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1) Os retornos e desembolsos de um projeto ao longo do tempo são incertos, introduzindo incertezas na análise clássica (VPL e TIR) 2) Um projeto tem influência sobre a saúde financeira da empresa que o executa: Projeto Bem Sucedido = Lucro Projeto Mal Sucedido = Prejuízo 0 1 2 3 … n-1 n PV FV PMT i i i i Tabelas HP Excel ii Incertezas quanto a PMT e/ou FV Incertezas quanto ao VPL e a TIR 3) O impacto do projeto sobre a saúde financeira da empresa depende: - Da influência do projeto em análise sobre os demais projetos da empresa - Da DIVERSIFICAÇÃO da empresa 4) Um projeto tem influência sobre o mercado, pois pode afetar outras empresas Existência de Projetos de Outra Natureza Maior Diversificação = Menor Vulnerabilidade da Empresa com Relação ao Projeto em Análise Definições de Risco - Probabilidade de insucesso de determinado empreendimento, em função de acontecimento eventual, incerto, cuja ocorrência não depende exclusivamente da vontade dos interessados (Dicionário da Língua Portuguesa) - Risco significa estar exposto à possibilidade de um mau resultado (Dan Borge) - Risco é a expectativa de perda/insucesso em um intervalo de tempo ou atividade (www2.anac.gov.br) - Risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, em um efeito positivo ou negativo sobre ao menos um dos objetivos do projeto (Project Management Inst.) - Expressão da combinação de severidade do efeito e da probabilidade de ocorrência de perda/insucesso (www2.anac.gov.br) RISCO = SEVERIDADE x PROBABILIDADE Definições de Gestão ou Gerenciamento de Risco - Gestão de Risco significa mover a probabilidade a seu favor, ou seja, aumentar a chance de um bom resultado (Dan Borge) - Gerência de Risco é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos humanos e materiais de uma organização, no sentido de minimizar os efeitos dos riscos sobre essa organização ao mínimo possível (www.isegnet.com.br) - Gerenciamento de Riscos é um processo sistemático que tem porm objetivo identificar, analisar e responder aos riscos de um projeto (www.maxwell.vrac.puc-rio.br) A Aversão ao Risco A aversão (repulsão) ao risco depende basicamente de dois fatores: 1) Da maior ou menor significância do risco (severidade e probabilidade de ocorrência) Menor Severidade e/ou Menor Probabilidade = Menor Aversão ao Risco 2) Da maior ou menor magnitude dos resultados advindos do projeto Maiores/Melhores Resultados = Menor Aversão ao Risco Tipos de Risco 1º) Risco Isolado ou de Projeto - Relacionado com as incertezas nos valores das receitas e despesas que compõem o fluxo de caixa do projeto; - Gera incertezas quanto aos índices de desempenho (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc). 2º) Risco da Empresa - Relacionado com o efeito do projeto sobre o desempenho da empresa, dependendo do grau de diversificação da empresa e de seus acionistas; - Gera incertezas quanto ao desempenho da empresa. 3º) Risco de Mercado ou Risco Beta - Relacionado com o efeito do desempenho do mercado sobre o desempenho do projeto e da empresa; - Gera incertezas quanto ao desempenho do projeto e da empresa. Técnicas para a Avaliação do Risco Isolado ou de Projeto Considerações Iniciais: - A avaliação do risco isolado deve medir a variabilidade (incerteza) dos componentes do fluxo de caixa do projeto; Ex.: nº de unidades vendidas, preço unitário, etc, podem apresentar valores diferentes ao longo do tempo. - O comportamento dos componentes do fluxo de caixa pode ser estimado com base em uma função distribuição de probabilidade (p. ex.: distribuição normal); - Quanto mais ampla essa função, maior a incerteza e maior o risco; - O comportamento probabilístico dos componentes do fluxo de caixa do projeto determina o comportamento probabilístico de parâmetros como o VPL, a TIR e o PBD; Técnicas para a Avaliação do Risco Isolado ou de Projeto Considerações Iniciais: - Se o risco isolado for pequeno, o risco da empresa e o risco de mercado também serão pequenos; - A avaliação do risco isolado tem por objetivo buscar respostas às seguintes questões: 1ª) Qual o risco de que um projeto classificado inicialmente como viável, se torne inviável ? 2ª) Vale a pena correr esse risco, diante dos lucros esperados ? 3ª) Qual o risco de ocorrerem inversões na ordem de viabilidade de diversos projetos ? Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE SENSIBILIDADE - Baseada no fato de que variações nos valores das grandezas que compõem o fluxo de caixa de um projeto alteram o seu desempenho econômico (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc); - Consiste na verificação da variação dos índices de desempenho (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc) em função da variação de uma dessas grandezas (investimento inicial, receitas com vendas, custos operacionais, etc), mantendo as demais grandezas constantes; - Essa técnica parte de um CASO BÁSICO (BASE) construído a partir dos valores esperados para as grandezas que compõem o fluxo de caixa do projeto, gerando um fluxo de caixa básico e índices de desempenho básicos (PBDbásico, VPLbásico, TIRbásico, TIRMbásico, ILbásico, VAUEbásico, etc); - A partir do caso básico são criadas situações alternativas por meio de perguntas do tipo ¨E SE ?¨ que irão definir variações percentuais, para mais e para menos em um componente previamente escolhido. Por exemplo: E SE as receitas com vendas aumentarem 20 % ? (situação otimista) E SE as receitas com vendas caírem 20 % ? (situação pessimista) Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE SENSIBILIDADE - A análise de sensibilidade gera um gráfico que representa a variação do índice econômico em análise (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc), em função da variação percentual da grandeza considerada. P. exemplo: VPL($) - - A inclinação da reta representa a sensibilidade do VPL com relação à variação % das receitas com vendas -20% 0% +20% ∆% Receitas c/ vendas - Quanto maior a inclinação da reta, maior a sensibilidade e maior a possibilidade de variações (incertezas) no desempenho do projeto, com relação ao índice considerado. sensibilidade = 0 sensibilidade moderada sensibilidade elevada NENHUMA variação de desempenho Variação de desempenho MODERADA Variação de desempenho elevada Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE SENSIBILIDADE - O risco isolado, para a variação da grandeza considerada (no exemplo, variação das receitas com vendas) poder ser quantificado por meio do coeficiente de inclinação da reta: VPL($) - - α -20% 0% +20% ∆% Receitas c/ vendas - Quanto maior o valor de “m”, maior a inclinação da reta e consequentemente, maior o risco isolado do projeto em análise, com relação à variação da grandeza considerada. - Para que a análise de sensibilidade seja consistente, deve-se efetuar o procedimento descrito acima, considerando as diversas grandezas que compõem o fluxo de caixa do projeto (custos operacionais, custos de manutenção, etc), permitindo observar para que grandeza o projeto é mais sensível. VPL20% VPL-20% Coef. de Inclinação = m = tg α = cat. op./cat. ad. m = (VPL20% - VPL-20%) / (20 + 20) = ∆VPL / (20+20) Uma vez obtido o coef. de inclinação, tem-se a equação da reta: VPL = m.∆% + b Onde b = VPL referente ao caso básico. Essa equação permite o cálculo de novos valores de VPL, para diversos % de variação das receitas c/ vendas, o que permite a obtenção de mais informações sobre o desempenho da alternativa (projeto) de investimento em análise. Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE SENSIBILIDADE - Exemplo Numérico 1 A tabela a seguir representa os fluxos de caixa referentes à duas opções de projetosde investimento (compra de equipamento) para a ampliação da linha de produção de uma indústria: Verificar, por meio da Análise de Sensibilidade, com uma taxa mínima de atratividade de 8 % a.a., qual dos dois equipamentos apresenta uma maior variabilidade do VPL, frente à variações de ± 20 % nos custos operacionais. Período (anos) Investimento Inicial ($) Receitas com Vendas ($) Custos Operacionais ($) Projeto A Projeto B Projeto A Projeto B Projeto A Projeto B 0 25.000,00 35.000,00 1 8.500,00 12.000,00 1.500,00 2.000,00 2 8.500,00 12.000,00 1.500,00 2.000,00 3 8.500,00 12.000,00 1.500,00 2.000,00 4 8.500,00 12.000,00 1.500,00 2.000,00 5 8.500,00 12.000,00 1.500,00 2.000,00 Exemplo Numérico – Solução - 1º) Cálculo do VPL dos projetos para os casos Básico, Pessimista e Otimista: - Caso Básico Caso Pessimista Caso Otimista - (20% de aumento nos custos) (20% de diminuição nos custos) VPLA = $ 2.948,97 VPLA = $ 1.751,16 VPLA = $ 4.146,78 VPLB = $ 4.927,10 VPLB = $ 3.330,02 VPLB = $ 6.524,18 2º) Cálculo dos coeficientes de inclinação dos projetos: Projeto A: Projeto B: ∆custo = 40 % (-20 % a + 20 %) ∆custo = 40 % (-20 % a + 20 %) ∆VPLA = 1.751,26 – 4.146,78 = - 2.395,52 ∆VPLB = 3.330,02 – 6.524,18 = - 3.194,16 mA = -2.395,52 / 40 = - 59,89 mB = -3.194,16 / 40 = - 79,85 O projeto B apresenta um maior coeficiente de inclinação, ou seja uma maior variabilidade com relação aos custos operacionais e EM PRINCÍPIO, um maior risco. Exemplo Numérico – Solução - 3º) Análise das retas que representam a variação dos VPL dos dois projetos em função das variações percentuais dos custos operacionais: - Projeto A: VPLA = mA . ∆custos% + bA = -59,89 . ∆custos% + 2.948,97 - Projeto B: VPLB = mB . ∆custos% + bB = -79,85 . ∆custos% + 4.927,10 - As situações otimistas sempre favorecem o projeto B, ou seja, quanto maiores os percentuais de redução dos custos operacionais, maior a vantagem desse projeto em relação ao projeto A. - O projeto A se torna inviável a partir de um aumento de 49,24 % nos custos operacionais e o projeto B, a partir de um aumento de 61,71 %. Observa-se portanto, uma maior robustez do projeto B frente às situações pessimistas. - Dentro da faixa de variações percentuais para a qual ambos os projetos são viáveis (VPL positivo), o projeto B apresenta sempre um melhor desempenho. - Embora não apresentado no gráfico, o projeto A só passa a ter desempenho superior, para um aumento de 99,1 % nos custos operacionais, mas a essa altura, ambos os projetos são inviáveis. - Os resultados obtidos demonstram que a simples comparação entre os coeficientes de inclinação dos projetos concorrentes não é suficiente para uma decisão consistente. No exemplo, mesmo com um coeficiente de inclinação maior, o projeto B permanece com melhor desempenho econômico quando se consideram incertezas com relação aos custos operacionais. - A análise deve ser estendida para considerar variações nas receitas com vendas. Exemplo Numérico 2 a) Repetir o exemplo numérico anterior, considerando variações de ± 20 % nas receitas com vendas. 1º) Calcular o VPL dos projetos para os casos Básico, Pessimista e Otimista 2º) Calcular os coeficientes de inclinação dos projetos 3º) Construir os gráficos que representam a variação dos VPL dos dois projetos em função das variações percentuais das receitas com vendas b) A partir de que percentual de redução nas receitas com vendas, cada projeto passa a ser inviável ? c) Existe uma situação aceitável, ou seja, para a qual os dois projetos são viáveis e para a qual se verifique uma inversão na ordem de desempenho dos mesmos ? d) Os projetos em análise são mais sensíveis às variações dos custos operacionais ou às variações das receitas com vendas ? Proposta de Utilização da Análise de Sensibilidade para a aceitação ou rejeição de projetos A aceitação ou rejeição de um projeto de investimento está diretamente ligada à AVERSÃO que o investidor tem ao risco. Os resultados da análise de sensibilidade permitem calcular a variação percentual no índice de desempenho econômico considerado, com relação ao caso básico. No exemplo numérico anterior, considerando a variação dos custos operacionais: ∆VPLA = (4.146,78 – 2.948,97) / 2.948,97 = (2.948,97 – 1.751,16) / 2.948,97 = 0,406 (aumento ou redução percentual de 40,6 % no VPL do projeto A) ∆VPLB = (6.524,18 – 4.927,10) / 4.927,10 = (4.927,10 - 3.330,02) / 4.927,10 = 0,324 (aumento ou redução percentual de 32,4 % no VPL do projeto B) Desse modo, o(s) tomador(es) de decisão poderão definir um valor máximo admissível para a variação percentual do VPL (∆%max) , como critério para aceitar ou rejeitar um projeto. No exemplo: Se ∆%max = 30 % - os dois projetos deverão ser rejeitados. Se ∆%max = 35 % - o projeto A deverá ser rejeitado. Se ∆%max = 50% - os dois projetos deverão ser aceitos. A definição do valor máximo admissível para a variação percentual do índice econômico envolve fatores subjetivos (pessoais), ou seja, cada tomador de decisão pode definir valores diferentes para esse parâmetro, em função da sua maior ou menor aversão ao risco. Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS - Baseada no estabelecimento de cenários (circunstâncias) BONS e RUINS, gerando índices econômicos (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc) que são comparados com os índices do caso básico; - Os cenários devem ser estabelecidos por especialistas, da seguinte forma: - Cenário BÁSICO: todas as variáveis do fluxo de caixa do projeto são fixadas em seus valores mais prováveis. - Cenário BOM ou do MELHOR CASO: todas as variáveis são fixadas em seus melhores valores, razoavelmente previstos. - Cenário RUIM ou do PIOR CASO: todas as variáveis são fixadas em seus piores valores, razoavelmente previstos. obs.: 1) este método depende fortemente da participação de especialistas. 2) apresenta como vantagem, o fato de considerar a variação das diversas grandezas que compõem o fluxo de caixa do projeto, ao mesmo tempo. Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS - Para cada cenário são calculados os índices de desempenho (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc) e com base nas probabilidades de ocorrência de cada cenário (definidas pelos especialistas), são calculados os índices de desempenho esperados, os desvios padrões de cada índice e o coeficiente de variação de cada índice. - Valor Esperado: parâmetro estatístico que indica o valor médio de uma variável, ponderado pelas probabilidades de ocorrência de cada um dos valores possíveis para a mesma. - Desvio Padrão: parâmetro estatístico que indica a dispersão (espalhamento) dos valores possíveis para uma grandeza, em torno do valor esperado. Quanto maior o valor do desvio padrão, maior a variabilidade da grandeza e maior o risco - Coeficiente de Variação: parâmetro estatístico que relaciona o desvio padrão com o valor esperado de uma grandeza. No caso dos índices de desempenho econômico (PBD, VPL, TIR, TIRM, IL, VAUE, etc), representa o risco por unidade de retorno. Valores muito grandes para esse parâmetro representam muito risco para pouco retorno. Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS - Formulação do método (por exemplo, para o VPL de um projeto, com n cenários): - 1) Valor Esperado do VPL de um projeto - �������� � � ∑ ���� � �� � ��� VPLi = VPL do projeto para o cenário i - pi = probabilidade de ocorrência do cenário i - 2) Desvio Padrão do VPL de um projeto - ���� � ∑ �� � ���� � �������� � �� ��� - 3) Coeficientede Variação do VPL de um projeto - ����� � ���� ��� !" #$%& - Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS Exemplo Numérico A tabela a seguir representa os fluxos de caixa referentes à duas opções de projetos de investimento (compra de equipamentos), para uma empresa, que tem uma TMA de 10 % a.a.: Considerando que tais fluxos de caixa foram elaborados com base no cenário mais provável para o desempenho dos projetos, segundo a avaliação de especialistas (Cenário Básico), com uma probabilidade de ocorrência de 60 %, avaliar, por meio da análise de cenários (cálculo do desvio padrão e do coeficiente de variação), o risco dos mesmos, considerando um Cenário Bom, com aumento de 20 % no TIRM de cada projeto, com relação à TIRM do Cenário Básico e probabilidade de ocorrência de 25 % e um Cenário Ruim, com diminuição de 20 % na TIRM de cada projeto, com relação à TIRM do Cenário Básico e probabilidade de ocorrência de 15 %. Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS Exemplo Numérico – Solução Os projetos em análise apresentam, para o Cenário Básico: TIRMA = 12,1 % a.a.; TIRMB = 11,3 % a.a. Considerando as estimativas de variação desses índices, para os Cenários Bom e Ruim, definidos pelos especialistas (± 20%), tem-se: P/ o Cenário Bom: TIRMA = 1,2 x 12,1 = 14,5 % a.a.; TIRMB = 1,2 x 11,3 = 13,6 % a.a. P/ o Cenário Ruim: TIRMA = 0,8 x 12,1 = 9,7 % a.a.; TIRMB = 0,8 x 11,3 = 9 % a.a. Assim, consegue-se calcular: 1º) os valores esperados para as TIRM de cada projeto: '()*+����� � � 12,1 / 0,6 2 14,5 x 0,25 2 9,7 x 0,15 � 12,3 % a. a. '()*<����� � � 11,3 / 0,6 2 13,6 x 0,25 2 9 x 0,15 � 11,5 % a. a. 2º) os desvios padrão para as TIRM de cada projeto: �=>?@A��,BCD �=>?@E��,BFG 3º) os coeficientes de variação para as TIRM de cada projeto: ��=>?@A � 0,122 ��=>?@E � 0,125 Avaliação do Risco Isolado por Meio de ANÁLISE DE CENÁRIOS Exemplo Numérico – Análise dos Resultados - A maior probabilidade de ocorrência do Cenário Bom (25 %), com relação ao Cenário Ruim (15 %) fez com que os valores esperados das TIRM dos dois projetos ficasse maior que as respectivas TIRM do Caso Básico; - Em caso de ocorrência do Cenário RUIM, embora a probabilidade seja baixa, os dois projetos deverão ser rejeitados por apresentarem TIRM menores que a TMA da empresa; - Pelo desvio padrão, o projeto A apresenta maior risco que o projeto B. No entanto, pelo coeficiente de variação, verifica-se que o risco por unidade de retorno do projeto A é menor que o do projeto B, caracterizando uma situação de compensação. No exemplo, sendo os coeficientes de variação dos dois projetos bem próximos, a escolha de um deles, pela análise de risco, não dependerá de forma muito significativa da aversão ao risco dos tomadores de decisão da empresa. Ou seja, os tomadores de decisão poderão simplesmente escolher o projeto A, por apresentar maior TIRM para o Cenário Básico (o mais provável de acontecer, segundo os especialistas); - Em uma situação para a qual exista uma diferença mais significativa entre os coeficientes de variação, a aversão ao risco passa a ter maior importância. Quanto maior a aversão ao risco dos tomadores de decisão, maior a tendência de escolha pelo projeto com menor coeficiente de variação (correr pouco risco ou compensar um risco elevado por meio de retornos bem significativos). Utilização da Análise de Cenários para a aceitação ou rejeição de projetos A aceitação ou rejeição de um projeto de investimento está diretamente ligada à AVERSÃO que o investidor tem ao risco. Os resultados da análise de cenários permitem, com o coeficiente de variação (risco por unidade de retorno), avaliar até que ponto vale a pena correr riscos com o projeto em análise. Desse modo, o(s) tomador(es) de decisão poderão definir um valor máximo admissível para o coeficiente de variação (CVmax) , como critério para aceitar ou rejeitar um projeto. No exemplo: Se CVmax = 0,05 - os dois projetos deverão ser rejeitados. Se CVmax = 0,20 - os dois projetos deverão ser aceitos. A definição do valor máximo admissível para o coeficiente de variação envolve fatores subjetivos (pessoais), ou seja, cada tomador de decisão pode definir valores diferentes para esse parâmetro, em função da sua maior ou menor aversão ao risco. Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto Considerações Iniciais: - A avaliação do risco de mercado de um projeto deve medir a variabilidade do desempenho econômico do projeto, com relação à variações no desempenho do mercado; - Os seguintes elementos são necessários para a avaliação do risco de mercado de um projeto: � A taxa interna de retorno de um investimento livre de risco (TIRsr) ; � A taxa interna de retorno média do mercado (TIRm); � A taxa interna de retorno de um projeto ¨A¨ em análise (TIRA). Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto Observações: - J. F. Weston e E. F. Brigham apontam os Títulos do Tesouro Americano como um investimento livre de risco; - C. A. de Sá e J. R de Morais definem TIRm como sendo a média dos retornos de todas as transações efetuadas em uma mesma economia, em um determinado período. Como essa informação é de difícil obtenção, sugerem a utilização de índices como o Dow Jones (retorno médio das ações de 30 grandes empresas, tais como GM, IBM, Goodyear; ou o S & P 500 (retorno médio das ações de 500 grandes empresas). Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto Com base nos elementos descritos anteriormente, Willian Sharpe e John Lintner provaram, na década de 60, a existência de uma relação linear entre o excesso de retorno de um projeto e o excesso de retorno do mercado, com relação ao retorno do investimento livre de risco: (TIRA – TIRsr) = (TIRm – TIRsr) . b ± c Graficamente: (TIRA-TIRsr) % b = 2 b = 1 b = coeficiente de inclinação da reta. c = coeficiente linear da reta (representa o b = 0,5 excesso de retorno do projeto, quando o c excesso de retorno do mercado for nulo). b = 0 (TIRm-TIRsr) % -30 -20 -10 10 20 30 40 50 Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto b = 0: - TIRA - TIRsr = c, ou seja, o excesso de retorno do projeto independe do excesso de retorno do mercado; - A variação do desempenho do mercado não afeta o desempenho do projeto; -Se o excesso de retorno do mercado aumenta ou diminui 10 pontos percentuais, o excesso de retorno do projeto permanece o mesmo; b = 1: - TIRA – TIRsr = (TIRm - TIRsr) + c; - A variação do desempenho do mercado afeta o desempenho do projeto; -Se o excesso de retorno do mercado aumenta ou diminui 10 pontos percentuais, o excesso de retorno do projeto aumenta ou diminui 10 pontos percentuais. b = 2: - TIRA - TIRsr) = 2 x (TIRm - TIRsr) + c; - A variação do desempenho do mercado afeta o desempenho do projeto; -Se o excesso de retorno do mercado aumenta ou diminui 10 pontos percentuais, o excesso de retorno do projeto aumenta ou diminui 20 pontos percentuais. b = 0,5: - TIRA - TIRsr = 0,5 x (TIRm - TIRsr) + c; - A variação do desempenho do mercado afeta o desempenho do projeto; -Se o excesso de retorno do mercado aumenta ou diminui 10 pontos percentuais, o excesso de retorno do projeto aumenta ou diminui 5 pontos percentuais. Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto O parâmetro b é chamado de coeficiente BETA do projeto e pode ser utilizado para quantificar o risco de mercado do mesmo, ou seja, o grau de variabilidade do desempenho do projeto, em função da variação do desempenho do mercado. b = 0 – o projeto tem risco de mercado ZERO; b = 1 – o projeto tem risco de mercado MÉDIO; b = 2 – o projeto tem risco de mercado GRANDE; b = 0,5 – o projeto tem risco de mercado PEQUENO. Avaliação do Riscode Mercado de um Projeto Como obter o coeficiente BETA de um projeto ?????? 1º) Método do Puro Jogo A empresa deve identificar várias empresas que se dediquem exclusivamente a projetos de mesma natureza que o projeto em análise, calcular o coeficiente BETA dessas empresas, obter um coeficiente médio e considerar que irá ser submetida a esse risco médio. 2º) Por Regressão Linear A empresa deve considerar o histórico (desempenho passado) dos retornos médios do mercado e dos retornos de projetos de mesma natureza que o projeto em análise e obter a equação Y = α.X ± β TIRA = α.TIRm ± β onde: α = (n . ∑X.Y - ∑X . ∑Y) / (n . ∑X² - (∑X)²) β = Ymed – α . Xmed Avaliação do Risco de Mercado de um Projeto Exemplo de obtenção do coeficiente BETA por regressão linear: α = 1,4999 β = - 5,8586 TIRA = 1,4999 . TIRm – 5,8586 O mesmo coeficiente de inclinação vale para a equação (TIRA – TIRsr) = (TIRm – TIRsr) . b ± c Assim o coeficiente BETA do projeto é igual a 1,4999 Taxa Interna de Retorno Esperada de um Projeto (TIRE) e Modelo de Precificação de Ativos de Capital O Modelo de Precificação de Ativos de Capital, na língua inglesa, “Capital Asset Pricing Model (CAPM)” foi concebido por Harry Markovitz e William Sharpe* e representa uma forma de relacionar o risco e o retorno esperado de um ativo (investimento). Dada a equação (TIRA – TIRsr) = (TIRm – TIRsr) . b ± c, e conhecido o coeficiente BETA de um projeto, tem-se: TIRE = TIRA = TIRsr + (TIRm - TIRsr) . b + c, que pode ser utilizada para a obtenção da taxa interna de retorno esperada do projeto. * Os autores receberam o Prêmio Nobel de Economia em 1990. Exemplo de Aplicação do CAPM: Para TIRsr = 8 % ; TIRm = 12 % e c = 10 %, obter as taxas internas de retorno esperadas para um projeto, considerando: a) b = 0: TIRE = 8 + (12 - 8) . 0 + 10 = 18 % - retorno esperado sem risco b) b = 1: TIRE = 8 + (12 - 8) . 1 + 10 = 22 % - retorno esperado com risco médio c) b = 2: TIRE = 8 + (12 - 8) . 2 + 10 = 26 % - retorno esperado com risco grande d) b = 0,5: TIRE = 8 + (12 - 8) . 0,5 + 10 = 20 % - retorno esperado com risco pequeno Considerações sobre a taxa interna de retorno esperada de um projeto: - As taxas internas de retorno esperadas para o projeto foram obtidas considerando-se apenas a sensibilidade do desempenho do mesmo, com relação ao desempenho médio do mercado, sem a necessidade de se conhecer o fluxo de caixa desse projeto; - Retornos esperados maiores (BETAS maiores) devem ser vistos com cuidado, pois, embora resultem em uma maior expectativa de rentabilidade (b = 2 TIRE = 26 %), representam um maior risco de insucesso, caso o comportamento do mercado com relação ao investimento livre de risco seja negativo. No exemplo: Se TIRm = 6 % (redução de 6 ptos. % no desempenho do mercado): Para b = 2: TIRE = 8 + (6 - 8) . 2 + 10 = 14 % (redução de 12 ptos. % no desempenho do projeto) Para b = 0,5: TIRE = 8 + (6 - 8) . 0,5 + 10 = 17 % (redução de 3 ptos. % no desempenho do projeto) Um projeto com maior BETA (maior risco) passa a ter um retorno esperado menor !!!!!! Obtenção do Coeficiente BETA de uma Empresa Uma vez conhecido o coeficiente BETA de todos os projetos que fazem parte da carteira de projetos de uma empresa, pode-se, obter o coeficiente BETA da mesma (be), como sendo a média ponderada dos coeficientes BETA de todos os projetos da carteira. be = Σ (bi . wi) / (Σ wi) Onde: be – coef. BETA da empresa; bi – coef. BETA do i-ésimo projeto da empresa; wi – grau de importância (peso) do i-ésimo projeto da empresa. wi = Capital Investido no i-ésimo projeto / Capital Total Investido Como Σ wi = 1: be = Σ (bi . wi) Com isso, pode-se obter a taxa interna de retorno média esperada para a empresa (TIREe), considerando todos os seus projetos de investimento: TIREe = TIRsr + (TIRm - TIRsr) . be ± c Considerações sobre o coeficiente BETA da empresa: - O coeficiente BETA da empresa irá representar uma estimativa da sensibilidade do retorno médio da empresa, com relação à variações no retorno do mercado. Em outras palavras, irá representar o RISCO da EMPRESA. - O risco da empresa será um reflexo do risco dos projetos de investimento adotados pela mesma: - Se os principais projetos da empresa são de baixo risco, a empresa terá baixo risco; - Se os principais projetos da empresa são de alto risco, a empresa terá alto risco. Exemplo Numérico 1: Na tabela a seguir, apresentam-se os investimentos iniciais e os coeficientes Beta dos cinco projetos que compõem a carteira de projetos de uma empresa: a) Calcular o coeficiente Beta da empresa be = (0,6 x 0,282) + (1,1 x 0,070) + (0,4 x 0,423) + (1,3 x 0,140) + (1,3 x 0,085) = 0,71 b) Para TIRsr = 8 % ; TIRm = 12 % e c = 10 %, calcular o retorno médio esperado para a empresa TIREe = 8 + (12 – 8) x 0,71 + 10 = 20,84 % c) Calcular a taxa interna de retorno média esperada para a empresa quando TIRm = 6 % (redução de 6 ptos. % no desempenho do mercado): TIREe = 8 + (6 – 8) x 0,71 + 10 = 16,58 % Comentários: - Os projetos mais importantes apresentam baixo risco e com isso, o risco da empresa também é baixo. - A redução de 6 pontos percentuais no desempenho do mercado resultou em redução de 4,26 pontos percentuais na TIREe. Projeto Custo Inicial ($) Coeficiente Beta 1 100.000,00 0,6 2 25.000,00 1,1 3 150.000,00 0,4 4 50.000,00 1,3 5 30.000,00 1,3 Exemplo Numérico 2: Repetir o exemplo anterior, considerando novos valores para os coeficientes Beta dos projetos (maior risco para os projetos mais importantes). a) be = (1,3 x 0,282) + (0,4 x 0,070) + (1,3 x 0,423) + (0,4 x 0,140) + (0,6 x 0,085) = 1,05 b) TIREe = 8 + (12 – 8) x 1,05 + 10 = 22,22 % c) TIREe = 8 + (6 – 8) x 1,05 + 10 = 15,9 % Comentários: - Os projetos mais importantes têm maior risco, o que aumenta o risco de mercado da empresa (1,05 > 0,71). - Com um desempenho positivo do mercado com relação ao investimento sem risco, a TIREe é maior que a obtida no exemplo anterior (22,22 % > 20,84 %). - A redução de 6 pontos percentuais no desempenho do mercado resultou em redução de 6,32 pontos percentuais na TIREe. - Com maior risco para os projetos mais importantes, um desempenho negativo do mercado com relação ao investimento livre de risco, resultou em uma TIREe menor que a obtida no exemplo anterior (15,9 % < 16,58 %). Projeto Custo Inicial ($) Coeficiente Beta 1 100.000,00 1,3 2 25.000,00 0,4 3 150.000,00 1,3 4 50.000,00 0,4 5 30.000,00 0,6 Exemplo Numérico 3: Repetir o exemplo anterior, considerando a inserção de um novo projeto na carteira de projetos da empresa, com custo inicial igual a $ 250.000,00 e coeficiente Beta igual a 0,5. a) be = (1,3 x 0,165) + (0,4 x 0,041) + (1,3 x 0,248) + (0,4 x 0,083) + (0,6 x 0,049) + (0,5 x 0,413) = 0,82 b) TIREe = 8 + (12 – 8) x 0,82 + 10 = 21,28 % c) TIREe = 8 + (6 – 8) x 0,82 + 10 = 16,4 % Comentários: - A inserção de um projeto importante (o mais importante da carteira), com baixo risco, contribuiu para a redução do risco da empresa (0,82 < 1,05). - Com um desempenho positivo do mercado com relação ao investimento sem risco, a TIREe é menor que a obtida no exemplo anterior (21,28 % < 22,22 %). - A redução de 6 pontos percentuais no desempenho do mercado resultou em redução de 4,88 pontos percentuais na TIREe. - Com a inserção de um projeto importante (o mais importante da carteira), com baixo risco, um desempenho negativo do mercado com relação ao investimento livre de risco, resultou em um desempenho para a empresa, superior ao estimado no exemplo anterior (16,4 % > 15,9 %). Utilização do coeficiente BETA para Aceitar ou Rejeitar Novos Projetos Situação A: A empresa busca a implantação do seu primeiro projeto e está analisando diversas alternativas,de mesma natureza ou de naturezas diferentes. - O objetivo é estabelecer um critério que classifique como viáveis aqueles projetos com rentabilidade (TIR ou TIRM), no mínimo igual à taxa interna de retorno esperada (TIRE) para projetos de mesma natureza, quando o mercado apresentar queda no desempenho; - Nesse caso, a TIRE se transforma na Taxa de Retorno Exigida (taxa mínima de atratividade ou custo do capital próprio da empresa): - TIRE = TMA ou custo do capital próprio da empresa. - A empresa deverá classificar como viáveis, projetos que apresentarem: - TIR ≥ TIRE ou TIRM ≥ TIRE Exemplo: para TIRm = 12 %; TIRsr = 8 % e c = 10 % a) Se b = 0: Considera-se que o projeto em análise apresenta risco Zero (mesmo risco de projetos já existentes e de mesma natureza). - TIRE = 8 + (12 – 8) x 0 + 10 = 18 % - A empresa deverá aceitar a alternativa de projeto em análise se: TIR ou TIRM ≥ 18 % - Se TIRm = 6 % (o desempenho do mercado diminui 6 ptos. %): TIRE = 8 + (6 – 8) x 0 + 10 = 18 % (não se altera com o desempenho do mercado). - Se a TIR do projeto em análise é igual a 18 %, não se altera com o desempenho do mercado (o projeto em análise permanece com desempenho igual ao desempenho esperado para projetos de mesma natureza). b) Se b = 1: Considera-se que o projeto em análise apresenta risco Médio (mesmo risco de projetos já existentes e de mesma natureza). - TIRE = 8 + (12 – 8) x 1 + 10 = 22 % - A empresa deverá aceitar a alternativa de projeto em análise se: - TIR ou TIRM ≥ 22 % - Se TIRm = 6 % (o desempenho do mercado diminui 6 ptos. %): - TIRE = 8 + (6 – 8) x 1 + 10 = 16 % - Se a TIR do projeto novo é igual a 22 %, seu valor irá diminuir para 16 % (o projeto em análise permanece com desempenho igual ao desempenho esperado para projetos de mesma natureza); - A parcela (TIRm – TIRsr) x b = (12 – 8) x 1 = 4 %, representa o “prêmio pelo risco”. Ou seja, trata-se de uma parcela adicional de retorno exigida pela empresa, para compensar o risco de mercado inerente ao projeto (lembrar que 4 % corresponde à diferença entre a TIRE com risco zero e a TIRE com risco médio). c) Se b = 2: Considera-se que o projeto em análise apresenta risco Grande (mesmo risco de projetos já existentes e de mesma natureza). TIRE = 8 + (12 – 8) x 2 + 10 = 26 % - A empresa deverá aceitar a alternativa de projeto em análise se: - TIR ou TIRM ≥ 26 % - Se TIRm = 6 % (o desempenho do mercado diminui 6 ptos. %): - TIRE = 8 + (6 – 8) x 2 + 10 = 14 % - - Se a TIR do projeto novo é igual a 26 %, seu valor irá diminuir para 14 % (o projeto em análise permanece com desempenho igual ao desempenho esperado para projetos de mesma natureza). - O “prêmio pelo risco”, nesse caso, é maior (8 %). Curva Risco x Retorno para a Empresa Os resultados anteriores permitem traçar a curva risco x retorno para a empresa em questão. Essa curva representa o retorno exigido pela empresa, em função do risco representado pelo coeficiente Beta. - A reta inclinada é denominada Linha de Mercado de Títulos (LMT) e separa as regiões de aceitação e de rejeição de projetos; - Os projetos A e B deverão ser aceitos pela empresa; - O projeto C deverá ser rejeitado pela empresa; - Conforme o risco aumenta, o “prêmio pelo risco” exigido pela empresa também aumenta. Situação B: A empresa possui uma carteira de projetos de mesma natureza e está avaliando projetos novos de mesma natureza que os projetos existentes. - Nesse caso, sugere-se analisar o desempenho econômico da empresa considerando todos os projetos que fazem parte da carteira; - Torna-se necessário definir sua taxa interna de retorno média: TIRe = Σ (TIRi . wi) / (Σ wi) Onde: TIRe – taxa interna de retorno média da empresa; TIRi – taxa interna de retorno do i-ésimo projeto da empresa; wi – grau de importância (peso) do i-ésimo projeto da empresa. wi = Capital Investido no i-ésimo projeto / Capital Total Investido Como Σ wi = 1: TIRe = Σ (TIRi . wi) - O objetivo é estabelecer um critério que classifique como viáveis aqueles projetos cuja rentabilidade (TIR ou TIRM) contribua para que a taxa interna de retorno média seja, no mínimo igual à taxa interna de retorno média esperada (TIREe) para a empresa, quando o mercado apresentar queda no desempenho; - Nesse caso, a TIREe se transforma na Taxa de Retorno Média Exigida para a empresa; - A empresa deverá classificar como viáveis, projetos que contribuam para que: - TIRe ≥ TIREe Exemplo: Na tabela a seguir, apresentam-se os cinco projetos que fazem parte da carteira de investimento de uma empresa: - A inserção desse novo projeto não altera o coeficiente Beta da empresa, assim: - TIREe = 8 + (12 – 8) x 0,9 + 10 = 21,6 % - A empresa deverá aceitar o novo projeto em análise, desde que o mesmo contribua para que: TIRe ≥ 21,6 % - Para que TIRe = 21,6 %, a taxa interna de retorno desse novo projeto (TIRA) deverá ser de: TIRe = 21,6 = (22 x 0,233) + (18 x 0,058) + (23 x 0,349) + (18 x 0,116) + (18 x 0,070) + (TIRA x 0,174) TIRA = 23,3 % é o valor mínimo de taxa interna de retorno para o novo projeto. Obs.: O valor acima deve ser considerado como a TMA ou custo do capital próprio da empresa, quando os novos projetos a serem analisados apresentarem coeficiente Beta igual a 0,9. Projeto Custo Inicial ($) Taxa Interna de Retorno (%) Coeficiente Beta 1 100.000,00 22 0,9 2 25.000,00 18 0,9 3 150.000,00 23 0,9 4 50.000,00 18 0,9 5 30.000,00 18 0,9 Para TIRsr = 8 % ; TIRm = 12 % e c = 10 %, determinar o valor mínimo exigido de taxa interna de retorno, para um novo projeto, com mesmo coeficiente Beta e com custo inicial de $ 75.000,00, candidato a ser inserido na carteira de projetos da empresa. - Se TIRm = 6 % (o desempenho do mercado diminui 6 ptos. %): TIREe = 8 + (6 – 8) x 0,9 + 10 = 16,2 %, que passa a ser o novo valor da taxa interna de retorno média esperada para a empresa. - A taxa interna de retorno de cada projeto diminui 5,4 ptos. % (6 x 0,9): - A taxa interna de retorno média da empresa passa a ser: - TIRe = (16,6 x 0,233) + (12,6 x 0,058) + (17,6 x 0,349) + (12,6 x 0,116) + (12,6 x 0,070) + (17,9 x 0,174) = 16,2 % - Se a taxa interna de retorno do novo projeto for igual a 23,3 %, cairá para 17,9 %, quando a taxa interna de retorno média do mercado cair para 6 % e a empresa apresentará um desempenho igual ao desempenho médio esperado (TIRe = TIREe). Projeto Custo Inicial ($) Taxa Interna de Retorno (%) 1 100.000,00 16,6 2 25.000,00 12,6 3 150.000,00 17,6 4 50.000,00 12,6 5 30.000,00 12,6 6 75.000,00 17,9 Questões Adicionais - O que aconteceria com os resultados anteriores, caso: 1º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco pequeno (coeficiente Beta menor que o dos projetos já existentes) e elevado grau de importância (projeto com maior custo inicial). 2º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco pequeno (coeficiente Beta menor que o dos projetos já existentes) e baixo grau de importância (projeto com menor custo inicial). 3º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco grande (coeficiente Beta maior que o dos projetos já existentes) e elevado grau de importância (projeto com maior custo inicial). 4º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco grande (coeficiente Beta maior que o dos projetos já existentes) e baixo grau de importância (projeto com menor custo inicial). Situação C: A empresa possui uma carteira de projetos de naturezas diferentes e está avaliando projetos novos de naturezas diferentes. Exemplo: na tabela a seguir, apresentam-se os cinco projetos que fazem parte da carteira de investimento de uma empresa: - A inserção desse novo projeto altera o coeficiente Beta da empresa, assim: be = (0,9 x 0,233)+ (1,1 x 0,058) + (1,3 x 0,349) + (0,8 x 0,116) + (1,2 x 0,070) + (1,1 x 0,174) = 1,095 - TIREe = 8 + (12 – 8) x 1,095 + 10 = 22,38 % - A empresa deverá aceitar o novo projeto em análise, desde que o mesmo contribua para que: TIRe ≥ 22,38 % (comparar esse valor com o do exemplo anterior). - Para que TIRe = 22,38 %, a taxa interna de retorno desse novo projeto (TIRA) deverá ser de: TIRe = 22,38 = (22 x 0,233) + (18 x 0,058) + (23 x 0,349) + (18 x 0,116) + (18 x 0,070) + (TIRA x 0,174) TIRA = 27,79 % (comparar esse valor com o do exemplo anterior). Obs.: O valor acima deve ser considerado como a TMA ou custo do capital próprio da empresa, quando os novos projetos a serem analisados apresentarem coeficiente Beta igual a 1,1. Projeto Custo Inicial ($) Taxa Interna de Retorno (%) Coeficiente Beta 1 100.000,00 22 0,9 2 25.000,00 18 1,1 3 150.000,00 23 1,3 4 50.000,00 18 0,8 5 30.000,00 18 1,2 Para TIRsr = 8 % ; TIRm = 12 % e c = 10 %, determinar o valor mínimo exigido de taxa interna de retorno, para um novo projeto, com coeficiente Beta igual a 1,1 e com custo inicial de $ 75.000,00, candidato a ser inserido na carteira de projetos da empresa. - Se TIRm = 6 % (o desempenho do mercado diminui 6 ptos. %): TIREe = 8 + (6 – 8) x 1,095 + 10 = 15,81 %, que passa a ser o novo valor da taxa interna de retorno média esperada para a empresa. - A taxa interna de retorno de cada projeto diminui de acordo com os respectivos coeficientes Beta: - A taxa interna de retorno média da empresa passa a ser: - TIRe = (16,6 x 0,233) + (11,4 x 0,058) + (15,2 x 0,349) + (13,2 x 0,116) + (10,8 x 0,070) + (21,2 x 0,174) = 15,81 % - Se a taxa interna de retorno do novo projeto for igual a 27,79 %, cairá para 21,2 %, quando a taxa interna de retorno média do mercado cair para 6 % e a empresa apresentará um desempenho igual ao desempenho médio esperado (TIRe = TIREe). - A inserção do novo projeto, com coeficiente Beta igual a 1,1, fez aumentar a taxa de retorno média exigida pela empresa, aumentando consequentemente a taxa interna de retorno mínima para a aceitação de um novo projeto (observar que o coeficiente Beta da empresa Projeto Custo Inicial ($) Taxa Interna de Retorno (%) 1 100.000,00 16,6 2 25.000,00 11,4 3 150.000,00 15,2 4 50.000,00 13,2 5 30.000,00 10,8 6 75.000,00 21,2 Questões Adicionais - O que aconteceria com os resultados anteriores, caso: 1º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco pequeno e elevado grau de importância (projeto com maior custo inicial). 2º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco grande e elevado grau de importância (projeto com maior custo inicial). 3º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco pequeno e baixo grau de importância (projeto com menor custo inicial). 4º) O novo projeto a ser inserido na carteira apresentar risco grande e baixo grau de importância (projeto com menor custo inicial). Considerações sobre a Diversificação da Carteira de Projetos de uma Empresa - A inserção de projetos importantes e de baixo risco reduz a incerteza quanto ao retorno esperado pela empresa; - Nas situações de desempenho negativo do mercado, com relação ao investimento livre de risco, a empresa se torna mais robusta economicamente, na medida em que seu desempenho não irá apresentar uma redução muito significativa; - Um projeto de grande risco pode ter seu efeito sobre a empresa bastante diminuído, caso o mesmo faça parte de uma carteira de projetos mais importantes e de menor risco; - Muitas empresas realizam grandes esforços em busca da diversificação da sua carteira de projetos e consideram tal objetivo como estratégico.
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