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Aula 10 - Hora extra e a questao da família

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Hora extra e a questão da família
Em Direito do trabalho, hora extra consiste no tempo laborado além da jornada diária estabelecida pela legislação, ou pelo contrato de trabalho.
No Brasil, o direito a este adicional está previsto nos arts. 7o., XVI, da Constituição Federal de 1988 e 59 da CLT.
A prestação de labor extraordinário tem o limite diário máximo de duas horas.
O art. 59 da CLT - “A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho”.
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Hora extra e a questão da família
Determinou-se que a prorrogação de jornada de trabalho não pode ser superior a 2 (duas) horas diárias, sobre pena das punições pertinentes da justiça do trabalho.
É admissível que o limite de 2h00 diárias de prorrogação seja superior, quando o empregador, mediante situação de força maior, serviço inadiável ou prejuízos iminentes ao empregador.
 A referida exceção não é exposta de forma clara na lei (CLT art. 61), devendo ser utilizada com cautela e mantido  em registro o fato que lhe deu causa, evitando assim eventual multa por parte da fiscalização.
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Hora extra e a questão da família
Todo empregado que laborar em jornada elastecida, terá direito a perceber um adicional de no mínimo 50% sobre o valor da hora normal, caso o trabalho seja efetuado em dias da semana (de segunda a sábado), e de 100% aos domingos e feriados.
Esses percentuais podem ser elevados por vontade do empregador, acordo entre as partes ou instrumentos normativos.
É importante ressaltar, que as horas extras devem ser praticadas no limite permitido. Ocorrendo exceção na extrapolação do limite, o empregado não se beneficia, além do recebimento das horas extras, mas a empresa fica fragilizada numa fiscalização, que poderá autuar com multa administrativa.
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Hora extra e a questão da família
As multas administrativas variam de acordo com o tipo de função realizada pelo empregado que estiver prestando o trabalho extra.
Ao menor é vedado a prática de hora extra, salvo em condição excepcional de empregador.
Art. 61( da CLT) – “Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto”.
 § 1º - O excesso, nos casos deste Art., poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
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Hora extra e a questão da família
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste Artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
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Hora extra e a questão da família
O empregador poderá pactuar com seus empregados um sistema de banco de horas, que consiste num programa de compensação onde as horas extras, ao invés de paga-las, podem ser trocadas por dias de folga.
Quando tocamos na questão da família, no entanto, temos um grande impasse, com o crescimento das industrias e a necessidade crescente de funcionários, cresce a cada dia o número de horas necessárias inserido no processo produtivo.
 Hoje cada industria tem pelo menos 30% de seu pessoal contratado no sistema de dedicação exclusiva, são funcionários que estão a disposição das empresas 24 horas por dia, 7 dias por semana.
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Hora extra e a questão da família
Mas no que esses funcionários se diferem nos outros? Trabalhar em regime de dedicação exclusiva não significa receber mais menos ou trabalhar mais ou menos, e sim ter uma disponibilidade para a empresa maior e uma previsibilidade de férias e tempo livre menor.
Um funcionário DE, como é chamado a dedicação exclusiva deve estar disponível para emergências sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, é o caso de engenheiros de processo, segurança, manutenção e outras áreas do ciclo industrial que não podem parar nunca.
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Hora extra e a questão da família
Com isso essas pessoas perdem datas importantes como Natal, Ano Novo, Domingos, Feriados. Em outras palavras a Instituição empregatícia segue bem, enquanto a instituição da família fica desfalcada.
A grande discussão sobre esse tópico gira em torno do fator financeiro, já que instituições que exigem vastas horas extras, trabalho em domingos, feriados, geralmente recompensam bem seus funcionários, que ficam na dúvida entre receber bem e conviver bem com a família.
Em uma análise recente feita pela FGV foram levantados alguns dados sobre empresas que contratam massivamente neste formato, foram levantadas as seguintes informações:
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Hora extra e a questão da família
45% dos funcionários que trabalham com DE são solteiros, e não conseguem engrenar em um relacionamento duradouro.
38% dos funcionários que trabalham com DE são separados ou divorciados.
17% dos funcionários que trabalham com DE são casados, dentre estes 10% relatam terem problemas no casamento e passarem por brigas constantes com a familia.
5% acreditam que o valor pago pela empresa com as horas extras valem a falta de tempo e previsibilidade de folga.
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Hora extra e a questão da família
95% dos entrevistados aceitaria deixar de trabalhar com DE se pudesse escolher.
42% dos entrevistados vê como grande problema para este tipo de emprego o não acompanhamento do crescimento dos filhos.
39% dos entrevistados gostaria de trocar de função com companheiros que trabalham oito horas por dia e cinco dias por semana, abrindo mão das horas extras e recebendo somente o salário base.
33% dos entrevistados aceitaria um emprego menor, mais simples e com um salário menor para deixar de trabalhar como DE.
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Hora extra e a questão da família
Analisando esta situação podemos chegar a conclusão que o conceito de hora extra é válido quando buscamos cumprir um certo prazo, evitar perdas devastadoras em um processo produtivo.
Entretanto quando saímos dessa esfera para a questão de hora extra como obrigação de trabalho entremos em questões que vao muito além do que pagar mais aos funcionários por um esforço extra vivido por eles.
O funcionário que convive com a pratica predatória da hora extra, não vê os filhos crescerem, não esta presente em emergências familiares e raramente consegue conciliar seu tempo de descanso com os horários da familia.
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Hora extra e a questão da família
Fica clara a razão para índices de depressão, transtornos de peso, transtornos obsessivos compulsivos, síndrome do pânico e outras enfermidades mentais serem os mais altos no mercado de trabalho no caso de profissionais que trabalhem com DE.
O objetivo de análises como essa é sugerir mudanças e melhorias ai sistema produtivo de uma forma geral, desta forma fica clara que a indicação de nosso estudo é a reorganização dos padrões de contratação e o uso de roteamento das horas de trabalho.
Destituindo de
alguns poucos a responsabilidade de estar sempre a disposição da empresa.

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