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Riscos biológicos em laboratórios/ Arquitetura e equipamentos de contenção Bioética e Biossegurança Msc. Dalvania Pinho Domingues 2013 Agentes de Risco Segundo o Ministério do Trabalho (Portaria do MT No.3214 de 08/06/78): “Entende-se por agente de risco, qualquer componente de natureza física, química, biológica que possa comprometer a saúde do Homem, dos animais, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”. Norma Regulamentadora No.5 do Ministério do Trabalho Divide-se em cinco grupos: Grupo 1- Riscos Físicos Grupo 2- Riscos Químicos Grupo 3- Riscos Biológicos Grupo 4- Riscos de Acidentes Grupo 5- Riscos Ergonômicos Arquitetura em Laboratórios EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs) Equipamentos ACIDENTES EM LABORATÓRIO CAUSAS: •Falta de treinamento, conhecimento, ou experiência •Falta de cuidado (sem cautela) •Fadiga •Decide tomar um caminho mais curto •Falta de tempo suficiente; trabalho realizado com muita rapidez •Decide NÃO seguir as práticas de segurança •Não acredita que seja perigoso N° de Acidentes Condutas Instalações Biossegurança e Arquitetura em Laboratórios Níveis de Biossegurança: Baseiam-se no projeto e construção, as barreiras de contenção, os equipamentos de segurança individual e coletiva e, ainda, os procedimentos, práticas e técnicas laboratoriais. Considera-se principalmente o agente biológico ali manipulado. Biossegurança e Arquitetura em Laboratórios NB1 -Manipulação os microrganismos da classe de risco 1. Ex: Lactobacillus sp. e Bacillus subtilis. -Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais. Níveis de Biossegurança NB2 Manipulação microrganismos da classe de risco 2. Ex: Schistosoma mansoni e Vírus da Rubéola Laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico. Adoção das boas práticas Uso de barreiras físicas primárias: cabines de segurança biológica equipamentos de proteção individual) Uso de barreiras físicas secundárias (desenho e organização do laboratório). NB3 -Manipulação de microrganismos da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Ex: Bacillus anthracis e HIV. -São requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. -Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos. NB4 ou laboratório de contenção máxima -Manipulação de microrganismos da classe de risco 4 -Mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança. Ex: Vírus Ebola e Vírus Lassa Barreiras de contenção Todo tipo de equipamento que se coloca entre o pesquisador e seu material de pesquisa, com a finalidade de protegê-lo contra possíveis riscos biológicos, químicos e físicos. Equipamentos de Proteção Individual Equipamentos de Proteção Coletiva - Equipamentos de proteção individual (EPI) - Equipamentos de proteção coletiva (EPC) Barreiras de contenção primária Barreiras de contenção secundária - Desenho e estrutura física dos laboratórios Barreiras de contenção BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO Equipamentos de proteção individual Portaria 3214-NR6 (08/06/78) “Todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador”. Distribuição gratuita. Luvas; Pro-pé (botas); Jaleco; Óculos; Protetor auditivo; EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - Protetor facial; - Cremes para a pele; - Pêra de borracha; - Máscara com filtro; Protetor respiratório; Capacetes de segurança. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - Chuveiros de descontaminação; - Lava-olhos; - Capela química; EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA - Balde de areia; - Extintores de incêndio; - “Sprinkle” – expele água quando detecta fumaça; - Luz ultra violeta; - Filtros; - Cabines de segurança biológica. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA CAPELA # A exaustão da capela é um item importantíssimo e deve ser verificada periodicamente pela medida de velocidade facial, feita por um anemômetro e expressa em metros/segundo. CABINE DE SEGURANÇA QUÍMICA CABINE DE FLUXO LAMINAR São equipamentos construídos para proteger "o que' estamos manipulando, ou seja, protegem o "produto". Usualmente chamamos todas as Cabinas de Fluxo Laminar e as Cabinas de Segurança Biológica como “Cabina de Fluxo Laminar”. Existem, porém, diferenças conceituais e normativas. Estes equipamentos podem ser de Fluxo Horizontal ou Vertical, porém não há recirculação do ar. Todo ar que entra, passando por um Pré-Filtro, passa por um Filtro Absoluto e pelo produto e sai do equipamento. Cabines de segurança biológica (CSB) Utilizadas como barreiras primárias para evitar a fuga de aerossóis ao meio ambiente. Micropartículas sólidas ou líquidas, com dimensão aproximada entre 0,1 e 50 , que podem permanecer em suspensão por várias horas. 1 = 1/1000 mm Filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air) Feitos de microfibras de papel de vidro; Não passam partículas 0,3 m; Removem contaminantes microscópicos do ar; 99,97% eficiência Filtros ULPA (Ultra Low Penetration Air) O que se tem de mais avançado em filtros; O custo pode chegar a 150% o do filtro HEPA; Não passam partículas 0,1 m; 99,999% eficiência. Divididas em classes, diferem por: Cabines de segurança biológica (CSB) - Área de trabalho; - Fluxo de ar; - Equipamentos de filtração; - Tipos de exaustão. Proteger o operador, o produto e o meio ambiente. Classes - Classe I; - Classe II; - Classe III. Cabines de segurança biológica (CSB) CSB Classe I Características Protege operador e meio ambiente - O ar flui através do espaço de trabalho e atravessa um sistema de filtros HEPA que sai para o duto que se comunica com o sistema de exaustão do prédio EPIs PROTEÇÃO COMPROMETIDA: correntes de ar CSB Classe II - Protege operador, produto e meio ambiente; Utilizam fluxo de ar com uma abertura frontal para o acesso á área de trabalho e para introdução e remoção de materiais “Uma cortina de ar impede que as contaminações originadas do ar ambiental tenham acesso à área de trabalho” CSB Classe II CSB Classe III CSB Classe III CSB Classe III Características Totalmente hermética; Ventilação própria; Feita em aço inoxidável, com vidros blindados; Máxima proteção do operador, produto e meio ambiente; Contém todos os serviços (refrigerador, centrífuga, microscópio); Agentes de risco biológico da Classe 4; Alto custo com manutenção Certificação da CSB - Já existe certificação no Brasil (fabricantes); - A cada 6 meses ou 1000 horas de uso; - Após projeção de líquido ou qualquer dano físico sobre o filtro HEPA. Uso correto da CSB - Fechar portas do laboratório; - Ligar circulação de ar e luz UV durante 15-20 min antes e depois de seu uso; - Descontaminar a superfície interior com gaze estéril, embebida em álcool etílico 70%; - Minimizar os movimentos dentro da cabine; - Conduzir as manipulações no centro da área de trabalho; - Usar pipetador automático (pipet boy); - Usar microqueimador automático ou incinerador elétrico (fire boy); - CUIDADO COM MATERIAL PERFUROCORTANTE. - O descarte fica no fundo da área de trabalho; - Limpar todos os equipamentos antes e depoisde usar a CSB; Uso correto da CSB ESTRUTURA FÍSICA DO LABORATÓRIO Desenho arquitetônico - separação da área de risco do acesso público; Sistema de ventilação especializado - fluxo direcionado do ar incluindo sistema de tratamento do ar; Criação de áreas de acesso controlado (airlocks, unidades modulares); Área para armazenamento temporário e descontaminação dos rejeitos (autoclave); Pias para lavagem de mãos; Descontaminação de efluentes Contenção Secundária Processos de Descontaminação e Esterilização Diferentes objetivos: Destruir Remover Inibir Prevenir Definição de MORTE na microbiologia é perda da capacidade reprodutiva. Agentes antimicrobianos Substâncias que matam os micro-organismos ou previnem o seu crescimento. Ex: antibacterianos, antivirais e antifúgicos Agentes microbicidas São substâncias que matam os micro-organismos. Ex: bactericida, viricida e fungicida Agentes microbiostáticos São substâncias que inibem o crescimento dos micro-organismos. Ex: bacteriostático ou fungistático Processos de Descontaminação e Esterilização • Esterilização: destruição ou remoção total dos microrganismos • Desinfecção: destruição ou remoção de patogênicos (forma vegetativa) • Anti-sepsia: desinfecção da pele, mucosas ou tecidos • Agentes biocidas: morte dos microrganismos • Agentes biostáticos: inibição do crescimento Lesão dos ácidos nucléicos Desnaturação das proteínas Inibição do metabolismo Ruptura da membrana celular Modos de Ação Métodos de Esterilização e Descontaminação Métodos Físicos Calor Húmido Fervura (100°C, 10min) Não inativa endosporos e alguns vírus Autoclave (121°C, 15min, 15psi) -Esterilização Desnaturação das proteínas e quebra de pontes de H. •Gera a esterilização de equipamentos termoresistentes e insumos através de calor úmido (vapor) e pressão. • Obrigatória no interior dos laboratórios NB-3 e NB-4, (NB-4 autoclave de porta dupla). •Laboratórios NB-2 e NB-1 e serviços de saúde é obrigatório autoclave no interior das instalações. AUTOCLAVES Métodos Físicos Calor Seco Esterilização por ar quente (170°C, 2h) Incineração Chama Baixas Temperaturas Abaixo de 0°C os microrganismos permanecem em estado latente. Métodos Físicos Freezer doméstico: - 20ºC Freezer – 70ºC Nitrogênio líquido: - 196ºC Métodos Físicos Filtração Filtros desde 0,01 a 0,3µm -Meios de cultura,enzinas, vacinas, antibióticos Esterilização e descontaminação Filtros HEPA - Ar Métodos Físicos Dessecação Interrupção das atividades metabólicas Liofilização – desidratação extrema em temperaturas de congelamento mantidas em ampolas fechadas Métodos Físicos Radiação Ionizante -raios γ -raios X Não-ionizante -UV (260nm) -micro-ondas Radicais livres muito reativos Lesão do DNA Métodos Químicos Óxido de etileno - Inativação de enzimas e proteínas que tem átomos de hidrogênio Seringas Aldeídos Glutaraldeído Instrumentos urológicos e respiratórios Bactericida, Esporicida, Fungicida e Viricida Formaldeído Extremamente tóxicos Inativação dos constituintes celulares (proteínas e ácidos nucléicos) Métodos Químicos Detergentes -Desnaturação de proteínas celulares, interferência com processos metabólicos e lesão da membrana citoplasmática -Agente Bactericida Agentes oxidantes -Halogênios (Hipoclorito)- Iodo, Cloro e Bromo -Destruição dos componentes vitais da célula microbiana; - Inativação do aminoácido tirosina; Agente Microbicida Compostos fenólicos Mata rapidamente formas vegetativas Tóxico e apresenta odor desagradável Alteram a permeabilidade da membrana, desnatura proteínas Agente Bacteriostático ou Bactericida Alcoóis 70-90% - mata as formas vegetativas; Desnaturação de proteínas, lisam estruturas lipidicas Agente Bactericida Métodos Químicos Método Ideal Feliz Natal e Ano Novo !!