Buscar

O bom e o belo na minha cidade

Prévia do material em texto

Centro Universitário Internacional – UNINTER
O BOM E O BELO NA MINHA CIDADE
José Roberto PINTO
UNINTER
O bom e o belo na minha cidade
Nesta pesquisa objetivou-se falar dos conceitos “bom e belo”, e para isso, buscamos informações bibliográficas que pudessem esclarecer os referidos termos, também nos valemos do ato de observar e indagar, como metodologia de pesquisa.
O propósito foi verificar o uso do juízo de fato e de valor nos termos “bom e belo, dentro do contesto sugerido pelo tema.
Assim, ao verificar o contexto de uso dos termos “bom e belo”, percebeu-se que juízo de fato é quando enunciamos um acontecimento, e juízo de valor, é quando interpretamos ou avaliamos um acontecimento.
 
CONCEITO: O bom e o belo
Inicialmente, para se falar do bom e do belo, de certa forma, demanda alguns conceitos que possam viabilizar seus entendimentos. É claro que todos nós, de uma forma subjetiva, guarda em si um juízo do que seja bom e belo, também, traz na lembrança o que de bom e belo existiu ou existe em sua cidade.
Este juízo, verificável na dicotomia bom e belo, é permeado por entendimentos vários, e isso nos permite conferir em muitos períodos contextuais em que momento os referidos termos possam figurar, seja a partir de conceitos filosóficos ou mesmo entendimentos dicionarizados.
A partir desse esclarecimento, e para melhor interação com os termos mencionados, vamos entendê-los na concepção dicionarizada, e após, a perspectiva filosófica, para então, sinalizarmos alguns elementos no contexto bom e belo existente em nossa cidade, e concluir com uma visão geral do nosso objeto de verificação.
O conceito “bom” , verificado no Dicionário Aulete é o seguinte: bom é o que é apropriado, que faz bem; o que demonstra afabilidade, civilidade; também é aquilo que satisfaz totalmente; é o que exprime aprovação, reconhecimento; julgamento favorável.
Já o termo “belo” obtivemos o seguinte: o que é muito bonito, que tem proporções e traços que satisfazem a padrões estéticos de harmonia e beleza; o que agrada por sua qualidade, seu desempenho; o que é aprazível, severo, ou mesmo vantajoso ou até lucrativo; verificamos também o que é indeterminado, irônico, lamentável e criticável, e o que é belo, que tem beleza, que agrada.
Das considerações dicionarizadas, pode-se analisá-las na vertente morfológica das palavras bom e belo, e ao considerá-las substantivo�, temos a representação da essência do significado, seja “bom” ou “belo”, ambos os termos se definem subjetivamente.
Quando os consideramos como adjetivos�, os mesmos passam a qualificar o ser ou objeto alvo de nomeação. Nesse caso, “bom” ou “belo”, passam a atributos do ser ou do objeto nomeado.
Na concepção filosófica, tem-se a seguinte definição: 
 
belo (lat. bellus: bonito) 1. Diz-se de tudo aquilo que. como tal, suscita um *prazer desinteressado (uma emoção estética) produzido pela contemplação e pela admiração de um objeto ou de um ser. Ex.: um belo castelo, uma mulher bela. 2. Diz-se de tudo aquilo que apresenta um *valor moral digno de admiração. Ex.: uma bela ação. 3. Conceito normativo fundamental da *estética que se aplica ao juízo de apreciação sobre as coisas ou sobre os seres que provocam a emoção ou o sentimento estético, seja em seu estado natural (urna bela paisagem), seja como produto da arte (pintura, música, arquitetura etc.) Todo belo é o resultado de uma apreciação, de um juízo de gosto subjetivo, isto é, pressupõe que não haja nada para ser conhecido. Kant define o belo como "aquilo que agrada universalmente sem conceito", vale dizer, como objeto de um juízo de gosto que depende da sensibilidade estética, não da inteligência conceitua!, referindo-se a um caso particular determinado, mas determinando um acordo universal dos su-jeitos. ( JAPIASSÚ, 2008)
 Ainda considerando o aspecto filosófico, o temo “bom” pode ser verificado a partir da concepção do Utilitarismo.
As teorias do prazer, que haviam desaparecido da filosofia ocidental durante muitos séculos, reapareceram com os filósofos ingleses do final do século XVIII e da primeira metade do século XIX: o fundador do utilitarismo é Jeremias Bentham (1748-1832), mas seu principal representante é John Stuart Mill (1773-1836). O utilitarismo defende que o bom é o útil para a felicidade: bom é tudo aquilo que aumenta o bem-estar da humanidade em geral — a máxima felicidade possível para o maior número possível de pessoas. O utilitarismo tem, portanto, um acentuado sentido universalista e não é de estranhar sua influência no chamado "estado de bem-estar". ( BLACKBURN, 1997,p.397)
Assim, os termos “bom e belo” podem ser concebidos, dentre muitas possibilidades, a que melhor se adapte às necessidades da subjetividade humana. 
O BOM E O BELO 
Após esse entendimento preliminar, ainda que impreciso, podemos compreender os possíveis pontos de vista em que os termos “bom e belo” podem ser aplicados a depender do contexto que se queira situá-los.
É justamente pensando os variados contextos possíveis em que esses termos possam figurar, que de algum modo, tentaremos revelar o que de bom e belo existe em nossa cidade.
Inicialmente, vamos considerar o que de bom existe em nossa cidade, e para isso vamos adotar o conceito Utilitarista, e a partir dele, dizer que nossa cidade é um bom lugar para se viver. Aqui, encontram-se homens bons, sempre dispostos a ajudar os outros; há sempre alguém com bom coração e disposto à boas ações.
De certo modo, viver em uma cidade pequena, com pouco mais de vinte mil habitantes, é perceber que no geral, ainda há uma harmonia social, não havendo os trágicos conflitos, típicos dos grandes centros urbanos.
Assim, no que diz respeito ao que há de bom nessa cidade, nossa pesquisa revelou a existência de uma boa refeição, também constatou-se que as pessoas se cumprimentam dizendo bom dia/boa noite, há quem goste de um bom jogo; quem tenha uma boa redação, um bom rendimento, e tudo isso, é percebido em vários contexto de uso do conceito “bom”.
 Quanto ao que há de belo nessa cidade, verificou-se a situação geográfica dela. Situada no topo da Serra das Araras, no caminho para São Paulo, é cortada pelo rio Paraíba do Sul, e a todos encantam sua geográfica singularmente bela.
Nessa cidade, verificamos belas construções do período do ciclo do café, fazendas típicas do início do século XVIII, e muitos casarões já do século XIX, e mesclando a paisagem, construções mais modernas.
Ainda que pudéssemos nos estender em nossa avaliação a respeito do que de bom e belo existe em nossa cidade, tudo mais que viéssemos a descrever dela, de algum modo, estaria restrito à nossa observação e ao nosso juízo de fato e valor.
O BOM E O BELO: Juízos
Assim, quando nos utilizamos dos termos “bom e belo”, para descrever nossa cidade, percebemos certo predomínio do juízo de valor. Tal fato se deu, ao constatar o uso dos termos para criar avaliação sobre coisas, pessoas, situações; e são proferidos também, no contexto da moral; nas artes, na política e na religião.
O termo juízo, nesse caso, e filosoficamente, nos propõe um problema, que é “compreender a capacidade da mente para formar, alimentar e firmar juízos, que não são simplesmente sucessões de palavras, mas itens que intrinsecamente representam estados de coisas, ou maneiras como o mundo é ou poderia ser”. ( BLACKBURN, 1997,p.212)
Nesse entendimento, e segundo Chauí (1994), o juízo de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Ainda convém lembrar que o juízo de fato, em oposição ao juízo de valor, caracteriza-se por ser aquele que diz o que as coisas são, como são e por que são; seja em nossa vida cotidiana, mas também na metafísica e nas ciências.
Por fim, podemos nos perguntar: qual a diferença entre os dois juízos? 
O juízo de fato tem existência própria, independede nós. É constituído por estruturas e processos necessários, que existem em si e por si mesmos; a Natureza em oposição à Cultura. Chauí (1994).
Já o juízo de valor, tem sua sede na cultura, uma vez que ela nasce da maneira como os seres humanos interpretam-se a si mesmos e as relações com a natureza, Acrescentando novos sentidos, intervindo nela, alterando-a através da ciência, acrescentando a ela novos valores. Chauí (1994).
Para finalizar o exposto, vamos considerar dois exemplos elucidativos:
Quando presenciamos o nascimento de um ser, e o anunciamos como um acontecimento constatado por nós, nesse caso, estamos proferindo um juízo de fato.
Se, porem, falarmos: Este ser é lindo, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento, nesse caso, estamos proferindo um juízo de valor.
A partir desses exemplos, podemos introduzir a questão do juízo ético de valor, caracterizando-o como normativo, e não raro, podemos entendê-lo como o que dita as regras de nosso comportamento social.
Amiúde, somos enganados por pensar que detemos por completo a capacidade de decidir nossos passos nos variados contextos sociais, pois muitos são os juízos que nos controlam, determinando o dever ser de nossos sentimentos, atos, e comportamentos.
Então, fica nossa proposta, para em outra oportunidade, falar dos outros juízos que são os senhores da governança de nossas vidas em sociedade.
 
REFERÊNCIAS:
BLACKBURN, Simon e MARCONDES, Danilo. Dicionário Oxford de filosofia Rio de janeiro: Zahar, 1997.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática S.A, 1994
JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
� 1. Gram. Classe de palavras que dá nome aos seres, objetos, qualidades, ações, sentimentos - Dicionário Aulete http://www.aulete.com.br/substantivo
� 1. Gram. Ling. Palavra que se junta a um substantivo, qualificando-o ou classificando-o - Dicionário Aulete http://www.aulete.com.br/substantivo

Continue navegando