Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 CUSTEIO VARIÁVEL: UMA FERRAMENTA DE GESTÃO Capítulo 07 – Contabilidade Gerencial (Garrison, Noreen & Brewer) Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: OA1: Explicar como o custeio variável difere do custeio por absorção e calcular custos unitários de produtos de acordo com cada um dos métodos. OA2: Preparar demonstração de resultado usando tanto o custeio variável quanto o custeio por absorção OA3: Conciliar cálculos de lucro operacional líquido pelo custeio variável e pelo custeio por absorção, e explicar por que os dois valores são diferentes OA4: Compreender as vantagens e desvantagens tanto do custeio variável quanto do custeio por absorção. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Dois enfoques gerais são utilizados nas empresas industriais para custear produtos com a finalidade de avaliar estoques e calcular o custo dos produtos vendidos. O custeio por absorção geralmente é utilizado para fins de preparação de relatórios financeiros externos. O custeio variável é preferido por alguns administradores para a tomada de decisões, e deve ser usado quando uma demonstração de resultado é elaborada no formato de contribuição. O custo por absorção e o custeio variável produzem, geralmente, valores diferentes em termos de lucro operacional líquido, e a diferença pode ser grande. Aspectos Básicos Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 A demonstração de resultado no formato de contribuição e a análise custo-volume-lucro dão ênfase ao comportamento dos custos e exigem que os administradores distingam claramente entre custos variáveis e custos fixos. O Custeio por Absorção atribui custos variáveis e fixos de produção a produtos – misturando-os de uma maneira que impede aos administradores distinguir entre os dois tipos de custo. O Custeio Variável se concentra no comportamento de custo – separando claramente os custos fixos dos custos variáveis. Um dos pontos fortes do custeio variável é sua sintonia com o enfoque de contribuição e os conceitos CVL. 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Esta forma de custeio trata todos os custos de produção como custos do produto, independente de serem fixos ou variáveis. O custo de uma unidade de um produto consiste em matéria-prima direta, mão-de-obra direta e custos gerais de produção tanto fixos como variáveis. Portanto o custeio por absorção aloca uma parte do custo geral fixo de produção a cada unidade do produto, juntamente com os custos gerais variáveis. O método é também conhecido como custeio total. 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL 1.1. CUSTEIO POR ABSORÇÃO Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Esta forma de custeio somente os custos de produção que variam com o volume é que são tratados como custos dos produtos. Isto normalmente inclui matéria-prima direta, mão-de-obra direta e parcela variável dos custos gerais de produção. Os custos gerais fixos não são tratados como custo de produtos, mas sim, são lançados integralmente contra a receita em cada período. Consequentemente, o custo de uma unidade produzida em estoque ou no custo dos produtos vendidos, no método do custeio variável, não contém qualquer custo geral fixo de produção. O método é também conhecido como custeio direto ou custeio marginal. 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL 1.2. CUSTEIO VARIÁVEL Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Estas despesas nunca são tratadas como custo de produtos, qualquer que seja o método adotado. Portanto, em qualquer um dos métodos, tanto as despesas fixas quanto as despesas variáveis de vendas e administrativas são sempre tratadas como custos do período. 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL 1.3. TRATAMENTO DAS DESPESAS VENDAS E ADMINISTRATIVAS Matéria-Prima Direta Mão-de-obra direta Custos Gerais Variáveis de Produção Custos Gerais Fixos de Produção Despesas Variáveis de Venda e Administração Despesas Fixas de Venda e Administração Custos de Produtos Custos de Período Custos de Produtos Custos de Período C u s te io p o r A b s o r ç ã o C u s te io V a r iá v e l Classificação dos Custos Custeio por Absorção versus Custeio Variável Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Exemplo: Número de unidades produzidas por ano 6.000 Custos variáveis por unidade: Matéria-prima direta $ 2 Mão-de-obra direta $ 4 Custos gerais variáveis de produção $ 1 Despesas variáveis de vendas e administração $ 3 Custos fixos por ano: Custos gerais fixos de produção $ 30.000 Despesas fixas de vendas e administração $ 10.000 Pede-se: 1. Calcule o custo unitário do produto pelo método do custeio por absorção. 2. Calcule o custo unitário do produto pelo método de custeio variável. 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL 1.4. CÁLCULO DE CUSTOS UNITÁRIOS Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 Custeio por Absorção: Matéria-prima direta $ 2 Mão-de-obra direta $ 4 Custos gerais variáveis de produção $ 1 Custos gerais fixos de produção ($ 30.000 ÷ 6.000) $ 5 Custo Unitário Total $ 12 Custeio Variável: Matéria-prima direta $ 2 Mão-de-obra direta $ 4 Custos gerais variáveis de produção $ 1 Custo Unitário Total $ 7 1. VISÃO GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DO CUSTEIO VARIÁVEL 1.4. CÁLCULO DE CUSTOS UNITÁRIOS No método de custeio variável, os $ 30.000 de custos gerais fixos de produção serão lançados em seu total contra o lucro como despesa do período, juntamente com as despesas de vendas de administração. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL Exemplo: Número de unidades no estoque inicial 0 Número de unidades produzidas 6.000 Número de unidades vendidas 5.000 Unidades no estoque final 1.000 Preço unitário de venda $ 20 Despesas variáveis de vendas e administrativas $ 3 Despesas fixas de vendas e administrativas$ 10.000 Custo unitário do produto: Custeio Custeio Absorção Variável Matéria-prima direta $ 2 $ 2 Mão-de-obra direta $ 4 $ 4 Custos gerais variáveis de produção $ 1 $ 1 Custos gerais fixos de produção ($ 30.000 ÷ 6.000) $ 5 ____ Custo Unitário Total $ 12 $ 7 Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL DRE Custeio por Absorção: Vendas (5.000 unid. x $ 20) 100.000 (–) Custo dos Produtos Vendidos Estoque Inicial 0 (+) Custo dos Produtos Fabricados (6.000 unid. x $12) __72.000 Produtos disponíveis para venda 72.000 (–) Estoque final (1.000 unid. x $12) (12.000) (=) Custo dos Produtos Vendidos (60.000) (=) Lucro Bruto 40.000 (–) Despesas Administrativas e de Vendas (–) Despesas Variáveis de Vendas e Adm. (5.000 unid. X $ 3) 15.000 (–) Despesas Fixas de Vendas e Adm 10.000 (=) Despesas Administrativas e de Vendas (25.000 (=) Lucro Operacional Líquido 15.000 Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL DRE Custeio Variável: Vendas (5.000 unid. x $ 20) 100.000 (–) Despesas Variáveis Custo dos Produtos Vendidos Estoque Inicial 0 (+) Custos Variáveis de Produção (6.000 unid. x $ 7) __42.000 Produtos disponíveis para venda 42.000 (–) Estoque final (1.000 unid. x $ 7) (7.000) (=) Custo dos Produtos Vendidos (35.000) Despesas Variáveis de Vendas e Adm. (5.000 unid. X $ 3) (15.000) (=) Margem de Contribuição 50.000 (–) Despesas Fixas Custos Fixos de Produção (30.000) Despesas Fixas de Vendas e Adm (10.000) (=) Lucro Operacional Líquido 10.000 Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL O exame das demonstrações financeiras permite que vários fatos sejam conhecidos: 1. Diferimento do custo fixo no estoque. No método de custeio por absorção, se os estoques crescerem, parte dos custos fixos de produção corrente não aparecerão na demonstração de resultado como parte do custo dos produtos vendidos. Em lugar disso, esses custos são diferidos para um período futuro, sendo incluídos no balanço como parte da conta estoques. 2. Tratamento dos Custo Fixos. De acordo como o método de custeio variável, o valor integral dos $ 30.000 de custos gerais fixos de produção é tratado como despesa do período corrente. 3. Valor do Estoque Final. O valor do estoque final, no método de custeio variável, no caso em pauta, é $ 5.000 menor do que sob o método de custeio por absorção. O motivo é o de que, no método do custeio variável, somente os custos gerais variáveis de produção são atribuídos a unidades produzidas. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL O exame das demonstrações financeiras permite que vários fatos sejam conhecidos: 4. Valor do Lucro Operacional Líquido. O lucro operacional líquido, no exemplo, é $ 5.000 mais alto no custeio por absorção porque, como explicado anteriormente, $ 5.000 de custos gerais fixos de produção foram diferidos via estoques para o período seguinte. 5. Análise Custo-Volume-Lucro. A demonstração de resultado pelo método do custeio por absorção não faz distinção entre custos fixos e custos variáveis, portanto não é apropriada para cálculos de CVL, os quais são importantes para bom planejamento e controle. 6. Enfoque de Contribuição. O enfoque de custeio variável à determinação dos custos de produtos trabalha muito bem em conjunto com o enfoque de contribuição à elaboração da demonstração de resultado, pois os dois conceitos baseiam-se na ideia de classificar os custos segundo seu comportamento. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 2. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL Essencialmente, a diferença entre os métodos de custeio por absorção e custeio variável reside na escolha do tempo. Os defensores do custeio variável dizem que os custos fixos de produção devem ser lançados em seu total como despesa imediatamente. Os defensores do custeio por absorção dique que os custos fixos de produção devem ser lançados contra a receita gradativamente, à medida que as unidades produzidas são vendidas. Quaisquer unidades não vendidas resultam, no custeio por absorção, na inclusão dos custos fixos em estoques e em sua transferência, para o período seguinte, como ativos no balanço. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Exemplo – Emerald Isle Knitters Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Exemplo – Emerald Isle Knitters Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Exemplo – Emerald Isle Knitters Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Observações: 1. Quando a produção e as vendas são iguais. O lucro operacional líquido geralmente será o mesmo, quer seja usado o método de custeio por absorção, quer seja usado o método de custeio variável. A única diferença que pode existir em termos de lucro operacional líquido entre os dois métodos é o valor dos custos gerais fixos de produção reconhecidos como despesa na demonstração de resultados. 2. Quando a produção é superior às vendas. O lucro operacional líquido calculado de acordo com o método do custeio por absorção geralmente é superior ao determinado segundo o método do custeio variável. Isso ocorre porque, no custeio por absorção, parte dos custos gerais fixos de produção do período corrente é diferida via estoques. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Observações: 3. Quando a produção é inferior às vendas. O lucro operacional líquido informado de acordo com o enfoque de custeio por absorção é geralmente inferior ao obtido segundo o enfoque de custeio variável. Isto acontece porque os estoques são reduzidos e os custos gerais fixos de produção que haviam anteriormente sido diferidos via estoque no custeio por absorçãosão liberados e lançados contra o lucro. 4. Em longos períodos. Num período longo, os lucro operacionais líquidos acumulados segundo os dois métodos de custeio tendem a se igualar. No longo prazo, as vendas não podem superar a produção, e a produção não pode ser muito maior que as vendas. Quanto mais curto o período, maior a tendência para que os lucros operacionais líquidos sejam diferentes. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 3. COMPARAÇÃO AMPLIADA DE DADOS DE LUCRO Resumo: Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 4. EFEITOS DE VARIÇÕES DA PRODUÇÃO SOBRE O LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 1. Custeio Variável: O lucro operacional líquido não é afetado por variações da produção. 2. Custeio por Absorção: O lucro operacional líquido é afetado por variações da produção. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 4. EFEITOS DE VARIÇÕES DA PRODUÇÃO SOBRE O LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 4. EFEITOS DE VARIÇÕES DA PRODUÇÃO SOBRE O LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 4. EFEITOS DE VARIÇÕES DA PRODUÇÃO SOBRE O LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO Conciliação de Custos Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.1. IMPACTO SOBRE O ADMINISTRADOR Os oponentes do custeio por absorção argumentam que a transferência de custos gerais fixos de produção entre períodos pode ser confusa e levar a erros de interpretação e decisões incorretas. Um administrador poderia se perguntar por que o lucro operacional líquido subiu substancialmente em um ano, segundo o custeio por absorção, quando as vendas haviam permanecido iguais ao ano anterior. Isto foi resultado de custo de vendas mais baixos, operações mais eficientes, ou foi a ação de algum outro fator? Esta questão não é respondida em uma DRE elaborada por custeio por absorção. Os números parecem se comportar de uma maneira errática e contraditória, e podem levar à confusão e perda de confiança na integridade dos dados financeiros. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.1. IMPACTO SOBRE O ADMINISTRADOR Para evitar erros quando o método de custeio por absorção é utilizado, os leitores das demonstrações financeiras devem estar atentos às variações de estoques. No custeio por absorção, se os estoques aumentarem, custos gerais fixos de produção serão diferidos via estoques e o lucro operacional líquido será aumentado. Se os estoques diminuírem, custos gerais fixos de produção serão liberados de estoques e o lucro operacional líquido será reduzido. Portanto, flutuações do lucro operacional líquido podem ser causadas por variações de estoques, e não de vendas, quando se usa o método de custeio por absorção. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.2. ANÁLISE CVL E CUSTEIO POR ABSORÇÃO O custeio por absorção é largamente utilizado tanto em relatórios internos quanto em relatórios externos. Muitas empresas adotam o custeio por absorção exclusivamente por causa de seu foco no custeio integral de unidades produzidas. Um ponto fraco desse método, entretanto, é sua incapacidade de facilita a análise CVL. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.2. ANÁLISE CVL E CUSTEIO POR ABSORÇÃO Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.2. ANÁLISE CVL E CUSTEIO POR ABSORÇÃO Para obter o ponto de equilíbrio no exemplo mostrado, dividimos os custos fixos totais pela margem de contribuição por unidade: Preço de venda por unidade $ 20 Custos variáveis por unidade ($ 7 produção + $ 1 vendas) $ (8) Margem de contribuição por unidade $ 12 Custos gerais fixos de produção $ 150.000 Custos gerais fixos de vendas e administração 90.000 Custos fixos totais 240.000 unidades 20.000 12 $ 240.000 $ vendidas unidades em Equilibrio de Ponto No Ano 2 a empresa vendeu exatamente 20.000 unidades, ou seja, o volume no ponto de equilíbrio. De acordo com o enfoque de contribuição, usando o custeio variável, a empresa de fato atinge o seu ponto de equilíbrio. No custeio por absorção, a empresa apresenta um lucro operacional líquido positivo de $ 30.000 no Ano 2. Isto deveu-se ao fato de que custos gerais fixos de produção no valor de $ 30.000 foram diferidos no estoque durante o Ano 2, e por causa disso não aparecem como lançamentos contra o lucro. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.3. TOMADA DE DECISÕES No custeio por absorção, os custos gerais fixos de produção parecem ser variáveis com o número de unidades vendidas, mas não o são. No exemplo, o custo unitário do produto, por absorção, é igual a $ 13, mas a parcela variável desse custo é de apenas $ 7. Como os custos de produção são apresentados em base unitária, os administradores podem incorretamente acreditar que, se mais unidades forem produzidas, ela custará $ 13 à empresa. A percepção incorreta de que os custos unitários de produtos por absorção são variáveis pode conduzir a muitos problemas de gestão, incluindo decisões incorretas de fixação de preços, além de decisões de abandonar produtos que de fato são rentáveis. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.3. DIVULGAÇÃO EXTERNA E IMPOSTO DE RENDA Em termos práticos, o uso de custeio por absorção é obrigatório para elaboração de relatórios externos. Uma empresa que tente usar o custeio variável em seus relatórios externos corre o risco de não ter suas demonstrações financeiras aceitas pelos auditores. Mesmo que uma empresa utilize o custeio por absorção em seus relatórios externos, um administrador sempre pode usar demonstrações de resultado pelo método de custeio variável em relatórios internos. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.4. VANTAGENSDO CUSTEIO VARIÁVEL E O ENFOQUE DE CONTRIBUIÇÃO 1. Os dados exigidos para análise CVL podem ser retirados diretamente de uma demonstração de resultado no formato de contribuição. 2. No custeio variável, o lucro de um período não é afetado por variações no estoque. 3. Os administradores comumente supõem que os custos unitários de produtos são variáveis. 4. O impacto dos custos fixos sobre o lucro é realçado no custeio variável e no enfoque por contribuição. 5. Os dados de custeio variável facilitam a estimação da rentabilidade de produtos, clientes, e outros segmentos das operações. 6. O custeio variável se alia bem a métodos de controle de custos tais como custos padrões e orçamentos flexíveis. 7. O lucro operacional líquido do custeio variável se aproxima mais do fluxo líquido de caixa. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.4. VANTAGENS DO CUSTEIO VARIÁVEL E O ENFOQUE DE CONTRIBUIÇÃO Os defensores do custeio por absorção argumentam que todos os custos de produção devem ser atribuídos a produtos para associar adequadamente os custos de produção de unidades produzidas às suas receitas quando são vendidas. Os custos fixos de depreciação, impostos, seguros, salários da supervisão, e assim por diante, são tão essenciais à fabricação de produtos quanto o são os custos variáveis. Os defensores do custeio variável alegam que os custos fixos de produção não são realmente os custos de qualquer unidade produzida específica. Esses custos são incorridos para que se tenha a capacidade de fazer produtos durante um dado período, e serão incorridos mesmo que nada seja produzido durante o período. Argumentam que o custo fixo de produção não fazem parte do custo de produção de uma unidade específica e, consequentemente, o princípio de associação de custos a receitas determina que os custos fixos de produção devam ser lançados ao período corrente. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.5. CUSTEIO VARIÁVEL E TEORIA DAS RESTRIÇÕES A Teoria das Restrições (TOC) concentra-se na gestão de restrições de uma empresa como chave da elevação de sua rentabilidade, o que exige uma identificação cuidadosa dos custos variáveis de cada produto. No enfoque TOC, geralmente, a mão-de-obra direta é vista como um custo fixo devido a: 1. A mão-de-obra direta comumente não é a restrição. Nos casos mais simples a restrição é uma máquina e nos casos mais complexos, a restrição é uma política que impede a empresa de usar seus recursos mais eficazmente. 2. No segundo lugar, a TOC dá ênfase a melhorias contínuas com vistas à manutenção da competitividade. Sem funcionários dedicados e entusiasmados, melhorias contínuas sustentadas são virtualmente impossíveis. Portanto, na forma modificada de custeio variável usadas nestas empresas, a mão-de-obra direta tipicamente não é incluída como parte dos custos dos produtos. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137 5. ESCOLHA DE MÉTODO DE CUSTEIO 5.6. IMPACTO DE MÉTODOS JIT DE GESTÃO DE ESTOQUES O custeio variável e o custeio por absorção produzirão lucro operacionais líquidos diferentes sempre que o número de unidades produzidas for diferente do número de unidades vendidas. Descobrimos que o lucro operacional líquido do custeio por absorção pode se comportar de maneira errática, as vezes variando em direção contrária à variação das vendas. Quando a empresa utiliza métodos Just-In-Time (JIT), esse problemas são atenuados. Se os estoques forem muito baixos, então as variações de estoque serão muito pequenas, e tanto o custeio variável quanto o custeio por absorção fornecerão basicamente o mesmo lucro operacional líquido. Com poucos estoques, o lucro operacional líquido do custeio por absorção tipicamente variará na mesma direção das vendas. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias - CCA Custos - 181137
Compartilhar