Buscar

Classificação dos Ecossistemas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Região neotropical 
A região neotropical é a região biogeográfica que compreende a América Central, 
incluindo a parte sul do México e da península da Baja California, o sul da Florida, todas as 
ilhas do Caribe e a América do Sul. 
Apesar do seu nome, esta região biogeográfica inclui, não só regiões de clima tropical, mas 
também de climas temperado e de altitude. É uma região de grande biodiversidade, com 
ecossistemas tão diversos como a floresta amazônica, a floresta temperada valdiviana do 
Chile, a floresta subpolar magalhânica da Patagónia, o cerrado, a mata atlântica, o pantanal, 
os pampas e a caatinga. 
 
Fatores ambientais nas regiões tropicais 
As regiões tropicais úmidas ou áridas do mundo apresentam peculiaridades distintas 
das regiões temperadas no que concerne ao clima, ao solo, à vegetação e, como não poderia 
deixar de ser o homem que é o componente de maior relevância dentro daqueles elementos. 
No que concerne ao clima deve ser dado destaque à chuva devido à grande variação de 
precipitação pluvial que ocorre dentro do período chuvoso bem como à existência de 
períodos de secas prolongadas, como aquele recentemente experimento no Nordeste 
brasileiro entre os anos de 1979 e 1983. Uma classificação do Nordeste baseada na 
quantidade e distribuição da chuva foi feita por Hargreaves (1974). As variações de solo e 
temperatura não são tão contrastantes quanto à precipitação pluvial, contudo a interação 
de tais fatores e da altitude chegam a causar mudanças de grande significação na 
vegetação, dando origem a formações vegetais distintas dentre as quais a mais extensa é a 
caatinga, com suas características próprias e com grandes implicações nas formas de 
utilização pelo homem. 
 
Principais Ecossistemas Brasileiros 
 
1) Cerrado 
A sua vegetação é típica de climas tropicais, com duas estações de ano bem 
definidas: verão bem chuvoso e o inverno bem seco. Com um solo pobre em nutrientes e ao 
mesmo tempo rico em metais como alumínio e ferro, o cerrado abriga plantas e espécies 
arbustivas de aparência seca e relativamente baixas (até vinte metros), esparsas, Tendo a 
predominância de gramíneas, árvores de tamanho médio, e também o cerradão uma área que 
tem maior predominância florestal, as árvores e plantas do cerrado têm características 
bem específicas como, galhos tortuosos e ásperos, raízes longas e resistentes que ajudam 
na contenção e na absorção da água. Essas características são totalmente adaptadas ao 
clima do cerrado, tendo como principal referência desta adaptação a aparência da 
vegetação no tempo da seca, onde as árvores e as plantas continuam verdes e as flores não 
param de crescer. 
Assim, o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior, formado por 
árvores e arbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol 
freático, situado entre 15 a 20 metros; e um inferior, composto por um tapete de 
gramíneas de aspecto rasteiro, com raízes pouco profundas, no qual a intensidade luminosa 
que as atinge é alta, em relação ao espaçamento. Na época seca, este tapete rasteiro 
parece palha, favorecendo, sobremaneira, a propagação de incêndios. 
A típica vegetação que ocorre no Cerrado possui seus troncos tortuosos, de baixo 
porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados 
consideram que a vegetação nativa do Cerrado não apresenta essa característica pela falta 
de água – pois, ali se encontra uma grande e densa rede hídrica – mas sim, devido a outros 
fatores edáficos (de solo), como o desequilíbrio no teor de micronutrientes, a exemplo do 
alumínio. 
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em 
biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 
10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas (exclusivas) dessa área. 
 
2) Caatinga 
Caatinga (do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único 
bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio 
biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma 
área de cerca de 750.000 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma 
contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil). 
Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela 
vegetação durante a estação seca. 
 
3) Campos 
Os campos são constituídos por uma vegetação rasteira, herbácea, em que 
predominam as gramíneas, podendo apresentar-se de forma contínua (campos limpos) ou 
com a presença de arbustos isolados na paisagem, formando os chamados campos sujos. 
As principais áreas de campos no Brasil são: Campanha Gaúcha (Pampas), campos de 
Vacaria, de Passo Fundo (RS), campos de Lages (SC), campos de Curitiba, de Ponta Grossa, 
de Guarapuava, de Palmas ( Campos Gerais do PR), Campos de altitude na serra da 
Matinqueira (SP_MG), campos do Pantanal (MS), campos de Goiás (GO), de Roraima (RO) e 
da Ilha de Marajó (PA). Os chamados campos inundáveis, na Amazônia, são também 
formados de gramíneas, porém diferentes dos campos da região sul do país. 
Por serem constituídos de gramíneas , que, em geral, cobrem relevos planos ou 
suavemente ondulados, os campos compõem boas pastagens naturais. 
 
4) Floresta Amazônica 
A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial 
e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e 
mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana 
Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o 
que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do 
território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, 
Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins. 
O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco 
durante o ano, em torno de 26ºC.É muito comum na região, os períodos de chuva provocados 
em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos. 
A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água 
doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das 
reservas florestais da Terra. A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, 
com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm 
em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em 
média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante 
metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a 
maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2. 
Em uma análise por satélite da Amazônia, foram identificados 104 sistemas de 
paisagens, o que revela uma alta diversidade e complexidade de ecossistemas. A 
biodiversidade torna-se cada vez mais valorizada como fonte potencial de informações 
genéticas, químicas, ecológicas, microbiológicas, etc 
A diversidade de árvores na Amazônia varia entre 40 e 300 espécies diferentes por 
hectare. Das 250.000 espécies de plantas superiores da terra, 170.000 (68%) vivem 
exclusivamente nos trópicos, sendo 90.000 na América do Sul. 
A Amazônia possui 3.650.000 km² de florestas contínuas. maior parte de seus sete 
milhões de km² é composta por uma floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 
200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia 
Amazônica entre 1,8 milhões e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os 
rios cavaram seu leito, o que originou ostrês tipos de floresta da Amazônia. As duas 
últimas formam a Amazônia brasileira: Florestas montanhosas andinas, Florestas de terra 
firme e Florestas fluviais alagadas. 
A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina exceto pela 
menor densidade, apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes, o que forçou uma 
adaptação das raízes das plantas que, através de uma associação simbiótica com alguns 
tipos de fungos passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo a 
fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados. Apresentam grande porte, 
variando entre 30 e 60 metros; o dossel é contínuo e bastante fechado, tornando o interior 
da mata bastante úmido e escuro. 
A floresta fluvial alagada também apresenta algumas adaptações às condições do 
ambiente, como raízes respiratórias e sapopembas (árvore da família das figueiras, também 
conhecida como gameleira, em que a raiz pode desenvolver-se até dois metros de altura 
para fora da água, acompanhando o tronco). As áreas alagadas por águas brancas, ou turvas, 
provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de 
várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em 
minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente, são 
chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar a até dez 
metros de altura. 
Florestas de Igapó: ocorrem em solos que permanecem alagados durante cerca de 
seis meses, em áreas próximas aos rios. As árvores podem atingir até 40 metros de altura 
e raramente perdem as folhas - geralmente largas para captar a maior quantidade possível 
de luz solar. Nas águas aparecem as folhas da vitória-régia - que chegam a ter 4 metros de 
diâmetro. 
Florestas de Várzea: as árvores são de grande porte (até 40 metros de altura) e 
apresentam características semelhantes ao igapó - embora a várzea apresente maior 
número de espécies. 
 
5) Mata dos Cocais 
Os cocais ou babaçuais formam extensas áreas de palmeiras situadas no Meio-
Norte principalmente no Maranhão e Piauí, aparecendo também em outros estados 
nordestinos (CE, RN) e em Tocantins. Trata-se de uma vegetação de transição entre a 
Floresta Amazônica úmida, a oeste, a caatinga seca, a leste, e o cerrado semi-úmido ao sul. 
Além do babaçu, aparece também a carnaúba, conhecida como árvore providência, 
mais freqüente a partir do Ceará e Rio Grande do Norte. São duas extraordinárias 
riquezas que o Nordeste possui, mas infelizmente subaproveitadas . Do coco de babaçu 
extrai-se principalmente o óleo, e da folha de carnaúba extrai-se a cera. Os maiores 
produtores são, respectivamente, Maranhão e Ceará.” 
Por ser a Mata dos cocais uma zona de transição, poderemos encontrar, além do 
babaçu e da carnaúba, outras frutas mais típicas das regiões vizinhas, porém em menor 
quantidade (o bacuri, a monguba, o murici, a mangaba, o juá, etc...). 
 
6) Floresta Atlântica 
 A Floresta Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, já cobriu 
cerca de 11% do território nacional. Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da 
cobertura original. A variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo 
desde climas temperados úmidos no extremo sul a tropical úmido e semi-árido no nordeste. 
O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda mais variabilidade a este ecossistema. 
Nos vales geralmente as árvores se desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas 
enconstas esta floresta é menos densa, devido à freqüente queda de árvores. Nos topos 
dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo sul a Mata 
Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias. 
 
7) Mata dos Pinhais 
Também conhecida por floresta aciculifoliada, é encontrada ao longo do Planalto 
Meridional, nas áreas mais elevadas e de temperaturas mais baixas, estendendo-se desde 
São Paulo até o Rio Grande do Sul, embora mais concentrada no Paraná. 
É uma floresta subtropical mista, com ocorrência do pinheiro (Araucária 
angustifolia) associado a outras espécies, como cedro, canela, imbuia, caviúna, erva-mate, 
etc... 
 
8) Ecossistemas costeiros e insulares 
 Os ecossistemas costeiros geralmente estão associados à Mata Atlântica devido a 
sua proximidade. Nos solos arenosos dos cordões litorâneos e dunas, desenvolvem-se as 
restingas, que pode ocorrer desde a forma rastejante até a forma arbórea. Os manguesais 
e os campos salinos de origem fluvio-marinha desenvolvem-se sobre solos salinos. No 
terreno plano arenoso ou lamacento da Plataforma Continental desenvolvem-se os 
ecossistemas bênticos. Na zona das marés destacam-se as praias e os rochedos, estes 
colonizados por algas. As ilhas e os recifes constituem-se acidentes geográficos marcantes 
da paisagem superficial. 
 
- Restinga 
No Brasil, as restingas são encontradas ao longo do litoral desde a costa leste do 
Pará até a costa do Rio Grande do Sul, perfazendo um total de aproximadamente 9.000 km 
de extensão. 
De acordo com a resolução 07 de 23 de julho de 1996 do CONAMA, "entende-se por 
vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, 
sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, 
ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades 
edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima". Orquídeas, cactos, 
pitangas, bromélias são algumas plantas comuns da restinga. Suas raízes são na maioria, 
extensas e superficiais para aumentar a superfície de absorção e contribuir para a fixação 
no substrato móvel. 
A vegetação da Restinga se caracteriza por folhas rijas e resistentes, caules duros 
e retorcidos e raízes com forte poder de fixação no solo arenoso. Nas proximidades da 
praia aparecem arbustos de pequeno porte, de 1,5 a 2 m de altura. 
 Para a Geografia Física, a restinga é um formação costeira resultado de depósitos 
litorâneos de areia durante as variações no nível do mar nos últimos sete mil anos. Juntas, 
as restingas e as dunas ocupam 79% do nosso litoral. 
 A formação das planícies litorâneas, onde se instala a restinga, depende de 
quatro fatores ambientais: fontes de areia, correntes de deriva litorânea, variações do 
nível relativo do mar e armadilhas para retenção de sedimentos. 
 Seu solo é salino, sendo periodicamente invadido pelas marés, o que gera 
grandes variações na salinidade e temperatura. É também arenoso e pobre em matéria 
orgânica, incapaz de fornecer nutrientes suficientes para a vegetação. A principal fonte 
deles é a maresia presente na atmosfera, que transporta os sais minerais desde o mar. A 
captação dos nutrientes é completada com o auxílio das epífitas – como as bromélias – que 
crescem sobre as árvores e retém água as folhas em decomposição, formando um 
verdadeiro “solo aéreo”. 
 O termo restinga, do ponto de vista ecológico, designa a vegetação arbustivo-
arbórea característica das costas meridional e norte do Brasil, que pode variar desde 
campos ralos de gramíneas até matas fechadas com árvores de até 12 metros de altura.A 
restinga é um ecossistema litorâneo dotado de certa complexidade decorrente de sua 
topologia variada, abrigando até mesmo alguns corpos d’água, costumeiramente salinos. 
Freqüentemente, a restinga apresenta-se como uma vegetação de transição entre a 
rasteira e pobre flora das dunas e a rica e exuberante Mata Atlântica que começa no sopé 
da Serra do Mar. A restinga é considerada como uma vegetação terrestre muito 
influenciada pelas marés, onde a maior parte dos vegetais são halófilos, ou seja, adaptados 
à presença do sal no solo e sobre as folhas, possuindo-as coriáceas e espessas. Os 
principais representantes são o algodoeiro-da-praia,o feijão-da-praia, a palmeira guriri, a 
murta, o lírio do mangue, as bromélias e os cactos cardo-da-praia e o cardo-vinagre. A 
fauna, pobre e pouco diversa, é formada por crustáceos, moluscos e poucos vertebrados. 
Mas, entre os últimos podem estar espécies ameaçadas de extinção, como a lagartixa-de-
areia (Liolaemus lutzae), endêmica das restingas de Marambaia e de Cabo Frio (RJ). 
Um aspecto típico das restingas é a presença de lagoas costeiras resultantes do 
represamento de antigas baías e de lagunas formadas entre as diversas flechas de areia 
que são criadas pela ação dos ventos. 
 Essas lagoas e lagunas constituem-se em um ecossistema a parte, como 
produto da interação de diversos fatores. Suas águas costumam ter salinidade superior à 
média marinha, como resultado da evaporação constante. Mantendo-se esse processo por 
um longo prazo, poderá culminar com a formação de salinas, passíveis de exploração 
econômica, como ocorreu na Lagoa de Araruama (RJ). 
 As lagoas costeiras – presentes em áreas de restingas – são importantes como 
áreas de transição entre os ambientes marinho e terrestre. Como recebem águas ricas em 
nutrientes das redondezas, que se acumulam por não ter para onde escoar. Disso resulta em 
um processo de eutrofização que incrementa a produção primária.. Entretanto, a posterior 
decomposição dessa matéria orgânica consome muito do oxigênio da água e produz sulfetos, 
podendo levar à morte os peixes e moluscos. Porém nem sempre esse processo ocorre, por 
motivos ainda não claramente compreendidos. Suspeita-se que a presença de ferro nessas 
águas exerça um efeito regulador, indisponibilizando o fosfato para as algas e combinando-
se com os sulfetos e os precipitando na forma de grãos de sulfeto de ferro. 
 A retirada da vegetação acarreta a lavagem acelerada dos nutrientes, carreados 
para o fundo do solo, empobrecendo-o. Logo não conseguira sustentar a vegetação arbórea. 
Em estágios mais avançados de degradação, o solo sofrerá intensa erosão pelos ventos, o 
que pode ocasionar a formação de dunas móveis. 
 
- Manguezal 
O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e 
aquático, característico de regiões tropicais e sub-tropicais e sujeito a regime de marés. É 
constituído por espécies vegetais lenhosas típicas adaptadas a flutuações de salinidade e a 
um sedimento predominantemente lodoso, com baixos teores de oxigênio. Ocorre em 
regiões costeiras principalmente abrigadas e apresenta condições propícias para a 
alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais, sendo considerado 
importante gerador de bens e serviços. 
 Sistema geralmente associado às margens de baías, enseadas, barras, 
desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro das águas do 
mar com as dos rios. 
No que diz respeito à energia e à matéria, são sistemas abertos recebendo, em 
geral, um importante fluxo de água doce, sedimentos e nutrientes do ambiente terrestre e 
exportando água e matéria orgânica para o mar ou águas estuarinas. 
O manguezal caracteriza-se pelas suas águas paradas; substrato mole, lamacento, 
rico em bactérias e decompositores, salino com grande deposição de sedimentos e pobre 
em oxigênio. Apesar dessas condições aparentemente adversas, que condicionaram uma 
flora pobre em espécies e altamente adaptada, esse ecossistema está - junto com os 
recifes de coral, as áreas de ressurgência e as florestas tropicais - entre os mais 
produtivos do mundo, dotado de uma cadeia alimentar capaz de sustentar dois terços dos 
peixes da região costeira. 
 Sua função ecológica é reduzir a energia das ondas, proteger a costa da 
erosão, reciclar o nitrogênio e melhorar a qualidade da água. As raízes de suas árvores 
retêm os perigosos metais pesados da água do mar e os sedimentos carreados pelos rios – 
resultado de desmatamentos em suas margens -, evitando que se acumulem em baías. Esse 
processo poderia tornar rasos demais os portos da região. 
 Os manguezais fornecem regularmente ao mar aberto uma carga significativa 
de nutrientes e matéria orgânica assimilável, importante para o florescimento do plâncton. 
As chuvas e as marés revolvem o fundo lodoso deles, que são transportados para o mar 
pelas massas de água oceânicas. Por serem mais frias do que a água doce costeira e, 
portanto densas, elas entram por baixo da água dos rios, ajudando a revolver o lodo. 
O manguezal é uma formação tropical, ocorrendo entre as latitudes 23°30' N e 
23°30' S, com extensões subtropicais até 30°, quando há condições favoráveis. O maior 
desenvolvimento, no entanto, é encontrado na região equatorial. 
A flora de manguezais no Brasil é constituída por 7 espécies em 4 gêneros: 
Rhizophora (3 espécies); Avicennia (2 espécies); Laguncularia (1 espécie); Conocarpus (1 
espécie). 
As espécies do manguezal podem sobreviver num ambiente que apresenta diversas 
condições estressantes graças ao conjunto de adaptações que possuem, como raízes-escora 
para fixação em solo frouxo, lenticelas nas raízes respiratórias e nas raízes-escora, raízes 
com alta pressão osmótica, impedindo a entrada do sal, glândulas secretoras de sal, folhas 
suculentas que possibilita a diluição do sal, e folhas coriáceas que dificultam a perda de 
água. 
O manguezal é um dos ecossistemas mais produtivos do mundo em termos de 
produtividade primária bruta. A serapilheira foliar de manguezais é considerada uma 
importante base nutricional para cadeias alimentares de estuários, inclusive para espécies 
importantes comercialmente. 
A esse ecossistema atribui-se ainda outro papel: o de berçários do mar; pois são 
muitas as espécies que o procuram para desovar, já que a temperatura elevada acelera o 
processo de desenvolvimento dos embriões. Além disso, as águas turvas e as raízes 
ricamente ramificadas fornecem um excelente abrigo natural contra os predadores. 
 
- Recifes de Corais 
Os corais formadores de recifes são animais pertencentes ao filo Cnidaria, grupo a 
que pertencem também as águas-vivas, anêmonas-do-mar, etc. Estes animais são capazes de 
secretar carbonato de cálcio, constituindo um esqueleto externo o qual abriga e protege 
seu corpo. No interior do corpo desses animais, são encontradas numerosas algas que são 
essenciais ao seu desenvolvimento. 
Os recifes são ainda restritos em sua distribuição pela sua exigência de águas 
quentes e com pouca turbidez, ocorrendo apenas nos mares tropicais e semi tropicais. 
 
- Costões rochosos 
Costões rochosos são afloramentos de rochas cristalinas na linha do mar, e sujeitos 
à ação das ondas, correntes e ventos, podendo apresentar diferentes configurações como , 
falésias, matacões e costões amplos. 
Os costões rochosos comportam uma rica e complexa comunidade biológica, a qual 
representa um importante papel como ecossistema costeiro. O substrato duro favorece a 
fixação de larvas e esporos de diversas espécies de invertebrados e de macroalgas como 
citado acima. Estes organismos sésseis por sua vez, fornecem abrigo e proteção para uma 
grande variedade de animais, servindo também como substrato para a fixação de 
epibiontes. As macroalgas também abrigam uma rica comunidade animal e de epífitas.

Continue navegando

Outros materiais