Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A bacia de Sergipe-Alagoas Evolução geológica, estratigrafia e conteúdo fóssil The Sergipe-Alagoas Basin Geological evolution, stratigraphy and fossil content Wagner Souza-Lima* (coordenador), Edilma de Jesus Andrade*, Peter Bengtson# & Paulo César Galm* * Fundação Paleontológica Phoenix, Aracaju, Sergipe, Brasil (e-mail: fund.phoenix@sergipe.com.br) # Universität Heidelberg, Geologisch-Paläontologisches Institut, Germany (e-mail: bengtson@uni-hd.de) . Nesta edição 1. Aspectos geológicos da bacia de Sergipe- Alagoas 2. Fundação Paleontológica Phoenix 3. Projetos de pesquisa na sucessão marinha da bacia de Sergipe In this issue 1 Geological aspects of the Sergipe-Alagoas Basin 2 Fundação Paleontológica Phoenix 3 Research projects on the marine succession of the Sergipe Basin . Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 3 12º 8º 36º 0 200 km Recife Bacia do Recôncavo Sub-bacia do Jacuípe Sub-bacia de Sergipe Sub-bacia de Alagoas Salvador Bacia do Tucano Aracaju SERGIPE ALAGOAS Maceió Bacia do Jatobá Sub-bacia do Cabo O ce an o A tlâ nt ic o B A C IA D E S E R G IP E -A L A G O A S Sedimentary basins Bacias sedimentares Figura 1 - Mapa de localização da bacia de Sergipe-Alagoas. Figure 1 - Location map of the Sergipe-Alagoas Basin. Introdução A bacia de Sergipe-Alagoas, no Nordeste do Brasil (Figura 1), é uma das muitas bacias de margem continen- tal formadas durante a abertura do oceano Atlântico Sul no Mesozóico. A bacia contém uma das mais extensas sucessões de rochas do Mesozóico superior entre as bacias do Atlântico Sul, um fato ainda mais destacado pela existência de afloramentos numerosos e bem distri- buídos. Em particular, a bem exposta sucessão carboná- tica cretácea, distribuída do Aptiano ao Coniaciano, tem atraído a atenção de geólogos e paleontólogos há mais de um século. Este artigo apresenta um sumário da evolução geoló- gica, litoestratigrafia, paleontologia e bioestratigrafia da bacia. Para informações complementares, o leitor pode buscar as referências citadas no texto. Além disto, este artigo apresenta os trabalhos desenvolvidos pela Funda- ção Paleontológica Phoenix, recentemente criada em Aracaju, que dedica-se à coleta, ao estudo e à exibição dos fósseis da bacia. Introduction The Sergipe-Alagoas Basin in northeastern Brazil (Figure 1) is one of a series of continental margin basins formed during the opening of the South Atlantic Ocean in Mesozoic times. The basin contains one of the most ex- tensive upper Mesozoic rock successions among the northern South Atlantic basins, a fact that is further en- hanced by the existence of numerous and widespread outcrops. In particular, the well-exposed Cretaceous car- bonate succession, spanning the Aptian to Coniacian interval, has attracted the attention of geologists and palaeontologists for over a century. This article reviews the geological development, lithos- tratigraphy, palaeontology and biostratigraphy of the ba- sin. For complementary information the reader is referred to the publications cited in the text. Furthermore, the arti- cle presents the work of the recently created Fundação Paleontológica Phoenix in Aracaju, which is dedicated to the collecting, study, and exhibition of the fossils of the basin. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 4 Figura 2 - A cidade de Maruim, conforme ilustração por Hartt (1870). Figure 2 - The town of Maruim, as illustrated by Hartt (1870). Síntese histórica Os estudos da geologia da bacia de Sergipe-Alagoas datam da primeira metade do século 19, quando Hender- son (1821) publicou notas preliminares sobre a geologia da região. Os primeiros levantamentos geológicos e paleontológicos foram executados em 1865-1866 pelo naturalista canadense Charles Frederick Hartt, um dos participantes da “Expedição Thayer”. Os principais resul- tados desta expedição foram publicados no clássico trabalho “Geology and Physical Geography of Brazil” (Hartt, 1870). Nele encontramos as primeiras descrições sistemáticas de fósseis da bacia de Sergipe (Hyatt, 1870) - alguns amonóides e um gastrópode coletado nas áreas de Maruim e Laranjeiras (Figura 2). Historical review Studies of the geology of the Sergipe-Alagoas Basin date back to the first half of the 19th century when Henderson (1821) published preliminary notes on the geology of the region. The first geological and palaeontological surveys were carried out in 1865-1866 by the Canadian naturalist Charles Frederick Hartt, a participant of the “Thayer Ex- pedition”. The main results of this expedition were pub- lished in the classical work “Geology and Physical Geog- raphy of Brazil” (Hartt, 1870). Here we find the first sys- tematic descriptions of fossils from the Sergipe Basin (Hyatt, 1870) - a few ammonites and a gastropod col- lected from the Maruim and Laranjeiras areas (Figure 2). Com a criação da “Commissão Geologica do Imperio do Brazil”, inicialmente dirigida por Hartt, importantes estudos paleontológicos foram executados pelo paleontó- logo norte-americano Charles A. White. Sua monografia bilíngüe “Contribuições á paleontologia do Brazil - Contri- butions to the Paleontology of Brazil” (White, 1887) con- tém descrições de amonóides, bivalves, gastrópodes e equinóides. John Casper Branner, também membro da “Commis- são Geologica”, publicou em 1890 um relatório sobre a bacia de Sergipe-Alagoas contendo informações sobre as localidades nas quais o material descrito por White foi coletado. O primeiro mapa geológico da bacia foi publicado por With the creation of the “Commissão Geologica do Im- perio do Brazil”, which was initially directed by Hartt, im- portant palaeontological studies were carried out by the North American palaeontologist Charles A. White. His bilingual monograph “Contribuições á paleontologia do Brazil - Contributions to the Paleontology of Brazil” (White, 1887) contains descriptions of ammonites, bivalves, gas- tropods and echinoids. John Casper Branner, also a member of the “Com- missão Geologica”, published in 1890 a report on the Sergipe-Alagoas Basin containing information on the localities from where White’s material was collected. The first geological map of the basin was published by Ralph Sopper (1914), a sketch map with the Cretaceous Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 5 Ralph Sopper (1914), onde os depósitos do Cretáceo e do Terciário aparecem englobados em uma só unidade. Um mapa mais detalhado foi publicado em 1924 pelo “Serviço Geologico e Mineralogico do Brasil” (Moraes Rego, 1924). As décadas de 1920 e 1930 foram assinaladas pelas monografias de Carlotta Joaquina Maury, uma paleontó- loga norte-americana de ascendência brasileira. Na pri- meira (1925), são encontradas referências ao “Eocenio duvidoso ou Cretáceo superior de Alagôas (os folhelhos de Riacho Doce)” e um capítulo dedicado aos “Fósseis Cretáceos de Sergipe”, onde descreveu Inoceramus (Sergipia) posidonomyaformis, coletado por Hartt na pedreira de Sapucahy (hoje Sapucari). Namonografia de 1930 foi apresentada uma correlação estratigráfica para a “Série Sergipe”, que incluiria camadas com idades vari- ando do mesoalbiano ao Maastrichtiano. Um capítulo foi reservado aos “Cephalopodos do Estado de Sergipe”. Em 1937 Maury publicou uma terceira monografia dedicada exclusivamente aos fósseis de Sergipe, onde foram des- critos fósseis coletados por Moraes Rego na bacia e redescritos aqueles estudados por White (1887). P. E. de Oliveira (1940) descreveu uma fauna até en- tão desconhecida coletada por A. Duarte e A. Wanderley em 1935. Esta foi a primeira descrição de fósseis prove- nientes de rochas agora atribuídas à unidade mais supe- rior do Cretáceo, a Formação Calumbi. Os estudos geológicos e paleontológicos na bacia so- freram um grande impulso com o início da prospecção de petróleo nos anos 1940 (logo após a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938). Estas atividades incluí- ram os primeiros trabalhos de mapeamento de detalhe que também resultaram em novas coletas de fósseis (CNP, 1948a, 1948b, 1949 and 1951; Löfgren & Oliveira, 1943; Oliveira, 1943; Magalhães, 1952, 1953). A partir da criação da PETROBRAS, em 1953, uma grande quantidade de relatórios técnicos internos passou a ser gerada pela companhia, com a finalidade de melho- rar o conhecimento estratigráfico da bacia e criar ferra- mentas que auxiliassem a prospecção de petróleo. Estudos bioestratigráficos foram realizados por K. Beurlen (1961a), estabelecendo um zoneamento prelimi- nar com base em amonóides para a porção mais inferior and Tertiary deposits lumped together. A more detailed map was published in 1924 by the “Serviço Geologico e Mineralogico do Brasil” (Geological and Mineralogical Survey of Brazil) (Moraes Rego, 1924). The 1920’s and 1930’s saw the publication of two bi- lingual monographs by Carlotta Joaquina Maury, a North American palaeontologist of Brazilian descent. In the first monograph (Maury, 1925), there are references to “The doubtful Eocene or Upper Cretaceous of Alagôas (the Riacho Doce shales)” and a chapter dedicated to the “Cretaceous Fossils of Sergipe”, in which she described Inoceramus (Sergipia) posidonomyaformis, collected by Hartt from the Sapucahy (now Sapucari) quarry. In her 1930 monograph she presented a stratigraphic correlation for the “Sergipe Series”, assigning the beds to ages vary- ing from mid Albian to Maastrichtian. A chapter was dedi- cated to the “Cephalopoda of the State of Sergipe”. In 1937 Maury published a third monograph dealing exclu- sively with the fossils of Sergipe. In this monograph she described the fossils collected by Moraes Rego and rede- scribed those previously studied by White (1887). P. E. de Oliveira (1940) described an until then un- known fauna collected by A. Duarte and A. Wanderley in 1935. This was the first description of fossils from rocks now assigned to the uppermost Cretaceous unit, the Calumbi Formation. The geological and palaeontological study of the basin received a strong impetus when the search for petroleum started in the 1940’s (shortly after the creation of the Con- selho Nacional do Petróleo, CNP, in 1938). These activi- ties involved the first detailed mapping of the basin and also resulted in new fossil collections (CNP, 1948a, 1948b, 1949 and 1951; Löfgren & Oliveira, 1943; Oliveira, 1943; Magalhães, 1952, 1953). After the creation of PETROBRAS (Brazilian Petro- leum Company) in 1953, numerous technical reports were produced by the company with the purpose of improving the stratigraphic knowledge of the basin and creating tools to aid in petroleum search. Biostratigraphic studies were carried out by Karl Beur- len (1961a), who established a preliminary zonation based on ammonites for the lowermost marine beds, the Aptian-Albian Riachuelo Formation. Numerous subse- Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 6 Evolução geológica A bacia de Sergipe-Alagoas é uma das muitas bacias sedimentares ao longo da costa brasileira, formadas durante a abertura do oceano Atlântico Sul no final do Jurássico e no Cretáceo. Estruturalmente a bacia consiste num meio graben mergulhando para sudeste (Figura 3; Ojeda & Fugita, 1976). A porção emersa é representada por uma estreita faixa de 20 a 50 km de largu- ra, estando grande parte da extensão da bacia submersa. Ao norte, o lineamento Pernambuco separa a bacia de Sergipe- Alagoas da bacia de Pernambuco-Paraíba, e ao sul, a falha de Itapuã a separa da bacia de Camamu. A bacia de Sergipe-Alagoas consiste em quatro sub-bacias, as sub-bacias do Jacuípe, de Sergipe, de Alagoas e do Cabo, com diferentes histórias tectono-sedimentares e preenchimentos distintos. O Alto do Rio Real separa a sub-bacia de Sergipe da sub-bacia do Jacuípe. As sub-bacias de Sergipe e de Alagoas são separadas pelos altos de Japoatã e Penedo, situados ao longo do rio São Francisco, ao passo que o Alto de Maragogi separa a sub-bacia de Alagoas da sub-bacia do Cabo (antigamente considerada a porção sul da bacia de Pernambuco-Paraíba). da seqüência marinha, a Formação Riachuelo, de idade aptiana-albiana. Numerosos trabalhos subseqüentes do mesmo autor fizeram referência à paleontologia e à geo- logia da sucessão marinha (K. Beurlen 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b, 1968). Gerhard Beurlen (1967, 1969) refinou o zoneamento com base em amonóides, estendendo-o para a Formação Cotinguiba, do Cenomaniano-Coniaciano (G. Beurlen, 1970). Os estudos bioestratigráficos baseados em macro- fósseis continuaram com Reyment (p. ex. Reyment & Tait 1972) e Bengtson (1979, 1983), que definiu zonas de amonóides para o Cenomaniano-Coniaciano da Forma- ção Cotinguiba. Os bivalves inoceramídeos foram estu- dados por Kauffman & Bengtson (1985) e Hessel (1986, 1988). Em 1989 Koutsoukos estabeleceu um zoneamento detalhado com base em foraminíferos para as formações Riachuelo, Cotinguiba e Calumbi, enfatizando os aspec- tos paleoambientais numa tentativa de reconstruir a histó- ria paleogeográfica e paleoceanográfica da bacia do Aptiano ao Maastrichtiano. Em um estudo conjunto, Kout- soukos & Bengtson (1993) integraram as zonas de fora- miníferos e amonóides do Aptiano superior ao Coniaciano médio. Até então nenhum amonóide era conhecido das camadas pós-coniacianas; entretanto, em 1996, Bengt- son et al. reportaram amonóides do Campaniano superior da Formação Calumbi. A macrofauna campaniana foi estudada em detalhe por Souza-Lima (2001). quent papers by the same author dealt with the palaeon- tology and geology of the marine succession (K. Beurlen 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b, 1968). Gerhard Beurlen (1967, 1969) refined the ammonite zonation and extended it to the Cenomanian- Coniacian Cotinguiba Formation (G. Beurlen, 1970). Biostratigraphic studies based on macrofossils contin- ued with Reyment (e.g. Reyment & Tait 1972) and Bengt- son (1979, 1983), who defined an ammonite zonation for the Cenomanian-Coniacian Cotinguiba Formation. The inoceramid bivalves were studied by Kauffman & Bengt- son (1985) and Hessel (1986, 1988). In 1989 Koutsoukos established a detailed fora- miniferal zonation for the Riachuelo, Cotinguiba and Ca- lumbi formations, emphasizing the palaeoenvironmental aspects in an attempt at reconstructing the palae- ogeographic and palaeoceanographic history of the basin from the Aptian to Maastrichtian. In a joint study Kout- soukos & Bengtson (1993) integrated the foraminiferaland ammonite zones of the upper Aptian to middle Conia- cian. Until that time no ammonites were known from the post-Coniacian beds; however, in 1996 Bengtson et al. reported on ammonites from the upper Campanian of the Calumbi Formation. Souza-Lima (2001) further studied the Campanian macrofauna in detail. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 4 Uma feição peculiar da sub-bacia do Cabo em relação às demais sub- bacias da bacia de Sergipe-Alagoas é o intenso vulcanismo alcalino que ocorreu do Barremiano ao Turoniano (Legrand & Figueiredo Filho, 1979; Gava et al., 1983; Souza-Lima & Pinho, 1997), relacionado a mobilizações crustais ao longo da área de influência do lineamento Pernambuco. Em geral, a denominação “bacia de Sergipe-Alagoas” refere-se, sensu stricto, às sub-bacias de Sergipe e de Alagoas. É neste sentido que a estare- mos focalizando neste trabalho. Geological evolution The Sergipe-Alagoas Basin is one of a series of sedimentary basins along the Brazilian coast, which were formed during the opening of the South Atlantic Ocean in late Jurassic and Cretaceous times. Structurally the basin consists of a southeastward-dipping half-graben (Figure 3 herein; Ojeda & Fugita, 1976). It is represented onshore by a 20 to 50 km wide outcrop belt, but its widest exten- sion is offshore. To the north, the Pernambuco Lineament separates the Ser- gipe-Alagoas basin from the Pernambuco-Paraíba Basin, and to the south the Itapuã Fault separates the basin from the Camamu Basin. The Sergipe-Alagoas Basin consists of for sub-basins, the Jacuípe, Sergipe, Alagoas and Cabo sub-basins, with different tectono-sedimentary histories and sedimentary fills. The Sergipe and Alagoas sub-basins are separated by the Japoatã and Penedo highs, situated along the Rio São Francisco. The Rio Real High separates the Sergipe Sub-basin from the Jacuípe Sub-basin, and the Maragogi High separates the Alagoas Sub-basin from the Cabo Sub-basin (formerly considered the southern portion of the Pernambuco-Paraíba Basin). A peculiar feature of the Cabo Sub-basin when compared to the other sub-basins of the Sergipe-Alagoas Basin is the intensive Barremian to Turonian alkaline vulcanism (Legrand & Figueiredo Filho, 1979; Gava et al., 1983; Souza-Lima & Pinho, 1997) related to crustal mobilisations along the Pernambuco Lineament influence area. In general, the denomination “Sergipe-Alagoas Basin” refers, sensu stricto, to the Sergipe and Alagoas sub-basins. It is in this sense that the basin is dis- cussed in this paper. Baixo de Coruripe Baixo de Mosqueiro Baixo de São Francisco Degrau de Sinimbu Alto de Pilar Alto de Penedo A lt o d e A ra ca ju Baixo de Divina Pastora Baixo de Japaratuba Alto de Sta. Rosa de Lima A lto d e R ia c h u e lo Alto de Atalaia Alto de Japoatã Alto de Palmeira Alta Alto de Maragogi Plataforma de S. Miguel dos Campos Plataforma de Estância 37°00'00" 11 °0 0'0 0" 10 °0 0'0 0" 36°00'00" Maceió N Figura 3 - Arcabouço estrutural da bacia de Sergipe-Alagoas sensu stricto. Modificado de Falken- hein, 1986 (apud Van Der Ven et al., 1989). Figure 3 - Structural framework of the Sergipe-Alagoas Basin sensu stricto. Modified from Falkenhein, 1986 (apud Van Der Ven et al., 1989). Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 5 Entre as bacias marginais brasileiras, a bacia de Ser- gipe-Alagoas é a que apresenta exposta a mais completa sucessão estratigráfica (Figura 4 e Figura 5), estando representados depósitos de todos os seus estágios evo- lutivos: sinéclise, pré-rift, rift, transicional e drift (Ponte & Asmus, 1976; Asmus & Carvalho, 1978; Ojeda, 1982). Os limites entre esses estágios evolutivos foram graduais, refletindo modificações no estilo tectônico predominante que afetou as seqüências sedimentares. O estágio de sinéclise ocorreu entre o neocarbonífero e o eopermiano. Está representado pelas rochas silici- clásticas da Formação Batinga, de provável origem glaci- al, e pelos arenitos eólicos, folhelhos e laminitos algais lacustres da Formação Aracaré. O estágio pré-rift foi iniciado no neojurássico, quando um soerguimento crustal criou uma série de depressões periféricas (denominadas em conjunto de “depressão Afro-brasileira”). Estas depressões foram preenchidas por sedimentos fluviais e lacustres, representados na bacia de Sergipe-Alagoas pelas formações Candeeiro, Bana- neiras e Serraria. A distribuição original destes sedimen- tos estendeu-se além dos limites da bacia em áreas tão afastadas quanto a bacia do Araripe, nos estados do Ceará e Pernambuco. Com o aumento do tectonismo, um rift-valley subsi- dente foi instalado, provavelmente a partir do final do eocretáceo (Falkenhein, 1986). Bradley & Fernandez (1992), integrando dados das bacias do Gabão (África) e do nordeste brasileiro, sugeriram que esse processo teria sido iniciado algum tempo antes, posicionando a sedi- mentação de unidades crono-equivalentes à Formação Serraria no estágio rift. O rift gerado foi preenchido por um sistema alúvio- flúvio-deltaico representado pelas formações Rio Pitanga, Penedo, Barra de Itiúba e Coqueiro Seco. Esta sedimen- tação foi fortemente controlada pela tectônica atuante, produzindo depósitos espessos de conglomerados ao longo das falhas de borda da bacia (Fernandes et al., 1981; Falkenhein, 1986). Uma regressão regional ao fim do estágio rift causou uma grande discordância, denominada “Pré-neo- Alagoas” (Bacellar & Costa, 1993), seguida pela deposi- ção dos sedimentos conglomeráticos e areias do Membro The Sergipe-Alagoas Basin contains the most com- plete and most extensively exposed stratigraphic succes- sion among the Brazilian coastal basins (Figure 4 and Figure 5), with deposits representing all tectonic stages: syneclise, pre-rift, rift, transitional and drift (Ponte & As- mus, 1976; Asmus & Carvalho, 1978; Ojeda, 1982). The transitions between the tectonic stages were gradual and reflected modifications of the predominant tectonic style that affected the sedimentary sequences. The syneclise (or sag) stage took place from the Late Carboniferous to Early Permian. It is represented by the siliciclastic rocks of the Batinga Formation (probably of glacial origin) and by the eolian sandstones, shales and lacustrine algal laminites of the Aracaré Formation. The pre-rift stage began in the Late Jurassic, when crustal uplift resulted in a series of peripheral depressions (as a whole named “Afro-Brazilian depression”). These depressions were filled by fluvial and lacustrine sedi- ments, represented in the Sergipe-Alagoas Basin by the Candeeiro, Bananeiras and Serraria formations. The original distribution of these sediments extended outside the boundaries of the basin as far as to the Araripe Basin in Ceará and Pernambuco. Increasing tectonism led to the formation of a subsiding rift-valley probably by the end of the Early Cretaceous (Falkenhein, 1986). Bradley & Fernandez (1992), integrat- ing data from the Gabon (Africa) and northeastern Brazil- ian basins, suggested that this process had already begun some time before. They positioned chrono-equivalent units of the Serraria Formation in the rift stage. The newly created rift was filled by an alluvial-fluvial- deltaic system represented by the Rio Pitanga, Penedo,Barra de Itiúba and Coqueiro Seco formations. Sedimen- tation was strongly controlled by tectonism, forming thick conglomerate accumulations along the fault-controlled basin margin (Fernandes et al., 1981; Falkenhein, 1986). A regional regression by the end of the rift stage caused a widespread unconformity, the “pre-neo-Alagoas” (Bacellar & Costa, 1993), which was followed by deposi- tion of conglomerates and sandstones of the Carmópolis Member of the Muribeca Formation. The transitional stage began in the early Aptian (Rabinowitz & LaBrecque, 1979) when the first marine sediments were deposited, the Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 6 AJU MAC TQR RIA MAR ANG ANG MUR IBU OIT CPS MRT QUATERNÁRIO PLEISTOCENO BARREIRAS M O S Q U E IR O COTIN- GUIBA CARMÓPOLIS MORRO DO CHAVES SERRARIA BATINGA ARACARÉ BOACICA ATAMUL BAT EST BOA ARA CAN SER MCH BIT BIT MARMAR MAR MOS MOS SPA BAR MRT CAL CAL CAL CSO RPT PDO PDO SER BAN ATALAIA MULUNGU BANANEIRAS CANDEEIRO COQUEIRO SECO IBURA OITEIRINHOS A N G IC O M AR U IM TA Q U A R I M AC E IÓ M U R IB E C A R IO P IT A N G A P E N E D O B A R R A D E IT IU B A P E R U C AB A IG R E JA N O V A SA PU CA RI AR AC AJ U M A R IT U B A N ER ÍT IC O N ER IT IC N ER ÍT IC O N ER IT IC NERÍTICO SABKHA SABKHA LEQUE ALUVIAL LEQUE DELTAICO DELTAIC FAN LACUSTRE LACUSTRE LACUSTRINE FLUVIAL FLUVIAL COSTEIRO/COASTAL SABKHA GLACIAL FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA SERGIPE FOLD BELT F L ÚV IO -D EL TA IC O FL U VI O -D EL TA IC LE Q U E A LU VI AL A LL U VI AL F AN LE Q U E A LU V IA L A LL U VI AL F A N LE Q U E A LU VI A L A LL U V IA L FA N B AT IA L B AT H YA L NERÍTICO NERITIC A BI SS AL AB YS S AL ABISSAL ABYSSAL D R IF T TR A N S I- C IO N A L R IF T S IN ÉC LI S E SA G B A SI N P R E -R IF T PRÉ-CAMBRIANO CAMBRIANO? NEOCARBONÍFEROS EOPERMIANO JU R . PA LE O G E N O P IA Ç A BU Ç U S E R G IP E C O R U R IP E ESTÂNCIA R IA C H U EL O C A LU M BI N E O G E N O PLIOCENO MIOCENO OLIGOCENO EOCENO CAMPANIANO TITHONIANO BERRIASIANO VALANGINIANO HAUTERIVIANO BARREMIANO APTIANO ALBIANO CENOMANIANO TURONIANO CONIACIANO SANTONIANO MAASTRICHT. PALEOCENO Folhelho Shale Carbonato bioclástico/oolítico/oncolítico Bioclastic/oolitic/oncolitic carbonate Calcilutito Calcilutite Arenito Sandstone Conglomerado Conglomerate Folhelho vermelho Red shale Evaporito Evaporite Marga Marl Rochas ígneas Igneous rocks Metassedimento Metasediment Embasamento Basement STRATIGRAPHIC CHART OF THE SERGIPE SUB-BASIN CARTA ESTRATIGRÁFICA DA SUB-BACIA DE SERGIPE LITOESTRATIGRAFIA / LITHOSTRATIGRAPHYGEOCRONOLOGIAGEOCHRONOLOGY LITOLOGIA / LITHOLOGY AMBIENTE ENVIRONMENT EVOLUÇÃO TECTÔNICA TECTONIC EVOLUTION TI M E (M M y ea rs ) TE M P O (M M a no s) P E R ÍO D O PE R IO D IDADE AGE UNIDADES / UNITS ÁGUA RASA SHALLOW WATER ÁGUA PROFUNDA DEEP WATER G R U P O G R O U P FORMAÇÃO FORMATION MEMBRO MEMBER C R ET ÁC EO / C R ET A C E O U S TE R C IÁ R IO / TE R TI A R Y10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 270? 300? MRT AJU TQR TQR TQR vulcanismo "Este de Rio Real" Figura 4 - Carta estratigráfica da sub-bacia de Sergipe (adaptado de Mendes, 1994; Feijó, 1995 e Carvalho, 2001, incluindo dados de superfície). Figure 4 - Stratigraphic chart of the Sergipe Sub-basin (adapted from Mendes, 1994; Feijó, 1995 and Carvalho, 2001, including surface data). Carmópolis, da Formação Muribeca. O estágio transicional teria sido iniciado a partir do eoaptiano (Rabinowitz & La- Brecque, 1979), quando os primeiros sedimentos marinhos foram depositados, os evaporitos Paripueira. A influência tectônica do estágio rift continuou, contu- do, ainda evidente. Uma seqüência pro- gradante, composta por clásticos alúvio- flúvio-deltaicos, separa esta seqüência do ciclo evaporítico seguinte (ciclo Ibura), relacionado a uma nova transgressão marinha no neo-Aptiano. A sedimentação marinha foi fortemen- te controlada pela cadeia Rio Grande- Walvis. Atuando como uma importante barreira topográfica, separou intermiten- temente o proto-Atlântico aberto, já insta- lado ao sul, do extenso e raso golfo, com incursões marinhas periódicas, instalado ao norte. Os sedimentos evaporítico-lacustre e os folhelhos e carbonatos de baixa ener- gia do ciclo Ibura, inclusos na Formação Muribeca, ocorrem principalmente na porção sul da bacia (bacia de Sergipe). Na porção norte (bacia de Alagoas) fo- ram depositados predominantemente arenitos e folhelhos do sistema alúvio- deltaico da Formação Maceió (Ojeda & Fugita, 1976). A Formação Muribeca não está exposta na bacia de Sergipe- Alagoas. O estágio drift começou no Eo- a Me- soalbiano; a sedimentação marinha, contudo, já havia sido estabelecida desde o Neoaptiano (Formação Riachuelo). A sedimentação ocorreu numa plataforma carbonática ampla e rasa. Além de calca- Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 7 Figura 5 - Carta estratigráfica da sub-bacia de Alagoas (modificado de Feijó, 1995). Figure 5 - Stratigraphic chart of the Alagoas Sub-basin (modified from Feijó, 1995). Paripueira evaporites. The tectonic influ- ence of the rift stage was, however, still evident. A progradational sequence con- sisting of alluvial-fluvial-deltaic clastics separates this sequence from the subse- quent evaporite cycle (the Ibura cycle), which belongs to a second, late Aptian transgressive phase. Marine sedimentation was strongly controlled by the Rio Grande-Walvis Ridge. Acting as an important topog- raphic barrier, it intermittently discon- nected the open proto-Atlantic ocean to the south from a shallow elongated gulf with periodic marine incursions to the north. The evaporites, lacustrine sediments, shales and low-energy carbonates of the Ibura cycle, all included in the Muribeca Formation, occur mainly in the southern portion of the basin (Sergipe Basin). To the north (Alagoas Basin) alluvial-deltaic sandstones and shales of the Maceió Formation (Ojeda & Fugita, 1976) form a coeval counterpart. The Muribeca Forma- tion is nowhere exposed in the Sergipe- Alagoas Basin. The drift stage began in the early to mid Albian, although a true marine regime (Riachuelo Formation) had already been established in the late Aptian. Deposition took place on a broad and shallow car- bonate platform. Besides locally dolo- mitized calcarenites and oncolitic/oolitic calcirudites, there are isolated patch-reefs (Maruim Member), which are interbedded with a succession of shalesand calcilu- tites (Taquari Member). Siliciclastic/bio- STRATIGRAPHIC CHART OF THE ALAGOAS SUB-BASIN CARTA ESTRATIGRÁFICA DA SUB-BACIA DE ALAGOAS LITOESTRATIGRAFIA / LITHOSTRATIGRAPHYGEOCRONOLOGIAGEOCHRONOLOGY LITOLOGIA / LITHOLOGY AMBIENTE ENVIRONMENT EVOLUÇÃO TECTÔNICA TECTONIC EVOLUTION TI M E (M M y ea rs ) TE M P O (M M a no s) P ER ÍO D O PE R IO D IDADE AGE UNIDADES / UNITS ÁGUA RASA SHALLOW WATER ÁGUA PROFUNDA DEEP WATER G R U P O G R O U P QUATERNÁRIO PLEISTOCEN0 BARREIRAS M O S Q U EI R O COTIN- GUIBA PONTA VERDE TABULEIRO DO MARTINS M.CHAVES SERRARIA BATINGA ARACARÉ BOACICA SPA ATALAIA MULUNGU BANANEIRAS CANDEEIRO COQUEIRO SECO MARUIM TA Q U A R I M A C E IÓ P O Ç Ã O B A R R A D E IT IU B A PE NE DO P E R U C A B A IG R EJ A N O VA ARACAJU M A R IT U B A FORMAÇÃO FORMATION MEMBRO MEMBER N ER ÍT IC O N E R IT IC LACUSTRE DELTAICO DELTAIC E VA P O R ÍT IC O E VA PO R IT IC LE Q U ES A LÚ V IO -D E LT A IC O S A LL U V IA L/ D E LT A IC F A N S LE Q U E S A LU VI AI S A LL U V IA L FA N FLUVIAL LACUSTRINE LACUSTRE LACUSTRINE FLUVIAL FLUVIAL COASTAL SABKHA GLACIAL MACIÇO PERNAMBUCO/ALAGOAS MASSIF DELTAICO DELTAIC B AT IA L B AT H YA L BATIAL BATHYAL AB IS S AL A BY S SA L NERÍTICO NERITIC D R IF T R IF T TR A N S IC IO N A L S IN É C LI S E SA G B AS IN PR E- R IF T PRE-CAMBRIAN0 NEOCARBONÍFERO EOPERMIAN0 JU R . C R ET Á C E O / C R ET AC EO U S TE R C IÁ R IO / TE R TI AR Y PA LE O G EN 0 P IA Ç AB U Ç U SE R G IP E C O R U R IP E R IA C H U EL O C AL U M BI N E O G EN 0 PLIOCEN0 MIOCEN0 OLIGOCEN0 EOCEN0 CAMPANIAN0 TITHONIAN0 BERRIASIAN0 VALANGINIAN0 HAUTERIVIAN0 BARREMIAN0 APTIAN0 ALBIAN0 CENOMANIAN0 TURONIAN0 SANTONIAN0/ CONIACIAN0 MAASTRICHT. PALEOCEN0 BAR MOS MRT TQR RIA MAC POC PDO BIT SER BAN ARA MUL ATA BOA BAT CAN BIT CSO MCH PVD TMS MAR COT AJU MRT CAL CAL Folhelho Shale Carbonato bioclástico/oolítico/oncolítico Bioclastic/oolitic/oncolitic carbonate Calcilutito Calcilutite Arenito Sandstone Conglomerado Conglomerate Rochas ígneas Igneous rocks Metassedimento Metasediment Embasamento Basement 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 270? 300? Folhelho vermelho Red shale Evaporito Evaporite Marga Marl Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 8 renitos e calciruditos oncolíticos/oolíticos, localmente dolomitizados, são encontrados patch-reefs isolados (Membro Maruim), intercalados a uma sucessão de folhe- lhos e calcilutitos (Membro Taquari). Aproximadamente ao longo da linha de costa, foram depositados arenitos siliciclásticos/bioclásticos e conglomerados (Membro Angico). O sistema deposicional é interpretado como leques subaquosos controlados pela tectônica local (Mendes, 1994). Regressões episódicas expuseram parte da platafor- ma carbonática, causando dolomitização local (camadas Aguilhada). A Formação Riachuelo é extensamente ex- posta na bacia de Sergipe. No Cenomaniano iniciou-se um grande evento trans- gressivo cujo ápice ocorreu no Eoturoniano. Este evento causou o afogamento do sistema plataformal da Forma- ção Riachuelo e o subseqüente desenvolvimento da ram- pa carbonática da Formação Cotinguiba. A deposição prosseguiu até o mesoconiaciano, alcançando possivel- mente o Santoniano no depocentro da bacia. A Formação Cotinguiba é amplamente exposta na bacia de Sergipe. Um novo evento transgressivo iniciado no neoconiaci- ano resultou na deposição dos sedimentos siliciclásticos de talude e bacia oceânica, principalmente argilas (For- mação Calumbi), sobre os carbonatos Cotinguiba. Este evento provavelmente registra a ruptura final entre a África e a América do Sul. Este processo causou o bas- culamento da bacia para sudeste (Pereira, 1994) e o soerguimento das áreas marginais. Mudanças climáticas relacionadas à expansão do Atlântico Sul levaram a uma significativa redução na deposição carbonática. Apenas após o neo-Paleoceno outra plataforma carbonática seria desenvolvida. A subsidência térmica diferencial continuou durante o Campaniano como resultado do gradual resfriamento crustal em direção ao craton. Um rebaixamento eustático devido à expansão do oceano Atlântico (Ojeda & Fugita, 1976; Falkenhein, 1986) causou a regressão do mar para leste, levando à exposição e erosão das porções proxi- mais das formações marinhas depositadas a oeste. No Plioceno, sedimentos siliciclásticos do Grupo Bar- reiras foram depositados sobre grande parte da atual porção onshore da bacia. clastic sands and conglomerates were deposited in a belt approximately parallel with the coastline (Angico Mem- ber). The depositional system is interpreted as a tectoni- cally controlled, sub-aqueous fan (Mendes, 1994). Periodic regressions left portions of the platform ex- posed, which caused local dolomitization of the beds (“Aguilhada beds”). The Riachuelo Formation is exten- sively exposed in the Sergipe Basin. A widespread transgression began in the late Ceno- manian and culminated in the early Turonian. This event caused the drowning of the Riachuelo platform system and the subsequent development of a carbonate ramp with deposition of the Cotinguiba Formation. This deposi- tional cycle lasted at least until the mid Coniacian, and possibly until the Santonian in the deeper parts of the basin. The Cotinguiba Formation is widely exposed in the Sergipe Basin. A renewed transgressive event beginning in the late Coniacian resulted in the deposition of slope and ocean- basin siliciclastic sediments, mainly clays (Calumbi For- mation), over the Cotinguiba carbonates. This event probably records the final crustal break-up between Africa and South America. The process forced a southeastward tilt of the basin (Pereira, 1994) and uplift of the marginal areas. Climatic changes related to the South Atlantic expansion led to a significant reduction in carbonate deposition. Only after the late Paleocene would another carbonate platform develop. Thermal subsidence continued during the Campanian as a result of progressive crustal cooling towards the craton. A eustatic fall brought about by the expansion of the Atlantic Ocean (Ojeda & Fugita, 1976; Falkenhein, 1986) caused the sea to retreat towards the east, which led to exposure and erosion of the proximal parts of the marine deposits in the west. In the Pliocene, continental siliciclastic sediments of the Barreiras Group were deposited over the major part of the present onshore area of the basin. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 9 743.232,06 8 .8 2 7. 5 0 0 ,0 0 1 0 º4 0 '0 0" S 1 0 º4 5 '0 0 " S 1 0 º5 0'0 0 " S 1 0º 5 5 '0 0 " S 11 º0 0 '0 0 " S 8 .7 7 4 .0 03 ,0 0 680.688,25 37º15'00" W 37º10'00" W 37º05'00" W 37º00'00" W 36º55'00" W 36º50'00" W ARACAJU R i o Se r gi p e R i o d o Sa l R i o C o t i n g u i b a Santoniano- Maastrichtiano Coniaciano médioinferior- Solgerites armatus- Prionocycloceras lenti Barroisiceras (B.) onilahyense- Forresteria Subprionocyclus-Reesidites Mammites nodosoides- Kamerunoceras turoniense Watinoceras amudariense- Kamerunoceras seitzi Vascoceras harttii- Pseudaspidoceras footeanum Euomphaloceras septemseriatum Pseudocalycoceras harpax- Thomelites sornayiaff. Acanthoceras jukesbrownei- Eucalycoceras pentagonum Acompsoceras spathi- Dunveganoceras Graysonites lozoi- Hypoturrilites betaitraensis Turoniano superior Turoniano médio- superior Turoniano inferior Cenomaniano superior Cenomaniano médio-superior Cenomaniano médio Cenomaniano inferior Cenomaniano não diferenciado Albiano superior Albiano (mais superior) Albiano médio Albiano inferior Aptiano superior Pré-Cambriano Douvilleiceras Epicheloniceras-Diadochoceras- Eodouvilleiceras Oxytropidoceras Elobiceras Mortoniceras CRONOESTRATIGRAFIA CHRONOSTRATIGRAPHY ZONAS DE AMONÓIDES AMMONITE ZONES Referências: K. Beurlen (1961a); G. Beurlen (1967, 1969, 1970); Bengtson (1983); Koutsoukos & Bengtson (1993) e dados de superfíc ie. O c e a n o A t l â n t i c o ZONAS DE AMONÓIDES DA SUB-BACIA DE SERGIPE 0 5 10 km N SERGIPE SUB-BASIN AMMONITE ZONES Alto de Aracaju Aracaju High Figura 6 - Mapa esquemático das zonas de amonóides da sub-bacia de Sergipe. A faixa amarelo-clara representa os sedimentos pós-coniacianos da Formação Calumbi, para os quais a escassez de afloramentos não permite o estabelecimento de um zoneamento. A associação de amonóides desta formação compreende Gaudryceras cf. denseplicatum, Gaudryceras varicostatum, Vertebrites sp., Kitchinites sp., um Kossmaticeratinae indeterminado, Pachydiscus (Pachydiscus) haldemsis, Pachydiscus (Neodesmoceras) sp., Sphenodiscus sp., Libycoceras sp., Nostoceras sp., um Diplomoceratinae indeterminado e Baculites sp. (Souza- Lima, 2001). Figure 6 - Schematic map of ammonite zones of the Sergipe Sub-basin. The pale-yellow strip represents the post-Coniacian Calumbi Formation for which the scarcity of outcrops does not permit the establishment of a zonation. The ammonite assemblage of this formation comprises Gaudryceras cf. denseplicatum, Gaudryceras varicostatum, Vertebrites sp., Kitchinites sp., an indeterminate Kossmaticeratinae, Pachydiscus (Pachydiscus) haldemsis, Pachydiscus (Neodes- moceras) sp., Sphenodiscus sp., Libycoceras sp., Nostoceras sp., an indeterminate Diplomoceratinae and Baculites sp. (Souza-Lima, 2001). Litoestratigrafia e conteúdo fóssil Um grande número de trabalhos trata da litoestratigrafia da bacia de Sergipe-Alagoas. Embora muitos deles sejam relatórios técnicos não publicados da PETROBRAS, alguns foram subseqüentemente adaptados para publi- cação. Um deles (Schaller, 1970) contém os resultados da “Comissão de Revisão Estratigráfica da Bacia de Sergipe/Alagoas” (Perrella, 1968). Os termos litoestrati- gráficos introduzidos estão em grande parte ainda em uso. Algumas modificações foram introduzidas por Feijó (1995). Um sumário incluindo dados paleontológicos e bioestratigráficos selecionados é apresentado a seguir, bem como um mapa geológico simplificado da bacia (Figura 7 e Figura 8). Lithostratigraphy and fossil content A large number of papers deal with the lithostratigraphy of the Sergipe-Alagoas Basin. Although many of them are unpublished technical reports of PETROBRAS, some were subsequently adapted for publication. One of these (Schaller, 1970) contains the results of the “Comissão de Revisão Estratigráfica da Bacia de Sergipe/Alagoas” (Perrella, 1968). The lithostratigraphic names introduced are largely the ones still in use today. Minor modifications were introduced by Feijó (1995). A summary including selected palaeontological and biostratigraphic data is presented below, accompanied by a simplified geological map (Figure 7 and Figure 8). Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 10 Figura 7 - Mapa geológico simplificado da sub-bacia de Sergipe (modificado de Richter & Simões, 1975 e Gava et al., 1983). Figure 7 - Simplified geological map of Sergipe Sub-basin (modified from Richter & Simões, 1975 and Gava et al., 1983). Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 11 Figura 8 - Mapa geológico simplificado da sub-bacia de Alagoas (modificado de Richter & Simões, 1975 e Gava et al., 1983). Figure 8 - Simplified geological map of the Alagoas Sub-basin (modified from Richter & Simões, 1975 and Gava et al., 1983). Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 12 O Embasamento O embasamento da bacia de Sergipe-Alagoas é composto por dois domínios estruturais principais, a Faixa de Dobra- mentos Sergipana (Figura 9) e o Maciço Pernambuco- Alagoas, ambos de idade proterozóica. O limite entre estes domínios é aproximadamente paralelo ao curso do rio São Francisco, cerca de 15 km a norte deste rio no Estado de Alagoas (Figura 7). The Basement The basement of the Sergipe-Alagoas Basin is composed of two main structural domains, the Sergipe Fold Belt (Figure 9) and the Pernambuco-Alagoas Massif, both Proterozoic in age. The boundary between these domains approximately parallels the course of the Rio São Francisco, being situated ca. 15 km to the north of this river in Alagoas (Figure 7). Figura 9 - Falha de empurrão em metacarbonatos da Formação Jacoca, Faixa de Dobramentos Sergipana. Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe (foto: Cláudio Borba). Figure 9 - Thrust fault on metacarbonates of the Jacoca Formation, Sergipe Fold Belt. Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe (photo: Cláudio Borba). Formação Estância (Humphrey & Allard, 1969) A Formação Estância tem seu nome derivado da cidade de Estância, no sul de Sergipe. Foi inicialmente definida por Branner (1913; como Série Estância) para incluir os arenitos e siltitos vermelhos com lentes de mica-xistos e conglomera- dos que ocorrem naquela área. O ambiente deposicional foi interpretado como um sistema fluvial meandrante e anasto- mosado. Supõe-se que a Formação Estância seja de idade cambriana, embora a ausência de fósseis impeça um posi- cionamento confiável. Esta formação ocorre apenas em Sergipe, com exposições na região de Estância. Estância Formation (Humphrey & Allard, 1969) The Estância Formation takes its name from the town of Estância in southern Sergipe. It was initially defined by Bran- ner (1913; as the Estância Series) to include the red sand- stones and siltstones with mica schists and conglomerate lenses that occur in the area. The depositional environment was interpreted as a meandering and braided fluvial system. The Estância Formation is thought to be Cambrian in age, although the lack of fossils prevents reliable dating. The forma- tion occurs only in Sergipe with exposures in the region of Estância. Formação Batinga (Bender, 1957) A Formação Batinga é subdividida em três membros:Mulun- gu, Atalaia e Boacica. Seu nome deriva da vila de Batinga, na porção noroeste da sub-bacia de Sergipe. O Membro Mulungu é representado por conglomerados matriz- suportados (diamictitos, Figura 10), localmente contendo grandes matacões. O Membro Atalaia consiste em arenitos imaturos de granulação grossa, e o Membro Boacica é ca- racterizado por siltitos laminados (Figura 11). O ambiente Batinga Formation (Bender, 1957) The Batinga Formation is subdivided into three members: Mulungu, Atalaia and Boacica. Its name derives from the vil- lage of Batinga in the northwestern part of the Sergipe Sub- basin. The Mulungu Member is represented by matrix- supported conglomerates (diamictites, Figure 10), locally con- taining sizeable boulders. The Atalaia Member consists of immature coarse-grained sandstones, and the Boacica Mem- ber is characterized by laminated siltstones (Figure 11). The Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 13 deposicional é interpretado como glacio-marinho. A datação da Formação Batinga usando pólens (principalmente Florini- tes sp.) e esporos fornece uma idade neocarbonífera a eo- permiana. Os melhores afloramentos são encontrados em torno do domo de Igreja Nova, em Alagoas, e ao longo da estrada de ferro próximo a Batinga, em Sergipe. depositional environment is interpreted as glacio-marine. Dat- ing of the Batinga Formation using pollen (mainly Florinites sp.) and spores has yielded a Late Carboniferous to Early Permian age. The best outcrops are found around the Igreja Nova dome in Alagoas and along the railway near Batinga in Sergipe. Figura 10 - Diamictitos do Membro Mulungu, provavelmente de origem glacial, na pedreira do Cabo Teixeira, Alagoas (Cruz et al., 1998). Figure 10 - Diamictites of the Mulungu Member, probably of glacial origin, in the Cabo Teixeira quarry, Alagoas (Cruz et al., 1998). Figura 11 - Siltitos laminados com climbing ripples do Membro Boacica expos- tos próximos ao povoado de Batinga, Sergipe. Figure 11 - Laminated siltstones with climbing ripples of the Boacica Member exposed near the Batinga village, Sergipe. Formação Aracaré (Perrella in Perrella et al., 1963) A Formação Aracaré recebeu este nome do morro do Araca- ré, situado 2 km ao sul da cidade de Neópolis, no rio São Francisco (Figura 12). Consiste em arenitos maturos de granulação grossa, exibindo grandes conjuntos de estratifi- cação cruzada (Figura 13), associados com calcarenitos oolítico-oncolíticos, tapetes algais e estromatólitos silicifica- dos (cherts). A ocorrência de chert é uma feição característi- ca desta formação. Folhelhos negros ocorrem na base da formação. A alga Botryococcus braunii sugere influência de água doce. O ambiente deposicional é inferido como tendo sido uma praia quente e seca, margeando um grande lago. Embora as algas fósseis não sejam diagnósticas quanto à idade, a associação dos esporos de gimnospermas Striatites, Lueckisporites, Limitisporites, Vestigisporites, Vittattina e Striatosacites indica uma idade permiana (Schaller, 1970). A Formação Aracaré aflora ao redor do domo de Igreja Nova, em Alagoas, e no morro do Aracaré, em Sergipe. Aracaré Formation (Perrella in Perrella et al., 1963) The Aracaré Formation is named after the Aracaré Hill, 2 km south of the town of Neópolis on the Rio São Francisco (Figure 12). It consists of mature coarse-grained sandstones with large cross-stratification sets (Figure 13), associated with silicified oolitic-oncolitic calcarenites, algal mats and stromato- lites (cherts). The occurrence of chert is a characteristic fea- ture of this formation. Black shales occur at the base of the formation. The alga Botryococcus braunii suggests fresh-water influence. The depositional environment is inferred to have been a warm and dry shore bordering a large lake. Although the fossil algae are not age-diagnostic, the association of the gymnosperm spores Striatites, Lueckisporites, Limitisporites, Vestigisporites, Vittattina and Striatosacites indicates a Per- mian age (Schaller, 1970). The Aracaré Formation crops out around the Igreja Nova dome in Alagoas and at Aracaré Hill in Sergipe. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 14 Figura 12 - Morro do Aracaré, no rio São Francisco, localidade-tipo da Forma- ção Aracaré. Figure 12 - Aracaré Hill on the Rio São Francisco, the type-locality of the Aracaré Formation. Figura 13 - Arenitos eólicos da Formação Aracaré, Igreja Nova, Alagoas (Cruz et al., 1998). Figure 13 - Eolian sandstones of the Aracaré Formation, Igreja Nova, Alagoas (Cruz et al., 1998). Formação Candeeiro (Schaller, 1970) A Formação Candeeiro não é exposta. Consiste em arenitos de granulação fina a média, provavelmente depositados por um sistema fluvial do tipo braided. Nenhum fóssil foi ainda encontrado nesta formação. Com base em correlações em subsuperfície, infere-se uma idade neojurássica (Schaller, 1970). A Formação Candeeiro foi denominada a partir do poço Candeeiro-01 (1-CO-1-AL) em Alagoas. Candeeiro Formation (Schaller, 1970) The Candeeiro Formation is not exposed. It consists of fine to medium-grained sandstones, probably formed in a braided fluvial system. No fossils have as yet been found in this forma- tion. On the basis of subsurface correlation a Late Jurassic age is inferred (Schaller, 1970). The Candeeiro Formation is named after the Candeeiro-01 well (1-CO-1-AL) in Alagoas. Formação Bananeiras (Perrella in Perrella et al., 1963) A Formação Bananeiras foi denominada a partir da vila de Bananeiras, em Sergipe. É tipicamente composta por folhe- lhos avermelhados depositados em um ambiente lacustre (Figura 14). Ostracodes não-marinhos (Bisulcocypris pricei e Darwinula aff. oblonga) datam esta formação como neoju- rássica. Ela aflora em torno do domo de Igreja Nova e nas proximidades do vale do Perucaba, em Alagoas, e na porção norte da sub-bacia de Sergipe. Bananeiras Formation (Perrella in Perrella et al., 1963) The Bananeiras Formation is named after the village of Ba- naneiras in Sergipe. It is typically composed of red shales deposited in a lacustrine environment (Figure 14). Non-marine ostracods (Bisulcocypris pricei and Darwinula aff. oblonga) date the formation as Late Jurassic. It crops out around the Igreja Nova dome, in the nearby Perucaba Valley in Alagoas and in the northern part of the Sergipe Sub-basin. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 15 Figura 14 - Arenitos fluviais da Formação Serraria depositados sobre os folhelhos avermelhados da Formação Bananeiras próximo a Propriá, Sergipe (foto: F.J. Feijó). Figure 14 - Fluvial sandstones of the Serraria Formation, overlying red shales of the Bananeiras Formation near Propriá, Sergipe (photo: F.J. Feijó). Formação Serraria (Perrella in Perrella et al., 1963) A Formação Serraria recebeu seu nome da pequena vila de Serraria, no sul de Alagoas. É composta por arenitos de granulação grossa com estratificação cruzada tabular e aca- nalada (Figura 14). Ostracodes não-marinhos datam esta formação do Neojurássico ao Eocretáceo. Localmente, os arenitos contêm grandes troncos fossilizados de coníferas (Agathoxylon benderi, Figura 16). Os sedimentos foram depositados por um sistema fluvial do tipo braided, localmen- te com retrabalhamento eólico. Os principaisafloramentos são encontrados às margens do rio Perucaba, em Alagoas, e na porção norte da sub-bacia de Sergipe, próximo à cidade de Malhada dos Bois. Serraria Formation (Perrella in Perrella et al., 1963) The Serraria Formation received its name from the small vil- lage of Serraria in southern Alagoas. It is composed of me- dium to coarse-grained sandstones with tabular and chan- nelled cross-stratification (Figure 14). Non-marine ostracods date this formation as Late Jurassic to Early Cretaceous. Lo- cally the sandstones contain large fossilized conifer trunks (Agathoxylon benderi, Figure 16). The sediments were depos- ited by a braided fluvial system, locally with eolian reworking. The main outcrops are found on the margins of the Rio Peru- caba in Alagoas and in the northern parts of the Sergipe Sub- basin, near the small town of Malhada dos Bois. Figura 15 - Arenitos fluviais da Formação Serraria, Muribeca, Sergipe. Figure 15 - Fluvial sandstones of the Serraria Formation, Muribeca, Sergipe. Figura 16 - Tronco de conífera da Formação Serraria (Malhada dos Bois, Sergipe). Figure 16 - Conifer trunk from the Serraria Formation (Malhada dos Bois, Sergipe). Formação Barra de Itiúba (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949) A Formação Barra de Itiúba é composta por uma monótona Barra de Itiúba Formation (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949) The Barra de Itiúba Formation is composed of a monotonous Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 16 sucessão de folhelhos e arenitos de granulação fina, que interdigitam-se lateralmente com a Formação Penedo. Seu nome deriva da vila de Barra de Itiúba, em Alagoas, onde o rio Itiúba deságua no rio São Francisco. Os fósseis mais comuns são ostracodes (p. ex., Cypridea (Morininoides) candeiensis, C. vulgaris, C. lunula, C. (Sebastianites?) onus- ta, Paracypridea brasiliensis e P. obovata obovata), uma associação que indica idade eocretácea. A formação foi depositada provavelmente por um sistema deltaico em um ambiente lacustre (Figura 17). A principal área de afloramen- tos situa-se ao longo das margens do rio São Francisco entre a localidade-tipo e a cidade de Penedo. succession of shales and fine-grained sandstones that inter- fingers laterally with the Penedo Formation. Its name derives from the Barra de Itiúba village in Alagoas, where the Rio Itiúba flows into the Rio São Francisco. The most common fossils are ostracods (e.g., Cypridea (Morininoides) candeien- sis, C. vulgaris, C. lunula, C. (Sebastianites?) onusta, Para- cypridea brasiliensis and P. obovata obovata), an association that indicates an Early Cretaceous age. The formation was probably deposited by a deltaic system in a lacustrine envi- ronment (Figure 17). The principal area of outcrop is along the margins of the Rio São Francisco between the type-locality and the town of Penedo. Figura 17 - Arenitos de granulação fina da Formação Barra de Itiúba na pedreira Tatu, Sergipe (Cruz et al., 1998). Figure 17 - Fine-grained sandstones of the Barra de Itiúba Formation in the Tatu quarry, Sergipe (Cruz et al., 1998). Formação Penedo (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949) A Formação Penedo foi denominada a partir da cidade de Penedo, no rio São Francisco, em Alagoas. Entretanto, sua seção-tipo está localizada na margem oposta do rio, entre Santana do São Francisco e Neópolis, em Sergipe. Consiste em arenitos de granulação grossa a média, depositados em um ambiente flúvio-deltaico sujeito a retrabalhamento eólico (Figura 18). Os únicos fósseis encontrados são ostracodes (p. ex. Cypridea (Sebastianites) fida minor) nas camadas mais argilosas. Penedo Formation (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949) The Penedo Formation is named after the town of Penedo on the Rio São Francisco in Alagoas. However, its type-section is located on the opposite bank of the river, between Santana do São Francisco and Neópolis in Sergipe. It consists of coarse to medium-grained sandstones deposited in a fluvial-deltaic environment subject to eolian reworking (Figure 18). The only fossils found are ostracods (e.g. Cypridea (Sebastianites) fida minor) in the more argillaceous beds. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 17 Figura 18 - Arenitos fluidizados e com dobras convolutas da Formação Penedo em Penedo, Alagoas (Cruz et al., 1998). Figure 18 - Fluidised and convoluted sandstones of the Penedo Formation at Penedo, Alagoas (Cruz et al., 1998). Formação Rio Pitanga (Schaller, 1970) A Formação Rio Pitanga recebeu seu nome do poço Rio Pitanga-01 (1-RP-1-SE), perfurado em Sergipe. É composta por conglomerados polimíticos de granulação grossa (Figura 19), distribuídos principalmente ao longo das falhas de borda da bacia. Ela aflora esparsamente em Sergipe próximo à borda da bacia entre as cidades de Capela e Malhada dos Bois. Nenhum fóssil foi ainda encontrado. Infere-se que a idade seja do Hauteriviano ao Eoaptiano com base no con- teúdo fóssil das camadas interdigitadas adjacentes. Rio Pitanga Formation (Schaller, 1970) The Rio Pitanga Formation takes its name from the Rio Pi- tanga-01 well (1-RP-1-SE) in Sergipe. The formation is com- posed of coarse-grained polymictic conglomerates (Figure 19) distributed mainly along the bounding faults of the basin. It crops out sparsely in Sergipe near the basin margin between the towns of Capela and Malhada dos Bois. No fossils have been found. The age is inferred to be Hauterivian to early Aptian based on the fossil content of adjacent interfingering beds. Figura 19 - Conglomerados matriz-suportados da Formação Rio Pitanga em Aquidabã, Sergipe (Cruz et al., 1998). Figure 19 - Matrix-supported conglomerates of the Rio Pitanga Formation at Aquidabã, Sergipe (Cruz et al., 1998). Formação Coqueiro Seco (Schaller, 1970) O nome da Formação Coqueiro Seco deriva do poço Co- queiro Seco-01, em Alagoas. Este termo substituiu o nome Formação Jiquiá, uma vez que Jiquiá adquiriu status crono- estratigráfico local. A formação consiste em arenitos de gra- nulação fina a grossa e argilitos depositados em um ambien- te flúvio-deltaico-lacustre. Os fósseis são em geral mal pre- servados mas abundantes, particularmente no Membro Morro do Chaves. Este membro consiste em conglomerados e arenitos retrabalhados intercalados com calcilutitos e ca- Coqueiro Seco Formation (Schaller, 1970) The name of the Coqueiro Seco Formation derives from the Coqueiro Seco-01 well in Alagoas. It replaced the former name Jiquiá Formation, as Jiquiá acquired local chronostrati- graphic status. The formation consists of fine to coarse- grained sandstones and mudstones deposited in a fluvio- deltaic-lacustrine environment. Fossils are generally poorly preserved but abundant, particularly in the Morro do Chaves Member. This member consists of reworked conglomerates and sandstones interbedded with calcilutites and coquina Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 18 madas de coquina. Existem afloramentos espetaculares na pedreira Atol, próximo a São Miguel dos Campos em Alago- as (Figura 20 e Figura 21). O membro está também exposto na sua localidade-tipo, a colina do Morro do Chaves, próximo a Propriá, em Sergipe. A fauna do Membro Morro do Chaves consiste principal- mente nos bivalves Anodontophora sp., Gonodon sp., Psammobia? sp.,Nucula sp. e Astarte sp. (Borges, 1937; Oliveira, 1937) e em pequenos gastrópodes nas coquinas. Os calcilutitos são localmente ricos em fragmentos de peixes muito bem preservados, pertencentes ao gênero Lepidotes, do Cretáceo Inferior. Ostracodes são localmente muito co- muns (p. ex., Cypridea (Pseudocypridina) faveolata e C. jequiensis). beds. There are spectacular outcrops in the Atol quarry near São Miguel dos Campos in Alagoas (Figure 20 and Figure 21). The member is also exposed at its type-locality, the Morro do Chaves Hill, near Propriá in Sergipe. The fauna of the Morro do Chaves Member consists mainly of the bivalves Anodontophora sp., Gonodon sp., Psammo- bia? sp., Nucula sp. and Astarte sp. (Borges, 1937; Oliveira, 1937) and small gastropods in the coquina beds. The calcilu- tites are locally rich in very well preserved fish remains. They belong mainly to the Lower Cretaceous genus Lepidotes. Ostracods are locally very common (e.g., Cypridea (Pseudo- cypridina) faveolata and C. jequiensis). Figura 20 - Rochas do Membro Morro do Chaves expostas na pedreira Atol, São Miguel dos Campos, Alagoas. Figure 20 - Morro do Chaves Member exposed in the Atol Quarry, São Miguel dos Campos, Alagoas. Figura 21 - Coquina de biválvios do Membro Morro do Chaves, pedreira Atol, São Miguel dos Campos, Alagoas. Figure 21 - Coquina beds of the Morro do Chaves Member, Atol Quarry, São Miguel dos Campos, Alagoas. Formação Ponta Verde (Schaller, 1970) A Formação Ponta Verde ocorre apenas em subsuperfície, e foi assim denominada a partir do poço Ponta Verde-01, pró- ximo a Maceió, em Alagoas. Consiste em característicos folhelhos cinza a verde, formados durante uma ampla trans- gressão na área. Os folhelhos são relativamente pobres em fósseis. O pólen Tucanopollis crisopolensis indica idade eoaptiana para esta formação. A abundância de Afropollis sp. é uma característica marcante da Formação Ponta Ver- de. Ponta Verde Formation (Schaller, 1970) The Ponta Verde Formation occurs only in the subsurface and is named after the Ponta Verde-01 well near Maceió in Alagoas. It consists of characteristic grey to green shales formed during a widespread transgression in the area. The shales are relatively poor in fossils. The pollen Tucanopollis crisopolensis indicates an early Aptian age. Abundance of Afropollis sp. is a characteristic feature of the Ponta Verde Formation. Formação Muribeca (Bender, 1957) O nome Muribeca foi inicialmente aplicado a rochas hoje Muribeca Formation (Bender, 1957) The name Muribeca Formation was formerly applied to rocks Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 19 atribuídas à Formação Rio Pitanga expostas nas vizinhanças da cidade de Muribeca, no norte de Sergipe. Este erro de interpretação litoestratigráfica foi causado por uma correla- ção errônea em subsuperfície. Na realidade, a Formação Muribeca não está exposta. Ela é composta por três mem- bros estratigraficamente sucessivos. O Membro Carmópolis, basal, consiste em conglomerados polimíticos e arenitos com pequenas intercalações de siltitos e folhelhos. O Membro Ibura, sobreposto, é representado por uma seqüência evapo- rítica contendo uma sucessão de halita, silvinita e carnalita, com camadas subordinadas de taquidrita, intercaladas com folhelhos. Uma ou duas camadas finas de anidrita capeiam a seqüência evaporítica. O membro mais superior, Oiteirinhos, apresenta uma alternância de folhelhos e calcilutitos lamina- dos. Este membro, junto ao Membro Ibura, constituem as principais rochas-fonte para o hidrocarboneto da bacia. Fo- raminíferos e palinomorfos datam esta seqüência como neoaptiana. Além destes fósseis, ostracodes marinhos, con- chostráceos e restos de peixes são também comuns. A seqüência evaporítica é acessível através de um profundo shaft de uma mina de sal de potássio próxima a Rosário do Catete, em Sergipe. now assigned to the Rio Pitanga Formation exposed in the vicinity of the town of Muribeca in northern Sergipe. This lithos- tratigraphic misinterpretation was caused by erroneous sub- surface correlation. In reality, the Muribeca Formation is not exposed. It is composed of three stratigraphically successive members. The basal Carmópolis Member consists of polymic- tic conglomerates and sandstones with minor intercalations of siltstones and shales. The middle Ibura Member represents an evaporite sequence, containing a succession of halite, sylvinite and carnallite with subordinate tachydrite beds, intercalated with shales. One or two thin anhydrite beds cap the evaporite sequence. The upper Oiteirinhos Member contains an alterna- tion of shales and laminated calcilutites. This member and the underlying Ibura Member form the main hydrocarbon source rocks of the basin. Foraminifers and palynomorphs date this sequence as late Aptian. Besides these fossils, marine ostra- cods, conchostraceans and fish remains are common. The evaporite sequence is accessible through a deep shaft in a potassium-salt mine near Rosário do Catete in Sergipe. Formação Maceió (PETROBRAS, 1960) A Formação Maceió, coetânea à Formação Muribeca, ocorre principalmente na bacia de Alagoas, onde aflora extensa- mente. Ela consiste em conglomerados e arenitos de granu- lação grossa a fina, com pequenas intercalações de folhe- lhos. Uma camada de evaporitos em sua base, os evaporitos Paripueira, antecedem os evaporitos Ibura da sub-bacia de Sergipe. O Membro Tabuleiro dos Martins contém folhelhos betuminosos e uma camada de anidrita. Os melhores aflo- ramentos da Formação Maceió são encontrados nas praias do Morro do Camaragibe e Japaratinga, no norte de Alagoas (Figura 22 e Figura 23). Conchostráceos e restos de peixes são comuns nos folhelhos. Maceió Formation (PETROBRAS, 1960) The Maceió Formation, which is coeval with the Muribeca Formation, occurs chiefly in the Alagoas Basin, where it is widely exposed. It consists of conglomerates and coarse to fine-grained sandstones, with minor shale intercalations. An evaporite bed at the base, the Paripueira evaporite, predates the Ibura evaporite of the Sergipe Sub-basin. The Tabuleiro dos Martins Member contains bituminous shales and an an- hydrite bed. The best outcrops of the Maceió Formation are found on the Morro do Camaragibe and Japaratinga beaches in northern Alagoas (Figure 22 and Figure 23). Conchos- traceans and fish remains are common in the shales. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 20 Figura 22 - Praia do Morro do Camaragibe, Alagoas. Figure 22 - Morro do Camaragibe beach, Alagoas. Figura 23 - Arenitos turbidíticos da Formação Maceió na praia do Morro do Camaragibe, Alagoas (Cruz et al., 1998). Figure 23 - Turbiditic sandstone of the Maceió Formation on the Morro do Camaragibe beach, Alagoas (Cruz et al., 1998). Formação Poção (Figueiredo, 1978) Embora a Formação Poção possa ser considerada o equiva- lente proximal da Formação Maceió, sua porção basal tam- bém interdigita-se com as formações Coqueiro Seco e Ponta Verde. Consiste em arcóseos de granulação grossa e con- glomerados, localmente com matacões de composição pre- dominantemente granítica (Figura 24 e Figura 25). A Forma- ção Poção ocorre principalmente ao longo das falhas de borda da bacia de Alagoas. Poção Formation (Figueiredo, 1978) Although the Poção Formation can be considered as the proximal counterpart of the Maceió Formation,its basal parts also interfinger with the Coqueiro Seco and Ponta Verde for- mations. It consists of coarse-grained arkoses and conglom- erates, locally with large boulders of predominantly granitic composition (Figure 24 and Figure 26). The Poção Formation occurs mainly along the bounding faults of the Alagoas Basin. Figura 24 - Matacões e conglomerados muito grossos intercalados com areni- tos da Formação Poção, próximo à Usina Santo Antônio, Alagoas (foto: F.E.G. da Cruz). Figure 24 - Boulders and very coarse conglomerates interbedded with sand- stones of the Poção Formation near Santo Antônio Sugar Mill, Alagoas (photo: F.E.G. da Cruz). Figura 25 - Conglomerados intercalados com arenitos da Formação Poção expostos próximo a Porto Calvo, Alagoas (foto: F.E.G. da Cruz). Figure 25 - Conglomerates interbedded with sandstones of the Poção Forma- tion exposed near Porto Calvo, Alagoas (photo: F.E.G. da Cruz). Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 21 Formação Riachuelo (Campbell, 1946) A Formação Riachuelo, denominada a partir da cidade de Riachuelo, em Sergipe, foi originalmente denominada de Formação Riachuelo-Maruim. Ela contém os primeiros sedi- mentos depositados sob condições francamente marinhas. A formação é subdividida em três membros: Angico, Taquari e Maruim. Riachuelo Formation (Campbell, 1946) The Riachuelo Formation, which is named after the town of Riachuelo in Sergipe, was formerly called Riachuelo-Maruim Formation. It contains the first sediments deposited under fully marine conditions. The formation is subdivided into three members: Angico, Taquari and Maruim. Figura 26 - Conglomerados do Membro Angico (Formação Riachuelo) expostos na Fazenda Cafuz, a oeste de Laranjeiras, Sergipe. Figure 26 - Conglomerates of the Angico Member (Riachuelo Formation) at Fazenda Cafuz, west of Laranjeiras, Sergipe. Figura 27 - Ritmitos de planícies de maré do Membro Angico (Formação Riachuelo) expostos na estrada Riachuelo-Santa Rosa de Lima, Sergipe. Figure 27 - Tidal-flat rhythmites of the Angico Member (Riachuelo Forma- tion) at the Riachuelo-Santa Rosa de Lima road, Sergipe. O Membro Angico é composto por conglomerados e are- nitos siliciclástico/bioclásticos, com uma transição quase completa entre rochas essencialmente siliciclásticas (Figura 26 e Figura 27) a predominantemente bioclásticas. O ambi- ente deposicional é interpretado como leques subaquosos, porém ambientes costeiros rasos também podem ser inferi- dos. A distribuição do Membro Angico possui forte controle tectônico. O Membro Taquari é composto por uma alternân- cia cíclica de margas e folhelhos que interdigitam-se com os membros Angico e Maruim. Ele representa a deposição nas porções mais profundas da bacia, adjacentes às bioconstru- ções algais (Figura 28) e aos bancos oncolítico/oolíticos do Membro Maruim (Figura 29). Esta formação é extensamente exposta numa faixa com cerca de 10 km de largura que bordeja parcialmente o alto de Aracaju (Figura 6). Afloramen- tos são encontrados principalmente na área de Riachuelo- Divina Pastora-Maruim. The Angico Member is composed of siliciclastic/bioclastic conglomerates and sandstones, with an almost complete transition between essentially siliciclastic (Figure 26 and Figure 27) to predominantly bioclastic rocks. The depositional environment is interpreted as a subaqueous fan, but shallow coastal environments can also be inferred. The distribution of the Angico Member is largely tectonically controlled. The Taquari Member is composed of a cyclic alternation of marls and shales that interfingers with the Angico and Maruim mem- bers. It represents deposition in deeper parts of the basin, adjacent to the algal bioconstructions (Figure 28) and onco- lite/oolite banks of the Maruim Member (Figure 29). The for- mation is extensively exposed in a ca. 10 km wide belt that partially borders the Aracaju High (Figura 6). Outcrops are found mainly in the Riachuelo-Divina Pastora-Maruim area. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 22 Figura 28 - Bioconstrução algal (Solenoporacea) próximo a Rosário do Catete, Sergipe. Figure 28 - Algal bioconstruction (Solenoporacea) near Rosário do Catete, Sergipe. Figura 29 - Rochas do Membro Maruim (Formação Riachuelo) expostas na pedreira Brejo, próximo a Pedra Branca, Sergipe. Figure 29 - Maruim Member (Riachuelo Formation) in the Brejo Quarry near Pedra Branca, Sergipe. As ricas macro- e microfaunas marinhas da Formação Ri- achuelo têm fornecido subsídios para estudos multidisciplina- res de paleoecologia, paleobiologia e bioestratigrafia (K. Beurlen, 1961a, 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b, 1968; G. Beurlen, 1968a, 1968b; Koutsoukos, 1989; Koutsoukos & Bengtson, 1993; Souza- Lima & Bengtson, 1999a). A fauna data esta formação como distribuída do Eoaptiano ao Eoalbiano. Amonóides são parti- cularmente abundantes e têm proporcionado um firme con- trole biocronoestratigráfico para a bacia (Figura 6). A suces- são de amonóides é dividida em cinco zonas de amplitude local: a zona de Epicheloniceras-Diadochoceras-Eodouvillei- ceras, do Aptiano, a zona de Douvilleiceras, do Albiano infe- rior, a zona de Oxytropidoceras, do Albiano médio, e as zonas de Elobiceras e Mortoniceras-Neokentroceras, do Albiano superior. The rich marine macro- and microfaunas have provided data for multidisciplinary studies of the palaeoecology, palaeo- biology and biostratigraphy of the Riachuelo Formation (K. Beurlen, 1961a, 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b, 1968; G. Beurlen, 1968a, 1968b; Kout- soukos, 1989; Koutsoukos & Bengtson, 1993; Souza-Lima & Bengtson, 1999a). The fauna dates the formation as ranging from mid or late Aptian to late Albian. Ammonites are particu- larly abundant and have provided a firm biochronostratigraphic control of the basin (Figure 6). The ammonite succession is divided into five local amplitude zones: the Aptian Epichelo- niceras-Diadochoceras-Eodouvilleiceras Zone, the lower Al- bian Douvilleiceras Zone, the middle Albian Oxytropidoceras Zone, and the upper Albian Elobiceras and Mortoniceras- Neokentroceras zones. Formação Cotinguiba (Schaller, 1970) A Formação Cotinguiba (originalmente Formação Sapucari- Laranjeiras) foi denominada a partir do amplo vale que corta as camadas carbonáticas desta unidade. A formação contém dois membros: Sapucari e Aracaju. O Membro Sapucari (Figura 30) consiste em calcilutitos e brechas carbonáticas subordinadas que gradam bacia adentro para as margas e folhelhos do Membro Aracaju. A formação é extensamente exposta, principalmente na área de Laranjeiras-Maruim- Cotinguiba Formation (Schaller, 1970) The Cotinguiba Formation (formerly Sapucari-Laranjeiras Formation) is named after the broad valley that crosscuts the carbonate beds of this unit. The formation contains two mem- bers: the Sapucari and the Aracaju members. The Sapucari Member (Figure 30) consists of calcilutites and subordinately carbonate breccias that grade basinward into the marls and shales of the Aracaju Member. The formation is extensively exposed, mainly in the Laranjeiras-Maruim-Carmópolis area. Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1 23 Carmópolis. As macro- e microfaunas indicam idade eoce- nomaniana a mesoconiaciana
Compartilhar