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Resumo TGE - PF

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[ RESUMO TEORIAS DO ESTADO – PF ]
Elementos do Estado
Soberania
Território (lei 8617/93)
Povo
Finalidade 
Soberania
Conceitos:
1. “ É o poder de organizar-se juridicamente e fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.” → ponto de vista material
(Miguel Reale Jr.)
2. A soberania é não reconhecer na ordem internacional, poder que o supere, e na ordem interna, outro poder equivalente. → ponto de vista formal
A soberania deve ser analisada sob o ponto de vista interno e internacional → arts 1º,2º e 4º CF
Ponto de vista internacional = Sistema anárquico. Não há nenhum Estado acima do próprio Estado. Ex: Não há nenhum outro Estado acima do Brasil. 
Reciprocidade: Solução de conflitos de maneira pacífica. Instrumento de tentativa de pacificação. Ex: BRA e ESP com questão de imigração. 
Ponto de vista interno = O Estado é o maior poder, o único ente soberano, não há nenhum outro poder equivalente. Ex. Colômbia com as FARC's. 
Características:
1. Unidade - não há mais de um ente soberano. Não se admite no mesmo Estado a convivência de duas soberanias.
2. Indivisibilidade – não há divisão da soberania. Não se deve confundir a teoria da divisão do poder como uma forma de divisão da soberania, pois a primeira é, na verdade, uma distribuição de funções.
3. Inalienabilidade – a soberania é inalienável, não poder haver transferência da mesma.
4. Imprescritibilidade – não prescreve, não possui prazo de validade. É imprescritível. Jamais seria verdadeiramente superior se possuísse tempo de duração.
Sistema internacional ( Hedley Bull )
“Existe uma sociedade de Estados, ou sociedade internacional, quando um grupo de Estados conscientes de certos interesses e valores comuns, formam uma sociedade no sentido de se considerarem ligados no seu relacionamento, por um conjunto de regras e participam de instituições comuns.”
Os 4 grandes sistemas internacionais
1. Sistema clássico internacional ( 1648 – 1789 )
Há o tratato de Westfália (1648). O início da ideia de soberania surge nessa época. Têm-se uma espécie de “semente” da soberania. 
2. Sistema internacional de transição ( 1789 – 1945 )
Em 1789 acontece a Revolução Francesa. A partir daí têm-se um poder absoluto.
A. Congresso de Viena (1814 – 1815)
B. Tratado de Versalhes (1919)
A. A soberania é absoluta, respeitada e não pode sofrer restrições. 
B. Põe fim a 1ª guerra. É o auge da ideia de soberania absoluta. O Estado pode fazer o que quiser. 
3. Sistema internacional posterior a 2ª guerra (1945 – 1989)
Em 1945 há o final da 2ª guerra. Há uma preocupação com a ideia de soberania por causa das bombas. 
Assim, é necessário uma organização que possa integrar os Estados, Surge a ONU, porém ela não intervém na soberania. 
A soberania absoluta não é descartada, mas é menos “forte”. 
Há a criação dos grandes tratados e convenções internacionais, e a ideia de Direitos Humanos é criada nesse contexto. Os principais direitos fundamentais serão garantidos a partir desses pactos. 
4. Sistema internacional contemporâneo (1989 – dias atuais)
1989 – Queda do muro de Berlim
2001 – Marco no sistema internacional – 11 de setembro
Hoje cada vez mais há a tentativa de instituir um novo conceito de soberania, onde o sistema internacional teria maior chance de intervir nos Estados. 
Território (lei 8617/93)
Delimitação na qual o Estado exercerá seu poder soberano. Sem território não há Estado.
A perda temporária de território não gera a perda de condição de Estado. 
Território de embaixada não é território estrangeiro, mas é onde o Brasil permite o exercício da soberania estrangeira. 
*Aeronaves e navios 
Os militares são território do país de origem. Se for privado e estiver em outro território, aplica-se a lei de onde ele estiver. 
A área de fronteira é parte da União e parte do Estado brasileiro.
O território compreende → 1. Terra firme
2. Águas
3. Subsolo
4. Espaço aéreo acima do território 
Para além da terra firme há:
- mar territorial – 12 milhas marítimas
- zona contígua – 12 a 24 milhas marítimas
- zona econômica – 12 a 200 milhas marítimas
- plataforma continental – lito e subsolo
Povo
Elemento pessoal para a constituição e existência do Estado uma vez que sem o povo ele não existe. E é para o povo que o Estado se forma. 
É analisado a partir de 3 aspectos: político, jurídico e sociológico
* Aspecto político → decorre da concepção ideológica do Estado liberal, em que o povo deixa de ser meto objeto do Estado, transformando-se em sujeito deste.
* Aspecto jurídico → Vínculo particular ou específico que une o indivíduo a um certo sistema de leis, a um determinado ordenamento estatal.
Quando um indivíduo tem vínculo com mais de um Estado, ele tem mais de uma nacionalidade. 
Um indivíduo que não tem relação com nenhum Estado, não tem nacionalidade e é chamado de apátrida. 
É possível adquirir uma nacionalidade de 2 formas: originário e derivada (voluntário / naturalizado) 
- Originário ius soli – nascimento no território nacional
ius sanguini – vinculado a ascendência
misto – ius soli como regra e ius sanguini como exceção → Brasil
[ Art 12, CF] = Quem é ou pode ser considerado brasileiro nato. 
- Derivado – Ex: Jogadores de futebol
15 anos no Brasil (estrangeiro)
[ Art 12, parágrafo 4º, CF ] = Perda de nacionalidade
* Aspecto sociológico = Grupo humano no qual os indivíduos se sentem mutuamente unidos por laçoes tanto materiais quanto espirituais, bem como conscientes daquilo que os dintingue dos indivíduos componentes de outros grupos nacionais.
Ex: religião, política, idioma... 
Finalidade
A garantia da paz interna é comum em todos os Estados. Porém, no geral, cada ideologia terá uma finalidade diferente. 
Dalmo Dallari, ao falar de finalidade, volta ao conceito e a ideia ao bem comum. 
“ Conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana” ( Papa João XVIII) 
Tipologia do Estado 
União pessoal, real e incorporada
Formas de Estado – unitário, confederação e federação
Forma de governo – monarquia e república
Sistema de governo – parlamentarismo ou presidencialismo
União pessoal: quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um só monarca, no entanto, há a conservação da autonomia de cada um, do ponto de vista internacional e interno. Ex.: União Ibérica
União real: quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um monarca, conservando cada um sua autonomia administrativa, porém formando uma única pessoa jurídica de direito internacional. Ex.: Império Austro-Húngaro
União incorporada: quando dois ou mais Estados unem-se e formam uma nova unidade. Ex.: E.U.A.
Estado unitário
É dividido em 3 unidades – política, jurídica e administrativa 
* Política = poder de fazer as escolhas políticas e a criação das leis. Muito ligado ao poder executivo.
* Jurídica = aplicação de uma base de leis que será única a todo território.
* Administrativa = gestão da coisa pública. Pode ser concentrada ou desconcentrada
- Concentrada = quando as ordens emanadas do centro de decisão política circulam para baixo através dos canais administrativos até as coletividades inferiores, onde os agentes do poder atuam como meros instrumentos de execução e controle, em obediência estrita as ordens recebidas.
- Desconcentrada = quando há o reconhecimento de pequena aprcela de competência dos agentes do Estado, que se investem de um poder de decisão cujo exercício lhes pertence; poder, todavia, parcial delegado pela autoridade superior a qual continua preso por todos os laços de dependência hierárquica.
O Estado Unitário possui apenas um único centro de poder, que é dividido em diferentes funções, mas há somente uma instância de poder. Se há autonimia, não há Estado Unitário. 
Pontos positivos:
1. Existência de uma só ordem ( política,
juíridica e administrativa)
2. Fortalecimento da autoridade estatal
3. Reforço da unidade nacional
4. Uma burocracia única
5. Impessoalidade e imparcialidade no exercício das prerrogativas de governos
Pontos negativos:
1. Sobrecarga administrativa do poder centralizado
2. Os temas de interesse local são resolvidos no plano da legislação nacional
3. O retardamento das decisões administrativas
Além do Estado Unitário clássico (político, jurídico, administrativo), têm-se também o regional e o autonômico.
- Regional (Itália) = As 3 ordens são mantidas. No caso da administrativa, permanecem as subdivisões concentrada e desconcentrada. Haverá também uma desconcentração legislativa → através do poder central, a lei permitirá que as regiões administrativas passem a ter poder próprio, ou seja, criar determinadas normas jurídicas.
- Autonômico (Espanha) = Mesma configuração do regional, a diferença são as questões históricas.
Confederação
É uma reunião permanente e contratual de Estados independentes que se ligam para fins de defesa externa e paz interna. 
É um agrupamento de dois ou mais Estados, que se estabelece por meio de um contrato, o qual é feito pelo intermédio de um Tratado que não vincula os cidadãos em si, mas sim os Estados. 
Essas confederações, normalmente são feitas por países que passam por uma instabilidade de segurança ou que não são “fortes” o suficiente. Juntam-se por conviniência. 
Direito de secessão → Quando um país não quer mais participar da confederação, ele tem o direito de desligar-se. 
Hoje em dia, não se usa mais o temo “confederação”, e sim “comunidade”. 
Federalismo ( Federação )
Acreditam que o direito de secessão é o grande problema da confederação. 
O problema do Estado Unitário é a extensão e as peculiaridades, a heterogeneidade. 
A ideia central do Federalismo é um Estado soberano independente + estados membros com suas peculiaridades regionais, dotados de autonomia. 
Estado soberano : Estados Unidos da América
 
Entes federativos Estados membros (13)
União federal – interesse nacional 
Cria-se uma constituição citando as competências da união federal. É uma constituição do Estado soberano independente.
Os Estados membros recebem o direito de ter sua própria constituição → constituição estadual. 
Conceito → “Estado soberano, formado por uma pluralidade de estados, no qual o poder do Estado, emana dos Estados membros, ligados numa unidade estatal.”
Características:
1. A união faz nascer um novo Estado, ente soberano e independente.
2. Distribuição do poder político em planos harmônicos, fixados pela constituição.
3. Órgão judiciário com competência para assegurar o equilíbrio federativo.
Se há uma hierarquia entre os Estados membros, não existirá autonomia. O órgão judiciário que vem para regular isso é a CORTE SUPREMA. Garante que um ente federativo não interfira na autonomia do outro. 
4. Composição bicameral do poder legislativo da União, com a participação dos Estados membros na formação da vontade nacional.
5. Não haverá o direito de secessão – indissolubilidade do vínculo federativo → art 1º, CF
Pontos positivos:
1. Maior aproximação entre governantes e governados
2. Descentralização natural do poder que favorece a democracia
3. Integração entre os Estados membros sem que haja o comprometimento das peculiaridades regionais.
Pontos negativos:
1. Dispersão dos recursos uma vez que obriga a manutenção de múltiplos aparelhos burocráticos
2. Favorecimento de conflitos entre entes federativos em razão da existência de inúmeras esferas autônomas do exercício do poder político.
Federalismo no Brasil 
Durante o período imperial, tínhamos um único Estado soberano independente e 21 províncias. 
Rui Barbosa diz que essas províncias passariam a ser independentes e passariam a ter autonomia. 
O Brasil e os EUA tiveram os processos inversos de formação do federalismo. Aqui, foi um processo de descentralização do poder. Força centrípeta. Lá, um processo de centralização do poder. Força centrífuga. 
A principal consequência desse debate histórico, é que no Brasil houve uma concentração da competência na União Federal. 
O município também passa a ter autonomia, é um ente federativo. Porém, a constituição não deu tamanha “liberdade” para ele. Muitas das vezes não possui subsídios para a resolução dos problemas públicos, e acaba tendo que recorrer para uma instância superior. 
A CF veda a possibilidade do munícipio ter sua própria constituição, mesmo possuindo autonomia. O que ele tem é uma lei orgânica municipal – LOM. 
Dois países são considerados como referência quando o assunto é Federalismo: EUA e Alemanha (federalismo por cooperação). 
Sistemas de governos
Parlamentarismo
Haverá uma dualidade no exercício de seu poder.
Terá um poder Legislativo eleito pelo povo. Geralmente é esse poder que dá as cartas no governo. 
O executivo é geralmente formado por membros do próprio parlamento, portanto há uma dependência entre executivo e legislativo. 
Há um chefe de Estado e um chefe de governo, que são pessoas diferentes e que exercem funções distintas. 
Chefe de Estado → Não participa das decisões políticas, exercendo preponderantemente uma função de representação do Estado. Sua escolha é feito pelo Parlamento. Tem função importante em épocas de crise, quando um novo Primeiro Ministro tem que ser indicado. Apesar da indicação, esse ainda deve passar pela aprovação do Parlamento. 
Chefe de governo → É a figura política central, é ele que exerce o poder executivo. Só se torna Primeiro Ministro depois da aprovação do Parlamento. 
Presidencialismo
Há uma pessoalidade no exercício da função executiva, de modo que o presidente é ao mesmo tempo chefe de Estado e de governo. Exercerá a prática dos atos políticos e também as escolhas políticas.
O poder emana do povo, portanto, o principal líder, o presidente, é eleito através do voto popular. 
Cria uma distinção mais clara entre Executivo e Legislativo.

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