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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ Fernanda Ferreira Reis da Silva - 20191734928 Frederico Diniz Pereira de Souza - 20181735206 Lucas Pereira da vida Mineiro - 20191734603 Nhadyana Thaynan Vale de Souza - 20191734619 Noêmia dos santos Silva neta - 20191734610 Síntese da Região Nordeste do Estado do Pará Belém 2021 Fernanda Ferreira Reis da Silva - 20191734928 Frederico Diniz Pereira de Souza - 20181735206 Lucas Pereira da vida Mineiro - 20191734603 Nhadyana Thaynan Vale de Souza - 20191734619 Noemia dos santos Silva neta - 20191734610 Síntese da Região Nordeste do Estado do Pará Trabalho referente a obtenção de nota na disciplina Métodos Práticos de Pesquisa Mineral ministrada pelos professores: Prof. Esp. Mário Rocha de Vasconcelos; Prof. Msc. Antonio Wanderley G. Borges Prof. Esp. João Paulo Abreu Almeida Prof. Msc. Quézia da Silva Alencar Belém 2021 SÍNTESE DA GEOLOGIA DA REGIÃO NORDESTE DO PARÁ 1. PLANÍCIE COSTEIRA DO PARÁ De acordo com Jorge (2017, p. 42 apud ROSSETTI et al., 2001), A Planície Costeira do Nordeste do Pará abrange uma área relativamente restrita que se estende entre as baías de Guajará e Viseu. Neste domínio geomorfológico ocorrem rochas de idade cenozóica superior, expostas na Zona Bragantina e agrupadas em três sucessões litológicas representadas pelos calcários da Formação Pirabas e rochas siliciclásticas do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. Esse domínio geomorfológico é composto por por planícies fluviomarinhas, caracterizadas por terras baixas e inundáveis, dominadas por manguezais, além de escassas planícies costeiras e aluviais que compõem a paisagem. (JORGE, 2017. p. 42). Ab’Saber (2003) afirma que imagens de radar e dados de campo atestam uma costa de vales afogados, mascarada por uma extensa sedimentação flúvio-marinha, destacando ainda que o processo de afogamento mais intenso dos antigos vales fluviais ocorreu nos últimos 6.000 anos. As planícies fluviomarinhas e de intermarés são de idade quaternária e formadas por sedimentos inconsolidados, argilosos e ricos em matéria orgânica. A sedimentação que ocorre nas planícies fluviomarinhas sofre influência da morfologia da zona costeira do estado do Pará com acumulações quaternárias. A alternância de longos estuários e extensos canais de maré com ocorrência de protuberâncias da linha de costa formadas por cordões arenosos isolados que geram, à sua retaguarda, um ambiente de baixa energia, propício à sedimentação das planícies fluviomarinhas, além da formação de um litoral de rias a leste da ilha do Marajó até o golfão maranhense. (EL-ROBRINI et al., 2006). 2. CRÁTON SÃO LUÍS Na região entre os estados do Pará e Maranhão, está localizado o cráton São Luís que é formado pela Suíte intrusiva Tracuateua, Suíte intrusiva Tromaí e o Grupo Aurizona de acordo com a divisão de Costa 2000. Figura 1: Mapa Geológico da região do Gurupi. Fonte: Klein & Moura (2003) Na Suíte intrusivo Tracuateua tem-se aflorantes de corpos granitóides nas cidades de Tracuateua, Mirasselvas e Tauari, próximas à cidade de Bragança. Como afirma Klein & Moura (2003, p. 102 apud LOWELL, 1985.) São rochas isotrópicas a foliadas, com biotita e muscovita e portam enclaves de xistos e migmatitos, sendo que as características petrográficas e geoquímicas dessas rochas foram consideradas compatíveis com as de granitóides do tipo S, peraluminosos, derivados de fusão de rochas crustais sedimentares. A respeito da Suíte Tromaí, o Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil diz: A Suíte Tromaí tem ampla distribuição na porção setentrional da área do baixo curso dos rios Gurupi e Maracaçumé, estendendo-se para norte, até a faixa litorânea; os limites leste e oeste estão representados na foz dos rios Turiaçu e Piriá, respectivamente. Outra considerável faixa de exposição situa-se no médio curso do rio Gurupi, entre os povoados Rua Nova e Barreira, estendendo-se para sudeste, até as nascentes do rio Maracaçumé. Em área, a Suíte Tromaí representa cerca de 50% das rochas pré-cambrianas ocorrentes na região. O Tonalito Cândido Mendes constitui aproximadamente 80 a 90% da porção aflorante da Suíte Tromaí, estando bem caracterizada no interflúvio Gurupi/Maracaçumé, com boas exposições nas proximidades da cidade de Cândido Mendes, no baixo curso do rio Maracaçumé, a partir da cachoeira Grande, para jusante; ocorre, também, no baixo curso do rio Gurupi, a jusante da cachoeira de Santo Antônio, bem como ao longo do ramal de Maracaçumé, próximo à confluência com o caminho que leva ao garimpo do Chega Tudo. São também observadas boas exposições ao longo do ramal de Maranhãozinho, próximo ao cruzamento com a Linha 30 da COLONE, e, ainda, ao longo da estrada que liga as vilas de Centro Novo e Limão. O Granito Areal está bem representado na porção centro-norte da Folha SA.23-V-D, constituindo um corpo de forma aproximadamente ovalada, com diâmetro maior (N-S) da ordem de 16 km e diâmetro menor (E-W) com cerca de 10km. Sua delimitação, ainda que aproximada, só foi possível devido ao relevo proeminente, contrastando com a paisagem monótona (suavemente ondulada) dos terrenos tonalíticos (Tonalito Cândido Mendes) adjacentes: a esse fato, somam-se um razoável controle de campo e uma petrografia detalhada, além de um estudo petroquímico. As melhores exposições podem ser observadas nas proximidades do povoado de Areal, bem como na estrada que liga as cidades de Godofredo Viana e Luís Domingues, notadamente nas margens do rio Tromaí. Autores como Costa et al. (1977) afirmam que há indícios de conjunto vulcano-plutônico constituídos por tonalitos, trondhjemitos, granodioritos (TTG), granitos, quartzo-andesitos, riolitos e dacitos, e assim foi proposta a denominação de Associação Anorogênica Tromaí. Definida por Pastana (1995), a unidade Grupo Aurizona é formada por uma sequência metavulcano-sedimentar metamorfizada em facies xisto verde, localmente facies anfibolito, composta por xistos de natureza diversas, filitos, quartzitos, rochas metapiroclásticas, metachert e algumas rochas metamáficas e metaultramáficas, havendo larga predominância de termos paraderivados em relação aos ortoderivados. Klein & Moura (2003) afirmam que as rochas apresentam xistosidade em geral orientada segundo N15º - 70ºW com mergulhos fortes para NE. o Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil diz que a unidade em questão tem suas principais áreas de ocorrência restritas à zona litorânea, notadamente no interflúvio Tromaí/Maracaçumé, próximo à Vila Aurizona, bem como a leste da cidade de Luís Domingues. 3. FORMAÇÃO IPIXUNA O domínio Formação Ipixuna está exposto na região do rio Capim, margem leste da Sub-Bacia de Cametá da Bacia do Marajó. O mesmo vem recebendo visibilidade pela presença de reservas de caulim com alto grau de pureza e apropriado à indústria de celulose (Murray & Keller 1993). A diferenciação estratigráfica da Formação Ipixuna sempre foi problemática. Tradicionalmente considerada como unidade estratigráfica formal na localidade de Ipixuna, Estado do Pará, estes depósitos passaram a ser considerados como fácies sedimentar do Grupo Itapecuru, sendo que o modo de deposição desta formação é mais complexo, e inclui ambientes sugestivos de influência marinha. (Francisco et al. 1971., Góes, 1981., Santos & Rossetti, 2003). Azevedo (1991) e Galvão (1991) dizem que o Sistema de Gráben do Marajó, onde a Formação Ipixuna está localizada, abrange aproximadamente 180.000 Km2 e é uma estrutura alongada segundo NW-SE, cuja origem se vincula ao estiramento litosférico relacionado com a abertura do Oceano Atlântico Equatorial, iniciado no Eocretáceo. Como produto do rifteamento, houve a implantação, nesta área, de três sub-bacias: Mexiana, Limoeiro e Cametá, conforme demonstrado na figura a seguir: Figura 2: Mapa de localização da área de estudo na borda leste da Sub-Bacia de Cametá, extremo sul do Sistema de Graben do Marajó. (SBC=Sub-bacia de Cametá; SBM= Sub Bacia de Mexiana; SBL=Sub-bacia de Limoeiro; BLG= Bacia de São Luís). Fonte: Santos Jr & Rossetti, 2003. A Formação Ipixuna que se mostra na região do Rio Capim é formada de uma sucessão sedimentar tipicamente caulínica de aproximadamente 40 m de espessura. Estes depósitos podem ser descritos em termos de dez fácies sedimentares, agrupadas em duas associações de fácies intergradacionais, atribuídas a ambientes de complexos fluvial e estuarino (Santos Jr & Rossetti, 2003), conforme a tabela 1 expõe a seguir: Tabela 1 - Descrição das associações de fácies e interpretação dos ambientes deposicionais para a Formação Ipixuna na área de estudo. Fonte: Santos & Rossetti, 2003. Afloramentos encontrados ao longo da BR-150, mais próximos da cidade de Jacundá são caracterizados por: conglomerado de seixos de lateritas; arenito com seixos de quartzo; arenito esbranquiçado (cauliníticos) grosso a muito grosso com laminação plano paralela na base; granodecrescência que se encerram no topo e traços fósseis (Skolithos). (James & Santos Junior et al, 2018). Figura 3: Afloramento referente à Formação Ipixuna. Fonte: James & Santos Junior et al, 2018. 4. FORMAÇÃO PIRABAS A Formação Pirabas aflora, principalmente, na região litorânea do nordeste do estado do Pará e é constituída, em geral, por rochas carbonáticas depositadas durante o Mioceno Inferior. (Góes & Rossetti, 1990 et al apud Maury, 1925). Petri, 1957, descreve a Formação Pirabas como: Ela é caracterizada por afloramentos de calcários miocênicos marinhos que aparecem nos vales, sendo encobertos, nos divisores, por sedimentos mais novos, continentais. Os sedimentos miocênicos constituem a formação Pirabas, os sedimentos continentais são considerados, duvidosamente, como pliocênicos e conhecidos pelo termo vago de formação B a rre ira s(* ). A bacia de Pirabas ocupa uma área de cerca de 80 km ao longo do litoral, na direção E-O, por cerca de 90 km do litoral para o interior, na direção N-S. Ao longo do litoral ela se estende do rio Marapanim, no extremo oeste, ao rio Quatipuru no extremo leste. Para o interior ela ultrapassa a estrada de ferro de Bragança atingindo, provavelmente, o divisor entre o rio Guamá e os rios que correm para o oceano A formação Pirabas desaparece, a oeste, sob argilas e arenitos da formação Barreiras. Não se pode precisar, portanto, o seu limite ocidental. A presença de sedimentos miocênicos marinhos na bacia de Marajó, permite supôr que o Mioceno continue sob a formação Barreiras, até Marajó. Para leste, a bacia confina-se por rochas cristalinas (granito e pegmatito) que afloram nos cursos médio e superior do rio Quatipuru. Rochas cristalinas são conhecidas em toda a região de Bragança até o rio Gurupi, na fronteira entre os Estados do Pará e Maranhão. Para o norte, é possível que a formação continue sob o mar, na plataforma continental. Ao sul do divisor Guamá, rios que correm para o oceano, não existem sedimentos da formação Pirabas. Eles poderiam ter sido erodidos (os sedimentos mergulham para o norte) ou então, o que é mais provável, nunca foram depositados. A região do divisor Guamá — rios que correm para o oceano seria a antiga borda do mar de Pirabas. A análise faciológica da Formação Pirabas mostra sete fácies descritivas e o relacionamento espacial que existe entre elas serve como base para a interpretação dos subambientes de deposição, sendo assim, a Formação Pirabas é composta por por biocalciruditos, biocalcarenhos estratificados, biocalcarenitos não estratificados, margas e, subordinadamente, biohermitos, folhelhos (negros e verdes) e calcilutitos. As fácies carbonáticas apresentam-se com coloração originalmente cinza, que se torna amarelada com o intemperismo (Góes & Rossetti, 1990). Na figura a seguir, está representada o perfil estratigráfico do testemunho FPR-160 retirado do solo do município de Primavera - PA, compreendido na região em que se localiza a Formação Pirabas (Nogueira & Neita et al, 2018). Figura 4: Perfil estratigráfico do testemunho FPR-160 retirado do solo do município de Primavera-PA. Fonte: Nogueira & Neita et al, 2018. Figura 5: Modelo representativo do término da sedimentação Pirabas. Fonte: Góes & Rossetti et al; 1990. 5. MINA B-17 A Mina B-17 corresponde a um local de mineração de calcário com uma importante jazida de calcário, localizada no município de Capanema no estado do Pará. Ela faz parte de uma formação geológica conhecida como Formação Pirabas que abrange os estados do Pará, Maranhão e Piauí, sendo predominantemente registrada no estado do Pará. A área é formada por uma espessa seção aflorante composta por uma alternância de litofácies carbonáticas de coloração cinza, entre margas, calcilutitos, bioesparitos não estratificados, biocalciruditos e argilitos, além de arenitos maciços no topo da seção, depositados em ambiente de plataforma restrita/lagunar de baixa energia, com relativas flutuações do nível do mar, que teve conexão com um sistema estuarino (TÁVORA,2006). Figura 6: Parte da seção colunar da Mina B-17 Fonte:Távora & Silveira et al. O local possui um pacote sedimentar, com cerca de 20m de espessura onde encontra-se um bioma balanóide com o único registro de um tipo de crustáceo, os cirrípedes balanomorfos, preservados tridimensionalmente, em posição de vida e com o biócromo (pigmentos orgânicos que dão cor aos invertebrados concentrados normalmente nas camadas mais externas da concha e no perióstraco) em rochas presentes naquela região. A área corresponde ao único registro desses crustáceos presentes na América do Sul, o que faz dela importante para o estudo desse tipo de achado. Figura 7: Bivalvo da Formação Pirabas, Mina B 17 (Cibrasa) - Capanema - Pará - Brasil. Fonte: Imagem retirada do google O bioma balanóide é formado por quatro espécies de cirrípedes, todas viventes atualmente em ambientes marinhos transicionais de pequenas profundidades. Figura 8: Bioma balanóide da ecofácies Capanema da Formação Pirabas, preservados tridimensionalmente e em posição de vida, com vestígios do biócromo. (a) Balanus dentivarians; (b) B. eburneus; (c) B. improvisus; (d) Megabalanus tintinnabulum. Fonte: Imagem retirada do artigo Por conter registros de paleolagunas do período Cenozóico no Brasil, fez com que a Mina B-17 fosse incluída como patrimônio da humanidade. O local é explorado pela Cimentos do Brasil S/A que atua na região desde 1996 quando em suas primeiras explorações se registrou os primeiros achados de pacotes sedimentares na região. Pensando na preservação do material fossilífero a mineradora, juntamente com a Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Pará (Lab Paleo/UFPa), e o Museu Paraense Emílio Goeldi assinaram um acordo para acompanhamento e coleta do material exposto na medida em que as atividades exploratórias avançam. 6. ARENITO DO GUAMÁ Ainda não se tem informações concretas sobre o Arenito do Guamá, porém o que se sabe sobre ele é que segundo Martins (2019) corresponde à “uma unidade sedimentar que ocorre de forma muito restrita na Plataforma Bragantina, principalmente nas regiões de São Miguel do Guamá e Irituia no nordeste do estado do Pará”. De acordo com Alves & Truckenbrodt (1982) o arenito do Guamá corresponde a um quartzarenito de granulação média moderadamente seccionado, com assimetria positiva, mostrando uma forte tendência à distribuição assimétrica” localizado no município de São Miguel do Guamá. Estudos apontam que em sua formação possui uma estrutura de quartzo, onde sua coloração varia entre o amarelo e o branco. A espessura desse arenito na região ainda é de proporções indefinidas devido a redução dos afloramentos sobretudo no sentido vertical o que impede suas observações. Almaraz (1977, apud Alves & Truckenbrodt.) supõe que a rocha se encontra sobreposta a rochas do período Pré-Cambriano. Figura 9: Mapa de localização dos afloramentos estudados. Fonte: Truckenbrodt & Alves; 1982. O que se sabe sobre o arenito é que suas ocorrências acompanham a borda oestedo Cráton São Luís. O Cráton São Luís é formado por rochas vulcânicas, metavulcanossedimentares e granitóides, de idades Paleoproterozóicas. Este conjunto de rochas faz deste um conjunto de componentes da plataforma Sul-americana, formado por rochas pré-Silurianas aflorantes no Norte do Maranhão e Nordeste do Pará. O arenito do Guamá é composto por mais de 95% de quartzo. Daí ser chamado de quartzarenito. Além do quartzo encontram-se também porções de caulinita: predominante em frações de argila, mica: baixas quantidades, ilita: baixas quantidades e minerais pesados: zircão, turmalina, anatásio, rutilo e epidoto. Em sua icnofauna foram encontradas: Skolithos linearis, Psammichnites isp., cf. Schaubcylindrichnus coronus, tubo vertical simples indeterminado e Lingulichnus verticalis. Os Skolithos lienaris são tocas cilíndricas a subcilíndricas, perfeitamente retas e verticais a levemente curvas ou inclinadas, interpretado como estruturas habitacionais de animais vermiformes (HALDEMAN, 1840). 7. PLATAFORMA BRAGANTINA A plataforma Bragantina está localizada na região norte do Pará e é uma das grandes evidências de transgressões marinhas provocadas por eventos globais que levaram a variações do nível do mar. Fato este observado por meio de registros de depósitos carbonáticos e siliciclásticos localizados na Formação Pirabas. Dentre as principais unidades litoestratigráficas que compõem a Plataforma Bragantina estão: a Formação Pirabas, Formação Barreiras e Sedimentos Pós-Barreiras. A Formação Pirabas pode ser encontrada bem distribuída ao norte da Plataforma Bragantina. Em sua composição encontram-se:” calcários e margas altamente fossilíferos com intercalações de folhedos e de arenitos calcíferos”, porém ao sul foram detectados fósseis indicativos de vida marinha com pouca profundidade. As variações faciológicas, fossilíferas e mineralógicas mostram que a deposição da Formação Pirabas foi diretamente associada a variações do nível do mar, que proporcionou intensas mudanças na linha de costa, registrada em ciclos de raseamento ascendentes de alta frequência, que nas porções basais da sucessão mostram-se predominantemente retrogradantes, enquanto que nas porções superiores são mais progradantes (AMORIM, 2016). Os segmentos, citados acima, que compõem a Formação Pirabas são formados por um conjunto de segmentos arenosos e argilosos que intercalam entre si. Enquanto os sedimentos arenosos se apresentam de forma variada, os segmentos argilosos se observam em forma de laminações plano-paralelas ou maciças (ROSSETTI, TRUCKENBRODT e GÓES, 1989). Figura 5: Mapa de localização das bacias sedimentares e plataformas na região norte do Brasil que possuem exposições de depósitos miocênicos. Fonte: Rossetti, 2006. A Formação Barreiras é formada por sedimentos litorâneos e continentais. Sua parte inferior é constituída por camadas argilosas e arenosas, já em sua parte superior é constituída por areias argilosas maciças que se apresentam em sedimentos difusos contendo pequenas porções de quartzo. Esta formação se estende por quase todo o litoral brasileiro e devido a sua dimensão as questões sobre sua formação ainda permanecem (MOURA-FÉ, 2014). Os sedimentos pós-barreiras são sedimentos que se sobrepõem à Formação Barreiras. Estes sedimentos são areno-argilosos e possuem uma coloração amarelada. Amorim (2016) aponta que em trabalhos anteriores sugeriram um colapso da plataforma carbonática na região da Plataforma Bragantina influenciado pelo influxo siliciclástico do Protocone do rio Amazonas durante o Mesomioceno. 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