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1ª FASE XXI EXAME OAB: 12 POSSIBILIDADES DE RECURSO

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12 POSSIBILIDADES DE RECURSOS: 
 
QUESTÕES (PROVA AMARELA) 
 
QUESTÃO 30 – DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual destinada à prestação de serviços 
públicos de competência do respectivo ente federativo. Tal entidade administrativa foi 
condenada em vultosa quantia em dinheiro, por sentença transitada em julgado, em fase de 
cumprimento de sentença. 
Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da empresa pública 
são 
A) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o ordenamento jurídico 
pátrio. 
B) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora. 
C) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não podem ser penhorados. 
D) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao regime de precatórios. 
 
GABARITO: C 
 
FONTE: PROFESSOR GUSTAVO SCATOLINO (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG 
PROJETO EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “A”) 
De acordo com o Código Civil, art. 98, os bens das empresas estatais não seriam públicos, já 
que são pessoas de direito privado. 
No entanto, a doutrina tem considerado como públicos todos os bens que são destinados à 
prestação de serviços públicos, assim, estariam sujeitos ao regime jurídico dos bens públicos. 
Assim, temos duas possíveis respostas diante das alternativas colocadas, uma vez que, 
também, poderia estar certa a letra A, isso porque, para a doutrina, os bens citados na questão 
seriam públicos, portanto sujeitos à impenhorabilidade. 
Desse modo, pede-se a anulação da questão 30, uma vez que a alternativa A e C estariam 
corretas. 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 32 – DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
As duas maiores empresas do ramo de produção de componentes eletrônicos para máquinas 
industriais dominam mais de 50% (cinquenta por cento) do mercado. A fim de garantir 
determinada margem de lucro, elas resolveram acordar um mesmo preço para os bens que 
elas produzem. 
Nesse caso, está-se diante 
A) de ato de improbidade administrativa, em conluio. 
B) de infração à ordem econômica, punível na forma da lei. 
C) de conquista de mercado resultante de processo natural, fundado na maior eficiência de 
agente econômico em relação a seus competidores. 
D) de ato que, embora socialmente indesejável, não encontra qualquer vedação legal. 
 
GABARITO: B 
 
FONTE: PROFESSOR GUSTAVO SCATOLINO (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG 
PROJETO EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (resposta correta C) 
De acordo com o Código Civil, artigo 98, os bens das empresas estatais não seriam públicos, 
já que são pessoas de direito privado. 
No entanto, a doutrina tem considerado como públicos, todos os bens que são destinados à 
prestação de serviços públicos, assim, estariam sujeitos ao regime jurídico dos bens públicos. 
Diante das alternativas colocadas, creio que a banca optará pela letra C, pois sendo 
indispensáveis à prestação do serviço público não poderia haver a penhora. A letra A, em 
tese, poderia estar correta, pois a doutrina considera tais bens como públicos. 
No entanto, como a questão usou a expressão “ordenamento jurídico”, a letra C é a melhor 
opção, pois a Lei Civil prevê que esses bens seriam privados. 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 43 – DIREITO CIVIL 
 
Felipe e Ana, casal de namorados, celebraram contrato de compra e venda com Armando, 
vendedor, cujo objeto era um carro no valor de R$ 30.000,00, a ser pago em 10 parcelas de 
R$ 3.000,00, a partir de 1º de agosto de 2016. Em outubro de 2016, Felipe terminou o 
namoro com Ana. Em novembro, nem Felipe nem Ana realizaram o pagamento da parcela 
do carro adquirido de Armando. Felipe achava que a responsabilidade era de Ana, pois o 
carro tinha sido presente pelo seu aniversário. Ana, por sua vez, acreditava que, como Felipe 
ficou com o carro, não estava mais obrigada a pagar nada, já que ele terminara o 
relacionamento. 
Armando procura seu(sua) advogado(a), que o orienta a cobrar 
A) a totalidade da dívida de Ana. 
B) a integralidade do débito de Felipe. 
C) metade de cada comprador. 
D) a dívida de Felipe ou de Ana, pois há solidariedade passiva. 
 
GABARITO: C 
 
FONTE: BLOG ASSIM PASSEI 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “D”) 
A interpretação a luz do parágrafo único, do artigo 942, do Código Civil, que nos informa 
que se houver coautores na prática do ilícito (inadimplemento) a responsabilidade seria 
solidária. 
Artigo 942 - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as 
pessoas designadas no artigo 932. 
Por essa razão, a assertiva D também pode ser considerada como correta, merecendo ser 
anulada. 
 
FONTE: DESCONHECIDA 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “D”) 
Fazendo a acurada leitura da questão percebe-se que tanto Felipe, como Ana, concorreram 
para inadimplemento. Isso, porque, se colocam como compradores, em um contrato de 
compra e venda, e após a dissolução afetiva debatem derredor do responsável pelo 
pagamento da dívida. 
É cediço no Brasil, que a solidariedade decorre da lei ou da vontade. 
No caso em apreço, é possível verificar uma solidariedade legal, ao passo que o parágrafo 
único, do artigo 942, do Código Civil, afirma serem solidariamente responsáveis os autores 
e coautores do ilícito. 
Artigo 942 - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único - São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as 
pessoas designadas no art. 932. 
No momento em que Ana e Felipe se colocam como compradores de um bem, enquanto 
namorados, e após a dissolução afetiva negam o pagamento, concorrem como co-autores do 
inadimplemento, atraindo a solidariedade legal do art. 942, parágrafo único. 
Por tudo isto, a questão merece ter como gabarito correto também a alternativa "d". 
 
FONTE: PROVA DA ORDEM 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “D”) 
A questão em análise teve como gabarito apontado pela banca a letra “C”, todavia, merece 
ser anulada em razão de ter duas assertivas como gabarito possíveis. Senão vejamos. 
Conforme interpretação a luz do parágrafo único do 942, que nos informa que se houver 
coautores na prática do ilícito (inadimplemento) a responsabilidade será solidária. 
Artigo 942 - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único - São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas 
designadas no art. 932. 
Portanto, a letra D, também pode ser considerada como correta, merecendo a anulação. 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 45 – DIREITO CIVIL 
 
Marcelo e Maria são casados há 10 anos. O casal possui a guarda judicial de Ana, que tem 
agora três anos de idade, desde o seu nascimento. A mãe da infante, irmã de Maria, é usuária 
de crack e soropositiva. Ana reconhece o casal como seus pais. Passados dois anos, Ana ficaórfã, o casal se divorcia e a criança fica residindo com Maria. 
Sobre a possibilidade da adoção de Ana por Marcelo e Maria em conjunto, ainda que 
divorciados, assinale a afirmativa correta. 
A) Apenas Maria poderá adotá-la, pois é parente de Ana. 
B) O casal poderá adotá-la, desde que acorde com relação à guarda (unipessoal ou 
compartilhada) e à visitação de Ana. 
C) O casal somente poderia adotar em conjunto caso ainda estivesse casado. 
D) O casal deverá se inscrever previamente no cadastro de pessoas interessadas na adoção. 
 
GABARITO: B 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 47 - CONSUMIDOR 
 
A Pizzaria X fez publicidade comparando a qualidade da sua pizza de mozarela com a da 
Pizzaria Y, descrevendo a quantidade de queijo e o crocante das bordas, detalhes que a 
tornariam mais saborosa do que a oferecida pela concorrente. Além disso, disponibiliza para 
os consumidores o bônus da entrega de pizza pelo motociclista, em até 30 minutos, ou a 
dispensa do pagamento pelo produto. 
A respeito do narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) A publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do 
Consumidor, que, entretanto, nada disciplina a respeito da entrega do produto por 
motociclista em período de tempo ou dispensa do pagamento. 
B) A promessa de dispensa do pagamento pelo consumidor como forma de estímulo à 
prática de aumento da velocidade pelo motociclista é vedada por lei especial, enquanto a 
publicidade comparativa é admitida, respeitados os critérios do CDC e as proteções dispostas 
em normas especiais que tutelam marca e concorrência. 
C) A dispensa de pagamento, em caso de atraso na entrega do produto por motociclista, é 
lícita, mas a publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do 
Consumidor e pela legislação especial. 
D) A publicidade comparativa e a entrega de produto por motociclista em determinado prazo 
ou a dispensa de pagamento, por serem em benefício do consumidor, embora não previstos 
em lei, são atos lícitos, conforme entendimento pacífico da jurisprudência. 
 
GABARITO: B 
 
FONTE: BLOG ASSIM PASSEI 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “D”) 
A questão em análise apresentou como gabarito a letra B, baseando-se em previsão legal 
constante da lei nº 12.436/2011, que possui apenas DOIS artigos. 
Todavia, salvo melhor juízo, a letra D também pode ser considerada como correta, isso 
porque o artigo 30, do Código de Defesa do Consumidor (OFERTA 
SUFICIENTEMENTE PRECISA), a Jurisprudência e CONAR (PUBLICIDADE 
COMPARATIVA), dão suporte para que ela também seja possível como gabarito correto da 
questão. 
Razão pela qual, merece reforma. 
 
FONTE: PROFESSOR CRISTIANO SOBRAL (CERS) 
Razões do Recurso: Anulação (descabimento em cobrar este tipo de questão) 
Realizando a devida leitura da questão percebi uma verdadeira ARMADILHA com o 
candidato. E você deve estar pensando em algo pior: em COVARDIA! Sim, pois 
fundamentar o gabarito numa lei de somente 2 artigos e totalmente desconhecida, no meu 
ponto de vista, é uma armadilha. A Lei 12.436/11 diz que é vedado o emprego de práticas 
que estimulem o aumento de velocidade por motociclistas profissionais. Aí outra pergunta 
surge, mas que isso está ligado ao Direito do Consumidor? Sinceramente eu não sei! Penso 
que numa prova de consumidor podem ser perguntadas as súmulas, os julgados do STJ e a 
própria Lei 8078, ou seja, o CDC. 
Quando analisei a questão logo marquei como gabarito a letra D da questão 47 da prova 
amarela, mas fiquei surpreso com o gabarito da Banca assinalando a letra B. Comecei a 
pesquisar e achei a lei 12.436/11. Ela simplesmente CAIU DO CÉU dentro da nossa 
matéria! 
Outro ponto a ser mencionado é que o CDC não fala de forma transparente sobre 
publicidade comparativa, mas tudo bem que a jurisprudência fala sobre o assunto e o 
CONAR também, mas trabalhar com o candidato sobre um tema que veda práticas que 
estimulem o aumento de velocidade por motocicletas profissionais. Isso é uma prova de 
Direito do Trabalho ou Direito do Consumidor? 
Aliás, nem os candidatos trabalhistas responderiam isso corretamente! 
Será que a Lei 12.436/11 está no edital? Caso não esteja a questão tem que ser anulada! 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Artigo 1° - É vedado às empresas e pessoas físicas empregadoras ou tomadoras de serviços 
prestados por motociclistas estabelecer práticas que estimulem o aumento de velocidade, tais 
como: 
I - oferecer prêmios por cumprimento de metas por números de entregas ou prestação de 
serviço; 
II - prometer dispensa de pagamento ao consumidor, no caso de fornecimento de produto 
ou prestação de serviço fora do prazo ofertado para a sua entrega ou realização; 
III - estabelecer competição entre motociclistas, com o objetivo de elevar o número de 
entregas ou de prestação de serviço. 
Artigo 2° - Pela infração de qualquer dispositivo desta Lei, ao empregador ou ao tomador de 
serviço será imposta a multa de R$ 300,00 (trezentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). 
Parágrafo único - A penalidade será sempre aplicada no grau máximo: 
I - se ficar apurado o emprego de artifício ou simulação para fraudar a aplicação dos 
dispositivos desta Lei; 
II - nos casos de reincidência. 
Artigo 3° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 6 de julho de 2011; 190° da Independência e 123° da República. 
DILMA ROUSSEFF 
É razoável fazer esse tipo de pergunta para o candidato que acabou de sair da faculdade? 
Eu que sou professor de Direito Civil e Consumidor errei a questão e não me envergonho 
disse. NUNCA, eu disse NUNCA, soube dessa Lei. Não posso dizer que sou um 
especialista na matéria, eu respondo que sou PROFESSOR e não ESPECIALISTA, pois é 
impossível ser em um universo tão complexo e de relações múltiplas e específicas. 
Continuo achando que o gabarito da prova amarela, da questão 47 é a letra D, isso em razão 
da OFERTA SUFICIENTEMENTE PRECISA (Art. 30 CDC) e da permissão 
da PUBLICIDADE COMPARATIVA (Jurisprudência e CONAR). 
Entendo que a banca deve rever o gabarito e pensar se a questão é justa. Não se trata de uma 
questão DIFÍCIL, pois acho que provas devem ter questões com o grau mais elevado, mas 
a questão apresentada é ATÍPICA, INESPECÍFICA para a disciplina e DESLEAL com 
os candidatos. 
Pergunta feita para NÃO ser respondida de forma correta. 
Aliás, DESAFIO A BANCA a apresentar o percentual de candidatos que acertaram essa 
questão. As estatísticas vão corroborar o que estou falando aqui. 
Repito: Questão feita para reprovar! 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 52 – DIREITO EMPRESARIAL 
 
Humaitá Comércio e Distribuição de Defensivos Agrícolas Ltda. sacou 4 (quatro) duplicatas 
de compra e venda em face de Cooperativa dos Produtores Rurais de Coari Ltda., em razão 
da venda de insumos para as plantações dos cooperados. 
Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta. 
A) É facultado ao sacador inserir cláusula não à ordem no momento do saque, caso em que 
a forma de transferência dos títulos se dará por meio de cessão civil de crédito. 
B) Por se tratar de sacado cooperativa, sociedade simples independentemente de seu objeto, 
é proibido o saque de duplicatas em face dessa espécie de sociedade. 
C) Lançada eventualmente a cláusula mandato no endosso das duplicatas, o endossatário 
poderá exercer todos os direitos emergentes dos títulos, inclusive efetuar endosso próprio a 
terceiro. 
D) Sendo o pagamento das duplicatas garantido por aval, o avalista é equiparado àquele cujo 
nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firmalançar a sua; fora desses 
casos, ao sacado. 
 
GABARITO: D 
 
DEVE-SE CONSIDERAR TBM A ALTERNATIVA D 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 61 – DIREITO PENAL 
 
Carlos, 21 anos, foi condenado a cumprir pena de prestação de serviços à comunidade pela 
prática de um crime de lesão corporal culposa no trânsito. Em 01/01/2014, seis meses após 
cumprir a pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de natureza culposa, vindo 
a ser denunciado. Carlos, após não aceitar qualquer benefício previsto na Lei nº 9.099/95 e 
ser realizada audiência de instrução e julgamento, é novamente condenado em 17/02/2016. 
O juiz aplica pena de 11 meses de detenção, não admitindo a substituição por restritiva de 
direitos em razão da reincidência. 
Considerando que os fatos são verdadeiros e que o Ministério Público não apelou, o(a) 
advogado(a) de Carlos, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer, em recurso, 
A) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
B) a suspensão condicional da pena. 
C) o afastamento do reconhecimento da reincidência. 
D) a prescrição da pretensão punitiva. 
 
GABARITO: A 
 
FONTE: PROFESSOR CRISTIANO SOBRAL (CERS) 
Razões do Recurso: Anulação (resposta correta B) 
Inicialmente cumpre ressaltar o equívoco da banca examinadora ao indicar que o gabarito 
correto seria a alternativa A. 
A indagação da respeitável banca, ao final da exposição da situação hipotética a ser analisada, 
é qual o requerimento, de ordem técnica, deve ser feito pelo advogado no momento do pleito 
recursal. 
Para melhor ilustrar, citamos in verbis, a referida passagem do enunciado: 
“Considerando que os fatos são verdadeiros e que o Ministério Público não apelou, 
o(a) advogado(a) de Carlos, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer, em 
recurso,” 
Notório portanto, a solicitação que a resposta do candidato fosse dada com base em critérios 
técnicos e não em sede de discussão de mérito ou em face de argumentação jurídica em 
contra sensu ao fundamento externado na sentença condenatória. 
Noutro dizer, a única intelecção possível do questionamento constante no enunciado é: visto 
que o magistrado negou a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de 
direito, tecnicamente, ou seja, sem adentrar na discussão de cabimento subjetivo em face do 
exposto na sentença, qual outro mecanismo taxativamente previsto em lei que poderia ser 
requerido em benefício do réu? 
A única resposta que entendemos ser adequada é o pleito pela concessão da suspensão 
condicional da pena, com fundamento no artigo 77, do Código Penal, visto que a referida 
substituição por pena restritiva de direitos foi entendida como incabível no caso concreto e 
os demais requisitos autorizadores desta modalidade de sursis estão presentes no enunciado. 
Neste momento insistimos na necessidade do candidato ater-se ao que foi indagado na 
questão. Caso o candidato respondesse no sentido de que o pleito deveria ser de substituição 
da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, visto que a reincidência 
manifestou-se por crime culposo, estaria adentrando no debate de fundamento da sentença 
condenatória, o que demanda uma análise de natureza objetiva e subjetiva da situação, 
impossível de ser feita inclusive, por ausência de elementos no enunciado. A resposta neste 
sentido, não seria de ordem apenas técnica, mas sim de ordem técnica e argumentativa em 
relação ao mérito sentencial, extrapolando em muito o solicitado pela banca. 
Exigir do aluno uma resposta que vai muito além do que está sendo questionado, em nosso 
ver, respeitosamente, é solicitar que o avaliado adentre no campo da divagação e das 
suposições, o que não é o objetivo da referida avaliação. 
Ademais, a doutrina majoritariamente leciona que a suspensão condicional da pena possui 
natureza subsidiária em relação as penas restritivas de direitos, só sendo cabível quando, no 
caso concreto, ocorrer uma decretação explicita por parte do magistrado, na sentença, que a 
aplicação das penas restritivas de direito não é cabível, o que inequivocamente está expresso 
na questão. 
Pelos motivos expostos acima, indiscutível a necessidade de ANULAÇÃO da referida 
questão. 
 
FONTE: PROFESSOR JOSÉ CARLOS (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG PROJETO 
EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (resposta correta B) 
A banca examinadora indicou como gabarito a alternativa "A". 
Contudo, diante da análise da questão, a assertiva "B" deve ser considerada como a correta, 
uma vez que no caso apresentado pela banca, o agente foi condenado por sentença transitada 
em julgado por lesão corporal de trânsito (crime culposo previsto no artigo 303 do CTB). 
Em um segundo momento, adveio uma condenação por um novo crime culposo com uma 
pena de 11 meses. 
O enunciado da questão diz, taxativamente, que o juiz não admitiu a substituição da pena 
privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 
Assim, pela leitura do artigo 44, do Código Penal, um dos critérios de substituição é quando 
o magistrado entender que a medida não é socialmente adequada para o caso. 
Destarte, se a própria questão relata taxativamente que o magistrado não entendeu que a 
substituição seria socialmente adequada, a única tese que poderia ser alegada, pela defesa, no 
seu recurso de apelação, seria a suspensão condicional da pena à luz do artigo 77 do CP. 
Assim, com base em toda a fundamentação exposta, não resta dúvidas sobre a validade da 
alternativa "B", pois a banca não considerou a assertiva “B” como correta, pelo contrário, 
considerou que o candidato deveria insistir na tese que o magistrado já havia afastado e já 
estava superada. 
Pelo exposto, requer a anulação da questão se impõe. 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 64 – DIREITO PENAL 
 
Carlos presta serviço informal como salva-vidas de um clube, não sendo regularmente 
contratado, apesar de receber uma gorjeta para observar os sócios do clube na piscina, 
durante toda a semana. Em seu horário de “serviço”, com várias crianças brincando na 
piscina, fica observando a beleza física da mãe de uma das crianças e, ao mesmo tempo, 
falando no celular com um amigo, acabando por ficar de costas para a piscina. Nesse 
momento, uma criança vem a falecer por afogamento, fato que não foi notado por Carlos. 
Sobre a conduta de Carlos, diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) Não praticou crime, tendo em vista que, apesar de garantidor, não podia agir, já que 
concretamente não viu a criança se afogando. 
B) Deve responder pelo crime de homicídio culposo, diante de sua omissão culposa, violando 
o dever de garantidor. 
C) Deve responder pelo crime de homicídio doloso, em razão de sua omissão dolosa, 
violando o dever de garantidor. 
D) Responde apenas pela omissão de socorro, mas não pelo resultado morte, já que não 
havia contrato regular que o obrigasse a agir como garantidor. 
 
GABARITO: B 
 
FONTE: BLOG ASSIM PASSEI 
Razões do Recurso: Anulação (mais de uma tese aplicável a solução do caso concreto) 
De fato, havia um dever de cuidado do agente para com as crianças, em razão da função por 
ele exercida (sendo irrelevante se era um contrato formal de trabalho ou não). Isto posto, 
fica evidente que o descumprimento do dever de cuidado gerará a responsabilização do 
“salva-vidas”. 
A Banca considerou como correta a letra “B”, ou seja, considerou ter havido omissão culposa 
e, portanto, deveria ser imputado ao agente o resultado a título de culpa. 
Entretanto, apesar de essa ser uma solução possível, não se podedeixar de considerar que a 
conduta do agente pode ser analisada sob o prisma do dolo eventual. 
Na medida em que o agente passa a cuidar de outras “atividades” durante o expediente, 
mesmo sabendo que isso poderá gerar a morte de alguma criança, é possível considerar a 
hipótese de ter havido dolo eventual na conduta. 
Ante as circunstâncias, tendo em vista a possibilidade de tese diversa das constantes nas 
alternativas ser utilizada para a solução do problema, há vício na questão, merecendo, desta 
forma, a anulação. 
 
FONTE: PROVA DA ORDEM 
Razões do Recurso: Anulação (mais de uma tese aplicável a solução do caso concreto) 
A Banca considerou como correta a letra B (Adaptar de acordo com a cor da sua prova), ou 
seja, considerou ter havido omissão culposa e, portanto, deveria ser imputado ao agente o 
resultado a título de culpa. 
Entretanto, apesar de essa uma solução possível, não se pode deixar de considerar que a 
conduta do agente pode ser analisada sob o prisma do dolo eventual. Na medida em que o 
agente passa a cuidar de outras “atividades” durante o expediente, mesmo sabendo que isso 
poderá gerar a morte de alguma criança, é possível considerar a hipótese de ter havido dolo 
eventual na conduta. 
Ante o exposto, tendo em vista a possibilidade de solução diversa do gabarito para o 
problema apresentado, há vício que macula a questão e, portanto, merece ser anulada. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
QUESTÃO 67 – PROCESSO PENAL 
Luciana e Carla, duas amigas de faculdade, estavam voltando de uma festa de madrugada, 
quando foi solicitada a parada do veículo em que estavam por policiais militares em blitz. Os 
policiais, devidamente fardados e no exercício da função pública, solicitaram que as jovens 
os acompanhassem até o quartel e, em seu interior, pediram que elas os auxiliassem com a 
entrega de R$50,00 cada, para que pudessem almoçar de maneira confortável no dia seguinte 
e que, com isso, as deixariam ir embora sem maiores problemas. Além disso, deixaram 
Luciana e Carla por mais de duas horas dentro do veículo, na madrugada, sem adotar 
qualquer conduta como pedido de documentos ou revista no veículo. 
Sobre a hipótese apresentada, considerando a prática dos crimes de abuso de autoridade e 
corrupção, em conexão, assinale a afirmativa correta. 
A) Ambos os delitos deverão ser julgados perante a Justiça Militar. 
B) O crime de abuso de autoridade deverá ser julgado perante a Justiça Comum Estadual, 
enquanto que o de corrupção deverá ser julgado pela Justiça Militar. 
C) Ambos os delitos deverão ser julgados perante a Justiça Comum Estadual. 
D) O crime de corrupção deverá ser julgado perante a Justiça Comum Estadual, enquanto 
que o de abuso de autoridade perante a Justiça Militar. 
 
GABARITO: B 
 
FONTE: PROFESSORES GEOVANE MORAES E ANA CRISTINA (CERS) 
Razões do Recurso: Anulação (por falta de previsão da disciplina de Direito Penal Militar no 
edital e resposta correta C) 
Inicialmente cumpre ressaltar o equívoco da banca examinadora em exigir do candidato 
conhecimento específico sobre direito penal militar. 
A legislação penal e processual penal militar é de cunho específico, jamais exigida em 
qualquer certame, senão com menção expressa em seu edital, o que não é o caso do edital 
do XXI Exame de Ordem, tanto quanto não o foi em qualquer outro que o precedeu. 
É certo que os examinadores, quando da elaboração do enunciado da questão, 
provavelmente pensaram ou tinham por intenção apresentar ao candidato uma questão que 
versasse sobre a separação obrigatória de processos em caso de conexão entre crime comum 
e crime militar (artigo 79, I, do CPP). 
Contudo, para tanto, seria necessário que o enunciado (diante da absoluta impossibilidade de 
cobrança do CPM) indicasse de forma clara e isenta de qualquer dúvida a prática de crime 
militar, o que, de fato, não ocorreu. 
Além disso, devemos nos lembrar de que para a configuração de crime militar não basta que 
quem o tenha praticado seja militar. 
É preciso, diante na estrita legalidade que orienta o direito penal (comum ou militar), que o 
crime esteja previsto expressamente no Código Penal Militar, lembrando ainda que em 
Direito Penal não se pode fazer interpretação extensiva ou analogia in malam partem. 
Observando a questão apresentada, na qual policiais militares, em uma blitz, param Luana e 
Carla e, as levando para dentro do quartel, lá SOLICITAM vantagem indevida, não há 
dúvidas de que havia, realmente, ocorrido crime de corrupção passiva. 
A dúvida que se perfaz diz respeito ao fato da conduta praticada caracterizar o crime de 
corrupção passiva do Código Penal comum (artigo 317, do CP), ou se estaria inserido no 
crime de corrupção passiva militar (artigo 308, do CPM). 
Destaque-se que o enunciado indica que a SOLICITAÇÃO ocorreu dentro do quartel, 
contudo, incorreu em absoluto equívoco a banca examinadora quando indicou que os 
policiais teriam "solicitado" a vantagem. 
De fato, o Código Penal Militar (CPM), em seu artigo 308, tipifica o crime de corrupção 
passiva militar, que consiste, em “RECEBER, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela vantagem 
indevida, ou ACEITAR promessa de tal vantagem”. 
Perceba que, o CPM não tipifica a conduta de "SOLICITAR". 
Novamente reiteramos a impossibilidade de interpretação extensiva ou analogia em Direito 
Penal. 
Confirmada a intenção de solicitar às vítimas vantagem indevida, a tipificação é do crime de 
corrupção passiva previsto no artigo 317, do Código Penal (CP), sendo mesmo indiferente a 
condição de policial militar dos agentes públicos acusados, ou mesmo o fato de se 
encontrarem dentro da unidade, por falta de previsão típica expressa na Legislação Penal 
Militar. NÃO HÁ ADEQUAÇÃO TÍPICA AO CPM. 
Já a corrupção passiva do artigo 317, do Código Penal apresenta como núcleos verbais: 
"SOLICITAR, RECEBER ou ACEITAR vantagem indevida, ainda que fora da atividade 
profissional, ou antes, de assumi-la, desde que em razão dela". Isto é, na modalidade da 
corrupção passiva, o corruptor deve ter a iniciativa, diferente do disposto no Ordenamento 
Penal Militar, em que não há o verbo "solicitar", mas, tão só, "receber". 
Logo, além da impossibilidade de cobrança de conhecimento específico sobre a legislação 
penal e processual militar, resta extreme de dúvida que, na hipótese, a competência é da 
Justiça Comum Estadual para o processo e julgamento do crime de corrupção praticado 
pelos policiais na hipótese e não da Justiça Militar. 
Neste sentido, vejamos, dentre outros possíveis, o recente julgado do STJ: 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 
SUBSTITUTIVO. ARTS. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, E 317, § 1º, TODOS DO CP. 
ALEGAÇÃO DE CRIME MILITAR E DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. NULIDADE AFASTADA. RECONHECIMENTO NAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS DA CONDUTA DE SOLICITAR. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO 
DO NÚCLEO NO TIPO PREVISTO NO CÓDIGO PENAL MILITAR. APLICAÇÃO 
DO CÓDIGO PENAL. CORREÇÃO DO ENQUADRAMENTO TÍPICO PELA VIA 
DO WRIT. IMPOSSIBILIDADE. REVOLVIMENTO DA MATÉRIA FÁTICA. 
INADMISSIBILIDADE DA VIA ELEITA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 
1. Reconhecido no Tribunal de origem que o núcleo do tipo praticado foi a 
"solicitação" e uma vez não tipificada a citada conduta no art. 308 do Código Penal 
Militar, infere-se que não se trata de crime militar, devendo ser aplicado o art. 317 do 
CP diante da adequação típica de subordinação imediata, o que afasta, por 
consequência, a competência da Justiça especializada, consoante art. 125, § 4º da CF. 
2. Inexiste nulidade do processo, em razão de que compete à Justiça Federal processar e 
julgar crime de corrupção passiva conexo aos crimes de descaminho e contrabando, de 
competência federal, ainda que praticado por militarno exercício da função, nos termos do 
art. 109, IV, da CF e da Súmula 122 desta Corte. 
3. Reverter a constatação do Tribunal de Justiça demandaria profundo reexame de prova, o 
que não é possível analisar por meio de habeas corpus. 
4. Decisão agravada mantida por seus próprios fundamentos. 
5. Agravo regimental improvido. 
(STJ, AgRg no HC 347.091/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, 
julgado em 02/08/2016, DJe 15/08/2016) 
Pelos motivos expostos acima, indiscutível a necessidade de ANULAÇÃO da referida 
questão. 
 
FONTE: PROFESSOR JOSÉ CARLOS (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG PROJETO 
EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (por falta de previsão da disciplina de Direito Penal Militar no 
edital e resposta correta C) 
A banca examinadora indicou como gabarito a alternativa "B". 
Contudo, diante da análise da questão, a assertiva "C" deve ser considerada como a correta. 
A questão abordou o tema competência no Processo Penal, todavia, o gabarito apresentado 
pela banca está equivocado. 
O equívoco consiste no seguinte, vejamos: 
a) A Banca não pode exigir a matéria crime militar o edital não prevê o estudo desta 
competência. 
Vejamos o edital: 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: 1 Princípios constitucionais e processuais penais. 2 
Inquérito Policial e Ação Penal. 3 Denúncia, Queixa-crime e representação. 4 Ação Civil ex 
delicto. 5 Jurisdição e Competência. 6 Questões e Processos Incidentes. 7 Direito Probatório. 
8 Do Juiz, do Ministério Público, do Acusado e Defensor, dos Assistentes e Auxiliares da 
Justiça. 9 Atos de comunicação no processo - Das citações e intimações. 10 Atos judiciais – 
Despacho, decisão e sentença. 11 Da Prisão e demais Medidas Cautelares 12. Liberdade 
Provisória. 13 Procedimentos do CPP. 14 Procedimentos especiais na legislação 
extravagante. 15 Nulidades. 16 Recursos. 17 Ações Autônomas de Impugnação. 
b) A questão em momento algum mencionou que se tratava de crime militar. O candidato 
não estaria ciente desta informação. 
c) O crime de corrupção passiva militar (previsto no CPM) não prevê a tipificação da conduta 
solicitar, logo não se pode tipificar a conduta, uma vez que seria analogia em desfavor ao réu. 
Tal analogia é vedada no campo do direito penal material. 
Vejamos o que prevê o Decreto-Lei nº 1.001 de 1969 - Código Penal Militar: Artigo 308 – 
Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena: reclusão, de dois a oito anos. 
Pelo exposto, o crime é de corrupção passiva do CP (artigo 317) cominado com o crime de 
abuso de autoridade. Assim, ambos os crimes são de competência da justiça estadual e serão 
julgados por esta, não havendo que se falar em cisão processual. 
Assim, com base na fundamentação exposta, não resta dúvidas sobre a validade da alternativa 
"C". 
Pelo exposto, requer a anulação da questão se impõe. 
 
FONTE: CENTRO DE ESTUDOS JOSÉ ARAS (CEJAS) 
Razões do Recurso: Anulação (por falta de previsão da disciplina de Direito Penal Militar no 
edital e resposta correta C) 
Senhores examinadores, 
O requerente vem pelo presente, respeitosamente requerer a anulação da questão 67, caderno 
TIPO 1, Prova Branca, da primeira fase referente ao XXI Exame. 
Isto porque, data maxima venia, o enunciado e as proposições da referida incidem sobre 
disciplina específica que não foi objeto do edital, seja na Parte material ou Processual. 
Com efeito, a competência Castrense para julgamento de delitos resta prescrita no art. 9º do 
Código Penal Militar, e a definição do juízo competente, no caso em tela, exigiria o 
conhecimento do delito de corrupção passiva previsto no CPM. 
Nesse mesmo raciocínio, os requisitos para capitulação de injusto específico e respectiva 
justiça residem nesse mesmo dispositivo, como a prática de infração em local sujeito a 
administração militar. 
Para que a súmula 90 do STJ e art. 79, I, CPP fossem aplicados era pressuposto que o 
examinando soubesse quanto à existência do delito de corrupção no Código Penal Militar e 
o pressuposto já mencionado, O QUE NÃO FOI REVELADO NO ENUNCIADO. 
Por fim, urge anotar que não há entendimento sumulado quanto à Competência Militar para 
julgamento da corrupção, nos termos quanto mencionada. 
Por tudo isso, requer A ANULAÇÃO DA QUESTÃO, visto quo edital, em que pese 
mencionar legislação penal especial, não exigiu o referido tema, desconsiderando a 
proposição B, como a assertiva correta, e consignando a pontuação referente a respectiva 
questão. 
 
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QUESTÃO 71 – DIREITO DO TRABALHO 
 
As irmãs Rita e Tereza trabalham para o mesmo empregador. Quando Rita engravida, Tereza, 
que não pode ter filhos naturais, resolve adotar uma criança. Assim, logo após o nascimento 
da filha de Rita, Tereza adota uma criança de 6 meses de idade. 
Considerando a situação posta e de acordo com as leis vigentes, assinale a afirmativa correta. 
A) Rita terá garantia no emprego até 5 meses após o parto, enquanto Tereza não. 
B) Ambas sairão em licença maternidade, mas Tereza, por ser mãe adotiva, terá período um 
pouco menor, de 60 dias. 
C) Ambas terão estabilidade de até 5 meses, sendo que, para Rita, o período será contado do 
parto e para Tereza, do momento da adoção. 
D) Ambas terão o salário pago diretamente pelo empregador, enquanto durar a licença 
maternidade. 
 
GABARITO: A 
 
FONTE: PROFESSOR JOSÉ GERVÁSIO (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG 
PROJETO EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (questão com resposta contrária à jurisprudência) 
Quanto ao direito à estabilidade, não há dúvidas de que a gestante possui estabilidade da 
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, atraindo o art. 10, II, “b”, do ADCT. 
A dificuldade do candidato pode ocorrer com a adotante. Isso porque o Tribunal Superior 
do Trabalho possui julgados estendendo o referido direito à adotante. Transcrevemos um 
julgado exemplificativo: 
(...) 
II - RECURSO DE REVISTA. TERMO INICIAL DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
DA MÃE ADOTANTE. DIREITO SOCIAL À FRUIÇÃO DA LICENÇA ADOTANTE 
INDEVIDAMENTE OBSTADO. 
1. O art.7º, XVIII, do texto constitucional concede licença de cento e vinte dias à gestante, 
sem prejuízo do emprego e do salário. Para possibilitar o exercício do direito e proteger, 
antes e depois, a maternidade, o art.10, II, "b", do ADCT da Constituição Federal de 1988 
veda a despedida arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação 
da gravidez até cinco meses após o parto. 
2. A Constituição utiliza o termo "gestante", mas a licença de cento e vinte dias abrange, nos 
termos da parte final do art.7º, caput, da Constituição, o direito social destinado à melhoria 
das condições de trabalho das mães adotantes, previsto no art. 392-A, da CLT, daí que a 
utilização da expressão licença maternidade abrange a licença gestante e a licença adotante. 
3. A licença adotante é um direito social, porque tem por fim assegurar a proteção à 
maternidade (art.6º, da CF), visando a utilização de um tempo à estruturação familiar que 
permita a dedicação exclusiva aos interesses necessários ao desenvolvimento saudável da 
criança. Para a mãe adotante poder alcançar a licença-maternidade sem o risco de ser 
despedida, é preciso que ela também seja beneficiada pela estabilidade provisória 
prevista no art.10, II, "b", do ADCT da Constituição Federal de 1988. 
4. A trabalhadora, mãe adotante, ajuizou o processo de adoção em 5/6/2008, mesma 
data em que recebeu a criança (nascida em 28/5/2008) sob seus cuidados, por 
autorização da mãe biológica e da Vara da Infância e Juventude. 
5. Não tendo ocorridodisputa sobre a guarda, a carecer de decisão judicial que a 
definisse, tem-se que a estabilidade da trabalhadora, mãe adotante, restou 
assegurada a partir do momento em que expressou judicialmente o interesse em 
adotar a criança oferecida, daí computando-se o período de estabilidade, em que 
compreendida a licença adotante. Ou seja, tem direito ao gozo de licença adotante, 
com a estabilidade necessária ao exercício do direito até cinco meses após o 
recebimento da criança a ser adotada. O entendimento de que a autora só se tornaria 
estável após a conclusão do processo de adoção simplesmente inviabilizaria, como 
inviabilizou, o exercício do direito à fruição da licença adotante no curso do contrato, 
contrariando os objetivos do art.392-A, caput e §4º, da CLT. 
6. Assim como as estabilidades do dirigente sindical e do cipeiro têm início a partir 
do registro da candidatura e não da eleição, a da mãe adotante tem início a partir do 
requerimento de adoção e não da sentença transitada em julgado, ainda mais quando 
há registro de autorização da mãe biológica e da Vara da Infância e Juventude para 
o recebimento da criança, pela adotante, no mesmo dia em que ajuizada a ação 
(5/6/2008) e não depois da concretização da guarda provisória (12/6/2008). 
7. A estabilidade da mãe adotante tem, evidentemente, marcos inicial e final distintos 
da mãe gestante. Enquanto a desta tem início a partir da confirmação da gravidez e 
se estende até cinco meses após o parto, a daquela se situa no período de cinco meses 
após a concretização do interesse na adoção, em que inserido o período de licença 
adotante, de cento e vinte dias. 
8. Dessa forma, não merece prosperar a empresa dispensa da empregada sem justa causa 
ocorrida em 11/6/2008, mais precisamente durante o período que corresponderia aos 
direitos à estabilidade e à fruição da licença adotante, ou seja, exatamente um dia antes da 
assinatura, em juízo, do termo de guarda e responsabilidade provisória do menor (que já se 
encontrava com a adotante desde 5/6/2008, por autorização judicial), ao fundamento de que 
não tinha conhecimento do processo de adoção ou da guarda provisória. Aplica-se aqui, em 
última análise, a mesma solução dada à gestante, pela jurisprudência trabalhista. Assim como 
a confirmação da gravidez é fato objetivo, a confirmação do interesse em adotar, quer 
por meio da conclusão do processo de adoção, quer por meio da guarda provisória 
em meio ao processo de adoção, quer por meio de requerimento judicial, 
condicionado à concretização da guarda provisória, é também fato objetivo, a ensejar 
a estabilidade durante o prazo de cinco meses após a guarda provisória e a fruição 
da licença correspondente, de cento e vinte dias. 
9. Verifica-se, portanto, que a empresa obstou o gozo da licença-adotante, 
assegurado à empregada a partir do momento em que expressou interesse em adotar 
a criança oferecida, ou seja, do ajuizamento do processo de adoção. 
Recurso de revista conhecido, por violação do artigo 392-A da CLT, e provido. 
(RR - 200600-19.2008.5.02.0085, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data 
de Julgamento: 05/08/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/08/2015) 
Logo, o TST aceita a possibilidade dessa garantia em diversos julgados, considerando como 
marco inicial o momento do ajuizamento do processo de adoção e não o momento da adoção 
em si. 
Assim, a letra C também está errada. 
Ora, se existe recente julgado do TST em sentido contrário ao gabarito oficial (letra A - que 
considera que a adotante não possui estabilidade), então acreditamos que a banca deve anular 
a questão. 
 
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QUESTÃO 72 – DIREITO DO TRABALHO 
 
O empregado Júlio foi vítima de um assalto, fora do local de trabalho, sem qualquer relação 
com a prestação das suas atividades, sendo baleado e vindo a falecer logo após. O empregado 
deixou viúva e quatro filhos, sendo dois menores impúberes e dois maiores e capazes. 
Dos direitos abaixo listados, indique aquele que não é devido pela empresa e, de acordo com 
a lei de regência, a quem a empresa deve pagar os valores devidos ao falecido. 
A) A indenização de 40% sobre o FGTS não é devida e os valores devidos ao falecido serão 
pagos aos dependentes habilitados perante a Previdência Social. 
B) As férias proporcionais não são devidas e os valores devidos ao falecido serão pagos aos 
herdeiros. 
C) O aviso prévio não é devido e os valores devidos ao falecido serão pagos aos herdeiros. 
D) O 13º salário proporcional não é devido e os valores devidos ao falecido serão pagos aos 
dependentes habilitados perante a Previdência Social. 
 
GABARITO: A 
 
FONTE: PROFESSOR JOSÉ GERVÁSIO (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG 
PROJETO EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “C”) 
Uma ponderação deve ser feita. A letra C aponta que os valores são pagos aos herdeiros. O 
exercício menciona que o trabalhador deixou viúva e quatro filhos, sendo dois maiores e dois 
menores. A viúva e os dois filhos menores são dependentes presumidos, além de serem, em 
princípio, herdeiros. 
Os dois filhos maiores, por outro lado, não têm a idade indicada no exercício. Considerando 
que os filhos maiores podem ter menos de 21 anos e mais de dezoito anos, poderiam ser 
dependentes habilitados e, portanto, beneficiários das verbas rescisórias (além de herdeiros). 
Como se não bastasse, não há indicação de que a habilitação no INSS foi realizada, de 
maneira que, não podendo o candidato presumir essa habilitação, os valores seriam devidos 
aos sucessores na forma da lei civil (ou seja, os herdeiros no caso). 
Assim, acreditamos que a questão deveria ser anulada dada a ausência de especificação do 
enunciado, o que permitiria duas respostas corretas, cada uma dependendo da premissa fática 
adotada pelo leitor. 
 
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QUESTÃO 75 – DIREITO DO TRABALHO 
 
Plínio é empregado da empresa Vigilância e Segurança Ltda., a qual não lhe paga salário há 
dois meses e não lhe fornece vale transporte há cinco meses. Plínio não tem mais condições 
de ir ao trabalho e não consegue prover seu sustento e de sua família. 
Na qualidade de advogado(a) de Plínio, de acordo com a CLT, assinale a opção que melhor 
atende aos interesses do seu cliente. 
A) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do descumprimento do 
contrato por não concessão do vale transporte, podendo permanecer, ou não, no serviço até 
decisão do processo. 
B) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do descumprimento do 
contrato por mora salarial. 
C) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do descumprimento do 
contrato por não concessão do vale transporte, mas deverá continuar trabalhando até a data 
da sentença. 
D) Propor uma ação trabalhista pedindo as parcelas decorrentes da ruptura contratual por 
pedido de demissão, além do vale transporte e salários atrasados e indenização por dano 
moral, mas seu cliente deve pedir demissão. 
 
GABARITO: A 
 
FONTE: PROFESSOR JOSÉ GERVÁSIO (GRAN CURSOS ONLINE – BLOG 
PROJETO EXAME DE ORDEM: A CARTEIRA É MINHA) 
Razões do Recurso: Anulação (questão com duas respostas – “B”) 
Já no caso da letra B, o gabarito oficial aponta como errada. Entretanto, é completamente 
equivocado o gabarito. O item menciona que poderia haver pedido de rescisão indireta pela 
mora salarial, o que, de fato, pode. Acreditamos que a banca está aplicando o conceito de 
“mora salarial” previsto no art. 2º, § 1º, Decreto-Lei 368/68, o qual prevê: 
Artigo 2º - A empresa em mora contumaz relativamente a salários não poderá, além do 
disposto no Art.1, ser favorecida com qualquer benefício de natureza fiscal, tributária, ou 
financeira, por parte de órgãos da União, dos Estados ou dos Municípios, ou de que estes 
participem. 
§ 1º - Considera-se mora contumaz o atraso ou sonegação de salários devidos aos 
empregados, por período igual ou superior a 3 (três) meses, sem motivo grave e relevante, 
excluídas as causas pertinentes ao risco do empreendimento. 
§ 2º - Não se incluem na proibição do artigo as operações de crédito destinadas à liquidação 
dos débitos salariais existentes, o que deverá ser expressamente referido em documento 
firmado pelo responsável legal da empresa, como justificação do crédito. 
 Todavia, o Tribunal Superior do Trabalho possui jurisprudência consolidada no 
sentido de que não é necessário aguardar 3 meses para se pedir rescisão indireta, 
sendo que a previsão legal mencionada se refere aos benefícios fiscais, financeiros e 
tributários e não à rescisão indireta. 
Logo, mesmo que o atraso seja inferior a 3 meses, pode haver pedido de rescisão indireta. 
Vejamos diversos julgados de 6 Turmas do TST: 
RESCISÃO INDIRETA. MORA SALARIAL. CONFIGURAÇÃO. 
O Decreto-lei n.º 368/1968 apenas repercute nas esferas administrativa, penal e fiscal, 
e não na trabalhista em sentido estrito. Assim, no âmbito do Direito do Trabalho, a 
mora contumaz ali albergada somente tem importância para a área da fiscalização a 
cargo dos órgãos de inspeção do trabalho, não incidindo no campo do direito 
individual, para fins de caracterização do ato faltoso do empregador. Até porque o 
prazo previsto no § 1º do artigo 2º do referido diploma legal - três meses - é 
extremamente longo para ter aplicação no domínio contratual, mormente 
considerando-se a natureza alimentar do crédito devido ao obreiro. Não é crível que 
um empregado tenha que aguardar pacificamente mais de noventa dias para receber 
a contraprestação pecuniária pelo trabalho já realizado. Dessa forma, o atraso no 
pagamento dos salários, independentemente de configurar a mora contumaz nos 
moldes do artigo 2º, § 1º, do Decreto-lei n.º 368/1968, e desde que não seja meramente 
eventual, caracteriza inadimplemento das obrigações contratuais por parte do 
empregador, ensejando a resolução do contrato por ato culposo da reclamada, na 
forma do artigo 483, d, da Consolidação das Leis do Trabalho, que dispõe: o empregado 
poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando (...) não 
cumprir o empregador as obrigações do contrato-. Lembre-se que o salário é a principal 
obrigação do empregador no âmbito do contrato de trabalho. 
Agravo de instrumento a que se nega provimento. 
(AIRR - 2159-09.2010.5.12.0000, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 
11/09/2013, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/09/2013) 
RECURSO DE REVISTA 1. RESCISÃO INDIRETA. MORA SALARIAL. 
O Tribunal Regional concluiu pela existência de motivos suficientes a ensejar a pleiteada 
rescisão indireta. Explicitou que o atraso e parcelamento no pagamento das verbas salariais 
autorizaram a ruptura contratual por culpa do empregador, à luz do artigo 483 da CLT. No 
tocante ao referido dispositivo Consolidado, há significativa corrente jurisprudencial no 
sentido de caracterizar a mora salarial como justa causa do empregador. Na hipótese dos 
autos, restou evidenciado o pagamento a destempo de salários. Assim, a conduta 
empresarial, considerada em seu conjunto, com o atraso reiterado de salários, mesmo 
sem acumular três meses, revelou-se suficientemente grave, ensejando a rescisão 
indireta do contrato de trabalho, porque a impontualidade do empregador provoca 
uma enorme instabilidade ao empregado, que deixa de cumprir seus compromissos, 
sem falar no próprio sustento e de sua família. 
Recurso de revista conhecido e desprovido. 
(...) 
(RR - 91600-98.2009.5.15.0146, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data 
de Julgamento: 14/12/2011, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2011) 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 1. RESCISÃO INDIRETA 
DO CONTRATO DE TRABALHO. GRAVE INFRAÇÃO DO EMPREGADOR. NÃO 
COMPROVAÇÃO. AFASTAMENTO DO TRABALHO PELO OBREIRO COM 
PROPOSITURA IMEDIATA DA AÇÃO. PEDIDO DE DEMISSÃO. 
RECONHECIMENTO. 2. FGTS. 3. MULTAS DOS ARTS. 467 E 477, § 8º, DA CLT 
INDEVIDAS. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. 
O contrato de trabalho, tendo parte relevante de seu conteúdo formada por determinações 
de regras constitucionais, legais e oriundas da negociação coletiva, deve ser cumprido como 
um todo, quer pelo obreiro, quer pelo empregador. O grave descumprimento do 
conteúdo do contrato, qualquer que seja a origem da estipulação, configura, sem 
dúvida, a falta prevista na alínea "d" do art. 483 da Consolidação Trabalhista. 
Registre-se que a mora salarial reiterada, ainda que não atingido prazo igual ou 
superior a três meses, é fator de rescisão indireta, em face da severidade da falta do 
empregador: afinal, é pacífico no Direito do Trabalho ter o salário natureza 
alimentar, e o retardo em seu pagamento, sendo o demorado e repetido, constitui, 
sem dúvida, infração de forte intensidade. Em conformidade com a jurisprudência desta 
Corte, o descumprimento de obrigação essencial do contrato de trabalho, tal como ausência 
de pagamento pontual do salário, consubstancia justificativa suficientemente grave para 
configurar a justa causa, por culpa do empregador, a ensejar a rescisão indireta do pacto 
laboral, nos termos do artigo 483, "d", da CLT. Precedentes. No caso concreto, informa o 
acórdão regional que os elementos de prova constantes dos autos demonstram que o 
Reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista quando ainda vigente o contrato de 
trabalho (na data de 29.01.2014) após um único atraso no pagamento do salário (atraso 
salarial referente ao mês de dezembro de 2013) - premissa fática inconteste à luz da Súmula 
126/TST -, o que evidencia a ausência de reiteração da mora salarial configuradora da justa 
causa do empregador. Assim, deve ser mantido o acórdão do TRT que considerou a hipótese 
de afastamento laboral do trabalhador e ajuizamento da reclamatória trabalhista como pedido 
de demissão do Reclamante. De toda maneira, decidindo o Juiz de Primeiro Grau e o TRT 
a matéria fática, torna-se inviável ao TST revolver a prova para atingir conclusão diferente. 
Assim, não há como assegurar o processamento do recurso de revista quando o agravo de 
instrumento interposto não desconstitui os termos da decisão denegatória, que subsiste por 
seus próprios fundamentos. 
Agravo de instrumento desprovido. 
(AIRR - 10156-85.2014.5.18.0016, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de 
Julgamento: 25/03/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/03/2015) 
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. MORA SALARIAL. 
CONFIGURAÇÃO. 
Não é necessário que o atraso no pagamento dos salários se dê por período igual ou 
superior a três meses, para que se configure a mora salarial justificadora da rescisão 
indireta do contrato de trabalho (DL 368/1968, art. 2º, § 1º). O atraso no pagamento 
de salários por dois meses já autoriza a rescisão indireta do contrato de trabalho por 
culpa do empregador, fundado no art. 483, alínea -d- da CLT. 
Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. 
(RR - 13000-94.2007.5.06.0401, Relator Ministro: João Batista Brito Pereira, Data de 
Julgamento: 11/05/2011, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/05/2011) 
RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO INDIRETA. MORA SALARIAL. 
Não é necessário que o atraso no pagamento dos salários se dê por período igual ou superior 
a três meses, para que se configure a mora salarial justificadora da rescisão indireta do 
contrato de trabalho. O Decreto-Lei nº 368/68 diz respeito apenas aos efeitos 
administrativos e fiscais em desfavor da empresa com débitos salariais com seus empregados, 
de modo que o prazo amplo de três meses para a incidênciadas restrições nele previstas se 
justifica, nesse aspecto, a fim de viabilizar a reorganização da empresa e a quitação de suas 
dívidas. 2. Quando, no entanto, entra-se na seara do Direito do Trabalho, o prazo de três 
meses previsto no § 1º do artigo 2º da referida lei é extremamente longo, na medida em que 
o salário tem natureza reconhecidamente alimentar. Assim, não é justificável que um 
empregado tenha que aguardar pacificamente mais de noventa dias para receber a 
contraprestação pecuniária pelo trabalho já prestado. 3. No caso, o Tribunal Regional 
consignou que a reclamante recebia salários errados, atrasados, e defasados durante anos, o 
que já justifica a rescisão indireta do contrato de trabalho por culpa do empregador, fundada 
no art. 483, d, da CLT. 
Recurso de revista de que não se conhece. 
(RR - 1172-05.2010.5.07.0002, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de 
Julgamento: 19/02/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 21/02/2014) 
RECURSO DE REVISTA. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. 
MORA SALARIAL. 
O quadro fático delineado no acórdão recorrido revela que, à época do ajuizamento da 
presente ação, o reclamado devia ao reclamante dois meses de salário e uma parcela da 
gratificação natalina. O Tribunal Regional considerou que o atraso salarial inferior a três 
meses não caracteriza falta grave do empregador, apta a ensejar a rescisão indireta do contrato 
de trabalho. Tal decisão ofende o artigo 483, "d", da CLT, pois restou evidente o 
descumprimento de importante obrigação contratual por parte do empregador. 
Considerando-se que o salário tem natureza alimentar, não é razoável exigir do 
empregado que suporte três meses de trabalho sem a competente paga, para, só 
depois, pleitear em juízo a rescisão do contrato, por justa causa do empregador. O 
atraso salarial de apenas um mês já é suficiente para causar grandes transtornos ao 
trabalhador, que se vê privado de sua única ou principal fonte de renda e, 
consequentemente, fica impedido de prover o sustento próprio e de seus familiares, 
bem como de honrar seus compromissos financeiros. O conceito de mora contumaz, 
estabelecido no § 1º do artigo 2º do Decreto-Lei nº 368/68, destina-se apenas a nortear 
procedimentos de natureza fiscal e penal, não interferindo nos regramentos atinentes à 
rescisão do contrato de trabalho. 
(...) 
(RR - 771212-38.2001.5.06.5555, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de Julgamento: 
27/08/2008, 7ª Turma, Data de Publicação: DJ 05/09/2008) 
Logo, acreditamos deve a banca considerar a letra B também verdadeira ou invalidar a 
questão. 
 
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