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Manual de Direito Comercial & de Empresa 1 - Teoria Geral da Empresa e Direito Societário - Capítulo 1 - História do Comércio e do Direito Comercial - Síntese

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Manual de Direito Comercial & de Empresa 1 
Teoria Geral da Empresa e Direito Societário 
Ricardo Negrão (jurista brasileiro, nascido em 1954) 
 
Capítulo 1 – História do Comércio e do Direito Comercial 
 O Direito Comercial desenvolve-se à margem do Direito Civil, na prática 
do comércio por longos anos. Há controvérsias quanto ao período inicial de 
formação do Direito Comercial. Alguns o dividem da mesma forma que as 
divisões clássicas da história da humanidade; outros vislumbram a formação 
desse ramo do Direito após a Idade Média, como é o exemplo do professor 
Tullio Ascarelli (jurista italiano, 1903-1959) e que o professor Negrão também 
segue em sua obra. 
 A primeira fase (século XII ao século XVI) é mercada pelos mercados e 
pelas trocas. Esse direito era um direito de classes, um direito profissional, 
ligado a comerciantes, a eles dirigido e por eles aplicado (direito de amparo 
ao comerciante). A magistratura funcionava no seio das corporações, estas 
tinham patrimônio próprio oriundo de contribuições de associados, e era 
composta por cônsules dos comerciantes (cônsules mercatorum), eleitos e que 
tinham função politica, executiva e judicial. Quando se apelava, a causa ia 
então para as mãos de outros comerciantes inscritos na corporação, que eram 
sorteados e aos quais se atribuía o título de sobrecônsules. 
 A segunda fase (séculos XVII e XVIII) é fortemente influenciada pelo 
mercantilismo e pelas colonizações. As normas de Direito Comercial, agora, 
passam a ter um caráter heterônimo, sendo emanadas de um poder soberano 
central. Vige-se a regra: “as associações são lícitas, desde que o Rei as 
autorize”. 
 A terceira fase (século XIX), marcada pelo liberalismo econômico, tem 
como marco principal a promulgação, em 1804, do Código Napoleônico, onde 
surge o conceito objetivo de comerciante, definindo-o como aquele que 
pratica, com habitual profissionalidade, atos de comércio. Afasta-se, nesse 
período, o ponto central do conceito vigente na fase precedente – a ideia de 
ser um direito dos comerciantes – para se estabelecer o Direito Comercial 
como direito dos atos de comércio. Entretanto, essa concepção resultará em 
grande dificuldade doutrinária por faltar rigor científico às tentativas de 
distinção entre os conceitos de ato civil e ato comercial. Essa adoção do 
conceito de ato comercial como elemento central da atividade mercantil e 
ponto distinguidor da matéria mercantil surge como resultado da expansão da 
autoridade e da jurisdição das corporações de comércio. 
 A quarta e última fase busca uma nova conceituação do Direito 
Comercial como sendo o Direito de Empresa.

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