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Gabarito da 2ª.Avaliação Presencial – 2013/2 de Biofísica 1. Quando o pneu do carro fura e tentamos trocá-lo, muitas vezes não conseguimos soltar o parafuso que prende o pneu na roda com as mãos, mesmo usando uma chave em cruz ou em L. Proponha uma maneira de solucionar este problema, explicando os princípios físicos envolvidos na solução apontada. Se não conseguimos girar o parafuso, é porque o torque produzido não é suficiente, e precisa ter seu módulo aumentado. Para aumentar a intensidade desse torque podemos aumentar a força, pisando na chave de roda. Podemos, também, aumentar o braço da alavanca, usando uma chave de roda mais comprida, por exemplo. O uso de lubrificação nos parafusos, para reduzir a força de atrito, também é uma solução válida. 2. Abaixo encontram-se os esquemas de formação da visão em um olho normal um olho míope e um olho hipermetrope. Explique como ocorrem esses defeitos visuais, quais as lentes apropriadas para a correção de cada um e como essas lentes corrigem o problema. A miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes de esta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados (desfocados). A correção da miopia é feita com lentes divergentes. A finalidade da lente divergente é fazer com que os raios de luz provenientes do “infinito” pareçam originar-se no ponto remoto do míope. 3. Sabemos que um raio de luz sofre mudança de direção na interface entre dois meios que tenham índices de refração diferentes. É por causa da refração da luz vemos um objeto longo mergulhado até sua metade na água como se ele tivesse sido partido. Sendo assim, se um pescador quiser fisgar um peixe lançando obliquamente um arpão, ele deverá arremessá-lo acima ou abaixo da posição em que vê o peixe? Por que? Ele deve jogar o arpão abaixo da imagem do peixe, pois a refração da luz faz com que o peixe pareça estar mais perto da superfície do que realmente está. 4. Nas artérias, a velocidade do sangue é da ordem de 30cm/s enquanto que nos capilares é da ordem de 1mm/s. a) Calcule a relação entre as áreas das secções transversais totais das artérias e capilares. Chamando de VA e VC, respectivamente, as velocidades nos capilares e nas artérias, e AA e AC, similarmente, as correspondentes áreas totais, teremos pela equação da continuidade: VA . AA=VC . AC AA /AC = VC /VA =1/300 AA =AC /300; Ou seja, a área total das artérias é um trezentos avos daquela dos capilares. b) Explique, a partir de princípios da Hidrodinâmica, porque a velocidade do sangue nos capilares cai em relação à velocidade nas artérias. A equação da continuidade estabelece que, para um líquido de densidade constante, em regime de fluxo estacionário, existe um compromisso entre a velocidade e a área da secção transversal do duto, na forma V1 . A1 = V2 . A2, ou seja, o produto da velocidade do líquido pela área da secção transversal do duto é uma constante. O que mostra que, se a área aumenta, a velocidade diminui. O que ocorre na circulação é que os capilares funcionam como dutos paralelos, cuja soma das áreas é maior que a das artérias; é como se tivéssemos um duto equivalente aos capilares de raio maior que o das artérias. Então, passar das artérias para os capilares é o mesmo que passar de um duto mais estreito para outro largo. Neste caso, como previsto pela equação da continuidade, teremos uma diminuição da velocidade. 5. Para entender a física do alvéolo precisamos entender a física das bolhas. A pressão dentro de uma bolha é inversamente proporcional ao raio e diretamente proporcional à tensão superficial T, segundo a Lei de Laplace: P = 4 T / R. Ao colocarmos duas bolhas de sabão nos extremos de um tubo, com uma válvula separando-as como mostrado na Figura abaixo, quando a válvula for aberta para conectá-las: a) Que bolha você espera que diminua de tamanho e qual irá aumentar o seu tamanho? A bolha 1 aumenta e a bolha 2 diminui de tamanho. b) Por que isso acontece? Pela Lei de Laplace, a pressão P dentro de uma bolha é inversamente proporcional ao raio R. Portanto, a bolha menor tem uma pressão interna maior. Desta forma, ao serem conectadas, a bolha menor esvaziará o seu ar para o interior da maior. c) Embora os alvéolos não sejam exatamente como bolhas de sabão, sabemos que existe uma tendência do alvéolo menor colapsar. Qual a razão para que a maioria dos alvéolos não colapse durante a respiração? A razão da maioria dos alvéolos não colapsarem (murcharem) está relacionada às propriedades dos surfactantes em diminuírem a tensão superficial. Assim, apesar de terem um raio menor, o que levaria a uma pressão interna maior, a diminuição da tensão superficial pelos surfactantes ajuda a diminuir a pressão interna nos alvéolos menores. A presença de surfactantes faz a tensão superficial do alvéolo diminuir quando este diminui de tamanho durante a expiração. Para cada alvéolo existe um tamanho em que a tensão superficial diminui suficientemente rápido, possibilitando que a pressão comece a cair, ao invés de continuar a decrescer, e isto faz os alvéolos estabilizarem em cerca de um quarto do seu tamanho máximo.