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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS KAUAN MATEUS KUBASKI REIANEZ MARTINS AQUIFEROS FURNAS E GUARANI NO PARANÁ PONTA GROSSA 2016 Aquífero reflete-se na água armazenada entre os poros que consegue se deslocar (permeável) pela formação geológica (PARANÁ, 201-). Segundo Rosa Filho et al (2011) é importante compreender qual era o ambiente de sedimentação para as rochas sedimentares e a gênese no caso das rochas magmáticas e ígneas para saber o quanto se pode produzir de água. Afirma-se também que desde os 2000 em que seu uso se torna mais expressiva, no território brasileiro, e em especial, no território paranaense. A Bacia do Paraná – compreendida como uma área de sedimentação fanerozóica aonde está localizada o Aquífero Furnas e o Aquífero Guarani abrange uma das maiores reservas de água doce do mundo, conhecida geologicamente desde 1950, através de perfurações de poços, amplificando com o aumento de exploração em 1960. Por característica é conhecida por possuir falhas e fraturas devido a esforços tectônicos e magmáticos, aonde pode-se encontrar reserva de água. Os aquíferos compreendidos ditos de boa qualidade são classificados através dos seguintes fatores: a limitação da superfície e subsuperfície, de como é o armazenamento, é o comportamento da circulação da água. (CAMPOS, 2004). É necessário controlar a quantidade utilizada de água subterrânea conforme a capacidade de água subterrânea, por isso o bombeamento deve ter base de acordo com a disponibilidade de recarga que depende tanto da questão geológica e aspectos do clima. “Como todos os demais recursos, a água subterrânea deve ser conservada e utilizada adequadamente, para assegurar uma disponibilidade no futuro. Por isso o planejamento, feito por técnicos especializados é sempre imprescindível. ” (PARANÁ, 201-). O ciclo da água é responsável pelo abastecimento dos aquíferos, logo, passa pelo processo de evaporação, formação de nuvens e precipitação, parte da água se infiltra no solo até atingir maiores profundidades. Segundo o Instituto de Águas Paraná (201-) existe entorno de 6000 poços tubulares no estado, sendo que é estimado uma vazão temporária diária permitido para cada um, mediante a uma outorga, tendo uma certa restrição conforme a existência de vários poços numa mesma região, monitorando e evitando interferências, sendo que se estiver na cota não é possível fazer novas perfurações, para outros usos em maior quantidade, as concessões são provisórias, com duração mais curta e passíveis de revogação. No estado do Paraná, o Aquífero Guarani tem uma área 131.300 km², do tipo regional e confinado (em sua maioria de abrangência), qualificado entre as principais reservas por suas características hidrogeológicas. Encontrado geralmente nos derrames de basalto que constituem a Formação Serra Geral – a água que se evapora pelas elevadas temperaturas e sua alta pressão no deslocamento do magma origina dobramentos na porção basal do derrame, no entanto quando se resfria e gera fraturamentos pode deslocar- se e preenche os espaços entre os sedimentos areia, que é mantida pela infiltração das chuvas, isto é, se torna permeável. Outra observação é que os microfraturamentos presentes permite tanto mover quanto preencher vazios, diluindo o preenchimento das vesículas e permitindo sua conexão, além dos diques de arenito (bem selecionados, granulometria média e fina) eficiente em questão de porosidade. (CAMPOS, 2004; PARANÁ, 201-; REIS; MIZUSAKI; ROINSEBERG; RUBERT, 2014). No Paraná o seu afloramento atravessa os seguintes munícipios: Ribeirão Claro, Jacarezinho, Santo Antônio da Platina, Ribeirão do Pinhal, Jundiaí do Sul, Nova Fátima, Santo Antônio do Paraíso, Congonhinhas, São Jerônimo da Serra, Londrina, Tamarana, Ortigueira, Faxinal, Cruzmaltina, Grandes Rios, Rosário do Ivaí, Ivaiporã, Rio Branco do Ivaí, Ariranha, Manoel Ribas, Pitanga, Cândido de Abreu, Boa Ventura de São Roque, Prudentópolis, Turvo, Guarapuava, Irati, Inácio Martins, Rio Azul, Mallet, Cruz Machado, Paulo Frontin, União da Vitória, Paula Freitas, Porto Vitória. É o que indica o mapa 1: MAPA 1 – UNIDADE AQUÍFERA GURANI FONTE: SUDERHSA De acordo com Campos (2004) é divido em norte e sul em referência ao Arco de Ponta Grossa, denominados domínios. Nas planícies ao redor do rio Paraná está uma das áreas de recarga em zonas de lineamento estruturais, o Instituto Águas Paraná aponta que são essas terras aonde o aquífero tende mais facilmente a se fragilizar devido a poluição e produtos tóxicos, sendo importante saber verificar em toda a sua abrangência para obter uma gestão sustentável. Em cadastramento, é certificado a presença de 50 poços, como profundidade média de 320 metros e de um volume de 100 m³ para cada hora de exploração, sendo constatada com teor alcalino-bicarbonatada-cloro-sulfata-sódica. Ainda o autor, afirma que o Aquífero Furnas (também denomina Aquífero Paleozóico Inferior) abrange uma área de 7150 km² na região dos Campos Gerais paranaense, podendo estar livre ou confinado com porosidade intersticial, sendo datado como do Paleozoico Inferior, mesma idade da unidade geológica Formação Furnas com rochas permeáveis (CPRM, 2012). Segundo Pigurim; Bagatim e Melo (2010) possui em sua constituição arenitos com quartzo, complementando com o tipo cárstico e fraturado garantindo boa qualidade. Sendo importante o uso manancial para cidades da região, como Ponta Grossa, especificadamente no caso deste aquífero o uso adequado detém se também a evitar riscos de abatimentos, a profundidade pode ir de 40 até 400 metros, podendo chegar a uma vazão de até 100 m³/h, podendo abastecer serviços públicos e indústria, que utiliza enormes volumes do fluído, mas aí está o cuidado para o uso moderado do mesmo. Sendo fraturado existe a seguinte questão que a explica a presença de água: “A circulação das águas está relacionada a estruturas como falhas e fraturas, e cárstico, pois os processos de erosão química formam cavidades subterrâneas controladoras do fluxo da água” (MAACK 1956, MELO & GIANNINI 2007, MELO et al. 2007 apud PIGURIM; BAGATIM; MELO, 2010). Os testes indicaram apenas quantidade de ferro acima do normal que segundo Campos (2004) está justamente relacionada com a atividade antrópica. Cobrindo os municípios de Sengés, São José da Boa Vista, Jaguariaíva, Arapoti, Piraí do Sul, Ventania, Telêmaco Borba, Tibagi, Castro, Carambeí, Ponta Grossa, Ipiranga, Teixeira Soares, Palmeira, Porto Amazonas, Campo Largo e Balsa Nova (como indica o mapa 2). Analisando as imagens, é possível perceber uma certa semelhança na faixa de cobertura das unidades aquíferas. MAPA 2 – UNIDADE AQUÍFERA FURNAS FONTE: SUDERHSA CONCLUSÃO Pode-se dizer que os aquíferos Furnas e Guarani tem sua extrema relevância para áreas em questão aqui definidas. Pelo número de habitantes existentes, tem sua importância para o uso manancial das recargas de água, contudo, é ligado o alerta para os cuidados de contaminação e utilização racional do mesmo, em especial do Aquífero Furnas, devido a capacidade de um possível abatimento do terreno, que por mais remoto que seja ele pode ocorrer, atingindo uma parcela da população, por isso bombeamento deve ser controlado e respeitando os níveis de reserva. A sua existência pelo que foivisto, demonstrada associada com fatores hidrogeológicos, deste modo, é necessário haver espaços vazios ou poros que consegue percolar sobre fraturas, falhas ou outra forma que permita a conexão entre os vazios, por isso está encontrado entre rochas da Formação Serra Geral – Aquífero Guarani e Formação Furnas – Aquífero Furnas. REFERÊNCIAS CAMPOS, H. C. N.S. Águas subterrâneas na Bacia do Paraná. Geosul, Florianópolis, v.19, n. 37, p. 47-63, Jan/Jun. 2004. Disponível em: < https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/viewFile/13558/12430>. Acesso em 24 de novembro de 2016. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM. Projeto Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas: relatório diagnóstico Aquífero Furnas nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Bacia Sedimentar do Paraná -/ Maria Cecília de Medeiros Silveira, Maria Antonieta Alcântara Mourão, Coord., Belo Horizonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2012. Disponível em: < http://www.cprm.gov.br/publique/media/VOLUME10_Sistema%20Aqu%C3%ADfero%20Ur ucuia_BA.pdf>. Acesso em 22 de novembro de 2016. INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ. Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. O que é um aquífero? Disponível em: http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=63. Acesso em 24 de novembro de 2016. INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ. Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Aquífero Guarani. Disponível em: http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=57. Acesso em 25 de novembro de 2016. PIGURIM, I; BAGATIM, H. Q.; MELO, M. S. de. Avaliação da qualidade e vazão das águas do aquífero Furnas na região de Ponta Grossa e Carambeí-PR. In: ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA UNICENTRO, 19., 2010, Guarapuava. Anais... Guarapuava: UNICENTRO, 2010. p. 4. Disponível em: < http://anais.unicentro.br/xixeaic/pdf/1591.pdf. Acesso em 26 de novembro de 2016. REIS, G. S; MIZUSAKI, A. R.; RUBERT; R. R. Formação Serra Geral (Cretáceo da Bacia do Paraná): um análogo para os reservatórios ígneos-básicos da margem continental brasileira. Pesquisas em Geociências, Porto Alegre, v. 2, n. 41, p. 155-168, mai/ago. 2014. ROSA FILHO, E. F. da; HINDO, E.C; MANTOVANI, L. E.; BITTENCOURT, A. V. L. Aquíferos do estado do Paraná. Curitiba: Autores paranaenses, 2011. p. 200.
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