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Duplicata: Título de Crédito

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Duplicata
A duplicata é um título de crédito, de modelo vinculado, onde o comprador e aceitante se obriga a pagar dentro de um prazo estipulado, o valor constante na fatura. Também chamada de duplicata mercantil, é título circulante por meio de endosso, atrelada a um contrato entre duas partes e vinculada a uma compra de mercadorias ou prestação de um serviço. Produzida após a emissão de fatura e anexada à mesma, tendo a via do credor e a do devedor. 
O credor/vendedor não é obrigado a emitir a duplicata, a ele é facultado tal prerrogativa, por outro lado o comprador não pode deixar de aceitá-la, salvo em determinados casos previstos pelo Artigo 8º da Lei das Duplicatas:
“Art . 8º: O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados”.
 
Histórico
 
1850 – O Código Comercial previa em seu Artigo 219: “Nas vendas em grosso ou por atacado entre comerciantes, o vendedor é obrigado a apresentar ao comprador por duplicado, no ato da entrega das mercadorias, a fatura ou conta dos gêneros vendidos, as quais serão por ambos assinadas, uma para ficar na mão do vendedor e outra na do comprador. Não se declarando na fatura o prazo do pagamento, presume-se que a compra foi à vista. As faturas sobreditas, não sendo reclamadas pelo vendedor ou comprador, dentro de 10 (dez) dias subseqüentes à entrega e recebimento, presumem-se contas líquidas”.
1912 – Surgiu a conta assinada ou fatura, como documento básico para a aplicação do imposto do selo.
1914 – O Poder Executivo determinou que as faturas fossem equiparadas às letras de câmbio e as notas promissórias
1922 – Surge a duplicata de fatura, onde deveriam conter venda, importância, compra na qual lhe deu origem, nome, domicilio do vendedor, do comprador, algarismos por extenso e etc. Com a emissão dessa duplicata de fatura, o governo cobrava os impostos sobre vendas e consignações.
1934 – O imposto sobre vendas e consignações é substituído pelo ICM (Imposto de Circulação de Mercadorias).
1968 – Surge finalmente, a Duplicata com título de crédito juntamente com a lei que versa sobre a mesma a Lei N° 5.474 de 18 de julho de 1968 – A Lei das Duplicatas.
Dispositivos Legais
Como falado acima, a Duplicata é regida por legislação específica A Lei Nº 5.474/1968 e o Decreto-lei 436/1969. Tais normas regulamentam toda a sistemática das duplicatas no mundo comercial e jurídico brasileiro.
Requisitos Necessários
São requisitos obrigatórios a conter na duplicata os estipulados pelo Artigo 2º, § 1º da Lei das Duplicatas:
“A duplicata conterá:
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente. ”
Sendo a duplicata um título de modelo vinculado, é imprescindível para a sua validade, o cumprimento de todos os elementos apresentados acima, os quais foram retirados da Lei 5474/68. Como ensinou Requião (2008, p.583): “A duplicata que não seguir o padrão oficial não será duplicata, não podendo ser operada em negócios de crédito com instituições financeiras.
Aceite e Remessa
Emitida a duplicata o credor apresenta-a ao devedor em um prazo de 30 (trinta) dias (Remessa), para que o mesmo assine (Aceite), reconhecendo o seu débito frente ao credor e transforme a duplicata em um direito líquido e certo, ou, não aceite, devolvendo a remessa com uma declaração de recusa, tal declaração embasada nos incisos do Artigo 8º da Lei 5474/68.
Averba o Artigo 6º: “A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.
§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.
§ 2º Se a remessa fôr feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou correspondentes êstes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento. ” 
Na duplicata é necessário estar descrito corretamente o produto/mercadoria, quantidade ou serviço prestado no ato, se diferente for o Código Penal diz expressamente em seu Artigo 172, caput: “ Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado: Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. ”
Endosso e Aval
Sendo a duplicata um título “à ordem”, ou seja, é facilitada sua transferência e circulação, a mesma está sujeita à endosso. Validando por meio de declaração assinada do credor atual ou do sacador, o chamado “endosso em preto”. O que dá legalidade para tal informação é o Artigo 25 da Lei 5474/68: 
“Art . 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos da legislação sôbre emissão, circulação e pagamento das Letras de Câmbio. ”
Por meio de Aval, também é lícito assegurar a duplicata. Artigo 12 da mesma Lei.
“Art . 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador.
Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência. ”
Protesto e Triplicata
Ocorrendo extravio ou a retenção da duplicata por parte do devedor, o credor poderá dar andamento a emissão de uma triplicata. A última será emitida contendo as mesmas finalidades, requisitos e efeitos da primeira. Conforme Artigo 23 da Lei das Duplicatas:
“Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela. ”
E a duplicata também poderá ser protestada, ocorrendo as situações descritas pelo Artigo 13 e seus parágrafos da Lei 5474/68, com redação mudada pelo Decreto-Lei nº 436 de 27/01/1969:
“Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. 
§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento.  
§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título.      
§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. ”
Registro de Duplicatas
Aos comerciantes que utilizam a duplicata é obrigatório a utilização do “Livro de Registro de Duplicatas”, onde são arquivadas todas as escriturações emitidas pelo estabelecimento em ordem cronológica.
Previsto o citado acima no Artigo 19 da Lei das Duplicatas:
“Art . 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o vendedor a ter e a escriturar o Livro deRegistro de Duplicatas.
§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronològicamente, tôdas as duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.
§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões, rasuras ou entrelinhas, deverão ser conservados nos próprios estabelecimentos.
§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema mecanizado, desde que os requesitos dêste artigo sejam observados. ”
Duplicata para a Prestação de Serviços
Além da utilização da duplicata na compra e venda de mercadorias, é possível para a atividade de prestação de serviços feita por pessoa, física ou jurídica. Tal duplicata será idêntica a Mercantil, existindo duas diferenças elas, que são segundo Fábio Ulhoa Coelho, “a causa que autoriza a sua emissão não é a compra e venda mercantil, mas a prestação de serviços e o protesto por indicações depende da apresentação, pelo credor, de documento comprobatório da existência do vínculo contratual e da efetiva prestação dos serviços.”
Os Artigos 20 e 21 da Lei das Duplicatas versa sobre tal:
“Art . 20. As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.
§ 1º A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados.
§ 2º A soma a pagar em dinheiro corresponderá ao preço dos serviços prestados.
§ 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata de venda mercantil, constituindo documento hábil, para transcrição do instrumento de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)
 Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de:
I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. ”
Fontes de Pesquisa
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5474.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
https://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/61104/o-que-e-duplicata 
http://conteudojuridico.com.br/artigo,breves-comentarios-sobre-a-duplicata-mercantil,29248.html
https://franciscolimajr.jusbrasil.com.br/artigos/281404763/duplicata-mercantil-aspectos-gerais-e-sua-execucao
https://pt.wikipedia.org/wiki/Duplicata
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 25.ed. rev. e atual. por Rubens Edmundo Requião. 2ª Tiragem. São Paulo: Saraiva, 2008. v.II
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 18.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007

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