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GEOGRAFIA RECURSOS HÍDRICOS Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro http://unar.info/ead RECURSOS HÍDRICOS Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: explicitar os princípios básicos do ciclo Hidrológico. Hidrologia é a ciência que estuda a distribuição, armazenamento e circulação da água na Terra. Nesta unidade, abordaremos os princípios basilares do Ciclo Hidrológico com vistas a dotá-los de competências e habilidades para entender os recursos hídricos disponíveis ao homem. ESTUDANDO E REFLETINDO Ciclo Hidrológico. Iniciamos a unidade, definindo o conceito de hidrologia Hidrologia é a ciência que trata do estudo da água na Natureza. É parte da Geografia Física e abrange, em especial, propriedades, fenômenos e distribuição da água na atmosfera, na superfície da Terra e no subsolo. (PINTO, 1976, p. 1) A Hidrologia auxilia na construção de galerias pluviais, pontes, barragens, nos estudos de vazão, no controle de enchentes e erosões, na navegação, na delimitação do lençol subterrâneo, no controle do escoamento superficial e nos estudos de precipitação e evaporação. O Ciclo Hidrológico utiliza-se da água que está na atmosfera, considerada o ponto de partida do processo. Agora, é claro que você já sabe que a água pode ser encontrada em três estados na atmosfera: líquido, gasoso e sólido. ÿ No estado líquido, a água está presente nos rios, lagos e oceanos principalmente. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” ÿ No estado gasoso, encontramos a água na forma de vapor ÿ No estado sólido, ela encontra-se disponibilizada na forma de neve e ou gelo. O ciclo Hidrológico apresenta fenômenos hidrológicos e atmosféricos, como a precipitação, a evaporação, a evapotranspiração, o escoamento superficial, a infiltração da água no solo e subsolo, no fluxo dos rios e na armazenagem fluvial e oceânica, sobre o que abordamos a seguir. Evaporação é um processo físico, por meio do qual a água dos rios, lagos, oceanos e do solo é transformada do estado líquido para o estado gasoso. Trata-se da transpiração, que é a evaporação da água liberada pelos vegetais e da evapotranspiração, fenômeno correspondente à evaporação das águas acumuladas, nas retenções e nas camadas superficiais do solo acrescidas da evaporação da água da chuva, interceptada pela folhagem da cobertura vegetal e da transpiração natural que os vegetais executam. Precipitação é a água condensada do vapor d’água da atmosfera, que pode ocorrer em forma de chuvas, granizo, neve, geada, orvalho e neblina. Os principais tipos de precipitação no Brasil são: Chuvas frontais que ocorrem no Centro-Sul, com o contato horizontal (frontal), das massas de ar quente (tropical) e massa fria (polar). Chuvas orográficas (ou de relevo) acontecem, principalmente no litoral, devido ao relevo que barra os ventos úmidos (nuvens carregadas de umidade), provenientes do oceano. Essa barreira natural faz com que chova muito no litoral (Barlavento e Sotavento). Chuvas convectivas (ou de ascensão) com incidência, principalmente, na região amazônica. São ocasionadas pela ascensão de vapor d’água na horizontal, resfriando- se nas camadas superiores da atmosfera (a evapotranspiração influi muito para a ocorrência dessa chuva na Amazônia). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 3 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” As precipitações são de suma importância para a climatologia e para a hidrogeografia, pois podem fornecer elementos para o manejo das bacias hidrográficas, como, por exemplo, a utilização das isoietas para um dado período. BUSCANDO CONHECIMENTO Observe o esquema abaixo, que faz referência ao Ciclo Hidrológico. precipitação Evapotranspiração evaporação Rio ☼ insolação com vegetação sem vegetação escoamento superficial menor escoamento superficial maior infiltração maior infiltração menor Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. (ENADE 2008 – Tecnologia Ambiental) Isoietas são as linhas de igual precipitação (mm). Assim como em um mapa topográfico as curvas de nível representam regiões de mesma cota (altura em relação a um referencial, que geralmente é o nível médio do mar), as isoietas são curvas que delimitam uma área com igual precipitação (quantidade de chuva que cai, medida em mm). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 4 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada de água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado, fundamentalmente, pela energia solar, associada à gravidade e à rotação terrestre. Com relação aos diversos componentes do ciclo hidrológico, analise as afirmações a seguir. I - O escoamento superficial da água é o componente do ciclo hidrológico que está contemplado na Lei no 9.433/97 – Política Nacional de Recursos Hídricos. II - A modificação dos usos e cobertura do solo na bacia hidrográfica, resultante da ação antrópica, altera determinados componentes do ciclo hidrológico. III - A vegetação atua decisivamente no ciclo hidrológico, nos componentes: escoamento superficial, evapotranspiração e infiltração. Está(ão) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões) a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 5 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer os principais conceitos da hidrologia. Nesta unidade, abordaremos as diferenças entre bacias e redes hidrográficas. ESTUDANDO E REFLETINDO Conceitos Fundamentais sobre Hidrografia. Bacia Hidrográfica: é uma área drenada por um rio principal e seus afluentes (rede hidrográfica). A bacia hidrográfica nos remete à existência de cabeceiras ou nascentes, cursos d’água principais, afluentes e subafluentes. As bacias são delimitadas por seus divisores de águas (interflúvios) – um ponto mais alto no relevo, como uma colina ou serra. Observação: não confunda afluente com efluente – esse significa esgoto, apesar de alguns córregos e rios em grandes cidades serem isso! RECURSOS HÍDRICOS Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 6 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Foto: Hélder H. J. Gasperoto – Serra da Canastra MG – divisor de águas. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 7 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Rede Hidrográfica: são os cursos d’água principais, seus afluentes e subafluentes. É o traçado dos rios e seus vales. Talvegue é a linha de maiorprofundidade no leito fluvial. Resulta da intersecção dos planos das vertentes com dois sistemas de declives. Montante é a parte do rio voltada para a nascente. Jusante é a parte do rio voltada para a sua foz. Quando se constrói uma barragem, por exemplo, a água represada do rio fica à montante e o fluxo, após a barragem, é a jusante. BUSCANDO CONHECIMENTO Examinando a imagem do rio São Francisco, podemos reforçar os conceitos de montante, em direção à nascente, e jusante, em direção à foz. Assim, a barragem de Sobradinho fica a montante do rio. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 8 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” http://www.integracao.gov.br/saofrancisco/integracao/index.asp Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. A forma prática de se delimitar uma bacia hidrográfica baseia-se em dados de: a) cobertura vegetal. b) topografia. c) uso do solo. d) tipo de solo. e) chuva e vazão. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 3 – TIPOS DE FOZ Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 9 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: mostrar os diferentes tipos de foz da hidrografia brasileira. Foz é a desembocadura de um rio e pode ser caracterizada, segundo sua especificidade. Esta é a temática a ser desenvolvida nesta unidade. ESTUDANDO E REFLETINDO Tipos de foz (desembocadura). Pode-se afirmar que os tipos de foz são: ÿ Foz em Delta; ÿ Foz em Estuário e ÿ Foz Mista, sobre as quais tecemos considerações a seguir. Denomina-se Foz em Delta, quando ocorre em seu baixo curso, próximo à desembocadura, ou propriamente na desembocadura, depósitos de sedimentos (“lhas”), formando vários canais de escoamento da água – só ocorrem onde há o encontro da água do rio com a do mar/oceano que forçam a água do rio a voltar pela força das marés. Foz em Estuário é quando a desembocadura está livre da deposição de sedimentos, sendo um único canal de escoamento – entre rios e/ou entre rio e mar/oceano. Foz Mista é quando ocorre conjuntamente a foz em Delta e em Estuário – exemplo o Rio Amazonas. Delta do Rio Nilo no Mar Mediterrâneo (Norte da África). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 3 – TIPOS DE FOZ Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 10 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Para localizarmos a Margem do Rio, devemos ficar de costas para a nascente e, naturalmente, de frente para a sua desembocadura, isto é, no sentido da correnteza do rio, no sentido de sua gravidade, do lugar mais alto para o mais baixo. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/02/rio-sao- francisco-bacia RECURSOS HÍDRICOS Unidade 3 – TIPOS DE FOZ Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 11 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” BUSCANDO CONHECIMENTO A foz do rio Amazonas é mista, possuindo as duas características de desembocadura: a foz em Estuário (na margem direita) e a foz em Delta (na margem esquerda). Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. Questão da UNIV. ESTÁCIO DE SÁ adaptada. Assinale a alternativa incorreta. a) O regime dos rios brasileiros depende das chuvas de verão. b) Talvegue é a linha de maior profundidade do leito do rio. c) Os rios brasileiros possuem um regime pluvial, excetuando-se o Amazonas que é complexo. d) Os rios do Brasil podem ser caracterizados como perenes na sua maior parte. e) A foz de um rio pode ser de dois tipos: o delta e, livre de obstáculos, e o estuário, com ilhas de aluvião separadas por uma rede de canais. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 12 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, em uma região mais úmida. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: propiciar conhecimentos sobre os tipos de cursos mais comuns e sua influência na hidrografia brasileira. Os rios percorrem um trajeto e sofrem interferência do terreno, da vegetação, da pluviosidade e ação humana. Vamos aprender sobre os cursos dos rios? ESTUDANDO E REFLETINDO Classificação dos Cursos D’água. Os cursos d’água de cada região podem ser considerados como: perene, intermitente e efêmero. Cursos perenes são os que sofrem o processo de cheias e vazantes, mas não secam, mantendo água em seu curso durante todo o tempo. Trata-se do curso mais comum no Brasil. Como, por exemplo, o rio São Francisco, o rio Amazonas, o rio Paraíba do Sul... Cursos intermitentes são cursos d’água que secam nas estações de estiagem (secas), são considerados rios temporários. Vale dizer que tais rios estão ligados às regiões secas, como o sertão nordestino. Ressalte-se que o Rio São Francisco não é intermitente, pois apesar de atravessar o sertão ele não seca. Como exemplo de curso intermitente, citamos o rio Vaza Barris. Cursos efêmeros são cursos d’água que só aparecem com as chuvas, sendo exclusivamente superficial. Ocorrem geralmente em áreas de pouca declividade. Podemos citar as enchentes urbanas, quando as ruas viram rios e depois desaparecem. Vale a pena conhecermos um pouco sobre a transposição do Rio São Francisco. Vamos a ela? RECURSOS HÍDRICOS Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 13 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O projeto de transposição do São Francisco surgiu com o argumento sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem. O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. O projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da barragem de Sobradinho) que será destinada ao consumo da população urbana de 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba. O Eixo Norte do projeto, que levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e rio Grande do Norte, terá 400 km de extensão alimentando 4 rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu. O Eixo Leste abastecerá parte do sertão e as regiões do agreste de Pernambuco e da Paraíba com 220 km aproximadamente até o Rio Paraíba, depois de passar nas bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste de Pernambuco. Ambos os eixos serão construídos para uma capacidade máxima de vazão de 99m³/s e 28m³/s respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão contínua de 16,4m³/s no eixo norte e 10m³/s no eixo leste. Por outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São Francisco afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica hídrica”, e que além de demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a necessidade da população da região uma vez que o problema não seria o déficit hídrico que não existe, o problema seria a má administração dos recursos existentes uma vez que a maior parte da água é destinadaa irrigação e que diversas obras, que poderiam suprir a necessidade de distribuição da água pela região, estão há anos inconclusas. Para se ter uma idéia, o nordeste é a região mais açudada do mundo com 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água. Portanto, o problema da seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 23 obras de distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela obra de transposição a um custo muito mais barato e viável do que a transposição do maior rio inteiramente nacional. http://www.infoescola.com/hidrografia/transposicao-do-rio-sao-francisco/ RECURSOS HÍDRICOS Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 14 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/02/rio-sao- francisco-bacia http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ecodebate.com.br/foto/transp.jpg&imgrefurl=http://www.eco debate.com.br RECURSOS HÍDRICOS Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 15 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” BUSCANDO CONHECIMENTO O texto abaixo faz parte do site www.integracao.gov.br, lá você também pode ter acesso ao RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) sobre a transposição do rio São Francisco. Números do Rio Extensão: 2.700 quilômetros – desde a Serra da Canastra, no município mineiro de São Roque de Minas, onde nasce, até a sua foz, entre os estados de Sergipe e Alagoas. Área da Bacia: 634 mil km2 Está dividido em quatro trechos: - Alto São Francisco – das nascentes até a cidade de Pirapora (MG), com 100.076 km2, ou 16% da área da Bacia, e 702 km de extensão. Sua população é de 6,247 milhões de habitantes - Médio São Francisco – de Pirapora (MG) até Remanso (BA) com 402.531 km2, ou 53% da área da Bacia, e 1.230 km de extensão. Sua população é de 3,232 milhões de habitantes - Submédio São Francisco – de Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA), com 110.446 km2, ou 17% da área da Bacia, e 440 km de extensão. Sua população é de 1,944 miulhões de habitantes - Baixo São Francisco – de Paulo Afonso (BA) até a foz, entre Sergipe e Alagoas, com 25.523 km2, ou 4% da área da Bacia, e 214 km de extensão. Sua população é de 1,373 milhões de habitanbtes. O Rio S. Francisco banha 5 estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, mas sua Bacia alcança também Goiás e o Distrito Federal A Bacia do rio abrange 504 de municípios, ou 9% do total de municípios do país. Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas, 1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal Cerca de 13 milhões de pessoas (Censo de 2000) habitam a área da Bacia do São Francisco Consumo atual de água da Bacia do rio São Francisco: 91 m³/s Vazão firme na foz (garantia de 100%): 1.850 m³/s Vazão média na foz: 2.700 m3/s RECURSOS HÍDRICOS Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 16 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Vazão disponibilizada para consumos variados: 360 m³/s Vazão mínima fixada após Sobradinho: 1.300 m³/s Vazão firme para a integração das bacias: 26 m³/s (1,4% de 1.850 m³/s). http://www.integracao.gov.br/saofrancisco/integracao/rima.asp RECURSOS HÍDRICOS Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 17 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Fisiografia- descrição da natureza. Você poderá se deparar, para esse mesmo estudo, com a denominação de geomorfologia. Geomorfologia- Estudo das formas de relevo, considerando o clima, as forças modeladoras do relevo e estrutura das rochas. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer a dinâmica fluvial e entender os problemas de ocupação do leito fluvial. ESTUDANDO E REFLETINDO A Geomorfologia Fluvial estuda as bacias hidrográficas e sua rede hidrográfica. O estudo das bacias hidrográficas é caracterizado pelos estudos dos cursos d’água, vistos pelo escoamento das águas e em seus processos fluviais. A fisiografia fluvial é composta pelos tipos de leito do rio, a saber: o leito menor; o leito de vazante; leito maior; leito maior excepcional, segundo Christofoletti, 1997. O leito menor é a parte do canal, ocupada pala água, que impede a proliferação da vegetação, formando margens com boa definição. O leito de vazante é a parte do canal onde a água fica, quando do período de vazante, isto é, o período crítico das estiagens, em que as águas dos rios ficam baixas. Neste caso, o leito de vazante fica dentro do leito menor, seguindo o talvegue (linha de máxima profundidade do leito do rio). O leito maior é a parte do leito, preenchida pelas águas, durante o período das cheias, podendo ser um ciclo periódico. O leito maior excepcional ocorre quando o rio extrapola o leito maior, ocupando áreas nos períodos das cheias, provocando as enchentes. É cada vez mais importante conhecer a geomorfologia fluvial, pois assim podemos fazer um planejamento das bacias hidrográficas (gestão das bacias), tirando um aproveitamento adequado dela. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 18 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” A forma de ocupação das bacias é importante para se evitarem, por exemplo, as enchentes, a falta de água, a ocupação de várzeas, minimizando, desta maneira, transtornos futuros, como observado em várias regiões do Brasil. BUSCANDO CONHECIMENTO Leia a notícia publicada no site RBS em dezembro de 2012. Jardim Pantanal, alagado em 2010, teme enchentes, e Alckmin não conhece solução. Questionado pela Rede Brasil Atual, governador de São Paulo terceirizou a assessores uma resposta sobre as ruas da zona leste da capital que sofrem com enchentes durante os meses de calor. por Sarah Fernandes, da RBA publicado 10/12/2012 18:27, última modificação 10/12/2012 18:59 São Paulo – o verão ainda nem começou e o clima é de tensão nos arredores do bairro Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo, que ficou famoso em 2009 e 2010 por passar quase três meses alagado pelas águas do rio Tietê. As primeiras chuvas de dezembro já causaram alagamentos nas ruas da vizinha Vila Itaim. Os moradores da Chácara das Três Meninas, também nos RECURSOS HÍDRICOS Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 19 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” arredores, afirmaram que alagamentos são constantes no verão e já começam a preparar os pequenos barracos em que vivem para as cheias. As comunidades estão na várzea do Tietê, que é de responsabilidade do governo do estado, criador, em 1995, de um programa para o desassoreamento do rio. Por isso, a RBA questionou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre o problema durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (10), marcada exatamente para apresentar ações estaduais para a contenção de enchentes. Mas o governador não soube responder, e terceirizou a questão a dois assessores. Na Chácara Três Meninas a situação é crítica: famílias vivem apertadas em um ou dois cômodos, improvisados com restos de madeira, telhas e, em alguns casos, tijolos. Os mais precários foram construídos nas margens do rio, a 15 metros da água. Os moradores mais antigos estão a até dois quarteirões do Tietê, mas, ainda assim, convivem com inundações, mau cheiro e os muitos ratos que dividem a várzea do rio com as pessoas. Não é difícil reconhecerquem mora no bairro: os moradores geralmente têm feridas nas mãos, nos pés e nas pernas, resultado do contato constante com a água poluída do rio. É assim com Maria Auxiliadora Silva, que mora em uma casa de dois cômodos, construída em um quintal onde vivem mais 13 crianças e oito adultos. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 20 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O líder comunitário Cristovão de Oliveira, que mora há 30 anos na região, diz que já procurou diversas vezes a prefeitura e o governo do estado para pleitear programas de habitação para os moradores do bairro, mas nunca obteve uma resposta. Ele conta que, naquela região, o governo estadual não desassoreou o rio, apesar de o governador ter afirmado hoje que todo o Tietê passou por esse processo e voltou à sua profundidade original. O superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do governo estadual, Alceu Segamarchi Junior – um dos indicados por Alckmin – afirmou que o governo tem um projeto para, nos próximos quatro anos, transferir as cerca de 7.500 pessoas que vivem na várzea do Tietê para apartamentos de programas de habitação. A área será transformada no Parque Várzea do Tietê. “Esse pessoal está dentro da chamada mancha de inundação e deve sair dentro dos próximos quatro anos”, afirmou. “Temos um projeto em negociação com a prefeitura para a construção de um polder [que funciona semelhante a um dique]. Isso resolveria o problema tanto do transbordamento do rio como de acumulação de água da chuva. Estamos aguardando a negociação da prefeitura e assim que ela aprovar devemos licitar a obra.” RECURSOS HÍDRICOS Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 21 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: diagnosticar os problemas ambientais causados pelo crescimento das cidades. Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 15). ESTUDANDO E REFLETINDO A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu (e ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas no meio natural, desencadeando diversos problemas ambientais, como poluições, desmatamento, redução da biodiversidade, mudanças climáticas locais e globais, produção de lixo e de esgoto, entre outros. A expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona a ocupação de áreas inadequadas para a moradia. Encostas de morros, áreas de preservação permanente, planícies de inundação e áreas próximas a rios são loteadas e ocupadas. Os resultados são catastróficos, como o deslizamento de encostas, ocasionado a destruição de casas e um grande número de vítimas fatais. A seguir vamos dar alguns exemplos de problemas ambientais urbanos, que normalmente são noticiados pela mídia em todo o país. Enchentes: é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de água do leito natural de um curso d’água. A ocorrência de enchentes é mais frequente em áreas mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a ter menor eficiência com o tempo. É comum o aumento dos prejuízos com as enchentes, devido ao aumento populacional em determinadas áreas, como nas várzeas dos rios, que são sujeitas tradicionalmente a cheias cíclicas. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 22 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Quando este transbordamento ocorre em regiões com baixa ou nenhuma ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os excessos de água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas podendo gerar danos à agricultura. Mas quando o transbordamento dá-se em áreas habitadas de pequena, média ou grande densidade populacional, os danos podem ser pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o volume de águas que saíram do leito normal e de acordo com a densidade populacional. O esquema a seguir representa como ocorre esse fenômeno natural, porém com a ocupação irregular das várzeas dos rios, esse fenômeno se torna catastrófico. D C B A A – LEITO DE VAZANTE B – LEITO MENOR C – LEITO MAIOR D – ENCHETES PAVIMENTAÇÃO Com a pavimentação e a construção de moradias próximas às várzeas dos rios, a água da chuva escorre com maior velocidade para os rios, pois a água não infiltra no RECURSOS HÍDRICOS Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 23 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” solo. Como a descarga de água vai ser maior que a capacidade suportada pelo leito normal do rio, ela vai extrapolar para as várzeas, inundando toda a área vizinha. Inundação: existe uma distinção conceitual entre os termos enchente e inundação, a diferença fundamental é que o primeiro termo refere-se a uma ocorrência natural, que normalmente não afeta diretamente a população, tendo em vista sua ciclicidade. Já as inundações são decorrentes de modificações no uso do solo e podem provocar danos de grandes proporções. BUSCANDO O CONHECIMENTO Na reportagem da National Geographic (EDIÇÃO 121/ABRIL DE 201002/12/2011) vocês poderão observar que o tão conhecido Rio Tietê enfrenta outras intervenções humanas além da poluição. Rio Tietê, o renascido. O rio Tietê é um símbolo da poluição no Brasil. Mas, no interior de São Paulo, ele volta à vida. por Thiago Medaglia Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL Pescadores e crianças usam os piers sobre o rio. Em Pereira Barreto, algumas gotas de cloro bastam para tornar a água do Tietê potável. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 24 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Quem passa pela cidade de Pereira Barreto pode perceber dois rios Tietê. Um deles, o rio da memória, resiste na narrativa dos moradores mais velhos. Ele corre num leito pouco largo, rodeado por mata fechada e com pegadas de animais selvagens nas praias de areia branca. A água, limpa e fresca, tem um tom de chá e escorre num corpo sinuoso, sob o qual repousa um fundo irregular. Esse Tietê não existe mais: habita apenas o passado, perdido entre as recordações e o desejo dos viajantes que não chegaram a tempo. O outro Tietê é um pouco menos romântico, porém nada ausente. Salta tanto aos olhos quanto o rio imundo que se vê na capital paulista, símbolo da poluição no Brasil, só que vivo e limpo. Em Pereira Barreto, espalha-se por margens quilométricas e, mesmo sendo rio, tem cara de mar - na verdade, a represa da usina Três Irmãos, que no começo da década de 1990 transformou para sempre a paisagem local. Uma leve brisa sopra, empurrando as pequenas ondas na beira. Na água azulada, não se apreciam mais cachoeiras nem rochas. Tudo está embaixo d'água. Ladeada por gramados, campos de futebol, rampas de skate, quiosques com churrasqueira e pistas de cooper, a praia da cidade - apesar de ser um aterro artificial - é o ponto de encontro de jovens despreocupados e adultos com disposição para o esporte. No interior, descobre-se logo, a relação das pessoas com o Tietê é de mais carinho. O milagre de seu renascimento começa a tomar forma desde a cidade de Barra Bonita, a 287 quilômetros da capital, onde já há pescaria, passeios turísticos e esportes náuticos. Em Pereira Barreto, no fim do dia, é comum ver moradores saindo de casa com cadeira de praia numa das mãos e vara de pescar na outra. A beira-rio é um antídoto para o estresse do cotidiano, um cenário de contemplação. Tudo o que se espera,talvez, de um curso d'água com essa dimensão. Disponível no site: http://viajeaqui.abril.com.br/materias/rio-tiete-poluicao?pw=1 RECURSOS HÍDRICOS Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS Marcelo de Souza Loureiro 25 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: nesta unidade vamos ver um problema real que está ocorrendo na fronteira do Brasil com a Bolívia. A ocupação irregular de meandros do Rio Acre está acelerando a erosão e a formação de uma ilha, que poderá vir a ser um problema político entre os países. Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 16). ESTUDANDO E REFLETINDO Leia a notícia publicada por BBC Brasil | 03/04/2014 07:30. Bairro ilhado no Acre teme virar parte da Bolívia. Acelerada erosão nas margens de rio pode fazer com que parte da cidade de Brasileia perca a ligação terrestre com o resto do município. Com suas fronteiras definidas há mais de um século, o Brasil pode em breve perder parte de suas terras para a Bolívia – ou, pelo menos, é o que temem os moradores de uma cidade brasileira na fronteira com o país vizinho. A acelerada erosão nas margens do rio Acre, na divisa entre as duas nações, está perto de fazer com que parte da cidade de Brasileia, no Acre, perca a ligação terrestre com o resto do município, tornando-se uma ilha cercada pela Bolívia. A Bolívia jamais manifestou interesse pelos bairros de Brasileia que podem ficar ilhados, mas isso parece não tranquilizar alguns moradores inquietos. "Vamos ter que virar tudo boliviano. O rio está comendo muita terra, o barranco está no toco", diz à BBC Brasil o comerciante e líder comunitário João Oliveira Magalhães, um dos 2 mil moradores da área, que abrange os bairros de Samaúna e Leonardo Barbosa. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS Marcelo de Souza Loureiro 26 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Magalhães, de 61 anos, mora com a esposa e um de seus onze filhos no trecho mais vulnerável à erosão, a cada vez mais estreita faixa de terra que liga os dois bairros às demais partes de Brasileia. João Oliveira Magalhães, morador Alexandre Lima/ O Alto Acre Os bairros – habitados por cerca de 500 famílias pobres – foram erguidos num meandro, um trecho sinuoso do rio. Meandros são bastante sujeitos a mudanças de curso por causa de chuvas ou de ações humanas. Magalhães afirma que, se os bairros perderem a ligação com o resto da cidade, a Bolívia reclamará a área, já que ela se tornaria quase um enclave brasileiro na cidade boliviana de Cobija. "Na minha experiência, não vão dois anos para apartar o lado que vai ficar para a Bolívia. O Brasil vai perder muita terra". Segundo um estudo do engenheiro Oscar Martins, da Universidade de Santa Maria (RS), o trecho que liga os bairros ao resto do município perdeu 15 metros de RECURSOS HÍDRICOS Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS Marcelo de Souza Loureiro 27 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” largura entre 1997 e 2008. Desde então, segundo a prefeitura, ele continua encolhendo. Em 2013, a faixa media 20 metros de largura e, na semana passada, após uma forte chuva, reduziu-se para 18 metros. O último deslizamento, diz Magalhães, deixou dependurado o bar que ele mantém no fundo de sua casa, à beira do rio. O temor de que a Bolívia reivindique a área ecoa rivalidades históricas. O território que hoje é o Acre pertenceu ao país vizinho até 1899, quando seringalistas brasileiros que o habitavam iniciaram uma revolta contra autoridades bolivianas. Vitoriosos, eles chegaram a declarar uma república independente, até que, em 1903, o Barão do Rio Branco assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis, que garantiu o domínio brasileiro sobre a área. Apesar dos temores, porém, a Bolívia jamais manifestou interesse pelos bairros de Brasileia que podem ficar ilhados. E segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, a fronteira entre os dois países não está sujeita a variações do curso do rio Acre. Em nota à BBC Brasil, o órgão diz que recentemente Brasil e Bolívia definiram novos marcos fronteiriços na área do meandro. O Itamaraty afirmou ainda que o Exército, a Agência Nacional de Águas e a Defesa Civil estão se coordenando "para adotar as providências necessárias à contenção do processo erosivo" no local. No entanto, segundo o prefeito de Brasileia, Everaldo Gomes (PMDB), "no momento não existe uma solução para o problema". Ele diz que a obra de contenção está na fase de estudos e que viajará em breve a Brasília para tentar acelerar o processo. "A liberação de recursos é difícil. Nosso medo é que na próxima enchente o bairro fique isolado." Nesse caso, afirma o prefeito, a saída será construir uma ponte. Gomes diz que, sem o dinheiro federal, a prefeitura de Brasileia não tem o que fazer, por já estar sobrecarregada. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS Marcelo de Souza Loureiro 28 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” BUSCANDO O CONHECIMENTO Imigrantes. Há alguns anos, a cidade, de 22 mil habitantes, passou a abrigar milhares de imigrantes – em sua maioria haitianos – que têm entrado no Brasil pela Amazônia, após longas viagens por terra desde o Equador. Segundo o governo do Acre, há hoje na cidade 2.500 imigrantes, ou 11% da população local. Enquanto as autoridades adiam a solução para o problema à beira do rio, o morador João Oliveira Magalhães passa os dias de olho nas águas do Acre. Ele propõe outra solução para o impasse - uma que, em suas palavras, respeitaria "a vontade do rio": que os governantes construam casas para os moradores em outro ponto da cidade. Dessa maneira, ninguém correria o risco de ficar isolado ou de ser arrastado por deslizamentos. Desde que mora ali, Magalhães afirma que o rio "comeu" 15 metros de largura do terreno de sua casa. "Não conseguimos mais dormir pensando que o rio pode nos levar. A água está quase chegando". Faixa de terra que liga os bairros de Samaúna e Leonardo Barbosa ao resto de Brasileia, e que ameaça se romper - Ascom/Acre. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 29 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: diagnosticar os problemas ambientais causados pelo crescimento das cidades. Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 17). ESTUDANDO E REFLETINDO Deslizamentos de Terras: é um fenômeno de ordem geológica e climatológica que inclui um largo espectro de movimentos do solo, tais como quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos. Embora a ação da gravidade sobre encostas demasiadamente inclinadas seja a principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros fatores em ação, como o excesso de peso por acumulação de chuva e deposição de pilhas de resíduos criados pelo homem que podem estar acumulando tensões sobre encostas frágeis até à sua falência. Área de risco litoral sul de São Paulo - Foto: Hélder Henrique Gasperoto RECURSOS HÍDRICOS Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 30 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Ilhas de Calor: é um contraste térmico entre a área mais urbanizada e a menos urbanizada ou periférica, inclusive a área agrícola. A origem das ilhas de calor decorre das alterações feitas pelo homem na paisagem das cidades. A presença de edificações e da pavimentação das ruas absorve mais calor causando uma diferença entre a áreacentral e as áreas vizinhas. Outros fatores contribuem para a formação das Ilhas de Calor, como a baixa arborização das cidades e a poluição atmosférica. Inversão Térmica: As inversões térmicas podem ocorrer em várias altitudes da atmosfera, contudo as mais preocupantes são as inversões em baixa altitude (100 a 300 metros) por sua capacidade de dificultar a dispersão dos poluentes gerados nos centros urbanos. Este fenômeno pode ocorrer em qualquer época do ano, porém é no inverno que se torna mais preocupante. O ar frio por ser mais pesado vai ficar mais próximo da superfície retendo os poluentes, as chuvas são mais escassas deste período no ano, dificultando ainda mais a dispersão dos poluentes. Este fenômeno afeta diretamente a saúde das pessoas, principalmente a das crianças, causando muito problemas respiratórios como bronquites e asmas. Desmatamento: atualmente o crescimento urbano é um dos principais fatores causadores do desmatamento. A retirada da cobertura vegetal está ocorrendo para a construção de moradias. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 31 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” A imagem retrata uma área as margens da Rodovia BR 101, onde apresenta uma declividade acentuada. Observa-se que uma vasta área litorânea, foi desmatada dando lugar a diversos bairros. Lixões: áreas impróprias para depositar lixo. Locais onde não houve estudos nem infraestrutura adequada para se instalar depósitos de lixo, que acabam contaminando o solo. Foto: Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto Poluição: há várias formas de poluição: - do ar: por queima de combustíveis fósseis, como petróleo, por automóveis, usinas termoelétricas e indústrias. - do solo e água: depósitos de lixo em áreas impróprias e de despejo de esgoto clandestino ou sem tratamento por parte das residências e/ou indústrias. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 32 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Rio Tietê próximo a Santana do Parnaíba (SP) - Foto Hélder Henrique J. Gasperoto - visual: concentração de bunners, totens, faixas, placas de trânsito e publicidade, fios e postes elétricos que deixam o aspecto “poluído” visualmente. - sonora: barulho de fábricas, carros, aviões, máquinas de conserto de ruas, etc. vão com o tempo diminuindo nossa capacidade auditiva. BUSCANDO O CONHECIMENTO Chuva Ácida: a concentração de poluentes na atmosfera se mistura com a água da chuva e a torna ácida. Ao caírem às chuvas, acidificam solo, cursos d’água e a vegetação ficam queimadas. Se cair sobre construções essas são deterioradas com o tempo. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II Jenifer Ranieri Stagni Barboza Marcelo de Souza Loureiro 33 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Compactação do Solo e o Asfaltamento: muito comuns nas cidades, dificultam a infiltração da água, visto que o solo está impermeabilizado com edificações ou asfalto. Sendo assim, o abastecimento do lençol freático fica prejudicado, reduzindo a quantidade de água subterrânea. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS Marcelo de Souza Loureiro 34 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: verificar os problemas relacionados à ocupação irregular do solo e os problemas ambientais como deslizamento de terras. ESTUDANDO E REFLETINDO O deslizamento de terra é na verdade apenas uma categoria dos chamados “movimentos de massa”: processo de vertente que envolve o desprendimento e transporte de solo e/ou material rochoso encosta abaixo. Os deslizamentos, assim como outros movimentos de massa, fazem parte da dinâmica natural de transformação e formação da crosta terrestre e estão relacionados também a fenômenos naturais como gravidade e variações climáticas. Acontece que, quando estes movimentos ocorrem em locais onde há ocupação humana os resultados podem ser desastrosos. Em uma situação de deslizamento, casas inteiras, rodovias e tudo o que estiver no caminho pode ser levado encosta abaixo ou acabar soterrado. O problema é que na maioria das vezes a situação poderia ser evitada. Embora os deslizamentos e outros movimentos de massa sejam fenômenos naturais, alguns fatores externos relacionados à ocupação antrópica interferem decisivamente na ocorrência ou agravamento destes movimentos. O principal é a ocupação desordenada de encostas e morros que adicionam carga extra ao peso da massa sedimentada já existente ali e a consequente supressão da vegetação natural que deixa o solo ainda mais exposto a ação do intemperismo físico (meteorização mecânica). O solo exposto sofre compactação devido ao impacto das gotas de chuva e acabam surgindo áreas de escoamento com o consequente surgimento de rachaduras e fendas que favorecem os deslizamentos. A construção de estradas em locais inadequados também contribui para a ocorrência de deslizamentos por causa das RECURSOS HÍDRICOS Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS Marcelo de Souza Loureiro 35 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” vibrações provocadas pelo tráfego intenso que acaba causando instabilidade nas encostas. Quanto mais íngreme for a encosta, maior a possibilidade de que ocorram deslizamentos, mas outros fatores também são importantes. Em climas tropicais, como no Brasil, o índice de pluviosidade é geralmente alto o que faz com que o solo fique encharcado e favorecendo os movimentos de massa. Nesse ponto a presença de vegetação é fundamental, pois ela reduz o impacto da chuva sobre o solo evitando a compactação e alguns tipos de plantas ainda possuem sistemas radiculares que favorecem a agregação do solo. Outro fator que favorece os movimentos de massa é o intemperismo químico (ou meteorização química) que provoca alterações na composição dos materiais do solo ou rochas devido a reações complexas com o oxigênio a própria água e outras substâncias. Basicamente os deslizamentos de terra ocorrem quando o solo que está sobre uma camada rochosa sofre desagregação devido a alguns dos fatores citados acima e literalmente escorrega sobre essa camada. O que faz com que o solo permaneça coeso, dentre outras forças, é o atrito existente entre as partículas que o compõem e o leito de rocha. O deslizamento ocorrerá quando a força da gravidade atuando sobre a encosta for maior que o atrito existente entre as partículas. Se o deslizamento ocorrer na presença de chuva, em locais íngremes com transporte de fragmentos de rocha e solo identificáveis, dizemos que ocorreu um “escorregamento” de terra. Já se o deslizamento ocorrer com presença intensa de água a ponto de não se poder identificar a parte líquida da sólida, dizemos que ocorreu uma “corrida de massa” ou simplesmente “corrida” ou “fluxo”. As corridas de massa são comuns em locais onde ocorre o degelo de geleiras. A massa de detritos escorre por vários quilômetros com velocidade variável dependendo da inclinação, altitude do local e quantidade e água, mas se a velocidade for muito alta e envolver uma grande quantidade de detritos dizemos que houve uma avalanche. Já o escorregamento de terra percorre um caminho mais curto e os detritos costumam ficar depositados no sopé do morro ou montanha onde aconteceu o deslizamento. Quando ocorrem RECURSOS HÍDRICOS Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS Marcelo de Souza Loureiro 36 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” deslizamentos (corrida de massa) de materiais de origemvulcânica eles são chamados de “lahars”. Estes deslizamentos característicos de locais com atividade vulcânica podem chegar a 150 km/h. Como identificar um risco de deslizamento. Rachaduras ou fendas em alguma encosta, o surgimento de minas d’água, a inclinação anormal de postes ou árvores. Estes são sinais de que a qualquer momento podem ocorrer deslizamentos de terra na encosta. Evite a construção em zonas de risco e peça sempre permissão da prefeitura de sua cidade para escavar em encostas. Outra forma de evitar o deslizamento é não desmatando ou reflorestando as áreas de encosta, mas isso deve ser feito com a ajuda de algum profissional que poderá indicar quais tipos de plantas podem ser utilizadas no local. Geralmente árvores ou plantas com raízes curtas como a bananeira ou que acumulam água próxima a raiz como os coqueiros tendem a piorar a situação. Já gramíneas, capim e algumas qualidades de leguminosas ou outras plantas com raízes profundas tendem a manter a coesão do solo e protegê-lo evitando deslizamentos. BUSCANDO O CONHECIMENTO Deslizamento de terras no Rio de Janeiro. Nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio de Janeiro foi palco do maior deslizamento de terra da história do país e um dos dez piores deslizamentos do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). As chuvas destruíram os municípios de Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Teresópolis. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) RECURSOS HÍDRICOS Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS Marcelo de Souza Loureiro 37 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” mostraram que choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região (lembre-se que 1 mm de chuva corresponde a 1 litro de água/m2). De acordo com a defesa civil do Rio de Janeiro, a tragédia deixou 22.604 desalojados; 8.795 desabrigados e 918 vítimas fatais. Bairros foram destruídos; sistemas de água, esgoto e energia elétrica sofreram interrupção; imóveis residenciais, industriais e comerciais foram destruídos e a produção agrícola foi reduzida a menos da metade. Os prejuízos foram de mais de R$ 600 milhões e os investimentos necessários para a recuperação da região, conforme os órgãos públicos são de R$ 3,4 bilhões. Sem o devido planejamento, a urbanização brasileira não foi acompanhada de obras estruturais compatíveis com as características naturais e com a velocidade das transformações socioeconômicas. Em várias localidades, as enchentes e os deslizamentos de terra representam um desafio constante para a nossa sociedade, em especial para as pessoas de baixa renda. Os deslizamentos de terra consistem num processo de desgaste dos solos, onde as áreas com declividade sofrem a ação da força das águas das chuvas. A construção de moradias e a retirada da vegetação tornam o solo desprotegido e sujeito a desbarrancamentos. Essas ocorrências são mais comuns na periferia das cidades, onde as terras com menor valor de mercado ou simplesmente ocupadas por imigrantes estão situadas em topografias acidentadas, conhecidas como RECURSOS HÍDRICOS Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS Marcelo de Souza Loureiro 38 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” encostas, ou até mesmo no topo de morros. O mesmo raciocínio apresentado em relação às matas ciliares pode ser utilizado para entender os deslizamentos, pois a vegetação presente nas encostas é capaz de absorver a água das chuvas e evitar o carregamento de grandes quantidades de sedimentos para as áreas mais baixas. Os deslizamentos de terra representam um dos reflexos da desigualdade social do país. Não é possível simplesmente remover as pessoas que vivem nas áreas de riscos, mas planejar a ocupação das cidades e a utilização dos recursos públicos na construção de moradias populares ou linhas de crédito realmente acessíveis para aqueles que não possuem uma renda familiar elevada. É possível criar áreas residenciais de baixo impacto nas proximidades de áreas de encostas, desde que sejam respeitados determinados padrões de construção, como a utilização de técnicas de terraceamento e a recomposição da vegetação nativa. Fonte: http://www.defesacivil.gov.br RECURSOS HÍDRICOS Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 39 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Falhas Tectônicas são fossas provocadas pelo rompimento das rochas. Diáclases são fraturas da rocha. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: propiciar conhecimento sobre canais fluviais, com vistas a um melhor planejamento de sua ocupação. Você sabia que o estudo dos canais fluviais é importante para se definir o planejamento das bacias hidrográficas? Se ainda não sabe, está na hora de aprender. ESTUDANDO E REFLETINDO Os canais, segundo Christofolleti, são caracterizados por seus diferentes tipos: canal retilíneo; canal anastomosado; canal meandrante e canal entrelaçado, sobre os quais tecemos informações a seguir. Canais retilíneos são pouco frequentes e curtos. São formados por falhas tectônicas, diáclases ou fraturas nas rochas que a compõem. Canais anastomosados são caracterizados por ramificações ou múltiplos canais que se subdividem e se encontram novamente mais à frente. São separados por ilhas ou bancos de areia, que são carregados pelo rio que vai depositando e acumulando os sedimentos nessas áreas. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 40 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Canais meandrantes são mais comuns em áreas tropicais úmidas e com mata ciliar que acompanham as margens dos rios. Os meandros são curvas sinuosas, cujas águas transbordam durante o período das cheias. Os meandros são mais comuns em áreas de planícies aluviais, pois o rio acompanha qualquer variação no relevo. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 41 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Canais entrelaçados são caracterizados por vários canais (em geral mais de dois canais), formando em seu curso ilhas ou depósitos de sedimentos que divide esse leito em várias ramificações. BUSCANDO CONHECIMENTO A imagem de satélite mostra o núcleo Picinguaba no litoral norte de São Paulo, em que as setas sinalizam os meandros (curvas sinuosas) do rio. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 42 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Exercício – caso não entenda as respostas entre em contato com seu tutor. Na ilustração abaixo, estão representadas etapas de uma dinâmica fluvial. Com base na análise da figura: a) descreva os processos naturais explicitados na sequencia I, II e III. b) explique por que os solos formados à margem do leito tendem a ser férteis, favorecendo a prática agrícola. Respostas: a) A dinâmica fluvial em questão é constituída por processos naturais, tais como: - erosão lateral, alargando o vale fluvial e interligando-se ao aumento da extensão do curso de água; - ampliação da forma dos meandros associada à formação de planícies aluvionais (ou leito maior); - alteração na capacidade e na competência do curso fluvial e aparecimento de um meandro abandonado. b) Em decorrência do regime fluvial, com alternância entre períodos de cheia e de vazante, são depositados, à margem do leito, sedimentos associados a nutrientes orgânicos, os quais recompõem e fertilizam os horizontes dosolo, propiciando melhor aproveitamento agrícola. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 43 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: proporcionar a visão de uma das principais características das bacias hidrográficas: os tipos de drenagem. No Brasil, a maioria das drenagens são exorreicas, constituindo-se uma das principais características das bacias hidrográficas. ESTUDANDO E REFLETINDO Os Tipos de Drenagem são: Drenagem Endorreica; Drenagem Exorreica; Drenagem Arreica e Drenagem Criptorreica Drenagem endorreica são rios que se dirigem para dentro do continente ou para uma depressão interior (desembocam em rios, lagos ou mares interiores). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 44 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Rio Tietê desembocando no rio Paraná. Drenagem exorreica, neste caso, os rios se dirigem para o oceano, mar aberto, isto é, para um local amplo e aberto. Foz do Rio São Francisco. Drenagem arreica é mais comum em áreas áridas. Trata-se de um rio que acaba desaparecendo dentro de uma área desértica, pois caminha para dentro do deserto e desaparece. Drenagem criptorreica são bacias subterrâneas, geralmente, existentes dentro de cavernas. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 45 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Foto Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto BUSCANDO CONHECIMENTO Interprete o bloco diagrama abaixo que irá te ajudar em exercício. A = curso final de um rio – era de sedimentação. B = nascente de um rio; interflúvio – separa bacias hidrográficas. C = reverso do relevo. D = foz do rio em Delta. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 43 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: verificar a lógica da drenagem dos rios para entender o melhor comportamento de seu aproveitamento. ESTUDANDO E REFLETINDO Por meio do padrão de drenagem, podemos pensar como ocupar de maneira otimizada e sustentável as bacias hidrográficas. Teixeira (2009) estabelece os seguintes padrões de drenagem: Padrão Dentrítico; Padrão paralelo; Padrão Radial e Padrão Treliça. Padrão Dentrítico: é um padrão de drenagem ramificado, semelhante aos galhos de uma árvore que se interpõem uns aos outros, sendo separados por alguns divisores de água (interflúvio). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 44 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O Padrão paralelo, por sua vez, acompanha a grande declividade do terreno em ramificações paralelas dessa inclinação. O Padrão radial tem origem a partir de um raio central e sai em todas as direções, acompanhando a declividade do terreno. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 45 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Padrão treliça: basicamente são formações retangulares, em que seus afluentes formam padrões paralelos. BUCANDO CONHECIMENTO O planejamento ocupacional deve privilegiar o estudo do padrão de drenagem, pois se a ocupação for aleatória haverá danos às bacias hidrográficas. Observando o mapa geológico do Estado de São Paulo da região da Serra do Mar, observamos um padrão de drenagem destacado pelo círculo, a partir do qual ocorrem nascentes dos rios que fluem para diferentes regiões. Trata-se, então, de um divisor de águas, com a drenagem radial. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 46 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Fonte Ministério de Minas e Energia CPRM. Interflúvio: é um terreno ou área mais elevada situada entre dois vales. Apesar de às vezes este termo ser usado como sinônimo de divisor de águas, o interflúvio se caracteriza mais por ser toda a região ou área compreendida entre dois talvegues, ou entre dois cursos de maior importância de uma mesma bacia hidrográfica ou mesmo de bacias distintas, ao passo que o termo divisor de águas é mais adequado para designar não uma área mas uma linha(linha de cumeada). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 51 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: verificar a lógica do terreno e como o rio se comporta neste contexto. O rio pode seguir a lógica do terreno, ou cortá-lo paralelamente ou perpendicularmente. Em decorrência disso, há várias definições de tipos de rios, como veremos a seguir. ESTUDANDO E REFLETINDO Você sabia que os rios são classificados, segundo seus tipos e que estes são consequências do terreno em que se insere? Se não sabia, vamos aprender. O padrão de drenagem é o arranjo em planta dos rios e riachos dentro da bacia de drenagem, em grande parte controlada pela estrutura geológica do terreno. Os diferentes padrões de drenagem determinam vários esquemas de classificação dos rios e das respectivas bacias. As classificações podem basear-se no (a): Gênese: rio antecedente, superimposto, consequente, subsequente; Geometria: drenagem dentrítica, em treliça, retangular, paralela, radial; Escoamento: bacias endorreicas, exorreicas. Para Christofoletti (1999), há os seguintes tipos de rios: Consequente; Subsequente; Obsequente; Ressequente e Insequente. Vamos conhecer cada um deles? RECURSOS HÍDRICOS Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 52 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” O Rio consequente é determinado pela lógica do terreno, isto é, pela inclinação do terreno. Vale dizer que como o terreno é formado em camadas, o rio as acompanha na sua forma original. Os Rios subsequentes têm seu trajeto na perpendicular ao rio consequente e se faz junto à falha rochosa. O Rio obsequente opõe-se ao rio consequente e desemboca no rio subsequente. O Rio ressequente está em paralelo ao rio consequente, acompanhando o seu sentido e desemboca no rio subsequente. O Rio insequente não segue os padrões de drenagem estabelecidos. O gráfico abaixo ilustra os tipos de rios abordados aqui. Examine-o, atentamente. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 53 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” BUSCANDO CONHECIMENTO Cuesta é um relevo constituído de camadas, onde o processo erosivo atua diferentemente, conforme as camadas mais resistentes e menos resistentes. Assim, nas camadas mais resistentes o processo erosivo é menor e nas menos resistentes tal processo é mais intenso. Possui uma frente abrupta, chamada de frente de cuesta. A cuesta é importante para podermos analisar os tipos de rios consequente, subsequentes, obsequentes e insequentes. CHRISTOFOLETTI, 1997, p. 104. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 54 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR”Observe bem a imagem abaixo, em que se verifica um esquema do relevo de cuesta e drenagem associada: http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/cuesta.htm. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. ProHelder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 55 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: entender que os rios podem ser classificados segundo outras características, que não somente à orientação de seu percurso. ESTUDANDO E REFLETINDO Podemos classificar os rios de acordo com vários critérios, a saber. Segundo a origem da água: ÿ Pluvial: a água vem da chuva ou, indiretamente dela, pelas nascentes que brotam do solo. Exemplo: rio Tietê (esse também tem origem em esgoto – efluentes). ÿ Nival: água oriunda do degelo da neve das altas montanhas ou de geleiras glaciares. Exemplo: rio Mackenzie no Canadá. ÿ Misto: possui água de ambas origens. Exemplo: rio Amazonas. Isso mesmo, o Amazonas possui nascentes nos Andes, que tem neve em seus cumes. Segundo ao regime da água: ÿ Perenes: rios que nunca secam. Exemplo: mais uma vez o Tietê. ÿ Intermitentes: secam durante longas estiagens. Exemplo: Vaza Barris (Nordeste). ÿ Efêmeros: surgem com chuvas fortes e depois somem como em ruas alagadas. Segundo o relevo: ÿ De Planalto: bons para geração de energia, pois possuem quedas d’água que são aproveitadas para construir barragens e eclusas. Exemplo: rio Paraná. ÿ De Planície: são bons para navegação, pois não possuem quedas d’água. Exemplo: rio Amazonas. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. ProHelder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 56 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Segundo o tipo de foz: ÿ Delta: formação de ramificações em seu final de curso, típicas de áreas de contato entre o rio e o mar ou oceano. Exemplo: rio Nilo (na África). ÿ Estuário: só possui uma desembocadura. Exemplo: os rios Grande e Paranaíba se unindo e formando o rio Paraná. Segundo a direção do curso: ÿ Endorreico: se dirigem a outro rio. Exemplo: rio Tietê desaguando no Paraná. ÿ Exorreico: terminam no mar ou oceano. Exemplo: rio São Francisco. Segundo a qualidade da água: Classes: ÿ 1 = rio límpido. Ocorrem em nascentes onde não possuem (ou pelo menos não deveriam possuir) poluentes e nem matéria orgânica e sedimentos em suspensão. ÿ 2 = rio com certa turbidez, ao longo do seu curso vai ganhando sedimentos e fica mais escuro. ÿ 3 = já com alguma carga de poluentes, mas que com tratamento se torna potável. ÿ 4 = alta carga de poluentes e contaminantes; rio com pouco oxigênio e, por consequência, de vida. ÿ 5 = rio “morto”, sem oxigenação da água. Exemplo: rio Pinheiros na capital paulista. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. ProHelder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 57 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Poluição no rio Pinheiros em São Paulo. Fonte: Google imagens – acesso em 30/9/2014. Espumas tóxicas no rio Tietê em Santana do Parnaíba (SP). Fonte: Google imagens – acesso em 30/9/2014. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. ProHelder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 58 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos classificar o rio Tietê quanto aos critérios estudados até aqui. Segundo a origem da água: pluvial (e de efluentes - esgotos). Segundo ao regime da água: perene. Segundo o relevo: planáltico. Segundo o tipo de foz: estuário (no rio Paraná). Segundo a direção do curso: endorreico. Segundo a qualidade da água: classes 1 (na nascente), 4 em Guarulhos e 5 na capital; 4 em Santana do Parnaíba e 3 em Barra Bonita. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 59 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e irrigação. ESTUDANDO E REFLETINDO Segundo dados do IBGE (2000), as principais bacias hidrográficas do Brasil são: Bacia do rio Amazonas; Bacia do rio do Prata, formada pelas bacias do rio Paraguai, do rio Uruguai e do Rio Paraná; Bacia do Rio Tocantins e Bacia do Rio Parnaíba. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 60 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Vamos conhecer suas especificidades? A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas: é formada pelo rio de maior extensão do mundo, e também maior em volume d’água. Seu regime é complexo, recebendo água dos dois hemisférios, norte e sul. Isso, teoricamente, faz com que as estações sejam em períodos distintos, ou seja, enquanto no hemisfério sul é verão, no hemisfério norte é inverno. Além disso, recebe água das montanhas dos Andes (nival). Sua foz é mista, isto é, sua margem esquerda é deltaica e sua margem direita é em forma de estuário, como podemos observar na imagem de satélite de sua desembocadura. É um rio de planície, sendo aproveitado, intensamente, por sua navegabilidade. O Rio Amazonas foi o principal eixo de penetração e de ocupação dessa região. Os afluentes da margem direta, como o rio Madeira e Xingu, estão sendo utilizados para a produção de energia. Já os rios Madeira e Tapajós servem para escoar produtos agrícolas, minerais e de madeira. O rio Xingu passa por uma intensa controvérsia entre o desenvolvimento econômico e a problemática ambiental em decorrência da projeção da construção da usina hidrelétrica de Monte Belo. Devemos lembrar o caos provocado pela usina hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, que tinha como objetivo fornecer energia para a região de Manaus (Zona Franca de Manaus). Outro grande problema ambiental são os rejeitos da extração de bauxita na região de Oriximiná, no Pará, no vale do rio Trombetas. A bacia amazônica é caracterizada por três patamares: Igapó: está sempre inundado; Várzea: que inunda nas cheias; Terra firme: nunca se inunda. O rio exerce forte influência nas duas primeiras, pois com a inundação a população utiliza o rio como meio de locomoção. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 61 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Furo é um braço de água que liga um curso de água a outro, ou um pequeno rio que se liga ao rio principal. Igarapé é um pequeno rio. Paraná é braço de rio grande, formado por uma ilha. Paranamirim é um braço de rio formado por uma pequena ilha. Rio Amazonas Planície terra firme teso várzea várzea teso terra firme do rio Amazonas caaetê não inunda várzea inundada no período da cheias igapó constantemente inundadas BUSCANDO CONHECIMENTO A ocupação da população local amazônica ocupa as proximidades dos cursos d’água como os igarapés e os furos, devido à facilidade de locomoção, já que o rio se tornou o principal eixo para eles que recebem a denominação de ribeirinhos. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I Helder Henrique Jacovetti GasperotoMarcelo de Souza Loureiro 62 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Na imagem abaixo, observamos parte da Bacia Amazônica no seu baixo curso, em que podemos verificar a sua desembocadura mista. Imagem da foz do rio Amazonas RECURSOS HÍDRICOS Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 63 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e irrigação. ESTUDANDO E REFLETINDO Continuando. A Bacia Hidrográfica do Rio do Prata (ou Platina): é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. A bacia do Prata é a segunda maior do país, ficando atrás, apenas, da bacia Amazônica, mas ambas não são exclusivas do nosso território!. Sua foz é considerada em forma de estuário; seu regime é pluvial tropical com cheias no verão (dezembro/março) e vazantes no inverno (junho/setembro). O Rio Paraguai é um típico rio de planície que percorre a Planície do Pantanal Matogrossense. Suas cheias periódicas mantêm o Pantanal Matogrossense (cabe lembrar que pela divisão do relevo de Jurandir Ross existe também a Planície do Rio Guaporé). Seu regime segue as cheias de verão e vazantes de inverno, ressaltando-se que, na época de vazante, o rio fica muito baixo e com bancos de areia acumulados o que dificulta sua navegabilidade, por atravessar essa típica planície o rio forma meandros. O Rio Uruguai, formado pelos rios Canoas (Sul) e Pelotas (Norte), possui cachoeiras devido a sua formação planáltica. Ele divide o Brasil da Argentina na desembocadura com o rio Paraná. O Rio Paraná é o principal rio da Bacia Platina, com um relevo planáltico (planaltos e chapadas da bacia do Paraná) que lhe confere um enorme potencial hidrelétrico. Ele é formado pela junção do rio Parnaíba (Serras e planaltos de Goiás e RECURSOS HÍDRICOS Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 64 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Minas) e pelo rio Grande (divisa de São Paulo e Minas Gerais). Recebe, ainda, grande quantidade de afluentes dos Estados de São Paulo e do Paraná. O rio Paraná também serve para a navegação, integralizando-se como o MERCOSUL (CONE SUL) por isso também chamada de Bacia do MERCOSUL. Foto: Sete Quedas (1979), inundada posteriormente pelo lago de Itaipu (Hélder H. J. Gasperoto). A imagem de satélite projetada abaixo evidencia a foz do Rio Prata, que se manifesta em forma de estuário. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 65 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Imagem da foz do Prata (estuário do Prata). A hidrelétrica de Itaipu está localizada no rio Paraná. Para sua construção ocorreu a formação de um imenso lago, cujo propósito foi a geração de energia. Trata- se, hoje, da segunda maior usina do mundo – superada pela usina de Três Gargantas, na China. Vista aérea de Itaipu – Foz do Iguaçu (PR). RECURSOS HÍDRICOS Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 66 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Fonte: Google Earth. BUSCANDO CONHECIMENTO Leia a notícia publicada no Portal do Site TERRA em 9 de agosto de 2012. Governo Paraguaio deixará de vender energia ao Brasil. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída e administrada conjuntamente pelo Brasil e Paraguai, tem 14 mil megawatts de potência instalada e atende a cerca de 19% da energia consumida no Brasil e a 91% do consumo paraguaio. O Tratado de Itaipu, firmado em 1973, estabelece que cada país tem direito a usar metade da energia gerada pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai vende o restante ao Brasil. Em 9 de agosto de 2012 o presidente do Paraguai, Federico Franco, anuncia que irá suspender a venda de energia excedente para o Brasil e a Argentina. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 67 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Franco disse que enviará até dezembro um projeto de lei recomendando a suspensão da venda de excedentes de energia para o Brasil. Uma vez enviado, o texto será submetido à apreciação dos parlamentares e, depois votado. Não há prazo para os procedimentos. Em abril de 2013, há eleições presidenciais no Paraguai. Franco não pode ser candidato à reeleição pela Constituição do país. Paralelamente, Franco anunciou que o governo lançará uma campanha de incentivo para os empresários nacionais e estrangeiros para que invistam no país. A ideia é incrementar o setor industrial das regiões de San Pedro e Concepción. No entanto, a ameaça de Franco de não mais "ceder" energia ao Brasil não gera transtornos para o governo, segundo o diretor-geral brasileiro da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Miguel Samek. Segundo ele, a usina tem regras que definem claramente as formas de compra de energia e o seu funcionamento. Samek disse que não está "nada preocupado" com o caso. "Itaipu tem contrato e tratado que estabelecem claramente formas de compra (de energia) e de funcionamento (da usina). Eles compram a energia necessária para o país e o que não consome é comprado pelo Brasil", afirmou. "Claro que se eles consumirem mais haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias e fatores que levem a um maior consumo. Isso está muito bem consumado no contrato", disse Samek. O diretor de Itaipu acrescentou que teve um encontro muito positivo com o presidente paraguaio, no último dia 3. Segundo Samek, Franco visitou as instalações da usina e eles conversaram "muito" quando Franco indicou que "estava tudo normal". RECURSOS HÍDRICOS Unidade 17 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – III Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 68 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e irrigação. ESTUDANDO E REFLETINDO Bacia São franciscana: o rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais (faz parte da unidade de relevo denominada Serras e planaltos do Atlântico Leste e Sudeste). Nasce em direção ao sul, mas logo encontra um obstáculo (relevo planáltico) e inicia seu caminho para o sentido norte (ver mapa geológico do rio São Francisco). Entra na depressão sertaneja e desemboca na planície litorânea (litoral oriental). No mapa geológico abaixo, podemos observar que o rio nasce em direção ao Sul depois segue em direção ao leste e, por fim, segue em direção ao norte. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 17 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – III Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo de Souza Loureiro 69 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” Fonte: Geologic Map of Minas Gerais 1994. A imagem de satélite abaixo evidencia a desembocadura, no mar, em forma de delta do rio São Francisco. Imagem da foz do rio São Francisco. RECURSOS HÍDRICOS Unidade 17 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – III Helder Henrique Jacovetti Gasperoto Marcelo
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