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Citologia - COC

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Citologia.pdf
1BiologiaCitologia
Avenida Presidente Kennedy, 2295 – Tel.: (16) 3238·6300
CEP 14095-210 – Lagoinha – Ribeirão Preto-SP
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SISTEMA COC DE ENSINO
Direção-Geral: Sandro Bonás
Direção Pedagógica: Zelci C. de Oliveira
Direção Editorial: Roger Trimer
Gerência pedagógica: Juliano de Melo Costa
Gerência Editorial: Osvaldo Govone
Gerência de Relacionamento: Giovanna Tofano
Ouvidoria: Regina Gimenes
Conselho Editorial: Juliano de Melo 
Costa, Osvaldo Govone, Sandro 
Bonás e Zelci C. de Oliveira
PRODUÇÃO EDITORIAL
Autoria: Aldo César Poltronieri
Editoria: Fernando Roma, Marcos 
Roberto Rodrigues e Renato Trevilato
Assistente editorial: Luzia H. Fávero F. López
Assistente administrativo: George R. Baldim
Projeto gráfico e direção de 
arte: Matheus C. Sisdeli
Preparação de originais: Marisa A. dos Santos 
e Silva e Sebastião S. Rodrigues Neto
Iconografia e licenciamento de texto: 
Cristian N. Zaramella, Marcela Pelizaro 
e Paula de Oliveira Quirino.
Diagramação: BFS bureau digital
Ilustração: BFS bureau digital
Revisão: Flávia P. Cruz, Flávio R. Santos, 
José S. Lara, Leda G. de Almeida e 
Maria Cecília R. D. B. Ribeiro.
Capa: LABCOM comunicação total
Fechamento: Edgar M. de Oliveira
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CAPÍTULO 01 ORGANIZAÇÃO CELULAR 7
1. Introdução 7
2.	 Células	procarióticas	 9
3.	 Células	eucarióticas		 10
4. Resumo 15
CAPÍTULO 02 BIOQUÍMICA CELULAR 19
1.	 Composição	química	da	célula	 19
2.	 Carboidratos	 19
3. Lipídios 23
4. Proteínas 32
CAPÍTULO 03 AÇÃO GÊNICA 41
1. Ácidos nucleicos 43
2. Duplicação do DNA 48
3. Transcrição 51
4.	 Código	genético	e	síntese	de	proteínas	 57
5. Síntese de proteínas 61
CAPÍTULO 04 MEMBRANA CELULAR 61
1.	 Membrana	plasmática	 63
2.	 Modelo	do	mosaico	fluido	 63
3.	 Especializações	da	membrana	plasmática	 64
4. Mecanismos de transporte 65
CAPÍTULO 05 SECREÇÃO E DIGESTÃO CELULAR 70
1.	 Complexo	golgiense	 70
2. Lisossomos 73
CAPÍTULO 06 BIOENERGÉTICA 79
1.	 Metabolismo	energético	 79
2.	 Molécula	de	ATP	 80
3. Fermentação 81
4. Respiração aeróbica 84
5. Respiração anaeróbica 87
6.	 Fotossíntese	 89
7.	 Fatores	limitantes	da	fotossíntese	 94
8.	 Resumo	das	reações	químicas	da	fotossíntese	 97
CAPÍTULO 07 NÚCLEO E DIVISÃO CELULAR 101
1.	 Introdução	 101
2.	 Componentes	do	núcleo	interfásico	 102
3.	 Cromossomos	 103
4.	 Divisão	celular	 110
5. Mitose 112
6. Meiose 117
7. Gametogênese 122
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 137
Capítulo	01	 139
Capítulo	02	 152
Capítulo	03	 166
Capítulo	04	 182
Capítulo	05	 198
Capítulo	06	 206
Capítulo	07	 236
Capítulo	08	 270
GABARITO 283
Teoria
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Citologia
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Biologia
1. Introdução
Biologia é a ciência da vida, isto é, a ciência que estuda os seres vivos e seus diferentes níveis de 
organização, desde a ordenação dos átomos que formam moléculas até os sistemas que formam 
o organismo completo. A biologia também trata das interações dos seres vivos entre si e destes 
com o ambiente, cuida dos mecanismos de hereditariedade, da evolução dos seres vivos, entre 
muitos outros aspectos. A área da biologia que estuda as células, sua organização, metabolismo 
e mecanismos de divisão celular é a citologia.
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A citologia é a área da Biologia que estuda as células
O estudo da célula é fundamental para entendermos a organização dos seres vivos e seu funcio-
namento. A célula é a unidade morfológica e fisiológica da maioria dos seres vivos, com exceção 
dos vírus, que são seres acelulares. 
No aspecto biológico, passamos a existir a partir de uma única célula, desde o momento da fecun-
dação, com a formação da célula-ovo resultante da união dos gametas dos nossos progenitores. 
A partir da célula-ovo, passamos pelo desenvolvimento embrionário, com a formação de tecidos 
(muscular, nervoso, conjuntivo), órgãos (pele, estômago, intestino) e sistemas (digestório, circu-
latório, genital), que constituem o organismo completo com trilhões de células.
A célula é a menor estrutura capaz de executar todas as atividades que caracterizam os seres 
vivos, o que torna o seu estudo parte fundamental na compreensão da Biologia.
As características apresentadas pelas células definem o organismo como um todo. Assim:
•	 quanto ao número de células, os seres vivos são unicelulares ou pluricelulares;
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Tripanossomas, seres unicelulares em meio às hemácias (A), e o seu 
transmissor, o inseto barbeiro, organismo pluricelular (B).
CAPÍTULO 01 ORGANIZAÇÃO CELULAR
Citologia
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Biologia
•	 quanto à capacidade de produzir alimento, os seres vivos são autótrofos (produ-
zem o seu próprio alimento) ou heterótrofos (não produzem o seu próprio alimento);
 
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Bactérias fotossintetizantes, seres autótrofos (A), e pássaros, seres heterótrofos (B).
•	 quanto à presença de carioteca, os seres vivos são procariontes (sem carioteca) ou euca-
riontes (com carioteca);
 
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Bactéria do gênero Rhizobium, ser procarionte (A), e cogumelos, organismos eucariontes (B).
•	 quanto à utilização do oxigênio, os seres vivos são aeróbios ou anaeróbios.
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Uma anêmona-do-mar, organismo aeróbio que utiliza o oxigênio da água para viver 
(A), e lombriga, organismo anaeróbio que vive no intestino humano (B).
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Biologia
2. Células procarióticas
As células procarióticas são caracterizadas pela ausência de envoltório ao redor do material genético 
da célula (DNA), denominado carioteca ou envoltório nuclear, e pela ausência de organelas membra-
nosas no seu interior. São exemplos de células procarióticas as bactérias e as cianobactérias.
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10 Dennis Kunkel M
icroscopy, Inc. / Visuals U
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Bactérias Salmonelle typhimurium invandindo uma cultura de células humanas. Fotomicroscopia eletrônica 
de varredura. Coloração digital (A). Cianobactérias, células procarióticas fotossintetizantes (B). 
A. Organização	celular	procariótica
A célula procariótica apresenta uma organi-
zação celular bastante simples se comparada 
com a célula eucariótica.
Ribossomos
Plasmídeo
Parede celular
Cápsula
Membrana
plasmática
Material genético
(DNA)
Célula procariótica com as suas 
estruturas celulares
Separando o meio extracelular do meio intra-
celular, a célula procariótica apresenta a mem-
brana plasmática ou plasmalema, que contro-
la o trânsito de substâncias entre os meios de 
maneira seletiva (permeabilidade seletiva). 
Sua composição é lipoproteica, ou seja, é for-
mada por moléculas de lipídios e proteínas.
Recobrindo a membrana plasmática, existe 
um envoltório denominado parede celular, 
mais espesso e rígido,
exercendo função de 
proteção. Sua composição química varia mui-
to entre as bactérias, no entanto, pode-se citar 
que é composta basicamente por peptideogli-
canos. Algumas bactérias apresentam, ainda, 
envolvendo a parede celular, uma cápsula que 
confere maior proteção à célula.
No meio intracelular, os ribossomos que 
participam da síntese de proteínas, são as 
únicas organelas da célula procariótica, não 
apresentando natureza membranosa, por 
isso se diz que células procarióticas não 
apresentam organelas membranosas.
O material genético (DNA) não é envolvido 
pela carioteca, ficando disperso pelo citoplas-
ma. A região ocupada por esse material gené-
tico é denominada nucleoide. As bactérias, 
além de apresentarem o DNA principal, po-
dem apresentar uma molécula de DNA menor, 
denominada plasmídeo. O plasmídeo pode 
conter genes que conferem resistência às bac-
térias contra antibióticos e pode ser transferi-
do de uma bactéria para outra em mecanis-
mos de recombinação gênica. A molécula de 
DNA principal e o plasmídeo são circulares, 
ou seja, não apresentam extremidades como 
o DNA de células eucarióticas. Algumas bacté-
rias apresentam flagelos para a locomoção.
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Biologia
No interior de todas as células, a região denominada citoplasma é preenchida por uma substância 
coloidal, o hialoplasma, local onde se encontra a maioria das organelas e onde ocorrem inúmeras 
reações químicas essenciais ao funcionamento e à sobrevivência da célula.
As cianobactérias possuem dobras de membrana associadas à ocorrência da fotossíntese. São as 
lamelas fotossintetizantes.
DNA
Ribossomos
Gotícula
de gordura
Camada
gelatinosa
Membrana
plasmática
Lamelas
fotossintéticasParede celular
Grânulo
de proteína
Célula de cianobactéria
3. Células eucarióticas 
As células eucarióticas apresentam o envoltório nuclear ou carioteca ao redor do material genéti-
co, havendo uma nítida separação entre citoplasma e núcleo. Apresentam, como as procarióti-
cas, membrana plasmática com a mesma função e composição. No entanto, diferem em muitos 
outros aspectos, como a presença de organe-
las membranosas, moléculas de DNA com ex-
tremidades, presença de nucléolo etc. Células 
animais e vegetais são eucarióticas.
A. Célula animal
As células animais não apresentam a parede 
celular, mas possuem uma série de outras es-
truturas citoplasmáticas.
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Células animais vistas ao microscópio óptico
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A.1. Organização celular animal
Complexo golgiense Lisossomos
Ribossomos
Centríolos
Carioteca
Retículo
endoplasmático
granuloso
Vesícula de secreção
Mitocôndria
Membrana
plasmática
Retículo 
endoplasmático
não granuloso
Nucléolo
Célula animal
A.2. Ribossomos
São corpúsculos formados por proteínas e RNA ribossômico e são responsáveis pela síntese de 
proteínas. Apresentam duas subunidades isoladas, dispersas pelo hialoplasma, que se juntam no 
momento da síntese de proteínas. O RNA ribossômico que compõe essas estruturas provém do 
nucléolo. 
Ribossomo
 Ribossomos vistos em microscopia eletrônica
A.3. Retículo	endoplasmático	granuloso	ou	ergastoplasma
Os retículos endoplasmáticos são formados por sistemas de membranas dobradas formando 
canais ou tubos, por onde substâncias podem ser transportadas para outras partes da célula.
O retículo endoplasmático granuloso apresenta ribossomos aderidos à sua superfície, participan-
do da síntese e exportação de proteínas para o meio extracelular.
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Biologia
 
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RBIS / Corbis (DC) / Latinstock
Retículo endoplasmático granuloso 
visto em microscopia eletrônicaA.4. Retículo	endoplasmático	não	granuloso	
Não possui ribossomos aderidos à sua superfície. Participa da síntese de lipídios, como os es-
teroides, essenciais para a produção dos hormônios esteroides, como os sexuais (estrógeno, 
progesterona e testosterona). Esse retículo contém enzimas que participam de processos de 
detoxicação ou destoxicação, ou seja, metabolização de substâncias tóxicas, como álcool, agro-
tóxicos, medicamentos etc.
 
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ited / Corbis / Corbis (DC) / Latinstock
Retículo endoplasmático não granuloso 
visto em microscopia eletrônica
A.5. Complexo golgiense 
O complexo golgiense é formado por um conjunto de sacos membranosos achatados e empilha-
dos de onde brotam vesículas. Essa estrutura celular está envolvida com várias funções, como 
a secreção celular, e a concentração de substâncias na célula. Posteriormente, outras funções 
serão estudadas.
Vesícula de secreção
 
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Biologia
A.6. Mitocôndria
As mitocôndrias são estruturas membranosas com a forma de bastões ou esféricas que estão 
envolvidas com a liberação de energia na célula. Utilizam o oxigênio em reações químicas para 
a produção de ATP, participando, assim, da respiração celular (aeróbica). Apresentam o seu pró-
prio DNA, RNA e ribossomos, sendo capazes de se autoduplicarem. 
 
Matriz mitocondrial
Crista mitocondrial
 
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ited / Corbis / Corbis (DC) / Latinstock
Mitocôndrias vistas em 
microscopia eletrônica
A.7. Lisossomo
O lisossomo é uma vesícula membranosa derivada do complexo golgiense que contém 
enzimas envolvidas com a digestão intracelular, tanto de substâncias capturadas do meio, quan-
to de estruturas celulares velhas e sem funcionamento. As etapas desse processo digestivo 
serão estudadas em outro capítulo.
 
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Lisossomos vistos em 
microscopia eletrônicaA.8. Peroxissomo
É uma vesícula muito parecida com o lisossomo, mas suas enzimas estão envolvidas com o pro-
cesso de detoxicação ou destoxicação, ou seja, metabolização de substâncias tóxicas. Por exem-
plo, 75% do álcool é metabolizado pelas enzimas do retículo não granuloso e 25% pelas enzimas 
do peroxissomo, principalmente em células do fígado (hepatócitos) e renais.
Outra substância metabolizada pelas enzimas dos peroxissomos é a água oxigenada (peróxido de 
hidrogênio), produzida como resíduo de reações químicas celulares. O peróxido de hidrogênio, tóxico 
para a célula, é decomposto em água e oxigênio, produtos atóxicos para a célula, devido à ação de 
uma enzima encontrada no interior do peroxissomo chamada de catalase.
A.9.	Centríolo
Os centríolos são estruturas proteicas constituídas por um conjunto de nove trincas de microtú-
bulos dispostos cilindricamente. Estão envolvidos com a formação de cílios, como os presentes 
na traqueia, e flagelos, como nos espermatozoides. Os centríolos participam das divisões celula-
res em células animais. A maioria dos vegetais não apresenta centríolos. Assim, como os ribosso-
mos, os centríolos são estruturas celulares não membranosas.
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Biologia
Microtúbulo
Corte transversal do centríolo
(9 conjuntos de túbulos triplos).
 
0,1 µm
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B. Célula vegetal
As células vegetais apresentam
a maioria das 
estruturas celulares encontradas nas células ani-
mais. Nas células da maioria dos vegetais, não 
são encontrados os centríolos. Os peroxissomos 
e os lisossomos estão ausentes ou são raros. As 
células das sementes possuem lisossomos que, 
durante a germinação, digerem as substâncias 
nutritivas armazenadas. Apresentam, reco-
brindo a membrana plasmática, a parede celu-
lar composta de celulose, que oferece proteção 
mecânica à célula vegetal.
Outras estruturas celulares são típicas de 
células vegetais.
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 Células vegetais vistas em 
microscopia óptica
B.1. Organização celular vegetal
Carioteca
Retículo
endoplasmático
granuloso
Retículo
endoplasmático
não granuloso
Membrana
plasmática
Mitocôndria
Cloroplasto
Complexo 
golgiense
Grande
vacúolo
Ribossomos
Nucléolo
Parede
celular
Célula vegetal
Corte transversal do centríolo 
(9 conjuntos de túbulos triplos). 
Centríolos vistos em 
microscopia eletrônica
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Biologia
B.2. Cloroplasto
Estas estruturas contêm o pigmento clorofila, que captura a energia luminosa permitindo que 
os vegetais realizem o processo de fotossíntese. Reações químicas que ocorrem nessa estrutura 
celular utilizam gás carbônico e água e produzem carboidratos (glicose) e oxigênio. Os cloroplas-
tos são organelas que apresentam o seu próprio DNA, RNA e ribossomos, sendo capazes de se 
autoduplicarem, assim como as mitocôndrias.
 
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18 Photoresearchers / Latinstock
 Esquema de um cloroplasto Cloroplasto visto em microscopia eletrônica
B.3. Vacúolos desenvolvidos
As células vegetais apresentam grandes vacúolos no seu interior. Essas estruturas funcionam 
como um grande reservatório armazenando substâncias. Além disso, regulam a entrada e a saída de água 
das células vegetais, participando do controle osmótico da célula. Os vacúolos dos vegetais podem 
conter enzimas envolvidas com a digestão intracelular. Sua membrana é denominada tonoplasto.
4. Resumo
Estruturas celulares Funções
Membrana plasmática Permeabilidade seletiva
Parede celular Proteção
Nucléolo Formação dos ribossomos 
Ribossomo Síntese de proteínas
Retículo endoplasmático granuloso Síntese de proteínas e transporte de substâncias
Retículo endoplasmático não granuloso Síntese de lipídios, detoxicação e transportes de substâncias
Complexo golgiense Secreção celular
Mitocôndria Respiração celular
Lisossomo Digestão intracelular
Peroxissomo Detoxicação
Centríolo Formação de cílios e flagelos
Cloroplasto Fotossíntese
Vacúolo desenvolvido Armazenamento e controle osmótico
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Biologia
01. UFSM-RS
I 
II
SOARES, J. L. Biologia. São Paulo: Scipione, 
vol.	único,	1999.	pp.	38	e	44.
As figuras I e II representam, respectivamente:
a. célula vegetal e célula animal.
b. célula animal e célula vegetal.
c. célula procariótica e célula eucariótica.
d. célula eucariótica e célula vegetal.
e. célula eucariótica e célula procariótica.
Resolução 
A célula I é uma célula eucariótica animal: 
apresenta núcleo e várias organelas membra-
nosas, como mitocôndrias e retículo endoplas-
mático.
A célula II é uma célula bacteriana: sem núcleo 
e com parede celular.
Resposta
E
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
02. UniCOC-SP
A figura a seguir apresenta um tipo celular e 
suas estruturas.
Parede
celular
Membrana
plasmática Retículo endoplasmáticonão granuloso 
Grande
vacúolo
Mitocôndria
CloroplastoRibossomos
Complexo golgiense
Retículo
endoplasmático
granuloso
Núcleo
1
2
3
4
5
6
É incorreto afirmar que:
a. trata-se de uma célula vegetal.
b. as estruturas celulares 1 e 2 não estão 
presentes na organização celular de 
uma bactéria.
c. as organelas 3 e 4 apresentam o seu 
próprio DNA.
d. 5 e 6 realizam a síntese de proteínas e 
a respiração celular, respectivamente.
e. a estrutura 4 é responsável pela libera-
ção de oxigênio.
Resolução
O complexo golgiense, representado em 6, 
está relacionado com a secreção celular e o ar-
mazenamento (acúmulo) de substâncias.
Resposta
D
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Biologia
LEITURA COMPLEMENTAR
Citoesqueleto 
O citoesqueleto é uma rede de filamentos de proteínas presentes no hialoplasma de células 
eucarióticas. Atua na manutenção da forma da célula, em movimentos celulares, no transpor-
te de substâncias e na adesão entre células adjacentes.
É formado por microtúbulos, microfilamentos e filamentos intermediários.
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Citoesqueleto de uma célula animal
 Microtúbulos: compostos por moléculas da proteína tubulina que podem aumentar ou diminuir o seu tamanho através da incorporação ou retirada de tubulinas.
Estão envolvidos com:
•	 a formação das fibras do fuso: durante as divisões celulares, a formação e o 
encurtamento dessas fibras tem relação com a polimerização ou despolime-
rização da tubulina.
•	 a	formação	dos	centríolos:	os	centríolos	são	formados	por	9	trincas	de	mi-
crotúbulos dispostos cilindricamente.
•	 a formação de cílios e flagelo: essas estruturas originam-se pela expansão de 
dois microtúbulos de cada trinca de um centríolo presente na base dessas 
estruturas, com a formação posterior de um par de microtúbulos centrais 
(estrutura	9	+	2),	promovendo	a	distensão	da	membrana	plasmática.
Microtúbulo
 
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Biologia
Microtúbulos
Centríolo 
Microtúbulos centrais
Membrana
plasmática
Estrutura 9 + 2 de um flagelo
Dupla de microtúbulos
periféricos
 
 
Microfilamentos: compostos pela proteína actina (proteína intracelular mais 
abundante), e também chamados de filamentos de actina.
Estão envolvidos com:
•	 citocinese em células animais – a contração dos microfilamentos propor-
cionam o estrangulamento da célula animal no final das divisões celula-
res, promovendo a divisão do citoplasma.
•	 movimentos ameboides e ciclose – a concentração dos microfilamentos 
no hialoplasma é responsável pela formação dos pseudópodes e a sua 
contração, pela formação de correntes citoplasmáticas (ciclose) que dis-
tribuem nutrientes e movimentam organelas.
•	 contração muscular – os filamentos de actina podem associar-se a outros 
filamentos proteicos, denominados filamentos de miosina, compondo as 
miofibrilas das células musculares, atuando na contração muscular.
Filamentos intermediários: compostos por vários tipos de proteínas e estão 
presentes em diversos tipos celulares. Apresentam esse nome porque têm diâ-
metro intermediário aos microtúbulos e microfilamentos.
Estão envolvidos com:
•	 sustentação mecânica – oferece rigidez às células.
•	 adesão celular – presente nos desmossomos de células vizinhas.
Microfilamento
Filamento 
intermediário
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Biologia
1. Composição química da célula
Uma das evidências da evolução biológica e da 
ancestralidade comum dos seres vivos é que 
todas as formas de vida possuem composição 
química semelhante. 
Na composição química das células dos seres 
vivos, estudamos dois grandes grupos de subs-
tâncias: as substâncias inorgânicas e as subs-
tâncias orgânicas. 
São classificadas como substâncias inorgâni-
cas a água e os sais minerais. São substâncias
orgânicas os carboidratos, os lipídios, as pro-
teínas e os ácidos nucleicos. As substâncias or-
gânicas são formadas por cadeias carbônicas 
com diferentes funções orgânicas.
Dos elementos químicos encontrados na na-
tureza, quatro são encontrados com maior 
frequência na composição química dos seres 
vivos. Esses elementos são o carbono (C), o 
oxigênio (O), o nitrogênio (N) e o hidrogênio 
(H). Além desses quatro elementos, outros são 
biologicamente importantes, como o sódio 
(Na), o potássio (K), o cálcio (Ca), o fósforo (P), 
o enxofre (S), entre outros.
Apesar de existirem inúmeras maneiras des-
ses elementos combinarem-se para a forma-
ção das substâncias inorgânicas e orgânicas, 
alguns tipos de substâncias existem em maior 
quantidade nos seres vivos. 
CAPÍTULO 02 BIOQUÍMICA CELULAR
Água 75-85%
Outras substâncias 1%
Ácidos nucleicos 1%
Carboidratos 1%
Lipídios 2-3%
Proteínas 10-15%
Gráfico mostrando a porcentagem média das 
principais substâncias químicas dos seres vivos
Para que ocorra a produção dessas molécu-
las, muitas reações químicas devem ocorrer. O 
metabolismo é o conjunto de reações quími-
cas que ocorre em uma célula, órgão ou um 
organismo. Ele inclui o anabolismo, que cor-
responde à síntese de moléculas, e o catabolismo, 
que corresponde à degradação de moléculas 
maiores em moléculas menores.
2. Carboidratos
Os carboidratos são moléculas formadas por 
átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. 
Essas moléculas também são chamadas de hi-
dratos de carbono, glicídios ou sacarídeos.
Os vegetais, as algas e algumas bactérias pro-
duzem glicose na fotossíntese a partir de gás 
carbônico (CO2), água (H2O) e energia lumino-
sa. A glicose produzida na fotossíntese pode 
ser utilizada como fonte de energia na respiração 
celular, ser armazenada na forma de amido nos 
caules e nas raízes dos vegetais ou, ainda, ser uti-
lizada na formação de celulose presente na pare-
de celular dos vegetais e das algas.
Respiração
celular
Célula vegetal
Mitocôndria
Fonte de energia no processo
de respiração celular
Caule
Raiz
Armazenamento na forma
de amido em caules e raízes
Parede
celular
Participar da formação da
celulose presente nas
paredes das células vegetais.
Os carboidratos apresentam funções energéticas e estruturais.
Os carboidratos são classificados de acordo com o tamanho, em monossacarídeos, oligossacarí-
deos e polissacarídeos.
Citologia
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Biologia
A. Monossacarídeos
Os monossacarídeos são carboidratos simples que não precisam sofrer digestão quando são in-
geridos, possuem fórmula geral CnH2nOn, em que o valor de n varia entre 3 e 7. O nome dos mo-
nossacarídeos é dado pelo valor de n.
n Nome do monossacarídeo
3 Trioses
4 Tetroses
5 Pentoses
6 Hexoses
7 Heptoses
Os mais abundantes são as hexoses, com fórmula geral C6H12O6, como a glicose, a frutose e a ga-
lactose. Esses carboidratos são utilizados como fonte de energia na respiração celular.
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A glicose está presente no mel. A frutose está presente 
nas frutas.
A galactose está 
presente no leite.
As pentoses, como desoxirribose e ribose, possuem papel estrutural, pois são componentes das 
moléculas dos ácidos nucleicos, DNA e RNA, respectivamente.
Desoxirribose
Ribose
O monossacarídeo desoxirribose faz parte da composição do DNA e o 
monossacarídeo ribose faz parte da composição do RNA.
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Biologia
B. Oligossacarídeos
São	carboidratos	formados	pela	união	de	2	até	10	unidades	de	monossacarídeos.	Os	mais	conhe-
cidos são os dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos.
Dissacarídeo Unidades formadoras Fonte Papel biológico
Sacarose Gicose	+	frutose Cana e beterraba Energético
Maltose Glicose	+	glicose Cereais Energético
Lactose Glicose	+	galactose Leite Energético
Os dissacarídeos presentes nos alimentos não são aproveitados diretamente pelo organismo. 
Essas moléculas precisam ser digeridas (hidrolisadas) pela ação de enzimas específicas em suas 
unidades formadoras (monossacarídeos) para serem absorvidas nas microvilosidades intestinais 
e, então, chegarem até as células, via corrente sanguí nea.
C H O H O C H O C H O
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hidrólise
síntese12 22 11 2 6 12 6 6 12 6
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( aacarose água frutose) ( ) ( ) ( )glicose
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23 Parazit / Dream
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24 Antonia / Dream
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A sacarose é extraída da cana para produção 
de açúcar, presente em vários alimentos.
A lactose está presente no leite.
A maltose está presente nos cereais.
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C. Polissacarídeos
São	moléculas	orgânicas	formadas	pela	união	de	mais	de	10	moléculas	de	monossacarídeos.
Ao contrário dos monossacarídeos e dos dissacarídeos, os polissacarídeos são, geralmente, inso-
lúveis em água.
Citologia
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Biologia
Polissacarídeos Unidades formadoras Fonte Papel biológico
Amido Glicose Raízes (mandioca) e caule (batatinha)
Reserva energética 
vegetal
Glicogênio Glicose Músculo e fígado Reserva energética animal
Celulose Glicose Células vegetais Estrutural
Quitina Glicose Exoesqueleto de artrópodes Parede celular de fungos Estrutural
O amido é o polissacarídeo de reserva energética dos vegetais, sendo armazenado nas células do 
parênquima amilífero de caules (batatinha) e raízes (mandioca).
O glicogênio é o polissacarídeo de reserva energética animal, sendo armazenado no fígado e nos 
músculos.
Os polissacarídeos necessitam sofrer digestão para liberarem as glicoses para serem utilizadas 
como fonte de energia celular.
A celulose é o carboidrato mais abundante do planeta, rica em glicose, no entanto os animais 
não possuem a enzima celulase e, portanto, não conseguem digeri-lo. Mesmo assim, a ingestão 
de alimentos ricos em celulose é importante para o bom funcionamento do intestino. Animais, 
como os ruminantes, possuem em seu sistema digestório micro-organismos como bactérias, que 
digerem a celulose. Os cupins podem aproveitar a celulose da madeira por terem protozoários 
produtores de celulase em seu intestino.
A quitina é um polissacarídeo rígido e resistente que contém átomos de nitrogênio na molécula. 
Constitui o esqueleto externo dos artrópodes, como os insetos, crustáceos e aracnídeos, e entra 
na composição da parede celular de fungos.
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O amido é um polissacarídeo de reserva energética dos vegetais. 
A celulose forma a parede celular vegetal.
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O glicogênio é o polissacarídeo de reserva energética dos animais (A). O exoesqueleto 
dos artrópodes, como o do escorpião, é constituído de quitina (B).
Muitos outros carboidratos estão presentes
nos seres vivos exercendo funções importantes, 
como a integridade e o bom funcionamento celular. Por exemplo, nos tecidos animais, a compac-
tação entre as células é facilitada pela presença do polissacarídeo ácido hialurônico ("cimento" 
intercelular).
A heparina também é um importante polissacarídeo que atua na circulação como anticoagulante, 
principalmente em regiões de grande irrigação, como pulmões e fígado.
3. Lipídios
Os lipídios são moléculas orgânicas que apresentam em sua composição ácidos graxos e um tipo 
de álcool.
De um modo geral, são substâncias pouco solúveis em água e solúveis em compostos orgânicos apolares, 
como éter, benzeno, clorofórmio e álcool.
Os lipídios podem ser classificados em glicerídios, fosfolipídios, esteroides e cerídios.
A. Glicerídios
São formados pela união de ácidos graxos e um álcool, o glicerol. Em gorduras e óleos, encontra-
mos três moléculas de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerol, formando o triglicéride 
ou triglicerídio.
A molécula de triglicerídio é o principal componente das gorduras animais. É a forma que as cé-
lulas utilizam para armazenar energia, quando recebem mais nutrientes energéticos do que estão 
consumindo. Carboidratos e proteínas podem ser transformados em gordura quando ingeridos 
em excesso e, desse modo, ocorre o aumento da massa corporal do organismo. De uma maneira 
geral, os lipídios fornecem mais calorias para o organismo do que os carboidratos e as proteínas.
As gorduras são os lipídios de reserva energética dos animais e ficam armazenadas no tecido 
adiposo localizado abaixo da pele. 
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É comum encontrarmos gordura em alimentos como carnes, bacon e leite.
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As gorduras também funcionam como isolantes térmicos. A espessa camada 
de gordura que mamíferos e aves têm sob a pele dificulta a perda de calor 
e é uma importante adaptação para a vida em regiões de clima frio.
Os óleos são lipídios de reserva energética dos vegetais e estão concentrados principalmente nas 
sementes dos vegetais, como soja, girassol, amendoim, milho, oliveira, entre outros. Esses óleos 
são comumente utilizados em nossa alimentação.
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Os óleos são encontrados nas sementes de soja, girassol, amendoim e milho.
A partir dos óleos vegetais, são produzidas as gorduras vegetais, conhecidas como margarinas, 
conseguidas por meio de reações de hidrogenação com aquecimento.
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A margarina é produzida por reações de 
hidrogenação a partir do óleo vegetal, ocorrendo 
mudança do seu estado físico de líquido para sólido.
B. Fosfolipídios
Os fosfolipídios são formados por glicerol, áci-
dos graxos e um grupo fosfato. Os fosfolipídios 
são os principais componentes das membra-
nas plasmáticas das células dos seres vivos.
Fosfolipídios
Membrana plasmática
C. Esteroides
São lipídios formados por ácidos graxos e por 
alcoóis de cadeia cíclica, como o colesterol 
nos animais e o ergosterol nos vegetais, sendo 
este último precursor da vitamina D, sob ação 
dos raios solares.
Apesar da sua fama de vilão, estando envolvi-
do com doenças cardiovasculares, o colesterol 
é muito importante para o funcionamento do 
organismo:
•	 participa da formação dos hormônios 
esteroides, como os hormônios sexuais 
(estrógeno, progesterona e testostero-
na), importantíssimos para o desenvol-
vimento das características sexuais e 
fertilidade.
CH3
HC CH3
CH2
CH2
CH2
HC CH3
CH3
HO
Colesterol
O
CH3
CH3
CH3
Testosterona
HO
OH
CH3
CH3
Estrógeno
O
C
CH3
CH3
Progesterona
CH3
O
Esteroides
Os hormônios sexuais são formados 
a partir do colesterol
•	 entra na composição dos sais biliares, im-
portantes na emulsificação de gorduras.
•	 faz parte da membrana plasmática dos 
animais, sendo responsável por regular 
a fluidez da membrana.
O nosso organismo produz a maior parte do co-
lesterol e uma pequena parte é proveniente da 
alimentação. O colesterol é transportado pelo or-
ganismo associado a lipoproteínas: a HDL (high 
density lipoprotein ou lipoproteína de alta 
densidade), que é chamada de colesterol bom, 
e LDL (low density lipoprotein ou lipoproteína 
de baixa densidade), chamada de colesterol 
ruim. As LDL transportam o colesterol do fíga-
do, onde é produzido, ou do intestino, onde é 
absorvido, para os tecidos do corpo, podendo, 
em excesso, depositar-se nos vasos sanguíne-
os, dificultando a passagem do sangue e cau-
sando a aterosclerose. As HDL transportam o 
excesso do colesterol dos tecidos até o fígado, 
onde é metabolizado e eliminado na forma de 
sais biliares. Praticar atividades físicas, evitar 
situações de estresse, evitar o uso de cigarros 
e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas 
são fatores que contribuem para aumentar o 
nível de HDL e diminuir o LDL.
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O depósito do colesterol em vasos do organismo, como as artérias coronárias, 
que irrigam o músculo cardíaco, ou em vasos do cérebro dificulta a passagem 
do sangue, podendo provocar infartos e isquemias cerebrais.
D. Cerídeos
As ceras são lipídios formados por ácidos graxos e um álcool de cadeia longa. As ceras são mate-
riais de revestimento e proteção nos animais, como a cera do ouvido e dos cabelos e pelos. Nos 
vegetais, recobrem a superfície das folhas e a casca de frutos, evitando o ressecamento excessivo. 
As abelhas as utilizam na construção da colmeia.
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As ceras são materiais de revestimento e proteção nos animais, como a cera do ouvido e a 
cera de abelha, usada na construção de colmeias. Nos vegetais, as ceras têm papel biológico de 
revestimento e produção de superfícies de frutos e folhas, evitando a perda excessiva de água.
01. UFSC
Considere os compostos, apresentados na co-
luna superior, e as características, apresenta-
das na coluna inferior e, em seguida, assinale 
com V (verdadeiro) ou F (falso) as proposições 
adiante.
I. água
II. sal mineral
III. monossacarídeo
IV. lipídio
A. molécula mais abundante na matéria 
viva
B. composto orgânico
C. composto inorgânico
D. tipo de carboidrato
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a. ( ) III – D
b. ( ) II – A
c. ( ) III – B
d. ( ) I – B
e. ( ) IV – B
Resolução
a) V. Os monossacarídeos fazem parte dos 
carboidratos.
b) F. A água é a molécula
mais abundante na 
matéria viva.
c) V. Os monossacarídios são moléculas or-
gânicas.
d) F. A água é um composto inorgânico.
e) V. Os lipídios são compostos orgânicos.
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Citologia
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Biologia
02. Mackenzie-SP
As substâncias usadas pelos organismos vivos 
como fonte de energia e como reserva energé-
tica, são, respectivamente:
a. água e glicídios.
b. água e sais minerais.
c. lipídios e sais minerais.
d. glicídios e sais minerais.
e. glicídios e lipídios.
Resolução
Os glicídios (açúcares) e os lipídios estão rela-
cionados com o metabolismo energético dos 
seres vivos.
–	Açúcares	→	fonte	imediata	de	energia
–	Lipídios	→	reserva	energética
Resposta
E
LEITURA COMPLEMENTAR
Componentes inorgânicos das células: água e sais minerais
Água
•	 Os seres vivos apresentam de 65% a 85% de água na sua composição (dependendo da 
espécie, da idade e da atividade metabólica). Tecidos mais jovens ou com maior atividade 
metabólica apresentam maior teor de água.
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Idade
Nos seres vivos, a taxa de água decresce com a idade, ou seja,
o teor de água nos tecidos diminui com o envelhecimento.
Idade do
ser humano
0 - 2 anos
2 - 5 anos
5 - 10 anos
10 - 15 anos
15 - 20 anos
20 - 40 anos
40 - 60 anos
> 60 anos
75 a 80
70 a 75
65 a 70
63 a 65
60 a 63
58 a 60
50 a 58
< 50
Percentual de água
no organismo
•	 Principal componente dos seres vivos
•	 Atua como solvente das reações químicas dos seres vivos e participa das reações de hidrólise.
•	 Transporta substâncias, como no sangue, seivas e urina.
•	 Possui ação lubrificante, como, por exemplo, o líquido sinovial da articulação do joelho.
•	 Exerce proteção térmica, como no mecanismo de transpiração, dissipando parte do calor. 
Citologia
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Biologia
Sais minerais – Forma de íons
Cálcio
Ativador enzimático, contração muscular, coagulação
sanguínea e componente estrutural dos ossos.
Corte de osso
VeiaVeia
HO — P — O Ca2+
OH
O
Fosfato de cálcio
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CélulaCélula
ósseaóssea
Ferro
É o componente estrutural da molécula
de hemoglobina, responsável pelo 
transporte de oxigênio pelo sangue.
Glóbulo
vermelhovermelho
Heme
Molécula de hemoglobinaMolécula de hemoglobina
H3C
H3C
CH
CH3
CH3
CH2
C
C
C
Ferro
HO
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NH—Fe—NH
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H2C
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Biologia
Magnésio
É componente estrutural da molécula de clorofila, sendo a 
principal molécula do processo de fotossíntese.
Planta
Folha Célula vegetal Cloroplasto
MagnésioMagnésio
H CH2
COOCH3
CH3
CH3
H3C
H3C C2H5
H
H
H
H
H
O
N NN
N NN
HMg
I II
IV
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III
C
CH2
CH2
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C
CH2
CH2
CH2
CH3
HC
CH2
CH2
CH2
CH3
HC
CH2
CH2
CH2
CH3CH3
CH3
Clorofila
Na+ Na+
Na+ Na+
Sódio e potássio
São os principais responsáveis pelas alterações elétricas que uma
célula nervosa sofre quando está conduzindo o impulso nervoso.
Área de repolarização
 Cloro
•	 Auxilia na digestão estomacal na forma de HCl e constitui o principal íon negativo do 
meio extracelular.
 Sódio
•	 Atua juntamente com o potássio na 
condução do impulso nervoso, sen-
do o mais abundante íon positivo do 
meio extracelular.
 Potássio
•	 Atua juntamente com o sódio na 
condução do impulso nervoso, sen-
do o mais abundante íon positivo do 
meio intracelular.
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Biologia
 
Iodo
É componente da tiroxina, o principal hormônio produzido pela glândula tireoide. A 
tiroxina é responsável pelo estímulo do metabolismo das células de várias regiões 
do corpo.
Fósforo 
O fósforo, na forma de íon fosfato, é o componente estrutural dos ácidos nucleicos – 
DNA, RNA e da molécula de ATP.
Flúor
É componente dos ossos e dos dentes e auxilia no endurecimento destes. Nos dentes, 
os íons fluoretos acumulam-se na forma de fluorapatita, resistentes às cáries.
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Citologia
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Biologia
4. Proteínas
As proteínas são macromoléculas orgânicas que apresentam múltiplas funções nos seres vivos. 
Em certas situações, podem até ser utilizadas como fonte de energia.
Classe Exemplo
Enzimas Tripsina, amilase
Transporte Hemoglobina, mioglobina
Contráteis Actina, miosina
Protetoras Anticorpos, fibrinogênio
Hormônios Insulina, prolactina
Estruturais Colágeno, elastina
São formadas por unidades básicas denominadas aminoácidos.
A. Aminoácidos
Diferentemente dos carboidratos e das gorduras, formados basicamente por átomos de carbono, de 
hidrogênio e de oxigênio, os aminoácidos possuem também átomos de nitrogênio nas suas moléculas.
 
H N2 C
R
C
O
OHH
Fórmula geral de um aminoácido
Pode-se observar, nessa molécula de aminoácido, a coexistência de dois radicais importantes: 
um grupamento amina (NH2) e um grupamento carboxila (COOH). Como o grupamento carboxila 
caracteriza um conjunto de substâncias chamadas ácidos carboxílicos, a molécula recebe a desig-
nação de aminoácido.
Note, ainda, um radical representado pela letra R. Trata-se de um radical que varia de um amino-
ácido	para	outro.	Existem	20		tipos	de	aminoácidos	que	entram	na	composição	das	proteínas	dos	
seres vivos e eles se distinguem entre si pelo radical que apresentam. Pode ser um simples átomo 
de hidrogênio, como no aminoácido glicina, ou um grupamento CH3, como na alanina.
 H
O
OH
NH2
H
C C
A
 
H3C
H
CNH2
O
OH
C
B
Os aminoácidos glicina (A) e alanina (B)
A.1. Tipos de aminoácidos
Os	vegetais	conseguem	produzir	os	20	tipos	diferentes	de	aminoácidos.	No	entanto,	os	seres	
heterótrofos não conseguem produzir todos. São chamados de aminoácidos naturais aque-
les que são produzidos pelo próprio organismo. Os aminoácidos podem ser sintetizados a 
partir de carboidratos graças à transferência do grupo NH2 das proteínas da dieta ou, ainda, 
da transformação de um aminoácido em outro. Os aminoácidos que não podem ser produ-
zidos e precisam ser obtidos pela alimentação são chamados de aminoácidos essenciais. 
Alimentos como carnes, ovo, leite, soja e feijão são riquíssimos em proteínas e, consequen-
temente, em aminoácidos.
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Biologia
A.2. União entre os aminoácidos
A ligação entre dois aminoácidos sempre acontece da mesma forma: o grupamento amina de 
um aminoácido liga-se ao grupamento carboxila de outro, com a saída de uma molécula de água, 
sendo considerada uma reação de desidratação. A ligação química que une os aminoácidos é 
chamada ligação peptídica.
R 
C C
O 
OH
H
N
H
H
R 
C C
O 
OH
H
N
H
H
Aminoácido Aminoácido
O 
OH
R 
C C
R O 
C
H
N
H
H
Ligação
peptídica
N C
H H
+ H2O
Dipeptídeo
+
1 2 2 1 
Ligação peptídica entre dois aminoácidos
O composto formado na união de dois aminoácidos é um dipeptídeo.	Cadeias	com	10	ou	menos	
aminoácidos são oligopeptídeos. Cadeias maiores são chamadas de polipeptídeos.
Observe que, no dipeptídeo formado, uma das extremidades possui um grupo amina, que 
pode se ligar à carboxila de um outro aminoácido. A outra extremidade tem um grupo carbo-
xila, que pode se ligar ao grupo amina de um outro aminoácido. Dessa forma, os aminoácidos 
podem se encadear, formando longas sequências contendo centenas ou milhares deles.
O número de ligações peptídicas de uma proteína depende da quantidade de aminoácidos que 
ela possui.
nº de ligações peptídicas = nº de aminoácidos – 1
Se	uma	proteína	possui	300	aminoácidos,	ela	tem	299	ligações	peptídicas	entre	eles,		tendo	sido	
formadas	299	moléculas	de	água	na	síntese	dessa	proteína.
Uma proteína pode se diferenciar de outra pelo número de aminoácidos, pelos tipos de aminoá-
cidos e pela sequência dos aminoácidos. Assim, duas proteínas que tenham o mesmo número e 
os mesmos tipos de aminoácidos podem ainda não serem iguais.
B. Estruturas das proteínas
A sequência linear de aminoácidos que compõe uma proteína define a estrutura primária dessa 
proteína.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 2019 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Phe Val Asn Gln His Leu Cys Gly Ser His Leu Val Glu Ala Leu Try Leu Val Cys Gly Glu Arg Gly Phe Phe Tyr Thr Pro Lys Ala 
Estrutura primária de uma proteína (cada sigla representa o nome de um aminoácido)
Logo ao ser formado, o filamento de aminoácidos da proteína vai se enrolando sobre si mes-
mo, formando uma helicoidal chamada alfa-hélice. É uma estrutura relativamente estável, 
cujas voltas são mantidas por ligações de hidrogênio que se estabelecem entre aminoácidos 
diferentes na cadeia, sendo esta forma denominada estrutura secundária.
Estrutura secundária de uma proteína
PV
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11
Citologia
33
Biologia
Os aminoácidos continuam estabelecendo en-
tre si outros tipos de atrações, além das pon-
tes de hidrogênio, como as ligações dissulfe-
to. Isso faz com que a proteína dobre sobre si 
mesma, adquirindo uma forma espacial deno-
minada estrutura terciária.
CH2
CH2
O
H
O
HO — C
Ponte de 
hidrogênio
Ponte de 
dissulfeto
CH2
S
S
CH2
Estrutura terciária
A maioria das proteínas dos seres vivos só terá 
atividade biológica após adquirir a estrutura 
terciária.
Algumas proteínas podem apresentar a estru-
tura quaternária, que corresponde a um agru-
pamento de duas ou mais cadeias terciárias 
unidas entre si, como ocorre na hemoglobina.
A molécula de hemoglobina é formada 
por quatro cadeias proteicas terciárias 
e é responsável pelo transporte 
de oxigênio para os tecidos.
C. Desnaturação das proteínas
A posição na qual se estabelecem as ligações 
de hidrogênio, assim como as outras formas 
de interação, dependem da sequência de 
aminoácidos da proteína, ou seja, de sua 
estrutura primária. Uma alteração na cadeia 
de aminoácidos faz com que essas ligações 
se formem em locais diferentes dos habi-
tuais. Isso pode ocasionar mudanças nas 
estruturas das proteínas, fazendo com que 
elas tenham uma configuração espacial di-
ferente, comprometendo a sua função. No 
entanto, essas alterações espaciais podem 
ocorrer, sem que haja a mudança na posição 
dos aminoácidos, induzidas por fatores do 
meio, como variação brusca de pH, aumento 
excessivo de temperatura, choques mecâni-
cos ou osmóticos, substâncias químicas etc. 
Quando isso ocorre, a proteína perde a sua 
atividade biológica, sendo esse processo 
conhecido como desnaturação.
Desnaturação
Proteína desnaturada
Proteína na forma original
Desnaturação de uma proteína
Ao romper as ligações originais, a molécula 
da proteína passa a estabelecer novas do-
bras ao acaso. Geralmente, as proteínas tor-
nam-se insolúveis quando se desnaturam.
Isso acontece, por exemplo, com a albumi-
na da clara do ovo. Crua, ela é transparente 
e fluida; ao ser cozida, torna-se branca e con-
sistente.
A desnaturação das proteínas do leite expli-
ca a formação da coalhada. Quando o leite 
é submetido à ação de bactérias, a lactose, 
dissacarídeo presente no leite, sofre fer-
mentação e origina ácido láctico, azedando 
o leite. Com a acentuada redução do pH, as 
proteínas do leite (a lactoalbumina e a caseína) 
desnaturam-se, tornando-se insolúveis e 
precipitando. O leite perde a sua consistên-
cia líquida normal, tornando-se pastoso.
Citologia
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34
Biologia
Na desnaturação, a sequência de aminoácidos das proteínas não se altera e nenhuma li-
gação peptídica é rompida. Isso demonstra que as atividades biológicas e as propriedades 
físico-químicas das proteínas não dependem apenas da sua estrutura primária, embora essa 
seja o fator determinante da sua forma espacial. Algumas proteínas desnaturadas, ao serem 
devolvidas para o seu meio original, podem recuperar a sua configuração espacial normal, 
renaturando-se. Entretanto, quando a desnaturação ocorre por elevações extremas de tem-
peratura ou alterações muito intensas do pH, as modificações, geralmente, são irreversíveis. 
A clara do ovo, que se solidifica ao ser cozida, não se liquefaz novamente ao esfriar.
©
47
 G
iu
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pp
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Pa
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 S
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48
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oc
hi
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Sh
ut
te
rs
to
ck
 A mudança do estado físico da albumina da clara do ovo e a 
precipitação das proteínas do leite são exemplos de desnaturação por 
elevação de temperatura e variação de pH, respectivamente.
D. Enzimas
As enzimas são proteínas que atuam como catalisadores biológicos ou orgânicos, ou seja, acele-
ram a velocidade das reações químicas nos seres vivos. As enzimas não são consumidas nas rea-
ções que catalisam, sendo assim, uma mesma enzima pode executar mais de uma vez a mesma 
reação química. Isso traz vantagem em termos energéticos, já que uma quantidade menor de 
enzimas é necessária para catalisar as reações químicas de uma quantidade maior de substrato. 
Além disso, as enzimas diminuem a energia de ativação necessária para que a reação química 
aconteça.
En
er
gi
a
Sentido da reação
Energia de ativação
sem enzima
Reagentes
Produtos
Energia de
ativação
com enzima 
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Citologia
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Biologia
D.1. Cofatores	enzimáticos
Algumas enzimas só atuam quando estão ligadas a uma outra partícula, chamada cofator. Esse 
cofator pode ser um íon metálico (zinco, ferro, magnésio etc.) ou uma molécula orgânica. Nesse 
último caso, o cofator é designado por coenzima. As vitaminas da dieta atuam, geralmente, como 
coenzimas, ativando enzimas importantes no metabolismo celular. Geralmente, a deficiência de 
sais minerais e vitaminas acarreta alterações nas reações químicas catalisadas por enzimas que 
necessitam dessas substâncias.
D.2. Interação entre enzima e substrato
Os reagentes de uma reação enzimática são chamados de substratos. O nome de uma enzima 
pode indicar o substrato sobre o qual ela age e, geralmente, apresenta a terminação-ase (amila-
se, lactase, sacarase, entre outras) ou o tipo de reação química que ela catalisa (desidrogenase, 
transaminase, hidrolase, entre outras). Veja alguns exemplos da ação da enzima sobre seus subs-
tratos e os produtos formados.
Enzima Substrato Produtos
Sacarase Sacarose Glicose	+	frutose
Lactase Lactose Glicose	+	galactose
Maltase Maltose Glicose	+	glicose
As enzimas atuam oferecendo aos substratos um local para eles
se aderirem e onde a reação irá 
ocorrer. O choque entre as moléculas dos reagentes, que dependia apenas do acaso, passa a ser 
facilitado pelo encaixe dos reagentes nas moléculas das enzimas. Em uma molécula de enzima, o 
lugar adequado para o encaixe das moléculas reagentes é o centro ativo da enzima.
A ligação entre os substratos e o centro ativo é muito precisa, semelhante à relação existente en-
tre uma fechadura e a sua respectiva chave. A estrutura do centro ativo depende da configuração 
espacial da molécula da enzima. A ligação da enzima com o seu respectivo substrato tem elevada 
especificidade. A seguir, mostramos esse mecanismo de encaixe da enzima [E] com o substrato 
[S], formando o complexo enzima-substrato [ES].
 
G
F
G
F
G
F
+ +
Centros ativos
Enzima
sacarase
Substrato
sacarose Complexo
enzima-substrato
Enzima
sacarase
Produtos
da reação
Interação entre enzima e substrato
Citologia
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Biologia
D.3. Desnaturação	enzimática
Uma enzima é um proteína, embora nem toda proteína seja uma enzima, portanto, é passível de 
sofrer desnaturação, ocorrendo perda da sua atividade biológica. Essa perda é devida à mudança 
espacial nos centros ativos da enzima, onde se encaixava a molécula de substrato. A mudança na 
estrutura enzimática faz com que a forma do centro ativo não seja mais compatível à do substra-
to. Caso essa alteração seja irreversível, essa enzima estará permanentemente inutilizada.
Temperatura
Enzima
+ +
Substrato Enzima
desnaturada
Substrato
Desnaturação da enzima por elevação excessiva de temperatura. 
Note as mudanças ocorridas nos centros ativos.
D.4. Fatores	que	interferem	na	atividade	enzimática
•	 Concentração do substrato
Se a concentração da enzima for constante, aumentos sucessivos na concentração do substrato 
são acompanhados por aumentos cada vez menores na velocidade da reação.
Velocidade da reação
Concentração de substrato
Saturação
Efeito da concentração do substrato sobre a velocidade da reação
Atinge-se um ponto no qual novos aumentos não provocarão elevação na velocidade. Ao ser 
alcançada a velocidade máxima, a enzima encontra-se saturada e não pode atuar mais rapida-
mente. Todas as moléculas da enzima encontram-se em atividade.
•	 Temperatura
Sabe-se que a velocidade das reações químicas aumenta com a 
elevação da temperatura. Todavia, nas reações catalisadas por 
enzimas, a velocidade tende a diminuir quando a temperatura 
torna-se muito elevada devido ao fenômeno da desnaturação.
Existe uma temperatura na qual a atividade da enzima é máxima, 
é a temperatura ótima de ação da enzima. Nos animais homeo-
térmicos, capazes de manter constante a temperatura corporal, 
essa temperatura ótima está geralmente entre 35 °C	e	40	°C.
Velocidade da reação
Temperatura (°C)
Efeito da temperatura sobre 
a velocidade da reação
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Citologia
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Biologia
Nos seres humanos, a maioria das enzimas apresenta uma temperatura ótima próxima de 37 °C. Esta-
dos febris muito elevados podem comprometer o funcionamento enzimático no organismo. No entanto, 
cada espécie apresenta uma temperatura ótima. Por exemplo, em bactérias de fontes termais, a 
temperatura	ótima	está	próxima	de	80	°C.
Ve
lo
ci
da
de
 d
e 
re
aç
ão
Temperatura ótima
para as enzimas
humanas
0 20 40 60 80 100
Temperatura (°C)
Temperatura ótima para
as enzimas de bactérias
resistentes ao calor
Efeito da temperatura sobre as enzimas humanas e de bactérias termais
Em gatos siameses, a enzima que produz o pigmento escuro nos pelos só está ativa nas extre-
midades do corpo, onde a temperatura do local é ligeiramente menor. Nas outras regiões, com 
temperatura um pouco maior, a enzima encontra-se desnaturada.
©
49 Vasiliy Koval / Shutterstock
No gato siamês, a cor escura só aparece nas extremidades do corpo.
•	 pH
As enzimas têm um pH ótimo, no qual catalisam, com maior eficiência, uma determinada reação quí-
mica, cuja velocidade, então, é máxima.
Em valores diferentes desse pH ótimo, a atividade da enzima e a velocidade da reação por ela 
catalisada diminuem, porque a sua forma espacial é alterada. 
 
Ve
lo
ci
da
de
 d
e 
re
aç
ão
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
pH ótimo
para a pepsina
pH ótimo
para a tripsina
pH
Efeito do pH sobre as enzimas pepsina e trepsina
Citologia
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Biologia
01. 
Considere as seguintes afirmativas:
I. As proteínas são substâncias de grande 
importância para os seres vivos e mui-
tas participam da construção da matéria 
viva.
II. As proteínas chamadas enzimas facili-
tam reações químicas celulares.
III. Anticorpos, que também são proteínas, 
funcionam como substâncias de defesa.
Assinale:
a. se somente I estiver correta.
b. se somente II estiver correta.
c. se somente III estiver correta.
d. se I e II estiverem corretas.
e. se todas estiverem corretas.
Resolução
As proteínas são substâncias de grande impor-
tância para os seres vivos e exercem diversas 
funções, tais como: estruturais, hormonais e 
enzimáticas, além de funções de defesa e de 
transporte.
Resposta
E
02. UEM-PR
A figura a seguir mostra as velocidades de re-
ação de duas enzimas: enzima humana (A) e 
enzima de bactérias de fontes termais (B):
Ve
lo
ci
da
de
 d
a 
re
aç
ão
0 20 40 60 80 100
A B
Temperatura (°C)
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Considerando os dados da figura e a ação da 
temperatura na atividade enzimática, dê como 
resposta a soma dos itens corretos.
01. A temperatura é um fator importante 
para a atividade enzimática.
02. Dentro de certos limites, a velocidade 
de uma reação enzimática aumenta 
com o aumento da temperatura.
04. A partir de determinado ponto, o au-
mento de temperatura faz com que a 
velocidade de reação diminua brusca-
mente e cesse.
08. A temperatura ótima para a atividade 
da enzima humana está em torno de 37 °C.
16. A temperatura ótima para a atividade 
de enzimas de bactérias de fontes ter-
mais está em torno de 78 °C.
32. Somente na enzima humana o aque-
cimento acima da temperatura ótima 
provoca desnaturação.
64. Para ambas as enzimas, se for ultrapas-
sada a temperatura ótima, a estrutura 
espacial da enzima se rompe.
Resolução
32. Errada. Para qualquer enzima, o aqueci-
mento acima da temperatura ótima provoca 
queda da atividade biológica.
A desnaturação é caracterizada pela perda to-
tal da atividade biológica, que fica em torno 
de	50	°C	para	a	enzima	humana	e	90	°C	para	a	
enzima bacteriana.
Resposta
95	(01	+	02	+	04	+	08	+	16	+	64)
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Citologia
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Biologia
LEITURA COMPLEMENTAR
Príon ou prião
É uma proteína alterada da membrana plasmática de células nervosas com capacidade de inte-É uma proteína alterada da membrana plasmática de células nervosas com capacidade de inte-
ragir com outras proteínas normais, modificando-as, tornando-as novos príons.ragir com outras proteínas normais, modificando-as, tornando-as novos príons.
O nome príon origina-se da junção das iniciais de duas palavras da língua inglesa, O nome príon origina-se da junção das iniciais de duas palavras da língua inglesa, Proteinaceous e 
Infection, que basicamente significa "proteína infecciosa"., que basicamente significa "proteína infecciosa".
Essa proteína é associada, atualmente, a algumas doenças, tais como a encefalopatia espongi-Essa proteína é associada, atualmente, a algumas doenças, tais como a encefalopatia espongi-
forme bovina, pelo fato de o cérebro adquirir uma consistência esponjosa devido à morte das
forme bovina, pelo fato de o cérebro adquirir uma consistência esponjosa devido à morte das 
células nervosas, ou "doença da vaca louca". Trata-se de uma doença neurodegenerativa do células nervosas, ou "doença da vaca louca". Trata-se de uma doença neurodegenerativa do 
gado, que leva a distúrbios motores e comportamentais. Por não responderem a tratamento gado, que leva a distúrbios motores e comportamentais. Por não responderem a tratamento 
algum, os animais acometidos pelo mal são sacrificados.algum, os animais acometidos pelo mal são sacrificados.
O contágio dos rebanhos bovinos pelo príon foi relacionado à adição à dieta destes animais O contágio dos rebanhos bovinos pelo príon foi relacionado à adição à dieta destes animais 
de farinha de carne e ossos, oriundos de animais que possivelmente estavam contaminados.de farinha de carne e ossos, oriundos de animais que possivelmente estavam contaminados.
Em seres humanos, algo semelhante pode ser observado na doença de Creutzfeldt-Jakob.Em seres humanos, algo semelhante pode ser observado na doença de Creutzfeldt-Jakob.
Imagem simbólica de um príon, uma proteína alterada que está ligada Imagem simbólica de um príon, uma proteína alterada que está ligada 
a doenças neurodegenerativas, como o mal da vaca louca.a doenças neurodegenerativas, como o mal da vaca louca.
Distúrbios alimentares
Em uma sociedade de consumo, em que a aparência muitas vezes se sobressai à essência, o Em uma sociedade de consumo, em que a aparência muitas vezes se sobressai à essência, o 
drama fast food x corpo perfeito deixa nítida a necessidade de mudança dos hábitos de vida, x corpo perfeito deixa nítida a necessidade de mudança dos hábitos de vida, fast food x corpo perfeito deixa nítida a necessidade de mudança dos hábitos de vida, fast food
padrões de beleza e consumo.
Há tempos a obesidade deixou de ser um problema apenas de ordem estética, tornando-Há tempos a obesidade deixou de ser um problema apenas de ordem estética, tornando-
se uma preocupação mundial. Sabe-se que a "epidemia" de obesidade, verificada hoje em se uma preocupação mundial. Sabe-se que a "epidemia" de obesidade, verificada hoje em 
escala global, em especial no ocidente, potencializa a incidência de doenças circulatórias e escala global, em especial no ocidente, potencializa a incidência de doenças circulatórias e 
diabetes mellitus, aumenta a possibilidade de apneia do sono e diminui consideravelmente , aumenta a possibilidade de apneia do sono e diminui consideravelmente 
a qualidade e a expectativa de vida. O aumento exagerado de peso está atrelado a fatores a qualidade e a expectativa de vida. O aumento exagerado de peso está atrelado a fatores 
Citologia
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Biologia
genéticos, fisiológicos, como distúrbios da tireoide, e comportamentais, relacionados, prin-genéticos, fisiológicos, como distúrbios da tireoide, e comportamentais, relacionados, prin-
cipalmente, à quantidade e à qualidade dos alimentos ingeridos, que muitas vezes são muito cipalmente, à quantidade e à qualidade dos alimentos ingeridos, que muitas vezes são muito 
calóricos.
Porém, ter o "corpo perfeito", esguio, definido ou "sarado" é imposição social, e, portanto, Porém, ter o "corpo perfeito", esguio, definido ou "sarado" é imposição social, e, portanto, 
objeto de consumo, o que leva as pessoas, muitas vezes, a extremos, que por vezes custam a objeto de consumo, o que leva as pessoas, muitas vezes, a extremos, que por vezes custam a 
própria vida, como no caso da anorexia nervosa, distúrbio psicossomático de autoimagem, no própria vida, como no caso da anorexia nervosa, distúrbio psicossomático de autoimagem, no 
qual a pessoa tem uma visão distorcida de sua aparência, que a seus olhos é de um obeso, mes-qual a pessoa tem uma visão distorcida de sua aparência, que a seus olhos é de um obeso, mes-
mo que na realidade já se encontre imensamente desnutrida. Afeta principalmente mulheres mo que na realidade já se encontre imensamente desnutrida. Afeta principalmente mulheres 
jovens ocidentais, e quase sempre está atrelada à bulimia, a qual, após uma grande ingestão de jovens ocidentais, e quase sempre está atrelada à bulimia, a qual, após uma grande ingestão de 
alimentos, o indivíduo promove o vômito ou faz uso abusivo de laxantes.alimentos, o indivíduo promove o vômito ou faz uso abusivo de laxantes.
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Na anorexia, a pessoa sente-se obesa e diminui a ingestão de alimentos a Na anorexia, a pessoa sente-se obesa e diminui a ingestão de alimentos a 
ponto de tornar-se desnutrida, acarretando sérios danos à saúde.ponto de tornar-se desnutrida, acarretando sérios danos à saúde.
Kwashiorkor
É	um	tipo	de	desnutrição	que	ocorre	na	primeira	infância	(0	a	3	anos	de	idade)	devido	à	defi-É	um	tipo	de	desnutrição	que	ocorre	na	primeira	infância	(0	a	3	anos	de	idade)	devido	à	defi-
ciência de proteínas na alimentação, ocasionado pelo desmame precoce da criança, devido ao ciência de proteínas na alimentação, ocasionado pelo desmame precoce da criança, devido ao 
fato de a mãe ter que dar de mamar a um outro filho recém-nascido. Essa desnutrição é co-fato de a mãe ter que dar de mamar a um outro filho recém-nascido. Essa desnutrição é co-
mum de ser observada em regiões assoladas pela fome, como a região subsaariana da Àfrica. mum de ser observada em regiões assoladas pela fome, como a região subsaariana da Àfrica. 
Essa doença afeta consideravelmente o desenvolvimento muscular e psíquico, além de gerar Essa doença afeta consideravelmente o desenvolvimento muscular e psíquico, além de gerar 
edemas, como os abdominais, devido à falta de albumina plasmática, que leva à redução da edemas, como os abdominais, devido à falta de albumina plasmática, que leva à redução da 
pressão osmótica sanguínea e ao aumento da retenção de líquidos intersticiais ou intercelulares.pressão osmótica sanguínea e ao aumento da retenção de líquidos intersticiais ou intercelulares.
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pressão osmótica sanguínea e ao aumento da retenção de líquidos intersticiais ou intercelulares.
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pressão osmótica sanguínea e ao aumento da retenção de líquidos intersticiais ou intercelulares.
Criança com kwashiorkorCriança com kwashiorkor
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Biologia
CAPÍTULO 03 AÇÃO GÊNICA
1. Ácidos nucleicos
Em	1869,	Miescher	 isolou	substâncias	que	ti-
nham caráter ácido e eram formadas por car-
bono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fós-
foro, no núcleo de células presentes no pus. 
Tais substâncias foram chamadas de ácidos 
nucleicos.
Os ácidos nucleicos são macromoléculas orgâni-
cas que apresentam papel fundamental no con-
trole do metabolismo celular. Essas moléculas 
correspondem ao material genético dos seres 
vivos e são conhecidas pelas siglas DNA (ácido 
desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico).
Os ácidos nucleicos são encontrados no nú-
cleo das células eucarióticas, disperso pelo 
citoplasma em células procarióticas e em or-
ganelas, como mitocôndrias e cloroplastos. 
Sabe-se, atualmente, que os ácidos nucleicos 
são os responsáveis pelo controle das ativida-
des celulares, pela manutenção das estruturas 
celulares e pelos mecanismos de hereditarie-
dade, isto é, pela capacidade que as células e 
os seres vivos têm de transmitir as suas carac-
terísticas para os descendentes.
O DNA exerce esse controle comandando a 
síntese de proteínas. Lembre-se de que as 
proteínas atuam como enzimas, hormônios, 
anticorpos, composição de estruturas etc. Por 
isso, são fundamentais no metabolismo da cé-
lula e do organismo. O RNA é formado a partir 
de um molde de um segmento de molécula de 
DNA, num processo denominado transcrição,
e desta forma recebe as informações contidas 
nas moléculas de DNA. O RNA, associado aos 
ribossomos, participa do mecanismo de sínte-
se de enzimas e outras proteínas.
A. Nucleotídeos
Os ácidos nucleicos são formados por unida-
des básicas denominadas nucleotídeos. Cada 
nucleotídeo apresenta na sua composição um 
grupo fosfato, um monossacarídeo com cinco 
carbonos (uma pentose) e uma base nitro-
genada. Não existem diferenças entre DNA e 
RNA quanto ao fosfato. A quebra parcial dos 
nucleotídeos, com a retirada do grupo fosfato, 
resulta em um grupamento molecular forma-
do pela união de uma base nitrogenada e uma 
pentose. Trata-se de um nucleosídeo.
Fosfato Nucleosídeo
Nucleotídeo
Pentose
Base nitrogenada
A.1. Pentoses
O carboidrato que entra na constituição dos 
nucleotídeos dos ácidos nucleicos é uma pen-
tose, ou seja, um monossacarídeo com cinco 
átomos de carbono na molécula.
Há duas pentoses que são encontradas nos 
ácidos nucleicos: a ribose (C5H10O5) e a deso-
xirribose (C5H10O4). Observe que a diferença 
entre as duas é de apenas um átomo de oxigênio.
O
OH OH
OH
HOH2C H
H
HH
Desoxirribose
O
OH H
OH
HOH2C H
H
HH
Ribose
Pentoses
A ribose é encontrada nos nucleotídeos de 
RNA, enquanto a desoxirribose é encontrada 
nos nucleotídeos de DNA.
A.2. Bases nitrogenadas
São moléculas que possuem estrutura em 
anel, no qual se alternam átomos de carbono 
e de nitrogênio. Classificam-se em dois grupos: 
as bases púricas, cujo componente central da 
molécula possui dois anéis, e as bases pirimí-
dicas, que contêm apenas um anel central.
As bases púricas são adenina e guanina. Cito-
sina, timina e uracila (ou uracil) são as bases 
pirimídicas.
Nas moléculas do ácido desoxirribonucleico, 
são encontradas apenas a adenina, a guanina, 
a citosina e a timina. Não há uracila nas molé-
culas do DNA. Nas moléculas do ácido ribonu-
cleico estão presentes a adenina, a guanina, a 
citosina e a uracila.
Citologia
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Biologia
 
N N
N
N
CH
H
HH
N
H
C C
C
C
Adenina 
C
N
O
H
O
H
H
H
H
C C
N
C
C
Timina
H
N N
N
O
CH H
HN
H
C C
C
C
H
Guanina
N
 
C
N
N
H
O HC C
N
C
H
HH
Citosina 
C
N
O
H
O HC C
NH
C
H
Uracila
Bases nitrogenadas: adenina e guanina (bases púricas) 
e timina, citosina e uracila (bases pirimídicas)
B. Ácido desoxirribonucleico (DNA)
O ácido desoxirribonucleico tem as suas moléculas formadas pela união de nucleotídeos. Os nu-
cleotídeos de DNA possuem um grupo fosfato, uma molécula de desoxirribose e uma destas 
quatro bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina ou timina. Há, portanto, quatro tipos de 
desoxirribonucleotídeos: adenina-desoxirribonucleotídeo, guanina-desoxirribonucleotídeo, cito-
sina-desoxirribonucleotídeo e timina-desoxirribonucleotídeo.
A
G
C
T
= fosfato
= desoxirribose
= base nitrogenada
Os nucleotídeos de DNA
Citologia
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11
44
Biologia
com o outro filamento de DNA complementar. 
No entanto, as fitas são antiparalelas, ou seja, 
a extremidade 5´ de um dos filamentos está 
pareada à extremidade 3´ do outro filamento 
complementar e vice-versa.
Por exemplo, imaginemos um filamento de 
DNA com a seguinte sequência de nucleotídeos:
3´ ATA CGG ATG ATT CGA 5´
No filamento complementar, a sequência de 
nucleotídeos será, obrigatoriamente, esta:
5´ TAT GCC TAC TAA GCT 3´
Os dois filamentos que formam essa molécula 
de DNA poderiam ser representados da se-
guinte forma:
3´ ATA CGG ATG ATT CGA 5´
5 3´ ´TAT GCC TAC TAA GCT
A maior parte do DNA de células eucarióticas é 
encontrada no núcleo, associada aos filamen-
tos de cromatina ou aos cromossomos, caso 
a célula esteja em divisão celular. As mitocôn-
drias e os cloroplastos apresentam o seu pró-
prio DNA. Em células procarióticas, o DNA está 
disperso pelo citoplasma devido à ausência de 
carioteca nessas células, não apresentando ex-
tremidades como nos eucariontes. Nos proca-
riontes, a dupla hélice é circular. 
C. Ácido ribonucleico (RNA)
A ação do DNA como controlador da atividade 
e da arquitetura celular conta com a participa-
ção do RNA, molécula capaz de transcrever as 
informações contidas nas moléculas do DNA 
e transferi-las para o citoplasma. Nos ribosso-
mos, as informações trazidas pelo RNA serão 
traduzidas e irão controlar a produção de pro-
teínas específicas.
O RNA é uma cadeia polinucleotídica simples, 
ou seja, é formado pela união de nucleotídeos. 
Esses nucleotídeos de RNA possuem um grupo 
fosfato, uma ribose e uma destas quatro bases 
nitrogenadas: adenina, guanina, citosina e uracila.
Existem, portanto, quatro tipos de nucleotíde-
os de RNA: adenina-ribonucleotídeo, guanina-
-ribonucleotídeo, citosina-ribonucleotídeo e 
uracila-ribonucleotídeo.
Note o seguinte aspecto: embora as bases nitro-
genadas adenina, guanina e citosina possam ser 
encontradas tanto nas moléculas de DNA como 
nas de RNA, não existe nenhum nucleotídeo que 
seja comum aos dois tipos de ácidos nucleicos, 
pois os nucleotídeos de DNA possuem a pento-
se desoxirribose e os nucleotídeos de RNA pos-
suem a pentose ribose. No total, existem oito 
tipos de nucleotídeos: os quatro tipos do DNA 
(todos com desoxirribose) e os quatro do RNA 
(todos com ribose).
As moléculas de RNA são formadas por um 
único filamento de nucleotídeos, que pode se 
dobrar sobre si mesmo, mas que não se em-
parelha com outro filamento de RNA. Para o 
RNA, não são válidas as relações de Chargaff.
A
C
A
A
G
G
U
A
U
C
U
G
C
C
C
A
G
C
U
= fosfato
= ribose
= base nitrogenada
A B
Nucleotídeos do RNA (A) e molécula 
de RNA – hélice simples (B)
No núcleo, grande quantidade de RNA concen-
tra-se nos nucléolos, e menor quantidade junto 
dos filamentos de cromatina. No citoplasma, há 
moléculas de RNA dispersas pelo hialoplasma 
e muito RNA como componente estrutural dos 
ribossomos, e estes podem estar aderidos às 
membranas do retículo endoplasmático granu-
loso. As mitocôndrias e os cloroplastos também 
possuem RNA.
Existe uma técnica de coloração que permite 
distinguir o DNA e o RNA. Trata-se do corante 
(ou reagente) de Feulgen (pronuncia-se “fói-
guen”). Esse corante, empregado na prepara-
ção de lâminas para estudo de materiais bioló-
gicos no microscópio óptico, tem afinidade pelo 
DNA, mas não se liga ao RNA. Quando uma cé-
lula é corada pelo reagente de Feulgen, o seu 
núcleo ganha destaque, pois concentra a maior 
parte do DNA celular. Fala-se que o DNA é Feul-
gen positivo e o RNA é Feulgen negativo.
A B
PV
-1
4-
11
Citologia
45
Biologia
Diferenças entre o DNA e o RNA
DNA RNA
Bases
nitrogenadas
Adenina
Guanina
Citosina
Timina
Adenina
Guanina
Citosina
Uracila
Bases
nitrogenadas
 
O
OH H
HO — C — C C
H
H
C
Desoxirribose
DNA RNA
Ribose
H
C H
OH
H
H O
OH OH
HO — C — C C
H
H
C
H
C H
OH
H
H
RNADNA
Núcleo
Mitocôndria
Cloroplasto
Núcleo
Mitocôndria
Cloroplasto
Hialoplasma
Ribossomo
Célula vegetal Célula animal Célula vegetal Célula animal
Diferenças entre DNA e RNA quanto ao número de filamentos, tipos de bases 
nitrogenadas, tipos de pentoses e localização em células eucarióticas
2. Duplicação do DNA
O processo

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