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Recursos Hídricos (20 Unid - Geo - SEC)

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GEOGRAFIA
RECURSOS HÍDRICOS
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto
Marcelo de Souza Loureiro
http://unar.info/ead
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
1 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: explicitar os princípios básicos do ciclo Hidrológico. 
 Hidrologia é a ciência que estuda a distribuição, armazenamento e circulação da 
água na Terra. 
 Nesta unidade, abordaremos os princípios basilares do Ciclo Hidrológico com 
vistas a dotá-los de competências e habilidades para entender os recursos hídricos 
disponíveis ao homem. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Ciclo Hidrológico. 
 
 Iniciamos a unidade, definindo o conceito de hidrologia 
 
Hidrologia é a ciência que trata do estudo da água na Natureza. É parte 
da Geografia Física e abrange, em especial, propriedades, fenômenos e 
distribuição da água na atmosfera, na superfície da Terra e no subsolo. 
(PINTO, 1976, p. 1) 
 
A Hidrologia auxilia na construção de galerias pluviais, pontes, barragens, nos 
estudos de vazão, no controle de enchentes e erosões, na navegação, na delimitação 
do lençol subterrâneo, no controle do escoamento superficial e nos estudos de 
precipitação e evaporação. 
 O Ciclo Hidrológico utiliza-se da água que está na atmosfera, considerada o 
ponto de partida do processo. Agora, é claro que você já sabe que a água pode ser 
encontrada em três estados na atmosfera: líquido, gasoso e sólido. 
ÿ No estado líquido, a água está presente nos rios, lagos e oceanos 
principalmente. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
2 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
ÿ No estado gasoso, encontramos a água na forma de vapor 
ÿ No estado sólido, ela encontra-se disponibilizada na forma de neve e ou gelo. 
 
 O ciclo Hidrológico apresenta fenômenos hidrológicos e atmosféricos, como a 
precipitação, a evaporação, a evapotranspiração, o escoamento superficial, a infiltração 
da água no solo e subsolo, no fluxo dos rios e na armazenagem fluvial e oceânica, 
sobre o que abordamos a seguir. 
 
 Evaporação é um processo físico, por meio do qual a água dos rios, lagos, 
oceanos e do solo é transformada do estado líquido para o estado gasoso. Trata-se da 
transpiração, que é a evaporação da água liberada pelos vegetais e da 
evapotranspiração, fenômeno correspondente à evaporação das águas acumuladas, 
nas retenções e nas camadas superficiais do solo acrescidas da evaporação da água da 
chuva, interceptada pela folhagem da cobertura vegetal e da transpiração natural que 
os vegetais executam. 
 Precipitação é a água condensada do vapor d’água da atmosfera, que pode 
ocorrer em forma de chuvas, granizo, neve, geada, orvalho e neblina. 
 Os principais tipos de precipitação no Brasil são: 
 Chuvas frontais que ocorrem no Centro-Sul, com o contato horizontal (frontal), 
das massas de ar quente (tropical) e massa fria (polar). 
 Chuvas orográficas (ou de relevo) acontecem, principalmente no litoral, devido 
ao relevo que barra os ventos úmidos (nuvens carregadas de umidade), provenientes 
do oceano. Essa barreira natural faz com que chova muito no litoral (Barlavento e 
Sotavento). 
 Chuvas convectivas (ou de ascensão) com incidência, principalmente, na região 
amazônica. São ocasionadas pela ascensão de vapor d’água na horizontal, resfriando-
se nas camadas superiores da atmosfera (a evapotranspiração influi muito para a 
ocorrência dessa chuva na Amazônia). 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
3 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 As precipitações são de suma importância para a climatologia e para a 
hidrogeografia, pois podem fornecer elementos para o manejo das bacias 
hidrográficas, como, por exemplo, a utilização das isoietas para um dado período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 Observe o esquema abaixo, que faz referência ao Ciclo Hidrológico. 
 
 precipitação 
Evapotranspiração evaporação 
 
 Rio ☼ insolação 
 com vegetação sem vegetação 
escoamento superficial menor escoamento superficial maior 
 
 
infiltração maior infiltração menor 
 
 
Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. 
(ENADE 2008 – Tecnologia Ambiental) 
Isoietas são as linhas de igual precipitação (mm). 
Assim como em um mapa topográfico as curvas de nível 
representam regiões de mesma cota (altura em relação a 
um referencial, que geralmente é o nível médio do mar), 
as isoietas são curvas que delimitam uma área com igual 
precipitação (quantidade de chuva que cai, medida em 
mm). 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 1 – CICLO HIDROLÓGICO 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
4 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
O ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada de água entre a 
superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado, fundamentalmente, pela energia solar, 
associada à gravidade e à rotação terrestre. 
 
Com relação aos diversos componentes do ciclo hidrológico, analise as afirmações a 
seguir. 
I - O escoamento superficial da água é o componente do ciclo hidrológico que está 
contemplado na Lei no 9.433/97 – Política Nacional de Recursos Hídricos. 
II - A modificação dos usos e cobertura do solo na bacia hidrográfica, resultante da 
ação antrópica, altera determinados componentes do ciclo hidrológico. 
III - A vegetação atua decisivamente no ciclo hidrológico, nos componentes: 
escoamento superficial, evapotranspiração e infiltração. 
Está(ão) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões) 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
5 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: conhecer os principais conceitos da hidrologia. 
 Nesta unidade, abordaremos as diferenças entre bacias e redes hidrográficas. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Conceitos Fundamentais sobre Hidrografia. 
 
Bacia Hidrográfica: é uma área drenada por um rio principal e seus afluentes 
(rede hidrográfica). 
 
 
 
 
 
A bacia hidrográfica nos remete à existência de cabeceiras ou nascentes, cursos 
d’água principais, afluentes e subafluentes. As bacias são delimitadas por seus divisores 
de águas (interflúvios) – um ponto mais alto no relevo, como uma colina ou serra. 
 
Observação: não confunda afluente com 
efluente – esse significa esgoto, apesar de alguns 
córregos e rios em grandes cidades serem isso! 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
 
 
 
 
Foto: Hélder H. J. Gasperoto – Serra da Canastra MG – divisor de águas. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
 
 
Rede Hidrográfica: são os cursos d’água principais, seus afluentes e subafluentes. É o 
traçado dos rios e seus vales. 
 
 Talvegue é a linha de maiorprofundidade no leito fluvial. Resulta da intersecção 
dos planos das vertentes com dois sistemas de declives. 
 Montante é a parte do rio voltada para a nascente. 
 Jusante é a parte do rio voltada para a sua foz. 
 Quando se constrói uma barragem, por exemplo, a água represada do rio fica à 
montante e o fluxo, após a barragem, é a jusante. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 Examinando a imagem do rio São Francisco, podemos reforçar os conceitos de 
montante, em direção à nascente, e jusante, em direção à foz. Assim, a barragem de 
Sobradinho fica a montante do rio. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HIDROGRAFIA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
http://www.integracao.gov.br/saofrancisco/integracao/index.asp 
Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. 
 
A forma prática de se delimitar uma bacia hidrográfica baseia-se em dados de: 
a) cobertura vegetal. 
b) topografia. 
c) uso do solo. 
d) tipo de solo. 
e) chuva e vazão. 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 3 – TIPOS DE FOZ 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: mostrar os diferentes tipos de foz da hidrografia brasileira. 
 Foz é a desembocadura de um rio e pode ser caracterizada, segundo sua 
especificidade. Esta é a temática a ser desenvolvida nesta unidade. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Tipos de foz (desembocadura). 
 Pode-se afirmar que os tipos de foz são: 
ÿ Foz em Delta; 
ÿ Foz em Estuário e 
ÿ Foz Mista, sobre as quais tecemos considerações a seguir. 
 
Denomina-se Foz em Delta, quando ocorre em seu baixo curso, próximo à 
desembocadura, ou propriamente na desembocadura, depósitos de sedimentos 
(“lhas”), formando vários canais de escoamento da água – só ocorrem onde há o 
encontro da água do rio com a do mar/oceano que forçam a água do rio a voltar pela 
força das marés. 
 Foz em Estuário é quando a desembocadura está livre da deposição de 
sedimentos, sendo um único canal de escoamento – entre rios e/ou entre rio e 
mar/oceano. 
 Foz Mista é quando ocorre conjuntamente a foz em Delta e em Estuário – 
exemplo o Rio Amazonas. 
 
 
 
Delta do Rio Nilo no Mar Mediterrâneo 
(Norte da África). 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 3 – TIPOS DE FOZ 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
 
 Para localizarmos a Margem do Rio, devemos ficar de costas para a nascente e, 
naturalmente, de frente para a sua desembocadura, isto é, no sentido da correnteza do 
rio, no sentido de sua gravidade, do lugar mais alto para o mais baixo. 
 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/02/rio-sao-
francisco-bacia 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 3 – TIPOS DE FOZ 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 A foz do rio Amazonas é mista, possuindo as duas características de 
desembocadura: a foz em Estuário (na margem direita) e a foz em Delta (na margem 
esquerda). 
 
 
 
Exercício – caso não entenda a resposta entre em contato com seu tutor. 
 
Questão da UNIV. ESTÁCIO DE SÁ adaptada. 
Assinale a alternativa incorreta. 
a) O regime dos rios brasileiros depende das chuvas de verão. 
b) Talvegue é a linha de maior profundidade do leito do rio. 
c) Os rios brasileiros possuem um regime pluvial, excetuando-se o Amazonas que é 
complexo. 
d) Os rios do Brasil podem ser caracterizados como perenes na sua maior parte. 
e) A foz de um rio pode ser de dois tipos: o delta e, livre de obstáculos, e o estuário, 
com ilhas de aluvião separadas por uma rede de canais. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
O Rio São Francisco nasce na Serra 
da Canastra, em Minas Gerais, em 
uma região mais úmida. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: propiciar conhecimentos sobre os tipos de cursos mais comuns e sua 
influência na hidrografia brasileira. 
 Os rios percorrem um trajeto e sofrem interferência do terreno, da vegetação, da 
pluviosidade e ação humana. Vamos aprender sobre os cursos dos rios? 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Classificação dos Cursos D’água. 
 Os cursos d’água de cada região podem ser considerados como: perene, 
intermitente e efêmero. 
Cursos perenes são os que sofrem o processo de cheias e vazantes, mas não 
secam, mantendo água em seu curso durante todo o tempo. Trata-se do curso mais 
comum no Brasil. Como, por exemplo, o rio São Francisco, o rio Amazonas, o rio 
Paraíba do Sul... 
Cursos intermitentes são cursos d’água que secam nas estações de estiagem 
(secas), são considerados rios temporários. Vale dizer que tais rios estão ligados às 
regiões secas, como o sertão 
nordestino. 
Ressalte-se que o Rio 
São Francisco não é intermitente, pois apesar de atravessar o sertão ele não seca. Como 
exemplo de curso intermitente, citamos o rio Vaza Barris. 
Cursos efêmeros são cursos d’água que só aparecem com as chuvas, sendo 
exclusivamente superficial. Ocorrem geralmente em áreas de pouca declividade. 
Podemos citar as enchentes urbanas, quando as ruas viram rios e depois desaparecem. 
 Vale a pena conhecermos um pouco sobre a transposição do Rio São Francisco. 
Vamos a ela? 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
O projeto de transposição do São Francisco surgiu com o argumento sanar 
essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da transferência de 
água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste, 
diminuindo a seca no período de estiagem. 
O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento 
Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o 
Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde 
então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. 
O projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da barragem 
de Sobradinho) que será destinada ao consumo da população urbana de 390 
municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das 
bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em 
Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio 
Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba. 
O Eixo Norte do projeto, que levará água para os sertões de Pernambuco, 
Paraíba, Ceará e rio Grande do Norte, terá 400 km de extensão alimentando 4 
rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois 
açudes: Entre Montes e Chapéu. 
O Eixo Leste abastecerá parte do sertão e as regiões do agreste de 
Pernambuco e da Paraíba com 220 km aproximadamente até o Rio Paraíba, 
depois de passar nas bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste de 
Pernambuco. 
Ambos os eixos serão construídos para uma capacidade máxima de vazão de 
99m³/s e 28m³/s respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão 
contínua de 16,4m³/s no eixo norte e 10m³/s no eixo leste. 
Por outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São 
Francisco afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica hídrica”, e 
que além de demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a 
necessidade da população da região uma vez que o problema não seria o 
déficit hídrico que não existe, o problema seria a má administração dos 
recursos existentes uma vez que a maior parte da água é destinadaa irrigação 
e que diversas obras, que poderiam suprir a necessidade de distribuição da 
água pela região, estão há anos inconclusas. 
Para se ter uma idéia, o nordeste é a região mais açudada do mundo com 70 
mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água. Portanto, o 
problema da seca poderia ser resolvido apenas com a conclusão das mais de 
23 obras de distribuição que estão paradas nos municípios contemplados pela 
obra de transposição a um custo muito mais barato e viável do que a 
transposição do maior rio inteiramente nacional. 
http://www.infoescola.com/hidrografia/transposicao-do-rio-sao-francisco/ 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/02/rio-sao-
francisco-bacia 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ecodebate.com.br/foto/transp.jpg&imgrefurl=http://www.eco
debate.com.br 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 O texto abaixo faz parte do site www.integracao.gov.br, lá você também pode 
ter acesso ao RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) sobre a transposição do rio São 
Francisco. 
Números do Rio 
 
Extensão: 2.700 quilômetros – desde a Serra da Canastra, no 
município mineiro de São Roque de Minas, onde nasce, até a sua foz, 
entre os estados de Sergipe e Alagoas. 
 
Área da Bacia: 634 mil km2 
 
Está dividido em quatro trechos: 
- Alto São Francisco – das nascentes até a cidade de Pirapora (MG), 
com 100.076 km2, ou 16% da área da Bacia, e 702 km de extensão. Sua 
população é de 6,247 milhões de habitantes 
- Médio São Francisco – de Pirapora (MG) até Remanso (BA) com 
402.531 km2, ou 53% da área da Bacia, e 1.230 km de extensão. Sua 
população é de 3,232 milhões de habitantes 
- Submédio São Francisco – de Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA), 
com 110.446 km2, ou 17% da área da Bacia, e 440 km de extensão. Sua 
população é de 1,944 miulhões de habitantes 
- Baixo São Francisco – de Paulo Afonso (BA) até a foz, entre Sergipe e 
Alagoas, com 25.523 km2, ou 4% da área da Bacia, e 214 km de 
extensão. Sua população é de 1,373 milhões de habitanbtes. 
 
O Rio S. Francisco banha 5 estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, 
Alagoas e Sergipe, mas sua Bacia alcança também Goiás e o Distrito 
Federal 
A Bacia do rio abrange 504 de municípios, ou 9% do total de 
municípios do país. Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas 
Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas, 1,2% em Sergipe, 
0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal 
Cerca de 13 milhões de pessoas (Censo de 2000) habitam a área da 
Bacia do São Francisco 
 
Consumo atual de água da Bacia do rio São Francisco: 91 m³/s 
 
Vazão firme na foz (garantia de 100%): 1.850 m³/s 
 
Vazão média na foz: 2.700 m3/s 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
Vazão disponibilizada para consumos variados: 360 m³/s 
 
Vazão mínima fixada após Sobradinho: 1.300 m³/s 
 
Vazão firme para a integração das bacias: 26 m³/s (1,4% de 1.850 
m³/s). 
http://www.integracao.gov.br/saofrancisco/integracao/rima.asp 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
Fisiografia- descrição da natureza. 
Você poderá se deparar, para esse 
mesmo estudo, com a denominação de 
geomorfologia. 
Geomorfologia- Estudo das 
formas de relevo, considerando o 
clima, as forças modeladoras do 
relevo e estrutura das rochas. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: conhecer a dinâmica fluvial e entender os problemas de ocupação do 
leito fluvial. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 A Geomorfologia Fluvial estuda as bacias hidrográficas e sua rede hidrográfica. 
 O estudo das bacias hidrográficas é caracterizado pelos estudos dos cursos 
d’água, vistos pelo escoamento 
das águas e em seus processos 
fluviais. 
 A fisiografia fluvial é composta pelos tipos de leito do rio, a saber: o leito menor; 
o leito de vazante; leito maior; leito maior excepcional, segundo Christofoletti, 1997. 
O leito menor é a parte do canal, ocupada pala água, que impede a proliferação 
da vegetação, formando margens com boa definição. 
 O leito de vazante é a parte do canal onde a água fica, quando do período de 
vazante, isto é, o período crítico das estiagens, em que as águas dos rios ficam baixas. 
Neste caso, o leito de vazante fica dentro do leito menor, seguindo o talvegue (linha de 
máxima profundidade do leito do rio). 
 O leito maior é a parte do leito, preenchida pelas águas, durante o período das 
cheias, podendo ser um ciclo periódico. 
 O leito maior excepcional ocorre quando o rio extrapola o leito maior, ocupando 
áreas nos períodos das cheias, provocando as enchentes. 
 É cada vez mais importante 
conhecer a geomorfologia fluvial, pois 
assim podemos fazer um planejamento 
das bacias hidrográficas (gestão das bacias), tirando um aproveitamento adequado 
dela. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 A forma de ocupação das bacias é importante para se evitarem, por exemplo, as 
enchentes, a falta de água, a ocupação de várzeas, minimizando, desta maneira, 
transtornos futuros, como observado em várias regiões do Brasil. 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 Leia a notícia publicada no site RBS em dezembro de 2012. 
 
Jardim Pantanal, alagado em 2010, teme enchentes, e Alckmin não conhece solução. 
Questionado pela Rede Brasil Atual, governador de São Paulo terceirizou a assessores 
uma resposta sobre as ruas da zona leste da capital que sofrem com enchentes durante 
os meses de calor. 
por Sarah Fernandes, da RBA publicado 10/12/2012 18:27, última modificação 10/12/2012 18:59 
 
 São Paulo – o verão ainda nem começou e o clima é de tensão nos arredores do 
bairro Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo, que ficou famoso em 2009 e 2010 
por passar quase três meses alagado pelas águas do rio Tietê. 
 As primeiras chuvas de dezembro já causaram alagamentos nas ruas da vizinha 
Vila Itaim. Os moradores da Chácara das Três Meninas, também nos 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
arredores, afirmaram que alagamentos são constantes no verão e já começam a 
preparar os pequenos barracos em que vivem para as cheias. 
 As comunidades estão na várzea do Tietê, que é de responsabilidade do 
governo do estado, criador, em 1995, de um programa para o desassoreamento do rio. 
Por isso, a RBA questionou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre o problema 
durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (10), marcada exatamente para 
apresentar ações estaduais para a contenção de enchentes. Mas o governador não 
soube responder, e terceirizou a questão a dois assessores. 
 Na Chácara Três Meninas a situação é crítica: famílias vivem apertadas em um ou 
dois cômodos, improvisados com restos de madeira, telhas e, em alguns casos, tijolos. 
Os mais precários foram construídos nas margens do rio, a 15 metros da água. Os 
moradores mais antigos estão a até dois quarteirões do Tietê, mas, ainda assim, 
convivem com inundações, mau cheiro e os muitos ratos que dividem a várzea do rio 
com as pessoas. 
 Não é difícil reconhecerquem mora no bairro: os moradores geralmente têm 
feridas nas mãos, nos pés e nas pernas, resultado do contato constante com a água 
poluída do rio. É assim com Maria Auxiliadora Silva, que mora em uma casa de dois 
cômodos, construída em um quintal onde vivem mais 13 crianças e oito adultos. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 5 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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 O líder comunitário Cristovão de Oliveira, que mora há 30 anos na região, diz 
que já procurou diversas vezes a prefeitura e o governo do estado para pleitear 
programas de habitação para os moradores do bairro, mas nunca obteve uma resposta. 
Ele conta que, naquela região, o governo estadual não desassoreou o rio, apesar de o 
governador ter afirmado hoje que todo o Tietê passou por esse processo e voltou à sua 
profundidade original. 
 O superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do governo 
estadual, Alceu Segamarchi Junior – um dos indicados por Alckmin – afirmou que o 
governo tem um projeto para, nos próximos quatro anos, transferir as cerca de 7.500 
pessoas que vivem na várzea do Tietê para apartamentos de programas de habitação. 
A área será transformada no Parque Várzea do Tietê. “Esse pessoal está dentro da 
chamada mancha de inundação e deve sair dentro dos próximos quatro anos”, afirmou. 
“Temos um projeto em negociação com a prefeitura para a construção de um polder 
[que funciona semelhante a um dique]. Isso resolveria o problema tanto do 
transbordamento do rio como de acumulação de água da chuva. Estamos aguardando 
a negociação da prefeitura e assim que ela aprovar devemos licitar a obra.” 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: diagnosticar os problemas ambientais causados pelo crescimento das 
cidades. 
Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 15). 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que 
atraiu (e ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades. Esse fenômeno provocou 
mudanças drásticas no meio natural, desencadeando diversos problemas ambientais, 
como poluições, desmatamento, redução da biodiversidade, mudanças climáticas locais 
e globais, produção de lixo e de esgoto, entre outros. 
A expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona a ocupação de 
áreas inadequadas para a moradia. Encostas de morros, áreas de preservação 
permanente, planícies de inundação e áreas próximas a rios são loteadas e ocupadas. 
Os resultados são catastróficos, como o deslizamento de encostas, ocasionado a 
destruição de casas e um grande número de vítimas fatais. 
A seguir vamos dar alguns exemplos de problemas ambientais urbanos, que 
normalmente são noticiados pela mídia em todo o país. 
 
Enchentes: é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de água do 
leito natural de um curso d’água. A ocorrência de enchentes é mais frequente em áreas 
mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a ter menor eficiência com o 
tempo. 
É comum o aumento dos prejuízos com as enchentes, devido ao aumento 
populacional em determinadas áreas, como nas várzeas dos rios, que são sujeitas 
tradicionalmente a cheias cíclicas. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
Marcelo de Souza Loureiro 
22 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
Quando este transbordamento ocorre em regiões com baixa ou nenhuma 
ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os excessos de 
água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas podendo gerar 
danos à agricultura. Mas quando o transbordamento dá-se em áreas habitadas de 
pequena, média ou grande densidade populacional, os danos podem ser 
 
pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o volume de águas que 
saíram do leito normal e de acordo com a densidade populacional. 
O esquema a seguir representa como ocorre esse fenômeno natural, porém com 
a ocupação irregular das várzeas dos rios, esse fenômeno se torna catastrófico. 
 
D 
C 
B 
A 
A – LEITO DE VAZANTE 
B – LEITO MENOR 
C – LEITO MAIOR 
D – ENCHETES 
PAVIMENTAÇÃO 
 
Com a pavimentação e a construção de moradias próximas às várzeas dos rios, a 
água da chuva escorre com maior velocidade para os rios, pois a água não infiltra no 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
Marcelo de Souza Loureiro 
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solo. Como a descarga de água vai ser maior que a capacidade suportada pelo leito 
normal do rio, ela vai extrapolar para as várzeas, inundando toda a área vizinha. 
 
Inundação: existe uma distinção conceitual entre os termos enchente e 
inundação, a diferença fundamental é que o primeiro termo refere-se a uma ocorrência 
natural, que normalmente não afeta diretamente a população, tendo em vista sua 
ciclicidade. Já as inundações são decorrentes de modificações no uso do solo e podem 
provocar danos de grandes proporções. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Na reportagem da National Geographic (EDIÇÃO 121/ABRIL DE 201002/12/2011) 
vocês poderão observar que o tão conhecido Rio Tietê enfrenta outras intervenções 
humanas além da poluição. 
 
Rio Tietê, o renascido. 
O rio Tietê é um símbolo da poluição no Brasil. Mas, no interior de São Paulo, ele 
volta à vida. 
por Thiago Medaglia 
Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL 
 
Pescadores e crianças usam os piers sobre o rio. Em Pereira Barreto, algumas 
gotas de cloro bastam para tornar a água do Tietê potável. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 6 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – I 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
Quem passa pela cidade de Pereira Barreto pode perceber dois rios Tietê. Um 
deles, o rio da memória, resiste na narrativa dos moradores mais velhos. Ele corre num 
leito pouco largo, rodeado por mata fechada e com pegadas de animais selvagens nas 
praias de areia branca. A água, limpa e fresca, tem um tom de chá e escorre num corpo 
sinuoso, sob o qual repousa um fundo irregular. Esse Tietê não existe mais: habita 
apenas o passado, perdido entre as recordações e o desejo dos viajantes que não 
chegaram a tempo. 
O outro Tietê é um pouco menos romântico, porém nada ausente. Salta tanto 
aos olhos quanto o rio imundo que se vê na capital paulista, símbolo da poluição no 
Brasil, só que vivo e limpo. Em Pereira Barreto, espalha-se por margens quilométricas e, 
mesmo sendo rio, tem cara de mar - na verdade, a represa da usina Três Irmãos, que 
no começo da década de 1990 transformou para sempre a paisagem local. Uma leve 
brisa sopra, empurrando as pequenas ondas na beira. Na água azulada, não se 
apreciam mais cachoeiras nem rochas. Tudo está embaixo d'água. Ladeada por 
gramados, campos de futebol, rampas de skate, quiosques com churrasqueira e pistas 
de cooper, a praia da cidade - apesar de ser um aterro artificial - é o ponto de encontro 
de jovens despreocupados e adultos com disposição para o esporte. 
No interior, descobre-se logo, a relação das pessoas com o Tietê é de mais 
carinho. O milagre de seu renascimento começa a tomar forma desde a cidade de Barra 
Bonita, a 287 quilômetros da capital, onde já há pescaria, passeios turísticos e esportes 
náuticos. Em Pereira Barreto, no fim do dia, é comum ver moradores saindo de casa 
com cadeira de praia numa das mãos e vara de pescar na outra. A beira-rio é um 
antídoto para o estresse do cotidiano, um cenário de contemplação. Tudo o que se 
espera,talvez, de um curso d'água com essa dimensão. 
 
 Disponível no site: 
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/rio-tiete-poluicao?pw=1 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: nesta unidade vamos ver um problema real que está ocorrendo na 
fronteira do Brasil com a Bolívia. A ocupação irregular de meandros do Rio Acre está 
acelerando a erosão e a formação de uma ilha, que poderá vir a ser um problema 
político entre os países. 
Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 16). 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Leia a notícia publicada por BBC Brasil | 03/04/2014 07:30. 
 
Bairro ilhado no Acre teme virar parte da Bolívia. 
 
Acelerada erosão nas margens de rio pode fazer com que parte da cidade de Brasileia 
perca a ligação terrestre com o resto do município. 
 Com suas fronteiras definidas há mais de um século, o Brasil pode em breve 
perder parte de suas terras para a Bolívia – ou, pelo menos, é o que temem os 
moradores de uma cidade brasileira na fronteira com o país vizinho. 
 A acelerada erosão nas margens do rio Acre, na divisa entre as duas nações, está 
perto de fazer com que parte da cidade de Brasileia, no Acre, perca a ligação terrestre 
com o resto do município, tornando-se uma ilha cercada pela Bolívia. 
 A Bolívia jamais manifestou interesse pelos bairros de Brasileia que podem ficar 
ilhados, mas isso parece não tranquilizar alguns moradores inquietos. "Vamos ter que 
virar tudo boliviano. O rio está comendo muita terra, o barranco está no toco", diz à 
BBC Brasil o comerciante e líder comunitário João Oliveira Magalhães, um dos 2 mil 
moradores da área, que abrange os bairros de Samaúna e Leonardo Barbosa. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 Magalhães, de 61 anos, mora com a esposa e um de seus onze filhos no trecho 
mais vulnerável à erosão, a cada vez mais estreita faixa de terra que liga os dois bairros 
às demais partes de Brasileia. 
 
 
João Oliveira Magalhães, morador Alexandre Lima/ O Alto Acre 
 
 Os bairros – habitados por cerca de 500 famílias pobres – foram erguidos 
num meandro, um trecho sinuoso do rio. Meandros são bastante sujeitos a mudanças 
de curso por causa de chuvas ou de ações humanas. 
 Magalhães afirma que, se os bairros perderem a ligação com o resto da cidade, 
a Bolívia reclamará a área, já que ela se tornaria quase um enclave brasileiro na cidade 
boliviana de Cobija. "Na minha experiência, não vão dois anos para apartar o lado que 
vai ficar para a Bolívia. O Brasil vai perder muita terra". 
 Segundo um estudo do engenheiro Oscar Martins, da Universidade de Santa 
Maria (RS), o trecho que liga os bairros ao resto do município perdeu 15 metros de 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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largura entre 1997 e 2008. Desde então, segundo a prefeitura, ele continua encolhendo. 
Em 2013, a faixa media 20 metros de largura e, na semana passada, após uma forte 
chuva, reduziu-se para 18 metros. 
 O último deslizamento, diz Magalhães, deixou dependurado o bar que ele 
mantém no fundo de sua casa, à beira do rio. 
 
 O temor de que a Bolívia reivindique a área ecoa rivalidades históricas. O 
território que hoje é o Acre pertenceu ao país vizinho até 1899, quando seringalistas 
brasileiros que o habitavam iniciaram uma revolta contra autoridades bolivianas. 
Vitoriosos, eles chegaram a declarar uma república independente, até que, em 1903, o 
Barão do Rio Branco assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis, que garantiu o 
domínio brasileiro sobre a área. 
 Apesar dos temores, porém, a Bolívia jamais manifestou interesse pelos bairros 
de Brasileia que podem ficar ilhados. E segundo o Ministério de Relações Exteriores do 
Brasil, a fronteira entre os dois países não está sujeita a variações do curso do rio Acre. 
 Em nota à BBC Brasil, o órgão diz que recentemente Brasil e Bolívia definiram 
novos marcos fronteiriços na área do meandro. 
 O Itamaraty afirmou ainda que o Exército, a Agência Nacional de Águas e a 
Defesa Civil estão se coordenando "para adotar as providências necessárias à 
contenção do processo erosivo" no local. No entanto, segundo o prefeito de Brasileia, 
Everaldo Gomes (PMDB), "no momento não existe uma solução para o problema". Ele 
diz que a obra de contenção está na fase de estudos e que viajará em breve a Brasília 
para tentar acelerar o processo. "A liberação de recursos é difícil. Nosso medo é que na 
próxima enchente o bairro fique isolado." Nesse caso, afirma o prefeito, a saída será 
construir uma ponte. 
 Gomes diz que, sem o dinheiro federal, a prefeitura de Brasileia não tem o que 
fazer, por já estar sobrecarregada. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 7 – URBANIZAÇÃO INADEQUADA E PROBLEMAS POLÍTICOS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
Imigrantes. 
 Há alguns anos, a cidade, de 22 mil habitantes, passou a abrigar milhares de 
imigrantes – em sua maioria haitianos – que têm entrado no Brasil pela Amazônia, após 
longas viagens por terra desde o Equador. 
 Segundo o governo do Acre, há hoje na cidade 2.500 imigrantes, ou 11% da 
população local. 
 Enquanto as autoridades adiam a solução para o problema à beira do rio, o 
morador João Oliveira Magalhães passa os dias de olho nas águas do Acre. 
 Ele propõe outra solução para o impasse - uma que, em suas palavras, 
respeitaria "a vontade do rio": que os governantes construam casas para os moradores 
em outro ponto da cidade. 
 Dessa maneira, ninguém correria o risco de ficar isolado ou de ser arrastado por 
deslizamentos. 
 Desde que mora ali, Magalhães afirma que o rio "comeu" 15 metros de largura 
do terreno de sua casa. "Não conseguimos mais dormir pensando que o rio pode nos 
levar. A água está quase chegando". 
 
Faixa de terra que liga os bairros de Samaúna e Leonardo Barbosa ao resto de Brasileia, e que ameaça se 
romper - Ascom/Acre. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: diagnosticar os problemas ambientais causados pelo crescimento das 
cidades. 
 Essa unidade faz parte da disciplina de Geografia Urbana (unidade 17). 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Deslizamentos de Terras: é um fenômeno de ordem geológica e climatológica 
que inclui um largo espectro de movimentos do solo, tais como quedas de rochas, 
falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos. 
Embora a ação da gravidade sobre encostas demasiadamente inclinadas seja a 
principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros fatores em ação, como o 
excesso de peso por acumulação de chuva e deposição de pilhas de resíduos criados 
pelo homem que podem estar acumulando tensões sobre encostas frágeis até à sua 
falência. 
 
Área de risco litoral sul de São Paulo - Foto: Hélder Henrique Gasperoto 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
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Ilhas de Calor: é um contraste térmico entre a área mais urbanizada e a menos 
urbanizada ou periférica, inclusive a área agrícola. 
A origem das ilhas de calor decorre das alterações feitas pelo homem na 
paisagem das cidades. A presença de edificações e da pavimentação das ruas absorve 
mais calor causando uma diferença entre a áreacentral e as áreas vizinhas. 
Outros fatores contribuem para a formação das Ilhas de Calor, como a baixa 
arborização das cidades e a poluição atmosférica. 
Inversão Térmica: As inversões térmicas podem ocorrer em várias altitudes da 
atmosfera, contudo as mais preocupantes são as inversões em baixa altitude (100 a 300 
metros) por sua capacidade de dificultar a dispersão dos poluentes gerados nos centros 
urbanos. 
Este fenômeno pode ocorrer em qualquer época do ano, porém é no inverno 
que se torna mais preocupante. O ar frio por ser mais pesado vai ficar mais próximo da 
superfície retendo os poluentes, as chuvas são mais escassas deste período no ano, 
dificultando ainda mais a dispersão dos poluentes. 
Este fenômeno afeta diretamente a saúde das pessoas, principalmente a das 
crianças, causando muito problemas respiratórios como bronquites e asmas. 
 
Desmatamento: 
atualmente o 
crescimento urbano é 
um dos principais 
fatores causadores do 
desmatamento. A 
retirada da cobertura 
vegetal está ocorrendo 
para a construção de 
moradias. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
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A imagem 
retrata uma área 
as margens da 
Rodovia BR 101, 
onde apresenta 
uma declividade 
acentuada. 
Observa-se que 
uma vasta área 
litorânea, foi 
desmatada dando 
lugar a diversos 
bairros. 
 
Lixões: áreas impróprias para depositar lixo. Locais onde não houve estudos nem 
infraestrutura adequada para se instalar depósitos de lixo, que acabam contaminando o 
solo. Foto: Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto 
 
Poluição: há várias formas de poluição: 
- do ar: por queima de combustíveis fósseis, como petróleo, por automóveis, usinas 
termoelétricas e indústrias. 
- do solo e água: depósitos de lixo em áreas impróprias e de despejo de esgoto 
clandestino ou sem tratamento por parte das residências e/ou indústrias. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
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Rio Tietê próximo a Santana do Parnaíba (SP) - Foto Hélder Henrique J. 
Gasperoto 
 
- visual: concentração de bunners, totens, faixas, placas de trânsito e publicidade, fios e 
postes elétricos que deixam o aspecto “poluído” visualmente. 
- sonora: barulho de fábricas, carros, aviões, máquinas de conserto de ruas, etc. vão 
com o tempo diminuindo nossa capacidade auditiva. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
Chuva Ácida: a concentração de poluentes na atmosfera se mistura com a água 
da chuva e a torna ácida. Ao caírem às chuvas, acidificam solo, cursos d’água e a 
vegetação ficam queimadas. Se cair sobre construções essas são deterioradas com o 
tempo. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 8 - PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS – II 
Jenifer Ranieri Stagni Barboza 
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Compactação do Solo e o Asfaltamento: muito comuns nas cidades, dificultam a 
infiltração da água, visto que o solo está impermeabilizado com edificações ou asfalto. 
Sendo assim, o abastecimento do lençol freático fica prejudicado, reduzindo a 
quantidade de água subterrânea. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: verificar os problemas relacionados à ocupação irregular do solo e os 
problemas ambientais como deslizamento de terras. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 O deslizamento de terra é na verdade apenas uma categoria dos chamados 
“movimentos de massa”: processo de vertente que envolve o desprendimento e 
transporte de solo e/ou material rochoso encosta abaixo. 
 Os deslizamentos, assim como outros movimentos de massa, fazem parte da 
dinâmica natural de transformação e formação da crosta terrestre e estão relacionados 
também a fenômenos naturais como gravidade e variações climáticas. Acontece que, 
quando estes movimentos ocorrem em locais onde há ocupação humana os resultados 
podem ser desastrosos. Em uma situação de deslizamento, casas inteiras, rodovias e 
tudo o que estiver no caminho pode ser levado encosta abaixo ou acabar soterrado. O 
problema é que na maioria das vezes a situação poderia ser evitada. Embora os 
deslizamentos e outros movimentos de massa sejam fenômenos naturais, alguns 
fatores externos relacionados à ocupação antrópica interferem decisivamente na 
ocorrência ou agravamento destes movimentos. O principal é a ocupação desordenada 
de encostas e morros que adicionam carga extra ao peso da massa sedimentada já 
existente ali e a consequente supressão da vegetação natural que deixa o solo ainda 
mais exposto a ação do intemperismo físico (meteorização mecânica). 
 O solo exposto sofre compactação devido ao impacto das gotas de chuva e 
acabam surgindo áreas de escoamento com o consequente surgimento de rachaduras 
e fendas que favorecem os deslizamentos. A construção de estradas em locais 
inadequados também contribui para a ocorrência de deslizamentos por causa das 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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vibrações provocadas pelo tráfego intenso que acaba causando instabilidade nas 
encostas. Quanto mais íngreme for a encosta, maior a possibilidade de que ocorram 
deslizamentos, mas outros fatores também são importantes. Em climas tropicais, como 
no Brasil, o índice de pluviosidade é geralmente alto o que faz com que o solo fique 
encharcado e favorecendo os movimentos de massa. Nesse ponto a presença de 
vegetação é fundamental, pois ela reduz o impacto da chuva sobre o solo evitando a 
compactação e alguns tipos de plantas ainda possuem sistemas radiculares que 
favorecem a agregação do solo. Outro fator que favorece os movimentos de massa é o 
intemperismo químico (ou meteorização química) que provoca alterações na 
composição dos materiais do solo ou rochas devido a reações complexas com o 
oxigênio a própria água e outras substâncias. 
 Basicamente os deslizamentos de terra ocorrem quando o solo que está sobre 
uma camada rochosa sofre desagregação devido a alguns dos fatores citados acima e 
literalmente escorrega sobre essa camada. O que faz com que o solo permaneça coeso, 
dentre outras forças, é o atrito existente entre as partículas que o compõem e o leito de 
rocha. O deslizamento ocorrerá quando a força da gravidade atuando sobre a encosta 
for maior que o atrito existente entre as partículas. 
 Se o deslizamento ocorrer na presença de chuva, em locais íngremes com 
transporte de fragmentos de rocha e solo identificáveis, dizemos que ocorreu um 
“escorregamento” de terra. Já se o deslizamento ocorrer com presença intensa de água 
a ponto de não se poder identificar a parte líquida da sólida, dizemos que ocorreu uma 
“corrida de massa” ou simplesmente “corrida” ou “fluxo”. As corridas de massa são 
comuns em locais onde ocorre o degelo de geleiras. A massa de detritos escorre por 
vários quilômetros com velocidade variável dependendo da inclinação, altitude do local 
e quantidade e água, mas se a velocidade for muito alta e envolver uma grande 
quantidade de detritos dizemos que houve uma avalanche. Já o escorregamento de 
terra percorre um caminho mais curto e os detritos costumam ficar depositados no 
sopé do morro ou montanha onde aconteceu o deslizamento. Quando ocorrem 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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deslizamentos (corrida de massa) de materiais de origemvulcânica eles são chamados 
de “lahars”. Estes deslizamentos característicos de locais com atividade vulcânica podem 
chegar a 150 km/h. 
 
Como identificar um risco de deslizamento. 
 Rachaduras ou fendas em alguma encosta, o surgimento de minas d’água, a 
inclinação anormal de postes ou árvores. Estes são sinais de que a qualquer momento 
podem ocorrer deslizamentos de terra na encosta. 
 
 Evite a construção em zonas de risco e peça sempre permissão da prefeitura de 
sua cidade para escavar em encostas. Outra forma de evitar o deslizamento é não 
desmatando ou reflorestando as áreas de encosta, mas isso deve ser feito com a ajuda 
de algum profissional que poderá indicar quais tipos de plantas podem ser utilizadas no 
local. Geralmente árvores ou plantas com raízes curtas como a bananeira ou que 
acumulam água próxima a raiz como os coqueiros tendem a piorar a situação. Já 
gramíneas, capim e algumas qualidades de leguminosas ou outras plantas com raízes 
profundas tendem a manter a coesão do solo e protegê-lo evitando deslizamentos. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
Deslizamento de terras no Rio de Janeiro. 
 
 Nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio de Janeiro foi palco 
do maior deslizamento de terra da história do país e um dos dez piores deslizamentos 
do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). As chuvas destruíram os 
municípios de Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio 
Preto, Sumidouro e Teresópolis. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
mostraram que choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região (lembre-se que 1 mm 
de chuva corresponde a 1 litro de água/m2). 
 De acordo com a 
defesa civil do Rio de 
Janeiro, a tragédia deixou 
22.604 desalojados; 8.795 
desabrigados e 918 
vítimas fatais. Bairros 
foram destruídos; 
sistemas de água, esgoto 
e energia elétrica 
sofreram interrupção; 
imóveis residenciais, industriais e comerciais foram destruídos e a produção agrícola foi 
reduzida a menos 
 
da metade. Os prejuízos foram de mais de R$ 600 milhões e os investimentos 
necessários para a recuperação da região, conforme os órgãos públicos são de R$ 3,4 
bilhões. 
 Sem o devido planejamento, a urbanização brasileira não foi acompanhada de 
obras estruturais compatíveis com as características naturais e com a velocidade das 
transformações socioeconômicas. Em várias localidades, as enchentes e os 
deslizamentos de terra representam um desafio constante para a nossa sociedade, em 
especial para as pessoas de baixa renda. Os deslizamentos de terra consistem num 
processo de desgaste dos solos, onde as áreas com declividade sofrem a ação da força 
das águas das chuvas. A construção de moradias e a retirada da vegetação tornam o 
solo desprotegido e sujeito a desbarrancamentos. Essas ocorrências são mais comuns 
na periferia das cidades, onde as terras com menor valor de mercado ou simplesmente 
ocupadas por imigrantes estão situadas em topografias acidentadas, conhecidas como 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 9 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DO SOLO E DESLIZAMENTO DE TERRAS 
Marcelo de Souza Loureiro 
38 
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encostas, ou até mesmo no topo de morros. O mesmo raciocínio apresentado em 
relação às matas ciliares pode ser utilizado para entender os deslizamentos, pois a 
vegetação presente nas encostas é capaz de absorver a água das chuvas e evitar o 
carregamento de grandes quantidades de sedimentos para as áreas mais baixas. 
 Os deslizamentos de terra representam um dos reflexos da desigualdade social 
do país. Não é possível simplesmente remover as pessoas que vivem nas áreas de 
riscos, mas planejar a ocupação das cidades e a utilização dos recursos públicos na 
construção de moradias populares ou linhas de crédito realmente acessíveis para 
aqueles que não possuem uma renda familiar elevada. É possível criar áreas residenciais 
de baixo impacto nas proximidades de áreas de encostas, desde que sejam respeitados 
determinados padrões de construção, como a utilização de técnicas de terraceamento 
e a recomposição da vegetação nativa. 
 
Fonte: http://www.defesacivil.gov.br 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS 
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39 
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Falhas Tectônicas são fossas 
provocadas pelo rompimento das 
rochas. 
Diáclases são fraturas da rocha. 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: propiciar conhecimento sobre canais fluviais, com vistas a um melhor 
planejamento de sua ocupação. 
 Você sabia que o estudo dos canais fluviais é importante para se definir o 
planejamento das bacias hidrográficas? Se ainda não sabe, está na hora de aprender. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 Os canais, segundo Christofolleti, são caracterizados por seus diferentes tipos: 
canal retilíneo; 
canal anastomosado; 
canal meandrante e 
canal entrelaçado, sobre os quais 
tecemos informações a seguir. 
 Canais retilíneos são pouco frequentes e curtos. São formados por falhas 
tectônicas, diáclases ou fraturas nas rochas que a compõem. 
 
 
 Canais anastomosados são caracterizados por ramificações ou múltiplos canais 
que se subdividem e se encontram novamente mais à frente. São separados por ilhas 
ou bancos de areia, que são carregados pelo rio que vai depositando e acumulando os 
sedimentos nessas áreas. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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 Canais meandrantes são mais comuns em áreas tropicais úmidas e com mata 
ciliar que acompanham as margens dos rios. Os meandros são curvas sinuosas, cujas 
águas transbordam durante o período das cheias. Os meandros são mais comuns em 
áreas de planícies aluviais, pois o rio acompanha qualquer variação no relevo. 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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Canais entrelaçados são caracterizados por vários canais (em geral mais de dois 
canais), formando em seu curso ilhas ou depósitos de sedimentos que divide esse leito 
em várias ramificações. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
A imagem de satélite mostra o núcleo Picinguaba no litoral norte de São Paulo, 
em que as setas sinalizam os meandros (curvas sinuosas) do rio. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 10 – TIPOS DE CANAIS FLUVIAIS 
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Exercício – caso não entenda as respostas entre em contato com seu tutor. 
 
Na ilustração abaixo, estão representadas etapas de uma dinâmica fluvial. 
 
Com base na análise da figura: 
a) descreva os processos naturais explicitados na sequencia I, II e III. 
b) explique por que os solos formados à margem do leito tendem a ser férteis, 
favorecendo a prática agrícola. 
Respostas: 
 a) A dinâmica fluvial em questão é constituída por processos naturais, tais como: 
- erosão lateral, alargando o vale fluvial e interligando-se ao aumento da extensão do 
curso de água; 
- ampliação da forma dos meandros associada à formação de planícies aluvionais (ou 
leito maior); 
- alteração na capacidade e na competência do curso fluvial e aparecimento de um 
meandro abandonado. 
b) Em decorrência do regime fluvial, com alternância entre períodos de cheia e de 
vazante, são depositados, à margem do leito, sedimentos associados a nutrientes 
orgânicos, os quais recompõem e fertilizam os horizontes dosolo, propiciando melhor 
aproveitamento agrícola. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: proporcionar a visão de uma das principais características das bacias 
hidrográficas: os tipos de drenagem. 
 No Brasil, a maioria das drenagens são exorreicas, constituindo-se uma das 
principais características das bacias hidrográficas. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 Os Tipos de Drenagem são: 
Drenagem Endorreica; 
Drenagem Exorreica; 
Drenagem Arreica e 
Drenagem Criptorreica 
 
 Drenagem endorreica são rios que se dirigem para dentro do continente ou para 
uma depressão interior (desembocam em rios, lagos ou mares interiores). 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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Rio Tietê desembocando no rio Paraná. 
 Drenagem exorreica, neste caso, os rios se dirigem para o oceano, mar 
aberto, isto é, para um local amplo e aberto. 
 
 
Foz do Rio São Francisco. 
 
 Drenagem arreica é mais comum em áreas áridas. Trata-se de um rio que acaba 
desaparecendo dentro de uma área desértica, pois caminha para dentro do deserto e 
desaparece. 
 Drenagem criptorreica são bacias subterrâneas, geralmente, existentes dentro de 
cavernas. 
 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 11 – TIPOS DE DRENAGEM 
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Foto Hélder Henrique Jacovetti Gasperoto 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 Interprete o bloco diagrama abaixo que irá te ajudar em exercício. 
 
 
A = curso final de um rio – era de sedimentação. 
B = nascente de um rio; interflúvio – separa bacias hidrográficas. 
C = reverso do relevo. 
D = foz do rio em Delta. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: verificar a lógica da drenagem dos rios para entender o melhor 
comportamento de seu aproveitamento. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 Por meio do padrão de drenagem, podemos pensar como ocupar de maneira 
otimizada e sustentável as bacias hidrográficas. 
 Teixeira (2009) estabelece os seguintes padrões de drenagem: 
Padrão Dentrítico; 
Padrão paralelo; 
Padrão Radial e 
Padrão Treliça. 
 Padrão Dentrítico: é um padrão de drenagem ramificado, semelhante aos galhos 
de uma árvore que se interpõem uns aos outros, sendo separados por alguns divisores 
de água (interflúvio). 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM 
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 O Padrão paralelo, por sua vez, acompanha a grande declividade do terreno em 
ramificações paralelas dessa inclinação. 
 
 
 
 
 O Padrão radial tem origem a partir de um raio central e sai em todas as 
direções, acompanhando a declividade do terreno. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM 
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 Padrão treliça: basicamente são formações retangulares, em que seus afluentes 
formam padrões paralelos. 
 
 
 
BUCANDO CONHECIMENTO 
 
 O planejamento ocupacional deve privilegiar o estudo do padrão de drenagem, 
pois se a ocupação for aleatória haverá danos às bacias hidrográficas. 
 Observando o mapa geológico do Estado de São Paulo da região da Serra do 
Mar, observamos um padrão de drenagem destacado pelo círculo, a partir do qual 
ocorrem nascentes dos rios que fluem para diferentes regiões. Trata-se, então, de um 
divisor de águas, com a drenagem radial. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 12 – PADRÃO DE DRENAGEM 
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Fonte Ministério de Minas e Energia CPRM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interflúvio: é um terreno ou área mais elevada situada entre dois 
vales. Apesar de às vezes este termo ser usado como sinônimo 
de divisor de águas, o interflúvio se caracteriza mais por ser toda 
a região ou área compreendida entre dois talvegues, ou entre 
dois cursos de maior importância de uma mesma bacia 
hidrográfica ou mesmo de bacias distintas, ao passo que o termo 
divisor de águas é mais adequado para designar não uma área 
mas uma linha(linha de cumeada). 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: verificar a lógica do terreno e como o rio se comporta neste contexto. 
 O rio pode seguir a lógica do terreno, ou cortá-lo paralelamente ou 
perpendicularmente. Em decorrência disso, há várias definições de tipos de rios, como 
veremos a seguir. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 Você sabia que os rios são classificados, segundo seus tipos e que estes são 
consequências do terreno em que se insere? Se não sabia, vamos aprender. 
 O padrão de drenagem é o arranjo em planta dos rios e riachos dentro da bacia 
de drenagem, em grande parte controlada pela estrutura geológica do terreno. Os 
diferentes padrões de drenagem determinam vários esquemas de classificação dos rios 
e das respectivas bacias. 
 As classificações podem basear-se no (a): 
Gênese: rio antecedente, superimposto, consequente, subsequente; 
Geometria: drenagem dentrítica, em treliça, retangular, paralela, radial; 
Escoamento: bacias endorreicas, exorreicas. 
 
 Para Christofoletti (1999), há os seguintes tipos de rios: 
Consequente; 
Subsequente; 
Obsequente; 
Ressequente e 
Insequente. 
 
 Vamos conhecer cada um deles? 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I 
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 O Rio consequente é determinado pela lógica do terreno, isto é, pela inclinação 
do terreno. Vale dizer que como o terreno é formado em camadas, o rio as acompanha 
na sua forma original. 
 Os Rios subsequentes têm seu trajeto na perpendicular ao rio consequente e se 
faz junto à falha rochosa. 
 O Rio obsequente opõe-se ao rio consequente e desemboca no rio 
subsequente. 
 O Rio ressequente está em paralelo ao rio consequente, acompanhando o seu 
sentido e desemboca no rio subsequente. 
 O Rio insequente não segue os padrões de drenagem estabelecidos. 
 O gráfico abaixo ilustra os tipos de rios abordados aqui. Examine-o, 
atentamente. 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
 Cuesta é um relevo constituído de camadas, onde o processo erosivo atua 
diferentemente, conforme as camadas mais resistentes e menos resistentes. Assim, nas 
camadas mais resistentes o processo erosivo é menor e nas menos resistentes tal 
processo é mais intenso. Possui uma frente abrupta, chamada de frente de cuesta. A 
cuesta é importante para podermos analisar os tipos de rios consequente, 
subsequentes, obsequentes e insequentes. 
 
CHRISTOFOLETTI, 1997, p. 104. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 13 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – I 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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54 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR”Observe bem a imagem abaixo, em que se verifica um esquema do relevo de 
cuesta e drenagem associada: 
 
http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/cuesta.htm. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: entender que os rios podem ser classificados segundo outras 
características, que não somente à orientação de seu percurso. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 Podemos classificar os rios de acordo com vários critérios, a saber. 
Segundo a origem da água: 
ÿ Pluvial: a água vem da chuva ou, indiretamente dela, pelas nascentes que 
brotam do solo. Exemplo: rio Tietê (esse também tem origem em esgoto – efluentes). 
ÿ Nival: água oriunda do degelo da neve das altas montanhas ou de geleiras 
glaciares. Exemplo: rio Mackenzie no Canadá. 
ÿ Misto: possui água de ambas origens. Exemplo: rio Amazonas. Isso mesmo, o 
Amazonas possui nascentes nos Andes, que tem neve em seus cumes. 
 
Segundo ao regime da água: 
ÿ Perenes: rios que nunca secam. Exemplo: mais uma vez o Tietê. 
ÿ Intermitentes: secam durante longas estiagens. Exemplo: Vaza Barris (Nordeste). 
ÿ Efêmeros: surgem com chuvas fortes e depois somem como em ruas alagadas. 
 
Segundo o relevo: 
ÿ De Planalto: bons para geração de energia, pois possuem quedas d’água que 
são aproveitadas para construir barragens e eclusas. Exemplo: rio Paraná. 
ÿ De Planície: são bons para navegação, pois não possuem quedas d’água. 
Exemplo: rio Amazonas. 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. 
ProHelder Henrique Jacovetti Gasperoto 
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Segundo o tipo de foz: 
ÿ Delta: formação de ramificações em seu final de curso, típicas de áreas de 
contato entre o rio e o mar ou oceano. Exemplo: rio Nilo (na África). 
ÿ Estuário: só possui uma desembocadura. Exemplo: os rios Grande e Paranaíba se 
unindo e formando o rio Paraná. 
 
Segundo a direção do curso: 
ÿ Endorreico: se dirigem a outro rio. Exemplo: rio Tietê desaguando no Paraná. 
ÿ Exorreico: terminam no mar ou oceano. Exemplo: rio São Francisco. 
 
Segundo a qualidade da água: 
Classes: 
ÿ 1 = rio límpido. Ocorrem em nascentes onde não possuem (ou pelo menos não 
deveriam possuir) poluentes e nem matéria orgânica e sedimentos em suspensão. 
ÿ 2 = rio com certa turbidez, ao longo do seu curso vai ganhando sedimentos e 
fica mais escuro. 
ÿ 3 = já com alguma carga de poluentes, mas que com tratamento se torna 
potável. 
ÿ 4 = alta carga de poluentes e contaminantes; rio com pouco oxigênio e, por 
consequência, de vida. 
ÿ 5 = rio “morto”, sem oxigenação da água. Exemplo: rio Pinheiros na capital 
paulista. 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. 
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Poluição no rio Pinheiros em São Paulo. 
 
Fonte: Google imagens – acesso em 30/9/2014. 
 
Espumas tóxicas no rio Tietê em Santana do Parnaíba (SP). 
 
Fonte: Google imagens – acesso em 30/9/2014. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 14 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS – II. 
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BUSCANDO CONHECIMENTO 
 Vamos classificar o rio Tietê quanto aos critérios estudados até aqui. 
 
 
 
Segundo a origem da água: pluvial (e de efluentes - esgotos). 
Segundo ao regime da água: perene. 
Segundo o relevo: planáltico. 
Segundo o tipo de foz: estuário (no rio Paraná). 
Segundo a direção do curso: endorreico. 
Segundo a qualidade da água: classes 1 (na nascente), 4 em Guarulhos e 5 na capital; 4 
em Santana do Parnaíba e 3 em Barra Bonita. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. 
 Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a 
sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e 
irrigação. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 Segundo dados do IBGE (2000), as principais bacias hidrográficas do Brasil são: 
Bacia do rio Amazonas; 
Bacia do rio do Prata, formada pelas bacias do rio Paraguai, do rio Uruguai e do Rio 
Paraná; 
Bacia do Rio Tocantins e 
Bacia do Rio Parnaíba. 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I 
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 Vamos conhecer suas especificidades? 
 
 A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas: é formada pelo rio de maior extensão do 
mundo, e também maior em volume d’água. Seu regime é complexo, recebendo água 
dos dois hemisférios, norte e sul. Isso, teoricamente, faz com que as estações sejam em 
períodos distintos, ou seja, enquanto no hemisfério sul é verão, no hemisfério norte é 
inverno. Além disso, recebe água das montanhas dos Andes (nival). Sua foz é mista, isto 
é, sua margem esquerda é deltaica e sua margem direita é em forma de estuário, como 
podemos observar na imagem de satélite de sua desembocadura. 
 É um rio de planície, sendo aproveitado, intensamente, por sua navegabilidade. 
O Rio Amazonas foi o principal eixo de penetração e de ocupação dessa região. Os 
afluentes da margem direta, como o rio Madeira e Xingu, estão sendo utilizados para a 
produção de energia. Já os rios Madeira e Tapajós servem para escoar produtos 
agrícolas, minerais e de madeira. 
 O rio Xingu passa por uma intensa controvérsia entre o desenvolvimento 
econômico e a problemática ambiental em decorrência da projeção da construção da 
usina hidrelétrica de Monte Belo. Devemos lembrar o caos provocado pela usina 
hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, que tinha como objetivo fornecer energia para a 
região de Manaus (Zona Franca de Manaus). Outro grande problema ambiental são os 
rejeitos da extração de bauxita na região de Oriximiná, no Pará, no vale do rio 
Trombetas. 
 A bacia amazônica é caracterizada por três patamares: 
Igapó: está sempre inundado; 
Várzea: que inunda nas cheias; 
Terra firme: nunca se inunda. 
O rio exerce forte influência nas duas primeiras, pois com a inundação a 
população utiliza o rio como meio de locomoção. 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
Furo é um braço de água que liga um 
curso de água a outro, ou um pequeno 
rio que se liga ao rio principal. 
Igarapé é um pequeno rio. 
Paraná é braço de rio grande, formado 
por uma ilha. 
Paranamirim é um braço de rio 
formado por uma pequena ilha. 
 
 Rio Amazonas 
Planície terra firme teso várzea várzea teso terra firme 
 
do rio Amazonas 
 caaetê não inunda 
 várzea inundada no período da cheias 
 igapó constantemente inundadas 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 A ocupação da população 
local amazônica ocupa as 
proximidades dos cursos d’água 
como os igarapés e os furos, 
devido à facilidade de 
locomoção, já que o rio se 
tornou o principal eixo para eles que recebem a denominação de ribeirinhos. 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 15 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – I 
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 Na imagem abaixo, observamos parte da Bacia Amazônica no seu baixo curso, 
em que podemos verificar a sua desembocadura mista. 
 
 
Imagem da foz do rio Amazonas 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. 
 Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a 
sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e 
irrigação. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Continuando. 
A Bacia Hidrográfica do Rio do Prata (ou Platina): é formada pelos rios Paraná, 
Paraguai e Uruguai. A bacia do Prata é a segunda maior do país, ficando atrás, apenas, 
da bacia Amazônica, mas ambas não são exclusivas do nosso território!. Sua foz é 
considerada em forma de estuário; seu regime é pluvial tropical com cheias no verão 
(dezembro/março) e vazantes no inverno (junho/setembro). 
 O Rio Paraguai é um típico rio de planície que percorre a Planície do Pantanal 
Matogrossense. Suas cheias periódicas mantêm o Pantanal Matogrossense (cabe 
lembrar que pela divisão do relevo de Jurandir Ross existe também a Planície do Rio 
Guaporé). Seu regime segue as cheias de verão e vazantes de inverno, ressaltando-se 
que, na época de vazante, o rio fica muito baixo e com bancos de areia acumulados o 
que dificulta sua navegabilidade, por atravessar essa típica planície o rio forma 
meandros. 
 O Rio Uruguai, formado pelos rios Canoas (Sul) e Pelotas (Norte), possui 
cachoeiras devido a sua formação planáltica. Ele divide o Brasil da Argentina na 
desembocadura com o rio Paraná. 
 O Rio Paraná é o principal rio da Bacia Platina, com um relevo planáltico 
(planaltos e chapadas da bacia do Paraná) que lhe confere um enorme potencial 
hidrelétrico. Ele é formado pela junção do rio Parnaíba (Serras e planaltos de Goiás e 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II 
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Minas) e pelo rio Grande (divisa de São Paulo e Minas Gerais). Recebe, ainda, grande 
quantidade de afluentes dos Estados de São Paulo e do Paraná. O rio Paraná também 
serve para a navegação, integralizando-se como o MERCOSUL (CONE SUL) por isso 
também chamada de Bacia do MERCOSUL. 
 
 
Foto: Sete Quedas (1979), inundada posteriormente pelo lago de Itaipu (Hélder H. J. Gasperoto). 
 
 A imagem de satélite projetada abaixo evidencia a foz do Rio Prata, que se 
manifesta em forma de estuário. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
 
Imagem da foz do Prata (estuário do Prata). 
 
A hidrelétrica de Itaipu está localizada no rio Paraná. Para sua construção 
ocorreu a formação de um imenso lago, cujo propósito foi a geração de energia. Trata-
se, hoje, da segunda maior usina do mundo – superada pela usina de Três Gargantas, 
na China. 
 
Vista aérea de Itaipu – Foz do Iguaçu (PR). 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II 
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Fonte: Google Earth. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Leia a notícia publicada no Portal do Site TERRA em 9 de agosto de 2012. 
 
Governo Paraguaio deixará de vender energia ao Brasil. 
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída e administrada conjuntamente pelo Brasil e 
Paraguai, tem 14 mil megawatts de potência instalada e atende a cerca de 19% da 
energia consumida no Brasil e a 91% do consumo paraguaio. O Tratado de Itaipu, 
firmado em 1973, estabelece que cada país tem direito a usar metade da energia 
 
 
gerada pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai vende o 
restante ao Brasil. 
Em 9 de agosto de 2012 o presidente do Paraguai, Federico Franco, anuncia que 
irá suspender a venda de energia excedente para o Brasil e a Argentina. 
RECURSOS HÍDRICOS 
Unidade 16 – BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS – II 
Helder Henrique Jacovetti Gasperoto 
Marcelo de Souza Loureiro 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
 
Franco disse que enviará até dezembro um projeto de lei recomendando a 
suspensão da venda de excedentes de energia para o Brasil. Uma vez enviado, o texto 
será submetido à apreciação dos parlamentares e, depois votado. Não há prazo para os 
procedimentos. Em abril de 2013, há eleições presidenciais no Paraguai. Franco não 
pode ser candidato à reeleição pela Constituição do país. 
Paralelamente, Franco anunciou que o governo lançará uma campanha de 
incentivo para os empresários nacionais e estrangeiros para que invistam no país. A 
ideia é incrementar o setor industrial das regiões de San Pedro e Concepción. 
No entanto, a ameaça de Franco de não mais "ceder" energia ao Brasil não gera 
transtornos para o governo, segundo o diretor-geral brasileiro da Usina Hidrelétrica de 
Itaipu, Jorge Miguel Samek. Segundo ele, a usina tem regras que definem claramente as 
formas de compra de energia e o seu funcionamento. 
Samek disse que não está "nada preocupado" com o caso. "Itaipu tem contrato e 
tratado que estabelecem claramente formas de compra (de energia) e de 
funcionamento (da usina). Eles compram a energia necessária para o país e o que não 
consome é comprado pelo Brasil", afirmou. "Claro que se eles consumirem mais haverá, 
obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias 
e fatores que levem a um maior consumo. Isso está muito bem consumado no 
contrato", disse Samek. 
O diretor de Itaipu acrescentou que teve um encontro muito positivo com o 
presidente paraguaio, no último dia 3. Segundo Samek, Franco visitou as instalações da 
usina e eles conversaram "muito" quando Franco indicou que "estava tudo normal". 
 
 
 
 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: refletir sobre o melhor aproveitamento das nossas bacias hidrográficas. 
 Você já sabe o que é uma bacia hidrográfica. Nesta unidade vamos verificar a 
sua melhor utilização na navegação, na produção de energia, abastecimento humano e 
irrigação. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 Bacia São franciscana: o rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas 
Gerais (faz parte da unidade de relevo denominada Serras e planaltos do Atlântico 
Leste e Sudeste). Nasce em direção ao sul, mas logo encontra um obstáculo (relevo 
planáltico) e inicia seu caminho para o sentido norte (ver mapa geológico do rio São 
Francisco). Entra na depressão sertaneja e desemboca na planície litorânea (litoral 
oriental). 
 No mapa geológico abaixo, podemos observar que o rio nasce em direção ao 
Sul depois segue em direção ao leste e, por fim, segue em direção ao norte. 
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Fonte: Geologic Map of Minas Gerais 1994. 
 
 A imagem de satélite abaixo evidencia a desembocadura, no mar, em forma de 
delta do rio São Francisco. 
 
Imagem da foz do rio São Francisco. 
 
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