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2a E DIÇ ÃO - IS O 3 1.00 0 Gestão de Riscos Antonio Celso Ribeiro Brasiliano Gestão e Análise de Riscos coRpoRAtivos: método bRAsiliAno AvAnçAdo Antonio Celso Ribeiro Brasiliano São Paulo, 2010 20 Edição Gestão e Análise de Riscos coRpoRAtivos: método bRAsiliAno AvAnçAdo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Brasiliano, Antonio Celso Ribeiro Gestão e análise de riscos corporativos : Método Brasiliano avançado / Antonio Celso Ribeiro Brasiliano. -- São Paulo : Sicurezza, 2010. Bibliografia. ISBN 978-85-87297-19-8 1. Administração de riscos 2. Análise de risco - Método Brasiliano 3. Planejamento estratégico 4. Risco - Administração I. Título. 09-10600 CDD-658.155 Índices para catálogo sistemático: 1. Gestão e análise de riscos corporativos : Planejamento estratégico : Administração de empresas 658.155 Titulo Original: Gestão e análise de riscos corporativos : Método Brasiliano avançado © Copyright 2010 by Antonio Celso Ribeiro Brasiliano 2a edição, Novembro 2010 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio, em seu todo ou em partes, sem autorização expressa do autor e do editor. Direitos dessa edição cedidos por contrato para: Sicurezza Gestão de Riscos Corporativos, Editora e Distribuidora Ltda Endereço fiscal: Rua Damasio Rodrigues Gomes, 301 - Jardim Cupece São Paulo - SP - Cep 04652-150 Telefone: 11 5531 6171 Email: editora@sicurezzaeditora.com.br Coordenação: Enza Cirelli Projeto Gráfico : Agencia BM Design - contato@agenciabmdesign.com.br Fotolito, impressão e acabamento: JF Artes Gráficas Ao meu neto Antonio, guerreiro da terceira geração, que renova constantemente a energia da minha vida. Prefácio O Processo de Gestão de Riscos Corporativos, no Brasil, ainda é novo e pouco aplicado, devendo ser implantado e revisado pelo menos anu- almente pelo seu gestor, envolvendo toda a empresa. Este livro, Gestão e Análise de Riscos Corporativos, tem a finalidade de ajudar os gestor de riscos a implantar um processo lógico de gestão e análise de riscos, possuindo critérios, métodos e ferramentas que já são utilizadas em inúmeras empresas no Brasil e no mundo. Descrevo também neste livro a importância da ISO 31000 e seu framework, que será empre- gado pelo mundo a partir de seu lançamento, em novembro de 2009. O objetivo do gestor de riscos possuir um processo lógico de gestão de riscos (GR) é a manutenção da competitividade da empresa neste nosso mundo extremamente turbulento. A gestão de riscos corporati- vos deve estar em perfeita consonância com os objetivos estratégicos da empresa, coincidindo com seu horizonte temporal. Meu objetivo é reunir neste livro as informações e orientações da ativi- dade de quem gerencia riscos: a compreensão e preparação do Pro- cesso de Gestão e Análise de Riscos Corporativos, já alinhado com as diretrizes da ISO 31000. Em todos os meus prefácios escrevo aos colegas que se, por acaso, uma enorme tentação vier bater às suas portas, no sentido de não ten- tar colocar em prática os conceitos aqui abordados, pensem no que Normam Vaghum disse: “Sonhe grande, ouse fracassar.” Sucesso e Sorte a todos nós!! Antonio Celso Ribeiro Brasiliano abrasiliano@brasiliano.com.br Setembro de 2009 Sumário Prefácio 1. Introdução 7 2. Objetivos Estratégicos da Gestão de Riscos Corporativos 8 3. ISO 31000 – Mudança de Paradigma 15 4. Framework do Processo de Gestão e Análise de Riscos Corporativos – Método Brasiliano 22 5. Comunicação e Consulta 27 6. Contextos Estratégicos 32 7. Identificação dos Perigos e dos Fatoresde Riscos 42 8. Análise de Riscos – Método e Critérios 78 9. Avaliação de Riscos – Matriz de Riscos 88 10. Nível de Riscos - Processos – Departamentos – Unidades - Edificações 91 11. Tratamento dos Riscos – Plano de Ação - Ferramentas 103 12. Monitoramento e Análise Crítica dos Riscos 117 13. Conclusão 119 Bibliografia Sobre o Autor 7Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 1. Introdução As empresas devem estar comprometidas com seus clientes, acionis- tas, parceiros comerciais e com a sociedade em que atua, focando esforços em reduzir os riscos existentes e/ou os que possam se ma- nifestar no futuro e também na maximização das oportunidades de negócio. Para tanto, é necessário conhecer os riscos que a afetam e seus impactos sobre os seus negócios. Os riscos permeiam todos os níveis das atividades do negócio e, se não forem gerenciados adequadamente, poderão resultar em perdas finan- ceiras, deterioração da imagem e reputação ou desencadear uma crise. O gerenciamento de riscos tem se tornado um assunto de suma impor- tância no meio empresarial, uma vez que a conscientização da neces- sidade de administração dos riscos potenciais é, hoje, uma questão de competitividade e sobrevivência. Para que seja eficaz, o gerenciamento de riscos deve fazer parte da cultura de qualquer empresa e deve estar inserido em sua filosofia, nas práticas e nos processos de negócio. O Método Avançado de Análise e Resposta aos Riscos Corporativos – Método Brasiliano fornece um processo para a identificação dos perigos, avaliação dos seus Fatores de Riscos, análise e avaliação dos riscos corporativos. Este método descreve os passos a serem percorridos, as ferramentas a serem utilizadas, os critérios a ado- tar na probabilidade, impacto, além de estabelecer priorização de ações a serem executadas. É uma ferramenta de gestão, alinhada com a Futura ISO 31000. 8Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 2. Objetivos Estratégicos da Gestão de Riscos Corporativos 2.1 PREMISSAS ESTRATÉGICAS A premissa inerente ao gerenciamento de riscos corporativos é que toda organização existe para gerar valor às partes interessadas. Todas as organizações enfrentam incertezas, e o desafio de seus administra- dores é determinar até que ponto aceitar essa incerteza, assim como definir como essa incerteza pode interferir no esforço para gerar valor às partes interessadas. Incertezas representam riscos e oportunidades, com potencial para destruir ou agregar valor. O gerenciamento de riscos corporativos possibilita aos administradores tratar com eficácia as incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melho- rar a capacidade de gerar valor. O valor é maximizado quando a organização estabelece estratégias e objetivos para alcançar o equilíbrio ideal entre as metas de crescimen- to e de retorno de investimentos e os riscos a elas associados, e para explorar os seus recursos com eficácia e eficiência na busca dos obje- tivos da organização. Os objetivos estratégicos do gerenciamento de riscos corporativos, segundo as premissas da Metodologia COSO são: 1. Alinhar o apetite a risco com a estratégia adotada – os admi- nistradores avaliam o apetite a risco da organização ao anali- sar as estratégias, definindo os objetivos a elas relacionados e desenvolvendo mecanismos para gerenciar esses riscos. 2. Fortalecer as decisões em resposta aos riscos – o ge- renciamento de riscos corporativos possibilita o rigor na 9Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo identificação e na seleção de alternativas de respostas aos riscos – como evitar, reduzir, compartilhar e aceitar os riscos. 3. Reduzir as surpresas e prejuízos operacionais – organi- zações adquirem melhor capacidade para identificar even- tos em potencial e estabelecer respostas a estes, reduzindo surpresas e custos ou prejuízos associados.4. Identificar e administrar riscos múltiplos e entre empre- endimentos – toda organização enfrenta uma gama de riscos que podem afetar diferentes áreas da organização. A gestão de riscos corporativos possibilita uma resposta eficaz a impactos inter relacionados e, também, respostas integradas aos diversos riscos. 5. Aproveitar oportunidades – pelo fato de considerar todos os eventos em potencial, a organização posiciona-se para identificar e aproveitar as oportunidades de forma proativa. 6. Otimizar o capital – a obtenção de informações adequa- das a respeito de riscos possibilita à administração conduzir uma avaliação eficaz das necessidades de capital como um todo e aprimorar a alocação desse capital. Essas qualidades, inerentes ao gerenciamento de riscos corporativos ajudam os administradores a atingir as metas de desempenho e de lucratividade da organização, e evitam a perda de recursos. O geren- ciamento de riscos corporativos contribui para assegurar comunica- ção eficaz e o cumprimento de leis e regulamentos, bem como evitar danos à reputação da organização e suas conseqüências. Em suma, o gerenciamento de riscos corporativos ajuda a organização a atingir seus objetivos e a evitar os perigos e surpresas em seu percurso. 2.2 EVENTOS – RISCOS E OPORTUNIDADES Os eventos podem gerar impacto tanto negativo quanto positivo ou ambos. Os que geram impacto negativo representam riscos que 10Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo podem impedir a criação de valor ou mesmo destruir o valor existente. Os de impacto positivo podem contrabalançar os de impacto negativo ou podem representar oportunidades, que por sua vez representam a possibilidade de um evento ocorrer e influenciar favoravelmente a rea- lização dos objetivos, apoiando a criação ou a preservação de valor. A direção da organização canaliza as oportunidades para seus proces- sos de elaboração de estratégias ou objetivos, formulando planos que visam ao aproveitamento destes. 2.3 DEFINIÇÃO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS CORPORATIVOS A gestão de riscos corporativos trata riscos e oportunidades que afetam a criação ou a preservação de valor, sendo definido, pela me- todologia COSO da seguinte forma: O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. Essa definição reflete certos conceitos fundamentais. O gerenciamen- to de riscos corporativos é: 1. um processo contínuo que flui através da organização; 2. conduzido pelos profissionais em todos os níveis da organização; 3. aplicado à definição das estratégias; 4 - aplicado em toda a organização, em todos os níveis e uni- dades, e inclui a formação de uma visão de portfólio de to- dos os riscos a que ela está exposta; 11Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 5 - formulado para identificar eventos em potencial, cuja ocor- rência poderá afetar a organização, e para administrar os riscos de acordo com seu apetite a risco; 6 - capaz de propiciar garantia razoável para o conselho de administração e a diretoria executiva de uma organização; 7 - orientado para a realização de objetivos em uma ou mais categorias distintas, mas dependentes. Essa definição é intencionalmente ampla e adota conceitos fundamen- tais sobre a forma como as empresas e outras organizações adminis- tram riscos, possibilitando uma base para sua aplicação em organi- zações, indústrias e setores. O gerenciamento de riscos corporativos orienta seu enfoque diretamente para o cumprimento dos objetivos estabelecidos por uma organização específica e fornece parâmetros para definir a eficácia desse gerenciamento de riscos. 2.4 REALIZAÇÃO DE OBJETIVOS Com base na missão ou visão estabelecida por uma organização, a ad- ministração estabelece os planos principais, seleciona as estratégias e determina o alinhamento dos objetivos nos níveis da organização. Essa estrutura de gerenciamento de riscos corporativos é orientada a fim de alcançar os objetivos de uma organização e são classificados em quatro categorias: 1. Estratégicos – metas gerais, alinhadas com o que suportem à sua missão. 2. Operações – utilização eficaz e eficiente dos recursos. 3. Comunicação – confiabilidade de relatórios. 4. Conformidade – cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis. Essa classificação possibilita um enfoque nos aspectos distintos do ge- renciamento de riscos de uma organização. Apesar de dessas catego- rias serem distintas, elas se inter-relacionam, uma vez que determinado 12Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo objetivo pode ser classificado em mais de uma categoria, tratam de necessidades diferentes da organização e podem permanecer sob a responsabilidade direta de diferentes executivos. Essa classificação também permite diferenciar o que pode ser esperado de cada catego- ria de objetivos. A salvaguarda dos recursos, outra categoria utilizada por algumas organizações, também é descrita. Em razão do fato dos objetivos relacionados com a confiabilidade e re- latórios e o cumprimento de leis e regulamentos estarem sob controle da organização, pode-se esperar que o gerenciamento de riscos cor- porativos forneça uma garantia razoável em relação ao atendimento desses objetivos. Entretanto, a realização de objetivos estratégicos e operacionais está sujeita à ação de eventos externos nem sempre sob o controle da organização; da mesma forma, em relação a esses ob- jetivos, o gerenciamento de riscos corporativos é capaz de propiciar uma garantia razoável que a diretoria executiva e o conselho de ad- ministração, na função de supervisão, serão informados, no momen- to adequado, o quanto a organização está avançando na direção do atendimento dos objetivos. 2.5 COMPONENTES DO GERENCIAMENTO DE RISCOS – METODOLOGIA COSO – ERM O gerenciamento de riscos corporativos é constituído de oito compo- nentes inter-relacionados, segundo a Metodologia COSO – ERM (En- terprise Risk Management): Ambiente Interno – o ambiente interno compreende o tom de uma organização e fornece a base pela qual os riscos são identificados e abordados pelo seu pessoal, inclusive a filoso- fia de gerenciamento de riscos, o apetite a risco, a integridade e os valores éticos, além do ambiente em que estes estão. Fixação de Objetivos – os objetivos devem existir an- tes que a administração possa identificar os eventos em 13Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo potencial que poderão afetar a sua realização. O geren- ciamento de riscos corporativos assegura que a admi- nistração disponha de um processo implementado para estabelecer os objetivos que propiciem suporte e estejam alinhados com a missão da organização e sejam compatí- veis com o seu apetite a riscos. Identificação de Eventos – os eventos internos e externos que influenciam o cumprimento dos objetivos de uma orga- nização devem ser identificados e classificados entre ris- cos e oportunidades. Essas oportunidades são canalizadas para os processos de estabelecimento de estratégias da administração ou de seus objetivos. Avaliação de Riscos – os riscos são analisados, considerando- se a sua probabilidade e o impacto como base para determinar o modo pelo qual deverãoser administrados. Esses riscos são avaliados quanto à sua condição de inerentes e residuais. Resposta a Risco – a administração escolhe as respostas aos riscos - evitando, aceitando, reduzindo ou comparti- lhando – desenvolvendo uma série de medidas para alinhar os riscos com a tolerância e com o apetite a risco. Atividades de Controle – políticas e procedimentos são estabelecidos e implementados para assegurar que as res- postas aos riscos sejam executadas com eficácia. Informações e Comunicações – as informações relevan- tes são identificadas, colhidas e comunicadas no prazo que permitam que cumpram suas responsabilidades. A comu- nicação eficaz também ocorre em um sentido mais amplo, fluindo em todos níveis da organização. Monitoramento – a integridade da gestão de riscos corporativos é monitorada e são feitas as modificações necessárias. O monitoramento é realizado através de ativi- dades gerenciais contínuas ou avaliações independentes ou de ambas as formas. 14Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo A rigor, o gerenciamento de riscos corporativos não é um processo em série pelo qual um componente afeta apenas o próximo. É um proces- so multidirecional e interativo segundo o qual quase todos os compo- nentes influenciam os outros. Informações e Comunicações Monitoramento Atividades de Controle Resposta ao Risco Avaliação de Riscos Fixação de Objetivos Ambiente Interno Estr atég ico Ope raci ona l Com uni caç ão Con form idad e Figura 1 - Visão Tridimensional da Metodologia COSO - ERM 2.6 RELACIONAMENTO ENTRE OBJETIVOS E OS COMPONENTES DA METODOLOGIA COSO - ERM Existe um relacionamento direto entre os objetivos, que uma organiza- ção empenha-se em alcançar, e os componentes do gerenciamento de riscos corporativos, que representam aquilo que é necessário para o seu alcance. Esse relacionamento é apresentado em uma matriz tridi- mensional em forma de cubo. As quatro categorias de objetivos (estratégicos, operacionais, de co- municação e conformidade) estão representadas nas colunas verti- cais. Os oito componentes nas linhas horizontais e as unidades de uma organização na terceira dimensão. Essa representação ilustra a capacidade de manter o enfoque na totalidade do gerenciamento de riscos de uma organização, ou na categoria de objetivos, componen- tes, unidade da organização ou qualquer um dos subconjuntos. 15Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 3. ISO 31000 - Mudança de Paradigma 3.1 CONTEXTO Durante os anos de 2007 e 2008 uma série de questões de riscos des- de a crise de liquidez nos mercados financeiros até as preocupações emergentes sobre terrorismo, clima, disponibilidade de alimentos, infra estrutura e energia, focou a atenção global na fragilidade sistêmica dos processos estratégicos das nações e consequentemente do mundo. Uma conscientização do risco e gerenciamento de risco é cada vez mais vista como um pré-requisito para controle efetivo tanto no setor privado e como público. Dentro deste contexto é que neste segundo semestre de 2009 será lan- çada oficialmente a ISO 31000, que possui como desafio integrar os dife- rentes conceitos da Gestão de Riscos Corporativos. A norma está sendo desenvolvida por uma comissão especial da ISO (International Organiza- tion for Standardization) e teve sua numeração definida como ISO 31000. A ISO 31000 surgiu da necessidade de harmonizar padrões, regulamen- tações e frameworks publicados anteriormente e que de alguma forma estão relacionados com a gestão de riscos. A origem da norma, que pode ser aplicada por empresas ou indivíduos e fornece diretrizes para implementação de gestão de riscos em organizações de qualquer tipo, tamanho ou área de atuação, vem da necessidade das corporações de lidar com as incertezas que podem afetar os seus objetivos. Estes objetivos podem estar relacionados com várias atividades da organiza- ção, desde as iniciativas estratégicas como as atividades operacionais, processos ou projetos. Assim, a norma pode ser aplicada aos vários tipos de riscos ligados aos diferentes setores da organização, tais como 16Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo financeiro, saúde e meio ambiente, tecnologia da informação, seguran- ça empresarial, seguros, e de projetos, entre outros, incluindo a visão moderna de que risco também é oportunidade. A ISO 3100 surge também para integrar as diversas metodologias e terminologias, pois hoje ainda há falta de consenso em relação à termi- nologia e aos conceitos utilizados para a gestão de riscos. O resultado mais comum dessa equação é que a gestão de riscos aca- ba sendo tratada de forma ISOlada, fazendo com que vários gestores ( saúde, meio ambiente, segurança de TI e empresarial, legal, finan- ceiro, seguros, entre outros) trabalhem em ilhas departamentais, o que ocasiona a utilização de terminologias, sistemas, critérios e conceitos diferentes para cada uma das áreas da empresa. Ou seja cada depar- tamento não possui o denominado impacto cruzado, não enxerga o impacto do risco que está estudando em outras áreas e ou processos. A ISO 31000 possui processo consistente e uma estrutura abrangente para ajudar a assegurar que o risco será gerenciado de forma eficaz, eficiente e coerentemente. Por esta razão a abordagem é genérica fornecendo os princípios e diretrizes para gerenciar qualquer forma de risco de uma maneira sistemática, transparente e confiável, dentro de qualquer escopo e contexto. Segundo o texto do Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009, projeto este elaborado pela Comissão de Estudo Es- pecial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, descreve na sua página 04 e 05, as possibilidades da gestão de riscos nas empresas: - aumentar a probabilidade de atingir os objetivos; - encorajar uma gestão proativa; - estar atento para a necessidade de identificar e tratar os riscos através de toda organização; - melhorar a identificação de oportunidades e ameaças; - atender às normas internacionais e requisitos e regulamen- tos pertinentes; 17Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo - melhorar o reporte das informações financeiras; - melhorar a governança corporativa; - melhorar a confiança das partes interessadas; - estabelecer uma base confiável para a tomada de decisão e o planejamento; - melhorar os controles; - alocar e utilizar eficazmente os recursos para o tratamento dos riscos; - melhorar a eficácia e a eficiência operacional; - melhorar o desempenho em saúde e segurança, bem como proteção ao meio ambiente; - melhorar a prevenção de perdas e a gestão de incidentes; - minimizar perdas; - melhorar a aprendizagem organizacional; e - aumentar a resilência da organização. 3.2 ORGANIZAÇÃO DA NORMA 3.2.1 Organização A norma possui a seguinte organização: Introdução 1. Escopo 2. Termos e Definições 3. Princípios 4. Estrutura 5. Processo 6. Anexos: A Atributos de uma gestão de riscos avançada 18Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 3.2.2 Estrutura O sucesso da gestão de riscos depende da estrutura de gestão que fornece os fundamentos e os arranjos que irão incorporá-la através da organização, em todos os níveis. A estrutura descreve os componen- tes necessários da estrutura para gerenciar riscos e a forma como eles se inter-relacionam. O diagrama abaixo foi retirado do Projeto ABNT/ CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009 (página 15), projeto este elaboradopela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Ris- cos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000: Figura 2 - Relacionamento entre os componentes da estrutura para gerenciar riscos 3.2.3 Processo O processo descrito no Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009, projeto este elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, página 20 e 21 é: Convém que o processo de gestão de riscos seja: - parte integrante da gestão; - incorporado na cultura e nas práticas, e - adaptado aos processo de negócio da organização. 19Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Ele compreende as seguintes atividades: Figura 3 - Processo de gestão de riscos Genéricamente o processo estruturado sugerido possui sete fases claramente identificadas, sendo um processo retro alimentativo. Ou seja segue os princípios do ciclo da qualidade, PDCA – Plan – Do – Check – Action. A fase de comunicação e consulta abrange todas elas e é inter-relacio- nada. Abrange tanto a comunicação interna e externa, assegurando que os responsáveis e partes interessadas compreendam os fundamentos sobre os quais as decisões são tomadas e as respectivas razões. A fase do estabelecimento do contexto é entender os fatores e as variáveis externas, incluindo os fatores chaves, as tendências e as relações com as partes interessadas externas e suas percepções de valores. Já no contexto interno é entender seus objetivos estra- tégicos, a cultura, processos, estrutura e estratégia. No contetxo estabelece o processo de gestão de riscos com sua estrutura, seus 20Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo critérios e métodos que a organização deverá utilizar. Define-se me- tas e objetivos além de responsabilidades e o apetite ao risco que a organização quer possuir. A fase da identificação de riscos, no processo de avaliação de ris- cos, é a listagem dos perigos que o processo, departamento e ou empresa possui com as respectivas fontes de riscos. A identificação deve ser crítica, pois um risco que não é identificado nesta fase não será incluído em análises posteriores. Fica claro que esta é a fase estratégica pois é nesta que se entende os fatores de riscos, os fatores facilitadores da existência do risco na empresa. A fase de análise de riscos desenvolve a compreensão dos riscos. Com a compreensão dos riscos é que a empresa poderá tomar de- cisão sobre seu tratamento. Nesta fase, estima-se a Probabilidade e Consequência do risco na empresa. A análise envolve a apreciação das causas e as fontes de risco, suas conseqüências positivas e nega- tivas, e a probabilidade de que essas conseqüências possam ocorrer. A norma não especifica critérios e métodos, sendo que a organização é que deve escolher, tendo em vista as características do negócio. A fase da avaliação de riscos é para auxiliar na tomada de decisões com base nos resultados da análise de riscos, sobre quais riscos necessitam de tratamento e a prioridade para a implementação do tratamento. A avaliação de riscos envolve comparar o nível de risco encontrado durante a análise de riscos. Deve-se utilizar uma Matriz de Riscos como ferramenta de gestão. A fase de Tratamento de Riscos envolve um processo cíclico com- posto por: - a avaliação do tratamento já realizado; - a decisão se os níveis de risco residual são toleráveis; - se não forem toleráveis, a definição e implementação de um novo tratamento; - a avaliação e eficácia desse tratamento. 21Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo As opções de tratamento são as universais: - a ação de evitar o risco; - a tomada ou aumento do risco – se o risco for positivo; - a remoção da fonte de riscos; - a alteração da probabilidade; - a alteração das conseqüências; - o compartilhamento do risco; e - a retenção do risco por uma decisão consistente e bem embasada. A última fase, monitoramento e análise crítica é a fase da checa- gem ou das vigilâncias regulares. Podem ser regulares – periódicas ou acontecerem em resposta a um fato específico. Deve haver uma definição clara e direta das responsabilidades de quem vai realizar o monitoramento e análise crítica. 3.2.4 Registros do Processo de Gestão de Riscos As atividades de gestão de riscos devem ser rastreáveis. Ou seja deve haver registros, pois estes fornecem os fundamentos para melhoria dos métodos e ferramentas, bem como de todo o processo. 3.3 CONCLUSÃO O grande desafio no desenvolvimento da ISO 31000 estava em esta- belecer uma linguagem comum, bem como padronizar as melhores práticas e abordagens para que as organizações possam implementar a gestão de riscos em seus processos. Por se tratar de uma proposta de convergência alinhada com a visão integrada de ERM (Enterprise Risk Management), a nova norma não concorre com outras orientações já existentes, fornecendo orientações e alinhamento com outros conjuntos de regras específicos. 22Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 4. Framework do Processo de Gestão e Análise de Riscos Corporativos – Método Brasiliano 4.1 VISÃO GERAL DO MÉTODO O gerenciamento do risco é uma parte do processo de gerenciamento empresarial. O gerenciamento do risco é um processo de múltiplas facetas, aspectos adequados dos quais são freqüentemente melhores realizados por uma equipe múltipla disciplinar. É um processo interati- vo de melhoria contínua. O Método Avançado de Gestão e Análise de Riscos Corporativos – Método Brasiliano possui como elementos principais do processo o mostrado na figura abaixo, que estão alinhados com a Futura Norma ISO 31000. Os elementos principais do processo estão integrados no ciclo do P (Plan) D (Do) C (Check) A (Action). No Método Brasiliano sugerimos ferramentas e critérios nas fases de identificação, análise e avaliação de riscos. Estas ferramentas e crité- rios são frutos da experiência da Brasiliano & Associados na implanta- ção de projetos de Gestão de Riscos nas empresas clientes. 23Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Figura 4 - Fases do Método Brasiliano – Adaptado da ISO 31000 Figura 5 - Ciclo PdCA x Fases de Gestão e Análise de riscos do Método Brasiliano 24Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 4.2 DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS PRINCIPAIS DO MÉTODO 4.2.1 Comunicação e Consulta A comunicação e consulta é a forma como vai estabelecer o processo e a estratégia de comunicação com as partes interessadas. É uma fase que permeia todo o processo de gestão e análise de riscos. É extremamente estratégico, pois sem a comunicação não vai existir processo de gestão de riscos tendo em vista não sensibilizar os usuários do processo. 4.2.2 Contextos Estratégicos O estabelecimento do contexto é dividido em três níveis. O primeiro diz respeito ao entendimento da empresa, através da compreensão dos ob- jetivos estratégicos e organizacionais, a cultura e como ela – empresa – pensa sobre a questão de gestão de riscos. O segundo nível é sobre as variáveis externas incontroláveis que poderão interferir ou expor os obje- tivos estratégicos da empresa. Na verdade há necessidade de construir cenários de riscos estratégicos. O terceiro nível é sobre a Política de Gestão de Riscos da empresa, onde será detalhado a estrutura que se vai trabalhar e quais critérios e metodologia a empresa vai utilizar. 4.2.3 Identificação dos Perigos e dos Fatores de Riscos Esta terceira fase possui três objetivos: 1. Identificar e listaros perigos que a empresa, unidades, pro- cessos e ou departamentos estão expostos. A listagem deve ser realizada através de reuniões do tipo BRAINSTORMING, levantando tanto os perigos conhecidos como os desconheci- dos. Os perigos desconhecidos são aqueles que nunca acon- teceram, porém podem ocorrer, mesmo que remotamente; 2. Identificar os fatores de Riscos. Os Fatores de Riscos, também chamados de Fatores Facilitadores e ou Fontes de Riscos, são os eventos que podem potencializar a 25Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo concretização dos perigos. São variáveis controláveis e in- controláveis. Utilizamos para isso a Ferramenta de Gestão o Diagrama de Causa e Efeito; 3. Avaliar os Fatores de Riscos. A avaliação dos fatores de ris- cos é a mensuração dos respectivos fatores com o objetivo de identificar quais são os fatores de maior importância e ou motricidade. Ou seja quais são os fatores que devem ser tratados, quais fatores interferem no contexto de riscos. Utilizamos para isso duas Ferramentas de Gestão: a Matriz SWOT e ou a Matriz de Impactos Cruzados. 4.2.4 Análise de Riscos Nesta fase estabelecemos critérios para os dois parâmetros univer- sais: a Probabilidade e o Impacto. Os critérios para os dois parâme- tros são de suma importância para a elaboração do estudo de análise de riscos. O Cruzamento destes dois parâmetros tem como resultado uma Matriz de Riscos. 4.2.5 Avaliação de Riscos – Nível de Riscos Comparar os níveis de riscos em relação ao critério pré-estabelecido. A relevância dos riscos possui como parâmetro a Matriz de Riscos. O resultado da matriz de riscos é o grau de criticidade, ou seja, qual é a priorização que a empresa deve tratar cada risco, frente ao seu ape- tite ao risco. A matriz é dividida em quadrantes e para cada quadrante há uma estratégia de tratamento e priorização. Cabe ressaltar que é nesta fase também que estabelece o Grau de Riscos dos Processos estudados e ou das Unidades/Sites Empresariais. 4.2.6 Respostas aos Riscos – Plano de Ação O Plano de Ação é o tratamento dos riscos, ou seja qual será a res- posta que a empresa terá que operacionalizar. Aceitar, Reter, Reduzir, Transferir, Explorar e ou Evitar? Desenvolver e implementar um pla- no específico de gerenciamento o qual inclui consideração de provi- 26Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo mento de fundos. O Plano de Ação é o conjunto de medidas organi- zacionais, sistemas técnicos de prevenção e monitoração, recursos humanos que gerenciarão os riscos. O Plano de Ação é elaborado com base nos Fatores de Riscos visando mitigar e diminuir as proba- bilidades dos riscos. 4.2.7 Monitoração e Análise Crítica Esta fase diz respeito a monitorar e revisar o desempenho das ações e do sistema de gerenciamento de risco e proceder a mudanças que possam afetá-lo. 27Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 5. Comunicação e Consulta 5.1. IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A comunicação e consulta são importantes aspectos a serem considera- dos em cada fase do processo de gestão e análise de riscos corporativos. É importante desenvolver um plano de comunicação com as partes envolvidas internas e externas, logo no primeiro estágio do processo. A comunicação envolve diálogo entre as partes envolvidas, tendo como foco a consulta e não somente a comunicação de via única. A comunicação interna e externa eficaz é importante para assegurar que os responsáveis pela implementação da gestão de riscos e os investidores compreendam as bases sobre as quais as decisões são tomadas, e por que determinadas ações são necessárias. A percepção do risco pode variar em função de diferentes hipóteses, conceitos e necessidades, e de questões e interesses das partes envol- vidas, por estarem relacionados ao risco ou aos assuntos em discussão. As partes envolvidas tendem a julgar a aceitabilidade de um risco ba- seadas em sua própria percepção do risco. Uma vez que as partes envolvidas podem ter um impacto significativo nas decisões tomadas, é importante que sua percepção do risco, bem como sua percepção dos benefícios, seja, identificadas e documenta- das, e as razões subjacentes, compreendidas e abordadas. 28Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 5.2 CONCEITO DE ENDOMARKETING Endomarketing é um conceito novo que objetiva fortalecer as relações internas da empresa. O endomarketing consiste em realizar ações de marketing voltadas para seu público interno, com a finalidade de pro- mover a integração entre os variados departamentos da organização, visando compartilhar, neste caso de gestão e análise de riscos cor- porativos a importância, critérios, valores e objetivos estratégicos da implantação do Gestão de Riscos na empresa entre os usuários. Como um dos objetivos do endomarketing é a integração, onde o público interno irá melhor interagir, cumprindo com os objetivos da gestão e análise de riscos corporativos com maior facilidade. O ferra- mental primordial é o treinamento e a divulgação. O treinamento inter- no motiva e valoriza as variadas funções dos colaboradores, visando conquistar a confiança e maximizando a produtividade. Já a divulga- ção faz com que todos os resultados e metas do processo de gestão e análise de riscos estejam sendo circulados, reforçando os critérios e metodologia do processo de GR, bem como interage todos os fun- cionários, fazendo com que haja um sentimento de time, de equipe. Todos se sentem comprometidos. 5.3 ENDOMARKETING ESPECÍFICO PARA A GESTÃO E ANÁLISE DE RISCOS O Profissional de gestão de riscos necessitam entender e saber uti- lizar os recursos que possuem, para poder sobressair e destacar o processo, reforçando as medidas preventivas e pró-ativas. O endomarketing na gestão de riscos é um trabalho de conscientiza- ção dos riscos e de seus controles e sistemas . É um grande desafio para o departamento de marketing e recursos humanos implementar junto com a gestão de riscos um programa eficiente e prático. 29Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo O grande desafio é saber vender que o processo de gestão e análise de riscos corporativos será útil para todos os usuários, pois terão con- dições de possuir uma visão de antecipação dos possíveis problemas. Com esta visão os colaboradores passam a prospectar cenários de riscos, agindo de forma pró ativa e não somente reagindo aos pro- blemas. Há a necessidade da implementação do endormaketing para que possa ser compreendido e haja uma forte colaboração por parte do seu público interno. O endomarketing na gestão e análise de riscos possui três premis- sas básicas: 1. O público alvo de sua campanha são todos os colabora- dores da organização, considerados como cliente interno. Como todo “Cliente”, este só pode ser conquistado e retido com um serviço onde haja qualidade; 2. O cliente interno como o externo possui expectativas e es- tas devem ser superadas, portanto a gestão de riscos tem de compreender a expectativa e cultura dos colaboradores para realizar um ajuste fino no programa de divulgação; 3. A excelência da operacionalização do processo de gestão e análise de riscos corporativos significa envolver os colabo- radores e comprometê-los com os objetivos do GR. Essas três premissas trazem como conseqüência direta o entendi- mento por parte dos colaboradores do que é a Gestão, Análise de Riscos e sua função. O endomarketing passará a estimular o GR nos seguintes aspectos: • conscientização da importância na prevenção dos sistemas e processosexistentes; • orientação para o público interno em respeitar normas e procedimentos. A Gestão de Riscos deve planejar o processo de comunicação como parte integrante da sua Política . O processo de endomarketing deve ser 30Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo realizado em conjunto com o departamento de Recursos Humanos da empresa e marketing, pois necessita conhecimento e informação espe- cífica do público interno, informações estas que o RH já deve possuir. Deve-se ter em mente que o treinamento é a principal alavanca do pro- cesso de endomarketing. O treinamento precisa ser percebido como momento ótimo para o envolvimento do colaborador, para valorizá-lo como pessoa e comprometê-lo com os objetivos da empresa. O treina- mento sempre é um investimento com retorno garantido em termos de qualidade , excelência e dedicação. A empresa que não puder se vender para seu público interno, tam- pouco venderá para o externo. E isto é muito perigoso em uma época de competitividade agressiva e grande turbulência, como a que esta- mos vivendo. Um programa de endomarketing transmite confiança e credibilidade, ao mesmo tempo em que os valores compartilhados pela cultura orga- nizacional, irão com certeza incentivar a postura pró-ativa em vez da reativa, assumindo desta forma um papel cada vez mais criativo, su- gerindo soluções viáveis e lutando para que toda a organização possa cumprir seus objetivos. 5.4 FASES DE UM PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO Ao lado um framework com as fases de um programa completo de comunicação, que a área de gestão de riscos deve operacionalizar. 31Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Figura 6 - Framework 32Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 6. Contextos Estratégicos 6.1 GENERALIDADES Ao estabelecer o contexto, a organização articula seus objetivos e de- fine os parâmetros externos e internos a serem levados em considera- ção ao gerenciar riscos, e estabelece o escopo e os critérios de risco para o restante do processo. Portanto temos três contextos a serem definidos e alinhados: - O Contexto Empresarial - Interno; - O Contexto Externo – Cenários; - O Contexto de Gestão de Riscos – Metodologia e critérios. 6.2 CONTEXTO EMPRESARIAL 6.2.1 Componentes O contexto empresarial diz respeito a identificação dos objetivos es- tratégicos da empresa, seus fatores críticos de sucesso, sua estrutura organizacional, sua cultura e o ambiente interno no qual a organização busca atingir seus objetivos. O processo descrito no Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009 (páginas 21 e 22), projeto este elaborado pela Co- missão de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, descreve sobre o ambiente interno: “O contexto interno é algo dentro da organização que pode influenciar a maneira pela qual uma organização gerenciará os riscos. Convém que ele seja estabelecido, por que: 33Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo a) a gestão de riscos ocorre no contexto dos objetivos da organização; b) convém que os objetivos e os critérios de um determinado projeto, processo ou atividade sejam considerados tendo como base os objetivos da organização como um todo, e c) algumas organizações deixam de reconhecer oportunida- des para atingir seus objetivos estratégicos, de projeto ou de negócios, o que afeta o comprometimento, a credibilida- de, a confiança e o valor organizacional. É necessário compreender o contexto interno. Isto pode incluir, mas não está limitado: - à governança, estrutura organizacional, funções e responsabilidades; - às políticas, objetivos e estratégias implementadas para atingi–los; - às capacidades, entendidas em termos de recursos e co- nhecimento (por exemplo, capital, tempo, pessoas, proces- sos, sistemas e tecnologias); - aos sistemas de informação, fluxos de informação e proces- sos de tomada de decisão (formais e informais); - às relações com as partes interessadas internas, e suas percepções e valores. - às normas, diretrizes e modelos adotados pela organização, e - à forma e extensão das relações contratuais.” Para isso sugerimos que o gestor disponha de um check list com o objetivo de melhor identificar as variáveis que compõem o contexto empresarial. Abaixo uma sugestão genérica, a título de exemplo: 1. A Empresa atua em qual segmento? Quais são os seus pro- dutos e/ou serviços? 2. Atualmente, qual é a posição que da Empresa ocupa no ranking de seu segmento de atuação? 34Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 3. Quais são os concorrentes diretos da Empresa? E os indiretos? 4. Quais são os fornecedores chave para da Empresa? 5. Quais são os objetivos estratégicos de médio prazo? 6. A Empresa dispõe de Código de Conduta ou outras políticas relativas às práticas de negócio (valores éticos)? 7. Os colaboradores conhecem e entendem a(s) política(s) existentes na Empresa? 8. A Empresa pratica alguma política de incentivo para atingir suas metas? Ex.: Bônus para colaboradores. 9. Há algum meio de monitoramento que tenha por finalida- de verificar a efetiva prática da(s) política(s) existente(s) na Empresa? 10. Atualmente, qual é a estrutura organizacional da Empresa? (Organograma). 11. O Organograma geral atende às necessidades de negócio da Empresa? Caso não, qual a necessidade que julga ne- cessária e por quê? 12. Considerando a estrutura organizacional apresentada quais são as áreas consideradas como “áreas chave” e respecti- vas atividades críticas em termos de faturamento? 13. A Estrutura Organizacional da Empresa é descentralizada, semi-integrada ou de sistema integrado? 6.3 CONTEXTO EXTERNO – CENÁRIOS O contexto externo é o ambiente externo, onde estão inseridas as va- riáveis incontroláveis. Entender o contexto externo é importante para entender quais são as variáveis que podem dificultar ou expor os obje- tivos estratégicos e os respectivos Fatores Críticos de Sucesso. O contexto externo pode incluir, mas não está limitado a: 35Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo - os ambientes cultural, social, político, legal, regulamentar, financeiro, tecnológico, econômico, natural e competitivo, quer seja internacional, nacional, regional ou local; - os fatores–chave e as tendências que tenham impacto so- bre os objetivos da organização; e - as relações com as partes interessadas externas e suas per- cepções e valores. Podemos exemplificar os componentes do contexto externo: - Localização física da empresa: posição geográfica da insta- lação (rios, estradas, elevação, condições climáticas, etc.); - Configuração sócio-econômica da área em que a empresa está instalada (população vizinha, status social, área urba- na/rural, instalações policiais); - Situação político-financeira do país (legislação pertinente, identificação e análise dos órgãos que legitimam, planos governamentais e política econômica e financeira); A gestão de Riscos poderá buscar a informação destas variáveis, de maneira direta ou indireta, através de duas fontes: - Fontes Primárias: são as fornecidas no ambiente da em- presa (troca de informações); - Fontes Secundárias: fornecidas pelos órgãos governa- mentais (colaboração integrada). O nível de detalhamento e profundidade dependerá da necessidade e da influência do impacto sobre a empresa. A natureza do ambiente muda com muita rapidez, conduzindo, à alte- rações políticas e sociais. Esta rapidez exige da empresacapacidade impressionante de resposta e adaptação. Como exemplo de proble- mas ambientais externos, podemos citar: - Há previsões de recessão econômica, no país, o que au- mentará o desemprego. Qual será a influência deste fato sobre a empresa? Aumentam as possibilidades de saque, 36Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo furto, roubo, mudança de relacionamento? A empresa está preparada para receber este impacto? - As condições climáticas podem afetar a empresa? Ela está preparada para reagir a uma inundação? Existe plano de emergência com esta finalidade? - Uma guerra pode ocorrer proximamente no Oriente Médio? Qual o impacto na minha empresa, uma multinacional, que apoia a intervenção militar? Há possibilidade de sabotagem ou ameaça de bomba? Estas indagações devem ser analisadas e seu impacto para a empre- sa projetado. A gestão de riscos abrange toda a conjuntura ambiental, devendo avaliar todos os seus ângulos. 6.2.2 Cenários Prospectivos Brasil – Segurança Empresarial – Incertezas Críticas A Brasiliano & Associados e seus consultores construíram cenários em segurança Pública e Privada até 2020. A abordagem escolhida foi a Lógica Intuitiva e o método para construir os cenários estratégicos em segurança pública e privada para o Brasil foi o da GBN, descrito por Schwartz (1996). A opção pela lógica intuitiva teve como parâmetro básico a questão da forte interpretação subjetiva, uma vez que privilegia a evolução do presente para o futuro, partindo da análise das forças motrizes e do possível comportamento entre elas. As questões ligadas à segurança pública e privada devem estar interligadas pelo campo da sociologia, da política e da economia, devendo serem interpretadas por processo estruturado mas de grande amplitude, visando fornecer flexibilidade e total criatividade. A questão principal é a questão que motivou a construção dos cenários estratégicos alternativos em segurança pública e privada. São elas: • Questão Principal: Cenários para a segurança pública e privada. 37Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo • Horizonte temporal – 17 anos – 2003 a 2020 • Espaço geográfi co: Brasil Foram identifi cadas as incertezas críticas. As incertezas críticas são compostas pelas variáveis incertas (variáveis que se originam das per- guntas para as quais ainda não se tem resposta) e que sejam de gran- de importância para a questão principal ou exercem grande impacto na questão principal, caso ocorram. São as variáveis que determinarão a construção dos cenários. O estudo de seus possíveis comportamentos fornecerá informações aos planejadores que lhes permitirão preparar- se para os diversos comportamentos plausíveis dessas variáveis. Para o caso da segurança pública e privada - empresarial no Brasil, foram identificadas duas incertezas críticas: - Condições Sócio-econômicas do Brasil; - Reformas na Segurança Pública e no Judiciário. Com base nas duas incertezas críticas foram criados quatro cenários, que foram construídos e se movimentam em torno dos eixo vertical e horizontal. São eles: Segurança Pública Lógica dos cenários Melhora nas Condições Sócio-Econômicas Agravamento nas Condições Sócio-Econômicas Inefi ciência da Reforma da Segurança Pública e no Judiciário Reforma na Segurança Pública e no Judiciário Lei de Gerson Carandiru Ordem e Progresso Luta Inglória Figura 7 - Segurança Pública lógica dos Cenários Fonte: divisão de Pesquisas - Brasiliano & Associados 38Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo FIlOSOFIAS dOS CENÁRIOS A filosofia dos cenários sintetiza o movimento ou a direção fundamental da Questão Principal. Ela constitui a idéia-força de cada cenário. Quatro cenários, em princípio se formam no cruzamento das incertezas críticas: Ordem e progresso – Caso haja melhoria nas condições sócio-econômicas e reforma eficiente na segurança pública e no judiciário. É o melhor cenário. Caem os índices do cri- me organizado e dos eventos de violência urbana. luta inglória – Caso a reforma tenha sucesso, mas não seja acompanhada da melhoria da situação sócio-econômica. Pode haver uma ligeira diminuição do crime organizado, mas a massa de operação dos crimes continua muito ativa devido às condições de pobreza e desigualdade. lei de Gerson – O cenário do crime instituído. Melhora a situ- ação sócio-econômica, mas não há reforma da segurança pú- blica e do judiciário. O crime organizado se fortalece para tirar proveito do aumento da riqueza e da distribuição de renda. Carandiru – Não há melhora na situação sócio-econômica nem reforma na segurança pública e no judiciário. É o pior cenário. Crime organizado e crimes derivados da violência urbana seguem em níveis alarmantes. Com base nestes Cenários estratégicos podemos prospectar os ce- nários de curto prazo na área da segurança pública e privada. Como exemplo citamos algumas prospectivas: Roubo de carga, Tráfico de drogas e Pirataria: O crime organizado crescerá e se estruturará de tal forma que provocará o enfraquecimento dos poderes legais cons- tituídos. A freqüência e aumento, destes tipos de crime exi- girão investimentos pesados da iniciativa privada em geren- ciamento de riscos. 39Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Violência Urbana e Seqüestro: Os crimes de seqüestro e a violência continuarão a aconte- cer, não alterando suas tendências, possibilitando impactos conseqüentes para outros tipos de crime. Ocorrerá redução pouco significante, tendo em vista as suas dinâmicas táticas. Fraudes e Fuga de informação: Fraudes e o crime cibernético crescerão a níveis preocu- pantes, obrigando as empresas a alterarem seus meios de proteção e implantarem forte gerenciamento de riscos. Conflitos Sociais: Tendo em vista as características da sociedade brasileira, mesmo com o esgarçamento do tecido social, os conflitos so- ciais tendem a serem concretizados a médio e longo prazo. Terrorismo Criminoso: As demonstrações de força, tanto para a polícia como para a população e sociedade, tendem cada vez mais a ficarem violentas. O tumulto, a desorganização, o medo na população será uma arma das facções para poderem impor clima de terror. 6.4 CONTEXTO dA GESTÃO dE RISCOS 6.4.1 Componentes O contexto da gestão de riscos diz respeito a estrutura organizacional da área, ou seja como que a empresa pretende gerenciar seus riscos, quais serão os critérios e metodologias a serem utilizadas. Isto tudo deve estar formalizada na Política de Gestão de Riscos da Empresa. O processo descrito no Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009, projeto este elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, nas suas páginas 22 e 23 descreve contexto do processo 40Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo de gestão de riscos: “... irá variar de acordo com as necessidades de uma organização. Ele pode envolver, mas não está limitado : - à definição das metas e objetivos das atividades de gestão de riscos; - à definição das responsabilidades pelo processo e dentro da gestão de riscos; - à definição do escopo, bem como da profundidade e da amplitude das atividades da gestão de riscos a serem reali- zadas, englobando inclusões e exclusões específicas; - à definição da atividade, processo, função, projeto, produto, serviço ou ativo em termos de tempo e localização; - à definição das relações entre um projeto, processo ouativi- dade específicos e outros projetos, processos ou atividades da organização; - à definição das metodologias de avaliação de riscos; - à definição da forma como são avaliados o desempenho e a eficácia na gestão dos riscos; - identificação e especificação das decisões que têm que ser tomadas, e - à identificação, definição ou elaboração dos estudos neces- sários, de sua extensão e objetivos, e dos recursos requeri- dos para tais estudos. A atenção para estes e outros fatores pertinentes pode ajudar a assegurar que a abordagem ado- tada para a gestão de riscos é apropriada às circunstân- cias, à organização e aos riscos que afetam a realização de seus objetivos.” 6.4.2 Critérios de Risco Convém que a organização defina os critérios a serem utilizados para avaliar a significância do risco. Os critérios devem ser definidos no início de qualquer processo de gestão de riscos e sejam analisados criticamente de forma contínua. 41Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo O processo descrito no Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009, projeto este elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, nas suas páginas 23 e 24 descreve os seguintes aspectos: - a natureza e os tipos de causas e de consequências que podem ocorrer e como elas serão medidas; - como a probabilidade será definida; - a evolução no tempo da probabilidade e/ou consequência(s); - como o nível de risco deve ser determinado; - os pontos de vista das partes interessadas; - o nível em que o risco se torna aceitável ou tolerável, e - se convém que combinações de múltiplos riscos sejam le- vadas em consideração e, em caso afirmativo, como e quais combinações convém que sejam consideradas.” O ideal é a definição clara e objetiva através de um documento estrutura- do, que deve ser a Política de Gestão de Riscos. Na experiência da Bra- siliano & Associados sugerimos que a política tenha os seguintes tópicos: 1. Objetivos 2. Definições e Conceitos dos termos a serem utilizados 3. Descrição do Processo de Gestão e Análise de Riscos 3.1 Identificação dos Riscos – Ferramenta 3.2 Análise de Riscos – Critérios de Probabilidade e Impacto 3.3 Avaliação de Riscos – Matriz de Riscos 4. Avaliação do Nível de Riscos 5. Respostas aos Riscos 6. Priorização das ações 7. Monitoramento e Auditoria 8. Anexos – Dicionários de Riscos – conceituação dos riscos que a empresa irá utilizar 42Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 7. Identificação dos Perigos e dos Fatores de Riscos 7.1 CONTEXTO A identificação dos perigos e de seus fatores significa a compreensão das origens de cada perigo. Deve-se buscar responder por que o pe- rigo existe na empresa. Quais são as condições que potencializam a concretização do evento estudado. A compreensão da origem do perigo é imperiosa para a eficácia no trata- mento, na priorização que a empresa vai poder dedicar para mitigar aquela situação. Somente após o entendimento do porque da existência de cada perigo, é que se poderá sugerir medidas eficazes para reduzir riscos. A identificação dos perigos abrange as seguintes fases: 1. Conhecimento das Condições do processo, do departa- mento e ou da Unidade que estamos estudando; 2. Listagem dos Perigos – Relacionar os perigos conhecidos e os desconhecidos; 3 . Definir os perigos, com o objetivo da empresa possuir um dicionário de riscos e falar a mesma linguagem; 4. Classificar os perigos, de acordo com a política e critério estabelecido no Contexto Estratégico; 5. Identificar os Fatores de Riscos ou os também chamados Fatores Facilitadores ou Fontes de Risco, através da ferra- menta Diagrama de Causa e Efeito; 6. Identificar a Motricidade dos Fatores de Riscos, utilizando uma das ferramentas a Matriz SWOT ou a Matriz de Impactos Cruzados. 43Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Esta é a fase mais estratégica do processo de gestão e análise de riscos, pois sem identificar os perigos e seus fatores de riscos con- cretamente, o estudo passa a ser superficial. A superficialidade do estudo coloca em exposição os objetivos estratégicos da empresa. Portanto o gestor deve investir tempo e metodologia nesta terceira fase do processo. 7.2 CONHECENDO AS CONDIÇÕES DE RISCO Para possuir uma visão holística e bem acurada dos perigos e de seus Fatores de Riscos há a necessidade de realizar uma avaliação das condições que estaremos realizando o estudo. Isto significa que pode ser desde um processo, ou um conjunto de processos, ou os proces- sos de um departamento ou até mesmo as condições de controle e segurança da empresa. Após saber e conhecer o negócio, suas estratégias, informações ad- quiridas na fase 2 – Contextos Estratégicos - o gestor de riscos e pas- sa a verificar as reais condições a serem levantadas. Os dados devem ser extraídos de observações e de visitas “in loco” na empresa, área ou processo, através de entrevistas com os gesto- res, análise das plantas baixas, estudo das normas existentes, se- guindo os testes: a) Teste de Compreensão: Permite conhecer o funcionamento de todo o processo exis- tente, bem como o fluxo operacional da unidade; b) Teste de Observância: Permitirá verificar a validação dos processos, normas e sis- temas integrados aplicados e utilizados, na empresa. Este estudo das condições deve responder a pelo menos duas perguntas: 1) O que pode acontecer? Lista de perigos 44Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 2) Como e porque pode acontecer? Causas e Cenários de Riscos Podemos utilizar como referência a ferramenta: 2W 1H - What? Why? How? O processo de conhecer as condições é um diagnóstico que deve responder a pergunta básica: “qual a situação real da empresa, pro- cessos e ou departamentos quanto aos seus aspectos de controle e segurança, frente a sua política de gestão de riscos e aos seus obje- tivos estratégicos?” Está análise deve ser efetuada da forma mais realista possível, pois qualquer distorção prejudicará todo o resto do processo de desenvol- vimento e implantação de medidas preventivas e mitigatórias Qualquer empresa esta inserida dentro de um contexto, onde uma mul- tiplicidade de variáveis e forças pode provocar mudanças ou abalar as estruturas organizacionais. Este contexto, que poderemos chamar de ambiente, varia constantemente e deve ser encarado tanto sob o ponto de vista interno, como externo. Sob o ponto de vista da gestão de riscos e a variação permanente do ambiente cria oportunidades ou ameaças à empresa. O diagnóstico corresponde a uma análise, ou uma fotografia e possui duas premissas básicas que devem ser consideradas: A) O ambiente onde a empresa esta inserida e suas múltiplas variáveis. B) O ambiente proporciona simultaneamente oportunidades que devem ser usufruídas e as ameaças que devem ser evitadas. A análise do ambiente interno e externo deve ser integrada e contí- nua. A empresa deve ter pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos para enfrentar as diversas situações, sejam contingenciais ou de rotina. Para realizar o diagnóstico, enfocando as variáveis internas e externas, a política de gestão de riscos e já devem estar claramente definidas. 45Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 7.2.1 Análise das Variáveis Externas A análise das varáveis externas tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente, em termos de oportuni- dades e ameaças.Este estudo já deve ter sido realizado frente aos objetivos estratégicos da empresa, na fase 2 – Contexto Estratégico. 7.2.2 Análise das Variáveis Internas A análise das variáveis interna da empresa tem por finalidade eviden- ciar as qualidades e as deficiências dos processos, controles e siste- mas que a corporação possui. A visão para a realização deste diagnóstico deve ser conjuntural, abrangendo todos os segmentos da organização. Quando se inicia o diagnóstico, deve-se ter definido: quais são os pro- cessos a serem estudados e quais controles e sistemas estão ope- racionalizados. Sem estes dois parâmetros é difícil avaliar os pontos fortes e fracos de um sistema e ou processo. Listamos abaixo, a título de exemplo os itens básicos a serem analisados: 1. Cultura dos Colaboradores; 2. Turno de Trabalho dos Colaboradores; 3. Finalidade da Empresa; 4. Relação Colaboradores-Empresa; 5. Áreas Físicas; 6. Serviços Contratados; 7. Experiência Anterior; 8. Indenização; 9. Barreira Perimetral; 10. Segurança de Edifícios; 11. Sistema de Iluminação; 12. Controle de Chaves; 13. Controles Internos; 46Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 14. Proteção a Incêndios; 15. Corpo de Segurança; 16. Sistemas Integrados; 17. Planos Formalizados Existentes: Segurança, Emergência e de Continuidade de Negócios. Listamos outro check-list na área de processos, a título de exemplo: 1. A Empresa aplica algum meio de conciliação das informa- ções das áreas chave? 2. A Empresa dispõe de unidades de negócio localizadas fora de sua Sede. Elas são convenientemente monitoradas quanto à produção, resultados, ambiente, meios, controles, etc.? Como? 3. A Empresa dispõe de estoque para peças e/ou produtos acabados? 4. Quais são os tipos de controles utilizados pelas áreas chave em suas atividades críticas? (Relatórios, planilhas, etc). 5. A Alta Administração dá a devida atenção aos seus consi- derados, controles internos? 6. Há uma clara estrutura dos papéis e responsabilidades indi- viduais dos colaboradores no contexto da Empresa? (Des- crição de cargos e o que cada um contempla). 7. As equipes das áreas estão bem dimensionadas, conside- rando inclusive os recursos necessários para a boa execu- ção de suas atividades? 8. Os colaboradores possuem pleno conhecimento de suas atividades (importância, o que fazem; por que fazem)? 9. A Empresa possui programa de Reciclagem/Treinamentos Esporádicos para com seus colaboradores? 10. Caso sim, qual é a frequência? 11. Quais são as ferramentas tecnológicas disponíveis para a execução das atividades da Empresa? 47Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 12. Os recursos de TI atuais atendem às necessidades de exe- cução e controle das atividades/operações da Empresa? 13. Existe um plano de treinamento específico para o usuário dos sistemas de informação? 14. Existe um plano de instrução de negócios/recuperação de desastre formalizado? 15. Os sistemas dos aplicativos utilizados atendem às necessi- dades do processo envolvido? 16. Os sistemas dos aplicativos utilizados são vulneráveis a acessos e alterações de dados? 17. Existem procedimentos formalizados para garantir a segu- rança da informação? 18. São realizados backup’s periódicos para as atividades/infor- mações críticas do processo? 19. As informações críticas transmitidas interna ou externamen- te são criptografadas durante o processo? 20. Existe um responsável de segurança de informação a nível executivo? 21. Existem sistemas e controles específicos para captura de dados relativos a eventos de segurança, incluindo todas as fontes válidas, por exemplo nomes de usuários? 22. Existem procedimentos periódicos de análise desses dados e eventos? 7.2.3 Formas de Realizar um diagnóstico A melhor maneira de realizar um diagnóstico é colher as informações em campo, ou seja, olhar o que realmente está acontecendo. Há três maneiras de realizar a busca destas informações: A) Entrevistas As entrevistas, geralmente nos níveis institucional, inter- mediário e operacional têm por objetivo conhecer como 48Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo pensam tanto as pessoas que operam, como os usuários do processo. B) Verificação de documentos A verificação de documentos, tais como planos e normas, tem por meta conhecer o que preconizam as condutas e qual é a política de riscos da empresa. C) Trabalho de Campo O trabalho de campo tem por finalidade comparar se o que está escrito e falado realmente acontece. O ideal é que o diagnóstico possa ser realizado a partir destes três mé- todos, para garantir uma noção clara e específica das reais condições. 7.3 LISTAGEM DOS PERIGOS 7.3.1 Contexto A identificação deve incluir todos os perigos, estejam ou não sob o con- trole da Unidade de Negócio. O objetivo é gerar uma lista abrangente de eventos que possam afetar a Unidade de Negócio. Esses perigos são en- tão estudados detalhadamente, a fim de identificar o que pode acontecer. Operacionalmente, os perigos são identificados a partir do mapea- mento dos diversos processos da empresa, entrevistas com os gesto- res envolvidos, testes de auditoria e reuniões de Brainstorming. 7.3.2 Técnica do Brainstorming O levantamento dos perigos e ou eventos deverá sair das reuniões de “brainstorming”. O propósito deste tipo de reunião é identificar tan- to os perigos conhecidos como os desconhecidos. Ou seja aqueles eventos que nunca ocorreram na Unidade e ou processo. A equipe deverá possuir um líder, visando direcionar os assuntos. Não deve haver censura e nem hierarquia em reuniões deste tipo, visando 49Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo não inibir a criatividade dos componentes da equipe. Algumas regras são importantes e devem ser seguidas: 1. Expor as idéias com o máximo de espontaneidade, sem exercer autocensura. 2. Todas as idéias têm interesse, mesmo que pareçam “idéias loucas”. São essas, às vezes, as que contêm “algo de novo” e com valor. 3. Nenhuma idéia pode ser contestada ou debatida durante o “brainstorming”. 4. Quando um participante tiver uma idéia a apresentar, sugerida por outra já exposta por alguém, terá prioridade sobre os demais. 5. Importante é a quantidade das idéias apresentadas. Em geral, pela nossa experiência, o número de reuniões pode chegar a três, desde que os participantes da equipe façam suas lições de casa. Estudar as questões relativas aos riscos corporativos de suas empresas. A duração de cada reunião de “brainstorming” deve ser no máximo de uma hora e trinta minutos. Além deste tempo, estas ficam ineficazes, sem rendimento. Ao final das reuniões, deverá haver um consenso, por parte da equipe multidisciplinar, nos perigos levantados. 7.4 DEFINIÇÃO DOS PERIGOS Em seguida à identificação dos perigos há a necessidade de definir, conceituar os perigos com o objetivo da empresa possuir um dicioná- rio de riscos. Ao mesmo tempo há uma compreensão igualitária por toda a empresa sobre o conceito dos perigos identificados. Abaixo segue, a título de exemplo, uma pequena listagem de definição e conceito de perigos. São eles: 1. Roubo/Assalto O roubo é uma agressão externa, através de uma ação planejada e armada, com o intuito de subtrair numerário (Posto Bancário). 50Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 2. Sabotagem Interna A sabotagem interna pode ser realizada por colaboradores da empresa, ou seja pessoas que possuem e conhecem os processos de serviços e ou industriais.Teria dois focos: - as áreas críticas dos processos, tendo como objeti- vo principal paralisar as atividades industriais, pre- judicando desta forma suas atividades essenciais. - linha de produtos, tendo como objetivo atingir a imagem e sua respectiva credibilidade no merca- do, atingindo a qualidade e distribuição no merca- do consumidor. 3. Sabotagem Externa A sabotagem externa é realizada por pessoas estranhas a empresa. Desta forma seria um acesso não autorizado, po- dendo ser desde uma intrusão pelo perímetro ( fragilidade da barreira perimetral) como falha nos acessos as áreas críticas. Teria também dois focos: - as áreas críticas dos processos, tendo como objeti- vo principal paralisar as atividades industriais, pre- judicando desta forma suas atividades essenciais. - linha de produtos, tendo como objetivo atingir a imagem e sua respectiva credibilidade no merca- do, atingindo a qualidade e distribuição no merca- do consumidor. 4. desvio Interno O Desvio Interno de bens existentes na empresa. O des- vio interno é focado, principalmente, nos produtos da em- presa que possuam atratividade para comercialização no mercado paralelo. É a chamada “Operação Formiga”, ou seja os produtos são retirados da empresa de forma sis- temática e constante, em quantidade e ou volumes que 51Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo não chamem muito a atenção. Geralmente os autores são colaboradores em conluio com terceiros. Os autores agem de forma planejada, aproveitando as fragi- lidades do processo de controle. 5. Fuga de Informação Este risco está relacionado à questão da fuga involuntária, quando o ator – colaborador não age com a intenção, mas é induzido a falar sobre determinados assuntos. Para que exista uma real segurança do fluxo da informação há a ne- cessidade deste sistema interagir com os usuários de algu- ma forma. Essa interação é o elo mais fraco na corrente da segurança, sendo responsável pela fuga e / ou vazamento da informação. A fuga de informação também ocorre através de equipa- mentos (notebooks/computadores) furtados contendo infor- mações a todos os níveis da empresa. 6. Fraudes de Terceiros Atividades fraudulentas cometidas por empregados, con- sumidores, fornecedores, agentes, corretores ou adminis- tradores terceiros contra a organização com a finalidade de ganho pessoal (ex. apropriação indébita de ativos físi- cos, financeiros ou de informação) expõe a organização à perda financeira. 7. Fraudes da Gerência Fraudes cometidas pela Gerência (ex. relato inexato inten- cional da declaração financeira ou apresentação inadequa- da das capacidades ou intenções da organização) podem afetar adversamente as decisões dos investidores externos. 8. Conduta Anti-Ética Uso não autorizado de ativos físicos, financeiros ou de informa- ção da empresa por empregados ou outros expõem a organiza- ção a um gasto desnecessário de recursos ou a perda financeira. 52Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 9. Infra-Estrutura O risco da organização não ter a infra-estrutura de informá- tica (ex. hardware, redes, software, pessoas e processos) adequada para suportar as exigências das informações atu- ais e futuras do negócio em um modo efi ciente, com baixo custo e bem-controlada. 7.5 CLASSIFICAÇÃO DOS PERIGOS Não há um tipo de classifi cação de riscos que seja consensual, exaustivo e aplicável a todas as organizações; a classifi cação deve ser desenvolvi- da de acordo com as características de cada organização, contemplan- do as particularidades da sua indústria, mercado e setor de atuação. Por exemplo: os estoques de materiais de consumo são menos relevantes para um banco do que para uma indústria, onde pode representar um dos principais fatores de risco. Analogamente, as variáveis relacionadas ao “risco de mercado” são cruciais para um banco e podem não ser tão relevantes para determinada organização manufatureira. O IBGC sugere a seguinte classifi cação de riscos, conforme a Matriz abaixo: Figura 8 Fonte: Guia de Orientação de Gerenciamento de Riscos – IBGC - 2007 53Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo A Norma de Gestão de Riscos da FERMA – Federation of European Management Associations sugere a seguinte classificação: Estratégicos - Relacionados com os objetivos estratégi- cos da organização a longo prazo. Podem afetar por áreas como disponibilidade de capital, riscos de soberania e po- líticos, alterações jurídicas e regulamentares, reputação e alteração ao meio ambiente físico. Operacionais - Relacionados com os assuntos cotidianos com os quais a organização é confrontada quando se esfor- ça para atingir os seus objetivos estratégicos. Financeiros - Relacionadas com a gestão e controle efica- zes dos meios financeiros da organização e com os efeitos de fatores externos como, por exemplo, disponibilidade de crédito, taxas de câmbio, movimento das taxas de juros e outro tipo de orientações do mercado. Gestão do conhecimento - Relacionados com a gestão e controle eficazes dos recursos do conhecimento e com a produção, proteção e comunicação destes. Esta categoria engloba fatores externos como a utilização não autorizada ou abusiva da propriedade intelectual, as falhas de energia na zona e tecnologia competitiva. Do lado dos fatores inter- nos podem referir-se avarias nos sistemas ou a perda de funcionários chave. Conformidade - Relacionados com temas como saúde e segurança, meio ambiente, práticas comerciais, proteção do consumidor, proteção de dados, assuntos regulamenta- res e legislação laboral. Na área bancária os riscos são classificados como Riscos de Merca- do, Crédito e Operacionais. Ponto importante para as empresas é possuir uma classificação de seus riscos para que possa enxergar de forma estratégia sua exposi- ção e respectiva consequência. 54Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Podemos especificar a Classificação dos riscos da seguinte forma: 1. Estratégicos; 2. Financeiros: abrangendo tanto a área de crédito como de mercado; 3. Operacional; 4. Conformidade/Legal. Na ótica estas quatro categorias abrangem todas as empresas. Pode- mos especificar a Classificação dos riscos da seguinte forma: 1. Estratégicos - Sua grande iniciativa falha, Seus clientes abandonam, Seu setor chega a uma bifurcação na estrada, Um concorren- te aparentemente invencível aparece, Sua marca perde a força, Seu setor torna-se zona de lucro zero, Sua empresa para de crescer. 2. Riscos Financeiros - Risco de Taxas de Juros, Taxas de Câmbio, Commodi- ties, Ações, Liquidez, Derivativos, Hedge, Concentração (mercado), Inadimplência, Degradação de Crédito, Degra- dação das Garantias, Soberano, Financiador, Concentra- ção (crédito). 3. Risco Operacional - Risco de Overload, Obsolescência, Presteza e Confiabili- dade, Equipamento, Erro Não Intencional, Fraudes, Qualificação, Produtos & Serviços, Modelagem, Sistêmico, Concentração (operacional), Imagem, Catástrofe. 4. Conformidade/Legal - Risco de Regulamentação, Legislação e ou Normas e Polí- ticas, Tributário, Contrato. 55Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 7.6 IdENTIFICANdO OS FATORES dE RISCOS É necessário o desmembramento do perigo em fatores ou causas, que podem estar dentro do controle da Unidade de Negócio ou se- rem incontroláveis. Os fatores de risco são na realidade a origem e ou causa de cada perigo. Para compreender o risco – a condição – a somade todos os fatores, há a necessidade de dissecar o fluxo de cada processo. Existem vários modelos para dissecar o fluxo de cada processo e se- parar os seus fatores ou fontes de risco. No Processo da Brasiliano & Associados, optamos em utilizar a ferra- menta da qualidade o Diagrama de Causa e Efeito, o chamado Diagra- ma de Ishikawa ou Espinha de Peixe. Esta ferramenta serve para identificar fatores que causam problemas para os eventos estudado. Em 1953 o Professor Karou Ishikawa, da Universidade de Tóquio - Japão sintetizou as opiniões dos engenheiros de uma fábrica na forma de um diagrama de causa e efeito, enquanto eles discutiam problemas de qualidade. O diagrama bem detalhado apresenta a forma de uma espinha de peixe. O diagrama passou a ser implantado na gestão da qualidade e de outros processos empresariais. O diagrama da qualidade possui seis macro causas ou fatores de detalhamento. São denominados de 6M: Mão de Obras, Método, Meio Ambiente, Máquina, Material e Monitora- mento. O diagrama abaixo exemplifica: 56Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Figura 9 A Brasiliano & Associados adaptou a ferramenta para ser utilizada tan- to na gestão de riscos como na segurança empresarial. Os Macro fatores podem ser variáveis e adaptáveis para cada situa- ção. O importante é o gestor definir quais serão as macro causas a serem utilizadas de acordo com cada análise. No caso da segurança empresarial inserimos seis novas macro cau- sas tendo em vista serem elas as que mais causam problemas para o segmento. São elas: Meios Organizacionais, Recursos Humanos da Segurança, Meios Técnicos Passivos, Meios Técnicos Ativos, Ambien- te Interno e Ambiente Externo. A descrição dos macro fatores são: - Meios Organizacionais: é o levantamento se na empresa possui normas de rotina e de emergência, políticas de tra- tamento de riscos, gerenciamento de riscos entre outras. A não formalização ou o não detalhamento pode ser um fator de infl uência para a concretização do perigo. - Recurso Humano da Segurança: é o levantamento do nível de qualifi cação, quantidade, posicionamento tático da equipe. - Meios Técnicos Passivos: é o levantamento da não exis- tência de recursos físicos, tais como lay-out de portaria, sa- las, resistências de paredes, vidros entre outros. 57Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo - Meios Técnicos Ativos: é o levantamento da não existên- cia de sistemas eletrônicos, indo desde CFTV, controle de acesso, sensoriamento, sistemas de rastreamento e cen- trais de segurança. - Ambiente Interno: é o levantamento do nível de relaciona- mento dos colaboradores e empresa. Inclui desde políticas de remuneração até políticas de recursos humanos. - Ambiente Externo: é o levantamento de cenários prospec- tivos, identifi cando fatores externos incontroláveis, mas que infl uenciam na concretização de perigos. Inclui o levanta- mento dos índices de criminalidade, estrutura do crime or- ganizado, mercados paralelos, estrutura do judiciário, cor- rupção policial, ambiência no em torno, entre outros. Figura 10 Ao lado um exemplo de um Diagrama para o estudo do perigo Desvio Interno: 58Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 1 1 59Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Na área de gestão de riscos corporativos já utilizamos outros seis macro fatores, são eles: Fatores Estratégicos, Processos, Recursos Humanos, Infra Estrutural Patrimonial,Tecnologia da Informação – TI e Ambiente Externo. A descrição dos macro fatores são: - Fatores Estratégicos: Influência do nível de conhecimento do risco no ambiente organizacional para a materialização do risco; - Processos: Influência da formalização de normas e políti- cas existentes na empresa para a materialização do risco; - Recursos Humanos / Pessoas: Influência do nível da equi- pe envolvida, considerando-se perfil e qualificação, para a materialização do risco, bem como do nível de relaciona- mento dos colaboradores e empresa; - Infra Estrutura Patrimonial: Influência da existência de re- cursos físicos e sistemas eletrônicos para a materialização do risco; - Tecnologia da Informação – TI (Hardware e Software): In- fluência dos sistemas de informação utilizados pela empre- sa para a materialização do risco; - Ambiente Externo – AE: Influência das variáveis externas incontroláveis para a materialização do risco. O diagrama de causa e efeito fica assim exemplificado: 60Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo C A U S A S E V E N TO R H Te cn ol og ia T I (H ar dw ar e e S of tw ar e) Fa to re s E st ra té gi co s E FE IT O A m bi en te E xt er no P ro ce ss o In fr a- E st ru tu ra F ig u ra 1 2 - d ia g ra m a C au sa e E fe it o 61Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 1 3 62Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Os Fatores de Riscos da Metodologia Coso podem também serem coloca- dos no diagrama de causa e efeito, neste caso com cinco macro fatores. E FE IT O E V E N TO C A U S A S E co nô ni co M ei o A m bi en te P ol íti co S oc ia l Te cn ol óg ic o A m bi en te E xt er no P ro ce ss o In fr a- E st ru tu ra R H Te cn ol og ia F ig u ra 1 4 63Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Os Fatores de Riscos da ISO 27005 Gestão de Riscos do Sistema de Informação podem serem colocados no diagrama de causa e efeito, com seis macro fatores. Lo ca liz aç ão In st al aç ão S of tw ar e R ed e H ar dw ar e O rg an iz aç ão R ec ur so s H um an os E FE IT O C A U S A S E V E N TO F ig u ra 1 5 64Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Portanto a utilização do Diagrama de Causa e Efeito como Ferramenta de Identifi cação de Fontes de Riscos é extremamente prática, além de dar ao gestor uma visão das variáveis que potencializam os seus riscos. A técnica para detalhar os fatores é fazendo a pergunta POR QUE? Até esgotar o respectivo fator. O objetivo é identificar quais sub-fatores influenciam na concretização do perigo. O risco passa ser então o so- matório dos fatores. O Diagrama de Ishikawa é o risco, é a condição. Podemos exemplificar pelo diagrama abaixo: Figura 16 7.7 IDENTIFICAÇÃO DA MOTRICIDADE DOS FATORES DE RISCOS Após a identificação dos vários fatores de riscos ou também chama- dos de fatores facilitadores, o analista precisa enxergar estrategica- mente quais são os fatores comuns a todos os perigos e quais são os mais motrizes. Ou seja quais são os que podem de fato potencializar os perigos estudados. 65Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 7.7.1 Ferramenta - Matriz Swot (Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças ) A Brasiliano & Associados adaptou a ferramenta gerencial utilizada pelos gestores para identificar os pontos fracos, fortes, oportunidades e ame- aças do contexto empresarial. A ferramenta é a Matriz SWOT - FOFA, que em inglês significa SWOT - Strengths - Weaknesses - Opportunities – Threats e em português– Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças. A avaliação das forças e fraquezas dizem respeito as condições dos sistemas e processos preventivos, ou seja processos que a empre- sa possui domínio de ação e decisão. São os chamados Fatores de Riscos Internos, variáveis internas. Os fatores de riscos considerados incontroláveis dizem respeito a ambiência externa, podendo ser nega- tiva – Ameaças e ou positivas – Oportunidades. A matriz possui quatro células, avaliadas quantitativamente, utilizan- do-se dois parâmetros: a) Magnitude significa o tamanho ou grandeza que a variável ou evento possui perante a empresa. Caso aconteça, po- sitivamente ou negativamente, o quanto ela vai influenciar no contexto como um todo. A magnitude é ranqueada, uti- lizando-se uma pontuação, que varia de –3 a +3, dentro do seguinte parâmetro: + 3 (alto); + 2 (médio);+ 1 (baixo), para cada elemento positivo (força ou oportunidade) e –1 (baixo); -2 (médio); -3 (alto) para cada variável negativa (fraqueza e ameaça). No nosso caso podemos ter como parâmetro para poder dar a nota da magnitude na célula da fraqueza e ameaça o número de vezes que as variáveis aparecem no diagrama de causa e efeito. É uma forma mais objetiva de saber a magnitude do Fator de Risco, pois se um Fator de Risco aparece 5 vezes em seis perigos estudados, significa que esta variável é de “grande”magnitude. b) Importância significa a prioridade que esta variável deve possuir perante a conjuntura da empresa. É uma nota 66Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo subjetiva com base na experiência da equipe que está avaliando. Utilizamos também três níveis de pontuação: 3 (muito importante); 2 (média importância); 1 (pouca im- portância). Neste caso, não há contagem negativa , pois o critério Importância sempre é positivo. Figura 17 - Matriz Fofa da Brasiliano&Associados Para ranquear os itens em cada célula, podemos multiplicar a avalia- ção da magnitude e da importância. Os fatores de riscos ranqueados com maior numeração, positiva e negativa, são considerados motri- zes. Motrizes porque devem receber maior atenção. A matriz SWOT - FOFA demonstra o conjunto de Fatores de Riscos (Fra- quezas e Ameaças), e seus pontos fortes e oportunidades. Com esta fotografi a o analista enxergará seus pontos de maior fragilidade. Se for- mos observar sob o ponto de vista das fraquezas e ameaças contidas na Matriz SWOT, podemos afi rmar que a Matriz SWOT é um resumo de todos os diagramas de causa e efeito, sem listar os fatores repetidos. Podemos utilizar como exemplo a seguinte matriz preenchida: 67Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 1 8 68Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Ponto importante na matriz SWOT – FOFA é que as fraquezas são oriundas dos diagramas de causa e efeito, são os resumos dos fatores de riscos que a empresa possui autonomia sobre eles. Exemplo: se formos estudar o diagrama de causa e efeito da segurança empresa- rial teremos o recurso humano, ambiente interno, meios técnicos ati- vos, meios técnicos passivos, meios organizacionais. As ameaças são as variáveis incontroláveis do ambiente externo, também oriundas do diagrama de causa e efeito. As variáveis negativas (fraquezas e ame- aças) da Matriz SWOT – FOFA são o resumo dos vários diagramas de causa e efeito, sendo a base do Plano de Ação. A matriz é uma ferramenta de gestão, fácil enxergar as principais defi ci- ências e quais são as possibilidades de reversão da situação existente. A Matriz SWOT/FOFA adaptada para a gestão de riscos visualiza o todo, enquanto que o diagrama de causa e efeito visualiza somente o perigo estudado. Figura 19 69Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Por esta razão há a necessidade de elaborar um diagrama para cada perigo. A Matriz SWOT/FOFA é o resumo estratégico dos fatores de riscos dos perigos, concentrados na fraqueza e ameaças. A grande vantagem é que além de visualizar as deficiências e pontos fracos, a Matriz SWOT/FOFA também enxerga quais são seus pontos positivos. Daí a necessidade de ranquear cada fator para podermos ter a real visão da situação da empresa. O tratamento adequado dos pontos fortes, fracos, ameaças e opor- tunidades proporcionam para o gestor de riscos o caminho para re- modelar a situação, indicando quais são os fatores a serem tratados prioritariamente. A Matriz SWOT/FOFA é a base para as respostas do Plano de Ação. A figura abaixo exemplifica uma matriz FOFA preenchida de forma objetiva. Figura 20 70Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Ao observarmos a Matriz acima podemos notar que a prioridade será dada com critério nas numerações mais altas negativas, o que quer dizer que o gestor de riscos tem possibilidade de poder ranquear suas ações. No exemplo acima as prioridades são: Ações Prioridades Norma de Rotina, Sistema de CFTV, Segregação de Acesso, Endomarketing, Circulação Interna Prioridade 1, todos os fatores com pontuação -9. Controle de Acesso, Integração de Sistemas, Sensoriamento Interno, Qualificação nos RH de Segurança, Controle de Terceiros via cadastramento Prioridade 2, todos os fatores com pontuação -6. Central de Segurança, Sensoriamento perimetral e Blindagem de portaria Prioridade 3, todos os fatores com pontuação -3 e -2. 7.7.2 Matriz de Impactos Cruzados dESCRIçÃO dA METOdOlOGIA Esta ferramenta é a mesma empregada na Construção de Cenários, adap- tada para avaliar a influência de um Fator de Riscos sobre outros Fatores de Riscos. Ou seja, leva em conta a interdependência entre várias ques- tões formuladas, possibilitando que o estudo que se esteja realizando ad- quira um enfoque mais global, mais sistêmico e, portanto, mais de acordo com uma visão prospectiva. Esta ferramenta técnica tem o objetivo de buscar e hierarquizar os Fatores de Riscos mais determinantes e impor- tantes entre todos aqueles identificados no estudo. Por causa da flexibi- lidade da análise de Impactos Cruzados, a técnica pode ser aplicada a uma imensa variedade de problemas, daí porque tornou-se amplamente difundida na Prospectiva e tem sido usada em estudos das oportunida- des de introdução de produtos, de mercado, estabelecimento de política externa, formulação de objetivos institucionais, na comunicação, defesa, ecologia, educação, recursos naturais e em muitos outros assuntos. Por esta razão estamos empregando Impactos Cruzados para identificar os fatores de Riscos mais influentes e importantes no contexto estudado. 71Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo A técnica de impactos cruzados pode ser descrita, sucintamente, do se- guinte modo: Dispostos em uma confi guração matricial, com o eixo ver- tical signifi cando às forças motrizes e o horizontal as dependências. A diagonal principal da matriz é inutilizada. Os dados entram sempre na VERTICAL, ou seja, de cima para baixo, onde é colocado um peso (valor numérico em uma escala ajustada) que representa a infl uência de cada evento coluna sobre a probabilidade incondicional do evento linha. A ma- triz de Impactos Cruzados deve ser preenchida, utilizando-se uma tabela, que permite que se atribuam valores de 0 a 3, para quantifi car o efeito (impacto) que a ocorrência do Fator de Riscos destacado poderá causar sobre os demais Fatores de Riscos. Os valores seguem a seguinte tabela: TABELA: Critério Grau de Interdependência Influência Nota ALTA 3 MÉDIA 2 BAIXA 1 NÃO INTERFERE OAo somar os valores das colunas com as linhas, obtêm-se, através dos resultados das colunas, a motricidade de cada fator de risco, e através das linhas horizontais o valor de sua dependência. Exemplificamos a matriz abaixo, com seis eventos: Figura 21: Matriz de Impactos Cruzados 72Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Esta matriz possui de especial a influência da ocorrência de um Fa- tor de Riscos sobre a probabilidade de outros ocorrerem, definindo esta influência como impacto. Pode-se então elaborar a matriz de motricidade versus dependência. Para tanto, basta calcular os pontos médios de motricidade e de dependência, aplicando as fórmulas a se- guir, e construir o gráfico, onde o eixo dos x corresponde aos valores de dependência e o eixo dos y aos da motricidade. VM + vM PM = Ponto Médio da Motricidade PM = ____________ VM = Valor mais alto de motricidade 2 vM = Valor mais baixo da motricidade Vd + vd Pd = Ponto Médio da dependência Pd = ____________ Vd = Valor mais alto da dependência 2 vd = Valor mais baixo da dependência DEPENDÊNCIA M O T R I C I D A D E motriz independente dependente ligação Figura 22: Plano de Motricidade X dependência 73Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo As variáveis motrizes (quadrante II) são as que condicionam o restante do sistema. Já as variáveis de ligação (quadrante I) são muito motri- zes, mas têm grande dependência das demais. São as que fazem a ligação entre as variáveis motrizes e as dependentes (quadrante III). Por sua natureza instável, qualquer ação sobre elas terá repercussão sobre as outras e um efeito de retorno sobre si próprio que virá amplia- do ou atenuado em função da impulsão inicial. As variáveis dependentes (quadrante III) são pouco motrizes e mui- to dependentes, seu comportamento é explicado pelo das variáveis motrizes e de ligação. Já as variáveis independentes (quadrante IV) são aquelas pouco motrizes e pouco dependentes. São geralmente tendências de peso ou fatores relativamente desligados do sistema, e que não constituem determinantes do futuro, podendo ser excluídas da análise. EMPREGO dA MATRIz dE IMPACTOS CRUzAdOS Com o objetivo de demonstrar a praticidade da matriz de impactos Cruzados na gestão de riscos, segue abaixo uma descrição de uma empresa que sofre roubo de carga na distribuição urbana, na cidade do Rio de Janeiro. 74Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Fase 1: Construção do diagrama de Causa e Efeito do Risco Roubo de Carga: F ig u ra 2 3 75Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Fase 2: Elaboração da Matriz de Impactos Cruzados Obs: Não pode misturar os fatores de riscos controláveis com os incontroláveis. F ig u ra 2 4 76Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Fase 3: Construção da Matriz Interpretação dos Fatores de Risco D E P E N D Ê N C IA M O T R I C I D A D E m ot ri z de pe nd en te lig aç ão 15 1; 2; 3 5 4; 6; 7; 8; 9; 10 ; 11 ;1 2; 13 ;1 4 in de pe nd en te F ig u ra 2 5 77Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Fase 4: Análise e Interpretação As variáveis consideradas de ligação são as mais importantes, de- vendo ser tratadas com maior criticidade, pois são interdependentes. As variáveis motrizes também devem ser olhadas com criticidade pois são elas que alavancam as outras variáveis. As varáveis dependentes são as menos críticas, pois dependem de outras para que possa a acontecer. As variáveis independentes são consideradas franco atiradoras. No caso da empresa do RJ, temos 11 variáveis no quadrante I e II. A interpretação é o tratamento concentrado nestes 11 fatores de riscos. No conjunto de 15 variáveis, estas 11 representam 75% do total. Isto significa que se a empresa não tratar estes fatores de risco ao mesmo tempo, po- derá ter um resultado muito pequeno no seu contexto. É obrigatório que a empresa trate os 11 fatores de riscos de modo imediato. Os 11 fatores de riscos que devem ser tratados são: 4 – RH desmotivada; 6 – Falta de Treinamento; 7 – Política de Punição; 8 - Política de Treinamento – Endomarketing; 9 – Revisão de Normas; 10 – Disque Denúncia; 11 – Descrédito no Processo de GR; 12 – Falta de Código de Ética; 13 – Falta de Sensibilização; 14 – Constante quebra de normas; 15 - Falta de Meta para a área de Logística. Realmente podemos observar que os fatores de riscos alavancadores para o roubo de carga não é somente a implantação de equipes de se- gurança e sistemas de rastreamento, mas processos organizacionais e de boas práticas. 78Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 8. Análise de Riscos 8.1 INTRODUÇÃO A análise de riscos visa promover o entendimento do nível de risco e de sua natureza, auxiliando na definição de prioridades e opções de tratamento aos perigos identificados. Por meio dela, é possível saber qual a chance, a probabilidade dos riscos virem a acontecer e calcular seus respectivos impactos na empresa, sob o ponto de vista financei- ro, operacional, legal e de sua imagem. A análise de riscos pode ser realizada em diversos momentos, tais como o início de um novo projeto, como parte da gestão contínua, ou como o estudo do que pode ocorrer após os riscos terem sido trata- dos. Em linhas gerais, por meio de análise, verifica-se e compara-se o nível atual de riscos com os sistemas e controles existentes. É importante ressaltar que a avaliação de riscos pode ser realizada com vários graus de detalhamento, dependendo do risco, da finalida- de da análise e das informações, dados e recursos disponíveis. A aná- lise de riscos aqui descrita será a qualitativa (subjetiva), privilegiando o Fator Humano. Consiste na utilização de critérios pré-estabelecidos com uma escala de valoração para a determinação do nível do risco. A metodologia a ser utilizada para a avaliação de riscos possui os dois parâmetros universais e estabelecidos pela nova ISO 31000: a) Saber qual a chance, a probabilidade, dos perigos virem a acontecer, frente à condição existente – risco; b) Calcular o impacto e ou a conseqüência. 79Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo A análise de riscos é uma forma do gestor de riscos da empresa acom- panhar a evolução de suas exposições de maneira geral. 8.2 dESCRIçÃO dO MÉTOdO dE ANÁlISE dE RISCOS 8.2.1 Grau de Probabilidade - GP Conforme já foi descrito em tópicos anteriores, a opção escolhida foi o emprego de técnicas subjetivas, também chamadas de Lógica In- tuitiva. Lógica Intuitiva porque existe um processo estruturado e leva em consideração a expertise e experiência da equipe que está reali- zando o estudo. O método completo fornece como resultado prático o matriciamento dos riscos, que é o cruzamento da probabilidade de ocorrência versus o impacto no negócio, levando-se em consideração os critérios da imagem, financeiro, legal e operacional. O GP possui dois critérios: O Critério dos Fatores de Riscos – FR e o Critério da Exposição - E. O GP está alicerçado em uma fórmula sim- ples, que calcula de forma direta, através da multiplicação dos dois critérios, o nível de possibilidade do perigo e ou evento vir a aconte- cer, frente à condição existente. O GP pode ser classificado tanto de forma subjetiva como de forma objetiva. 80Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAnoAvAnçAdo O Grau de Probabilidade – GP é a conseqüência da multiplicação dos fatores de riscos versus o critério da exposição. É uma multiplicação direta, onde cada critério possui uma escala de valoração 1 a 5. 8.2.2 Critérios do GP CRITÉRIO dO FATOR dE RISCOS – “FR” Este critério possui seis sub critérios, estudados na fase da identifica- ção da origem de cada perigo. Os sub critérios possuem uma escala de valoração que mede o grau de influência para a concretização do perigo. Neste caso julgamos qual o nível de influência, por sub-critério, para que o perigo seja concretizado. É uma nota subjetiva, com base no diagrama de causa e efeito. Ou seja, a nota deve estar coerente com o diagrama de causa e efeito realizado. Em cada macro fator o gestor deverá realizar uma análise para verificar qual será o nível de influência daquele Macro Fator na concretização do perigo estudo. O gestor também deve olhar a Matriz SWOT e ou a de Impactos Cruza- dos, com o objetivo de verificar o grau de motricidade dos fatores de riscos dentro daquela macro causa. Por exemplo no diagrama abaixo, digamos que na macro causa Meios Organizacionais os fatores proce- dimentos e políticas tiveram grau -9 da Matriz SWOT e endomarketing -6. Qual nota poderíamos dar, na escala de 1 a 5,de influência na po- tencialização do perigo desvio interno? Deverá ser pelo menos 4 ou 5. Seria incoerente dar uma nota 2 ou até 3, Porque? Como podemos dar uma nota 3, que é média, se dos três fatores listados, temos dois com grau máximo. Portanto a Matriz SWOT passa a ser um balizador para o gestor na análise do nível de influência. 81Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 2 6 82Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Os seis Macro Fatores de Riscos, que compõem o diagrama de causa e efeito, que podem variar de acordo com o negócio e ou processo es- tudado, possuem uma escala de valoração que mede o nível de influ- ência para a concretização do perigo. A Tabela abaixo valora a escala: Nível do Fator de Risco Escala Pontuação Influencia Muito 5 Influencia 4 Influencia Medianamente 3 Influencia Pouco 2 Influencia Muito Pouco – quase nada 1 Após o estudo e análise pontuamos Cada Macro Fator, efetuando a soma do resultado e dividindo por seis. Porque seis? Por que existem seis ma- cro fatores. Se forem cinco macro fatores? Dividimos por cinco. Ressal- tamos que há a necessidade do gestor decidir na fase 2 do processo – Contexto Estratégico – os critérios e metodologias entre elas este, com o objetivo de evitar fazer uma salada russa em seu processo de gestão de riscos. Podemos citar como exemplo tanto os Fatores de Riscos da área da segurança empresarial como para a gestão de riscos corporativas: MO + RH + MTA + MTP + AE + AI FR = _____________________________ 6 FE + RH + TI + IP + AE + P FR = _____________________________ 6 83Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Legenda Segurança Gestão de Riscos MO= meios organizacionais FE= fatores estratégicos RH= recursos humanos RH= recursos humanos MTA= meios técnicos ativos TI= tecnologia da informação MTP= meios técnicos passivos IP= infra estrutura patrimonial AE= ambiente externo AE= ambiente externo AI= ambiente interno P= processos CRITÉRIO dA EXPOSIçÃO Assim como no tópico anterior, o critério de exposição possui uma escala de valoração que mede a freqüência que os perigos costumam manifestar-se na empresa ou em empresas similares. Ponto importante é avaliar sob três óticas: as condições passadas, presentes e futuras. Não deve nunca, olhar somente o passado. Se o gestor olhar somente a freqüência com foco no passado ele estará fazendo uma projeção, não levando em consideração as variáveis presentes e futuras. Será um grande erro estratégico. A tabela abaixo sugere a valoração: Critério da Exposição Escala Pontuação Uma ou mais vezes por mês 5 Uma ou mais vezes por ano 4 Uma ou mais vezes a cada 5 anos 3 Uma ou mais vezes a cada 10 anos 2 Remotamente possível 1 8.2.3 Grau de Probabilidade O GP é o resultado da multiplicação do valor final do fator de risco versus o critério da exposição, conforme demonstrado abaixo: GP = FR x E 84Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Esta multiplicação direta representa o grau de probabilidade, sendo que o valor máximo obtido é 25, com a classificação dividida em cinco níveis. Para transformar esta classificação subjetiva em uma classifi- cação objetiva, basta multiplicar pelo fator 4. Por que fator 4? Porque estamos fazendo uma equivalência entre o número máximo obtido na multiplicação direta entre os dois fatores (fator de riscos x fator de exposição) que é 25 e a porcentagem da probabilidade máxima que é 100%. Desta forma temos a tabela a seguir: Escala Nível de Probabilidade 1 - 5 Baixa 4% a 20% 5,01 - 10 Média 20,01 a 40% 10,1 - 15 Alta 40,01 a 60% 15,01 - 20 Muito Alta 60,01 a 80% 20,01 - 25 Elevada 80,01 a 100% Verifica-se que sempre teremos um risco residual de 4%. Considere o seguinte exemplo: No diagrama de Desvio Interno do tópico anterior, as notas dadas fo- ram às seguintes: Fator de Risco Nota de Influência (1-5) MO 4 RH 5 MTA 4 MTP 3 AE 3 AI 5 Total 24 Dividindo-se 24 por 6 temos a nota 4, o FR é 4. 85Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Se o nível de exposição for considerado como 5, ou seja, o desvio interno tende a acontecer mais de uma vez ao mês nas condições de hoje e futu- ra, se nada for feito, teremos um GP de 20. Se formos à tabela, verifi camos que o nível de risco é ALTO. Se quisermos transformar este nível ALTO em porcentagem basta multiplicar por 4%, teremos 80% de probabilidade do risco de Desvio Interno vir a ocorrer na Unidade de Negócio Estudada. 8.2.4 Relevância do Impacto Para mensurar o impacto, não devemos levar em consideração somente a questão fi nanceira. Com o objetivo do gestor obter uma visão holística do impacto há a necessidade de projetar todas as conseqüências que os perigos causam. Ao calcular o impacto, é possível identifi car o quanto cada tipo de risco pode prejudicar a competitividade empresarial. A Bra- siliano & Associados optou em estudar a relevância do impacto levando em consideração quatro fatores de impacto: a imagem, o fi nanceiro, o operacional e o legal. Isso não quer dizer que o gestor tenha que seguir estes quatro fatores, há por exemplo clientes nossos que ao invés de ter estes quatro fatores de impacto decidiu inserir a questão de recursos humanos. Como já dissemos, é uma questão de decisão da empresa. Outro ponto importante é que na nossa metodologia cada fator de im- pacto possui um peso diferenciado, tendo em vista seu grau de impor- tância para a empresa. Ou seja teremos no final uma média pondera- da, ao invés de uma média aritmética. Os fatores de impacto – FI são: Figura 27 86Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Podemos sugerir por Fator de Impacto a seguinte escala de valoração como uma diretriz: Imagem: Escala Pontuação De Caráter Internacional 05 De Caráter Nacional 04 Regional 03 Local 02 De Caráter Individual 01 Financeiro: Escala Pontuação Massivo 05 Severo 04 Moderado 03 Leve 02 Insignificante 01 Legal: Escala Pontuação Perturbações Muito Graves 05 Graves 04 Limitadas 03 Leves 02 Muito Leves 01 Operacional: Escala Pontuação Perturbações Muito Graves 05 Graves 04 Limitadas 03 Leves 02Muito Leves 01 87Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 8.2.5 determinação do Nível de Impacto O Nível de Impacto é o resultado da soma dos resultados de cada fator de impacto (multiplicação do peso versus a nota), dividido pela soma dos pesos, conforme demonstrado abaixo: Imagem + Financeiro + Operacional + legislação Nível de Impacto = ___________________________________ 11(soma dos pesos 4+3+2+2) O nível de impacto possui a seguinte classificação: Grau de Impacto Nível de Impacto 4,51 – 5,00 Catastrófico 3,51 – 4,50 Severo 2,51 – 3,50 Moderado 1,51 – 2,50 Leve 1,00 – 1,50 Insignificante Exemplo: Considere os valores definidos a seguir para a determinação do Nível do Impacto. Fator de Impacto Peso Nota - Avaliação do Gestor Resultado Imagem 4 4 16 Financeiro 3 5 15 Operacional 2 3 6 Legal 2 4 8 Total ____ _________________ 45 Nível de Impacto = 45/11 Nível de impacto = 4,09. Este risco possui um nível de impacto consi- derado Severo. 88Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 9. Avaliação de Riscos – Matriz de Riscos 9.1 MATRIZ DE RISCOS Com o objetivo de visualizar e, ao mesmo tempo, implementar uma forma de tratamento de cada risco, o resultado da avaliação dos riscos será apresentado em um mapa de riscos (Matriz de Riscos), permitin- do o acompanhamento da dinâmica dos riscos. A matriz de riscos demonstra os pontos de cruzamento (horizontal e vertical) da probabilidade de ocorrência e do impacto. Desta forma, pela divisão da matriz em quatro níveis de criticidade podemos avaliar o nível de vulnerabilidade e sua influência nos objetivos da Unidade de Negócio da empresa. Quanto maior for à probabilidade e o impacto de um risco, maior será o nível do risco. Os riscos plotados em cada nível terão um tratamento específico, a saber: 89Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 2 8 90Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Os riscos terão os seguintes tratamentos, de acordo com o quadrante em que estiver localizado: Quadrante I (Vermelho): Os riscos existentes no quadran- te I são aqueles que têm alta probabilidade de ocorrência e poderão resultar em impacto extremamente severo, caso ocorram. Exigem a implementação imediata das estratégias de proteção e prevenção, ou seja, ação imediata; Quadrante II (laranja): No quadrante II, localizam-se ame- aças que poderão ser muito danosas à empresa, poden- do possuir muito baixa probabilidade e alto impacto como baixo impacto e alta probabilidade. Estas ameaças devem possuir respostas rápidas, que para isso devem estar pla- nejadas e testadas em um plano de contingência, emergên- cia, continuidade de negócios, além de ações preventivas. A diferença do quadrante I é que as ações podem ser im- plementadas com mais planejamento e tempo. São eventos que devem ser constantemente monitorados; Quadrante III (Amarelo): No quadrante III, estão os riscos com alta probabilidade de ocorrência, mas que causam con- seqüências gerenciáveis à empresa. Os riscos classificados neste quadrante devem ser monitorados de forma rotineira e sistemática, podendo também possuir planos de emergência; Quadrante IV (Verde): Os riscos classificados no quadrante IV possuem baixa probabilidade e pequeno impacto, repre- sentando pequenos problemas e prejuízos. Estes riscos so- mente devem ser gerenciados e administrados, pois estão na zona de conforto. 91Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 10. Nível de Risco 10.1 APETITE AO RISCO – NÍVEL DE RISCO A metodologia COSO disserta sobre o apetite a risco: “como sendo a quantidade de riscos, no sentido mais amplo, que uma organização está disposta a aceitar em sua busca para agregar valor. O apetite a risco reflete toda a filosofia administrativa de uma organização e, por sua vez, influência a cultura e o estilo operacional desta. Muitas organizações consideram esse apetite de forma qualitativa, categorizando-o como elevado, moderado ou baixo, enquanto outras organizações adotam uma abordagem quantitativa que reflete e equi- libra as metas de crescimento, retorno e risco. Uma organização dotada de um maior apetite a risco poderá desejar alocar grande parcela de seu capital para áreas de alto risco como mercados recém-emergentes. Por outro lado, uma organização com um reduzido apetite a risco poderá limitar seu risco de curto prazo investindo apenas em mercados maduros e mais estáveis. O apetite a risco está diretamente relacionado à estratégia da organi- zação e é levado em conta na ocasião de definir as estratégias, visto que a estas expõem a organização a diferentes riscos. O gerencia- mento destes ajuda a administração a selecionar uma estratégia ca- paz de alinhar a criação de valor com o apetite a risco. O apetite a risco orienta a alocação de recursos entre as unidades de negócios e as iniciativas, levando em consideração os riscos e o plano da unidade para gerar o retorno desejado dos recursos investidos. A adminis- tração considera o apetite a risco ao alinhar sua organização, seu pessoal e seus processos, e prepara a infra-estrutura necessária para responder e 92Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo monitorar riscos com eficácia.” ( Metodologia COSO, publicado no Brasil pela AUDIBRA e PriceWaterHouseCoopers – 2007, página 20). Portanto a Matriz sugerida pelo Método Brasiliano poderá possuir qua- drantes diferentes, dependendo do tipo de apetite ao risco que a em- presa possui. Uma empresa mais tradicional e com aversão ao risco poderá ampliar a área tida como vermelha e diminuir sua área de con- forto. Já uma empresa mais agressiva poderá ter seus quandrantes vermelhos menores. Podemos ver nos exemplos abaixo uma matriz de riscos com qua- drantes de acordo com o nível de risco modificado de acordo com os objetivos da empresa. 93Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Probabilidade 5 ELEVADA 4 MUITO ALTA 3 ALTA 2 MÉDIA 1 BAIXA IN S IG N IF IC A N TE LE V E M O D E R A D O S E V E R O C AT A S TR Ó FI C O 1 2 3 4 5 Im p ac to LE G E N D A PROBABILIDADE 5 B A A A A 4 B B A A A 3 B B B A A 2 C C B B A 1 D C C B B 1 2 3 4 5 IM PA C TO N IV E IS D E T R A TA M E N TO A A çã o Im ed ia ta - In to le rá ve l B A çã o M éd ia e C ur to P ra zo C M on ito ra m en to e G es tã o D R is co C on tro lá ve l IM PA C TO 5 C at as tró fi c o 4 S ev er o 3 M od er ad o 2 Le ve 1 In si gn ifi ca nt e P R O B A B IL ID A D E 5 E le va da 4 M ui to A lta 3 A lta 2 M éd ia 1 B ai xa 9 5 1 8 7 3 2 4 6 Podemos verificar que o quadrante IV (cinza escuro) é um só, o que significa que a tolerância ao risco é baixa. F ig u ra 2 9 94Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 10.2 NÍVEL DE RISCO - PROCESSO O nível do risco é um índice que pode ser calculado anualmente, se- mestralmente, de acordo com o negócio da empresa, com o objetivo de mensurar o grau de risco dos processos analisados. O objetivo é o de facilitar o monitoramento e acompanhamentoda evolução do risco no processo, no departamento e ou unidade . Para calcular o nível do risco, é necessário utilizar as variáveis já iden- tificadas na etapa anterior de Avaliação de Riscos – Grau de Proba- bilidade (GP) e Impacto (I), conforme metodologia de cálculo abaixo: O Nível de risco é a multiplicação da média do Grau de Probabilidade de todos os riscos vezes a média do Impacto de todos os riscos. Média do Nível de Risco: Média do GP x Média do I Segue a tabela de Conversão abaixo, como sugestão: NÍVEL DE RISCO 1 a 5 1 Verde 5,1 a 10 2 Amarelo 10,1 a 15 3 Laranja 15,1 a 25 4 Vermelho É importante ressaltar que quanto maior o nível do risco, maior sua criticidade para o processo, conforme figura a seguir: 1 2 3 4 Nível baixo (seguro) Nível alto (perigoso) 95Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo O nível de risco serve para determinar seu apetite ao risco. A empresa pode decidir não tolerar nível de risco em seus processos acima do ní- vel 3. Isto significa que os riscos plotados no quadrante IV – Vermelho - são considerados como INTOLERÁVEIS para a empresa. Estes riscos terão ação e tratamento imediatos por parte dos gestores. 10.2.2 A Avaliação do Nível de Riscos por Processo A execução do cálculo do nível de risco por processo há a necessida- de de mensurar as médias dos Grau de Probabilidade e Impacto, re- sultando em apenas um valor para o processo a ser avaliado. A Média do Grau de Probabilidade deve ter uma equivalência visando também o Nível de Riscos possuir como valoração máxima o numeral 25. A tabela abaixo mostra a equivalência: Escala 1 Escala 2 Nível de criticidade Percentagem 1 – 5 1 Baixo 4% - 20% 5,01 – 10 2 Médio 20,04% - 40% 10,01 – 15 3 Alto 40,04% - 60% 15,01 – 20 4 Muito alto 60,04% - 80% 20,01 – 25 5 Elevado 80,04% - 100% Resultado da multiplicação GP=FRxE Equivalência para matriz de riscos Equivalência em probabilidade Fator de multiplicação 4% 96Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Podemos exemplificar: Perigos GP Impacto 1.Desvio Interno 15,00=3 2,38 2.Assalto 12,7=3 3,85 3.Fuga de Informação 15,3=5 3,54 4.Sabotagem 15,0=3 3,54 5.Incêndio 11,7=3 3,23 6.Responsabilidade Civil 7,0=2 3,54 7.Roubo de Carga 11,7=3 3,23 8.Recursos Humanos 12,5=3 2,15 9.Acesso a Confidencialidade 10,7=3 1,23 Total 28 25,77 Média 3,11 2,97 Nível de Risco 3,11 x 2,97 = 9,24 Conferindo com a Tabela o Nível de Risco Abaixo, podemos classificar o processo como nível 2 – Amarelo de risco. Dependendo da política da empresa, este processo encontra-se como tolerável. Nível de risco 1 a 5 1 Verde 5,1 a 10 2 Amarelo 10,1 a 15 3 Laranja 15,1 a 25 4 Vermelho 97Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 10.3 GRAU DE RISCO DAS UNIDADES DE NEGóCIO E EDIFICAÇÕES - GRU 10.3.1 Introdução O grau de risco da Unidade de Negócio tem por objetivo fazer a em- presa enxergar de forma estratégica o nível de criticidade de suas Uni- dades e Edificações. É um processo integrado para ajudar os gestores a modelarem seus riscos e respectivas unidades. A determinação do Grau de Criticidade – GC será alcançado através de dois critérios: 1. Média dos Graus de Probabilidade dos Riscos – MGPR 2. Importância Estratégica da Instalação – IEI 10.3.2 Média dos Graus de Probabilidade dos Riscos - MGPR A média dos graus das probabilidades dos riscos – MGPR é conse- guido através da soma dos GP de cada risco que a Unidade possui e dividido pelo número deles. Desta forma poderemos calcular o nível de criticidade, que a instalação, edificação possui. Os parâmetros da tabela de criticidade abaixo são os mesmos do Grau de probabilidade. Escala Nível de criticidade Percentagem 1 – 5 Baixo 4% - 20% 5,01 – 10 Médio 20,01% - 40% 10,01 – 15 Alto 40,04% - 60% 15,01 – 20 Muito alto 60,04% - 80% 20,01 – 25 Elevado 80,04% - 100% Exemplo: Considere os valores definidos a seguir para a determinação do Grau de Probabilidade das Unidades de Negócio. 98Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Unidade de Negócio Grau de Probabilidade dos Riscos nas UN MGPR Nível de Criticidade Assalto Fuga de Informação Sabotagem Incêndio UM 1 5,00 15,00 12,00 8,00 40/4 = 10,00 10 Média UM 2 12,00 15,00 18,00 14,00 59/4 = 14,75 14,75 Muito Alto UM 3 11,00 23,00 14,00 7,00 55/4 = 13,75 13,75 Alto UM 4 6,00 4,00 5,00 2,00 17/4 = 4,25 4,25 Baixa 10.3.3 Importância Estratégica da Instalação - IEI O nível de importância estratégica da instalação poderá ser obtido utilizando os mesmos critérios do nível do impacto, levando-se em consideração caso aconteça eventos de forma geral na instalação, ou seja, vendo a instalação de forma holística. A diferença deste estudo é o enfoque, pois não estamos visualizando mais um evento, mas sim se a Unidade sofrer um impacto e não puder operar. Qual o impacto para a empresa? Portanto levamos em consideração os quatro fatores de impacto – FI: Imagem, Financeiro, Operacional e Legal, com os mes- mos pesos. Os fatores de Importância Estratégica da Instalação são: Figura 30 99Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Imagem: Escala Pontuação De Caráter Internacional 05 De Caráter Nacional 04 Regional 03 Local 02 De Caráter Individual 01 Financeiro: Escala Pontuação Massivo 05 Severo 04 Moderado 03 Leve 02 Insignificante 01 Legal: Escala Pontuação Perturbações Muito Graves 05 Graves 04 Limitadas 03 Leves 02 Muito Leves 01 Operacional: Escala Pontuação Perturbações Muito Graves 05 Graves 04 Limitadas 03 Leves 02 Muito Leves 01 100Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 10.3.4 determinação do Nível de Importância O Nível de Importância é o resultado da soma dos resultados de cada fator de impacto (multiplicação do peso versus a nota), dividido pela soma dos pesos, conforme demonstrado abaixo: Imagem + Financeiro + Operacional + legal Nível de Importância = ___________________________________ 11(soma dos pesos 4+3+2+2) Os parâmetros da tabela de Importância Estratégica são os mesmos do Impacto. Grau de Impacto Nível de Impacto 4,51 – 5,00 Catastrófico 3,51 – 4,50 Severo 2,51 – 3,50 Moderado 1,51 – 2,50 Leve 1,00 – 1,50 Insignificante Exemplo: Considere os valores definidos a seguir para a determinação do Grau de Importância Estratégica das Instalações Unidade de Negócio Grau de Importância Estratégica da Instalação IEI IEI Nível de Importância Imagem (4) Financeiro (3) Legal (2) Operacional (2) UN 1 3 x 4 = 12 4 x 3 = 12 2 x 2 = 4 4 x 2 = 8 36/11 = 3,27 3,27 Moderado UN 2 4 x 4 = 16 3 x 3 = 9 3 x 2 = 6 4 x 2 = 8 39/11 = 3,54 3,54 Alta UN 3 2 x 4 = 8 2 x 3 = 6 4 x 2 = 8 3 x 2 = 6 28/11 = 2,54 2,54 Moderado UN 4 1 x 4 = 4 1 x 3 = 3 4 x 2 = 8 2 x 2 = 4 19/11 = 1,72 1,72 Leve 101Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 10.3.5 Matriz de Criticidade das Instalações Com o objetivo de visualizar e, ao mesmo tempo, priorizar o tratamento das suas instalações, o resultado da avaliação de criticidade de cada instalação será apresentado em uma Matriz de Criticidade. A matriz de Criticidade demonstra os pontos de cruzamento (horizon- tal e vertical) das condições de segurança versus importância estra- tégica. Desta forma, pela divisão da matriz em três níveis podemos avaliar a criticidade das instalações de forma estratégica e holística. As instalações plotadas em cadanível terão um tratamento específi- co, a saber: As Unidades terão os seguintes tratamentos, de acordo com o qua- drante em que estiver localizado: Quadrante I (Vermelho): As unidades localizadas no quadrante I são aquelas que têm alto grau de risco e poderão resultar em impacto ex- tremamente severo, caso ocorram. Exigem a implementação imediata das estratégias de proteção e prevenção, ou seja, ação imediata; Quadrante II (laranja): No quadrante II, localizam-se as unidades devem receber tratamento com médio e curto prazo. Possuem cruza- mento do grau de risco com médio e grande nível de riscos e elevado impactos. São unidades que devem ser constantemente monitoradas; Quadrante III (Amarelo): No quadrante III, estão as unidades com alto grau de riscos mas que causam conseqüências gerenciáveis à empre- sa. As unidades classificadas neste quadrante devem ser monitoradas de forma rotineira e sistemática, podendo também possuir planos de emergência; Quadrante IV (Verde): As unidades classificadas no quadrante IV es- tão na zona de conforto, devendo ser gerenciadas e administradas. 102Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Matriz de Criticidade das Instalações Probabilidade A ELEVADA B MUITO ALTA C ALTA D MÉDIA E BAIXA IN S IG N IF IC A N TE LE V E M O D E R A D O S E V E R O C AT A S TR Ó FI C O 1 2 3 4 5 Im p ac to LE G E N D A PROBABILIDADE 5 B B A A A 4 C B B A A 3 D C B A A 2 D D C B A 1 D D C B B 1 2 3 4 5 IM PA C TO N IV E IS D E T R A TA M E N TO A A çã o Im ed ia ta B A çã o M éd ia e C ur to P ra zo C M on ito ra m en to e G es tã o D R is co C on tro lá ve l IM PA C TO 5 C at as tró fi c o 4 S ev er o 3 M od er ad o 2 Le ve 1 In si gn ifi ca nt e P R O B A B IL ID A D E 5 E le va da 4 M ui to A lta 3 A lta 2 M éd ia 1 B ai xa U ni da de 1 U ni da de 2 U ni da de 3 U ni da de 8 U ni da de 1 0 U ni da de 1 1 U ni da de 7 U ni da de 6 U ni da de 5 U ni da de 4 U ni da de 9 F ig u ra 3 1 103Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 11. Tratamento dos Riscos – Plano de Ação – Ferramentas 11.1 ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DOS RISCOS Depois de identificados, avaliados e mensurados, deve-se definir qual o tratamento que será dado aos riscos. Na prática, a eliminação total dos riscos é impossível. Nesse contexto, a Matriz de Riscos e a Clas- sificação do Nível de Riscos apóia a priorização e visa direcionar os esforços relativos a novos projetos e planos de ação elaborados, a fim de minimizar os eventos que possam afetar adversamente e maximizar aqueles que possam trazer benefícios para a organização. É recomendável alinhar a estrutura de controles internos aos objetivos estratégicos e ao nível de exposição desejado pela organização. A alta administração poderá determinar seu posicionamento frente aos riscos, considerando seus efeitos, grau de aversão e resposta, com- plementada por uma análise de custo-benefício. A ISO 31000 descreve o processo cíclico: - a avaliação do tratamento de riscos já realizado; - a decisão se os níveis de risco residual são toleráveis; - se não forem toleráveis, a definição e implementação de um novo tratamento para os riscos, e a avaliação da eficácia desse tratamento. As opções de tratamento de riscos não são necessariamente mutu- amente exclusivas, ou adequadas em todas as circunstâncias. As opções podem incluir os seguintes aspectos: 104Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo a) a ação de evitar o risco ao se decidir não iniciar, ou descon- tinuar, a atividade que dá origem ao risco; b) a tomada ou o aumento do risco na tentativa de tirar proveito de uma oportunidade; c) a remoção da fonte de risco; d) a alteração da probabilidade; e) a alteração das consequências; f) o compartilhamento do risco com outra parte ou partes (in- cluindo contratos e fi nanciamento do risco); e g) a retenção do risco por uma decisão consciente e bem embasada. O diagrama abaixo exemplifi ca as estratégias de tratamento dos riscos: Estratégicas de Gestão de Riscos Risco inerente ao modelo de negócio ou ás operações normais manter o risco, precifi car ou planejar conforme grau de tolerância controlar ou diversifi car o risco necessita que alguém esteja disposto e tenha capacidade fi nanceira para correr o risco poder aumentar o grau de exposição medida em que possibilita vantagens competitivas qualquer ação que elimine totalmente a fonte de um risco específi co Fora da estratégia, uma vez que o custo do controle é superior ao risco Sim ACEITAR Reter Reduzir Transferir Explorar Evitar REJEITAR Não Figura 32 O Guia de Orientação para Gerenciamento de Riscos Corporativos, em suas páginas 23 e 24, descreve as estratégias de tratamento aos riscos: - Evitar o Risco: decisão de não se envolver ou agir de forma a se retirar de uma situação de risco. - Aceitar o Risco: neste caso, apresentam-se quatro alternati- vas: reter, reduzir, transferir/compartilhar ou explorar o risco. 105Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo - Reter: manter o risco no nível atual de impacto e probabili- dade. Exemplo: a diretoria da empresa decide nada investir em melhorias da área de informática, assumindo que as per- das e erros atualmente sabidos e esperados de informações internas para o processo de decisão e de gestão são (ris- cos) toleráveis. - Reduzir: ações são tomadas para minimizar a probabili- dade e/ou o impacto do risco.Exemplo: uma organização financeira identificou e avaliou o risco de seus sistemas permanecerem inoperantes por um período superior a três horas e concluiu que não aceitaria o impacto dessa ocorrên- cia. A organização investiu no aprimoramento de sistemas de auto-detecção de falhas e de backup para reduzir a pro- babilidade de indisponibilidade do sistema. - Transferir e/ou Compartilhar: atividades que visam redu- zir o impacto e/ou a probabilidade de ocorrência do risco através da transferência ou, em alguns casos, do comparti- lhamento de uma parte do risco. Exemplo: uma concessio- nária de energia elétrica identificou e avaliou os riscos de falhas naturais com danos elétricos em seus equipamentos turbo-geradores e de potência de grandes usinas. Após analisar a melhor estratégia a ser adotada no que tange às despesas possíveis com franquia vis-à-vis os prêmios de risco a serem contratados, constitui-se um seguro des- tes equipamentos junto ao mercado, transferindo este ris- co operacional categorizado como de alto impacto e baixa freqüência, inerente ao processo de operação e manuten- ção. Devem ser transferidos por meio de seguro os riscos tidos como catastróficos (riscos de baixa freqüência e alta severidade), os riscos de alta freqüência que provoquem cumulativamente perdas relevantes e todos aqueles cujo custo de transferência seja inferior ao custo de retenção. Os custos de seguro obtidos no mercado podem subsidiar a decisão sobre retenção versus transferência dos riscos. 106Gestão e AnAlise de RiscoscoRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo Além de identificar os riscos que deseja transferir, os gesto- res de seguros precisam conhecer profundamente a dinâ- mica das operações da organização e o fluxo de informa- ções que garantirá a adequação do contrato de seguro por toda a vigência das apólices, normalmente de 12 meses. A transferência do risco não necessariamente elimina todas as potenciais perdas e, por isto, é necessário dispor de um adequado plano de contingência. - Explorar: aumentar o grau de exposição ao risco na medi- da em que isto possibilita vantagens competitivas. Exemplo: uma empresa produtora de petróleo usa as informações so- bre o mercado futuro para especular no mercado de deriva- tivos, aumentando sua exposição ao preço da commodity. Deverão ser avaliados e monitorados os impactos positivos e negati- vos da ocorrência dos eventos, considerando: • Risco inerente: risco natural; ausência de qualquer ação que a direção possa realizar para alterar a probabilidade de ocorrência ou de impacto. • Risco residual: resultante do processo de tomada de ações e aplicação das melhores práticas de controles internos ou da reposta da organização ao risco. 11.2 RECURSOS Os recursos têm por finalidade, com base no levantamento e análise de risco, propor as soluções possíveis, para mitigar a possibilidade dos riscos levantados virem a se concretizar. Na realidade, os recursos irão dimensionar os meios técnicos, orga- nizacionais e humanos, sempre com foco no usuário, que podem re- duzir os riscos. Os meios técnicos são divididos em ativos e passivos. Os meios ativos são aqueles que estão alicerçados na tecnologia e que reagem na 107Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo identificação e detecção dos riscos. Os meios passivos são estáticos, são as barreiras físicas ou mecânicas que têm por finalidade impedir, dissuadir e dificultar a concretização dos mesmos. Os recursos estratégicos darão uma visão macro do quanto estes po- dem fazer frente aos riscos, projetando sua eficácia. Estes podem ser divididos em três grupos: 11.2.1 Meios Humanos Podem ser enquadrados como o pessoal encarregado de cuidar de determinados processos, tanto preventivamente como contingencial mente com qualificação e formação necessária. 11.2.2 Meios Técnicos Surgem em apoio aos meios humanos e têm como finalidade precípua realizar a detecção e a intervenção nos eventos. 11.2.3 Organizacionais Os procedimentos e normas padronizados e formalizados têm como meta coordenar e integrar os meios técnicos e humanos. Os meios organizacionais incluem os seguintes planos: - Plano de prevenção: descrição dos sistemas, processos, medidas preventivas e a respectiva responsabilidade. - Plano de emergência: elaborado para prever o que fazer, como fazer e quem deve fazer, quando houver a falha do plano de prevenção ou, de alguma forma, quando o risco concretizar. Trata também de ações e medidas do que fazer após o evento ter sido concretizado. - Plano de continuidade de negócios e gestão de crise: como sendo o planejamento e a realização de ações que têm como objetivo assegurar a continuidade das operações dos processos de negócio da empresa, na eventualidade de uma indisponibilidade prolongada dos recursos que dão 108Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo suporte à realização dessas operações (equipamentos, sis- temas de informação, instalações, pessoais e informações). - Plano de manutenção: responsável pela implementação da fiscalização do funcionamento dos variados sistemas e pro- cessos implantados. - Plano de auditoria: responsável pelo controle e avaliação de todo o sistema, medindo o grau de eficácia, eficiência e economicidade. Este plano deve ser elaborado, para men- surar, de fato e de direito, se o sistema está realmente cum- prindo com os objetivos propostos. A solução, além de sugerir os recursos, estabelece os objetivos quali- tativos de cada solução. Os objetivos podem ser descritos: • dETECTAR O RISCO: significa identificá-lo antes que o evento concretize-se, ou seja, basicamente projetar um sis- tema que atue preventivamente. • INIBIR - dISSUAdIR O AGENTE AGRESSOR: o agressor sente-se psicologicamente impedido de tentar agredir o sis- tema e/ou processo, pois, a utilização dos variados proces- sos, provoca sua desistência. • IMPEdIR A AGRESSÃO: através da implantação de bar- reiras, sejam elas físicas, eletrônicas, ou organizacionais, o agressor não cumpre sua finalidade, sendo detectado e desistindo da agressão. • RETARdAR A AGRESSÃO: quando se implanta uma série de barreiras, com o objetivo do agressor deixar rastros e ou trilhas, para que desta forma haja condições da gerência de riscos reagir à contingência. • RESPONdER À AGRESSÃO: a resposta pode ser tanto a huma- na, como a vinda da força de reação para combater a contingên- cia, quanto eletrônica, como o fechamento de portas, elevado- res, dutos de ar condicionado, entre outros. Com qualquer meio, o importante é que a agressão tenha uma resposta efetiva. 109Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo a) É imperativo que a solução tenha uma integração efetiva com os variados departamentos da empresas. A solução fará a integração dos variados subsistemas e processos, combinando a tecnologia, a arquitetura do sistema e a área operacional da Unidade de Negócio. A integração efetiva destes elementos gerará um sistema preventivo, com rápida resposta às ameaças do ambiente 11.3 METODOLOGIA PARA ELABORAR O PLANO DE AÇÃO O Plano de Ação deverá ser elaborado utilizando-se a técnica das perguntas: 5W e 2 H. WHAT WHO WHEN WHERE WHY HOW HOW MUCH O QUE? QUEM? QUANDO? ONDE? POR QUE? COMO? QUANTO CUSTA? Podemos citar como exemplo a as perguntas detalhadas: - WHAT = O QUE FAzER? Nesta pergunta respondemos quais são as variáveis que iremos tratar, quais sistemas integrados iremos implantar. Exemplo: treinaremos nossa equipe; implantaremos um sis- tema de CFTV; e assim por diante. O importante é estar lin- cado com a Matriz de Vulnerabilidade e SWOT – FOFA. - WHO = QUEM FAzER? Nesta pergunta respondemos quem é o responsável, po- dendo ser uma pessoa, grupo de pessoas e ou um depar- tamento. Exemplo: Recursos Humanos, Segurança; João da Silva. Esta pergunta é muito importante, pois sem designar responsáveis, o plano não terá chance de ser implementado. - WHEN = QUANdO? Nesta pergunta respondemos o horizonte temporal que de- veremos implantar cada variável e ou sistema. Exemplo: até 31 de agosto de 2008. O ideal é que coloque-se uma data 110Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo limite, evitando horizontes temporais sem limite de data, como exemplo implantar o sistema de CFTV num prazo de seis meses. Este tipo de horizonte é considerado vago. To- das as variáveis devem ter um horizonte temporal específico. - WHERE = ONdE? Nesta pergunta respondemos quais são os departamentos e locais da empresa que os sistemas serão implantados. Exemplo: Portaria Principal; Acesso da Diretoria; Acesso CPD. O importante é deixar claras as áreas específicas, com o objetivo do Plano de Ação não se tornar genérico. - WHY = POR QUE? Nesta pergunta respondemos quais são os perigos que es- tamos mitigando, tendo em vista a implantação das variá- veis. A pergunta pode suprir mais de um perigo, fazendo desta forma a otimização da ação. Exemplo: assalto na em- presa, sabotagem e fuga de informação. - HOW = COMO? Nesta pergunta respondemos de que forma poderemosim- plantar o sistema. Pode ser em fases ou de uma única vez. É importante definir esta questão, pois depende Exemplo: O sistema de CFTV será implantado em quatro etapas: pri- meira abrangendo a área periférica da empresa; a segunda portaria; a terceira áreas internas e a quarta as áreas consi- deradas restritas. - HOW MUCH = QUANTO CUSTA? Esta pergunta, para os gestores, é a mais importante. Dará a projeção de investimento por sistema e variável a ser implanta- do. É recomendável que também nesta pergunta tenhamos a opção de investimento, se será a vista, a prazo ou se a empresa vai optar em realizar um aluguel. Exemplo: o sistema de CFTV terá um investimento de US$ 130.000,00, sendo o importante é estar lincado com a Matriz de Vulnerabilidade e SWOT – FOFA. 111Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo O Plano de Ação deverá ser elaborado em formato de planilha (Word e ou Excel), de tal forma que possa ser visualizado no seu todo. O con- trole será executado inserindo um farol com três níveis: Preto – não realizado; Cinza – realizado; Cinza Claro – está em execução. Na figura abaixo um modelo de Plano de Ação. Figura 33 112Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 11.4 FERRAMENTA DE APOIO A DECISÃO - PRIORIZAÇÃO DAS AÇÕES 11.4.1 Critérios A Ferramenta de Apoio a Decisão – Priorização das Ações tem por ob- jetivo fazer com que o gestor e ou analista possa de forma mais prática e objetiva enxergar, através de critérios pré estabelecidos e plotados em uma Matriz, as ações que são prioritárias em termos de benefício. Os dois macro critérios são: 1. Esforço de Implementação 2. Benefício Estimado ESFORçO dE IMPlEMENTAçÃO O macro critério Esforço de Implementação é conseguido através da média ponderada de três sub critérios, com os seguintes pésos: Figura 34 O sub-critério Custo significa quanto a empresa vai ter que investir, é uma visão financeira. O sub-critério Tempo visa identificar qual o horizonte temporal estimado para a real implantação da ação e ou sis- tema. O sub-critério Autonomia é em termos de nível de aprovação, se 113Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo dependerá de uma diretoria ou do próprio departamento. A nota varia de 1 a 5, de acordo com o nível de esforço. Quanto maior o esforço maior a nota. O grau de Esforço de Implementação é conseguido so- mando-se as notas de cada sub-critério, e dividindo por 09 (somatório dos pesos). A partir daí temos a média ponderada: Custo + Tempo + Autonomia Esforço de Implementação = __________________________ 9 (soma dos pesos 4+3+2) Grau Impacto ........................................Nível 4,51 – 5,00 ............................................Insatisfatório 3,51 – 4,50 ............................................Ruim 2,51 – 3,50 ............................................Bom 1,51 – 2,50 ............................................Muito Bom 1,00 - 1,50 .............................................Excelente BENEFÍCIO ESTIMAdO O macro critério Benefício Estimado é conseguido através da média ponderada de três sub critérios, com os seguintes pesos: Figura 35 114Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo O sub-critério Impacto no Contexto significa quanto a ação pode gerar de resultado no contexto estabelecido. O sub-critério Probabilidade de dar certo é a estimativa da ação ser operacionalizada com suces- so diante da estrutura e recursos da empresa. O sub-critério Eficácia Operacional é a estimativa do quanto a ação pode continuar gerando de resultado, após sua implantação. A nota varia de 1 a 5, de acordo com o nível de benefício. Quanto maior o benefício maior a nota. O grau de Benefício Estimado é conseguido somando-se as notas de cada sub-critério, e dividindo por 10 (somatório dos pesos). A partir daí temos a média ponderada Impacto no Contexto + Probabilidade de dar Certo + Eficácia Operacional Benefício Estimado = _____________________________________ 10 (soma dos pesos 4+3+3) Grau Impacto ........................................Nível de Impacto 4,51 – 5,00 ............................................Excelente 3,51 – 4,50 ............................................Muito Bom 2,51 – 3,50 ............................................Bom 1,51 – 2,50 ............................................Regular 1,00 - 1,50 .............................................Insuficiente 11.4.2 Matriz de Priorização de Ações O resultado do cruzamento dos dois macro critérios é uma Matriz, com três quadrantes, onde temos as priorizações. O quadrante I é onde as ações devam ser operacionalizadas; o quadrante II exige reavaliação e ou ação a médio prazo, e o quadrante III as ações devem ser descar- tadas. Abaixo um exemplo da Matriz de Priorização de Ações. 115Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo ESFORÇO DE IMPLEMENTAÇÃO ALTO MÉDIO BAIXO B A IX A M É D IA A LT A B E N E FÍ C IO E S TI M A D O 5 47 3 1862 F ig u ra 3 6 116Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo F ig u ra 3 7 117Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 12. Monitoramento e Análise Crítica dos Riscos O monitoramento e a análise crítica devem ser planejados como parte do processo de gestão de riscos e deve envolver a checagem ou vi- gilância regulares. Podem ser periódicos ou acontecer em resposta a um fato específico. De forma clara e objetiva o monitoramento envolve dois processos: o primeiro é a verificação se o Plano de Ação proposto está sendo exe- cutado. Para isso devemos utilizar o farol sugerido no Plano de Ação, com os indicadores de Executado, em execução e não executado. Também deve ser acompanhado os resultados das ações e medidas propostas. Devem ser acompanhadas para saber se seus objetivos foram atingidos e se não foram quais as dificuldades encontradas e as ações corretivas. Este é um processo de monitoração. O segundo processo de monitoração diz respeito a evolução das condições dos riscos identificados e estudados. Neste caso deve-se montar um processo de acompanhamento se as condições listadas no diagrama de causa e efeito sofrem mudanças e ou alterações do ambiente. Este processo de monitoramento é de suma importância e deve ser acompanhado diretamente pelo gestor de riscos. Devemos lembrar que este foi o maior erro que o próprio americano assume e descreve em seu relatório sobre 11 de setembro de 2001. O processo descrito no Projeto ABNT/CEE-63 Projeto 63.000.01-001 de agosto de 2009 (páginas 26 e 27), projeto este elaborado pela Comis- são de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT, previsto para ser equivalente à ISO 31000, descreve as seguintes finalidades: 118Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo - garantir que os controles sejam eficazes e eficientes no pro- jeto e na operação; - obter informações adicionais para melhorar a avaliação dos riscos; - analisar os eventos (incluindo os quase-incidentes), as mudanças, tendências, sucessos e fracassos e aprender com eles; - detectar mudanças no contexto externo e interno, incluindo alterações nos critérios de risco e no próprio risco, as quais podem requerer revisão dos tratamentos dos riscos e suas prioridades; e - identificar os riscos emergentes. É responsabilidade direta da alta administração a avaliação contí- nua da adequação e da eficácia de seu modelo de Gestão de Riscos Corporativos.119Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo 13. Conclusão Hoje a gestão de riscos é reconhecida como parte integrante de uma boa administração. É um processo interativo composto por etapas, que, quando realizada em seqüência, possibilita a melhoria da tomada de decisão. O Método aqui descrito – Método Brasiliano de Gestão e Análise de Riscos - é uma técnica para auxiliar o gestor na priorização do trata- mento de cada perigo, possibilitando integrar as origens de cada risco com seu nível de influência para sua concretização e de resposta aos riscos. Auxilia de forma direta na construção da matriz de riscos e a matriz de priorização de ações. Esperamos que com esta técnica possamos facilitar a tomada de de- cisão dos responsáveis pela gestão de riscos e auxiliar a implantação de medidas reais preventivas. 120Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo BiBliografia ALENCAR, Antonio Juarez e SCHMITZ, Eber Assis. Análise de risco em gerência de projetos. Rio de Janeiro: Brasport, 2005. ADAMS, John. Risco. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. BARALDI, Paulo. Gerenciamento de risco: a gestão de oportunidades, a criação de controles internos e a avaliação de riscos nas decisões gerenciais. Rio de Janeiro: Elsevier, 004. BRITO, Osias Santana. Gestão de riscos: uma abordagem orientada a riscos operacionais. São Paulo: Saraiva, 2007. BERNSTEIN, Peter L. Desafio aos Deuses: A fascinante História do Risco. Rio de Janeiro: Campus, 1997. BORGERTH, Vânia Maria da Costa. Sox: entendo a Lei Sarbanes-Ox- ley: um caminho para a informação transparente. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 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HB 221:2004 - Business Continuity Management. 124Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo SoBre o autor Antonio Celso Ribeiro Brasiliano Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique ( Ciência e Engenhariada Informação e Inteligência Es- tratégica) pela UNIVERSITÉ EAST PARIS - MARNE LA VALLÉE – Paris – França; Master Degree - Diplome D´Etudes Approfondies (DEA) en Information Scientifique et Technique Veille Technologique (Inteligên- cia Competitiva) pela UNIVERSITE TOULON – Toulon - França; Espe- cializado em: Inteligência Competitiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Gestión da Seguridad Empresarial Internacio- nal – Universidad Comillas – Espanha; Segurança Empresarial pela Universidad Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha; Planejamento Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - SP; Elaboração de Currí- culos pelo Centro de Estudos de Pessoal do Exército - CEP, Bacharel em Ciências Militares, graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras; Bacharel em Administração de Empresas; Certificado como Especialista em Segurança Empresarial – CES pela Associação Bra- sileira de Segurança Orgânica – ABSO; Autor dos livros:”Análise de Risco Corporativo – Método Brasiliano”; “Manual de Análise de Ris- co Para a Segurança Empresarial”; “Manual de Planejamento: Gestão de Riscos Corporativos”; “A (IN)Segurança nas Redes Empresarias: A Inteligência Competitiva e a Fuga Involuntária das Informações”; “Pla- nejamento da Segurança Empresarial: Metodologia e Implantação”; Co-Autor dos Livros: “Manual de Planejamento Tático e Técnico em Segurança Empresarial”; “Segurança de Executivos” - Noções Anti-Se- qüestro e Seqüestro: Como se Defender; Atual Coordenador Técnico e Professor de Cursos: Especialização (MBA): Gestão em Segurança Empresarial, Cursos de Extensão e o Avançado em Segurança Empre- 125Gestão e AnAlise de Riscos coRpoRAtivos: Método BRAsiliAno AvAnçAdo sarial, ambos em convênio com a Faculdade de Engenharia de São Paulo – FESP – SP e Faculdade de Administração de São Paulo – FAPI - SP; Membro do Institute of Internal Auditors IIA; do Instituto dos Audi- tores Internos do Brasil – AUDIBRA; Membro e Diretor de Planejamento Estratégico da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança Orgânica – ABSO, Coordenou a 1ª Pesquisa de Vitimização Empresa- rial 2003 – Contrato pela PENUD/ONU/SENASP; Diretor Executivo da BRASILIANO & ASSOCIADOS. Editora Sicurezza trazendo a informação Confira outras publicações da coleção!! www.sicurezzaeditora.com.br Coleção Cenários Prospectivo • A Importância da Comunicação de Risco para as Organizações • Cenários Prospectivos em Gestão de Riscos Corporativos: um Estudo de Caso Brasileiro • Gestão da Continuidade de Negócios e a Comunicação em Momentos de Crise Coleção Consultoria e Gestão • Gestão Estratégica do Sistema de Segurança. Conceitos, Teorias, Processos e Prática • Guia Prático para Elaboração de Fluxograma Coleção Gestão de Riscos • Gestão de Risco Operacional em Shopping Center a Segurança que o Cliente não vê • Gestão de Riscos Operacionais para um Sistema de Abastecimento de Água • Gestão de Risco Positivo • Gestão e Análise ee Riscos CorporaTivos: Método BraSiliano Avançado Coleção Segurança da Informação • O Valor Probatório do Documento Eletrônico Coleção Segurança Empresarial • Dicas e Macetes do Gestor de Segurança • Processos e Métodos em: Prevenção de Perdas e Segurança Empresarial Coleção Segurança Pessoal • Guia de Procedimentos Segurança Pessoal • Dicas de Segurança • Guia Prático do Agente de Segurança Coleção Segurança Pública • As Formas do Crime • A Questão da Segurança Privada • Corrupção: um Efeito Sobre a Taxa de Juros Coleção Tecnologia da Segurança • Controle de Acesso: Conceitos, Tecnologias e Benefícios Gestão e Análise de Riscos coRpoRAtivos: método bRAsiliAno AvAnçAdo Este novo livro do Professor Brasiliano aborda de forma objetiva um framework para que as empresas possam implantar um processo de Gestão de Riscos Corpo- rativos – GRC. O livro descreve o Método Brasiliano de Gestão de Análise de Ris- cos, já alinhado com as diretrizes da ISO 31000. O método conceitua o que é ris- co, como identificar os fatores de riscos, como estimar a probabilidade e as conse- qüências dos riscos, sugere uma matriz de riscos como ferramenta de gestão, e descreve também um processo de ela- boração de plano de ação e de monitora- mento dos riscos. Este processo faz com que as empresas possam, de forma muito prática e objetiva, implantar o processo de gestão de riscos de forma descentra- lizada, fazendo com que haja uma maior disseminação da metodologia e dos crité- rios a serem operacionalizados. Esta obra cabe com precisão nos proje- tos a serem implementados de gestão de riscos corporativos proporcionando a velocidade necessária que, atualmente, os gestores necessitam. A metodologia desenvolvida pelo professor Brasiliano, hoje já implantada em inúmeras em- presas no Brasil e também no exterior, mostrou ser eficiente e de rápido enten- dimento com alto nível de assertividade. Leitura recomendada para Presidentes de Empresas, CEO, CFO, Gestores de Riscos Corporativos, executivos respon- sáveis pela área de gestão de riscos, auditores internos e externos, gestores da segurança empresarial, consultores em sistemas de gerenciamento de riscos para implantação de controles internos e de sistemas de informação de gerencia- mento de risco corporativo. Enza Cirelli Diretora de Treinamento da Brasiliano & Associados