Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cap´ıtulo 5 coˆnicas Iniciamos o estudo de lugares geome´tricos definidos por equac¸o˜es do segundo grau. Primeiro no plano, passaremos em revista as curvas cla´ssicas que apare- cem naturalmente como trajeto´rias de corpos celestes na mecaˆnica cla´ssica: elipses, hipe´rboles e para´bolas. 5.1 c´ırculos Antes de investigar elipses em geral, vamos revisar o familiar e importante caso particular do c´ırculo. Sem entrar em discusso˜es semaˆnticas, chamaremos indistintamente de c´ırculo ou circunfereˆncia o lugar dos pontos do plano que esta˜o a uma distaˆncia pre´-fixada, o raio, de um ponto pre´-fixado, o centro. Atribuamos ao centro C as coordenadas (x0, y0) e denotemos o raio por r. A equac¸a˜o cartesiana se escreve (x− x0)2 + (y − y0)2 = r2. Note que nessa equac¸a˜o ha´ 3 paraˆmetros livres: duas coordenadas para o centro e um valor para o raio. ............. ............. ............. ............. .............. ............... .................. ..................... ................................. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ....................... .................. ................ ............... .............. ............. ............. ............. ........................................................................................................................................................................... C(x0, y0) • P (x, y)................................................. r︷ ︸︸ ︷ Fig. 5.1 Assim, a famı´lia dos c´ırculos goza de treˆs graus de liberdade. Vamos explorar essa ide´ia, discutindo va´rias questo˜es geome´tricas em que se pede para determinar c´ırculos satisfazendo ate´ treˆs condic¸o˜es simples. 52 coˆnicas 5.1.1 completar quadrados Expandindo a equac¸a˜o anterior, encontramos uma equac¸a˜o da forma x2 + y2 + ax+ by + c = 0 (5.1) onde a = −2x0, b = −2y0, c = x20 + y 2 0 − r2. Naturalmente as constantes a, b, c acima devem satisfazer a condic¸a˜o de que o valor r2 = x20 + y 2 0 − c = a2 4 + b2 4 − c seja positivo: c < a2 4 + b2 4 · (5.2) exemplo. Vamos mostrar que a equac¸a˜o x2 + y2 − 3x− y = 13 representa um c´ırculo e determinar o centro e raio. Na˜o se trata em absoluto de decorar as fo´rmulas acima, mas sim de en- tender o procedimento pra´tico: agrupar os termos e completar quadrados. Acompanhe: x2 + y2 − 3x− y = 13⇔ x2 − 3x+ y2 − y = 13 m (x− 3 2 )2 + (y − 1 2 )2 = 13 + (3 2 )2 + (1 2 )2. Conclusa˜o: centro ( 3 2 , 1 2 ); raio = √ 13 + 9 4 + 1 4 = . . . . 5.1.2 espac¸o dos c´ırculos .....................................................................................................................................................................................................a ................ ................ .................................................................................................................................................................................................................................................................................... b................ ....................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .... c ........ ........ ........ .................................................................................................................................................................................................................................................................... .................. ................ ............... ............... ............... .............. .............. .............. .............. .............. .............. ................. ................... ..................................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................ ..... .......... .......... ............. ................. .......................... .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....................... ............... ............. ......... ....... ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ......... ......... ......... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ........ .......... ......... ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .......... .......... ......... ......... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ......... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....... ....... ....... ....... ....... ........ ......... ............ Fig. 5.2 espac¸o de c´ırculos ! c =a 2 4 + b 2 4 Aqui e´ conveniente estabelecer a seguinte correspondeˆncia. Para ca- da c´ırculo de equac¸a˜o como em (5.1), associamos o ponto (a, b, c) no espac¸o R3. Tendo em vista (5.2), nem todo ponto desse espac¸o corresponde efeti- vamente a um c´ırculo real. 5.1 c´ırculos 53 No pro´ximo cap´ıtulo faremos um estudo mais detalhado de superf´ıcies qua´dri- cas. Adiantamos desde ja´ que a equac¸a˜o c = a2 4 + b2 4 define um parabolo´ide de revoluc¸a˜o, esboc¸ado na figura. Apenas os pontos exteriores, i.e., onde c < a 2 4 + b 2 4 , correspondem a c´ırculos reais. Trata-se de uma ide´ia simples e muito frut´ıfera em Matema´tica: imaginar objetos de um certo tipo (no caso, c´ırculos), como pontos situados em outro espac¸o. Desta forma, condic¸o˜es geome´tricas impostas a`queles objetos admitem traduc¸o˜es interessantes neste espac¸o. Um exemplo deste processo poderia ter sido ja´ ilustrado com a colec¸a˜o R das retas de equac¸a˜o y = ax + b. Aqui os coeficientes a, b sa˜o pensados como cordenadas de um ponto (a, b) em outro plano, chamado o plano dual. Temos assim uma correspondeˆncia biun´ıvoca, R ←→ R2. Nessa correspondeˆncia, os elementos de R que representamretas passando por um ponto pre´-fixado, digamos o ponto P (x1, y1), esta˜o associados aos pontos (a, b), no plano dual, que satisfazem a relac¸a˜o x1a + b = y1. Nesta relac¸a˜o x1, y1 sa˜o considerados constantes, enquanto a, b sa˜o coordenadas de um ponto varia´vel no plano dual; trata-se agora visivelmente da equac¸a˜o de uma reta situada no plano dual! Este e´ um aspecto da dualidade: cada reta no plano x, y da´ origem a um ponto no plano a, b; a colec¸a˜o das retas no plano x, y passando por um ponto corresponde a uma reta no plano a, b. E vice-versa! Um feixe de retas no plano x, y corresponde a uma reta no plano a, b. 5.1.3 passar c´ırculos por pontos .................................................................................................................................................a ........... ........................................................................................................................................................................................... b .............................. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ............. ..........c ....... ............... .................................................................................................. ..................................................... ............... ............. .............. ... ........ ....... ....... ............... ................................. ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....................... .... ................................................................... ........................... ...................... ................... ................ .............. ........ .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... ........................ .............. .............. .............. .............. .............. .............. .............. .............. ........ ........................................................................................................................ .......................................................................................... ....................................................................... ................................................................................................................. ..................................................................................................................... ........ .......... ........ ......... ................... ........ ......... ......... . ......... . ........ . ......... ........ . ... Fig. 5.3 Uma condic¸a˜o simples, t´ıpica, e´ a de obrigar o c´ırculo a passar por um ponto dado, dig- amos P (x1, y1). Substituindo em (5.1), ve- mos que os coeficientes a, b, c da equac¸a˜o do c´ırculo devem satisfazer a x1a+ y1b+ c = −x21 − y21. Esta u´ltima, representa um plano no espac¸o dos (a, b, c). Podemos dizer que a colec¸a˜o dos c´ırculos que passam por um ponto admite 2 graus de liberdade: os valores de a, b deter- minam c. 54 coˆnicas Na figura anterior, as soluc¸o˜es que correspondem a c´ırculos reais sa˜o dadas pelos pontos no plano, exteriores ao parabolo´ide. .................. ............... ................... ............... ................. ..................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ..................... ................ ............... ................... ............... .................. ................. ................. .............. .................. .............................................................................................................................................................................................................................................................................. ................. ............... .................. ............... ................ ............... ................ ............... .................. ........................... .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................... ............... ............... ................. .............. ...... ......... ........ .......... ........ ......... ........... .................... ............................................................................................................................................................................................ ........... ......... ........ ........ ........ .......... Fig. 5.4 c´ırculos por um ponto A colec¸a˜o dos c´ırculos que passam por 2 pontos, digamos A,B, pode ser representado no espac¸o a, b, c pela reta de intersec¸a˜o de dois planos, um para cada ponto. A condic¸a˜o evidente de que o diaˆmetro mı´nimo deve ser maior que a distaˆncia entre os pontos significa aqui que as soluc¸o˜es que correspondem a c´ırculos reais correspondem a pontos naquela reta que estejam no exterior do parabolo´ide. O lugar dos centros descreve a mediatriz do segmento. .................. ............... ................... ............... ................. ..................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ..................... ................ ............... ................... ............... .................. . ................. .............. .................. .............. ............... ................... ............................. ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................... ................ .............. ................. ............... ............... ....... ............ ........ ........ ............ ........ ........ ......... .......... ........... .............. ........................... .................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ............... ..................... ......... ........ ........ ............ ......... ........ .......... ... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... A B lugar dos centros à Fig. 5.5 c´ırculos por 2 pontos Dados agora 3 pontos, A,B,C, devemos encontrar exatamente um c´ırculo passando por eles. Isto corresponde a` ide´ia de que os planos correspondentes no espac¸o dos c´ırculos se encontram exatamente em um ponto. A menos que. . . Bem, a menos que os pontos A,B,C sejam colineares! .................. ............... ................... ............... ................. ..................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ..................... ................ ............... ................... ............... .................. ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... ................................................................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................... A B C ◦ • • • Fig. 5.6 c´ırculo por 3 pontos 5.1 c´ırculos 55 Lembre que a colinearidade dos treˆs pontos A(x1, y1), B(x2, y2), C(x3, y3) se expressa pela anulac¸a˜o do determinante∣∣∣∣∣∣ x1 y1 1 x2 y2 1 x3 y3 1 ∣∣∣∣∣∣ · O leitor percebera´ que o sistema que fornece a intersec¸a˜o dos 3 planos, x1a+ y1b+ c = −x21 − y21, x2a+ y2b+ c = −x22 − y22, x3a+ y3b+ c = −x23 − y23, admite soluc¸a˜o se e so´ se os pontos A,B,C (supostos distintos) na˜o sa˜o colin- eares. De fato, ja´ vimos que a na˜o colinearidade e´ equivalente a` na˜o anulac¸a˜o do determinante acima referido, implicando na existeˆncia de soluc¸a˜o u´nica para nosso sistema. Reciprocamente, suponha (x3, y3) = ( (1− t)x1 + tx2, (1− t)y1 + ty2 ) para algum t ∈ R. Multiplique a primeira equac¸a˜o do sistema por 1− t e a 2a por t e subtraia na 3a . Coonvenc¸a-se que o 1o membro da´ zero. Enquanto isso, no 2o , achamos a expressa˜o −t(t− 1)((y1 − y2)2 + (x1 − x2)2). Esta u´ltima so´ se anula se t = 0 ou t = 1 ou A = B. As duas primeiras alternativas requerem C = A ou C = B, proibido. exemplo. Determine o centro e o raio do c´ırculo que passa pelos pontos (1,2),(2,3),(-2,1). O centro se encontra na intersec¸a˜o das mediatrizes,{ (x− 1.5) + (y − 2.5) = 0 : reta ortogonal ao vetor (2, 3)− (1, 2); 2(x− 0) + (y − 2) = 0 : reta ortogonal ao vetor (2, 3)− (−2, 1). Achamos (-2,6) para o centro. E o raio? Basta calcular a distaˆncia do centro a qualquer dos 3 pontos: √ (−2− 1)2 + (6− 2)2 = √(−2− 2)2 + (6− 3)2 =√ (−2 + 2)2 + (6− 1)2 = . . . exemplo. Determine o valor do paraˆmetro t tal que o c´ırculo que passa pelos pontos (1, 2), (2, 3), (−2, t) tenha raio = 5. Idem para a condic¸a˜o de que o centro esteja sobre a reta 3x+ y = 0 . 56 coˆnicas Argumentando como no exemplo anterior, podemos determinar o centro em func¸a˜o do paraˆmetro e depois forc¸ar a igualdade para o raio.{ (x− 1.5) + (y − 2.5) = 0 4(x− 0) + (3− t)(y − (3 + t)/2) = 0. Achamos x = − 1 2(1 + t) (15− 8t+ t2), y = 1 2(1 + t) (23 + t2) para o centro. O raio aparece como raiz da equac¸a˜o t4 − 10t3 + 12t2 − 278t+ 275 = 0. Grau 4, mas na˜o desesperador: lembre que o termo constante e´ produto das ra´ızes; por tentativa, examinando os fatores inteiros de 275, recuperamos a raiz esperada t = 1, a nova t = 11, ale´m de duas outras complexas. Claro que fiz o ca´lculo usando maple. O ı´tem final fica como desafio. 5.1.4 c´ırculo por 3 pontos, bis Relembre que a equac¸a˜o da reta por dois pontos admite uma expressa˜o como um determinante. Artif´ıcio ana´logo pode ser empregado aqui para escrever a equac¸a˜o do c´ırculo por 3 pontos:∣∣∣∣∣∣∣∣ x2 + y2 x y 1 x21 + y 2 1 x1 y1 1 x22 + y 2 2 x2 y2 1 x23 + y 2 3 x3 y3 1 ∣∣∣∣∣∣∣∣ = 0. Desenvolvendo esse determinante pela 1a linha, obtemos um polinoˆmio em x, y da forma κ(x2+y2)+αx+βy+γ, onde a constante κ e´ o subdeterminante menor ∣∣∣ x1 y1 1x2 y2 1 x3 y3 1 ∣∣∣ que ja´ hav´ıamos encontrado. Se k 6= 0, podemos dividir e encontrar uma equac¸a˜o na forma (5.1). Ou seja, mais uma vez notamos a feliz coincideˆncia de um desastre alge´brico com o seu parceiro geome´trico: a equac¸a˜o que obtivemos so´ deixa de ser do tipo esperado (5.1) quando os 3 pontos dados sa˜o colineares. E nesse caso, resulta precisamente a equac¸a˜o da reta. Supondo os treˆs pontos na˜o colineares, segue que a equac¸a˜o dada acima e´ correta pelo seguinte motivo. Trata-se efetivamente de uma equac¸a˜o do 2o grau em x, y do tipo procurado, a qual e´ satisfeita fazendo x = xi, y = yi, i = 1, 2, 3, pois ficamos com um determinante com 2 linhas iguais. 5.1 c´ırculos 57 5.1.5 tangenciar uma reta Um c´ırculo e uma reta se interceptam em dois pontos, ou apenas em um ou ainda em nenhum. Este u´ltimo caso e´ na verdade apenas um defeito visual humano: ocorre quando as coordenadas dos pontos de intersec¸a˜o na˜o sa˜o reais, e sim nu´meros complexos. Suponha para fixar ide´ias que a reta seja dada por y = 0. Os pontos de intersec¸a˜o com um c´ırculo gene´rico dado por (5.1) se calculam substituindo y = 0 e resolvendo x2 +ax+ c = 0. As 2 abscissas poss´ıveis sa˜o ou bem ambas reais (talvez raiz dupla), ou complexo-conjugadas, dependendo do valor, ou melhor, do sinal do discriminante a2 − 4c. O c´ırculo e a reta sa˜o tangentes precisamente quando os dois pontos de intersec¸a˜o coincidem. E´ o caso da raiz dupla. A colec¸a˜o dos c´ırculos tangentes a` reta fixa y = 0 pode ser assim descrita pela equac¸a˜o a2 − 4c = 0. Percebemos que essa colec¸a˜o possui 2 graus de liberdade: a, b podem ser arbitrados, e o valor de c calculado por essa equac¸a˜o. Veremos em seguida como encontrar c´ırculos tangentes a uma reta e pas- sando por dois pontos. Note que a condic¸a˜o de tangeˆncia se expressa por uma equac¸a˜o do segundo grau, enquanto que a de passar pelos pontos e´ do 1o grau. exemplo. Determinemos o(s) c´ırculo(s) que passam pelos pontos A(1, 2), B(3,−2) e tangencia(m) a reta y = x+ 2 . Passar pelos pontos exige: { a+ 2b+ c = −12 − 22, 3a− 2b+ c = −32 − 22. Da´ı tiramos a = −3 5 c− 3, b = −1 5 c− 1. A condic¸a˜o de tangenciar a reta se expressa obrigando que o trinoˆmio x2 + (x+ 2)︸ ︷︷ ︸ y2 + ax+ b(x+ 2) + c Fig. 5.7 c´ırculos por 2 pontos, tangentes a uma reta ............................................................................................................................. ................. .............. ............. ............. .............. ................. ............................. .................................................................................................. ...................................................................................................................................................................................................................................... ....................... .................. ................ ............... .............. ............. ............. ............. ............. ............. ............... ................ ................. ..................... ................................ .............................................................................................................................................................................................................. .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... ...... ..................................................................................................................................... A B tenha discriminante nulo. Substituindo no discriminante as expresso˜es para a, b acima calculadas, vem (16/25)c2 − (24/5)c− 16. As ra´ızes sa˜o -5/2 e 10. Eis um esboc¸o das duas soluc¸o˜es: exerc´ıcio. Ache os raios e os pontos de contato no exemplo acima . 58 coˆnicas 5.1.6 exerc´ıcios circulares 5.1 ) Considere as retas y = x e y = −x. Determine um c´ırculo tangente a ambas e que passa pelo ponto P (1, 2). ............... .................. ......................................................................................................................................................... ................... ............ .................................................................................................................................................................................................................................................................... ......................... .................... ................. ............... ............... .................. .................... ................ ........ ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... ..... ◦ ◦ ◦ y = −xy = x Fig. 5.8 c´ırculos por 1 ponto, tangentes a 2 retas Os c´ırculos procurados teˆm centro var- iando nas retas bissetrizes das duas re- tas dadas. Mas a marcac¸a˜o do ponto de passagem indica a u´nica regia˜o poss´ıvel de maneira que na˜o haja cruzamento com as retas: nenhum c´ırculo com cen- tro na bissetriz y = 0 e passando por (1,2) sera´ tangente a`quelas retas (ao menos em ponto real. . . ). Ou seja, o centro e´ um ponto C(0, t), situado na outra bissetriz. Escreva agora a condic¸a˜o de que a distaˆncia de C ao ponto P e´ igual a` distaˆncia de C a qualquer das retas: 1 + (t− 2)2 = (t/ √ (2))2, resultando as soluc¸o˜es t1 = 4 + √ 6, t2 = 4− √ 6. Outra maneira de resolver e´ examinando o sistema em a, b, c, com duas equac¸o˜es quadra´ticas para os discriminantes que exprimem tangeˆncia e a equa- c¸a˜o linear que que forc¸a a passagem pelo ponto. Lembre como se faz o ca´lculo dos discriminantes: substitua y = x em (5.1) e o mesmo para y = −x. discriminante para y = x à x2 + x2 + ax+ bx+ cà (a+ b)2 − 4 · 2 · c discriminante para y = −x à x2 + x2 + ax− bx+ cà (a− b)2 − 4 · 2 · c Resulta o sistema passar por P : a+ 2b+ c = −5, tangeˆncia a y = x (a+ b)2 − 8c = 0, tangeˆncia a y = −x (a− b)2 − 8c = 0. Divirta-se na resoluc¸a˜o e interpretac¸a˜o do que aparecer! 5.2 )Determine o(s) c´ırculo(s) tangentes a`s retas suportes do triaˆngulo ABC, com A(−56, 77), B(0, 105), C(−40, 125) 5.1 c´ırculos 59 Nem pense em calcular os treˆs discriminantes: e´ bem mais simples calcular intersec¸o˜es de bissetrizes, como indicado na figura seguinte. ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................. ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................... ................ ................ ................ ................ ................ ................ ............... ................ ................ ................ ................ ............... ............................................................................... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ . ................................................................................................... ............ ........... ... ........ ......... .......... ........... ......... .. ......... .......... .......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... .................. ................ .................. ............... .................. ......................... ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................... ................ ............... ................... .............. ............ A B C ◦ Fig. 5.9 c´ırculo tangente a 3 retas A bissetriz se calcula facilmente com um artif´ıcio: se voce somar dois ve- tores de mesma norma, o resultado fornece a bissetriz. Por exemplo, a bissetriz indicada no ve´rtice C tem equac¸a˜o parame´trica C + t ( −−→ CB |−−→CB| + −→ CA |−→CA| ) . So´ desenhamos uma das soluc¸o˜es. A intersec¸a˜o das bissetrizes e´ o ponto (4 √ 5 √ 10− 60, 105). O raio vale 1 140 ( 1680− 112√5√10)√5 ≈ 14. Voceˆ consegue visualizar as outras? 5.3 )Considere dois c´ırculos de raios R, r com centros respectivos (0, 0), (d, 0). Mostre que a intersec¸a˜o entre eles e´ igual a` intersec¸a˜o de um qualquer deles com uma certa reta vertical x = x0. Qual o valor de x0? ..................... .............. .............. ................. ...................... .............. ............... ............... ................. ................... ...................... ........................... ................................................................. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ............................ ...................... ................... ................. ................ ............... ............... ..................... ................. .............. ............... .................... ... ................. ................ ................. ................ ................... ............................ .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ..................... ................ ............... ............. .............. .......... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........ ◦◦ ◦ Fig. 5.10 intersec¸a˜o de c´ırculos 60 coˆnicas 5.4 ) Ache as retas tangentes aos c´ırculos x2 + y2 = 1, (x− 4/3)2 + y2 = 1/4. 5.5 )Chamamos de reta polar de um ponto P (x1, y1) com respeito a um c´ırculo x2 + y2 + ax+ by + c = 0 a reta dada pela equac¸a˜o (2x1 + a)x+ (2y1 + b)y + ax1 + by1 + 2c = 0. Atribua valores interessantes para a, b, c, x1, y1 e desenhe uma figura. Tente demonstrar que vale em geral o que talvez voceˆ tenha conclu´ıdo dessa ex- perieˆncia. 5.6 ) Quantos c´ırculos sa˜o tangentes a outros treˆs c´ırculos dados em posic¸a˜o geral? E quantos sa˜o tangentes a 1 reta e a 2 c´ırculos? 5.2 elipse Uma elipse e´ o lugar dos pontos no plano cuja soma das distaˆncias a dois pontos, chamados focos, e´ uma constante. Se voceˆ fixar as extremidades de um fio inextens´ıvel com dois pregos e deslizar um la´pis mantendo o fio esticado, sera´ trac¸ada uma elipse com focos nos dois pregos; a distaˆncia constante e´ o comprimento do fio. ................ .............. ................... .................... ........................... .......................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ............................... ....................... ................... .................. .............. ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................? ◦ ? F− F+ ◦◦ ..................................................................... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ........ ........ ........ ..... ............................................................................................ ........................................................................................................................................................................... Fig. 5.11 trac¸ando a elipse Em coordenadas, escolhendo as posic¸o˜es dos focos F (±c, 0) e escrevendo o valor da soma das distaˆncias como 2a temos, de in´ıcio, a relac¸a˜o dist(F−, P ) + dist(F+, P ) = 2a ou seja, √ (x+ c)2 + y2 + √ (x− c)2 + y2 = 2a. 5.2 elipse 61 Passando um radical para o 2o membro e quadrando, resulta (x+ c)2 + y2 = 4a2 + (x− c)2 + y2 − 4a √ (x− c)2 + y2. Simplificando e quadrando mais uma vez, chegamos a a2(a2 − c2)− a2y2 − (a2 − c2)x2 = 0. Lembrando a desigualdade triangular, podemos supor a ≥ c e definir b = √ a2 − c2. Se b = 0,i.e., a = c, enta˜o o comprimento do fio e´ igual a` distaˆncia entre os focos. Neste caso, segue que a u´nica possibilidade para P e´ situar-se no segmento entre os focos. Assim, suporemos doravante b > 0. Dividindo por a2b2 vem por fim a equac¸a˜o cartesiana da elipse, x2 a2 + y2 b2 = 1. (5.3) ................ .............. ................... .................... ........................... .......................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ............................... ....................... ................... .................. .............. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... . ?? F− F+ −c c a−a b −b Fig. 5.12 focos e eixos da elipse O eixo maior conte´m os focos. Os semieixos medem a, b. Quantos sa˜o os graus de liberdade da famı´lia de elipses? Na˜o se iluda com a mera contagem das duas letras a, b que aparecem na equac¸a˜o acima, pois esta forma da equac¸a˜o resultou de va´rias escolhas. Voltando a` definic¸a˜o da elipse, verificamos que ha´, para comec¸o de conversa, 4 graus de liberdade: 2 para a escolha de cada foco. Depois, temos o paraˆmetro adicional que diz quanto vale a soma das distaˆncias. Portanto, na realidade temos 5 graus de liberdade a` nossa disposic¸a˜o. Entretanto, vamos restringir inicialmente o nosso estudo a` situac¸a˜o em que, uma vez fixado o referencial, os eixos da elipse sa˜o horizontal e vertical. Isto 62 coˆnicas significa que, por enquanto, a reta suporte dos focos e´ ou bem paralela a 0x ou a 0y. O caso geral sera´ estudado no cap. VI. Suponha conhecido um dos focos, digamos o ponto F (x1, y1) e tambe´m as medidas dos semi-eixos, a ≥ b. Mantendo a restric¸a˜o quanto a`s direc¸o˜es dos eixos, podemos escolher a direc¸a˜o do eixo maior seja na horizontal, seja na vertical. No primeiro caso, o 2o foco sera´ da forma F ′(x1 ± 2c, y1), onde c = √ a2 − b2 e´ a distaˆncia de um foco ao centro da elipse. Este centro e´ simplesmente o ponto me´dio entre os focos, i.e., C(x1 ± c, y1). Elejamos F ′(x1 + 2c, y1), e C(x1 + c, y1) (o caso “–” e´ ana´logo). Voceˆ deve se convencer que a equac¸a˜o da elipse fica na forma (x− x0)2 a2 + (y − y0)2 b2 = 1, (5.4) onde (x0, y0) e´ o centro da elipse: x0 = x1 + c, y0 = y1) ................ .............. ................... .................... ........................... .......................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ............................... ....................... ................... .................. .............. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .... ........ ........ ........ ........ ... ........ ........ ........ ........ ... ?? ◦ x0 y0 F (x0 + c, y0)C ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... ........ ........ ........ ........ ... ........ ........ ........ ........ ... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................................... ................................... 0 y x y′ x′ Fig. 5.13 elipse transladada Note que, se escolheˆssemos um novo sistema de coordenadas 0′x′y′ com origem no ponto 0′ = C, centro da elipse, e com eixos 0′x′//0x, 0′y′//0y, a equac¸a˜o da elipse ficaria na forma (x′)2 a2 + (y′)2 b2 = 1. (5.5) Temos de fato a relac¸a˜o de mudanc¸a de coordenadas,{ x = x′ + x0, y = y′ + y0. (5.6) Vemos assim que (5.4) pode ser obtida de (5.5) substituindo (5.6). Exemplo. Vamos verificar que a equac¸a˜o x2 + 2y2 + 6x− 4y = 5 representa uma elipse. 5.2 elipse 63 Procedemos de maneira ana´loga ao exemplo na p. 52, completando quadrados: x2 + 2y2 − 6x− 4y = (x− 3)2 − 2(y − 1)2 − (9 + 2) ˙. . x2 + 2y2 − 6x− 4y = 5 ⇔ (x− 3)2 + 2(y − 1)2 = 16 ⇔ (x− 3)2 16 + (y − 1)2 8 = 1. Esta u´ltima equac¸a˜o representa uma elipse com centro C(3, 1). O eixo maior (que conte´m os focos) mede 2 ·√16 e o semieixo menor,√8. A distaˆncia de um foco ao centro vale √ 16− 8. Portanto, os focos esta˜o locados em (3±√8, 1) Exemplos. (1) Sera´ que existe uma elipse com centro na origem e passando pelos pontos (1,1), (-2,3)? A questa˜o se reduz ao estudo do sistema{ 1 a2 + 1 b2 = 1 4 a2 + 9 b2 = 1. Aqui e´ inteligente fazer α = 1/a, β = 1/b e resolver{ α2 + β2 = 1 4α2 + 9β2 = 1. Ora, estas equac¸o˜es podem ser pensadas como um c´ırculo e uma elipse, ambas centradas na origem num plano auxiliar α,β. A elipse tem semi-eixos medindo 1/2 e 1/3. Logo, ela esta´ inteiramente contida no interior do c´ırculo e portanto, na˜o ha´ soluc¸o˜es reais. A a´lgebra se rende a` geometria. ................. ................ ................ ................ ................... .......................................... ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................... ................ ................. ................. ................. ........................ .......... .............. ............................................................................................................................................................................................................... ............. .......... ....... ........ ... ............ .............. ............................ ......................................... ...................................................................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................................................. ............................... ................... ............. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................. ........ .......................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .... ........ ........ ........ .. ........ ........ ........ .. α β Fig. 5.14 plano auxiliar α,β Continuando com o exemplo, troque o segundo ponto por (-1/2,3). Agora a “elipse auxiliar” tera´ semi-eixos 2, 1/3. Existe uma soluc¸a˜o real. Note que, fazendo u = α2, v = β2, temos que re- solver o sistema linear{ u+ v = 1 1 4 u+ 9v = 1. Achamos primeiro u = 32/35, v = 3/35, e da´ı α = √ 32/35 ≈ 0.95, β ≈ 0.29. 64 coˆnicas (2) Determine as retas tangentes a` elipse 12y2 + 9x2 − 6x− 9y + 1 = 0 e que passam pela origem. A reta vertical x = 0 intercepta a coˆnica nos pontos com ordenadas que sa˜o as ra´ızes de 12y2− 9y+1 = 0. Como essas ra´ızes sa˜o distintas, esta reta na˜o e´ tangente. Todas as outras retas que passam pela origem se escrevem na forma y = tx, t ∈ R. A condic¸a˜o de tangeˆncia se traduz assim: forme o polinoˆmio 12(tx)2 + 9x2 − 6x − 9(tx) + 1 e force suas ra´ızes a coincidirem. Para tanto, calculamos o discriminante, 3(11t+ 36)t. Logo, as duas tangentes procuradas sa˜o as retas y = 0 e y = − 36 11 x. Fig. 5.15 retas por um ponto, tangentes a` coˆnica ................ ................. ................ ........................ ............................................................................................................................................................................................................................................................... .................. .............. .............. ........ .................................................................................................................................................................................................................. ......................................................................................................................................................................................................................... 5.2.1 exerc´ıcios el´ıticos 5.7 ) Considere a elipse E : x 2 9 + y 2 4 = 1 e o ponto P (4, 1). Deˆ um exemplo de uma reta que passe por P e seja tangente a E. Idem para uma reta que passe por P e corte E em dois pontos distintos e outra reta que passe por P e na˜o intercepte E. 5.8 ) Descreva as retas tangentes a` elipse (x − 1)2 + y2 4 = 1 passando pelo ponto (3, 1). Idem para as retas tangentes a` elipse x2 + y 2 4 = 1 com coeficiente angular igual a 1. 5.9 ) Encontre os ve´rtices do quadrado inscrito na elipse x 2 16 + y 2 4 = 1. 5.10 ) Deˆ um exemplo de duas elipses (cada uma com excentricidade e 6= 0 tangentes no ponto (1, 1). Idem para que se cortam em dois pontos distintos. Idem para que se cortam em 4 pontos distintos. 5.11 ) Ache uma elipse com focos (±1, 0) tangente a` reta y = x+ 3. 5.3 hipe´rbole 65 5.3 hipe´rbole Troque na definic¸a˜o da elipse “soma das distaˆncias” por diferenc¸a das mesmas. A hipe´rbole com focos F± se define como o lugar dos pontos que satisfazem a condic¸a˜o | dist(F−, P )︸ ︷︷ ︸ d− − dist(F+, P )︸ ︷︷ ︸ d+ | = 2a. ................ ............... ............. ............. ............. ............ ............ ............. .............. .............. ............... .................. ................ ............... ............. ............. ............. ............ ............ ............. .............. .............. ............... .................. .............. ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ..... ........ ........ ........ .. ........ ........ ........ .. .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................. ........ ..........................?? ◦ F+(0, c) x y −a aF− d− d+ ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ........................................................................................................................................................................... ..................................... ...... ..... ....... ....... ..... ..... ....... .......... ............. ................. .................. ................. ............... ............. .......... ........ ....... . .......................................................................................................................................... . Fig. 5.16 hipe´rbole Procedendo como no caso ja´ relatado, chegamos primeiro a uma equac¸a˜o da forma x2(c2 − a2)− y2a2 = (c2 − a2)a2. Lembrando mais uma vez a desigualdade triangular, 2a = ∣∣ |−−→PF+| − |−−→PF+| ∣∣ ≤ |−−−→F−F+| = 2c, vemos que e´ razoa´vel supor a < c, e assim o faremos. Portanto, podemos definir b = √ c2 − a2 e por fim chegar a` relac¸a˜o x2 a2 − y 2 b2 = 1. (5.7) Desta equac¸a˜o deduzimos que±a fornece as abscissas dos ve´rtices da hipe´rbole, situados sobre a reta suporte dos focos, no caso presente suposta horizontal. E´ claro que o eixo vertical 0y na˜o intersecta a hipe´rbole, e e´ chamado de seu eixo imagina´rio. Dizemos que uma hipe´rbole e´ equila´tera quando a = b. Como no caso da elipse, consideramos tambe´m a situac¸a˜o em que o cen- tro da hipe´rbole pode estar transladado a uma posic¸a˜o arbitra´ria C(x0, y0), mantendo sempre os eixos paralelos aos eixos coordenados. Quando o eixo dos focos e´ horizontal, resulta uma equac¸a˜o da forma (x− x0)2 a2 − (y − y0) 2 b2 = 1. (5.8) 66 coˆnicas Se os focos esta˜o sobre uma reta vertical, a equac¸a˜o se leˆ (y − y0)2 b2 − (x− x0) 2 a2 = 1. O par de retas (y − y0) b ± (x− x0) a = 0 (5.9) sa˜o as ass´ıntotas. Note que para uma hipe´rbole equila´tera as ass´ıntotas sa˜o perpendiculares entre si. Exemplos (1)Vamos verificar que a equac¸a˜o x2−2y2+6x−4y = 5 representa uma hipe´rbole e determinar focos, eixos e ass´ıntotas. Procedemos de maneira ana´loga ao caso da elipse, completando quadrados e chegando na equac¸a˜o equivalente, ............ ........... ............. ............. ............. ........ ............ ........... ............. ............. ............. ........ ...................................................................... ...................................................................... y x0 ?◦ C(−3,−1) (−3 + 3 √ 3 2 , −1)(−3− 3 √ 3 2 , −1) ? ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ................ ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ..... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ..... ........ ........ ........ ........ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ .......... ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ .......... ...................................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................................... Fig. 5.17 ass´ıntotas (x+ 3)2 15 − (y + 1) 2 15/2 = 1. Conclu´ımos que o centro se situa no ponto (–3,–1). O eixo imagina´rio e´ vertical. E os focos? O “c” da questa˜o e´ √ 15 + (15 2 ) = 3 √ 3 2 . Logo os focos sa˜o os pontos (−3± 3 √ 3 2 ,−1). Os ve´rtices sa˜o os pontos (−3±√15). Por fim, as ass´ıntotas sa˜o . . . (2) O par de retas y = 2x+1, y = −2x+4 sa˜o as ass´ıntotas de uma hipe´rbole que passa pelo ponto (1, 1). Determine seus focos. Conhecidas as ass´ıntotas, a equac¸a˜o deve ser da forma (−y + 2x+ 1)(−y − 2x+ 4) = k. Segue k = (−1 + 2 + 1)(−1 − 2 + 4) = 2. O centro e´ a intersec¸a˜o das retas, (3/4, 5/2). Os focos: (3/4, 5/2 − 1/2√10), (3/4, 5/2 + 1/2√10). Ve´rtices: (3/4, 5/2−√2), (3/4, 5/2 +√2). 5.3.1 exerc´ıcios hiperbo´licos 5.12 )Deˆ um exemplo de uma hipe´rbole passando pelos pontos (−4, 0) e (4, 0). Idem para os pontos (4, 4) e (−4, 4). 5.4 para´bola 67 5.13 ) Ache uma hipe´rbole passando pelo ponto (1, 5) e com focos no eixo y. Idem para a hipe´rbole com focos em (0, 0) e (2, 0) e passando por (2, 1). 5.14 ) Considere a hipe´rbole x 2 a2 − y2 b2 = 1. Mostre que x = a sec θ e y = b tan θ sa˜o equac¸o˜es parame´tricas dessa hipe´rbole. Para cada ponto P (x, y) da hipe´rbole, identifique na figura o aˆngulo θ dado na parametrizac¸a˜o acima. 5.15 ) Determine as retas tangentes a` hipe´rbole x2 − y2 = 1 que sa˜o paralelas a` reta y = 3x. 5.16 )Ache a equac¸a˜o da hipe´rbole tendo as retas x−y+2 = 0 e x+y−2 = 0 como ass´ıntotas e um dos focos no ponto F (2, 2). 5.17 ) Ache a equac¸a˜o da hipe´rbole de ve´rtices (4, 0) e (−4, 0), sendo uma das ass´ıntotas x− 2y = 0. 5.18 ) Uma hipe´rbole tem como ass´ıntotas duas retas perpendiculares. Mostreque esta hipe´rbole e´ equila´tera. 5.4 para´bola Sai de cena um foco, entra uma reta diretriz. A para´bola com foco F e diretriz uma reta L se define como o lugar dos pontos equidistantes de F e L. Em s´ımbolos, | dist(P, F )︸ ︷︷ ︸ d | = dist(P,L)︸ ︷︷ ︸ d′ |. Para explicitar em coordenadas, e´ conveniente marcar o foco F (0, a) e tomar como a diretriz, y = −a. Desta maneira, a origem automaticamente satisfaz a condic¸a˜o de equidistaˆncia e portanto sera´, com essas escolhas, um ponto da para´bola, denominado de ve´rtice. A reta que passa pelo foco e e´ ⊥ a` diretriz se chama o eixo da para´bola. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .... ........ ........ .... ........ ........ .... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... .................................................. .................................................. .................................................. ............................................. ............................................................................................................................................................................ ..................... .................. ................. ............... .............. ............ ......................... ............................ ................ ......... . ................................................................................. .......... ............................................................................................. ......... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ......... ..... d′ = |y + a| L F d = √ x2 + (y − a)2 ◦ ◦ ◦ Fig. 5.18 para´bola 68 coˆnicas Procedendo como nos casos anteriores, chegamos a` equac¸a˜o y = x2 4a · Nesta equac¸a˜o a constante a representa a distaˆncia do ve´rtice ao foco, chamada distaˆncia focal. Na figura anterior, a concavidade esta´ voltada para cima. Se as posic¸o˜es da diretriz e foco fossem invertidas para y = a e F (0,−a), a equac¸a˜o ficaria na forma y = x2/(−4a). Evidentemente, trocando os pape´is de x e y, vemos que uma equac¸a˜o da forma x = y2 4a representa uma para´bola com eixo igual ao eixo dos x e diretriz a reta vertical x = −a e foco F (a, 0). A concavidade esta´ para o lado direito ou esquerdo conforme o sinal de a. .............................................................................................................. ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .............. ... ....... ... .......................... .................... ............... ............ ............... ..................... ............................ a > 0a < 0 .............................................................................................................. ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .............. ... ....... ... .......................... .................... ............... ............ ............... ..................... ............................ Fig. 5.19 x = y 2 4a Mais geralmente, uma equac¸a˜o da forma y = αx2 + βx+ γ (5.10) com α 6= 0 representa uma para´bola cuja diretriz e´ uma reta horizontal e eixo vertical. Para determinar essas retas bem como o foco, basta comple- tar quadrados. Reescrevemos αx2 + βx+ γ = α(x2 + β α x+ γ α ) = α ( (x2 + β α x+ β 2 4α2 ) + γ α − β2 4α2 ) = α ( (x+ β 2α )2 + γ α − β2 4α2 ) . Vemos que a equac¸a˜o (5.10) e´ equivalente a y − (γ − β 2 4α ) = α(x+ β 2α )2. Fazendo y′ = y − (γ − β2 4α ), x′ = (x+ β 2α ), α′ = 4/α 5.4 para´bola 69 deduzimos que (5.10) se reescreve como y′ = x′2/(4α′). Tomando novos eixos coordenados 0′x′y′, com a nova origem 0′ = (− β 2α , γ − β 2 4α ), vemos que se trata de uma para´bola com ve´rtice 0′ e distaˆncia focal α′. Exemplos. (1)Verifiquemos que a equac¸a˜o y = 4x2 + 2x− 1 representa uma para´bola e determinar foco, ve´rtice, diretriz e eixo. Completando quadrados, chegamos na equac¸a˜o equivalente, y + 5/4 = (2x+ 1/2)2 = 4(x+ 1/4)2 = (x+ 1/4)2 / (4/16). Conclusa˜o: ve´rtice (−1/4,−5/4); distaˆncia focal 1/16; foco (−1/4,−5/4 + 1/16) e diretriz y = −5/4− 1/16. (2) Determine, se poss´ıvel, uma para´bola contendo os pontos (−1, 0), (0, 2), (1, 0). Ache ve´rtice, foco e diretriz. Uma maneira de resolver e´ postular uma equac¸a˜o na forma y = ax2+bx+c e tentar calcular os coeficientes: (−1, 0) à 0 = a− b+ c (0, 2) à 2 = c (1, 0) à 0 = a+ b+ c. Temos a = −2, b = 0, c = 2, ou seja, y = −2x2+2, em todo o caso evidente pela especificac¸a˜o das ra´ızes ±1. . . Reescrevemos na forma y−2 = −2x2 = x2/( 4 −8 ), e portanto, o ve´rtice e´ (0,2) e o foco (0, 2− 1 8 ).rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr Atenc¸a˜o! Embora seja verdade que por treˆs pontos na˜o alinhados passauma e so´ uma para´bola, seu eixo em geral na˜o e´ vertical nem horizontal. (3) Sera´ que existe uma para´bola com foco em um ponto da forma (4, t), reta diretriz x = 0 e passando pelo ponto (1, 11)? O ve´rtice da para´bola e´ da forma (2, t), meio caminho entre o foco e a diretriz. A reta tangente nesse ponto e´ x = 2. Esta reta reta divide o plano em duas regio˜es. Exatamente uma delas (a` direita) conte´m o foco. A para´bola esta´ inteiramente contida nesse semi-plano. Logo, na˜o podera´ passar pelo ponto (1,11), que se situa no semiplano da esquerda. 70 coˆnicas 5.4.1 exerc´ıcios parabo´licos 5.19 ) Encontre a equac¸a˜o cartesiana e a equac¸a˜o parame´trica da para´bola de foco (1, 2) e ve´rtice V (1, 1). 5.20 ) Seja A(x0, y0) um ponto sobre a para´bola Γ : y 2 = 4cx com c > 0. Escreva a equac¸a˜o cartesiana da reta l1 tangente a Γ em A. Idem para a reta l2 normal a Γ em A. Calcule a a´rea do triaˆngulo formado por l1, l2 e o eixo dos x. 5.21 ) Deˆ um exemplo de uma para´bola coˆncava para cima e passando pelo ponto (1, 10) com eixo de simetria paralelo ao eixo y. Idem para uma para´bola que passa pelo ponto (1, 10) com eixode simetria paralelo ao eixo x. 5.22 ) Considere a para´bola Γ : y2 = 4cx, c > 0, e a circunfereˆncia centrada em (−c, 0), de raio r = c. Encontre um ponto A(x0, y0), y0 > 0 sobre a para´bola Γ de modo que a tangente a` Γ em A, tangencie tambe´m a circunfereˆncia dada. 5.23 ) Qual e´ a equac¸a˜o da para´bola com foco F (1,−2) e reta diretriz l : x = −3? Desenhe esta para´bola. 5.24 ) Ache a equac¸a˜o da reta tangente a` para´bola y2 = 4x no ponto (1, 2). Idem para uma reta tangente que passe pelo ponto (10, 1). 5.25 ) Estude a curva definida por uma equac¸a˜o da forma y2 = αx2 + βx, distinguindo os casos α > 0, α = 0, α < 0. O queˆ se passa quando α = −1? 5.26 )Esboce o conjunto dos pontos (x, y) do plano tais que y2 ≤ 2x−x2, y ≥ 0. 5.5 definic¸a˜o unificada das coˆnicas Veremos que tanto a elipse como a hipe´rbole admitem reta diretriz. Dados um ponto F , uma reta L e uma constante ε > 0, vamos estudar o lugar dos pontos P no plano tais que dist(P, F ) = ε dist(P,L). No caso ε = 1, obtivemos a para´bola. Suponhamos agora 0 < ε < 1. 5.5 definic¸a˜o unificada das coˆnicas 71 Escolhemos os eixos de modo que F = (c, 0), c > 0. Seja a = c/ε. Note que a > c. Temos evidentemente a− c = c(1/ε− 1) = εa(1/ε− 1) = ε(a/ε− a). O primeiro termo, a − c, e´ a distaˆncia de (a, 0) ao foco. O u´ltimo termo a` direita da´ a distaˆncia de (a, 0) a` reta vertical x = a/ε. Por isso, e´ conveniente completar a escolha dos eixos de modo que tenhamos a diretriz dada como L := x = a/ε. Com isto, comec¸amos ja´ conhecendo um ponto que satisfaz a condic¸a˜o desejada, a saber, (a, 0). Temos a relac¸a˜o (x+ c)2 + y2︸ ︷︷ ︸ dist(P,F )2 = (ε|x− a/ε|)2︸ ︷︷ ︸ (ε dist(P,L))2 = (|εx− a|)2. Reagrupando, lembrando que c = aε, achamos, (1− ε2)x2 + y2 = a2 − c2. (5.11) Trata-se pois da equac¸a˜o de uma elipse! Ela se reduz a` forma habitual fazendo b = √ a2 − c2. Temos de fato (a2 − c2)/(1− ε2) = a2. Observemos que o outro foco, (−c, 0), tambe´m admite uma diretriz com- panheira, sime´trica da anterior, a saber, x = −a/ε. Supondo por fim ε > 1, uma conta ana´loga revela o reencontro com uma hipe´rbole. Tomamos novamente a = cε (< c). A diretriz associada ao foco F (c, 0) e´ a reta x = a/ε. Agora em (5.11) fazemos b = √ c2 − a2. Dividindo, reduzimos a` equac¸a˜o (5.7). exemplo. Determinar focos, excentricidade e diretrizes da coˆnica x2−y2 = 1. ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ..... ........ ........ ........ .. ........ ........ ........ .. ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .............. ............ .......................... ............. ........... .......... .......... ........... ............ ........... ............ ............ ............. ............. .............. .............. ......... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ................................................... ........................................................ ...... ...... ....... ....... ...... ....... ...... ...... ..... ................... ................... ................... ................... y x?caa ε ◦ δ εδ Fig. 5.20 foco e diretriz Trata-se de uma hipe´rbole com centro na origem, semi-eixo real a = 1, semieixo ima- gina´rio b = 1 e portanto a posic¸a˜o do foco e´ dada por c = √ 2. A excentricidade ε = c/a = √ 2. A distaˆncia do ve´rtice ao foco, c−a, e´ ε vezes a distaˆncia a` diretriz associada. Esta reta e´ ⊥ ao eixo real, tendo equac¸a˜o x = α. Logo c− a = ε(a− α), e assim α = ( (1 + ε)a− c)/ε = a/ε = √2/2. 72 coˆnicas 5.6 propriedade refletora As lanternas comuns e os faro´is de carro refletem um facho luminoso concen- trado. As antenas parabo´licas concentram no coletor as ondas emitidas por um sate´lite. Em ambos os casos, o fator decisivo e´ a chamada propriedade refletora da para´bola: o vetor −→ PF que vai de um ponto arbitra´rio da curva ao foco faz um aˆngulo com a direc¸a˜o tangente igual ao aˆngulo desta direc¸a˜o com o eixo da para´bola. .................................................................................................................... ................................. .......................... ....................... ..................... .................... ................... .................. .................. ................. ................. ................ .................... .. ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ......... ..................... .......... ......... ......... ......... .... ...................................................................................................................................................................... ............................... ............................... ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................. ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ....... ........ ........ ........ ......... ......... ........... .............. .................. ................... ................................................................................................................. ............. .............. ............ .............. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....................... ............ ................................... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ...... ........ ........ ........ ........ ... ........ ........
Compartilhar