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Região neotropical A região neotropical é a região biogeográfica que compreende a América Central, incluindo a parte sul do México e da península da Baja California, o sul da Florida, todas as ilhas do Caribe e a América do Sul. Apesar do seu nome, esta região biogeográfica inclui, não só regiões de clima tropical, mas também de climas temperado e de altitude. É uma região de grande biodiversidade, com ecossistemas tão diversos como a floresta amazônica, a floresta temperada valdiviana do Chile, a floresta subpolar magalhânica da Patagónia, o cerrado, a mata atlântica, o pantanal, os pampas e a caatinga. Fatores ambientais nas regiões tropicais As regiões tropicais úmidas ou áridas do mundo apresentam peculiaridades distintas das regiões temperadas no que concerne ao clima, ao solo, à vegetação e, como não poderia deixar de ser o homem que é o componente de maior relevância dentro daqueles elementos. No que concerne ao clima deve ser dado destaque à chuva devido à grande variação de precipitação pluvial que ocorre dentro do período chuvoso bem como à existência de períodos de secas prolongadas, como aquele recentemente experimento no Nordeste brasileiro entre os anos de 1979 e 1983. Uma classificação do Nordeste baseada na quantidade e distribuição da chuva foi feita por Hargreaves (1974). As variações de solo e temperatura não são tão contrastantes quanto à precipitação pluvial, contudo a interação de tais fatores e da altitude chegam a causar mudanças de grande significação na vegetação, dando origem a formações vegetais distintas dentre as quais a mais extensa é a caatinga, com suas características próprias e com grandes implicações nas formas de utilização pelo homem. Principais Ecossistemas Brasileiros 1) Cerrado A sua vegetação é típica de climas tropicais, com duas estações de ano bem definidas: verão bem chuvoso e o inverno bem seco. Com um solo pobre em nutrientes e ao mesmo tempo rico em metais como alumínio e ferro, o cerrado abriga plantas e espécies arbustivas de aparência seca e relativamente baixas (até vinte metros), esparsas, Tendo a predominância de gramíneas, árvores de tamanho médio, e também o cerradão uma área que tem maior predominância florestal, as árvores e plantas do cerrado têm características bem específicas como, galhos tortuosos e ásperos, raízes longas e resistentes que ajudam na contenção e na absorção da água. Essas características são totalmente adaptadas ao clima do cerrado, tendo como principal referência desta adaptação a aparência da vegetação no tempo da seca, onde as árvores e as plantas continuam verdes e as flores não param de crescer. Assim, o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior, formado por árvores e arbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol freático, situado entre 15 a 20 metros; e um inferior, composto por um tapete de gramíneas de aspecto rasteiro, com raízes pouco profundas, no qual a intensidade luminosa que as atinge é alta, em relação ao espaçamento. Na época seca, este tapete rasteiro parece palha, favorecendo, sobremaneira, a propagação de incêndios. A típica vegetação que ocorre no Cerrado possui seus troncos tortuosos, de baixo porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados consideram que a vegetação nativa do Cerrado não apresenta essa característica pela falta de água – pois, ali se encontra uma grande e densa rede hídrica – mas sim, devido a outros fatores edáficos (de solo), como o desequilíbrio no teor de micronutrientes, a exemplo do alumínio. O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas (exclusivas) dessa área. 2) Caatinga Caatinga (do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma área de cerca de 750.000 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil). Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. 3) Campos Os campos são constituídos por uma vegetação rasteira, herbácea, em que predominam as gramíneas, podendo apresentar-se de forma contínua (campos limpos) ou com a presença de arbustos isolados na paisagem, formando os chamados campos sujos. As principais áreas de campos no Brasil são: Campanha Gaúcha (Pampas), campos de Vacaria, de Passo Fundo (RS), campos de Lages (SC), campos de Curitiba, de Ponta Grossa, de Guarapuava, de Palmas ( Campos Gerais do PR), Campos de altitude na serra da Matinqueira (SP_MG), campos do Pantanal (MS), campos de Goiás (GO), de Roraima (RO) e da Ilha de Marajó (PA). Os chamados campos inundáveis, na Amazônia, são também formados de gramíneas, porém diferentes dos campos da região sul do país. Por serem constituídos de gramíneas , que, em geral, cobrem relevos planos ou suavemente ondulados, os campos compõem boas pastagens naturais. 4) Floresta Amazônica A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins. O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos. A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra. A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2. Em uma análise por satélite da Amazônia, foram identificados 104 sistemas de paisagens, o que revela uma alta diversidade e complexidade de ecossistemas. A biodiversidade torna-se cada vez mais valorizada como fonte potencial de informações genéticas, químicas, ecológicas, microbiológicas, etc A diversidade de árvores na Amazônia varia entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare. Das 250.000 espécies de plantas superiores da terra, 170.000 (68%) vivem exclusivamente nos trópicos, sendo 90.000 na América do Sul. A Amazônia possui 3.650.000 km² de florestas contínuas. maior parte de seus sete milhões de km² é composta por uma floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica entre 1,8 milhões e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito, o que originou ostrês tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas formam a Amazônia brasileira: Florestas montanhosas andinas, Florestas de terra firme e Florestas fluviais alagadas. A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina exceto pela menor densidade, apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes, o que forçou uma adaptação das raízes das plantas que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos de fungos passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo a fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados. Apresentam grande porte, variando entre 30 e 60 metros; o dossel é contínuo e bastante fechado, tornando o interior da mata bastante úmido e escuro. A floresta fluvial alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente, como raízes respiratórias e sapopembas (árvore da família das figueiras, também conhecida como gameleira, em que a raiz pode desenvolver-se até dois metros de altura para fora da água, acompanhando o tronco). As áreas alagadas por águas brancas, ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar a até dez metros de altura. Florestas de Igapó: ocorrem em solos que permanecem alagados durante cerca de seis meses, em áreas próximas aos rios. As árvores podem atingir até 40 metros de altura e raramente perdem as folhas - geralmente largas para captar a maior quantidade possível de luz solar. Nas águas aparecem as folhas da vitória-régia - que chegam a ter 4 metros de diâmetro. Florestas de Várzea: as árvores são de grande porte (até 40 metros de altura) e apresentam características semelhantes ao igapó - embora a várzea apresente maior número de espécies. 5) Mata dos Cocais Os cocais ou babaçuais formam extensas áreas de palmeiras situadas no Meio- Norte principalmente no Maranhão e Piauí, aparecendo também em outros estados nordestinos (CE, RN) e em Tocantins. Trata-se de uma vegetação de transição entre a Floresta Amazônica úmida, a oeste, a caatinga seca, a leste, e o cerrado semi-úmido ao sul. Além do babaçu, aparece também a carnaúba, conhecida como árvore providência, mais freqüente a partir do Ceará e Rio Grande do Norte. São duas extraordinárias riquezas que o Nordeste possui, mas infelizmente subaproveitadas . Do coco de babaçu extrai-se principalmente o óleo, e da folha de carnaúba extrai-se a cera. Os maiores produtores são, respectivamente, Maranhão e Ceará.” Por ser a Mata dos cocais uma zona de transição, poderemos encontrar, além do babaçu e da carnaúba, outras frutas mais típicas das regiões vizinhas, porém em menor quantidade (o bacuri, a monguba, o murici, a mangaba, o juá, etc...). 6) Floresta Atlântica A Floresta Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, já cobriu cerca de 11% do território nacional. Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da cobertura original. A variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo desde climas temperados úmidos no extremo sul a tropical úmido e semi-árido no nordeste. O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda mais variabilidade a este ecossistema. Nos vales geralmente as árvores se desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas enconstas esta floresta é menos densa, devido à freqüente queda de árvores. Nos topos dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias. 7) Mata dos Pinhais Também conhecida por floresta aciculifoliada, é encontrada ao longo do Planalto Meridional, nas áreas mais elevadas e de temperaturas mais baixas, estendendo-se desde São Paulo até o Rio Grande do Sul, embora mais concentrada no Paraná. É uma floresta subtropical mista, com ocorrência do pinheiro (Araucária angustifolia) associado a outras espécies, como cedro, canela, imbuia, caviúna, erva-mate, etc... 8) Ecossistemas costeiros e insulares Os ecossistemas costeiros geralmente estão associados à Mata Atlântica devido a sua proximidade. Nos solos arenosos dos cordões litorâneos e dunas, desenvolvem-se as restingas, que pode ocorrer desde a forma rastejante até a forma arbórea. Os manguesais e os campos salinos de origem fluvio-marinha desenvolvem-se sobre solos salinos. No terreno plano arenoso ou lamacento da Plataforma Continental desenvolvem-se os ecossistemas bênticos. Na zona das marés destacam-se as praias e os rochedos, estes colonizados por algas. As ilhas e os recifes constituem-se acidentes geográficos marcantes da paisagem superficial. - Restinga No Brasil, as restingas são encontradas ao longo do litoral desde a costa leste do Pará até a costa do Rio Grande do Sul, perfazendo um total de aproximadamente 9.000 km de extensão. De acordo com a resolução 07 de 23 de julho de 1996 do CONAMA, "entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima". Orquídeas, cactos, pitangas, bromélias são algumas plantas comuns da restinga. Suas raízes são na maioria, extensas e superficiais para aumentar a superfície de absorção e contribuir para a fixação no substrato móvel. A vegetação da Restinga se caracteriza por folhas rijas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de fixação no solo arenoso. Nas proximidades da praia aparecem arbustos de pequeno porte, de 1,5 a 2 m de altura. Para a Geografia Física, a restinga é um formação costeira resultado de depósitos litorâneos de areia durante as variações no nível do mar nos últimos sete mil anos. Juntas, as restingas e as dunas ocupam 79% do nosso litoral. A formação das planícies litorâneas, onde se instala a restinga, depende de quatro fatores ambientais: fontes de areia, correntes de deriva litorânea, variações do nível relativo do mar e armadilhas para retenção de sedimentos. Seu solo é salino, sendo periodicamente invadido pelas marés, o que gera grandes variações na salinidade e temperatura. É também arenoso e pobre em matéria orgânica, incapaz de fornecer nutrientes suficientes para a vegetação. A principal fonte deles é a maresia presente na atmosfera, que transporta os sais minerais desde o mar. A captação dos nutrientes é completada com o auxílio das epífitas – como as bromélias – que crescem sobre as árvores e retém água as folhas em decomposição, formando um verdadeiro “solo aéreo”. O termo restinga, do ponto de vista ecológico, designa a vegetação arbustivo- arbórea característica das costas meridional e norte do Brasil, que pode variar desde campos ralos de gramíneas até matas fechadas com árvores de até 12 metros de altura.A restinga é um ecossistema litorâneo dotado de certa complexidade decorrente de sua topologia variada, abrigando até mesmo alguns corpos d’água, costumeiramente salinos. Freqüentemente, a restinga apresenta-se como uma vegetação de transição entre a rasteira e pobre flora das dunas e a rica e exuberante Mata Atlântica que começa no sopé da Serra do Mar. A restinga é considerada como uma vegetação terrestre muito influenciada pelas marés, onde a maior parte dos vegetais são halófilos, ou seja, adaptados à presença do sal no solo e sobre as folhas, possuindo-as coriáceas e espessas. Os principais representantes são o algodoeiro-da-praia,o feijão-da-praia, a palmeira guriri, a murta, o lírio do mangue, as bromélias e os cactos cardo-da-praia e o cardo-vinagre. A fauna, pobre e pouco diversa, é formada por crustáceos, moluscos e poucos vertebrados. Mas, entre os últimos podem estar espécies ameaçadas de extinção, como a lagartixa-de- areia (Liolaemus lutzae), endêmica das restingas de Marambaia e de Cabo Frio (RJ). Um aspecto típico das restingas é a presença de lagoas costeiras resultantes do represamento de antigas baías e de lagunas formadas entre as diversas flechas de areia que são criadas pela ação dos ventos. Essas lagoas e lagunas constituem-se em um ecossistema a parte, como produto da interação de diversos fatores. Suas águas costumam ter salinidade superior à média marinha, como resultado da evaporação constante. Mantendo-se esse processo por um longo prazo, poderá culminar com a formação de salinas, passíveis de exploração econômica, como ocorreu na Lagoa de Araruama (RJ). As lagoas costeiras – presentes em áreas de restingas – são importantes como áreas de transição entre os ambientes marinho e terrestre. Como recebem águas ricas em nutrientes das redondezas, que se acumulam por não ter para onde escoar. Disso resulta em um processo de eutrofização que incrementa a produção primária.. Entretanto, a posterior decomposição dessa matéria orgânica consome muito do oxigênio da água e produz sulfetos, podendo levar à morte os peixes e moluscos. Porém nem sempre esse processo ocorre, por motivos ainda não claramente compreendidos. Suspeita-se que a presença de ferro nessas águas exerça um efeito regulador, indisponibilizando o fosfato para as algas e combinando- se com os sulfetos e os precipitando na forma de grãos de sulfeto de ferro. A retirada da vegetação acarreta a lavagem acelerada dos nutrientes, carreados para o fundo do solo, empobrecendo-o. Logo não conseguira sustentar a vegetação arbórea. Em estágios mais avançados de degradação, o solo sofrerá intensa erosão pelos ventos, o que pode ocasionar a formação de dunas móveis. - Manguezal O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e aquático, característico de regiões tropicais e sub-tropicais e sujeito a regime de marés. É constituído por espécies vegetais lenhosas típicas adaptadas a flutuações de salinidade e a um sedimento predominantemente lodoso, com baixos teores de oxigênio. Ocorre em regiões costeiras principalmente abrigadas e apresenta condições propícias para a alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais, sendo considerado importante gerador de bens e serviços. Sistema geralmente associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro das águas do mar com as dos rios. No que diz respeito à energia e à matéria, são sistemas abertos recebendo, em geral, um importante fluxo de água doce, sedimentos e nutrientes do ambiente terrestre e exportando água e matéria orgânica para o mar ou águas estuarinas. O manguezal caracteriza-se pelas suas águas paradas; substrato mole, lamacento, rico em bactérias e decompositores, salino com grande deposição de sedimentos e pobre em oxigênio. Apesar dessas condições aparentemente adversas, que condicionaram uma flora pobre em espécies e altamente adaptada, esse ecossistema está - junto com os recifes de coral, as áreas de ressurgência e as florestas tropicais - entre os mais produtivos do mundo, dotado de uma cadeia alimentar capaz de sustentar dois terços dos peixes da região costeira. Sua função ecológica é reduzir a energia das ondas, proteger a costa da erosão, reciclar o nitrogênio e melhorar a qualidade da água. As raízes de suas árvores retêm os perigosos metais pesados da água do mar e os sedimentos carreados pelos rios – resultado de desmatamentos em suas margens -, evitando que se acumulem em baías. Esse processo poderia tornar rasos demais os portos da região. Os manguezais fornecem regularmente ao mar aberto uma carga significativa de nutrientes e matéria orgânica assimilável, importante para o florescimento do plâncton. As chuvas e as marés revolvem o fundo lodoso deles, que são transportados para o mar pelas massas de água oceânicas. Por serem mais frias do que a água doce costeira e, portanto densas, elas entram por baixo da água dos rios, ajudando a revolver o lodo. O manguezal é uma formação tropical, ocorrendo entre as latitudes 23°30' N e 23°30' S, com extensões subtropicais até 30°, quando há condições favoráveis. O maior desenvolvimento, no entanto, é encontrado na região equatorial. A flora de manguezais no Brasil é constituída por 7 espécies em 4 gêneros: Rhizophora (3 espécies); Avicennia (2 espécies); Laguncularia (1 espécie); Conocarpus (1 espécie). As espécies do manguezal podem sobreviver num ambiente que apresenta diversas condições estressantes graças ao conjunto de adaptações que possuem, como raízes-escora para fixação em solo frouxo, lenticelas nas raízes respiratórias e nas raízes-escora, raízes com alta pressão osmótica, impedindo a entrada do sal, glândulas secretoras de sal, folhas suculentas que possibilita a diluição do sal, e folhas coriáceas que dificultam a perda de água. O manguezal é um dos ecossistemas mais produtivos do mundo em termos de produtividade primária bruta. A serapilheira foliar de manguezais é considerada uma importante base nutricional para cadeias alimentares de estuários, inclusive para espécies importantes comercialmente. A esse ecossistema atribui-se ainda outro papel: o de berçários do mar; pois são muitas as espécies que o procuram para desovar, já que a temperatura elevada acelera o processo de desenvolvimento dos embriões. Além disso, as águas turvas e as raízes ricamente ramificadas fornecem um excelente abrigo natural contra os predadores. - Recifes de Corais Os corais formadores de recifes são animais pertencentes ao filo Cnidaria, grupo a que pertencem também as águas-vivas, anêmonas-do-mar, etc. Estes animais são capazes de secretar carbonato de cálcio, constituindo um esqueleto externo o qual abriga e protege seu corpo. No interior do corpo desses animais, são encontradas numerosas algas que são essenciais ao seu desenvolvimento. Os recifes são ainda restritos em sua distribuição pela sua exigência de águas quentes e com pouca turbidez, ocorrendo apenas nos mares tropicais e semi tropicais. - Costões rochosos Costões rochosos são afloramentos de rochas cristalinas na linha do mar, e sujeitos à ação das ondas, correntes e ventos, podendo apresentar diferentes configurações como , falésias, matacões e costões amplos. Os costões rochosos comportam uma rica e complexa comunidade biológica, a qual representa um importante papel como ecossistema costeiro. O substrato duro favorece a fixação de larvas e esporos de diversas espécies de invertebrados e de macroalgas como citado acima. Estes organismos sésseis por sua vez, fornecem abrigo e proteção para uma grande variedade de animais, servindo também como substrato para a fixação de epibiontes. As macroalgas também abrigam uma rica comunidade animal e de epífitas.
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