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BIOQUÍMICA-2M AMILASE Józimo Neto-106 A amilase é uma hidrolase de peso molecular entre 40e 50 kDa, por isso, é facilmente filtrada pelo glomérulo renal. A produção desse catalisador biológico é em grande parte feita pelo pâncreas, cerca de 40%, os 60% restantes são produzidos pelas glândulas salivares e outros órgãos (pulmão, mama, próstata, fígado, endométrio, tuba uterina e ovário). A depuração da amilase é realizada pelos rins. Essa enzima catalisa a quebra das ligações alfa-1,4 dos polissacarídeos amido e glicogênio. A amilase pancreática é produzida pelas células acináres e segue, pelo ducto pancreático, até o duodeno, onde o pH básico possibilita sua atividade hidrolítica para os polissacarídeos citados. Já a amilase salivar é secretada pelas glândulas salivares e inicia a hidrólise dos carboidratos na boca e esôfago, tendo sua atividade paralisada pelo conteúdo ácido do estômago. Significado Clínico Hiperamilasemia: A hiperamilasemia ocorre na pancreatite, infarto mesentérico, doenças nas tubas uterinas, gravidez ectópica rota, doenças do trato biliar, parotidite e em indivíduos portadores de macroamilasemia. Além da administração de drogas como morfina, opióides e diuréticos tiazídicos, que vão provocar alterações transitórias na amilase sérica. O aumento da concentração de amilase no soro não é proporcional à gravidade da doença. -Pancreatite Aguda: A pancreatite aguda é um distúrbio inflamatório agudo do pâncreas, caracterizado por edema, autodigestão, necrose e, em alguns casos, hemorragia. Essa patologia pode ser segmentada em 3 tipos: 1-Mecânica- em virtude de obstrução ductal, por exemplo. 2-Metabólica- pelo uso do álcool, medicamentos (esteroides, diuréticos e antirretrovirais), hipercalcemia e hiperlipidemia. 3- Infecciosa- por citomegalovírus, por exemplo. Página2 A sintomatologia da pancreatite aguda é caracterizada por dor epigástrica, com irradiação posterior para o dorso, náuseas, vômitos, taquicardia e febre. Já os exames laboratoriais são marcados por leucocitose, hiperglicemia, aumento da amilase*, aumento da lipase**. O diagnóstico pode ser confirmado por TC de abdômen, através da observação de necrose peripacreática. *O nível de amilase sérica superior a 4 vezes o normal é sugestivo para o diagnóstico de pancreatite. Ademais, as taxas de amilase aumentam a partir de 2-12horas do início da dor abdominal, voltando aos níveis normais, em virtude da depuração renal, após cerca de 48-72horas. **A lipasemia é consideravelmente mais específica no diagnóstico da pancreatite (99% de especifidade). Para um diagnóstico seguro de pancreatite, é importante junto à amilase sérica e urinária, determinar a relação entre o clearance* de amilase e o clearance* de creatinina, quando essa reação for maior ou igual a 5% ou mais, o diagnóstico pode ser feito de forma segura. *Clearance= capacidade do rim ou do fígado de eliminar do sangue substâncias derivadas do metabolismo como ureia, creatinina etc. ou corantes artificialmente introduzidos. -Macroamilasemia: Condição em que a amilase se encontra ligada à imunoglobulina, o que acarreta um complexo muito grande para a filtração glomerular, aumentando os níveis de amilase sérica. Hipoamilasemia: Os baixos níveis de amilase no sangue decorrem de condições inespecíficas, como a hepatite crônica, a insuficiência pancreática grave e a doença hipertensiva de gravidez (DHG). Além de drogas, como o citrato, o oxalato e o fluoreto, que diminuem amilasemia por interferência química. Página3 Parte do manual de Bioquímica de MF2 que trata da dosagem de amilase sérica propriamente: AMILASE SÉRICA MÉTODO: Caraway modificado (cinético-colorimétrico) PRINCÍPIO: A amostra é incubada com um substrato de amido e a diminuição da cor azul, após adição de iodo, é comparada com um controle, sendo proporcional à atividade da amilase na amostra. REAGENTES: Substrato - contém amido 0,4 g/l, tampão fosfato pH 7,0 e estabilizador. Reagente de cor – contém iodato de potássio, iodeto de potássio e ácido clorídrico. PRECAUÇÕES E CUIDADOS ESPECIAIS: Pipetar o substrato com a boca, soprar o substrato, usar material contaminado com saliva e conversar junto ao frasco destampado, são ações que podem contaminar o reagente com quantidades microscópicas de saliva, capazes de deteriorar irremediavelmente o substrato. AMOSTRA: Soro ou plasma (heparina) e outros líquidos (duodenal, pleural, ascítico); urina também pode ser utilizada, neste caso deve ser coletada em um período de tempo pré-determinado (2 horas por exemplo) e ajustar o pH entre 7,0 e 7,4. TÉCNICA: Tomar 2 tubos de ensaio e proceder como a seguir: TESTE CONTROLE SUBSTRATO 0,5 mL 0,5 mL Colocar em banho-maria a 37°C durante 2 minutos. AMOSTRA 0,01 mL - Misturar e incubar em banho-maria a 37°C exatamente a 7 minutos e 30 segundos (cronometrados). REAGENTE DE COR ÁGUA DESTILADA 0, 5 mL 4,0 mL 0,5 mL 4,0 mL Misturar, esperar 5 minutos e determinar as absorbâncias do teste e controle em 660 nm ou filtro vermelho (620 a 700), acertando o zero com água destilada. A cor é estável por 30 minutos. CÁLCULOS: Amilase (Unidades/dl)= Ac-At X 800 Ac Ac: absorbância do controle At: absorbância do teste VALORES DE REFERÊNCIA: Soro: 60 a 160 Unidades/dL Urina: 50 a 140 unidades/hora Definição de Unidade: uma unidade é igual à quantidade de enzima que hidrolisa totalmente 10 mg de amido em 30 minutos a 37ºC.
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