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AULA-03-Ciência-e-Método.pdf

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Faculdade MATER DEI – PATO BRANCO – PARANÁ – Prof. Cléber Rigailo 
Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não 
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa. 
1 
 
AULA 03 – CIÊNCIA E MÉTODOS – OEA 
1 – CIÊNCIA 
1.1 CONCEITO 
1.2 CLASSIFICAÇÃO 
1.2.1 Características (das Ciências Factuais) 
2 – MÉTODO CIENTÍFICO 
2.1 CONCEITO 
2.2 PRINCIPAIS MÉTODOS 
2.2.1 Método Indutivo 
2.2.2 Método Dedutivo 
2.2.3 Método Hipotético-Dedutivo 
2.2.4 Método Dialético 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A presente aula disponibiliza ao acadêmico uma aproximação ao ambiente científico do 
conhecimento. Serve para apresentar conceitos sobre Ciência e método, bem como, 
exemplificar a aplicação de diferentes caminhos científicos para o desenvolvimento de 
trabalhos dentro do ensino superior e pós-graduação. 
 
 
1 – CIÊNCIA 
 
Falar em Ciência é sempre complicado, pois gera uma antipatia por parte do ouvinte, que 
imediatamente remete tal conteúdo aos cientistas de jaleco branco em seus laboratórios. E 
como no curso de Direito, não se tem a prática laboratorial como sendo parte da formação, o 
acadêmico já pensa: “Isso não é pra mim!”. 
Acontece que Ciência não está restrita apenas ao laboratório. A Ciência está vinculada a 
uma maneira de produzir conhecimento. 
Não que a Ciência seja o “único caminho para o conhecimento”, ou o “único caminho que 
vai te levar a verdade”, mas é uma maneira de se fazer as coisas de forma mais segura e 
verificável. 
Uma diferenciação, já feita em aula anterior, se dá entre o conhecimento vulgar ou popular e 
o conhecimento científico, complementada aqui por LAKATOS e MARCONI (p. 14-15): 
 
 Conhecimento vulgar ou popular – está baseado no senso comum, é o saber do 
dia a dia, que não se busca ou pesquisa – Características: 
a) Superficial – limita-se à aparência – sentidos: “É assim porque eu vi!”; 
b) Sensitivo – sofre influência das emoções e do ânimo da pessoa; 
deixa de ser científico
Faculdade MATER DEI – PATO BRANCO – PARANÁ – Prof. Cléber Rigailo 
Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não 
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa. 
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c) Subjetivo – o parâmetro é a própria pessoa (valorativo); 
d) Assistemático – não visa conexão com o restante do conhecimento; 
e) Acrítico – a busca pela verdade não é prioridade – aceitação. 
 Conhecimento científico - Características: 
a) Real – ou factual – ligado a fatos e à realidade; 
b) Contingente – são testados quanto à falsidade ou veracidade; 
c) Sistemático – saber ordenado logicamente, preocupado com o sistema de 
ideias; 
d) Verificável – pode ser comprovado; 
 
Outra diferença principal entre os conhecimentos popular e científico é a adoção de um 
método para a formação do segundo. 
 
1.1 CONCEITO DE CIÊNCIA 
 
Várias conceituações são possíveis (LAKATOS e MARCONI, p. 18): 
 
“Acumulação de conhecimentos sistemáticos”; 
“Atividade que se propõe a demonstrar a verdade dos fatos experimentais e 
suas aplicações práticas”; 
“Estudo de problemas solúveis, mediante método científico”; 
“Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente 
demonstradas e relacionadas com objeto determinado”; 
 
As conceituações mais citadas no âmbito da metodologia são: 
 
Conceito de Ander-Egg: 
“A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, 
obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis, que fazem referência 
a objetos de uma mesma natureza”. (Apud LAKATOS e MARCONI , p. 19). 
 
Conceito de Trujillo: 
“A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao 
sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à 
verificação”. (Apud LAKATOS e MARCONI, p. 19). 
 
Com a apresentação das conceituações anteriores se tem a possibilidade de extrair as 
caracterizações principais ou mais frequentes: 
 
“Ciência como um pensamento racional, objetivo, lógico e confiável...”; 
“... ser sistemático, exato e falível, ou seja, não final e definitivo, pois deve 
ser verificável, isto é, submetido à experimentação...”; 
“... importância da metodologia que, ...., determinará a própria possibilidade 
de experimentação”; (grifo nosso) (LAKATOS e MARCONI, p. 20). 
 
Levando-se em considerações as principais caraterísticas descritas seria possível formar o 
seguinte conceito “aglutinador” para Ciência: Ciência é tratar um pensamento como 
texto mais impessoal possível
Não misturar manga com leite
não tem conexão com a verdade
Faculdade MATER DEI – PATO BRANCO – PARANÁ – Prof. Cléber Rigailo 
Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não 
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa. 
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racional, objetivo, lógico, confiável, organizado para ser sistemático, exato, falível, 
verificável e extraído mediante um método. 
 
PARA PENSAR: Usando o conceito descrito para Ciência – verifique se o Direito é uma 
Ciência. 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO 
 
Como o conhecimento ganha uma dimensão quase infinita, é natural que o homem tente 
organizá-lo para facilitar sua compreensão. São várias as classificações para Ciência, desde 
as mais antigas, como a de Augusto Comte, passando por mais modernas como de Wundt e 
Carnap, porém o que prevalece é a falta de consenso. 
Para fins didáticos será adotada a classificação de Mario Bunge adaptada por LAKATOS e 
MARCONI: 
 
 
Pela classificação de LAKATOS e MARCONI, o Direito seria uma ciência factual e social. 
O que isto quer dizer: 
• Ciência factual – aquela baseada em fatos, isto é, que pode fazer uso da 
experimentação no mundo real para comprovar hipóteses; ao contrário das Ciências 
Formais, como Lógica e Matemática, que tratam de ideias que existem apenas na 
abstração, ou seja, tratam de conceitos que existem apenas na mente humana. 
acredito que não, pois nem sempre é 100℅racional e nem sempre é confiável
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• Uma Ciência Social1 é aquela preocupada em gerar conhecimentos através da 
ambientação na sociedade, isto é, uma ciência preocupada com as relações 
humanas e suas implicações. 
1.2.1 Características das ciências factuais 
 
LAKATOS e MARCONI, com base em Mario Bunge, apontam várias características para as 
ciências factuais, de forma resumida: 
 
Racional - Constituído por conceitos, juízos e ideias e não por sensações, imagens e 
modelos de conduta; Ideias que se combinam num conjunto de regras lógicas e se 
organizam em sistemas e conjuntos ordenados de proposições (teorias), e não ideias 
simplesmente aglomeradas ao acaso. 
Objetivo - Busca alcançar a verdade factual por intermédio dos meios de 
observação, investigação e experimentação. 
Transcende os fatos - Infere o que a por trás dos fatos, indo além destes, 
demonstrando suas causas e consequências. 
Analítico - Decompõe os fatos nas suas partes componentes para descobrir os 
elementos constituintes da totalidade. Demonstra as relações internas entre os 
elementos constituintes, verificando a interação entre eles e com outros fatos e 
fenômenos. 
Claro e preciso – É uma busca ou esforço para encontrar a exatidão nas palavras 
utilizadas. Cria uma linguagem e/ou simbologia com significados determinados por 
regras. Não é ambíguo ou passível de interpretação. 
Comunicável - Deve poder informar todas as pessoas instruídas sobre o tema.Deve 
ser considerado como propriedade da Humanidade. 
Verificável - Necessita ser convalidado e aceito pela comunidade científica. Passar 
pela prova da experiência (ciências factuais) ou da demonstração (ciências formais). 
Sistemático - Constituídos por um sistema de ideias inter-relacionadas. A alteração 
de um componente desse sistema de ideias transforma radicalmente a Teoria. Deve 
ser entendido como um organismo. 
Acumulativo - Conhecimentos anteriores considerados ultrapassados ou 
incoerentes, a luz de conhecimentos novos, podem ser substituídos ou descartados. 
Os conhecimentos novos são resultado da criação ou apreensão de novas situações, 
condições ou realidades. 
Falível - Não é considerado dogma, definitivo ou absoluto. Conhecimentos novos 
podem revolucionar os conhecimentos e teorias anteriores. 
 
1 As Ciências Sociais são um ramo do conhecimento científico que estuda os aspectos sociais do mundo 
humano. Diferenciam-se das artes e das humanidades, pela preocupação metodológica, traduzida numa ênfase 
nos métodos qualitativos. Estudam o comportamento humano o qual tem um carácter espontâneo e de liberdade 
isentando-se da severidade do determinismo (Caria, 1999; Kovács, 1994, 2007; Pinto, 1984). Além disso estas 
ciências visam a interpretação e compreensão dos fenómenos sociais intrinsecamente, conectando a acção 
social com os próprios valores que a justificam. Por conseguinte não há verdades ímpares dos fenómenos 
sociais, podendo mesmo coexistirem distintas erudições segundo várias ópticas. A complexidade dos fenómenos 
sociais implica pluralidade causal e previsão em termos probabilísticos (Kovács, 1994, 2007; Pinto, 1984). 
SANTOS, Miguel. A Prática Científica Nas Ciências Sociais. Disponível em: https://mpra.ub.uni-
muenchen.de/43811/1/MPRA_paper_43811.pdf. Acessado em: 05 de outubro de 2015. 
 
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Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não 
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa. 
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Explicativo - Demostra como as coisas são, procura responder porque elas são 
assim. A explicação é fonte da compreensão do conhecimento científico e base para 
sua comunicabilidade. 
Preditivo - Aponta as possibilidades ou consequências futuras. Para tanto se baseia 
na precisão dos dados e informações e do inter-relacionamento dos fatos e/ou 
fenômenos. 
Útil – Visa criação de instrumentos de observação e experimentação para a 
verificação da validade das hipóteses e aquisição de dados determinados pela 
investigação científica. Aplicabilidade do conhecimento. 
 
 
2 – MÉTODO CIENTÍFICO 
 
 
 
“[...] não há ciência sem o emprego de métodos científicos [...] mas nem todos os ramos de 
estudo que empregam estes métodos são ciências”. (LAKATOS e MARCONI, p. 39). 
 
2.1 CONCEITO 
 
Apresentando o mesmo problema conceitual da Ciência, isto é, uma variedade muito grande 
de abordagens possíveis para criar uma ideia, o Método Científico se apresenta 
majoritariamente como um “procedimento”. Explica-se: 
 
“Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho 
para alcançar determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do 
conhecimento, podemos dizer que o método científico é um conjunto de 
procedimentos adotados com o propósito de atingir o conhecimento” 
(PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 24). 
 
Vários outros autores seguem esta mesma orientação na conceituação de Método 
Científico: 
 
Trujillo: “Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência 
os métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam de início o 
pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder 
do cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo”. (Apud 
LAKATOS, p. 39). 
O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com 
maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos 
válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros 
auxiliando as decisões do cientista. (LAKATOS e MARCONI, p. 40). 
 
O “Manual de apresentação de produção acadêmica”, obra base da disciplina de OEA, 
de autoria do Doutor Dirceu Antonio Ruaro conceitua “[...] método como um conjunto de 
etapas e processos a serem vencidos ordenadamente, na investigação dos fatos ou na 
procura de uma verdade”. (RUARO, p. 8). 
Não dá pra fazer ciência sem um método, mas nem tudo que você aplicar um método se tornará ciência
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Mas o que significa ter um Método Científico aplicado a um conhecimento jurídico? Como já 
foi descrito, é produzir este conhecimento através de um procedimento que transforme uma 
simples informação jurídica em ciência jurídica. É o caminho para gerar um conhecimento, a 
partir do Direito, com base nas características da ciência que você adota. É um guia ou 
modelo estrutural, que irá estabelecer a relação entre os elementos que você trás para fazer 
parte do raciocínio, que compõe o conhecimento desenvolvido. 
 
2.2 PRINCIPAIS MÉTODOS 
 
2.2.1 Método Indutivo 
 
É o método científico responsável pela generalização, isto é, através de dados individuais, 
suficientemente constatados, é possível gerar por inferência, uma verdade geral ou 
universal, não contida nos elementos examinados (LAKATOS e MARCONI, p. 47). 
O Método Indutivo parte do processo mental descrito como Indução: 
 
INDIVIDUAL GERAL 
 
Os dados individuais ou particulares trazidos para o raciocínio podem ser tratados como 
premissas (que também aparecem nos outros métodos). A inferência, numa explicação 
superficial, é a utilização da lógica na geração de informações/conclusões não existentes ou 
evidentes nos elementos anteriores. 
Importante destacar que no Método Indutivo as premissas podem conduzir à conclusões 
prováveis, isto é, nem sempre verdadeiras. Vamos observar um exemplo: 
 
1. Antonio é mortal. 
2. Benedito é mortal. 
3. Carlos é mortal. 
4. Zé é mortal. 
5. Ora, Antonio, Benedito, Carlos... e Zé são homens. 
6. Logo, (todos) os homens são mortais. 
 
Três etapas para o método indutivo (LAKATOS e MARCONI, p. 48 e 49): 
1) Observação dos fenômenos; 
2) Descoberta da relação entre eles; 
3) Generalização da relação; 
Uma das fundamentações para que a Indução possa ser realizada, mesmo parecendo falha, 
parte-se de duas leis baseadas no determinismo (LAKATOS e MARCONI, p. 49): 
a) “nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os 
mesmos efeitos”; 
b) “o que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de 
um sujeito, é verdade para todo esse sujeito universal”; 
 
o método é como se fosse um caminho para chegar onde se quer. caminho fácil, rápido, difícil....
o mais natural que o ser humano já inventou.
é a prática da tentativa e erro.
pega processos individuais e aplica-os ao geral.
generalização
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Atenção: O material presente é um resumo criado para o acadêmico melhor acompanhar as aulas, não 
exime o estudo de outras obras indicadas e nem pode ser utilizado para fins de pesquisa. 
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De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada 
aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos 
suficientemente confirmadores dessa realidade. 
As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida 
nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre coma dedução. 
Como principais críticas ao Método Indutivo podem ser apresentadas duas indagações: 
 
Qual é o número mágico? 
Quantos elementos ou premissas são necessários serem observados para se gerar a 
indução. 
Como se dá o “salto indutivo”? 
Passagem de “alguns” para “todos”, incluindo mesmo os não observados e os 
inobserváveis (futuro); 
 
Como fica o Método Indutivo aplicado no conhecimento Jurídico? 
- Jurisprudência (Common Law); 
- Controle de Constitucionalidade; 
 
2.2.2 Método Dedutivo 
 
Numa descrição simplificada, se poderia dizer que o Método Dedutivo parte de um 
conhecimento geral, do qual se extrai um específico: 
 
GERAL PARTICULAR 
 
De forma mais teórica, o Método Dedutivo seria uma forma de raciocínio lógico (inferência), 
que se utiliza da dedução para gerar uma conclusão a partir da(s) premissa(s). 
Desconstruindo o conceito: 
 
Dedução é toda inferência que parte do universal para o particular. 
Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas de premissas 
conhecida ou verdadeiras. 
 
Exemplo de dedução – silogismo: 
Silogismo - Aristóteles - argumentação lógica perfeita constituída de três proposições 
declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras duas, chamadas 
premissas, é possível deduzir uma conclusão. 
O silogismo é estruturado do seguinte modo: 
Todo homem é mortal (premissa maior) 
Sócrates é homem (premissa menor) 
Sócrates é mortal (conclusão). 
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Os elementos que compõe as premissas do silogismo anterior são: Todo homem é mortal 
(premissa maior) - homem é o sujeito lógico; é representa a ação, isto é, o verbo que 
exprime a relação entre sujeito e predicado; e mortal é o predicado lógico; Sócrates é 
homem (premissa menor) – Sócrates é outro sujeito; é o verbo; homem é o predicado 
lógico de Sócrates. 
Percebe-se que HOMEM aparece nas duas premissas, ora como sujeito e ora como 
predicado, quando se pode perceber tal situação de repetição de um elemento nas 
premissas, se tem o Termo Médio ou Intermediário, que gera a possibilidade de 
aproximação das informações e de inferência. 
Explicado de uma forma mais simples, o silogismo é a aproximação de uma característica 
de um sujeito/coisa atribuída a outro sujeito/coisa, por meio de um elemento intermediário 
comum. 
De forma resumida, para produzir um silogismo válido deve-se respeitar algumas regras. 
Descreve-se: 
1. O termo médio não pode entrar na conclusão; 
2. O termo médio deve ser universal ao menos uma vez; 
3. De duas premissas negativas, nada se conclui; 
4. De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa; 
5. A conclusão segue sempre a premissa mais fraca; 
Aristóteles, criador do raciocínio silogístico, descreveu a “parte mais fraca” como sendo, a 
particular diante da universal, e a negativa diante da afirmativa. Podendo então gerar a 
conclusão que o universal e a afirmação seriam as características das premissas fortes. 
É importante frisar que a dedução (e, consequentemente, o método dedutivo) não oferece 
conhecimento novo, uma vez que sempre conduz à particularidade de uma lei geral 
previamente conhecida. 
A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui. 
 
Crítica ao método dedutivo: 
 Problema com a veracidade das premissas; 
 Não acrescentar conhecimento; 
 Muitas vezes parecer que a conclusão explica somente a relação entre os termos, e 
não o porquê; 
 
Recomenda-se como exercício de compreensão do Método Dedutivo, o desenvolvimento de 
silogismos com elementos jurídicos. 
É possível perceber a utilização do Método Dedutivo em várias situações no Direito, como 
no processo (Provas - Sentença) ou na própria estrutura da Sentença (Relatório – Direito – 
Dispositivo). 
 
2.2.3 Método Hipotético Dedutivo 
 
Criado por Karl Raymund Popper, o Método Hipotético-dedutivo apresenta-se como uma 
crítica ao Método Indutivo. 
Popper questiona que o processo de indução não seria lógico, e que o “salto indutivo” (de 
alguns para todos) é impossível, pois 99% nunca será 100%. 
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Com vistas à insegurança gerada pelo Método Indutivo, Popper defende que o “único” 
método para gerar conhecimento deveria ser o Método Hipotético-dedutivo, que se baseia 
em que “[...] toda pesquisa tem sua origem num problema para o qual se procura uma 
solução, através de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros”. 
(LAKATOS e MARCONI, p. 65-66). 
Popper descreve três momentos no processo investigatório (LAKATOS e MARCONI, p. 67): 
1) Problema, que surge, em geral, de conflitos e expectativas e teorias 
existentes; 
2) Solução proposta consistindo numa conjectura (nova teoria); dedução 
de consequências na forma de proposições passíveis de teste; 
3) Testes de falseamento; tentativas de refutação, entre outros meios, pela 
observação e experimentação. 
 
Falseamento: verbo falsear: tornar falsas as consequências deduzidas ou deriváveis da 
hipótese, mediante o modus tollens, ou seja: se P, então Q, não-Q, então não-P. Ex.: Onde 
há fogo há oxigênio, onde não há fogo, não há oxigênio; Menores de 18 anos são 
inimputáveis, então maiores de 18 anos são imputáveis (não inimputáveis). 
Se o falseamento prova que a teoria/conjectura estava errada deve-se retornar para a 
formulação de novo problema e por decorrência novas teorias/conjecturas. Se a conjectura 
resistir a testes severos, estará “corroborada”, não confirmada, como querem os indutivistas. 
O termo “corroboração” é o correto. Confirmar uma hipótese é utópico, pois teríamos de 
acumular os casos positivos presentes, passados e futuros. 
 Visualiza-se: 
 
 
 
 
 
 
Quanto mais falseável for uma conjectura, mais científica será, e será mais falseável quanto 
mais informativa, maior conteúdo empírico tiver. Exemplo: “amanhã choverá” e “Amanhã, 
em tal lugar, tal hora, minuto e segundo, choverá torrencialmente”. 
As críticas ao Método Hipotético-dedutivo são as mesmas direcionadas ao método dedutivo, 
somada ao apontamento de que Popper teria transformado a ciência em uma busca por 
erros e não uma busca por avanços, descobertas e criações. 
O Método Hipotético-dedutivo pode ser aplicado no Direito no desenvolvimento de 
pesquisas (partindo de problemas), bem como na verificação de teses jurídicas, nas quais 
um advogado formularia uma estratégia de defesa, passaria por um processo de 
falseamento, testando a solidez do argumento, buscando a aceitação pelo juízo 
(corroboração) (uma espécie de teste hipotético-dedutivo do argumento utilizado). 
 
Expectativas 
ou 
conhecimento 
prévio 
Problema Conjecturas Falseamento Corroboração 
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2.2.4 Método Dialético 
 
A palavra dialética apresentou vários significados historicamente, parte dos gregos como 
sinônimo de diálogo, passando a uma forma de argumentação, seguindo como um método 
de geração de conhecimento. 
 
A estrutura inicial básica da dialética sempre foi representada pela sequencia: 
 
 
 
O Método Dialético é baseado em quatro leis(LAKATOS e MARCONI, p. 74): 
a) Ação recíproca 
b) Mudança dialética 
c) Passagem da quantidade à qualidade 
d) Interpretação dos contrários 
 
2.2.4.1 Ação recíproca 
A dialética compreende o mundo como um conjunto de processos em movimento. Todos os 
objetos e fenômenos são organicamente ligados entre si, dependentes uns dos outros e, ao 
mesmo tempo, condicionados reciprocamente. 
A partir das caracterizações do mundo dialético: “[...] o método dialético considera que 
nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado isoladamente, 
fora dos fenômenos circundantes”. (LAKATOS e MARCONI, p. 75) 
 
2.2.4.2 Mudança dialética 
A ideia da negação da negação: “Uma dupla negação em dialética não significa o 
restabelecimento da afirmação primitiva, que conduziria de volta ao ponto de partida, mas 
resulta numa nova coisa”. (LAKATOS e MARCONI, p. 76). A “negação da negação” é 
perceptível facilmente na explicação, pois a tese formula uma afirmação, a antítese nega tal 
afirmação (1ª Negação), e a síntese volta a negar (2ª Negação) tanto a tese quanto a 
antítese, dizendo-se diferente de ambas. 
Explicando de outra forma, a negação da tese pela antítese, não significa que a antítese 
está correta, e sim, que para resolver o problema seria necessária a formulação de uma 
síntese, que não é tese e não é antítese. 
 
2.2.4.3 Passagem da quantidade à qualidade 
“Trata-se aqui de analisar a mudança é contínua, lenta ou descontinuada através de saltos” 
(LAKATOS e MARCONI, p. 77). 
“Denominamos de mudança quantitativa o simples aumento ou diminuição da quantidade. 
Por sua vez, a mudança qualitativa seria a passagem de uma qualidade ou um estado para 
outro”. (LAKATOS e MARCONI, p. 78). 
TESE ANTÍTESE SÍNTESE 
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Importante localizar a passagem da quantidade à qualidade como um ponto de mudança, 
em que a tese e antítese se mostram insuficientes para explicar a alteração, gerando por 
fim, um terceiro gênero (síntese). 
 
2.2.4.4 Interpretação dos contrários 
“[...] a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza 
supõem contradições internas, porque todos têm um lado negativo e um positivo, [...]; a luta 
desses contrários, a luta entre o velho e o novo, entre o que morre e o que nasce [...], é o 
conteúdo interno do processo de desenvolvimento, da conversão das mudanças 
quantitativas em mudanças qualitativas” (LAKATOS e MARCONI, p. 79). 
A estrutura do Método Dialético pressupõe a existência de Tese e Antítese, e logo, 
pressupõe uma inerente contradição entre posições ou pontos de vista. Esse antagonismo 
serve para revelar as falhas e fraquezas apresentadas por cada um dos posicionamentos, 
criando a oportunidade de geração de outra forma de solução para a questão, a Síntese. 
Encerrando os comentários sobre o Método Dialético aparecem as críticas sobre o mesmo. 
Quanto à interpretação dos contrários é criticável que nem sempre os antagonismos criados 
existem, isto é, não seriam reais ou fisicamente existentes, como o caso de luz e escuridão, 
pois a escuridão seria ausência da luz e não seu contrário. Ou como velho e novo, que são 
o mesmo em tempos diferentes, e não opostos ou contrários. 
Quanto à passagem da quantidade à qualidade é criticável a real alteração do elemento que 
sofre a mudança, isto é, a água deixa de ser composta de hidrogênio e oxigênio, quando a 
sua temperatura se eleva acima dos 100 graus centígrados. 
A utilização do Método Dialético é oportuna para o desenvolvimento do conhecimento 
jurídico, pois como ciência factual e social, há grande incidência de interpretações diversas 
dos fenômenos e das ideias, criando uma oportunidade de evolução ao aproximar conceitos 
contraditórios sobre o mesmo instituto (tese e antítese), visando aproveitar suas vantagens 
e descartar as falhas, criando uma terceira via ou resposta (síntese). É fácil observar tal 
situação a partir do estudo da jurisprudência inspirando a doutrina a não adotar as correntes 
existentes, e sim a formulação de outra solução. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia 
para os cursos de direito. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível na biblioteca virtual. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica: ciência e 
conhecimento científico, métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 1991. 289 p. ISBN 852242439X. 
LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia jurídica. 5. ed. rev., atual e ampl. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2001. 451 p. (Coleção RT Didáticos) ISBN 85-203-2029-5. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho 
Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. Ed. Novo 
Hamburgo: FEEVALE. 2013. 
RUARO, Dirceu Antonio. Manual de apresentação de produção acadêmica: pesquisa, 
textos acadêmicos, apresentação de trabalhos. 2. ed. Pato Branco: Faculdade Mater Dei, 
2004. 118 p. ISBN 85-98229-02-4.

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