nessa modalidade não haverá o edital. Então, o instrumento convocatório será a carta-convite. Destaca-se que o convite deverá ter pelo menos três participantes. Entretanto, é possível que a carta-convite seja, excepcionalmente, enviada para menos de três cadastrados ou interessados, quando houver limitação no mercado ou manifesto desinteresse, e, assim, seja impossível a obtenção do número mínimo, caso que deverá estar devidamente justificado no processo, sob pena de CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 repetição do convite. Art. 22. § 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. A propósito, quando houver mais de três interessados na praça, a cada novo convite para objeto idêntico ou assemelhado, deverá obrigatoriamente a Administração estender o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados que não participaram das licitações anteriores. Art. 22 § 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. Essa modalidade é utilizada para valores menores, nos limites do art. 23, ou seja, até 150.000 (cento e cinquenta mil) no caso de obras e serviços de engenharia e até 80.000 (oitenta mil) para outros bens e serviços. Convite Obras e Serviços de Engenheira Outros bens e serviços Até 150 mil Até 80 mil O intervalo mínimo será, sempre, de 5 dias úteis, conforme prescreve o art. 21, § 2º, IV, da Lei de Licitações. É importante ressaltar, novamente, que a cada novo convite, no caso de existirem interessados na praça, é preciso renovar ou estender o convite a outros interessados que não participaram do certame anterior. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 O instrumento convocatório, nesta modalidade, é a carta-convite que deve ser encaminhada aos licitantes convidados e fixada em local acessível ao público no prédio da Administração, não se exigindo, no entanto, publicação no diário oficial ou em jornal de grande circulação. Ademais, consoante estabelece o art. 23, §3º, Lei nº 8.666/93, é possível a utilização do convite em licitações internacionais (mais uma exceção à concorrência), respeitados os valores para essa modalidade, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil. Então, podemos assim sintetizar: I) Obras e serviços de engenharia a. Concorrência [acima de 1,5 milhões] b. Tomada de Preço [de 150mil até 1,5 milhões] c. Convite [até 150mil] II) Compras e outros serviços a. Concorrência [acima de 650mil] b. Tomada de Preço [de 80mil até 650mil] c. Convite [até 80mil] Tais valores, no entanto, quando se referirem a consórcios públicos, formados por até três entes federativos, será o dobro e, quando formado por mais, será triplicado. (§8º, art. 23) § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. O concurso é modalidade de licitação em que se estabelece uma disputa entre quaisquer interessados que possuam a qualificação exigida, para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, com a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores (art. 22, §4º), observando, ademais, o disposto no art. 52 da Lei de Licitações. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital. § 1º O regulamento deverá indicar: I - A qualificação exigida dos participantes; II - As diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; III - As condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo quando julgar conveniente. O intervalo mínimo a ser observado é de 45 dias, devendo ser observado que, nessa modalidade, a lei não estabelece os critérios para julgamento, os quais deverão ser fixados em regulamento próprio. Não se devemos confundir essa modalidade de licitação, que é utilizada para trabalhos técnicos, científicos ou artísticos, com concurso público, que é procedimento para preenchimento de cargo ou emprego público. A propósito, ainda cabe destacar que o concurso (modalidade licitatória) também é, em regra, utilizado para contratação de serviços técnicos profissionais especializados, quando não for o caso de inexigibilidade. Art. 13. § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. O leilão, conforme art. 22, §5º, da Lei de Licitações, é modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administraçãoou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 decorrentes de decisão judicial ou dação em pagamento (art. 19), a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, observando, ainda, o seguinte: Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente. § 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido. § 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará Observe que no caso do art. 19, bens provenientes de dação em pagamento ou derivados de procedimentos judiciais, a modalidade poderá ser o leilão ou a concorrência, conforme art. 19, inc. III, Lei nº 8.666/93. Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I – avaliação dos bens alienáveis; II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) O intervalo mínimo é de 15 dias, tendo como único critério de seleção o melhor lance. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 É possível ainda a utilização do leilão na venda de bens móveis avaliados, isoladamente ou globalmente, que não ultrapasse o limite de R$ 650 mil, conforme prevê o art. 17, § 6º, da Lei, assim expresso: § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. 1.5 Contratação direta (Dispensa e Inexigibilidade) Como se sabe, a Constituição estabeleceu o princípio da obrigatoriedade de licitar. Portanto, a licitação é um procedimento prévio à contratação. No entanto, a própria Carta estabelece que a lei poderá estabelecer exceções à regra, ou seja, situações em que a Lei afaste ou permite que seja afaste a licitação, o que se denomina contratação direta, sendo os casos de dispensa e inexigibilidade. Art. 37. XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusula que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. A dispensa de licitação ocorrerá quando embora seja possível a competição algumas razões justificam que se deixe de efetuá-la. Significa dizer que em tais casos seria possível realizar a licitação, mas em razão de fato previsto expressamente na norma afasta- se ou é dada a permissão para se afastar a licitação, procedendo-se a contratação direta (contratação sem licitação). Nesse sentido, segundo clássica lição de Hely Lopes Meirelles, dizemos que há duas hipóteses de dispensa, sendo: CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 1.5.1 Licitação Dispensável a) Licitação dispensável: Ocorre quando há discricionariedade em se dispensar (ou não) o procedimento licitatório, ou seja, caberá a Administração avaliar, decidir, acerca da conveniência e oportunidade em se realizar a licitação. Observa-se a possibilidade de deflagrar o certame, contudo, há a possibilidade de não o utilizar, cabendo a Administração Pública, motivadamente, dentro das hipóteses legais (taxativamente previstas), avaliar se é conveniente ou oportuno realizar o procedimento licitatório, dispensando-o se for o caso, conforme as situações elencadas no art. 24 da Lei nº 8.666/93. Nesse caso, a lei autoriza a dispensa da licitação (ato discricionário). E, conforme art. 24, atualmente, teríamos as seguintes hipóteses que ensejariam a licitação dispensável: Art. 24. É dispensável a licitação: I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 1994) XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXI – para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). XXVIII – (Vide Medida Provisória nº 352, de 2007) XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). XXX – na contrataçãode instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. 1.5.2 Licitação Dispensada b) Licitação dispensada: É aquela em que se vislumbra a possibilidade de se realizar o procedimento competitivo. Porém, embora seja possível licitar, a própria lei determina que se afaste, ou seja, não há margem de escolha, já que a lei determina a não utilização do procedimento, consoante art. 17 da Lei nº 8.666/93. Nesse caso, a lei determina a dispensa de licitação (ato vinculado). As hipóteses de licitação dispensada estão elencadas no art. 17 da Lei nº 8.666/93, também taxativamente, e em síntese se refere à alienação de bens móveis ou imóveis, pela Administração Pública, de modo que seria exceção à regra da licitação por concorrência ou nos casos do art. 19, por concorrência ou leilão. Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: Com efeito, os casos de licitação dispensada ocorrem, em regra, em face de alienação, doação, permuta ou venda de bens. Assim, quando se tratar de alienação de bens imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais1, de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência. Art. 17. I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) 1 A Lei de Licitações utilizou da expressão paraestatal para se referir às estatais, ou seja, empresas públicas e sociedades de economia mista. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009) No entanto, será dispensada a licitação nos casos de: a) dação em pagamento: significa dar o imóvel como pagamento do preço estipulado em alguma negociação. b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “h” e “i”. f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidadesda administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009) c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei. Art. 24. X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia d) investidura Art. 17. §3º. Entende–se por investidura: I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo. f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública. g) procedimentos de regularização fundiária de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383/1976, conforme o seguinte: Art. 29 - O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas com o seu trabalho e o de sua família, fará jus à legitimação da posse de área contínua até 100 (cem) hectares, desde que preencha os seguintes requisitos: I - não seja proprietário de imóvel rural; II - comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de 1 (um) ano. § 1º - A legitimação da posse de que trata o presente artigo consistirá no fornecimento de uma Licença de Ocupação, pelo prazo mínimo de mais 4 (quatro) anos, findo o qual o ocupante terá a preferência para aquisição do lote, pelo valor histórico da terra nua, satisfeitos os requisitos de morada permanente e cultura efetiva e comprovada a sua capacidade para desenvolver a área ocupada. § 2º - Aos portadores de Licenças de Ocupação, concedidas na forma da legislação anterior, será assegurada a preferência para aquisição de área até 100 (cem) hectares, nas condições do parágrafo anterior, e, o que exceder esse limite, pelo valor atual da terra nua. § 3º - A Licença de Ocupação será intransferível inter vivos e inegociável, não podendo ser objeto de penhora e arresto. h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública. i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 módulos fiscais ou 1.500 hectares, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais. Importante destacar que na alienação de bens imóveis pela Administração Pública, que foram adquiridos em face de procedimento judicial ou de dação de pagamento, poderá ser feito, sem autorização legislativa, por ato da autoridade competente, após prévia avaliação e comprovada a necessidade ou utilidade da alienação, mediante licitação, podendo ser utilizada a modalidade concorrência ou leilão. Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão A propósito, os imóveis doados para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar–se a: I – Outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; II – Pessoa física que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na região da Amazônia Legal, definida no art. 1º, § 2º, inciso VI, da Lei nº 4.771, de 22 de setembro de 1965, superior a um módulo fiscal e limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares; Neste último caso, ficam dispensadas de autorização legislativa, porém se submetem aos seguintes condicionamentos: I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não–contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico–econômico; e IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. Essa hipótese só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito à vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias, limitando–se a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite, e poderá ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na regularização fundiária (art. 17, inc. I, alínea “g”), até o limite de 500 hectares. E, quando se tratar debens móveis, a alienação dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensando-a nos seguintes casos: CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 Art. 17. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio– econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. Enfim, para diferenciar uma de outra, façamos uma singela brincadeira. Imagine que você esteja em um curso, e chegando à sala de aula o Professor diga assim: “Olha, eu não faço chamada, então quem tiver interesse e quiser assistir a aula, que venha, quem não, fique em casa”. Veja que o Professor quis dizer o seguinte: cabe a você decidir se assiste ou não a aula, ou seja, que sua presença em sala é dispensável. Significa, para o malsinado Professor, que sua presença é indiferente, tanto faz você comparecer ou não. De outro lado, imagine que outro Professor diga o seguinte: A partir de hoje vocês estão dispensados. Só voltem no dia da prova que será na data tal, quando nos encontraremos novamente. Veja que neste caso, você pode até querer ir às aulas, mas foi dispensado, até porque o distinto mestre não ministrará aula alguma. Então, é só uma brincadeira! Mas serve para demonstrar que há sensível diferença entre licitação dispensada e licitação dispensável. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 36 Na dispensada não há como licitar, isso porque a lei determinou o afastamento do procedimento. Não haverá licitação por determinação legal, muito embora fosse possível estabelecer uma competição. Na dispensável é possível licitar, mas cabe ao Administrador, diante das situações permitidas pela norma, avaliar se é conveniente ou oportuno realizá-la. Tais casos de dispensa (licitações dispensáveis e dispensadas) estão taxativamente previstos na Lei, ou seja, a Lei nº 8.666/93 enumerou exaustivamente (numerus clausus) as hipóteses em que se admite a licitação dispensável (art. 24) e em que se aplica a dispensada (art. 17). 1.5.3 Inexigibilidade É inexigível o procedimento licitatório quando há inviabilidade de competição, conforme previsto no art. 25 da Lei 8.666/93, ou seja, quando não for possível estabelecer procedimento competitivo poderá a Administração proceder à contratação direta por inexigibilidade de licitação. Destaca-se, ademais que a Lei elencou algumas situações de inexigibilidade, todavia, trata-se de enumeração exemplificativa, pois em qualquer situação, ainda que não descrita na norma, que seja inviável a competição, poderá a Administração proceder à contratação direta. Observamos que a inexigilidade ocorre quando há inviabilidade de competição, conforme previsto no art. 25, Lei 8.666/93, assim expresso: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 37 marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Dessa forma, a Lei de Licitações estabelece que haverá inexigibilidade sempre que for inviável a competição, especialmente nas seguintes situações: a) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; b) para a contratação de serviços técnicos profissionais especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; Art. 25 § 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS PREFEITURA DE TERESINA/PI LEI 8.666/93 (LICITAÇÕES) Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 38 Nesse sentido, dispõe o artigo 13 da Lei de Licitações o que seriam serviços técnicos profissionais especializados, considerando os trabalhos relativos a: Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; Pareceres, perícias e avaliações em geral; Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, e; Restauração de obras de arte e bens de valor histórico. c) Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Assim, quando não for possível estabelecer procedimento competitivo, destacando a Lei algumas situações de forma exemplificativa, ou seja, não exaustiva, será inexigível a licitação. Cumpre esclarecer que, nesta situação, e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável,
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