Buscar

Anotações - Jean Bodin - Les six livres de la Republique

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
A proposta da Disciplina de Ciências Política consiste em uma analise de obras consideradas clássicas que explicitam a construção da noção de Política, desde a Antiguidade até os presentes dias dos autores.
Começaremos então a pontuar a questão mais abrangente: O que faz de uma obra um clássico? Desta forma Paul Valéry já dizia, “existe uma infinidade de maneiras de definir o clássico”. Vamos, porém, nos atentar a obra de Ítalo Calvino, Por que ler os Clássicos?, para dar algum breve entendimento sobre esta questão. 
Clássico para Calvino são obras que nós estamos sempre relendo e nunca lendo, pois estamos sempre a aprender algo novo a cada vez que pegamos nas mãos um clássico para ler. 
“12. Um clássico é um livro que vem antes de outros clássicos;
mas quem leu antes os outros e depois lê aquele, reconhece
logo o seu lugar na genealogia.”
Poderemos então compreender que para se ler um clássico, há um momento adequado, como cita Calvino, em um momento provido de certa reflexão e experiências, como dizem o autor em uma idade madura, pois os clássicos carregam o seu conteúdo e, concomitantemente, carrega as marcas das leituras anteriores a sua, suas varias interpretações.
Deveríamos então, como aponta o autor, ser a obra da forma mais “límpida” possível, sem analises criticas, pois a obra clássica fala por si mesma, carrega o momento em que foi redigida e também consegue ser completamente atual.
Logo, este presente trabalho visa atentar aos alunos do curso de Historia para as questões e as visões levantadas pelo autor Jean Bodin (1530-1596), em sua obra Les six livres de la République, nos voltando especificamente ao livro 2, onde o autor dividirá sua obra em sete capítulos, dissertando sobre os tipos de republica, fazendo uma análise de como proceder nestes três tipos de republica que o autor defende e construindo uma critica aos que defendem mais de três tipos de republica, como em um exemplo constante do autor Políbio que obteve sete tipos de republica.
A partir das questões levantadas pelo autor, tentaremos fazer de forma sucinta, uma analise interna da obra apresentando diversas analises que o autor produz além de sua forma de escrita o universo temático do autor, suas influências e etc.
Universo temático e hierarquização das idéias (demonstrar como o autor seleciona os seus temas e os organiza).
Jean Bodin (1530-1596), era um jurista francês, membro do parlamento e professor de direito. Bodin expressa em sua obra Les six livres de la Republique, sua intensa defesa a respeito do direito divino dos reis, desta forma fica perpetuado como um dos maiores defensores do poder monárquico.
Um dos Pais das Ciências Políticas, se tornou o primeiro autor a tratar a soberania de forma sistematizada, alegando poder ilimitado e perpetuo ao Príncipe, de forma que só tem limites para com o contrato estipulados com seus súditos e estrangeiros.
Podemos observar uma certa aproximação com a obra de Aristóteles,”Política”, uma vez Bodin também apresenta problemas gerais do Estado e formas de governo, porém as soluções apresentadas por ambos são contrarias.
Bodin acredita que onde há um poder soberano há um estado, desta forma ele não perpetua a “pessoa em si”, mas sim ao que vem a ser a “soberania”, o conceito.
Desta forma na obra abordada neste trabalho, que será apenas o livro dois, o autor dividira seu pensamento em sete capítulos, onde no capitulo o autor defende a idéia de que existem apenas três tipos de republicas, a monárquica, a popular e a aristocrática. Desta forma o autor declara errônea o pensamento de outros autores, como por exemplo o próprio Aristóteles, de que há diversos tipos de republica. E mais adiante defende que não existirá em nenhum momento da historia um estado que apresente mais de dois tipos de republicas agindo concomitantemente.
Nos capitulos segundo e terceiro, o autor aborda a questão da Monarquia Senhorial e Real, desta forma defende que para que o senhor é soberano, e para ser soberano deve governar ozinho, contrariando e esclarecendo os exemplos das triarquias abordadas por exemplo por Políbio, e abordando as diferenças entre estado e governo. Desta forma a monarquia senhorial é aquela onde o Príncipe se torna senhor dos bens e dos homens, enquanto a monarquia real preza a visão do Rei que segue as leis naturais, desta forma ele dá aos seus súditos liberdade e a propriedade dos bens de cada um. Desconstrói a idéia de Aristóteles a respeito de quatro tipos de reis, pois na verdade na obra de Aristóteles existem cinco tipos.
Os capítulos quarto e quinto, aborda-se a questão da tirania. Podemos julgar a partir de uma analise da obra que Bodin defendia o direito natural a monarquia, o poder real, desta forma ele julga tirano aqueles que sobem ao trono sem tenha o direito sucessório, a não ser que seja um príncipe estrangeiro, por direito de guerra. Desta forma tirano não é necessariamente uma pessoa ruim, mas torna-se a partir do momento em que o poder o corrompe. O tirano é então uma pessoa que não tem paz pois vive ao redor de inimigos, seus súditos não são a ele leais. E no quinto espeficicamente o autor aborda a questão de quais momentos se é licito atentar contra a pessoa do tirano, o tirano deve ser sim cassado uma vez que não é dele o trono de fato, porém não deve ser morto e sim julgado. Aquele que mata o tirano também é julgado uma vez que tem que prevenir se houve um ato de tirania ou se havia apenas especulações sobre. Além de se debater sobre a questão das leis outorgadas pelo mesmo, uma vez que nem todas as leis devem ser cassadas, mas as boas odenanças devem ser ratificadas. O autor deixa bem claro neste capitulo que um rei de ascensão natural e legitimo não deve ser cassado por nenhum súdito uma vez que este não tem direito de julgar o príncipe que está acima das leis.
O capitulo seis e sete, por fim, trata-se dos poderes aristocráticos e populares.
Podemos observar então que dentre as três republicas descritas pelo autor, temos um certo favoritismo para com o poder monárquico real. Este “favoritismo” vem do fato de que para ele um estado forte deve ser concentrado nas mãos de um soberano, que não necessite de leis que regem, mas que rege com as suas leis.
Começar pelo tipo de linguagem autoral (atenção para o grau de dificuldade de compreensão do texto, para o vocabulário, para a estrutura das frases, etc.).
Podemos identificar na escrita de Bodin as influencias de Aristóteles, apesar de desconstruir algumas “verdades” aristotélicas, o autor segue a construção da escrita da obra aristotélica, abordando primeiramente os problemas gerais que os estados apresentam e posteriormente empregando-lhes soluções, não necessariamente concordando com as soluções aristotélicas.
Desta forma o livro dois, dividido em sete capítulos, torna-se um “guia” para identificar os tipos republica existentes, desta forma acaba sendo uma sistematização dos tipos de republicas.
A questão lingüística pode-se ser analisada a partir do momento em que a escrita não se apresenta de forma a ser entendida por todos. Desta forma aparentemente esta seria uma leitura para quem tem um conhecimento maior da história e do âmbito político. A final podemos notar certas características que apontam para um publico mais acadêmico fazer a leitura desta obra.
É observável o modo como ele constrói sua obra de forma diferenciar um rei legitimo de um rei que usurpou o trono, desta forma utilizando-se dos significados e das transmutações da palavra “tirano” podemos perceber o modo como o autor consolida a visão de que um rei legitimo não pode ser questionado ou que se façam levantes contra o mesmo, ainda que este seja autoritário, uma vez que as leis são aplicáveis aos súditos, mas ao rei é aplicado as leis divinas.

Continue navegando