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Beatriz de Assis do Nascimento 
BiancaCoutinho Santiago 
DiegoFonseca De Barros 
GiovannaOliveira De Almeida 
IraneideAlves De Souza Filha 
 
 
 
 
 
 
 Leviatã – livro por Thomas Hobbes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aracajú – SE 
2020 
 
Beatriz de Assis do Nascimento 
BiancaCoutinho Santiago 
Diego Fonseca De Barros 
Giovanna Oliveira De Almeida 
Iraneide Alves De Souza Filha 
 
 
 
 
 
 
Leviatã – livro por Thomas Hobbes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aracajú – SE 
2020 
Trabalho apresentado à disciplina Ciência Política e 
Teoria Geral do Estado do Curso de Direito da Faculdade 
Pio Décimo, apresentado como requisito parcial para 
obtenção de nota referente à I Unidade. 
Orientador: Profª. Catiuscia 
Leviatã – Thomas Hobbes 
 
Pré-requisitos: 
1. Resumo e análise crítica da obra 
2. Contexto político-social à época da obra 
3. Fazer referência às revoluções Francesa, Inglesa e Americana 
 
Objetivo: cumprir os requisitos acima citados, propostos pela professora da disciplina 
referente ao trabalho. 
 
 
Leviatã, é um livro escrito por Thomas Hobbes e publicado 
em 1651. O livro diz respeito à estrutura da sociedade e do 
governo legítimo, e é considerado como um dos exemplos 
mais antigos e mais influentes da teoria do contrato social. 
Muitas vezes, é considerada uma das obras mais influentes 
já escritas do pensamento político. 
No livro, que foi escrito durante a Guerra Civil Inglesa, 
Thomas Hobbes defende um contrato social e o governo de um soberano absoluto. 
Hobbes escreveu que o caos ou a guerra civil só poderia ser evitado por um governo 
central forte. 
- Wikipédia 
 
 
 
 
Leviatã – Thomas Hobbes 
INTRODUÇÃO 
Leviatã é um livro de Thomas Hobbes que tem como centro de análise a organização 
social e a realidade política da sociedade inglesa do século XVII. Atualmente, 4 séculos 
depois, o livro continua sendo um símbolo de extrema importância para o estudo da 
política relacionada à poder. Thomas Hobbes estava tentando entender, na obra 
analisada, as origens do poder governamental. 
Antes de existir governo, as pessoas viviam no que ele chamava de “estado de 
natureza”, onde todos eram livres para fazer o que quisessem. Mas, devido aos humanos 
serem egoístas por natureza e buscarem poder sobre os outros, isso se tornou um 
“estado de guerra”. Ou seja, a guerra de todos contra todos. Felizmente, os humanos 
também são racionais e, acima de tudo, buscam a autopreservação. Portanto, todos 
consentiram em entregar toda a sua liberdade a um governo, em troca de segurança. 
Assim, o governo é criado para fornecer segurança e acabar com o estado de guerra na 
sociedade. 
Por que Hobbes defendia tanto um Estado soberano? Partindo do pressuposto de um 
Estado de natureza do ser humano, onde, sem um poder que os controle, o ser humano 
seria animalizado, onde o único propósito seria o de garantir a vida, o surgimento de um 
Estado capaz de assegurar segurança e estabilidade para uma sociedade civilizada 
extinguiria a natureza má e predadora do ser humano . Tal preceito baseou toda a lógica 
de Thomas Hobbes, de suas idéias ao título do livro. 
 O título escolhido faz referência à um monstro bíblico, que seria uma das criaturas 
mais poderosas do mundo e, em consonância com as indagações e afirmações contidas 
no registro, Leviatã, para Hobbes, seria o Estado. Uma boa exemplificação está contida 
no capítulo XVIII, onde o autor cita a soberania do Estado sobre as pessoas: “nos 
quesitos de guerra e paz com outros Estados, o soberano é o que comanda a política, é 
ele o general.” 
 Thomas Hobbes compara uma sociedade em funcionamento com uma casa: se 
queremos construir uma casa com tijolos pequenos e outros grandes, logo todos estarão 
desalinhados e irão desmoronar. Com a sociedade funciona da mesma maneira: para que 
permaneça estável, todos os cidadãos precisam aderir às mesmas leis e regras. Do 
contrário, a sociedade não pode sobreviver por muito tempo. 
 Hobbes busca defender o absolutismo baseando-se em um 
“pacto” firmado entre os indivíduos para transferirem sua 
liberdade ao soberano, divergindo da idéia de algo 
divino/religioso.Na defesa explícita de concentrar poder na 
figura do soberano, Hobbes demonstra sua visão política como 
contratualista (visão filosófica que explica a origem da 
sociedade baseando-se em um contrato social entre os indivíduos, que marca o fim do 
estado natural e o início da vida social e política), e defensor da monarquia absolutista 
(forma de governo 
na qual o rei 
exerce o poder 
absoluto, ou seja, é 
independente e 
superior ao poder 
de outros órgãos 
do Estado). 
Leviatã – Thomas Hobbes 
 
Os pactos sem a espada são apenas palavras e não têm a força para defender ninguém. 
 - Thomas Hobbes 
 
Segundo Johann P. Sommerville, escritor que analisou a obra de Hobbes: 
 
 A Guerra Civil Inglesa citada pelo escritor, sendo também conhecida como 
Revolução Inglesa, foi um período de manifestações que criou condições indispensáveis 
para a Revolução Industrial do século XVIII e a abertura do capitalismo, além de ser 
considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa, pois antecipou a 
A leitura dos livros de Hobbes ainda vale muito a pena nos dias de 
hoje. No entanto, ele não os escreveu para nós, mas para seus 
contemporâneos. Ele acreditava que os autores de então tinham 
cometido graves erros em seu pensamento político - erros que 
acabaram resultando na eclosão da guerra civil na Inglaterra. O 
objetivo de Hobbes em Leviatã era mostrar onde seus contemporâneos 
haviam errado, e como eles poderiam construir um estado que traria 
paz e harmonia duradouros (SOMMERVILLE, 1992, p. 1). 
Revolução Francesa. No período em que ocorria tal revolução, Thomas Hobbes 
publicava sua obra de maior valor. 
Em 1641, começava a guerra civil. À época, a sociedade, representada pelo parlamento, 
rompeu com a idéia da origem divina do rei e de sua autoridade. Com isso, após 10 
anos, em 1651, Leviatã foi publicado, com o intuito de orientar e questionar a sociedade 
da época acerca dos preceitos políticos que haviam tomado como centro de decisão. A 
obra se tornou extremamente importante para o estudo da Natureza versus Sociedade, 
sendo utilizado desde então como base de pesquisas e orientação para teses. 
Thomas Hobbes observou diferentes formas já conhecidas de governo e estudou como 
elas se sairiam em sua teoria do contrato. De maneira surpreendente, Hobbes conclui 
que a monarquia é a melhor forma de sociedade, com diversos argumentos, por 
exemplo: 
1. Um governante único pode tomar decisões melhores e mais rápidas, porque não 
precisa discutir tudo com outras pessoas. Assim, suas políticas serão mais 
consistentes, fornecendo uma segurança e continuidade maior aos cidadãos; 
2. A sucessão é regulada sem ambigüidades. Quando um governante morre ou 
deixa o governo, oferece um grande perigo para a sociedade, pois se existem 
diversos possíveis sucessores, um conflito armado pode acontecer, causando 
caos e anarquia no país. Portanto, é melhor que a monarquia determine um 
sucessor claro, garantindo a segurança de seus súditos; 
3. A autoridade do monarca foi recebida somente por Deus, e ele só deve prestar 
contas para Deus. O governante passa a ser visto, assim, como um deus humano, 
que deve ser reverenciado ao manter a paz e defender seu reino; 
O Estado e a Igreja eram dois sistemas, ambos interferindo nas vidas dos cidadãos e 
definindo regras diferentes. Eles possuíam suas próprias leis, cortes e a possibilidade de 
punições para os cidadãos. Thomas Hobbes viu aí o perigo do surgimento de uma 
guerra civil. 
Como a monarquia e a Igreja perseguiam objetivos diferentes, ambas, provavelmente, 
em algum momento, levariam esses conflitos para o campo de batalha. As partes e seus 
apoiadores acreditavam estar certos, e a idéia das regras bem definidasno contrato 
social desapareceriam. 
Thomas Hobbes defendia, então, que o Leviatã não devia ser apenas a cabeça do 
Estado, mas também da Igreja, fornecendo segurança. 
Nós experimentamos o mundo por meio de nossos sentidos e só podemos ser guiados a 
partir deles. Não existem poderes de pensamento interferindo em nós. Esses poderes 
são como ideias estranhas, criadas por alguém que não confia em seus próprios 
sentidos, ou que não compreende suas impressões, relata o autor em seu livro Leviatã. 
 
PRIMEIRAPARTE -DO HOMEM 
 
Fala sobre a figura humana de uma perspectiva filosófica muito profunda, 
exemplificando e explicando o modo como as sensações, os sentidos e a imaginação 
afetam o homem natural tornando-o inseguro, egocêntrico,violento e egoísta. Um 
exemplo que exprime bem o egocentrismo é o seguinte trecho “Porque os homens 
avaliam , não apenas os outros homens , mas todas as outras coisas , por si mesmo,e 
porque depois do movimento se acham sujeitos à dor e ao cansaço , pensam que todo o 
resto se cansa do movimento e procura naturalmente o repouso....” sendo esses fatores 
o pressuposto para a defesa de Hobbes em relação a imposição do poder absolutista, 
pois, segundo ele o homem em estado de natureza é incapaz de viver em harmonia com 
seus semelhantes , porque , ambos são impulsionados por seus desejos e paixões. 
Um outro fator que é importante ressaltar é a defesa de Hobbes em relação ao poder 
absolutista exposta na comparação feita entre a entrega de Carlos I pelos puritanos com 
a entrega de Cristo aos romanos por 30 moedas, pois, ambos só foram traídos e 
entregues aos que os tinha como inimigos devido ao fato de não possuírem poderes 
absolutista e também na afirmação de que não é ofender se nos fomos duros com as 
palavra com alguém que nos exercemos alguma soberania e sim corrigir e punir.A 
linguagem é extremamente importante , pois, sem ela não existiram nem estado , nem 
sociedade e etc. 
As virtudes do homem é dividida em duas espécies : A natural e a adquirida. A natural é 
a que vem por meio da pratica e experiência. A mesa é definida pela celeridade da 
imaginação (isto é, rapidez na passagem de um pensamento a outro) e firmeza de 
direção para um fim escolhido. Esta rapidez é causada pela diferença das paixões dos 
homens, que gostam e detestam, uns de uma coisa, outros de outra. Em conseqüência do 
que os pensamentos de alguns homens seguem uma direção, e os de outros outra, e 
retêm e observam diversamente as coisas que passam pela imaginação de cada um. Essa 
virtude transparece que o homem é julgado e comparado com base em seus 
conhecimentos, e quando não se possui essa rapidez de pensamento rotula-se como 
defeito ou falha do espírito a que vulgarmente se chama imbecilidade, estupidez, e às 
vezes outros nomes que significam lentidão . Esta diferença de rapidez é causada pela 
diferença das paixões dos homens, que gostam e detestam, uns de uma coisa, outros de 
outra. 
 
SEGUNDA PARTE - DO ESTADO 
A leitura dos primeiros parágrafos propõe uma ponte com vários contextos históricos e 
personalidades. Há uma significativa sustentação da visão do Estado, representado pelo 
Imperador, como único e capaz de minimizar os efeitos nocivos da prática das vontades 
gerais, sem verificação da interferência social. Em uma perspectiva baseada na 
Revolução Francesa, podemos observar que o movimento carregou como princípio o 
Iluminismo, a defesa da supremacia racional antropológica, fim das imposições 
ideológicas religiosas e a quebra do domínio burguês e promoveu uma inquietação em 
relação ao regime onde o rei submetia-se a autoridade do clero, comum ao Absolutismo 
Europeu. 
 Por meio dessa visão, podemos entender que o Clero perdeu sua força de intervenção 
sobre a ordem social e o monarca passou a controlar o sistema político e econômico. 
Dessa forma, houve uma centralização do poder nas mãos do Imperador. 
 Thomas Hobbes nesse capítulo, deixa evidente a sua posição de apoio em relação a um 
regime de poder defendido por filósofos como Nicolau Maquiável, em sua obra “O 
príncipe” e por reis como Luis XIV, que com sua célebre afirmação “O Estado sou eu”, 
governou a França em 1661, a autoridade absoluta traz a idéia de completa e decisiva 
participação do Estado em todas as manifestações do povo. Inicialmente, ele se 
questiona sobre os princípios da liberdade no estado de natureza e esclarece que sem 
restrições, o meio social vive sob condição de guerra, forçando o Estado a estabelecer 
domínio maior e punições severas. Para pensadores como Monstesquieu, filósofo 
iluminista, os poderes necessitavam de uma divisão, no objetivo de evitar a tirania e a 
ampliação das classes desprivilegiadas. 
 Hobbes afirma também, que existe um conjunto de leis naturais pré existentes, como a 
justiça, a equidade, a piedade e a modéstia, regras integram o comportamento em grupo 
e que na ausência de temor, rigidez sobre segui-las, podem ser facilmente contrariadas. 
O teórico político faz jus à sua crítica sobre a falta de uma estrutura de governo e de um 
juízo individual anexado a esse segmento, que possibilita a disseminação de atitudes 
nocivas, com a frase "O homem é o lobo do homem" e usa o exemplo de que roubos e 
espoliações tratavam-se de ocupações legítimas, desde que garantissem a honra de 
determinadas famílias. Ele também explica de maneira realista que esse processo 
transformador não aniquilaria os confrontos, porque de qualquer maneira, ainda 
existiriam divergências de ideologias referentes à inimigos estrangeiros, que após 
findadas gerariam choque interno de interesses. 
 O filósofo inglês justifica em uma análise comportamental comparativa, o porquê de 
tantos obstáculos para nos familiarizarmos com o conceito de sociedade, facilmente 
observado em alguns animais. Entre suas citações, as grandes dificuldades estão 
presentes em uma constante competição pela dignidade e honra, a não diferenciação 
entre os bens comuns e individual, o julgamento de superioridade em nossa existência, a 
aplicação de dominação carismática, a capacidade de distinguir injúria e dano, e por 
último acordos que só surgem através de pactos. 
 Apesar da abertura despótica, ao considerar representantes do Estado como parte 
crucial de um Deus mortal, o Leviatã, verbalizar a idéia de súditos e construir o conceito 
de Estado por Aquisição (poder compartilhado em gerações), Hobbes agrega um senso 
democrático quando aborda a pluralidade de votos para uma sentença, entregando a 
posse à uma assembléia ou um único homem, eis o Estado Político. O completo 
domínio freqüentemente contextualizado na obra de Hobbes também esteve presente na 
Revolução Inglesa de 1642. Após muito tempo sob intervenção da Dinastia Tudor e 
Stuart iniciaram-se a Reforma Anglicana, processo em que o Rei Henrique VIII rompe 
com a Igreja Católica e inaugura o Anglicanismo. Dentro desse contexto, é perceptível 
autoristarismo em dissoluções do parlamento, na tentativa de prejudicar a atuação da 
burguesia, especialmente uma impulsionada pelo Rei Carlos II, em 1681, Imperador 
que também instaurou o absolutismo. 
“O FIM ÚLTIMO, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a 
liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si 
mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria 
conservação e com uma vida mais satisfeita.” (HOBBES, 1997, p.141) 
 É desta forma que Thomas Hobbes inicia o segundo livro de sua obra O Leviatã – 
intitulado “Do Estado”. Para ele, o homem – no estado de natureza - gozava de uma 
liberdade total, porém, viviam no que ele chama de “guerra de todos contra todos”, não 
existindo sequer qualquer chance de segurança plena. Os homens, seres de desejos, e 
sem nenhum poder superior capaz de provocar algum temor, buscavam a efetivação 
destes desejos a qualquer custa, já que este era o único objetivo de viver,mas ficavam a 
mercê desta situação, correndo o risco de morte a todo instante. A única lei que é 
respeitada no estado de natureza – e mesmo assim somente por um certo numero de 
pessoas – é a lei da honra. As pequenas famílias juntavam-se e procuravam estender 
seus domínios para se proteger, mas, para Hobbes, a união de algumas pessoas não 
adianta, pois ao se deparar em uma situação de grande conflito – como a guerra – cada 
um preocupará somente com seus apetites individuais. Hobbes vê que para existir a 
devida segurança, é necessário a criação de um meio que é capaz de assegurar a 
segurança dos indivíduos de forma eficiente e permanente. Assim, surge o estado. 
 Hobbes diz que um Estado por instituição é quando uma multidão de homens concorda 
e/ou pactua consigo mesmos, quando qualquer homem ou assembléia destes que no qual 
a maioria o escolha dando-lhe o direito de representar a pessoa daqueles, sendo que 
todos terão que autorizar as decisões destes homens ou deste homem como a deles para 
assim serem protegidos. O soberano tem por direito castigar aqueles que se opõe ao seu 
poder – em caso de não houver desacordo por parte do soberano, cuja função é a 
segurança de seus servos. Para Hobbes, o soberano é o representante divino e sem ele 
como mediador não há pacto entre Deus e os homens. Não existe pacto por parte do 
soberano, já que este não é mais uma pessoa física e sim o próprio estado que governa. 
Se a decisão pelo soberano ocorreu por maioria, os que opinaram contra a escolha deste 
terão mesmo assim que acatar a decisão da maioria, senão contrariaram o pacto, pois 
pelo pacto – nesta situação – vence a escolha da maioria, tanto pela escolha do soberano 
pela parte do povo, quanto pela assembléia de homens. O soberano não pode cometer 
injurias e injustiças – somente poderá atribuir-lhe culpa a respeito de iniqüidades. Pois 
quem faz alguma coisa em virtude da autoridade de outro não pode nunca causar injuria 
àquele em virtude de cuja autoridade está agindo. Por esta instituição de um Estado, 
cada individuo é autor de tudo quanto o soberano fizer, por conseqüência aquele que se 
queixar de uma injuria feita por seu soberano estar-se-á queixando daquilo de que ele 
próprio é autor, portanto não deve acusar ninguém a não ser a si próprio; e não pode 
acusar-se a si próprio de injuria, pois causar injuria a si próprio é impossível. Visto que 
como a função do estado é a segurança e a paz, o soberano se faz juiz para conseguir seu 
objetivo, destruindo qualquer ameaça a estas. O soberano deve ser juiz das opiniões 
contrarias a paz e a verdade, pois aquilo que é contra a paz não é verdade. Cabe ao 
soberano impedir as opiniões – já que para Hobbes, as opiniões se refletem nas ações – 
daqueles que são contra a paz, pois estes ainda permanecem no estado de guerra. 
Compete ao soberano prescrever as leis e regras que definem quais as situações que os 
súditos podem usufruir ou gozar de determinadas posses, quero dizer, compete ao 
soberano como descrito por Hobbes o usufruto da propriedade sem que aconteça o 
molestamento por parte dos demais súditos. Pertence ao poder do soberano a autoridade 
judicial, que consiste no direito de ouvir e julgar qualquer controvérsia a respeito das 
leis, pois se não houver, não poderá haver proteção e lembrando que cada homem tem 
por direito natural defender a sua própria vida. O soberano tem direito de fazer guerra 
ou promover a paz com outros estados quando lhe convir, desde que o soberano 
assegure a paz de seus súditos. Lembrando que para Hobbes o poder do soberano está 
acima de todos os poderes, e os demais poderes são desígnios do soberano, ou seja, em 
caso de guerra, o poder do soberano se encontra acima do poder dos generais. A escolha 
dos ministros, funcionários, conselheiros e magistrados são de total liberdade do 
soberano, pois este tem por direito utilizar qualquer meio necessário à alcançar os seus 
fins – que no qual é assegurar a paz – e para isso é necessário que os mais próximos 
sejam de confiança. E da mesma forma, cabe ao soberano criar leis para assegurar a paz 
entre os súditos e para que haja o comprometimento por parte deles, o soberano deve dar 
títulos alguns – exercito, milícia, juízes etc. – para que haja esta regulamentação. 
 Hobbes diz que existem três tipos de governo: monarquia, Aristocracia e Democracia. 
Monarquia é o governo de uma pessoa como soberano; Aristocracia é quando existe um 
grupo pequeno – em relação a democracia – de pessoas como soberania; e Democracia é 
quando o povo elege seus representantes e estes assumem a função de soberano. 
Oligarquia e tirania não são tipos de governo no ponto de vista de Hobbes, já que para 
ele, estas – assim como a anarquia no caso da democracia – são apenas maneiras ruins 
de Anarquia e Monarquia, onde os oligarcas são aqueles que não governam de forma 
correta como o tirânico não governa de forma correta. No caso de anarquia ainda é mais 
irrelevante, já que anarquia significa – em Hobbes principalmente – a falta de governo, a 
não existência de governo, então jamais poderá ser pensada como tipo de governo. 
Hobbes vê a monarquia como a melhor forma de governo possível, pois não existe 
divergência nas escolhas do monarca, pois só ele escolhe e somente ele governa, 
diferente nos demais casos onde existem várias pessoas opinando por um fato. E 
também não há distinção entre vida de soberano e 
vida pessoal, já que o tesouro e o poder passa na mão de somente um, ao contrario dos 
outros governos que existe a distinção entre a vida privada e a vida de soberano. Porém, 
se tratando de sucessão, na monarquia ocorre uma complicação, já que quando é 
necessário a sucessão ou substituição de um membro na aristocracia, os demais 
aristocratas discutem e decidem qual será o sucessor ou substituto, e no caso da 
democracia, o povo vota e elege um novo representante, diferente do caso da monarquia 
onde só há um para escolher quem o suceder. Segundo Hobbes, o soberano tende a 
escolher como sucessor no governo o seu herdeiro, de preferência o do século 
masculino, já que para Hobbes o homem por natureza tem mais dons para governar que 
a mulher, porém quando não há herdeiros este tende a escolher o irmão, a Irmã ou então 
o parente que lhe é mais próximo, não havendo, um amigo de confiança. 
 Hobbes aponta que existem dois tipos de soberania por aquisição: paterna e despótica. 
A paterna consiste na soberania do pai – ou da mãe – em relação ao filho ou a filha. 
Neste caso seria o que chamamos de patriarca e/ou matriarca. Esta forma de soberania é 
caracterizada a partir do estado de natureza, onde o pai ou mãe tem o direito em função 
de ser aquele que o gerou, porém, se ambos abrirem mão da criança, esta será súdita 
daquele ou daquela que o alimentar e criar. Um caso interessante mostrado por Hobbes 
para simplificar é o caso das Amazonas: Diz-nos a história que as Amazonas faziam 
com os homens dos países vizinhos, aos quais recorriam para o efeito, um contrato pelo 
qual as crianças do sexo masculino seriam enviadas de volta, e as do sexo feminino 
ficavam com elas, o domínio sobre as filhas pertencia a mãe. (HOBBES, 1997, p. 164). 
Hobbes diz que se não houver contrato, por natureza o direito a soberania sobre a 
criança pertence à mãe, porém se a mãe for submissa ao homem, este será o soberano, e 
não só dos filhos, também dos filhos dos filhos e assim sucessivamente – o mesmo 
direito também terá a mãe quando for o caso dela. No caso da soberania por aquisição 
despótica, o exemplo maior que temos é o da guerra. Após a guerra, os súditos, por 
vontade própria, decidirão seguir aquele que é o vencedor. Este caso é interessante pois 
Hobbes levanta que o servo é somente aquele que por vontade própria decidir seguir o 
soberano, o escravo não tem papel nenhum a cumprir para com o soberano, já que este 
não age de livre vontade. Lembrando que não é a vitória que determinae confere os 
direitos ao soberano sobre o vencido e sim o pacto celebrado, é através do servo que 
assume o vencedor como tirano, optando pela vida. 
 Liberdade – no primeiro sentido atribuído por Hobbes – significa ausência de 
oposição, porém, oposição no sentido dos impedimentos do movimento, aplicando tanto 
a criaturas inanimadas e irracionais quanto ao homem. Por este motivo Hobbes 
exemplifica dizendo que: Portanto, quando se diz, por exemplo, que o caminho está 
livre, não se está indicando nenhuma liberdade do caminho, e sim daqueles que por ele 
caminham sem parar. E quando dizemos que uma doação é livre, não se está indicando 
nenhuma liberdade da doação, e sim do doador, que não é obrigado a fazêla por lei ou 
pacto. (HOBBES, 1997, p. 171). E desta mesma forma, Hobbes diz que quando se fala 
em livre-arbítrio, não se fala em liberdade no âmbito da vontade, mas sim uma liberdade 
do homem, ao se deparar com a situação, não ter entraves ao fazer aquilo que tem 
vontade, desejo ou inclinação a fazer. E por este motivo Hobbes diz que liberdade é 
compatível com necessidade e como medo. Necessidade como por exemplo, as águas 
necessitam de descer o rio e por medo quando o homem atira objetos ao mar quando 
ocorre o risco de seu navio afundar. O que Hobbes quer dizer é que o homem é livre em 
tomar decisões em situações que houver necessidades, e de livre vontade por exemplo, 
quando este optou pela soberania, preferindo a segurança quando corria perigo de perder 
a própria vida. 
 Para Hobbes sistemas são qualquer numero de homens unidos por um interesse ou um 
negocio. Segundo Hobbes a dois tipos de sistemas, regulares e irregulares. Os regulares 
são aqueles onde um homem ou uma assembléia é instituído como representante de todo 
conjunto. Todos os outros são irregulares. Para Hobbes todo sistema político é criado 
pelo soberano do estado e esse soberano tem um poder ilimitado e em todos os estados o 
soberano é o absoluto representante de todos os seus súditos. Hobbes afirma que os 
sistemas privados são criados pelos próprios súditos entre si e só vão ser legítimos se o 
estado permitir Segundo Hobbes os sistemas irregulares que não tem representante 
consiste numa reunião de pessoas e só vai ser legitimo se não tiver nenhum interesse de 
prejudica o estado, e o estado têm que ter conhecimento de tudo que foi estabelecido 
nessa reunião. Hobbes afirma que o poder do representante político é sempre limitado, e 
quem estabelece seus limites é o soberano. Hobbes afirma que nos corpos políticos todo 
subordinado e sujeitos podem protesta contra os decretos da assembléia representativa 
fazendo que sua discordância seja registrada ou testemunhada. Os países onde o 
soberano não reside são chamados de províncias. Província significa um cargo ou 
função que aquele a quem pertence à função delega a outro, para que este o administre 
por ele sob sua autoridade. Para Hobbes jamais deve delegar função governativa a 
qualquer assembléia residente no local, mas deve-se enviar para cada colônia um 
governador que represente o soberano. Para Hobbes todos os corpos políticos se 
qualquer membro se considera injustiçado pelo próprio corpo o julgamento de sua causa 
compete ao soberano e aos que o soberano tenha nomeado como juízes de tais causas 
 Para Hobbes um ministro publica é aquele que é encarregado pelo soberano de 
qualquer missão, com autoridade no desempenho dessa missão, para representar o 
estado. Dos ministros públicos Hobbes afirma que alguns têm seu cargo a administração 
geral, quer de todo domínio, quer de uma parte dele. Neste caso todos os súditos têm 
obrigação de obediência às ordenações que faça, assim como as ordens que dê em nome 
do rei, desde que não sejam incompatíveis com o poder do soberano. Também são 
ministros os que têm autoridade relativamente à milícia: a custodia das armas, fortes e 
portos, o recrutamento pagamento e comando dos soldados e a provisão de todas as 
coisas necessárias para a conduta da guerra tanto em terra como nos mares. Para Hobbes 
também são ministros públicos os que têm autoridade para ensinar, ou para permitir a 
outros que ensinem ao povo seus deveres para com o poder soberano, instruindo-o no 
conhecimento do que é justo ou injusto, a fim de tornar o povo mais capaz de viver em 
paz e harmonia e de resistir ao inimigo comum. São ministros também aquele que é 
concebido o poder judicial representando o poder do soberano e sua sentença é a 
sentença dele. Se houver alguma controvérsia entre a parte julgada e o juiz, cabe ao 
soberano ouvir a causa e decidi-la ele mesmo ou nomear um juiz com quais ambos 
concordem. São também ministros públicos todos aqueles que receberam do soberano 
autorização para proceder à execução de todas as sentenças, para publicar as ordens do 
soberano, para reprimir tumultos, para prender e encarregar os malfeitores e praticar 
outros atos tendentes a preservação da paz. 
Hobbes afirma que a nutrição de um estado consiste na abundância e na distribuição dos 
materiais necessários á vida; A distribuição dos materiais dessa nutrição e em todas as 
espécies de estado é da competência do poder soberano. De onde podemos concluir 
segundo Hobbes que a propriedade que um súdito tem em sua terra consiste no direito 
de excluir todos os outros súditos do uso dessas terras, mas não de excluir o soberano, 
quer este seja uma assembléia ou um monarca. Em conseqüência, qualquer distribuição 
que o soberano faça em prejuízo dessa paz e dessa segurança é contraria a vontade de 
todos e assim essa distribuição deve, pela vontade de cada um deles ser considerada 
nula. Mas isto não é suficiente para autorizar qualquer súdito a pegar em armas contra 
seu soberano ou mesmo a acusá-lo de injustiça ou de qualquer modo falar mal dele. Por 
que os súditos autorizaram todas as suas ações, e ao atribuírem-lhe o poder. Hobbes 
afirma que compete ao soberano a distribuição das terras do país, assim como a decisão 
sobre em que lugares, e com que mercadorias, os súditos estão autorizados a manter 
trafico com o estrangeiro. Compete, portanto ao estado, isto é ao soberano, determinar 
de que maneira devem fazer-se entre os súditos todas as espécies de contrato (de 
compra, venda, troca, empréstimo, arredamento), e mediante que palavras e sinais esse 
contratos devem ser considerados validos. 
 Para Hobbes há uma grande confusão entre os conselhos e as ordens derivados de 
maneira imperativa de falar em ambos utilizados e, além disso, em muitos outras 
ocasiões. Uma ordem segundo Hobbes é quando alguém diz faça isto ou não faça isto. 
De onde manifestamente se segue que quem ordena visa com isso seu próprio beneficio, 
pois a razão de sua ordem e apenas sua própria vontade . Um conselho segundo Hobbes 
é quando alguém diz faça isto ou não faça isto, e deduz suas razões do beneficio que 
acarreta para aquele quem o diz. Torna-se a partir daqui evidente que aquele que do 
conselho pretende apenas (seja qual for sua intenção oculta) o beneficio daquele a quem 
o dá. Um homem pode ser obrigado a fazer aquilo que lhe ordenam, como quando fez a 
promessa de obedecer, mas ninguém pode ser obrigado a fazer aquilo que lhe 
aconselham e se caso tiver feito a promessa de segui-lo, o conselho já adquiriu a 
natureza de uma ordem. Outra coisa também faz parte da natureza do conselho: que seja 
quem for que o peça não pode, de acordo com a equidade, acusar ou punir quem o der. 
Porque pedir conselho a outrem é permitir-lhe que de esse conselho da maneira que 
achar melhor. Toda experiência do mundo é incapaz de igualar o conselho daquele que 
aprendeu ou descobriu a regra. Quando não existe tal regra, aquele que tem mais 
experiência no tipo de questão de que se trata será senhor do melhor julgamento, e será 
o melhor conselheiro para ter capacidade de dar conselho a um estado numa questão que 
diga respeito a um outro estado é necessário ter conhecimentode todos os acordos e 
relatos que de lá vem, assim como de todos os registros de tratados e transações de 
estados entre dois países. 
 Thomas Hobbes estabelece como condição de manutenção desta relação a observância 
das normas emanadas por este poderoso ente moral. Daí a necessidade de se delinear as 
leis civis, dentre as quais aquelas relativas aos crimes e as penas a eles inerentes. O que 
faz Hobbes diferenciar-se dos demais teóricos dos direitos naturais da segunda metade 
do século XVII é precisamente conceder ao súdito o direito de resistir ao soberano, pois 
o primeiro direito de natureza deve ser, com efeito, a autodefesa. Hobbes o faz 
expressamente, não se tem dúvidas, ao súdito que se mantém atrelado ao pacto; prova 
disso a Segunda Lei de Natureza, que assim determina: Que um homem concorde, 
quando outro também o faça, e na medida em que tal considere necessário para a paz e 
para a defesa de si mesmo, em renunciar seu direito a todas as coisas, contentando-se, 
em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite 
em relação a si mesmo. Ora, se concorda em renunciar ao seu direito à liberdade plena, 
isto se dá com a finalidade específica de se garantir a paz e a defesa de si mesmo. Logo, 
os fins últimos do Estado devem ser assegurar a paz aos súditos e defender um súdito 
dos demais. O estado deve garantir a paz externa e internamente. Hobbes evidencia que 
“há alguns direitos que é impossível admitir que algum homem, por quaisquer palavras 
ou outros sinais, possa abandonar ou transferir. Em primeiro lugar, ninguém pode 
renunciar ao direito de resistir a quem o ataque pela força para tirar-lhe a vida, dado que 
é impossível admitir que através disso vise a algum benefício próprio. O mesmo pode 
dizer-se dos ferimentos, das cadeias e do cárcere, tanto porque desta aceitação não pode 
resultar benefício, ao contrário da aceitação de que outro seja ferido ou encarcerado, 
quando porque é impossível saber, quando alguém lança mão da violência, se com ela 
pretende ou não provocar a morte. Por último, o motivo e fim devido ao qual se introduz 
esta renúncia e transferência do direito não é mais do que a segurança da pessoa de cada 
um, quanto a sua vida e quanto aos meios de preservá-la de maneira tal que não acabe 
por dela se cansar. Se o objetivo da soberania é garantir que o pacto de obediência seja 
obedecido, “quando o próprio soberano age contrariamente aos fins para os quais a 
soberania foi constituída – seja deixando de zelar pelo cumprimento do pacto de 
obediência, seja atentando contra os direitos naturais e irrenunciáveis dos súditos – ele 
deixa de atender à sua finalidade e necessidade, podendo então ser resistido” 
(PROGREBINSCHI, 2003, p. 198). 
 Hobbes inicia o capítulo conceituando o pecado como aquilo que desobedece a lei e 
manifesta desprezo pelo legislador. A partir disso ele define o crime como um pecado 
que consiste em cometer um ato que a lei proíbe. Ou seja, pecado é a intenção de 
infringir a lei e o crime é o ato cometido. Para Hobbes, a fonte de todo crime é algum 
defeito de entendimento, ou algum erro de raciocínio, ou alguma brusca força entre as 
paixões, que são sentimentos. Dos sentimentos, o que mais leva as pessoas a cometerem 
um crime é a vangloria, por acreditarem que não serão atingidos pela lei, por exercerem 
um alto cargo, por o nome poderoso da família ou pelo seu poder aquisitivo. Hobbes 
cita o ódio a ambição e a cobiça como sentimentos óbvios capazes de produzirem um 
crime, pois são da natureza humana. Já o medo exerce efeito contrário, leva os homens a 
respeitarem as leis. Um ato deixa de ser crime quando a lei deixa de ser obrigatória. 
Hobbes usa como exemplo um ato contrário à lei quando se tem a vida em risco ,quando 
falta a proteção da lei ,nesse caso o crime é completamente perdoado. (Analisando os) 
crimes, ele conclui que se distribuem em várias escalas e são medidos em primeiro lugar 
pela malignidade, em segundo lugar pelo contagio, em terceiro pelo prejuízo e em 
quarto lugar pela concorrência de tempo, lugares e pessoas. 
 
TERCEIRA PARTE - DO ESTADO CRISTÃO 
 
Quando alguma coisa aí escrita se mostra demasiado árdua para nosso exame, devemos 
propor-nos cativar nosso entendimento às palavras, e não ao esforço de peneirar uma 
verdade filosófica por intermédio da lógica, a respeito daqueles mistérios que não são 
compreensíveis, e aos quais não se aplica qualquer regra da ciência natural. 
Aquele a quem Deus não revelou sobrenaturalmente que elas são suas leis, nem que 
aqueles que as publicaram foram enviados por ele, não é obrigado a obedecer-lhes por 
nenhuma autoridade a não ser a daquele cujas ordens já têm força de lei, quer dizer, por 
nenhuma outra autoridade que não a do Estado, único a possuir o poder legislativo. 
Portanto, a questão da autoridade das Escrituras fica reduzida a isto: Se os reis cristãos, 
e as assembléias soberanas dos Estados cristãos, são absolutos em seu próprio território, 
imediatamente abaixo de Deus, ou se estão sujeitos a um vigário de Cristo, constituído 
sobre a Igreja universal, podendo ser julgados, condenados, depostos ou mortos, 
consoante ele achar conveniente ou necessário para o bem comum. 
Do significado de espírito santo, anjo e inspiração nos livros das Santas Escrituras Dado 
que o fundamento de todo raciocínio verdadeiro é a significação constante das palavras, 
a qual na doutrina que se segue não depende da vontade do autor, como na ciência 
natural, nem do uso vulgar, como na conversação corrente, mas do sentido que têm nas 
Escrituras, torna-se necessário, antes de ir mais adiante, determinar que significado têm 
na Bíblia aquelas palavras que, devido a sua ambigüidade, podem tornar obscuro ou 
discutível o que a partir delas vou inferir. 
A palavra anjo significa geralmente um mensageiro, e na maior parte dos casos um 
mensageiro de Deus. E por mensageiro de Deus entende-se algo que dá a conhecer sua 
presença extraordinária, quer dizer, a manifestação extraordinária de seu poder, 
especialmente através de um sonho ou de uma visão. Não há nada nas Escrituras 
relativamente à criação dos anjos. 
Mas se examinarmos as passagens do Antigo Testamento onde se faz referência aos 
anjos veremos que na maior parte delas a única coisa que se pode entender pela palavra 
anjo é uma imagem despertada (sobrenaturalmente) na fantasia, para indicar a presença 
de Deus na execução de alguma obra sobrenatural. Portanto, nas passagens restantes, 
onde sua natureza não é explicitada, essa palavra deve entender-se da mesma maneira. 
Desde a própria criação, Deus não se limitou a reinar naturalmente sobre todos os 
homens, através de seu poder, mas teve também súditos peculiares, aos quais 
comandava por intermédio de uma voz, da mesma maneira que um homem fala com 
outro. Foi dessa maneira que reinou sobre Adão, dando-lhe ordem de se abster da árvore 
do conhecimento do bem e do mal. Quando ele desobedeceu e dela provou propôs-se 
ser como Deus, julgando entre o bem e o mal, seguindo seu próprio critério em vez dos 
mandamentos de seu criador, e seu castigo foi a privação do estado de vida eterna no 
qual inicialmente Deus o tinha criado. E posteriormente Deus castigou pelos seus vícios 
a sua posteridade, com exceção de apenas oito pessoas, com um dilúvio universal. 
Um sacramento é a separação de uma coisa visível de seu uso comum, e sua 
consagração para o serviço de Deus, como sinal, seja de nossa admissão no Reino de 
Deus, como pertencentes a seu povo peculiar, seja de comemoração da mesma. 
Também há outras consagrações que podem ser chamadas sacramentos, dado que a 
palavra implica consagração ao serviço de Deus; mas como ela implica também um 
juramento ou promessa de obediência a Deus não se encontra no Antigo Testamento 
nenhum outro além da circuncisão e da extrema unção, e no Novo Testamento não há 
nenhum outro além do batismo eda ceia do Senhor. 
Dos milagres e seu uso. Entende-se por milagres as obras admiráveis de Deus, e, 
portanto, chamam-se-lhes também maravilhas. E como na maior parte dos casos são 
feitos para confirmar seus mandamentos, em circunstâncias onde sem eles os homens 
seriam capazes de ter dúvidas (seguindo seu raciocínio natural privado) sobre qual é seu 
mandamento, e qual não é, eles são geralmente chamados nas Sagradas Escrituras 
sinais, no mesmo sentido em que são chamados pelos latinos ostenta e portento, por 
mostrarem e anunciarem o que o Altíssimo vai fazer acontecer. 
Há alguns textos das Escrituras que parecem atribuir o poder de realizar maravilhas 
(iguais a alguns daqueles milagres imediatos realizados pelo próprio Deus) a certas artes 
de magia e encantamento. 
Um particular tem sempre a liberdade (visto que o pensamento é livre) de acreditar ou 
não acreditar, em seu foro íntimo, nos fatos que lhe forem apresentados como milagres, 
conforme veja qual o beneficio que sua crença pode acarretar para os que o afirmam ou 
negam, e conjeturando a partir daí se eles são milagres ou mentiras. 
 
O poder que a justiça e o Estado exercem sobre a vida e a morte é importante para que 
a sociedade se mantenha pacífica. Hobbes expõe esse pensamento, defendendo assim, 
mais uma vez , o porque da necessidade do governo ser absolutista. Nesse sentido, 
começa a analisar textos bíblicos com o intuito de fortalecer seu argumento final : o 
reino de Deus é um Estado civil e ele é o Soberano. Seguindo essa linha de raciocínio, 
Hobbes começa a detalhar a história de desobediência de Adão e Eva ,e como isso lhes 
custou a imortalidade, e os castigos bíblicos ,a exemplo do Dilúvio que foi ocasionado 
pelo estilo de vida das pessoas tido como perverso e acrescenta que entende o inferno, 
sinônimo dor e sofrimento , como um lugar não fixo de tormento, mas sim tudo aquilo 
que for sinônimo de destruição . 
 
O primeiro contrato feito entre Deus e os homens foi com Abraão que recebia e 
obedecia as ordens que Deus mandava através de sonhos e visões, sendo ele também o 
único que poderia responder e punir às contestações de sua família sobre as ordens do 
criador, pois era o único que recebia às visões. Depois dele o contrato foi sendo 
renovado com outras pessoas ao decorrer dos anos a exemplo de Moisés. “Hobbes fala 
também que as pessoas devem saber filtrar as ordens que são passadas em “nome de 
Deus”, porque existem muitos “ falsos messias " que dão ordens para fins próprios e 
particulares abusando do nome do criador. E afirma que se existir uma dualidade entre 
as ordens do criador e as do soberano do local onde você vive, siga sempre o do criador. 
 
Thomas Hobbes era puritano e escreveu o livro em uma época bastante delicada , pois 
ocorria uma guerra civil em seu país ,intensificada pelas disputas religiosas. Ele 
reconhece Cristo como Salvador e afirma ,mais de uma vez ,que ele morreu para salvar 
a todos nós, todavia não achava certo a igreja ter o poder de fazer suas próprias leis e 
interferir fortemente no Estado. Ele acreditava que o estado tinha que ser laico pq nem 
mesmo Deus( igreja) pode interferir nos assuntos do estado. 
 
 
QUARTA PARTE – DO REINO DAS TREVAS 
 
Ao introduzir a demonologia dos poetas gentios, isto é, suas fabulosas doutrinas 
referentes aos demônios, que nada mais são do que ídolos ou fantasmas do cérebro, sem 
qualquer natureza real própria, distinta da fantasia humana, como são os fantasmas dos 
mortos, e as fadas, e outros personagens de histórias de velhas. Essas fantasias se dão ao 
fato do ser humano necessitar de algo para culpar suas ações. Assim como o Estado que 
é visto como o Leviatã (um monstro bíblico) porém necessário para que o homem 
consiga viver em sociedade. Thomas Hobbes rejeitava a legitimidade de uma única 
autoridade como intérprete oficial da vontade divina.A falta de autoridade requeria a 
existência da intervenção do Estado sobre a religião e acarretava na impossibilidade de 
usar a Bíblia como lei. Na maior parte do Leviatã, dedicada a assuntos religiosos, visava 
a limitar o poder das facções religiosas na esfera política inglesa, argumentando o poder 
do Estado sobre a religião. “Por filosofia se entende o conhecimento adquirido por 
raciocínio a partir do modo de geração de qualquer coisa para as propriedades; ou 
das propriedades para algum possível modo de geração das mesmas, com o 
objetivo de ser capaz de produzir, na medida em que a matéria e a força humana o 
permitirem, aqueles efeitos que a vida humana exige.” 
 Hobbes inicia um dos seus últimos capítulos definindo o conhecimento empirista como 
atuante no processo de pensamento racional, a filosofia. Admite que o raciocínio com 
prudência faz com que o homem seja impassível de erros e condena a revelação 
sobrenatural. Além de fazer um resgate do contexto social antes da descoberta das 
“verdades gerais”, definidas pelo teórico político. 
 O filósofo explica que depois dos atenienses conseguirem domínio, após a derrota do 
exército persa, tornando ricas cidades marítimas da Europa e Ásia, não haviam 
pendências nem dentro, nem fora do país, exceto o compartilhamento de notícias e 
pensamentos filosóficos. Líderes do raciocínio moral como Platão e Aristóteles 
passavam o tempo discutindo suas opiniões. E isto virou motivo de revolta de vários 
políticos, incluindo Marco Pórcio Catão, citado por Hobbes, que com receio de que 
pensadores corrompessem os costumes dos jovens, denunciou tal situação ao Senado. 
Mesmo assim, foram criadas escolas e locais específicos para debates sobre temas 
cotidianos existenciais, onde a lei era exposta, lida e discutida. 
 Hobbes também se questiona sobre a utilidade das escolas e explica que os assuntos 
que absorvemos em geometria, definida por Hobbes como “mãe de toda ciência 
natural”, não estava presente nessas áreas de estudo. Platão foi um dos únicos filósofos 
que proibiram a entrada de indivíduos com ausência do conhecimento essencial. A 
estrutura racional presente nessas escolas era entendida pelo filósofo como “mais um 
sonho do que uma ciência”, apesar de representar um grande salto para os estudos 
acadêmicos aprofundados, porque faltava aprofundamento na geometria, enaltecida 
diversas vezes ao longo do livro. Segundo Hobbes, “... a natureza opera por movimento, 
cujos modos e graus não podem ser conhecidos sem o conhecimento das proporções e 
das propriedades de linhas e figuras”. A filosofia moral, não passava de visões 
romantizadas dos próprios ideais e não deveria ser ensinada ou absorvida. 
 Além disso, o que também vale para evolução dos conhecimentos gerais e científicos 
são as normas e costumes da lei civil, as concepções do que é justo e injusto, ao 
entendimento que eles estabelecem as regras do bom e do mau. Processo que no estado 
de natureza, ignorando-se a supremacia Estatal, é inexistente. Hobbes também reforça 
os cuidados com lógica individualista, e suas armadilhas, que seriam uma brecha para 
confundir e conclui com uma crítica à metafísica aristotélica. O escritor também 
menciona as universidades, que carregavam ensinamentos dos cursos; religião romana, 
direito romana e arte da medicina e o processo de dependência de outras filosofias do 
que ele menciona como filosofia prima, que carrega definições inegáveis sobre o corpo, 
o tempo, espaço, forma, matéria, essência, sujeito, substância, potência, ato, finito, 
infinito, quantidade, qualidade, movimento, ação e outros conceitos necessários à 
explicação das concepções do homem. Segundo Hobbes, a explicação destes termos é 
presente na metafísica, palavra de dois sentidos, contrários à razão natural, de 
considerações sobrenaturais. 
 O filósofo menciona as essências abstratas e formas substanciais que constituem a 
escolástica, segundo a Metafísica e admite que há uma difícil compreensão, mas facilita 
ao dizer que o uso das palavras servempara registrar a nós mesmos e expressar 
pensamentos e concepções do espírito. Hobbes menciona que algumas palavras são os 
nomes das coisas concebidas e outras são os nomes de nomes, ou de tipos de discursos 
como as afirmações, negações, verdadeiro, falso, silogismo, interrogação, promessa e 
contrato, outros servem para mostrar a conseqüência.

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