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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CLARISSA FRANZOI NIKAEL SOUZA DE OLIVEIRA BENEFICOS DA UTILIZAÇÃO DE BIODIGESTORES: UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE FONTES DE ENERGIA CAXIAS DO SUL 2016 CLARISSA FRANZOI NIKAEL SOUZA DE OLIVEIRA BENEFICOS DA UTILIZAÇÃO DE BIODIGESTORES: UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE FONTES DE ENERGIA Projeto de pesquisa exigido para a aprovação na disciplina de Seminário de Pesquisa na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Orientador: Prof. Dr. Luis Fernando Biasoli CAXIAS DO SUL 2016 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – pág. 10 Figura 2 – pág. 11 Figura 3 – pág. 14 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – pág.12 SUMÁRIO 1 TEMA .................................................................................................................................... 6 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................................ 6 3 PROLEMA ........................................................................................................................... 6 4 HIPÓTESES ........................................................................................................................ 6 5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 6 5.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 6 5.2 OBEJTIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 7 6 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 7 7 METODOLOGIA ................................................................................................................. 8 8 ORÇAMENTO ..................................................................................................................... 8 9 CRONOGRAMA ................................................................................................................. 9 10 ESTRUTURA .................................................................................................................. 9 11 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ......................................................................................... 9 11.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 11. 2 EFEITO ESTUFA ..................................................................................................... 9 11.3 BIODIGESTOR ......................................................................................................... 14 11.3.1 Funcionamento ..................................................................................................... 14 11.3.3 Analise de viabilidade econômica ...................................................................... 16 11.3.3.1 Estudo 1 ............................................................................................................. 16 11.3.3.1 Estudo 2 ............................................................................................................. 17 12 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 18 13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 18 6 1 TEMA Bioenergia e sustentabilidade. 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA Utilização de biodigestores na produção de biogás como forma alternativa de produção de energia. 3 PROLEMA A produção de energia a partir da utilização de biogás pode tornar-se viável a nível ambiental e economicamente? 4 HIPÓTESES I. A utilização de biogás demonstra-se uma alternativa mais sustentável em relação a combustíveis fosseis devido à continuidade do ciclo do carbono. II. A utilização de biodigestores demonstra-se uma alternativa com alto valor de custo. III. A utilização de biogás demonstra-se uma alternativa pouco eficiente em relação a sustentabilidade quando comparada com combustíveis fósseis. IV. A produção de energia a partir do biogás demonstra-se um bom investimento com pouco tempo de retorno, tendo uma grande margem de lucro após este. 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Realizar uma pesquisa sobre utilização de biodigestores para a produção de biogás, biofertilizante e meio alternativo como saneamento básico. Tendo foco nos custos e seus impactos com o meio ambiente. Ao mesmo 7 tempo em que analisa-se a utilização de combustíveis fosseis em nível ambiental, relacionando sempre com o aquecimento global existente na atualidade. 5.2 OBEJTIVOS ESPECÍFICOS Realizar uma analise quantitativa de custos e benefícios ambientais referente à utilização de biogás em comparativo com utilização combustíveis fósseis. Comparar o uso de combustíveis fosseis e bicombustíveis. Compreender para que serve o uso de bicombustíveis. Auxiliar na redução dos impactos gerados pelo efeito estufa. 6 JUSTIFICATIVA Demonstrar os benefícios da utilização de bioenergia advinda de biodigestores em relação a utilização de combustíveis fosseis. Buscando a compreensão e conscientização relacionada a redução dos impactos gerados pelo efeito estufa. É valido utilizar o processo de reaproveitamento do esterco do gado para fins latifundiários e alimentícios, para a produção da energia que fará o meio rural urbano funcionarem com energia limpa e renovável. A energia advinda do biodigestor pode ser utilizada não só no próprio local de produção, mas também como venda para a empresa de energia local, gerando lucro ao produtor. O tema abordado na pesquisa é do interesse dos acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Agrônoma para fins de um melhor desenvolvimento sustentável, auxiliando as pessoas a possuírem uma vida mais agradável e que seja econômica. Os autores do projeto acreditam que os biodigestores sejam uma alternativa biológica que pode ser melhor explorada, com o auxílio de pesquisadores e criadores de gado que se interessem por essa forma de energia, para que ela possa ser posta em prática e com isso, que os resultados da bioenergia sejam concluídos positiva ou negativamente. 8 7 METODOLOGIA Em busca do desenvolvimento para a pesquisa serão utilizadas ferramentas bibliográficas como livros e artigos referentes ao tema sobre utilização de energias renováveis, tendo como foco os biodigestores e os benefícios relacionados ao uso do biogás. Às pesquisas serão complementadas com informações de professores que trabalham na Universidade de Caxias do Sul, assim como de sites na internet, buscando opiniões de especialistas sobre o referido assunto. O longo do trabalho será realizado de forma teórica investigativa cumprindo as etapas indicadas por Lakatos e Marconi, 2003: Descobrimento do problema; Colocação do problema; Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema; Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados; Invenção de novas idéias ou produção de novos dados empíricos; Obtenção de uma solução; Investigaçãodas conseqüências da solução obtida; Prova da solução; Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. Estes serão realizados desta forma na busca do encontro dos resultados mais precisos para melhor exatidão da informação disposta para o leitor. Será também apresentado impactos devido a utilização de energia advindas de combustíveis fosseis e feito um comparativo com a utilização do biogás. A comparação deverá ser feita entre outras fontes de energia renováveis ou não, buscando uma melhor demonstração dos benefícios advindos de um biodigestor. No fim do trabalho será disponibilizada uma tabela de custos para analise comparativa de valores, tanto de produção quando de utilização, como tentativa final de conscientização, caso as demonstrações relacionadas ao meio ambiente não atinjam total sucesso. 8 ORÇAMENTO Itens Custos Folhas de papel A4 R$ 20,00 Tinta impressora R$ 60,00 Energia elétrica R$ 100,00 Alimentação R$ 200,00 Deslocamento R$ 235,00 Café R$ 72,00 Gravador R$ 100,00 9 9 CRONOGRAMA Etapas da pesquisa Agosto Setembro Outubro Elaboração do projeto X Pesquisa do referencial bibliográfico x Entrevistas x Levantamento de dados x Revisão do projeto x Analise de custos x Apresentação x 10 ESTRUTURA 11 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 11.1 INTRODUÇÃO O aquecimento global é algo que vem sendo muito discutido na atualidade, sendo sua principal causa a intensificação de um processo natural existente neste planeta, o efeito estufa. Sendo este efeito ocasionado pelas camadas de gases presentes na atmosfera, que aprisionam a radiação e mantém a ecosfera quente, uma medida de diminuição destes gases se faz necessária. A queima de combustíveis fósseis é uma das principais fontes de emissão dos gases do efeito estufa, sendo esta combustão realizada para diversas atividades, inclusive produção de energia elétrica. Por este motivo e outros a busca por fontes de energia alternativas se faz necessária. A utilização de dejetos animais, que antes seriam apenas agentes poluidores do ambiente, em biodigestores para captação de biogás é extremamente interessante. Este método além de evitar a poluição tratando os poluentes, produz eletricidade e fertilizante, os quais podem ser utilizados dentro e fora da região agrícola, gerando grande economia e retorno financeiro. 11. 2 EFEITO ESTUFA Toda a energia e calor existente na terra provem do Sol, este emite radiações de ondas curtas, na faixa de luz visível, onde parte atravessa a camada de gases da atmosfera e parte e refletida de volta para o espaço. Desta parte que consegue atravessar, um pouco e refletido pelas nuvens e o restante é absorvido pela superfície terrestre e mares. Após isso o planeta 10 emite a radiação de volta para o espaço, porém em ondas maiores fora do espectro visível, que possui maior dificuldade para atravessar a camada atmosférica e acaba ficando retida. Este aprisionamento da radiação é conhecido como efeito estufa e é ele que permite a existência da vida como é conhecida (SPIRO; STIGLIANI, 2009). Figura 1 - Emissão de radiação solar Fonte: UNESP Como citado em uma publicação da USP em seu site na internet (2006), o efeito estufa pode ser facilitado o entendimento ao compará-lo com um carro que fica no sol com os vidros fechados. A luz passa em parte pelos vidros e é absorvida, pelo material no interior do veiculo, em forma de calor. Após essa energia absorvida é refletida em ondas mais longas que ficam aprisionadas pela barreira do vidro. Como o carro possui um espaço menor e geralmente as pessoas trocam de ambiente, saindo de um meio externo com temperatura ambiente e indo para o meio interno que está mais aquecido, torna-se mais fácil perceber este aquecimento. Isto facilita o entendimento do perigo de um espessamento das camadas de gases, já que ela influencia na quantidade de calor que mantém aprisionado. Com a ausência deste efeito, a temperatura média da terra seria menor que -15ºC, o que é totalmente incompatível com a vida, além de não permitir a presença de água em sua forma liquida. O problema se da quando há intensificação deste evento, devido o espaçamento da camada responsável por ele. O que faz com uma maior quantidade de radiação fique retida dentro da ecosfera (BRAGA et al, 2005). Os principais gases responsáveis pelo evento são o dióxido de carbono (CO2), metano, óxido nitroso e clorofluocarno (CFCs). Sendo o principal responsável por sua intensificação o CO2. Estima-se que o aumento da concentração de CO2 na atmosfera desde a revolução industrial até o presente 11 momento seja de 25%. A figura a seguir traz um gráfico com a representação da concentração do gás e anomalia da das temperaturas médias anuais (BRAGA et al, 2005). Figura 2: Correlação entre a concentração de CO2 e a anomalia da temperatura Fonte: Introdução a engenharia ambiental (2005) A principal fonte de emissão do dióxido de carbono é a queima de combustíveis fosseis, que nada mais são do que hidrocarbonetos formados pela decomposição de organismos mortos soterrados. Sendo estes utilizados deliberadamente em situações industriais, em residências, no transporte e para geração de energia como, por exemplo, em termoelétricas. Tabela 1: Quantidade de CO2 emitida para a atmosfera no ano de 1999, demonstrando a região do planeta e qual foi a utilização do processo de combustão 12 Fonte: Introdução a engenharia ambiental (2005) Este aumento da concentração do dióxido de carbono, e em conseqüência o aumento da temperatura podem levar a diversos problemas que já vem sendo notados na vida cotidiana do homem. A elevação dos níveis dos mares, devido ao derretimento das geleiras nos pólos já vem ocorrido e tende a aumentar cada vez mais, trazendo problemas de erosão litorânea, inundação, danificação de portos e estruturas costeiras, além da necessidade de evacuações de determinadas regiões (BRAGA et al, 2005). As alterações climáticas, como a perda das estações bem definidas em determinados países como o Brasil, vem afetando a produção agrícola, devido a geadas fora de época ou secas inesperadas em algumas regiões. Além disso, o aumento da temperatura promove à sobrevivência de germes, bactérias, insetos e esporos de fungos prejudiciais a saúde humana (UNESP). A diminuição da produtividade agrícola se da por dois motivos, a perda das estações e o aumento da concentração do CO2. O primeiro acarreta em uma dificuldade no crescimento e na floração, que estão intimamente ligados a produção de frutos e afins. O segundo se da a nível fisiológico, já que uma maior concentração do gás, ocasiona o fechamento do estômato da planta, como se fosse uma forma de defesa a intoxicação, fazendo com que haja um estacionamento da fotossíntese. O controle do efeito estufa passa, necessariamente, pelo controle da emissão de CO2. Portanto, a solução é diminuir a emissão resultante da queima de combustível, por exemplo, utilizando-se fontes alternativas de energia e melhorando o sistema de transporte coletivo e as medidas em menor escala, como o controle do desmatamento mundial (BRAGA et al, 2005, p. 175) O dióxido de carbono (CO2) é um dos gases que mais pode contribuir para o efeito estufa. O CO2 está em altas concentrações na atmosfera, é um gás de difícil detecção por ser insípido e inodoro. Consideravelmente essencial para os seres vivos que usam como forma de obtenção de energia a fotossíntese, outros organismos liberam, por outro lado, através da respiração 13 o gás carbônico (CO2), incluindoplantas, conhecidos como compensadores de CO2. É importante desde a respiração dos seres vivos até a geração da eletricidade em extintores de incêndio. O excesso de CO2 na atmosfera pode é principalmente causado por setores industriais e de transporte. Segundo a equipe do eCycle na matéria “Pesquisa comprova aumento significativo da poluição no mundo” foi estimado que em 2010 cerca de 2,1 milhões de pessoas morreram prematuramente na Ásia, por causa da poluição no ar. Levando em consideração o aumento populacional de 2000 (onde 800 mil pessoas morreram por causa da poluição no mundo) e 2010 (3,2 milhões de pessoas morreram pela mesma causa), é a primeira vez na história que o problema com os poluentes na atmosfera entraram para o ranking das 10 doenças que mais levam a falência no mundo. Desmatamentos e queimadas contribuem para o efeito estufa, afetando a reserva natural de carbono e consequentemente os semidouros (ecossistemas capazes de absorver CO2) e sequestradores de carbono (cuja forma mais comum é naturalmente realizada por florestas). A alta concentração do gás carbônico causa poluição do ar, chuva ácida e um possível desequilíbrio do efeito estufa, elevando gradativamente a temperatura do planeta Terra, levando ao descongelamento das calotas de gelo polares e elevação de níveis oceânicos. Para o ser humano a exposição a poeira do CO2 a curto prazo não causa problema de saúde, já para pessoas que vivem por um longo período de tempo expostos ao excesso de gás carbônico têm mais chance de desenvolverem problemas cardiovasculares e pulmonares (podendo ser desde tosses excessivas até câncer). Crianças desenvolvem facilmente a asma (doença inflamatória crônica das vias aéreas), em todas as idades pode-se desenvolver rinite alérgica (reação imunológica do corpo a partículas inaladas consideradas estranhas) e bronquite (pneumo inflamação da mucosa da traqueia e dos brônquios grossos e médios). A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, caracterizada pela destruição de alvéolos pulmonares, inflamação e infecção do sistema respiratório, também é causada pela inalação de gases poluentes. Entre as alternativas para o controle de CO2 na atmosfera podemos citar como principal solução o sequestro de carbono, seja natural (por meio de florestas) ou artificial (reflorestamento, captura por meio de eletrólise e sequestro geológico de carbono). Segundo uma equipe de cientistas da Newcastle University, em Newcastle, na Inglaterra, os ouriços são capazes de usar o metal níquel para transformar dióxido de carbono em carbonato de cálcio, um elemento químico que faz parte da constituição das conchas. Para diminuir a emissão de gases poluentes existe a possibilidade de substituir fontes de energia fósseis por biodigestores. As medidas de análise e aceitação governamentais para um melhor padrão na qualidade do ar, também é uma alternativa de suma importância, assim como a conscientização das pessoas quando ao uso excessivo dos automóveis particulares. A tecnologia nos trás a possibilidade de estudo para a transformação de CO2 em concreto e para a produção de biocarvão. 14 11.3 BIODIGESTOR O biodigestor é um equipamento que produz energia renovável, que visa diminuir a produção de energia utilizando a queima de combustíveis fósseis, em uma tentativa de estabilizar a quantidade de CO2 emitida para atmosfera e estabilizar o efeito estufa. Tendo em vista que a maior fonte de emissão deste gás é para a produção de energia elétrica, como visto na tabela 1 do tópico anterior. O biodigestor aparenta ser uma medida inteligente e necessária. Esta forma de produção de energia se demonstra mais positiva ainda por utilizar restos de matéria orgânica em decomposição, que antes seria escoado pela chuva até rios e lagos poluindo o meio ambiente, ao mesmo tempo em que emitem metano para a atmosfera. Com a utilização deste passa- se a ter tratamento para os dejetos, diminuição da emissão CH4 ao mesmo tempo em que gera o biogás, fonte de energia tão versátil. Como Bonturi e Dijk (2012, pag.2) descrevem em seu artigo: “Como o biodigestor, além de produzir gás, limpa os resíduos não aproveitáveis de uma propriedade agrícola e gera biofertilizante, é considerado por alguns como um poço de petróleo, uma fabrica de fertilizantes e uma usina de saneamento [...]” 11.3.1 Funcionamento O biodigestor consiste em uma câmara fechada com 1 porta de entrada, 1 de saída e uma superior onde será captado o gás produzido. No local de entrada deve-se por a matéria orgânica que será utilizada como recurso para a fermentação das bactérias. Este passará por toda a câmara, onde sofrera reações durante alguns dias. Chegando ao final, na porta de saída, os subprodutos existentes serão coletados e poderão ser utilizados como fertilizantes em regiões agrícolas (BONTURI; DIJK, 2012). Figura 3: Biodigestor Fonte: Instalação de biodigestores em pequenas propriedades rurais (2012) 15 A decomposição da matéria orgânica sob condições anaeróbicas que é realizada dentro do biodigestor ocorre em 3 fases: hidrólise enzimática, fase ácida e fase metagênica. Na fase de hidrólise enzimática as bactérias do meio liberam enzimas extracelulares, as quais vão promover a quebra de partículas grandes em moléculas menores com maior teor de solubilidade. Na fase ácida as biomoléculas existentes na matéria orgânica são transformadas em ácidos a partir da produção de um meio com bastante concentração de H+. A fase metagênica é a ultima e principal de todo o processo, já que é nela que as bactérias atuaram sobre o hidrogênio que foi liberado no meio e o dióxido de carbono presente transformando-os em gás metano (CH4) (AMARAL et al, 2002). Existem algumas condições necessárias para uma ótima fermentação e melhor produção do biogás. A impermeabilidade do ar deve ser feita com extrema rigidez, o processo todo tem de ocorrer em condições anaeróbicas, pois a presença de O2 estimula a produção de dióxido de carbono, em vez de gás metano. A temperatura deve ser mantida na base dos 30ºC, qualquer mudança brusca afeta a produção. A presença de nitrogênio, sais orgânicos e carbono são essenciais, a relação entre a quantidade de carbono e nitrogênio necessita ficar entre 20:1 e 30:1. A quantidade de água deve existir em abundancia, situando-se entre 90% do peso do conteúdo total. Além disso, a matéria orgânica deverá ficar retida por um período de 35 a 45 dias, porém em biodigestores de fluxo continuo, após esse primeiro prazo é só continuar a fornecer nova matéria orgânica ao nível em que se retira biofertilizante (AMARAL et al, 2002; BONTURI; DIJK;, 2012). O biogás começa a se processar depois de 20 dias de fermentação, e possui aumento até chegar na terceira semana. Experiências realizadas na Alemanha e na frança foi verificado uma produção diária de 1m³ de camara produz cerca de 0,6³ de gás. Caso haja correlação de concentração entre carbono e nitrogênio diferente do citado anteriormente, o gás tende a possui elevado teor de CO2 o que o torna pouco eficiente, já que este necessita de uma concentração de gás metano de 50 a 60% para uma eficiente combustão (AMARAL et al, 2002). Após a produção do gás, este pode ser utilizado para diversas funções como: em aquecedores de água, geladeiras, fogão, calefação, iluminação, veículos de grande e pequeno porte, grupos geradores embarcações e etc. (AMARAL et al, 2002). Este também pode ser utilizado para geração de energia elétrica, utilizando sua combustão da mesma forma que é utilizado em termoelétricas, ou em motoros, realizando o movimento cinético e utilizando este para a produção de eletricidade. Aparentemente este processo é semelhante a queima de combustíveis fósseis, já que é uma reação de combustãoe, portanto irá liberar CO2 na atmosfera da mesma forma. 11.3.2 Relação com o meio ambiente O que difere a utilização de combustíveis fosseis da utilização do biogás é que atualmente, se pega hidrocarbonetos que possuem carbono fixado no subterrâneo e simplesmente despeja-os na atmosfera, interferindo no ciclo 16 natural do carbono, já que não é realizado forma alguma de capitação. Diferentemente, a fermentação realizada no biodigestor é com matéria orgânica em decomposição, a qual fixou carbono ainda neste século, durante o crescimento das plantas que serviram de alimentos para o gado, os suínos as galinhas e até para humanos. Antes, os gases seriam simplesmente liberados na atmosfera por processos naturais não controlados. O que se faz é controlar esses processos e encontrar alguma forma de utilização auxiliando o seu ciclo natural. Após a combustão e a utilização de forma útil para o ser humano, haverá replantio, para produção de novos alimentos. Então aquele gás disperso no meio natural será reabsorvido, gerando nova matéria orgânica que poderá ser fermentada novamente. Este processo descrito no decorrer deste texto é um ciclo, onde todo o poluente é novamente aproveitado e, portanto não é deixado na atmosfera agravando o efeito estufa, como é realizado com combustíveis fósseis. 11.3.3 Analise de viabilidade econômica Para realização da analise de viabilidade economia foram estudados dois artigos diferentes que possuem como foco a implantação do biogás, ambos serão descritos resumidamente a seguir. O 1º estudo, realizado por Cirino, J.F e Faria, L.V.P. (2013), teve como foco a implantação de um biodigestor maior e com o tempo de vida útil mais longo, realizado no Sítio Boa vista, onde fica situada a Granja Piglândia. O 2º estudo, feito por Morais, M.A e Santos, I.A (2009), foi realizado na Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, no setor de zootecnia III, sendo o tipo de biodigestor implantado marinha ou lona. 11.3.3.1 Estudo 1 [...] O sistema de tratamento dos efluentes líquidos é composto por um tanque equalizador de resíduos, duas células biodiestoras, duas lagoas anaeróbicas e uma lagoa aeróbia (com areadores mecânicos), escada de aeração, quatro lagoas de maturação e escada de aeração para posterior lançamento em curso d’agua (Córrego do Latão). Os dejetos passam por céluas biodigestoras e permanecem por um período aproximado de 30 dias. Após a geração do gás, o efluente segue para o sistema de lagoas (anaeróbia e de maturação), dimensionadas para uma retenção de aproximadamente 37 dias. Antes, o efluente passa por uma escada de aeração para corrigir os níveis de DBO para aqueles aceitáveis pela legislação ambiental. Com a queima deste gás gerado no biodigestor, reduz-se a ação das emissões de efeito estufa, transformando o CH4 em CO2, que é menos ativo como agente de efeito estufa (CIRINO; FARIA, 2013, Pag. 429) Os custos de implantação do biodigestor fora em divididos em três grupo. No primeiro é somado os custos de implantação, tratamento de dejetos, geração e queima do biogás, os quais possuem o valor de R$ 277.032,00. O segundo é referente aos materiais e sistemas integrados que serão utilizados para geração de eletricidade, os quais possuem um custo de R$ 197.010,71. O 17 terceiro e ultimo é o custo para geração é certificação dos créditos de carbono sendo de R$ 79.500,00. A soma dos três grupos gera o valor total de implantação, sendo ele R$ 533.542,71 (CIRINO; FARIA, 2013). O equipamento também possui custos operacionais, os quais são descritos como custos de manutenção semestral e custos de manutenção do motor, gerador e mão de obra técnica, totalizando um valor de R$ 9.200,00 ao ano (CIRINO; FARIA, 2013). Para produção de 1m³ de biogás, é necessário 12kg de dejetos suínos, a quantidade anual da fazenda se da em 12.690.100 kg, o que totaliza uma produção de 1.057.500 m³ de biogás ao ano. 1m³ do biogás gera 1,428 KWh, portanto a produção anual de eletricidade se da em 1.510.110 KWh. O custo do médio por KWh consumido da rede elétrica é de R$ 0,68 e o custo por KWh para a produção de 1 KWh pelo biodigestor é de R$ 0,1854, o que totaliza uma economia de R$ 0,496 por KWh (CIRINO; FARIA, 2013). Seguindo o calculo baseado nas produções apresentadas anteriormente, haveria uma produção de eletricidade em valores de R$ 749.014,56, o que demonstra um retorno de todo investimento em menos de 1 ano. Porém, devido horários de funcionamento do biodigestor, além de ser algo novo, o estudo estimou um valor de R$ 189.448,83, sendo que no 1º ano a produção estimada será 50% do total (CIRINO; FARIA, 2013). Além disso, como o biodigestor é produz energia limpa e renovável, encaixa-se dentro dos parâmetros para certificação de créditos de carbono. Sendo 110 m³ equivalente a 1 crédito de carbono, totaliza-se a produção anual de créditos de carbono em 9.613,64 ao ano. No presente artigo foi apresentado o valor do crédito de carbono de 10,04 euros, e a taca de cambio de R$ 2,28 por euro, portanto R$ 22,89 por crédito de carbono. Desta forma tem-se a receita de R$ 220.104,33. O estudo estima um tempo de retorno do investimento em 6 anos, 3 meses e 25 dias, sendo este sem 100% da produção total de biodigestor e lembrando sempre que o tempo de vida útil do mesmo se da em 15 anos, o que permite mais de 7 anos de lucro liquido (CIRINO; FARIA, 2013). 11.3.3.1 Estudo 2 Este estudo foi realizado na Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, no setor de zootecnia III, sendo o biodigestor utilizado do tipo marinho ou lona e todo o seu preço de implantação R$ 49.869,00. A média diária de dejetos do rebanho utilizado era de 1020 kg, considerando a necessidade de 15Kg para a produção de 0,6m³ de biogás, estima-se a produção diária de 40,8 m³ biogás (MORAIS; SANTOS, 2009). A produção de eletricidade obteve-se para cada metro cúbico 1,12KWh, considerando apenas 30% de eficiência do gerador utilizado. O valor por KWh utilizado no estudo foi R$ 0,36. No presente artigo foi estimado uma produção de 27.432 KWh por ano, o que totaliza financeiramente R$ 9.875,92 (MORAIS; SANTOS, 2009). Os realizadores do estudo também trabalharam com a produção do biofertilizante, este não sendo vendido para o mercado externo, mas sim 18 utilizado dentro da própria produção vegetal. A produção do fertilizante totalizou 96.000kg por ano, suprindo toda a necessidade anual para a fertilização do solo (MORAIS; SANTOS, 2009). Segundo Morais e Santos (2009) o retorno do investimento se da em torno de 6 meses, o que demonstra total viabilidade da utilização de um biodigestor em regiões agrícolas. 12 CONCLUSÃO O aquecimento global é um evento ocasionado pelo efeito estufa, o qual tem sido muito debatido na atualidade devido aos efeitos catastróficos que vem causando e que pode causar. A diminuição da emissão de CO2 que é lançada na atmosfera se faz mais necessária a cada dia e em conseqüência a busca por novas fontes de energia alternativa também. A utilização de biodigestores se demonstra uma alternativa inteligente, pois passa a aproveitar os resíduos de dejetos que antes poluiriam o meio ambiente, além de emitir gases poluentes para a atmosfera. O que se faz é basicamente produzir eletricidade de fezes e ainda por cima se ganha um tratamento para poluentes e uma maquina de produção de fertilizante. Nos tempos de hoje, a presença de uma grande viabilidade econômica para qualquer projeto se faz essencial, como demonstrado durante o estudo é possível perceber a existência de grande lucro em cima da instalação de biodigestores. O retorno do investimento se faz relativamente rápido, tendo grande margem de ganho liquido e limpo após. 13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, L.P.et al. Dimensionamento de biodigestor para geração de energia alternativa. Revista científica eletrônica de agronomia. Numero 2. Ano 1, 2002. Periodicidade semestral. BONTURI, G.L.; DIJK, M.V. Instalção de biodigestores em pequenas propriedades rurais: Análise de vantagens socioambientais. UNICAMP, 2012. BRAGA, B. et al. Introdução a engenharia ambiental. 2.ed. São Paulo: Person prentice Hall, 2005. CIRINO, J.F.; FARIA, L.V.P. Biodigestor para geração de energia elétrica a partir da suinocultura: Análise de viabilidade para um sítio em Coimbra- MG. Revista de C. Humanas, Viçosa, v.13, n2, p. 421-440. Julho de 2013. LAKATOS, E.V.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Atlas 2003. MORAIS, M.A.; SANTOS, I.A. Aproveitamento de biogás para geração de energia elétrica a partir de dejetos de bovinos leiteiros: um estudo de 19 caso na EAFMUZ. 1º Simpósio internacional sobre gerenciamento de resíduos de animais: Geração de energia a partir de resíduos de animais. Florianópolis, março de 2009. SPIRO, T.G.; STIGLIANI, W.M. Quimica ambiental. 2.ed. São Paulo: Person Hall, 2009. UNESP. Efeito estufa. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~lavarda/procie/dez14/luciana/>. Acesso em: 03 out. 2016. USP. Efeito estufa. Laboratório de química ambiental, 2006. Disponível em <http://www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm>. Acesso em: 03 out. 2016.
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