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AULA 1-Introdução às Boas Práticas Laboratoriais

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DESCRIÇÃO
Conceitos básicos, Sistemas de tratamento de água em laboratórios clínicos, Contenções
laboratoriais, Descartes de resíduos.
PROPÓSITO
Apresentar os requisitos básicos para garantir as Boas Práticas Laboratoriais, de modo a
objetivar processos seguros e de qualidade ao se minimizar erros e garantir a
confiabilidade dos resultados laboratoriais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os conceitos básicos de boas práticas aplicados aos laboratórios clínicos.
MÓDULO 2
Identificar as técnicas de purificação de água e a descontaminação de acordo com as boas
práticas de laboratório.
INTRODUÇÃO
O estudante que escolhe a área de Saúde como profissão precisa compreender logo de
início que, mais cedo ou mais tarde, ele estará dentro de um laboratório, seja este voltado
para o ensino, para a pesquisa ou para as práticas laboratoriais. E os laboratórios podem
ser considerados áreas de trabalho complexas, uma vez que convivem ali os mais
diferentes tipos de artefatos, desde pessoas a equipamentos, reagentes, solventes,
vidrarias, microrganismos e documentos. Dessa forma, é preciso garantir a segurança de
todos no dia a dia de trabalho, evitando os riscos de acidentes e contaminação com
agentes biológicos e químicos. Esses cuidados são conhecidos como Boas Práticas
Laboratoriais (BPL) e se aplicam a todos os tipos de laboratórios – químicos, biológicos,
físicos e clínicos.
Neste tema, abordaremos as boas práticas de laboratórios clínicos voltados mais
especificamente para os laboratórios de análises clínicas. Nesse contexto, é necessário
observar as interações que contribuem para o sistema, tais como os fatores humanos,
ambientais, tecnológicos, educacionais e normativos. Geralmente, isso tudo está
associado a um conceito mais abrangente relacionado à biossegurança em laboratórios
clínicos. Assim, as Boas Práticas Laboratoriais caminham juntas com a biossegurança em
laboratórios clínicos.
Para compreendermos melhor esses conceitos, abordaremos as instalações físicas de um
laboratório clínico, suas acomodações e infraestrutura, as condutas e as contenções
laboratoriais. Conheceremos os processos de desinfecção e esterilização e os sistemas de
tratamento de água utilizados na prática analítica e clínica. Falaremos ainda sobre os tipos
de riscos químicos e biológicos e o descarte de resíduos gerados pelos laboratórios. Por
fim, conheceremos a legislação e as regulamentações que abrangem as atividades
laboratoriais no Brasil.
MÓDULO 1
 Descrever os conceitos básicos de boas práticas aplicados aos laboratórios
clínicos
INTRODUÇÃO ÀS BOAS PRÁTICAS
LABORATORIAIS (BPL)
As boas práticas de laboratório são definidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.) como um:
SISTEMA DA QUALIDADE RELATIVO À ORGANIZAÇÃO
E ÀS CONDIÇÕES SOB AS QUAIS OS ESTUDOS EM
LABORATÓRIO E NO CAMPO SÃO PLANEJADOS,
REALIZADOS, MONITORADOS, REGISTRADOS,
RELATADOS E ARQUIVADOS.
ANVISA (2001)
Esse conceito abrange todos os tipos de laboratórios de forma geral sem focar em
nenhum tipo específico, contemplando os produtos para a saúde humana, vegetal, animal
e ao meio ambiente, como nos seguintes casos:
Concessão, renovação ou modificação de registro e pesquisa de produtos químicos,
biológicos ou biotecnológicos, tais como produtos farmacêuticos, correlatos, agrotóxicos e
afins; produtos veterinários; cosméticos; aditivos de alimentos e rações; e produtos
químicos industriais.
Testes de produtos químicos, biológicos ou biotecnológicos para obtenção de
propriedades físicas, químicas e físico-químicas.
De forma resumida, portanto, podemos observar o seguinte:
DEFINIÇÃO
PRINCÍPIOS
ABRANGÊNCIA
DEFINIÇÃO
Boas práticas de laboratório são o conjunto de normas que dizem respeito à organização
e às condições sob as quais estudos em laboratórios e/ou campo são planejados,
realizados, monitorados, registrados e relatados.
PRINCÍPIOS
Fixar os padrões mínimos para um laboratório funcionar adequadamente visando o
homem/vegetais/animais e o meio ambiente.
ABRANGÊNCIA
Os princípios das BPL são aplicáveis a estudos relacionados à saúde humana, vegetal,
animal e ao meio ambiente, nos casos previstos nas respectivas normas.
INFRAESTRUTURA LABORATORIAL
Para garantir a segurança dos laboratórios é necessário o planejamento adequado de
toda a sua área com as regulamentações específicas e com o nível de biossegurança
exigido para cada tipo de laboratório, de acordo com os diferentes níveis de riscos
existentes.
Atualmente, no Brasil, a legislação que regulamenta esse setor é a RDC nº 50 de 21 de
fevereiro de 2002, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais
de saúde. O layout de um laboratório pode também ser considerado um tipo de contenção
laboratorial conhecida como barreira secundária.
Fonte: Mohd Syis Zulkipli/Shutterstock.com
Os níveis de riscos em biossegurança são estabelecidos de acordo com o agente
patológico de maior classe de risco envolvido, e as características físicas, estruturais e de
contenção de um laboratório estão relacionadas justamente ao nível de risco que será
manipulado naquele local.
De acordo com a legislação atual, os níveis de biossegurança estão classificados em 4
grupos e os projetos de laboratórios podem ser planejados segundo esta classificação de
risco, como veremos a seguir (BRASIL, 2002):
NÍVEL 1 DE BIOSSEGURANÇA (NB-1)
É o nível de risco mais baixo para o indivíduo e a comunidade, no qual podem ser
manipulados agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou
nos animais adultos sadios, como por exemplo: Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis.
Laboratório NB-1: todo o laboratório deve apresentar a identificação do seu nível de
segurança e dos agentes biológicos respectivos, como na Figura 1.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 1. Risco Biológico.
RISCO BIOLÓGICO
Organismo:
Classe de Risco:
Pesquisador responsável:
Telefone para contato:
PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS
Deve apresentar acesso controlado e separação do acesso ao público. As paredes, pisos e
tetos devem ser impermeáveis e resistentes à desinfecção. A autoclave deve estar próxima
do laboratório e ter local para armazenar os equipamentos de proteção individual (EPI) de
uso exclusivo do laboratório (Figura 2).
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Controle de acesso
2 Pia para lavar as mãos
3 Mapa de Risco
4 Equipamentos de proteção individual
5 Bancadas impermeáveis e resistentes
6 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
 Figura 2: Layout de laboratório NB-1.
NÍVEL 2 DE BIOSSEGURANÇA (NB-2)
É o nível de risco moderado para o indivíduo e limitado para a comunidade, no qual
podem ser manipulados os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos
animais, de forma limitada e para os quais existem medidas profiláticas e terapêuticas
conhecidas, como por exemplo: Schistosoma mansoni e vírus da rubéola.
Laboratório NB-2: esse laboratório deve apresentar todos os critérios recomendados nos
laboratórios NB-1 e também: pia lavatório próxima à entrada do laboratório com
acionamento sem uso das mãos; sistema central de ventilação com janelas vedadas;
sistema de geração de emergência elétrica; antecâmara e cabine de segurança biológica.
Mais adiante, compreenderemos melhor o uso desses equipamentos (Figura 3).
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Controle de acesso (laboratório com portas trancadas)
2 Pia para lavar as mãos
3 Mapa de risco
4 Cabine de segurança biológica
5 Equipamentos de proteção individual
6 Bancada
7 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
 Figura 3: Layout de laboratório NB-2.
 SAIBA MAIS
Os laboratórios clínicos para diagnóstico simples, tais como os laboratórios de análises
clínicas que fazem exames parasitológicos, são classificados como NB-2.
NÍVEL 3 DE BIOSSEGURANÇA (NB-3)
Éo nível de risco alto para o indivíduo e moderado para a comunidade, no qual podem ser
manipulados os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial
por via respiratória, e que causam doenças em humanos ou animais potencialmente
letais, para as quais existem usualmente medidas profiláticas e terapêuticas. Representam
risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de
pessoa a pessoa, como por exemplo: Bacillus anthracis e Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV).
Laboratório NB-3: local em que são manipulados agentes biológicos patogênicos que
podem causar danos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Esse tipo de
laboratório pode ser designado para análises clínicas, laboratórios universitários ou de
pesquisa. A equipe de trabalho desse tipo de laboratório deve usar os equipamentos de
proteção individual (EPI) específicos para essas atividades e deve passar por treinamentos
periódicos sob a supervisão de profissional qualificado (Figura 4).
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Acesso ao laboratório com porta dupla com fechamento automático
2 Controle de acesso
3 Chuveiro
4 Mapa de riscos
5 Pia para lavar as mãos
6 Tubulação selada
7 Cabine de segurança biológica
8 Equipamentos de proteção individual (máscaras com filtro HEPA)
9 Bancada
10 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
11 Exaustão com filtro HEPA
12 Descontaminação dos efluentes
 Figura 4: Layout de laboratório NB-3.
NÍVEL 4 DE BIOSSEGURANÇA (NB-4)
É o nível de risco mais alto, tanto para o indivíduo como para a comunidade, no qual
podem ser manipulados os agentes biológicos com alto poder de transmissibilidade, em
geral a via respiratória, ou de transmissão desconhecida. Não costumam existir medidas
profiláticas ou terapêuticas eficazes contra essas infecções. Exemplos: o vírus Ebola e o da
varíola.
Laboratório NB-4: este é o laboratório mais complexo que trata de agentes patológicos
de alto risco de contágio, podendo causar a morte. Nesses laboratórios, há o maior nível
de contenção, no qual requer, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis 1, 2 e 3,
barreiras de contenção (instalações, desenho e equipamentos de procedimentos especiais
de segurança). Esse laboratório deve ser separado ou estar em uma zona isolada de
outros prédios, com porta dupla de entrada, escoamento interno do ar unidirecional,
sistemas aperfeiçoados para suprimento, exaustão do ar, formação de vácuo e
descontaminação. A antessala deve ter a entrada fechada, com pisos, paredes e tetos
vedados de forma a se obter espaço lacrado. Os profissionais devem trabalhar com
equipamentos de proteção pressurizados e devem ter no laboratório sempre 02
funcionários trabalhando (Figura 5).
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Acesso ao laboratório com porta dupla com fechamento automático (antessala)
2 Controle de acesso
3 Mapa de riscos
4 Pia para lavar as mãos
5 Instalação do sistema de esgoto seguro de comunicação com a parte interna do
laboratório.
6 Cabine de segurança biológica
7 Equipamentos de proteção individual (pressurizados)
8 Bancada
9 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório – de porta dupla)
10 Chuveiro de descontaminação por produtos químicos ou vapor em temperaturas
elevadas
11 Chuveiro
12 Exaustão com filtro HEPA
13 Descontaminação dos efluentes
 Figura 5: Layout de laboratório NB-4.
EQUIPAMENTOS, MATERIAIS E REAGENTES
EQUIPAMENTOS
Todo laboratório, para ter um bom funcionamento, necessita de uma série de
equipamentos, os quais devem ser instalados em locais seguros com os devidos cuidados
em sua rede elétrica, livres de vibrações, correntes de ar, incidência de luz solar, umidade
e calor.
Para que os equipamentos funcionem corretamente, é necessário seguir as
recomendações dos fabricantes, elaborar o procedimento operacional padrão (POP),
seguir o plano de validação, qualificação, calibração e manutenção. É recomendado
também um plano de manutenção preventiva para os equipamentos científicos de uso
rotineiro, a fim de se garantir uma maior vida útil deles, segundo Molinaro (2009).
Dentre os muitos tipos de equipamentos necessários para um laboratório clínico,
destacaremos aqui as capelas de exaustão e as câmaras de segurança.
Capelas de exaustão
As capelas de exaustão são, na verdade, consideradas Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPC) dentro de um laboratório e, portanto, são praticamente de uso obrigatório.
Existem muitos tipos de capelas diferentes, com tamanhos, formas e materiais que variam
de acordo com a sua funcionalidade. Entretanto, a função básica de todas elas é atuar
como um sistema de exaustão, eliminando impurezas e gases tóxicos do laboratório e
evitando o contato com o manipulador. A escolha da capela dependerá do projeto e da
função do laboratório, mas dificilmente existirá um projeto que não contemple ao menos
algum tipo de capela.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 6: Capelas de exaustão.
 ATENÇÃO
A capela de exaustão geralmente é constituída por um gabinete com uma janela
envidraçada de abertura vertical e pode ser nivelada de acordo com a altura desejada.
Internamente, ela possui um sistema de ventilação forçado, acoplado a um sistema de
filtração de modo que ambos protejam o operador e o meio ambiente das impurezas e
gases tóxicos manipulados em sua área interna.
Câmaras de segurança biológica e fluxos laminares
Muito parecidos com as capelas de exaustão, as câmaras de segurança biológica e os
fluxos laminares são utilizados para a manipulação de agentes biológicos, meios de
cultura e diluentes que necessitem de um ambiente estéril.
 COMENTÁRIO
Muitas vezes é difícil para o estudante diferenciar uma capela de um fluxo laminar
olhando-os rapidamente ou a certa distância. A grande diferença entre eles é justamente
a capacidade que os fluxos laminares possuem de produzir um ambiente estéril,
protegendo tanto o operador quanto o produto manipulado da contaminação biológica.
Essas cabines de fluxo laminar utilizam filtros absolutos ou HEPA, os quais são capazes de
reter 99,97% das partículas, sendo considerados, portanto, filtros de alta eficiência.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 7: Cabine de fluxo laminar.
HEPA
Do inglês (High Efficiency Particulate Arrestance). O filtro HEPA retém 99.97% das
partículas de 0.3 µm de diâmetro e 99.99% das partículas maiores ou mais pequenas.
Existem basicamente 2 tipos de cabines de fluxo laminar:
FLUXO VERTICAL
Tipo de cabine que tende a apresentar maior eficiência de proteção tanto ao operador
quanto ao produto manipulado. Geralmente, ocorre 100% de recirculação do ar.
javascript:void(0)
FLUXO HORIZONTAL
Tipo de cabine na qual ocorre apenas a proteção do produto manipulado e só deve ser
utilizada com materiais que não tragam risco de contaminação para o operador.
Geralmente ocorre 100% de renovação do ar.
Já as câmaras de segurança biológica (ou cabines de segurança biológica) são
equipamentos mais completos e garantem tanto a proteção do operador quanto a do
produto e a do meio ambiente.
Isso ocorre porque esse tipo de equipamento funciona com pressão negativa, evitando a
saída do ar para o meio ambiente.
As cabines de segurança biológica são classificadas em 3 tipos:
CLASSE I
Esta é a menos utilizada, pois funciona basicamente como uma capela de exaustão,
protegendo apenas o operador e o ambiente, mas não protegendo o produto. Utiliza um
filtro HEPA para proteger o meio ambiente. Utilizada para a manipulação de produtos
químicos voláteis.
CLASSE II
Esta é a classe mais utilizada, apresentando várias subdivisões: A (A1, A2) e B (B1, B2) e
pode ser usada para manipular agentes biológicos dos grupos de risco 2 e 3. Esse tipo de
cabine possui uma grelha frontal por onde o ar entra e passa por um filtro HEPA,
protegendo o operador e proporcionando uma diminuição na contaminação da área de
trabalho interna. Na cabine tipo A1 ocorrea recirculação de 70% do ar e 30% da renovação
do ar liberados para o interior do laboratório. No tipo A2 ocorre o mesmo processo da A1,
mas os 30% de ar renovado são liberados para o meio externo por meio de um sistema de
dutos. Por outro lado, nas cabines do tipo B há uma pequena diferença: na do tipo B1,
30% do ar recircula e 70% é expelido por exaustão externa assim como 30% do ar é
renovado, formando, portanto, uma cortina protetora na parte frontal do equipamento. Já
nas do tipo B2, ocorre 100% da renovação do ar com dois filtros HEPA, sendo um utilizado
para o insuflamento de ar e o outro para a exaustão, conduzindo o ar para fora do
laboratório por meio de um sistema de dutos.
CLASSE III
Esta é a cabine de segurança biológica mais completa, na qual pode-se operar com um
nível 3 e 4 de biossegurança. O sistema é todo fechado, ventilado e controlado por filtros
HEPA, com pressão negativa, e a operação ocorre por meio de braços com luvas de
borracha. Todo o material utilizado segue para a esterilização antes de ser descartado.
 COMENTÁRIO
No Brasil, as cabines do tipo A1 são as mais utilizadas devido ao preço e o melhor custo-
benefício. É preciso observar que tal sistema não pode ser utilizado para produtos tóxicos
ou voláteis, uma vez que o ar contaminado não é eliminado para o ambiente.
MATERIAIS E REAGENTES
Os materiais e reagentes utilizados no dia a dia de um laboratório clínico deverão ser de
boa procedência e qualidade. Para isso, é preciso que haja a qualificação dos
fornecedores, apresentando toda a documentação necessária e as informações
pertinentes aos materiais e reagentes, tais como origem, identidade, composição, data de
fabricação, validade, condições de armazenamento e informações de periculosidade.
Fonte: Shutterstock.com
 ATENÇÃO
Por se tratarem, na sua maioria, de reagentes químicos e biológicos, um dos pontos
críticos diz respeito à estocagem e ao armazenamento desses produtos, que devem seguir
rigorosamente as normas técnicas e regulações dos órgãos competentes.
A fim de se garantir a segurança no laboratório e minimizar riscos de acidentes, todos os
laboratórios deverão ser sinalizados de forma a orientar e advertir quanto aos potenciais
riscos ali presentes. Para isso existe um padrão de sinalização com símbolos que
representam riscos e prevenções. Vejamos algumas simbologias de riscos a seguir:
Fonte: Shutterstock.com
PISO MOLHADO
Fonte: Shutterstock.com
CHOQUE ELÉTRICO
Fonte: Shutterstock.com
NÃO FUME
Fonte: Shutterstock.com
RADIAÇÃO
Fonte: Shutterstock.com
PERIGOS VÁRIOS
Fonte: Shutterstock.com
EXTINTOR
Fonte: Shutterstock.com
TÓXICO
Fonte: Shutterstock.com
CORROSIVO
Fonte: Shutterstock.com
NOCIVO
Fonte: Shutterstock.com
INFLAMÁVEL
Fonte: Shutterstock.com
EXPLOSIVO
Fonte: Shutterstock.com
OXIDANTE
 SAIBA MAIS
Além da simbologia, também é utilizado um sistema padrão de cores, regulamentado pelo
Ministério do Trabalho, visando a prevenção de acidentes e identificando os
equipamentos de segurança, delimitando áreas de risco, identificando os sistemas de
condução de líquidos e gases nas indústrias e, principalmente, advertindo contra os
possíveis riscos de acidentes.
É importante ressaltar, porém, que somente a utilização de um sistema de cores não é
suficiente para garantir a qualidade de um sistema de segurança e que este deve estar
associado a outras estratégias de prevenção de acidentes.
Dessa forma, é possível compreendermos que para cada material deverá existir um local
definido e identificado para o armazenamento, assim como um fluxo de entrada e saída
de materiais, a fim de se garantir a segurança e o armazenamento desses produtos. Esses
ambientes geralmente necessitam de controle de temperatura e umidade. Alguns
produtos de origem biológica também precisam de armazenamento sob refrigeração para
se garantir uma estocagem segura e sem riscos para a comunidade e para os
trabalhadores.
 ATENÇÃO
Um ponto de destaque nesse contexto são os produtos considerados inflamáveis ou
explosivos, como os solventes orgânicos e algumas substâncias químicas. Estes precisam
ser armazenados em local devidamente demarcado, sinalizado e livre de quaisquer outras
interferências.
AGENTES DE RISCOS
Podemos perceber que os laboratórios são considerados ambientes de risco, pois
envolvem uma série de atividades como a utilização de equipamentos, materiais e
reagentes que podem gerar acidentes e doenças para o profissional que trabalha na
rotina diária desses locais.
Portanto, a constante capacitação do pessoal é fundamental para se evitar os riscos
inerentes a esse tipo de trabalho e o possível desenvolvimento de doenças.
Dentre os principais agentes de riscos desse tipo de trabalho destacam-se os agentes
físicos, os químicos e os biológicos. Existem também os riscos ergonômicos, mas estes são
considerados riscos ocupacionais, relacionados às situações de trabalho que envolvam o
equilíbrio físico, o mental e o social, e não necessariamente acidentes ou enfermidades.
No Quadro 1, a seguir, é possível observar melhor, de acordo com a NR-5, os principais
grupos de riscos ambientais e ocupacionais.
Quadro 1: Classificação de riscos ambientais
Físicos
Ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações etc.
Químicos Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores que
podem ser absorvidos por via respiratória ou através da
pele etc.
Biológicos Bactérias, fungos, protozoários, vírus, entre outros.
Ergonômicos
Trabalho físico pesado, movimentos repetitivos, jornada
prolongada, postura incorreta, tensões emocionais,
monotonia, exigência de uma maior atenção,
responsabilidade e concentração, jornadas longas de
trabalho, treinamento inadequado ou inexistente, conflitos
etc.
Acidentais
Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem
proteção, iluminação inadequada, eletricidade, animais
peçonhentos, probabilidade de incêndio ou explosão etc.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
(Adaptado da NR-5, 2019)
Neste tópico, abordaremos apenas os riscos químicos e biológicos.
AGENTES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Os agentes de riscos biológicos são, na sua grande maioria, agentes patogênicos como
vírus, bactérias, fungos e parasitas.
Esse tipo de risco está relacionado à probabilidade de infecção do profissional por um
desses agentes patogênicos. Toda a equipe de trabalho desse tipo de laboratório precisa
estar ciente, treinada de acordo com o agente biológico usado e, preferencialmente, ser
imunizada.
No item Infraestrutura laboratorial, vimos que os laboratórios são classificados de acordo
com o seu grau de risco e que essa classificação está justamente relacionada à
classificação do grau de risco dos microrganismos. De acordo com o Ministério da Saúde
(2017), os graus de risco são:
Quadro 2: Classificação de Riscos
Classes de
Risco
Definições Agentes biológicos
Classe 1
Esta classe contempla os agentes
biológicos que não são capazes de
causar doenças no homem ou em
animais adultos, até o momento.*
Bacillus subtilis
Classe 2
Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar risco
moderado ao homem ou animais
adultos sadios e risco limitado à
comunidade. Incluem agentes
biológicos nos quais o índice de
propagação e disseminação é
limitado e para os quais existem
medidas terapêuticas e/ou
profiláticas.
Bactérias:
Pseudomonas
aeruginosa
Fungos: Candida
albicans
Vírus: Herpes simplex
Protozoários:
Toxoplasma gondii
Classe 3
Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar alto
risco ao homem ou animais adultos
e risco moderado à comunidade.
Inclui os agentes biológicos que
possuem capacidade de
transmissão por via respiratória e
que causam patologias
potencialmente letais e para os
quais existem, usualmente,
medidas terapêuticas e/ou de
prevenção.
Bactérias: Bacillus
anthracis
Fungos: Coccidioides
immitis
Vírus: Influenza
 
Classe4
Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar alto
risco ao homem ou animais adultos
e para a comunidade. Inclui os
agentes biológicos com grande
poder de transmissibilidade por via
respiratória ou de transmissão
desconhecida. Até o momento não
há medidas profiláticas ou
terapêuticas que sejam eficazes.
Causam doenças em humanos e
animais de alta gravidade, com
grande capacidade de
disseminação na comunidade e no
meio ambiente.
Vírus: Ebolavirus
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
* A ausência de um determinado agente biológico nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica
na sua inclusão automática na classe de risco 1.
AGENTES DE RISCOS QUÍMICOS
Os reagentes químicos utilizados em laboratório são os produtos que mais contribuem
para riscos químicos à saúde do homem e ao meio ambiente. Para se evitar possíveis
acidentes e contaminações são necessários cuidados rigorosos em relação ao
armazenamento, à movimentação dentro do laboratório e, o mais importante, ao descarte
desses resíduos.
Fonte: Shutterstock.com
 SAIBA MAIS
Geralmente, os fornecedores de reagentes químicos concedem as Fichas de Informação
de Segurança de Produto Químico (FISPQ), documento este que contém indicações sobre
os cuidados em relação à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente, além das
recomendações de ações necessárias para os casos de emergência.
Além disso, os reagentes químicos também apresentam características diversas e podem
ser carcinogênicos, corrosivos, irritantes, tóxicos, teratogênicos, mutagênicos, alergênicos,
explosivos e espontaneamente combustíveis. Todas essas características apresentam
possibilidades de risco à saúde humana e ao meio ambiente e devem ser tomadas
medidas preventivas a fim de se evitar possíveis acidentes.
Dentre todas as características apresentadas, o risco de explosão e combustão é o mais
comum e o que merece maior atenção.
Os produtos químicos com capacidade de combustão possuem características distintas e,
dessa forma, são classificados de acordo com o tipo de material e a classe de incêndio.
Existem, portanto, 5 classes de incêndio distintas, e para cada uma delas deve-se utilizar
um extintor de incêndio específico. Os extintores de incêndio podem também ser
considerados equipamentos de proteção coletiva (EPC). Veja no quadro a seguir as classes
de incêndio e os tipos de extintores utilizados em cada uma delas.
Quadro 3: Classes de incêndio e tipos de extintores
Classe
de
incêndio
Descrição Tipo de extintor
Classe
de
incêndio
Vantagens
A
Fogo em
materiais
sólidos que
deixam
resíduos, tais
como a
madeira, o
papel, o
tecido e a
borracha.
Areia (em jato ou
pulverizada).
A
Deve ser usada
sempre que não
haja
contraindicações
(de preferência,
deve ser
pulverizada).
Tem bom poder
de penetração.
B Fogo em
líquidos
inflamáveis,
graxas e
Neve carbônica
(com dióxido de
carbono sob
pressão que
solidifica quando
BC Não deixa
resíduo, o que a
torna mais
adequada para
equipamento
gases
combustíveis.
se expande
bruscamente).
sensível e a mais
indicada para
líquidos
extremamente
inflamáveis.
C
Classe de
incêndio em
equipamentos
elétricos
energizados.
Espuma física
(mistura de água e
substâncias
tensoativas por
injeção mecânica
de ar).
AB
Muito boa para
líquidos
extremamente
inflamáveis.
Pode ser
utilizada em
situações de
incêndio
iminente com
ação preventiva.
A cobertura de
espuma evita
reignições.
D Classe de
incêndio que
tem como
combustível
os metais
pirofóricos,
tais como
magnésio,
selênio,
antimônio,
lítio, potássio,
alumínio
fragmentado,
zinco, titânio,
Espuma química
(reação que liberta
o gás dióxido de
carbono que fica
disperso em um
líquido formando
espuma).
AB Muito boa para
líquidos
extremamente
inflamáveis. A
cobertura de
espuma evita
reignições.
sódio, urânio
e zircônio.
K
Classificação
do fogo em
óleo vegetal e
gorduras de
origem
animal, em
cozinhas.
Pó normal (o pó é
bicarbonato de
sódio ou de
potássio).
BC
Forma uma
nuvem de
poeira que
protege o
operador.
   
Pó polivalente (o
pó é
dihidrogenofosfato
de amônio.
ABC
Forma uma
nuvem de
poeira que
protege o
operador.
Atende a três
classes de fogos.
   
Pó especial (o pó é
grafite ou cloreto
de sódio ou pó de
talco).
D
Único extintor
adequado para
incêndios da
classe D.
Qualquer outro
tipo de extintor
provoca reações
violentas.
    Solução especial (o
acetato de
potássio se
K Ao se considerar
a segurança do
pessoal que
trabalha em
encontra diluído
em água).
cozinhas e
restaurantes, o
extintor classe K
é o mais fácil de
ser utilizado.
Atua por
formação de
neblina e o fogo
é extinto por
resfriamento e
pelo efeito
asfixiante da
espuma.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
(Adaptado de MOLINARO, 2009)
CONTENÇÃO LABORATORIAL
De acordo com o Ministério da Saúde, a contenção laboratorial pode ser classificada de
duas formas:
CONTENÇÃO PRIMÁRIA
Também conhecida como barreira primária. Visa garantir a proteção do ambiente interno
do laboratório, assim como dos trabalhadores.
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
Também conhecida como barreira secundária. Está relacionada à proteção do ambiente
externo por meio das práticas operacionais e da infraestrutura planejada para o
laboratório.
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Entende-se por contenção laboratorial todas as práticas realizadas com o objetivo de
reduzir os riscos de acidentes e proteger a equipe de profissionais que trabalham no
laboratório contra a exposição aos riscos da ação de agentes químicos e biológicos. Tudo
isso depende de um complexo planejamento das análises de riscos que envolvem o
laboratório e do conhecimento técnico dos profissionais que ali trabalham.
CONTENÇÃO PRIMÁRIA
A contenção primária ou barreira primária é mais conhecida como o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPC).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI)
Os EPI visam primariamente a proteção individual do trabalhador, garantindo a sua
saúde e integridade física. Os EPI variam de acordo com a análise de risco do
laboratório e os níveis de biossegurança determinados.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
(EPC)
Os EPC estão associados à proteção do ambiente, mas também visam garantir a
manutenção da saúde e integridade física dos trabalhadores de um determinado
setor ou área específica.
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Fonte: Shutterstock.com
Vejamos a seguir alguns dos principais EPI e EPC utilizados em laboratórios clínicos.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Jaleco
O uso de jaleco ou avental nos laboratórios clínicos é obrigatório e serve como uma
barreira de proteção para o trabalhador. Ele deve ser feito, preferencialmente, de algodão
ou fibra sintética e obrigatoriamente não inflamável.
Fonte: Shutterstock.com
Os jalecos devem ser utilizados de forma restrita aos laboratórios e não devem ser levados
para as áreas comuns, banheiros ou refeitórios.
Fonte: Shutterstock.com
Máscaras e protetores faciais
São equipamentos que protegem a face do trabalhador contra impactos, substâncias
tóxicas e radiação, protegendo as vias aéreas superiores. A seguir, conheceremos os
diversos tipos disponíveis e suas funções:
PROTETORES FACIAIS OU FACE SHIELDS
São fabricados em plástico resistente como propionatos, acetatos e policarbonatos,
podendo ser revestidos com metais para a absorção de radiações infravermelhas.
Protegem o profissional contra partículas sólidas (impacto), substâncias tóxicas (líquidos e
vapores químicos) e radiação (ultravioleta e infravermelha).
Fonte: Shutterstock.com
 Face Shield
MÁSCARAS DE PROTEÇÃO
São fabricadas em tecido ou fibra sintética e geralmente são descartáveis. Servem para
proteger as vias aéreas (nariz e boca) do profissional, evitandoos respingos de perdigotos
e a contaminação. Existem vários tipos de materiais para a confecção de máscaras de
acordo com o risco ao qual o trabalhador será exposto, como as chamadas N95 ou PFF2.
Essas máscaras possuem filtro e são capazes de reter cerca de 95% de partículas maiores
que 0,3 µm, além de vapores tóxicos e contaminantes na forma de aerossóis, como alguns
vírus e bactérias.
Fonte: Shutterstock.com
MÁSCARA DE PROTEÇÃO
Fonte: Shutterstock.com
MÁSCARA N95
MÁSCARAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
São utilizadas quando se manipulam substâncias químicas que geram gases tóxicos
(formaldeído, amônia, cloreto de hidrogênio). Elas possuem filtros que podem ser
mecânicos, químicos ou combinados.
Fonte: Fitriridzuan/Shutterstock.com
 Máscara para Gases Tóxicos
Fonte: Shutterstock.com
Luvas
As luvas são utilizadas com o objetivo de prevenir a contaminação por agentes químicos,
físicos (cortes, calor, radiações) e biológicos. Elas devem ser sempre utilizadas quando
houver um procedimento com exposição a sangue, hemoderivados e fluidos orgânicos.
As luvas podem ser confeccionadas com materiais diversos e devem ser escolhidas de
acordo com a finalidade de uso:
LUVAS DE PROTEÇÃO PARA O MANUSEIO DE
MATERIAL BIOLÓGICO
São também conhecidas como luvas de procedimento, quando não estéreis, ou luvas
cirúrgicas, quando estéreis. Geralmente são de látex e descartáveis, mas podem também
ser de vinil ou PVC (cloreto de polivinil).
Fonte: Shutterstock.com
 Luvas de Látex
LUVAS DE PROTEÇÃO AO FRIO E CALOR
Fonte: Shutterstock.com
 Luva térmica importante no manuseio de autoclaves, por exemplo.
São de tecido resistente ou revestidas com algum material à prova de calor. As mais
comuns são as luvas de amianto e as do tipo kevlar, resistentes a altas temperaturas. As
luvas de proteção ao frio podem ser de lã ou de tecido emborrachado com revestimento
interno de fibras naturais ou sintéticas.
LUVAS DE PROTEÇÃO PARA O MANUSEIO DE
PRODUTOS QUÍMICOS
Podem ser de borracha natural, neoprene, PVC, PVA (álcool polivinílico) e borracha de
butadieno. A escolha do tipo de luva deverá ser feita de acordo com o produto químico a
ser manipulado.
Fonte: Shutterstock.com
 Luva de Borracha
Fonte: Shutterstock.com
Toucas ou gorros
São equipamentos de proteção individual mais utilizados em áreas estéreis e de
manipulação de produtos e servem para evitar que os cabelos contaminem uma
determinada área ou produto, ou ainda, para protegê-los de respingos, líquidos ou
aerossóis. Podem ser confeccionadas nos mais diferentes tipos de materiais e devem ser
de fácil lavagem e desinfecção.
Protetores oculares e protetores auriculares
São mais conhecidos como óculos de proteção e protetores de ouvido.
Fonte: Shutterstock.com
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Os óculos de proteção funcionam como uma barreira contra respingos de produtos
químicos e corrosivos, além de atuarem também como uma barreira biológica, evitando
as lesões oculares.
Fonte: Shutterstock.com
PROTETORES AURICULARES
Já os protetores auriculares têm a função de proteger os ouvidos de ruídos oriundos de
equipamentos e processos produtivos.
Propés
Esses equipamentos são sapatilhas utilizadas em áreas estéreis e geralmente são
descartáveis, confeccionadas em algodão.
Fonte: Shutterstock.com
Fonte: Shutterstock.com
Calçados de segurança
São mais utilizados pelos trabalhadores das áreas de limpeza dos laboratórios e devem
ser resistentes aos produtos químicos e corrosivos, além de possuírem solado
antiderrapante. Podem também ser utilizados de acordo com outras atividades
desempenhadas pelos laboratórios.
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Os equipamentos de proteção coletiva servem para a proteção de toda a equipe do
laboratório e também do meio ambiente.
 ATENÇÃO
As capelas de exaustão e as cabines de fluxo laminar ou cabines de segurança biológica
são EPC já mencionados anteriormente no item Equipamentos, materiais e reagentes.
Todo laboratório deve conter o chuveiro de emergência e o lava-olhos para lavagem e
eliminação de contaminantes químicos e biológicos em caso de acidentes.
Fonte: Shutterstock.com
O chuveiro de emergência deve ter aproximadamente 30 cm de diâmetro, deve ser
acionado por meio de alavancas e deve estar instalado em local de fácil acesso.
Fonte: Shutterstock.com
O lava-olhos é um equipamento formado por uma bacia metálica, geralmente associada
ao chuveiro de emergência, com dois dispositivos que emitem jatos de água direcionados
à região dos olhos.
No vídeo a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre os EPIs e EPCs utilizados no dia a
dia do laboratório e também a correta lavagem de mãos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. APRENDEMOS QUE AS BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (BPL) SÃO UM CONJUNTO DE
NORMAS QUE DIZEM RESPEITO À ORGANIZAÇÃO E ÀS CONDIÇÕES SOB AS QUAIS
ESTUDOS EM LABORATÓRIOS E/OU CAMPO SÃO PLANEJADOS, REALIZADOS,
MONITORADOS, REGISTRADOS E RELATADOS. AS BPL ABRANGEM DIFERENTES ÁREAS.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO REPRESENTA UMA ABRANGÊNCIA DAS BPL:
A) Produtos farmacêuticos
B) Aditivos de alimentos
C) Produtos veterinários
D) Produtos químicos
E) Produtos têxteis
2. OS EXTINTORES DE INCÊNDIO PODEM TAMBÉM SER CONSIDERADOS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC). EXISTEM CINCO TIPOS DE EXTINTORES
CLASSIFICADOS DE ACORDO COM O TIPO DE MATERIAL E A CLASSE DE INCÊNDIO. SE
DURANTE O TRABALHO NO LABORATÓRIO UMA CENTRÍFUGA EM FUNCIONAMENTO
PEGA FOGO, QUAL TIPO DE EXTINTOR DEVE-SE UTILIZAR?
A) Areia
B) Espuma física
C) Espuma química
D) Neve carbônica
E) Pó normal
GABARITO
1. Aprendemos que as Boas Práticas Laboratoriais (BPL) são um conjunto de normas
que dizem respeito à organização e às condições sob as quais estudos em
laboratórios e/ou campo são planejados, realizados, monitorados, registrados e
relatados. As BPL abrangem diferentes áreas. Assinale a alternativa que não
representa uma abrangência das BPL:
A alternativa "E " está correta.
As BPL apresentam como princípios os padrões mínimos para um laboratório funcionar
adequadamente visando a proteção do homem/vegetais/animais e o meio ambiente. São
aplicáveis a estudos relacionados à saúde humana, vegetal, animal e ao meio ambiente,
nos casos previstos nas respectivas normas, não se enquadrando a produção têxtil.
2. Os extintores de incêndio podem também ser considerados Equipamentos de
Proteção Coletiva (EPC). Existem cinco tipos de extintores classificados de acordo
com o tipo de material e a classe de incêndio. Se durante o trabalho no laboratório
uma centrífuga em funcionamento pega fogo, qual tipo de extintor deve-se utilizar?
A alternativa "B " está correta.
Espuma física (mistura de água e substâncias tensoativas por injeção mecânica de ar) é o
extintor preconizado para apagar fogos da classe de incêndio C, que ocorre em
equipamentos energizados.
MÓDULO 2
 Identificar as técnicas de purificação de água e a descontaminação de acordo
com as boas práticas de laboratório
SISTEMAS DE PURIFICAÇÃO DE ÁGUA
A água é o solvente mais utilizado na prática laboratorial e, por isso mesmo, é chamada de
solvente universal. Devido ao seu grau de importância, a água para uso laboratorial deve
atender aos requisitos de qualidade de acordo com a sua finalidade de uso.
 SAIBA MAIS
Uma boa forma de se orientar é lendo as determinações e os padrões de qualidade para a
utilização da água nos laboratórios clínicos e patológicos que estão descritos no capítulo
8.5 da Farmacopeia Brasileira, 6a Edição (2019) e que devem ser rigorosamente atendidos e
seguidos.
A água potável abastece as cidades e a maioria das casas e é considerada uma água
tratada.
Esse tipo de água não deve ser utilizado no trabalho laboratorial, pois apresenta possíveis
incompatibilidades entre os contaminantes presentes e os procedimentos laboratoriais
que serão realizados.
A água potável não é regulamentada pela ANVISA e nem pela Farmacopeia Brasileira. Ela
deve atender aos órgãos responsáveis regionais,tais como o Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), no Rio de Janeiro, e a Agência Nacional de Água (ANA), no Distrito
Federal.
PARA A ÁGUA SER CONSIDERADA POTÁVEL ELA DEVE
APRESENTAR MENOS DE 0,1% DE SÓLIDOS TOTAIS.
ISSO É OBTIDO A PARTIR DA EVAPORAÇÃO DE UMA
AMOSTRA DE 100 ML DE ÁGUA ATÉ COMPLETA
SECAGEM E PESAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS QUE
DEVEM SER INFERIORES A 100 MG.
(ALLEN Jr., 2013)
CONTAMINANTES DA ÁGUA
Os principais contaminantes da água potável são de origem física, química ou biológica.
Os contaminantes físicos são os mais facilmente eliminados por meio do processo de
filtração, já os contaminantes químicos e biológicos são difíceis de serem eliminados e
comprometem a qualidade final da água, podendo alterar as análises laboratoriais,
gerando resultados falhos e até mesmo comprometendo anos de pesquisas e de estudo.
O controle de contaminantes da água para uso laboratorial é, portanto, fundamental para
atender às especificações estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Observe a figura a seguir para entender quais são os principais contaminantes da água:
Fonte: EnsineMe.
 Figura 8: Principais contaminantes da água.
Os contaminantes químicos podem ser orgânicos ou inorgânicos e precisam ser
removidos por dois motivos principais:
Primeiro, para se evitar que interfiram nas fases de pré-tratamento dos sistemas de
purificação de água.
Segundo, para proteger a saúde das pessoas.
 VOCÊ SABIA
Esses contaminantes químicos apresentam diversas origens, por exemplo, a fonte de
alimentação; da extração de materiais com os quais a água entra em contato; da absorção
de gases da atmosfera; de resíduos poluentes, ou resíduos de produtos utilizados na
limpeza e sanitização de equipamentos, dentre muitos outros.
Podem ser removidos por um sistema de osmose reversa ou por técnicas associadas
como deionização, carvão ativado, ozônio e radiação ultravioleta.
Falaremos sobre essas técnicas adiante.
Os contaminantes microbiológicos podem ser fungos, bactérias e vírus, sendo que a
contaminação bacteriana é a mais preocupante e apresenta um grande desafio à
qualidade da água.
Fonte: Shutterstock.com
O controle microbiológico da água é certamente o mais importante e prioritário e deve ser
constantemente verificado e atualizado de acordo com os parâmetros legais.
TIPOS DE ÁGUA PARA USO LABORATORIAL
Existem 3 métodos principais utilizados para a obtenção de água purificada:
DESTILAÇÃO
DEIONIZAÇÃO
OSMOSE REVERSA
A escolha de um método específico depende do tipo e da qualidade de água desejados, e
também do volume necessário.
Um projeto de instalação de um sistema de purificação de água depende de algumas
condições específicas listadas a seguir:
A qualidade da água de fornecimento e da água desejada ao final.
A vazão necessária.
A distância entre o sistema de produção e os pontos de uso.
O layout da tubulação e conexões.
O material empregado.
Facilidades de assistência técnica e manutenção.
Os instrumentos adequados para o monitoramento.
 ATENÇÃO
Na realidade, a escolha de um sistema de purificação eficiente depende da qualidade da
água de entrada, ou seja, das características da água potável que irá alimentar o sistema e
também do tipo e da qualidade da água que se deseja.
Apresentaremos a seguir, em uma ordem sequencial lógica, as principais tecnologias de
purificação de água encontradas para a remoção dos diversos tipos de contaminantes
seguindo etapas na sequência de purificação.
PRÉ-FILTRAÇÃO
A pré-filtração, segundo Brasil (2019), destina-se a remover sólidos particulados com
tamanhos entre 5 e 10 μm, essencialmente para proteger as tecnologias subsequentes,
utilizando filtros de areia ou uma combinação de filtros. Deve estar associada a todos os
sistemas de purificação de água com o objetivo de proteger os equipamentos mais
sensíveis e caros.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 9: Sistema de pré-filtração carvão, areia e zeólitos.
FILTRAÇÃO POR ADSORÇÃO POR CARVÃO
VEGETAL ATIVADO
Pode ser considerada também uma técnica de pré-filtração, mas, nesse caso, o carvão
vegetal ativado tem a capacidade de remover compostos orgânicos como as cloraminas e
o cloro livre, os quais adsorve em sua superfície. Essa tecnologia é muito importante para,
por exemplo, proteger as membranas da osmose reversa. Deve-se tomar cuidado com a
formação de biofilme, que implica na necessidade de sanitização do carvão ativado com
vapor quente ou da troca do material filtrante.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 10: Filtro de carvão ativado.
TRATAMENTO COM ABRANDADORES
(SOFTENERS)
Em muitos lugares que utilizam água de poço como fonte primária para o abastecimento
do sistema de purificação, é necessária a utilização de abrandadores, uma vez que essa
água é rica em íons de cálcio, ferro e magnésio – também conhecida como água “dura”. O
tratamento com abrandadores é muito parecido com a deionização e utiliza também
resinas de troca iônica que capturam os íons metálicos e liberam íons sódio na água. É
importante observar a necessidade de sanitização ou troca das resinas periodicamente,
evitando a formação de biofilme e contaminação da água.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 11: Sistema de tratamento de água com abrandadores.
DEIONIZAÇÃO
A técnica de deionização ou desmineralização é muito utilizada para a obtenção de água
purificada para uso rotineiro no laboratório. Ela remove apenas sais inorgânicos através
de resinas de troca iônica específicas para cátions e ânions. Nesses casos, as resinas
catiônicas capturam os íons catiônicos, liberando H+, e as resinas aniônicas capturam os
íons aniônicos, liberando OH-. Observe a figura abaixo e entenda melhor como essa troca
acontece.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 12: Processo de deionização da água.
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, rápida e barata, a deionização não
produz uma água de alta pureza e deve ser associada a outras tecnologias, a fim de
melhorar a qualidade da água e atender às exigências da legislação específica e
necessidade de algumas metodologias empregadas no laboratório. Outro problema é a
necessidade de regeneração das resinas devido à possibilidade de formação de biofilme.
Existem dois tipos de deionizadores no mercado: o de leito misto (uma única resina mista)
e o de leito separado (com duas resinas, uma catiônica e uma aniônica).
OSMOSE REVERSA
Atualmente, a osmose reversa vem se tornando a tecnologia de primeira escolha como
sistema de purificação de água devido à sua alta versatilidade.
Essa tecnologia atende a todo tipo de demanda, existindo equipamentos para larga escala
industrial (1.000 L/hora) e pequenos equipamentos para a escala laboratorial, com
capacidade de cerca de 10 L/hora, por exemplo.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 13: Equipamento de osmose reversa.
Essa tecnologia se baseia na utilização de membranas semipermeáveis com propriedades
específicas utilizadas para a remoção de íons, microrganismos e endotoxinas bacterianas.
É um processo altamente eficiente e que remove de 90% a 99% dos contaminantes.
Justamente por isso, diversos fatores podem afetar significativamente essa tecnologia,
tais como o pH, a pressão diferencial ao longo da membrana, a temperatura, o polímero
da membrana e a construção dos cartuchos de osmose reversa.
Para entendermos melhor como ocorre o processo de osmose reversa, vamos primeiro
recordar o que é um processo de osmose.
 RELEMBRANDO
A osmose é um processo celular que ocorre naturalmente, ou seja, sem gasto de energia.
Ela consiste na passagem de um solvente através de uma membrana semipermeável de
um meio hipotônico para um meio hipertônico.
Fica fácil entendermos agora que a osmose reversa seria um processo contrário ao da
osmose, ou seja, a passagem do solvente do meio hipertônico para o meio hipotônico.
O problema é que isso não aconteceria naturalmente ou sem gasto de energia. Dessa
forma, é necessário pressurizar o sistema para que o processo de osmose reversa possa
acontecer.Fonte: Shutterstock.com
 Figura 14: Esquema de osmose reversa.
 ATENÇÃO
É importante que se compreenda que o processo de osmose reversa nada mais é do que
um processo de filtração, utilizando as membranas semipermeáveis como elemento
filtrante. Sendo assim, é fundamental que exista um sistema de pré-tratamento que
remova particulados, agentes oxidantes e contaminantes que favoreçam incrustações
como cálcio e magnésio, a fim de proteger e preservar as membranas. Outro ponto
importante é a sanitização do sistema, evitando a formação de biofilme e a contaminação
microbiana.
O sistema de purificação de água por osmose reversa vem se tornando tão acessível, de
fácil instalação e baixo custo de manutenção que já existem sistemas de osmose reversa
de duplo passo, no qual a água purifica em uma primeira etapa e alimenta o sistema em
uma segunda etapa, aumentando a capacidade de purificação.
ULTRAFILTRAÇÃO
Assim como a osmose reversa e como o próprio nome diz, a ultrafiltração utiliza uma
tecnologia de filtração com membranas especiais que têm a capacidade de reter
endotoxinas e moléculas de acordo com o seu peso molecular e sua estereoquímica. Um
dos sistemas de ultrapurificação de água mais conhecidos do mundo é o chamado do tipo
Milli-Q.
 COMENTÁRIO
Na verdade, uma água conhecida como do tipo Milli-Q é uma água ultrapurificada (AUP)
obtida por essa marca de sistema que é registrada pelo grupo Merck.
Assim como outros sistemas de purificação que envolvem alta tecnologia, esse sistema
deve ser validado, passar por um pré-tratamento, ter suas condições operacionais
controladas e procedimentos adequados de limpeza e sanitização.
Essa técnica pode estar associada a outras, mas geralmente é mais utilizada em
laboratórios que envolvem alta tecnologia como biologia molecular e espectrometria de
massas.
MICROFILTRAÇÃO
Assim como a ultrafiltração, esta tecnologia também pode estar associada a outros
sistemas de purificação de água. Trata-se de um processo que utiliza membranas
filtrantes microporosas de poros de diâmetro de 0,22 µm, e pode ser considerada uma
filtração esterilizante por causa disso, mas, para tanto, precisa ser validada. Essas
membranas podem estar associadas a um sistema de osmose reversa, mas também
podem ser utilizadas de forma individualizada em pequenos filtros isolados.
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
Esta é uma tecnologia que deve ser utilizada sempre de forma associada a outro sistema.
Isoladamente, esta técnica não produz água purificada.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 15: Lâmpadas ultravioleta.
A radiação ultravioleta é utilizada em 2 comprimentos de onda que promovem efeitos
distintos. São eles:
185 NM + 254 NM
254 NM
185 NM + 254 NM
Oxidação de compostos orgânicos e consequente redução de sua concentração para
atender aos limites da água purificada (AP), água para fabricação de produtos injetáveis
(API) e água ultrapurificada (AUP).
254 NM
Ação germicida nos diversos pontos da sequência de purificação para reduzir a contagem
microbiana.
De acordo com Brasil (2019), esta técnica é muito utilizada ao longo dos tanques de
armazenamento de água para reduzir a contaminação microbiana e é associada a capelas
de fluxo laminares.
DESTILAÇÃO
Este sistema de purificação de água é certamente o mais antigo do mundo.
Como já sabemos, a destilação é um processo de separação de líquidos por meio do
vapor. O princípio da destilação consiste em evaporar a água por aquecimento e, por
resfriamento e através de um duto condensador, liquefazer o vapor d’água novamente.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 16: Esquema de destilação.
Durante centenas de anos esse foi o principal método de escolha como sistema de
purificação de água e o mais utilizado para a prática laboratorial, a indústria farmacêutica,
as farmácias magistrais, dentre outras áreas da Saúde.
Um sistema de destilação de água consiste num método de fácil instalação e reutilizável,
com baixo custo de instalação e alta eficiência. Pode produzir inclusive água API por meio
de um processo de bidestilação. Apesar disso, esta técnica apresenta algumas
desvantagens, tais como os altos custos de consumo de água e eletricidade, a difícil
manutenção, o arraste de contaminantes pelo processo de condensação e o arraste de
impurezas voláteis. Por esses motivos, atualmente a substituição de destiladores por
sistemas de osmose reversa tem se mostrado uma opção mais eficiente e econômica.
No vídeo a seguir você conhecerá mais profundamente um processo de purificação da
água: destilação e deionização.
SISTEMAS DE DESCONTAMINAÇÃO DE
LABORATÓRIOS
Já aprendemos que os laboratórios são classificados de acordo com as suas classes de
riscos e essa classificação serve também para direcionar o sistema de descontaminação
de material, pessoal e do laboratório. É preciso, portanto, existir uma rotina de
higienização bem descrita e consolidada através de procedimentos operacionais padrão
(POP) a fim de garantir as boas práticas de laboratório e evitar o risco de acidentes e
contaminações.
 ATENÇÃO
Quando se trata de laboratórios clínicos, os riscos maiores envolvem a contaminação
microbiana, então a descontaminação deve acontecer periodicamente, sempre após cada
uso. É fundamental a conscientização e o treinamento do pessoal envolvido na rotina
sobre os riscos de infecções e das ações preventivas necessárias para garantir as boas
práticas de laboratório e a biossegurança do local, da equipe e do meio ambiente.
O processo de descontaminação é definido como a técnica utilizada para a eliminação
total ou parcial de microrganismos ou ainda a remoção e neutralização de produtos
químicos perigosos e material radioativo. O objetivo principal é tornar o material biológico
seguro para o descarte ou para a sua reutilização.
As etapas de descontaminação dependem do nível de contaminação e podem ser
resumidas como:
LIMPEZA
DESINFECÇÃO
ESTERILIZAÇÃO
Além dos processos de descontaminação, as atividades dos laboratórios geram diferentes
tipos de resíduos que devem ser armazenados e descartados de acordo com a legislação
vigente. Atualmente, a legislação que regulamenta e classifica os tipos de resíduos é a
RDC nº 222/2018 da ANVISA.
A partir de agora, conheceremos as principais etapas do processo de descontaminação e
o os cuidados relacionados ao armazenamento e ao descarte de resíduos biológicos e
químicos.
LIMPEZA
A limpeza é o processo de remoção de partículas ou de material orgânico e pode estar
associada tanto aos materiais contaminados, como ao pessoal e ao ambiente. É o primeiro
passo num processo de descontaminação e inclui ações e cuidados de higiene dos
materiais e dos ambientes. Os procedimentos de limpeza devem ser padronizados,
incluindo o tipo de água usada, além do sabão e o detergente neutro que serão utilizados.
Deve-se usar pano úmido para retirar poeiras e impurezas das superfícies.
Fonte: Shutterstock.com
Os funcionários da limpeza poderão ser terceirizados, mas é preciso realizar treinamentos
contínuos e específicos a fim de garantir a eficácia dos procedimentos de limpeza.
DESINFECÇÃO
Fonte: Shutterstock.com
A desinfecção é a etapa do processo de descontaminação que visa a eliminação dos
microrganismos em sua forma vegetativa, de ambientes, dos materiais, da pele e das
mãos. Esse processo não elimina as formas esporuladas dos agentes infecciosos e pode
ser realizado por meios físicos e químicos. Os procedimentos de desinfecção por meios
físicos basicamente utilizam o calor como técnica para a desinfeção. Já os procedimentos
químicos podem ser líquidos ou gasosos utilizando-se desinfetantes ou germicidas.
Os agentes germicidas agem sob as bactérias por dois métodos distintos:
AÇÃO BACTERICIDA
Elimina as bactérias e estas não são mais capazes de se reproduzirem.
AÇÃO BACTERIOSTÁTICA
Inibe a multiplicação das bactérias.
A seguir, conheceremos os principais desinfetantes utilizados no processo de
descontaminação dos laboratórios:
ÁLCOOISOs álcoois mais utilizados nos processos de desinfecção são o álcool etílico (etanol) e o
álcool isopropílico (isopropranol). Embora ambos apresentem ação desinfetante, o etanol
é mais utilizado, pois possui maior ação germicida, menor custo e menor toxicidade. Os
estudos demonstram que a melhor faixa de concentração do etanol em água é entre 60%
e 80% para a ação sobre os microrganismos. Utiliza-se, usualmente, o álcool etílico a 70%
como agente desinfetante e esse é o mais importante dentro do laboratório para
desinfecção de superfícies e materiais. Até hoje o mecanismo de ação desinfetante do
álcool não está muito esclarecido, mas acredita-se que ocorra por desnaturação das
proteínas de membrana. Dessa forma, é necessário que o álcool esteja diluído, uma vez
que na ausência de água as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente, por isso o
álcool absoluto não é tão eficaz quanto o diluído a 70%.
COMPOSTOS À BASE DE CLORO
O cloro inorgânico é um agente germicida altamente potente, entretanto, não deve ser
utilizado em sua forma pura devido ao seu alto poder oxidante, alta volatilidade e
toxicidade. Assim, ele é usado na forma de hipoclorito de sódio em concentrações de 2% a
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4%. Nos laboratórios, é muito utilizado na desinfecção de superfícies e materiais, inclusive
quando contaminados com sangue, e para recipientes de descarte como, por exemplo,
ponteiras de pipetas e swabs. É muito ativo para agentes infecciosos em sua forma
vegetativa, como bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, fungos, vírus e
micobactérias. O tempo de exposição necessário para sua ação de germicida é de cerca de
10 minutos, com 1% de cloro ativo livre. Mesmo quando diluído, é necessário tomar os
devidos cuidados na manipulação do hipoclorito de sódio, utilizando EPI adequados e
seguindo os procedimentos corretos de diluição, pois o produto possui uma série de
efeitos adversos, causando irritação severa do trato respiratório.
FORMALDEÍDO
Ainda nos dias atuais o formaldeído pode ser utilizado em áreas (cabines de segurança
biológica) e superfícies de laboratórios para o processo de desinfecção por meio do
método da fumigação, apesar de sua alta toxicidade. Ele possui atividade para bactérias
Gram-positivas e Gram-negativas, fungos e vírus. Devido à sua alta toxicidade, o operador
deverá utilizar EPI com proteção ocular, máscara de gás com filtro adequado e manter os
devidos cuidados para o trato respiratório.
COMPOSTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO
Recentemente, esta classe de agentes desinfetantes tem sido bastante difundida devido à
sua baixa toxicidade. Essa substância foi amplamente empregada na descontaminação de
superfícies e ambientes, como pontos de ônibus e ambientes das comunidades, durante a
pandemia do coronavírus.
Apesar disso, é necessário avaliar as concentrações de uso e eficácia desses agentes a fim
de garantir a eficácia do processo de desinfecção.
Exemplo de desinfetante: Cloreto de cetil trimetil amônio.
Desinfecção por agentes físicos
Conforme citado anteriormente, os processos de desinfecção podem ser realizados por
meios físicos, utilizando-se basicamente o calor. Dentre essas técnicas, destacam-se a
pasteurização e a tindalização.
PASTEURIZAÇÃO
TINDALIZAÇÃO
PASTEURIZAÇÃO
É muito utilizada para alimentos como leite e sucos de frutas, porém, mais
especificamente, para produtos suscetíveis a altas temperaturas. Foi desenvolvida pelo
cientista Louis Pasteur em 1864 e consiste em aquecer os produtos a 60°C por um
determinado tempo e depois resfriá-los. Dessa forma, reduz-se o número de
microrganismos presentes evitando a deterioração do produto.
TINDALIZAÇÃO
É um tipo de esterilização fracionada na qual é aplicado vapor d’água contínuo (entre 60°C
e 90°C) durante 30 a 60 minutos, repetidas vezes, resfriando-se entre cada aquecimento.
O número de operações varia de 3 a 12 ciclos dependendo do grau de contaminação.
Durante o período de resfriamento (cerca de 24 horas), as formas esporuladas passam
novamente às formas vegetativas e podem ser eliminadas quando submetidas ao vapor
contínuo mais uma vez. Esse processo é muito utilizado na indústria de alimentos e na
indústria farmacêutica em produtos sensíveis à temperatura.
ESTERILIZAÇÃO
A esterilização é um processo de eliminação de todas as formas de microrganismos,
incluindo as esporuladas. Dessa forma, este processo promove a eliminação completa de
todos os microrganismos em um determinado material, superfície ou ambiente. É possível
afirmarmos que geralmente os processos de esterilização utilizam métodos físicos, e os de
desinfecção, métodos químicos. Entretanto, isso não necessariamente é uma regra, já que
os métodos químicos também podem ser utilizados para o processo de esterilização,
principalmente os gasosos.
Os métodos de esterilização podem ser classificados em 3 tipos:
Processos físicos (calor e radiação).
Processos mecânicos (filtração).
Processos químicos (agentes bactericidas).
Dentre os métodos mais utilizados para a esterilização em laboratórios estão os métodos
físicos, que podem ser por calor seco ou úmido, ou ainda por irradiações.
Calor seco
Esta técnica pode ser dividida em flambagem e circulação de ar quente.
FLAMBAGEM OU INCINERAÇÃO
Muito utilizada em laboratórios para eliminar microrganismos por calor direto, utilizando-
se a alça bacteriológica e o bico de Bunsen. Quando a alça estiver totalmente
incandescente, é sinal de que ocorreu a esterilização.
ESTUFAS DE ESTERILIZAÇÃO OU FORNO DE PASTEUR
Utilizada geralmente para materiais que não suportam calor úmido e que são resistentes
a altas temperaturas, tais como o aço, o vidro e os pós (termorresistentes, óleos e
gorduras). As estufas de ar circulante são as mais utilizadas, apresentando temperaturas
que variam de 160°C a 250°C.
Calor úmido
Este processo consiste em submeter os produtos ao contato com calor úmido e à alta
pressão, utilizando-se uma autoclave. É considerado o método de esterilização mais
eficiente e deve ser sempre o de primeira escolha.
Fonte: Adaptado de PRISTA, 1995.
 Figura 17: Esquema de Autoclave.
Conforme ocorre um aumento da pressão, maior será o ponto de ebulição da água.
0,5 atm............... 110°C
1 atm ................. 121°C
1,5 atm .............. 127°C
 SAIBA MAIS
É possível esterilizar os mais diversos tipos de materiais como borracha, látex, ampolas
cheias, meios de cultura, roupas e equipamentos diversos. Para controlar e garantir a
eficácia do processo de esterilização, é possível utilizar-se de indicadores químicos e
biológicos durante a autoclavação, como as fitas ou etiquetas adesivas e o Bacillus
stearothermophilus.
Irradiação
Ainda dentro dos processos de esterilização por métodos físicos, a irradiação é uma
alternativa aos processos que utilizam calor.
Existem dois tipos de irradiação: as ionizantes, que utilizam comprimentos de onda mais
curtos e de maior energia (como os raios gama, por exemplo), e as não ionizantes (como a
radiação ultravioleta).
RAIOS GAMA
É um tipo de radiação ionizante que pode ser utilizada para a esterilização de grandes
lotes de produtos, tais como seringas, agulhas, luvas, cateteres etc. Elimina os
microrganismos sem aumento de temperatura. Ainda representa alto custo para as
empresas.
RAIOS UV
É um tipo de radiação não ionizante e que, apesar do seu baixo poder de penetração, é
muito eficiente em processos de purificação de água, no âmbito hospitalar e nas câmaras
de segurança biológica como lâmpadas UV, auxiliando no processo de esterilização após a
desinfecção das superfícies. Deve-se tomar cuidado, pois pode causar danos aos olhos e à
pele.
Filtração
É um processo mecânico de esterilização que depende do tipo de material filtrante
utilizado. Para filtrações esterilizantes é necessário que as membranas filtrantes
apresentem tamanho de poro de 0,22µm.
 COMENTÁRIO
Esse método pode ser utilizado para esterilizar pequenos volumes, quando é conhecido
comomicrofiltração, mas é mais comum ser usado para a filtração do ar em ambientes
estéreis, utilizando os filtros HEPA, como nas câmaras de segurança biológica.
Conforme visto anteriormente, os agentes químicos geralmente são mais utilizados para
os processos de desinfecção. Entretanto, os agentes químicos gasosos como o óxido de
etileno também podem ser usados como método de esterilização. Isso se deve ao seu alto
poder de penetração e ação esporicida. Ainda assim, seu uso é bastante restrito por se
tratar de gás explosivo e de alto custo de processo.
DESCARTE DE RESÍDUOS
As atividades de rotina dos laboratórios clínicos geram diferentes tipos de resíduos que
devem ser armazenados e descartados de acordo com a legislação vigente. Atualmente, a
legislação que regulamenta e classifica os tipos de resíduos é a RDC nº 222/2018 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os grupos de resíduos de saúde podem ser
classificados da seguinte maneira:
Fonte: Shutterstock.com
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características,
podem apresentar risco de infecção (A1, A2, A3, A4, A5).
GRUPO B
Resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou
ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e
quantidade.
GRUPO C
Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de
dispensa especificados em norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para
os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas,
escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de
bisturi, lancetas tubos capilares, ponteiras de micropipetas, lâminas e lamínulas,
espátulas, todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
Com exceção do grupo C, a maioria dos laboratórios clínicos apresentam resíduos
pertencentes a todos os outros grupos. Uma vez que os resíduos do grupo D não
apresentam riscos à saúde e podem ser equiparados aos resíduos domiciliares, devemos
focar, portanto, nos grupos A, B e E.
GRUPO A
GRUPO B
GRUPO E
GRUPO A
O grupo A ainda é subdivido em A1, A2, A3, A4 e A5. Neste grupo, destacam-se os
subtipos A1 e A4. O descarte de resíduos do grupo A1 deve sofrer tratamento prévio para
a redução e eliminação da carga microbiana e, ainda no caso de materiais de Nível III,
inativação total da carga microbiana. Os resíduos sólidos de saúde (RSS) do grupo A4 não
necessitam de tratamento prévio e devem ser embalados em saco branco leitoso
devidamente identificado para descarte final em ambiente adequado.
 SAIBA MAIS
Segundo a RDC n° 222/2018, alguns exemplos de RSS do grupo A4:
Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não
contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;
Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microrganismos.
Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e
secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de
conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e
risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja
desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
GRUPO B
Para o descarte dos RSS do grupo B é necessário avaliar a periculosidade das substâncias
presentes de acordo com as FISPQs (Ficha de informações de segurança de produtos
químicos (FISPQ).) respectivas, respeitando suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade. Esses resíduos devem ser previamente tratados de
acordo com as suas características químicas e é proibido o encaminhamento de RSS na
forma líquida para disposição final em aterros sanitários.
GRUPO E
Os materiais perfurocortantes do grupo E devem ser descartados em recipientes
identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento.
O recipiente de acondicionamento deve conter a identificação de todos os riscos
presentes. As seringas e agulhas devem passar por tratamento prévio antes do descarte
final.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL O CONCEITO DE LIMPEZA E POR QUE ELA DEVE PRECEDER OS
PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE PRODUTOS LABORATORIAIS?
A) É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter os artigos em estado
de asseio, reduzindo a população microbiana. A limpeza deve preceder os procedimentos
de desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana por meio da remoção da
sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais.
B) É o processo em que se deixa os artigos em soluções descontaminantes, realizado
antes da desinfecção para reduzir as sujidades e facilitar o processo de empacotamento e
autoclavagem.
C) Processo de limpeza em soluções desinfetantes, utilizado antes da descontaminação
para diminuir os riscos na manipulação desses artigos pelos profissionais.
D) Processo de imersão em água destilada, usado antes da descontaminação e
esterilização para não correr o risco de reinfectar os artigos hospitalares.
E) O conceito de limpeza é o mesmo conceito de assepsia ou antissepsia.
2. OS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSS) SÃO CLASSIFICADOS PELA ANVISA EM
GRUPOS A, B, C, D E E. O GRUPO A COMPREENDE:
A) Resíduos recicláveis.
B) Materiais perfurocortantes ou escarificantes.
C) Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características,
podem apresentar risco de infecção.
D) Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
E) Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública
ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.
GABARITO
1. Qual o conceito de limpeza e por que ela deve preceder os procedimentos de
desinfecção e esterilização de produtos laboratoriais?
A alternativa "A " está correta.
O processo de descontaminação é definido como a técnica utilizada para a eliminação
total ou parcial de microrganismos, ou ainda a remoção e neutralização de produtos
químicos perigosos e material radioativo. O objetivo principal é tornar o material biológico
seguro para o descarte ou para a sua reutilização. As etapas de descontaminação
dependem do nível de contaminação e podem ser resumidas como limpeza, desinfecção e
esterilização. A etapa de limpeza precede a de desinfecção e esterilização a fim de se
reduzir a carga microbiana e auxiliar a eficiência dos demais processos.
2. Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são classificados pela ANVISA em Grupos A,
B, C, D e E. O Grupo A compreende:
A alternativa "C " está correta.
De acordo com a RDC nº 222/2018 ANEXO I, a classificação dos resíduos de serviços de
saúde para o grupo A é a seguinte: resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, estudamos os conceitos de boas práticas de laboratórios, suas
aplicações e abrangências na área de Saúde. Foi possível também compreender os
sistemas de purificação de água, os tipos de água obtidos e sua utilização nos laboratórios
clínicos. Aprendemos sobre os procedimentosde descontaminação em laboratórios a
partir da limpeza, desinfecção por agentes químicos e físicos e as principais técnicas de
esterilização. Por fim, conhecemos a atual legislação de descarte de resíduos sólidos de
saúde, fechando o ciclo de conhecimento sobre as BPL para que possamos estar
preparados para exercer as atividades laboratoriais com eficiência e segurança.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALLEN JUNIOR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de
liberação de fármacos. 9. ed. Artmed: São Paulo, 2013.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ‒ ANVISA. Resolução da diretoria
colegiada – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico
para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde.  Consultado em meio eletrônico em: 11 nov.
2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ‒ ANVISA. Resolução da diretoria
colegiada – RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Consultado
em meio eletrônico em: 30 nov. 2020.
 BRASIL. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Norma regulamentadora – NR nº
5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.  Brasília, 2019. Consultado em
meio eletrônico em: 11 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos. Secretaria de
Clínica, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Clínica e Tecnologia. Série A.
Normas e Manuais Técnicos. Ministério da Saúde: Brasília, 2017.
MOLINARO, E. M. Conceitos e métodos para a formação de profissionais em
laboratórios de saúde: volume 1. Etelcia Moraes Molinaro, Luzia Fátima Gonçalves
Caputo e Maria Regina Reis Amendoeira (Orgs.). Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz, 2009.
PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica:
volume 1. 5. ed. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa, 1995.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O artigo Ensino-aprendizagem na área de biossegurança: reflexões a partir da
experiência da construção de layout de laboratório, Tallini e Prestes.
Farmacopeia Brasileira, 6ª edição, ANVISA.
Manual orienta profissionais de saúde para a higiene das mãos, Blog da Saúde,
Ministério da Saúde.
A matéria Boas práticas de laboratório na indústria farmacêutica, de Egle Leonardi,
ICTQ.
As diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos, Ministério
da Saúde.
O artigo Monitoramento em cabine de segurança biológica: manipulação de cepas e
descontaminação em um laboratório de microbactérias, de Ueki e colaboradores,
Scielo.
O texto Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de
materiais, ABNT .
O texto Classificação de riscos dos agentes biológicos, Ministério da Saúde.
RDC nº 222, de 28 de março de 2004, que regulamenta as boas práticas de
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências,
Ministério da Saúde.
Critérios para a habilitação de laboratórios segundo os princípios das boas práticas
de laboratório (BPL), ANVISA.
CONTEUDISTA
Patrícia de Castro Moreira Dias
 CURRÍCULO LATTES
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