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A implantação da Governança Corporativa

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Administração UNIP – Aula 5 e 6 
Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa 
1 
 
A IMPLANTAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA 
1 – A OCDE e os princípios de Governança Corporativa 
Os princípios de Governança Corporativa, segundo a OCDE: 
Destinam-se a ajudar os governos de Estados-Membros e países 
terceiros nos seus esforços para avaliar e melhorar o enquadramento 
legislativo, institucional e regulamentar o governo das sociedades 
nos respectivos países e a proporcionar linhas de orientação e 
sugestões para as bolsas de valores, investidores, empresas e outras 
partes que desempenhem um papel no processo de desenvolvimento 
de um bom governo das sociedades. Os princípios aplicam-se 
essencialmente às sociedades de capital aberto ao público, tanto 
financeiras como não financeiras (OCDE, 2004, p. 11) 
São seis os princípios de Governança da promovidos pela OCDE, os quis não precisam 
ser seguidos como normas, mas como referência de uma boa governança, sendo 
1 – assegurar a base para o enquadramento eficaz do governo das sociedades, a fim de 
tornar os mercados transparentes e eficientes 
2 – proteger os direitos dos acionistas e funções fundamentais de seu exercício 
3 – garantir o tratamento equitativo dos acionistas, inclusive minoritários e estrangeiros 
4 – reconhecer o papel dos outros sujeitos com interesses relevantes no governo das 
sociedades e estimular a cooperação entre corporações e outras partes interessadas 
5 – garantir divulgação e transparência 
6 – orientar as responsabilidades do órgão de administração no sentido de permitir o 
monitoramento da administração e prestação de contas à empresa e aos acionistas 
Os Princípios de Governança Corporativa da OCDE foram divulgados em maio de 1999, 
com diretrizes que podem sintetizadas como segue: 
- não há um modelo único de governança corporativa, embora possam ser identificados 
elementos comuns que dão suporte às melhores práticas; 
- os princípios de governança são de natureza evolutiva e devem ser revistos sempre que 
ocorrem mudanças significativas dentro das corporações e em seu entorno; 
- para se manterem competitivas as corporações precisam inovar e adaptar suas práticas 
de governança, para atender às novas exigências e alavancar novas oportunidades; 
- os governos têm grande responsabilidade na criação de uma estrutura reguladora que 
proporcione flexibilidade suficiente para que os mercados funcionem de maneira eficaz e 
atendam aos interesses dos acionistas e de outras partes interessadas; 
Administração UNIP – Aula 5 e 6 
Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa 
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- são os governos, os órgãos reguladores do mercado de capitais, as corporações e seus 
acionistas que devem decidir os princípios de governança corporativa, levando em conta 
os custos e os benefícios de sua regulamentação. 
Segundo a OCDE, os pilares da Governança Corporativa mundial se resumem em cinco 
pontos principais, como mostra a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2- Exigências Legais 
a) Novo cenário da Governança Corporativa: Lei Sarbanes-Oxley 
Em julho de 2002, foi elaborada por Paul Sarbanes e Michael Oxley, a chamada Lei 
Sarbanes-Oxley Act, promulgada pelo Congresso dos EUA para resgatar a credibilidade 
do mercado norte-americano, abalada por escândalos de fraudes nos balanços das 
empresas WorldCom, Enron e Tyco. Essa lei regulamentou de forma rigorosa a vida 
corporativa. 
A novidade trazida pela lei é que a boa governança e as práticas éticas deixam de ser um 
produto de boas intenções e passam a ser uma exigência legal, com punições e multas 
para os não adeptos. 
As exigências da Lei são as seguintes: 
- controle pelos conselhos da remuneração e benefícios auto atribuídos a alta direção; 
- rigorosa sintonia com as regras difundidas pelos órgãos reguladores; 
- comprometimento com a geração de valor e de riqueza para os acionistas; 
- respeito ao direito dos minoritários; 
Governança Corporativa 
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Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa 
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- exigência de que o principal executivo ou diretores financeiros se tornem responsáveis 
criminalmente pelas informações incorretas que divulgam. Esta exigência atua como um 
fator disciplinador, incentivando-os à apresentar com veracidade os relatórios financeiros. 
Outra importante contribuição da Lei Sarbanex-Oxley é que a boa governança e as 
práticas éticas deixam de ser produto de boas intenções e passam a ser uma exigência 
legal, com punições e multas previstas para aqueles que não a cumprirem, combatendo a 
possibilidade a corrupção. 
b) A Lei das S/A no Brasil 
A reformulação da Lei das S.A., a partir de 2001, foi um importante marco para que o 
mercado de capitais brasileiro iniciasse os primeiros passos na prática de políticas de boa 
governança. Durante muito tempo os acionistas brasileiros, institucionais ou não, 
posicionaram-se fora da gestão da empresa, o que induzia a uma administração pouco 
transparente e que muitas vezes não objetivava a maximização dos resultados da empresa 
a longo prazo. 
Em 1976, surgiu a Lei das Sociedades Anônimas que previa a prática de divisão de 
poderes entre o conselho de administração e a diretoria, bem como oferece cinco linhas 
básicas de orientação: proteção do acionista minoritário; responsabilização do acionista 
controlador; ampla diversificação dos instrumentos de fiscalização postos à disposição 
dos acionistas; diferenciação entre companhia aberta e fechada; e definição dos interesses 
fundamentais que a sociedade anônima representa. 
Esta lei foi reformulada por meio da Lei 10.303, promulgada em outubro de 2001, que 
procurou com suas alterações propiciar que acionistas minoritários reduzissem riscos e 
maximizassem sua participação no controle da empresa. A inspiração principal era fazer 
com que o mercado de capitais brasileiro diminuísse sua concentração acionária, 
tornando-o acessível ao pequeno investidor. Portanto, práticas de governança que 
proporcionassem o tratamento igualitário de acionistas eram fundamentais para a 
proteção de interesses patrimoniais desses acionistas, bem como incremento da 
transparência e do dever de prestação de contas da administração das companhias. 
Entre as principais inovações da nova Lei das S.A. destacamos os seguintes pontos: 
1. Proteção aos acionistas minoritários na hipótese de fechamento de capital da 
companhia; 
2. Redução da proporção no capital social entre ações preferenciais e ordinárias, para 
50%, exigindo maior representatividade do capital social em ações com direito a voto, 
visando aumentar a quantidade de ações necessáriasao exercício do controle. 
3. Eleição de um membro do Conselho de Administração por acionistas titulares de ações 
preferenciais que detenham pelo menos 10% do capital social. 
Administração UNIP – Aula 5 e 6 
Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa 
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4. Direito dos acionistas titulares de ações com direito a voto de alienar suas ações por 
preço correspondente a 80% do valor das ações integrantes do bloco de controle, em 
oferta pública a ser realizada quando da alienação do controle da companhia. 
5. A criação de vantagens mais efetivas às ações preferenciais negociados no mercado de 
valores mobiliários. 
6. O fortalecimento do direito de recesso, pois, além de se acrescentar cisão, em 
determinadas hipóteses, no rol das deliberações possíveis de recesso alterou-se o critério 
legal de dispersão, que passa a ser relacionado à espécie ou classe de ação do acionista 
dissidente. 
7. Previsão da possibilidade de se instituir estatutariamente a arbitragem como forma de 
resolução dos conflitos entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas 
controladores e os acionistas minoritários. 
 
c) Exigências do mercado de capitais 
As ações da Bovespa, que promovem a maior disseminação de boas práticas de 
Governança Corporativa, foram incentivadas por algumas práticas governamentais que 
são fundamentais para disseminar a importância destas práticas e premiar as empresas 
que as utilizam. Além da questão de ágios e deságios decorrentes da prática da destacamos 
importantes órgãos de fomento às organizações que aderiram às boas práticas de 
Governança: 
- Conselho Monetário Nacional (CMN) – permitiu que entidades fechadas de previdência 
privada pudessem investir um percentual maior em ações de companhias que 
observassem regras de melhor governança corporativa, sendo 60% para as empresas 
listadas no Novo Mercado, 55% para as listadas no Nível 2 e máximo de 45% para a 
empresas listadas no Nível 1. 
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – linhas especiais 
de crédito no intuito de desenvolver o mercado de capitais brasileiro, com este intuito 
passou a incluir cláusulas contratuais nos empréstimos de organizações que atendam e 
estimulem a adoção de práticas adequadas de governança corporativa nos moldes da 
BOVESPA. 
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – lançamento da cartilha intitulada 
Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa, mostrando às organizações que 
estes padrões de conduta são superiores aos exigidos pela Lei, ou pela regulamentação da 
própria CVM. Embora não há exigência do cumprimento, a CVM recomenda, na forma 
do Pratique ou Explique, ou seja, ao não adotar as recomendações da CVM, a empresa 
deve explicar suas razões. 
- IBGC – código das melhores práticas de Governança Corporativa. 
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Bibliografia: 
SLOMSKI, Valmor; MELLO, Gilmar Ribeiro de; TAVARES FILHO, Francisco; 
MACÊDO, Fabrício de Queiroz. Governança Corporativa e Governança na Gestão 
Pública. São Paulo: Atlas, 2008. 198 p. 
 
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Uma década de governança: história do 
IBGC, marcos da governança e lições de experiência. São Paulo: Saint Paul Editora: 
Saraiva, 2006. 222 p.

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