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Modelagens Tridimensionais: Modelo Digital do Terreno (MDT/MNT) e Superfícies Estatísticas Tridimensionais Paulo Roberto Lopes Thiers Departamento de Geografia - Universidade Federal do Ceará pthiers@ufc.br 1 Introdução Vários termos são usados com referência a dados digitais de superfícies tridimensionais: Modelo Digital do Terreno (MDT/MNT), Modelo Digital de Elevação (MDE) e superfícies estatísticas tridimensionais. São dados geográficos utilizados para representar grandezas que variam continuamente no espaço (THIERS, 2000). São usadas em aplicações de análises geoespaciais, geração de ortoimagens, engenharia: cálculo de volume de corte e aterro, construção de rodovias e barramentos de água, instalações de antenas de telecomunicações e muitas outras. Na verdade, aplica-se à modelagem de qualquer fenômeno que tenha valores de distribuição contínua sobre uma área, como: dados de geologia, aeromagnéticos, topografia, dados de precipitação, gradientes de pressão atmosférica, temperatura, geofísica, dados geoquímicos, por exemplos (THIERS, 2000). A modelagem do relevo do terreno pode ser realizada com base em dois modelos de estruturas de dados: vetorial (TIN) e matricial. Entretanto, a escolha do tipo de modelo de estrutura de dados a ser utilizada para a modelagem digital do terreno, dependerá do tipo dos objetivos da aplicação e qual modelagem mais se aproxima da realidade. Para aplicações de engenharia, aplica-se o modelo vetorial na construção de estradas, estudos de drenagem e intervisibilidade entre pontos para instalação de antenas para telecomunicações e outras. O modelo matricial poderá ser aplicado na análise hidrológica em zonas de inundação, para a determinação de bacias, classes de drenagens e barragens, estudos de dispersão de contaminantes, por exemplos. 2 Aquisição de Dados para Modelagem Tridimensional Os métodos usados para capturar e armazenar dados de elevação de pontos para a construção de superfícies 3D podem ser agrupados por métodos de representação vetorial e matricial: 2.1 Aquisição de Dados Modelo Vetorial 2.1.1 Grade regular (figura 1), com espaçamento fixo, tem suas coordenadas tridimensionais E,N e H (sistema de projeção UTM, por exemplo) determinadas em campo, para cada ponto da grade, através de receptores GNSS (GPS+GLONASS) ou equipamentos de topografia (Estação Total). Figura 1 – Grade regular Fonte: Aronoff. 1995 2.1.2 Perfis Topográficos do terreno (figura 2), levantados ao longo de uma série de linhas paralelas entre si, onde os pontos notáveis do terreno, ao longo desses perfis, tem suas coordenadas tridimensionais E,N e H (sistema de projeção UTM, por exemplo) determinadas em campo, para cada ponto do perfil: Figura 2 – Perfis topográficos Fonte: Aronoff. 1995 2.1.3 Curvas de nível (figura 3), digitalizadas de um mapa analógico ou produzidas por meio de restituição estereofotogramétrica digital sobre imagens aéreas ou satélites: Figura 3 – Curvas de nível digitalizadas Fonte: Aronoff. 1995 2.2 Aquisição de Dados Modelo Matricial Centeno & Mitshita (2007), afirmam que na aquisição de modelos matriciais devem ser considerados dois conceitos: quando os dados se referem aos pontos que atingiram o terreno, fala-se em modelo digital do terreno (MDT), enquanto que para o modelo que inclui, além do terreno, os objetos a ele superpostos, fala-se em Modelo Digital da Superfície (MDS) (figura 4). Figura 4 - Modelo Digital do Terreno Fonte: CENTENO & MITSHITA 2.2.1 Tecnologia Laser Scanner (LIDAR) aerotransportado (figuras 5 e 6): Figura 5 - Modelo Digital de Superfície Fonte: CENTENO & MITSHITA Figura 6 - Modelo Digital do Terreno Fonte: CENTENO & MITSHITA 2.2.2 Radar de abertura sintética (SAR) (figura 7) em plataformas aéreas ou orbitais (SRTM - Shuttle Radar Topography Mission, por exemplo): Figura 7 - Modelo Digital de Superfície SRTM Fonte: EMBRAPA 2.2.3 Sensores orbitais de média e alta resolução espacial para produção de Modelos Digitais de Superfícies com pares estéreos : ASTER, SPOT- 5/HRS, IKONOS2, QuickBird , Worldview2 (figura 8), Worldview3 e outros: Figura 8 - Modelo Digital de Superfície Worldview2 Fonte: http://www.scantherma.com.au/remote-sensing/mining-exploration/high-resolution- satellite-imagery/worldview-1-2/ 2.2.4 SONAR (do inglês Sound Navigation and Ranging ou “Navegação e Determinação da Distância pelo Som”) é instrumento utilizado para a determinação do modelo digital do relevo do fundo dos mares (figura 9): Figura 9 - Modelo Digital de Superfície – SONAR Fonte:http://www.sciencebuzz.org/topics/35W_bridge_collapse_minneapolis/recovery_tech nology 3 Criação de TIN A superfície tridimensional gerada pela interpolação das coordenadas dos pontos coletados é denominada de TIN (sigla em inglês para Rede de Triângulos Irregulares) é um modelo de dados com topologia arco-nó que representa os fenômenos como um conjunto de triângulos interconectados, onde as posições geográficas para os nós que formam os triângulos são determinadas por interpolação (figura 10): Figura 10: TIN Fonte: http://andersonmedeiros.com/arcgis-fazer-tin-sobrepor-imagem-arcscene/ Referências ARONOFF, S. - Geographic Information Systems – A Management Perspective. Ottawa, WDL Publications, 1995. CENTENO, J. A. S. & MITSHITA, E. A. - Laser scanner aerotransportado no estudo de áreas urbanas: A experiência da UFPR. Universidade Federal do Paraná – UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil MARTINELLI, M. – Curso de Cartografia Temática. São Paulo, Editora Contexto, 1991. THIERS, P.R.L. - Geotecnologias Aplicadas à Avaliação de Poluição Ambiental no Distrito Industrial de Maracanaú – Ceará (2000).
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