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DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 1 1 – (VI Exame Unificado – FGV – OAB – Fevereiro/2012). Acerca dos princípios que limitam e informam o Direito Penal, assinale a afirmativa CORRETA. (0,5). a) O princípio da insignificância diz respeito aos comportamentos aceitos no meio social. b) A conduta da mãe que autoriza determinada enfermeira da maternidade a furar a orelha de sua filha recém-nascida não configura crime de lesão corporal por conta do princípio da adequação social. c) O princípio da legalidade não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, tanto que somente quanto a elas se refere o art. 1º do Código Penal. d) O princípio da lesividade impõe que a responsabilidade penal seja exclusivamente subjetiva, ou seja, a conduta penalmente relevante deve ter sido praticada com consciência e vontade ou, ao menos, com a inobservância de um dever objetivo de cuidado. 2 – (181º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP – 2007). A Lei n. 11.343/06, que afastou a incidência de pena privativa de liberdade e de multa quanto ao crime de porte de substância entorpecente para uso próprio (cominadas na Lei n. 6.368/76) e estabeleceu, em seu lugar, a aplicação de outras medidas (advertência, prestação de serviços à comunidade, etc.), configura hipótese de. (0,5) (A) abolitio criminis. (B) novatio legis in pejus. (C) novatio legis incriminadora. (D) novatio legis in mellius. 3 – (Delegado de Polícia Civil/SP – 2011). Em relação ao tempo do crime, a teoria adotada é: (0,5). a) da equivalência dos antecedentes. b) do resultado. c) da ubiquidade. d) da atividade e) da territorialidade temperada. 4 – (Procurador do Trabalho – XIII Concurso – 2006). Assinale a afirmativa INCORRETA, quanto à omissão em matéria penal: (0,5). a) A figura do “garantidor” ou “garante” é aplicável aos crimes omissivos impróprios; b) Crimes omissivos impróprios são aqueles objetivamente descritos com uma conduta negativa de não fazer o que a lei determina; c) A causalidade nos crimes omissivos impróprios é normativa, estabelecendo-se entre o resultado e o comportamento que o agente estava juridicamente obrigado a fazer e do qual se omitiu; e) O crime de omissão de socorro é exemplo de crime omissivo próprio; e) Não respondida. DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 2 5 – (MPF-PR – 2013 – Promotor Substituto) . Assinale a alternativa CORRETA: (0,5). a) No crime comissivo por omissão ou omissivo impróprio inexiste o dever jurídico de agir, não respondendo o omitente pelo resultado, mas pela própria prática da conduta omissiva, podendo ser citado, como exemplo, o crime de omissão de socorro. Já no crime omissivo próprio o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. b) No crime omissivo próprio o agente responde pelo resultado que deu causa. Já no caso do crime omissivo impróprio esse se aperfeiçoa com a simples omissão. c) Os denominados delitos omissivos próprios, como os omissivos impróprios ou comissivos por omissão, são considerados crimes de mera conduta, posto que a omissão não pode dar causa a qualquer resultado. d) Os denominados crimes omissivos próprios admitem tentativa. e) O crime omissivo próprio o omitente não responde pelo resultado, perfazendo-se o crime com a simples omissão do agente, podendo ser citado, como exemplo, o crime de omissão de socorro. Já no crime comissivo por omissão ou omissivo impróprio o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. 5A – (Procurador da Fazenda Nacional – ESAF – 2006). Geraldo, pratica a conduta X. Sem desejar, porém, assumindo o risco, tendo mentalmente, antevisto o resultado, danifica o patrimônio de Ciro. A conduta de Geraldo, no aspecto subjetivo, identifica: (0,5). a) dolo direto; FALSO Para haver dolo direito, é necessário que o agente queira e pratique o ato com a vontade livre e consciente de danificar. b) dolo eventual; VERDADEIRO O agente não quer porem assumiu o risco de produzi-lo. Assim fica caracterizado o Dolo Eventual, por que mesmo prevendo o resultado danoso, assume o risco de pratica-lo. O agente não se importou com o resultado previsto, tanto fazendo a ele, um resultado ou outro. c) culpa inconsciente; FALSO Vai ocorrer quando o agente não prever o que era previsível. É a culpa sem previsão. d) culpa consciente; FALSO Vai ocorrer quando o agente prever o resultado, embora não aceite. O agente representa a possibilidade do resultado, mas ele afasta de imediato, acreditando sinceramente em sua habilidade de evitar o evento danoso. e) preterdolo. FALSO No crime preterdoloso, o agente dar causa ao resultado a titulo de dolo, mas por circunstancias que lhe foge ao controle, termina por dar causa a um resultado secundário, a título de culpa. DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 3 6 – (Prova: MPE-SP – 2006 – Promotor de Justiça). Em relação ao princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa INCORRETA: (0,5). a) seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. b) somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação social. c) sua aplicação não é prevista no Código Penal, mas é amplamente admitida pela doutrina e jurisprudência. d) somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio. e) exige, para seu reconhecimento, que as consequências da conduta tenham sido de pequena relevância. 6A – (178º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP – 2006). Assinale a ALTERNATIVA FALSA. É elemento do tipo injusto culposo: (0,5) a) a inobservância do dever objetivo de cuidado. b) a produção de um resultado desejado como fim direcionado da ação. FALSA Se o agente produz o resultado típico desejado, comete crime doloso. c) a produção de um resultado e a existência de nexo causal. d) a previsibilidade consciente e objetiva do resultado DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 4 2ª Parte – Responda às questões propostas, justificando-as objetivamente. 7 – Saulo funcionário de uma empresa pública recebe de seu superior, Paulo a atribuição de realizar o pagamento dos empregados da referida empresa. Ao perceber a vultosa quantia à sua disposição, Saulo, auxiliado pelo bancário José, decide desviar parte do valor, depositando-o em sua conta corrente. Sendo certo que o dolo de apoderar-se da referida quantia surgiu no momento em que Saulo a teve à sua disposição e, portanto posteriormente à concessão da referida atribuição. Ante o exposto, surge o denominado conflito aparente de normas entre os delitos de apropriação indébita, previsto nos art. 168, caput e parag. 1º, III e peculato, art. 312, caput, ambos do Código Penal. Com base nos estudos realizados sobre o tema, solucione o caso concreto de modo a tipificar corretamente a conduta de Saulo indicando o princípio a ser adotado. Fundamente a resposta. (2,5). Desenvolvimento: Trata-se do princípio da Especialidade: A conduta de Saulo se enquadra em peculato, por ser o réu funcionário público, e afastando com isso a apropriação indébita por ser uma norma geral, isto é, segundo o princípio da especialidade a norma especial afasta a geral. 8 – Alfredo, um bombeiro de serviço, ao atender a um chamado sobre um incêndio numa casa, ao chegar ao local e iniciar o salvamento de um morador o reconhececomo um antigo desafeto, preferindo deixá-lo a própria sorte ao tempo que é devorado pelas chamas. Considerando que o referido morador vem a morrer e que Alfredo tinha condições de salvá-lo e na fez, analisando sua omissão, defina sua responsabilidade penal. Justifique. (2,5). RESPOSTA: Neste caso concreto, Alfredo por ser bombeiro e estar em serviço tinha o dever de proteção e não podia se escusar da sua obrigação em salvar vidas, tornando-se um garante na situação concreta; essa regra esta prevista no art. 13, § 2º, alínea “a”, do Código Penal. Com a sua conduta omissiva e por ser garante em relação ao morador da casa incendiada tendo este vindo a óbito, Alfredo irá responder por omissão de socorro imprópria prevista no art. 135 em concurso formal com o delito de homicídio qualificado previsto no art. 121, § 2º, III, ambos do Código Penal. Apropriação indébita Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 5 O agente neste caso responde por homicídio qualificado e não na forma do parágrafo único do art. 135 pelo fato de ser garante e ter a obrigação de agir para salvar vidas. 9 – Consta dos autos que o ora paciente foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Lei 6.368/76, art. 12, “caput”, c/c o art. 18, I e III) e de corrupção ativa (CP, art. 333, “caput”), após haver sido preso em flagrante, no município de Jaci/SP, em 12/11/2000, na posse de seis mil e dezesseis (6.016) frascos de “lança-perfume”, produto contendo o componente químico identificado no HC 120026 / SP laudo de constatação como cloreto de etila, ocasião em que ofereceu vantagem indevida aos Policiais Rodoviários Federais responsáveis pela sua prisão, com o fim de determiná-los a permitir a sua liberação. Todavia, houve superveniente edição da Resolução ANVISA nº 104/2000, publicada em 07/12/2000, que excluiu o cloreto de etila da relação constante da Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso Proscrito no Brasil (Portaria SVS/MS nº 344/98), embora, 8 dias depois referida Resolução sofre nova alteração incluindo novamente a substância de cloreto de etila. Assim, o autor do fato poderá ser beneficiado de alguma forma? Justifique sua resposta. (1,0) Desenvolvimento: Trata-se de conflito de leis penais no tempo Sim, o autor será absolvido do crime de tráfico de drogas, com base no art. 2º do CP e respondera por corrupção ativa conforme art. 333, “caput”, do CP. Tal afirmação se completa pois a lei de tráfico de drogas é uma norma penal em branco heterogênea, ou seja, ela é completada por ato administrativo, no nosso caso a lista de substâncias ilícitas da ANVISA. Que por não se sabe qual motivo exclui o cloreto de etíla desta lista, com isso houve uma descriminalização ou “abolitio criminis”, deixando o fato de ser crime. Só que 8 dias após a ANVISA faz nova publicação incluindo o cloreto de etíla, com essa nova edição teremos uma “novatio legis in pejus” ou seja uma nova lei em prejuízo ao agente. Mas de acordo com o art. 5º, XL da CF, a lei penal não retroagerá salvo para beneficiar o réu. TJ-PE - Habeas Corpus : HC 3767602 PE – “Mandamus concedido, operando-se o trancamento da ação penal de nº 0001666-57.1998.17.0810, por falta de justa causa para a sua irrupção, com a extinção da punibilidade do paciente. Decisão por maioria.” Art. 13 – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º – A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; DIREITO PENAL I – CCJ 0007 AV 1 Direito / Manhã_2016. 2 JAMES FÁBIO DE ARAÚJO SANTANA 6 9A – Leia o texto abaixo e resonda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. No dia 05 de abril de 2008, por vota das 18h, na Av. República Argentina, n. 000, Bairro Centro na cidade de Blumenau, Belízia, locatária do apartamento de Ana Maria, deixou o imóvel e levou consigo algumas tomadas de luz, dois lustres e duas grades de ferro, bens de que detinha a posse e detenção em razão de contrato de locação. Ana Maria dirigiu-se ao imóvel tão logo tomou ciência de que Belízia o havia abandonado sem efetuar o pagamento do último aluguel, bem como constatou a apropriação dos objetos acima descritos, que guarneciam parte do imóvel conforme descrição no contrato de locação. Dos fatos narrados, Belízia, restou denunciada pelo delito de apropriação indébita, previsto no art. 168 do Código Penal, tendo à sentença rejeitada a denúncia sob o fundamento de que sua conduta configurava mero elícito civil, não havendo falar em responsabilização penal. Ante o exposto, é correto afirmar que a decisão do magistrado teve por fundamento qual (is) princípio (s) norteador (es) de Direito Penal? Responda de forma fundamentada. (1,0) Desenvolvimento: O caso em questão trata do Princípio da Intervenção Mínima ou ultima ratio. A questão versa sobre a incidência do principio da intervenção mínima, segundo qual o direito penal só pode ser utilizado como forma de controle social se realmente necessário e eficaz face aos demais ramos do Direito, tal principio da intervenção mínima orienta o poder incriminador do estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico, tanto assim o Direito Penal não pode ser utilizado como mecanismo de resolução de ilícito civil para cobrança de alguma coisa. O código civil é suficientemente apto para restabelecer a paz jurídica entre as partes já que a relação locatícia existe e ainda por cima o valor da lesão é bastante ínfimo. Art. 168 - Apropriação Indébita Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
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