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Trabalho de Filosofia: Ciência e Filosofia

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ANÁLISE CRÍTICA: A CIÊNCIA E A FILOSOFIA 
Rafael da Costa Cavalcante
Tiago Pereira Silva
Trabalho apresentado ao curso de Graduação em Administração como quesito de obtenção de nota para conclusão da matéria de Filosofia.
Prof(a). Márcia Simões Mattos
Rio de Janeiro
2016
INTRODUÇÃO
A palavra Filosofia é composta de duas outras palavras de origem grega: Filos, que significa amor, amizade, e Sofia, que traduzimos como sabedoria ou conhecimento. É a Pitágoras de Samos (571 a.C. – 496 a.C.) que se atribui a invenção da palavra. Este, quando solicitado por um rei a demonstrar seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas Filósofo, ou seja, amigo da sabedoria.
Na Grécia Antiga, e tentando definir melhor o sentido da Filosofia, Platão (428 a.C. – 347 a.C.) mostra que o amor (Filos) é carência, desejo de algo que não se tem. Logo, a Filosofia é carência, mas também recursos para buscar o que se precisa, e o filósofo não é aquele que possui o saber, mas sim quem busca conhecer continuamente. A filosofia consiste na busca da verdade nos mais diversos aspectos, quando se trata de eventos explicáveis cientificamente, a filosofia tende a andar de mãos dadas com a ciência, o ponto dissonante entre as duas áreas diz respeito em especial a áreas que não podem ser explicadas 100% cientificamente, ao contrário da ciência que consiste na aplicação de teorias já testadas e aceitas pelo meio científico para a explicação de determinados eventos que permeiam o nosso dia a dia vendo o objeto de maneira isolada não levando em consideração o todo.
As bombas atômicas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial (Hiroshima e Nagasaki, 1945) serão um exemplo prático do tema abordado por esta atividade, a partir de reflexões filosóficas faremos uma análise crítica entre a “Ciência e Filosofia” onde a ciência busca avanços para a humanidade, mas alguns de maneira errônea às aplicam para o mal.
CONTEXTO HISTÓRICO NA CRIAÇÃODAS BOMBAS AÔMICAS
A história da bomba atômica pode ser contada a partir da descoberta do nêutron, em 1932, o que mudou completamente os métodos de estudo das propriedades do núcleo atômico. O físico inglês Ernest Rutherford realizou várias pesquisas sobre a estrutura do átomo, utilizando as partículas alfa. Ao longo dos anos 30, foram feitas inúmeras descobertas em relação ao núcleo do átomo. Cientistas como Otto Hahn e Lise Meitner, bombardearam átomos de urânio com nêutrons e conseguiram provar que o núcleo desse átomo é dividido em núcleos menores. Eles ainda descobriram que o urânio pode fissionar os elementos bário e criptônio. A partir destas descobertas, os cientistas perceberam a possibilidade de criar uma reação em cadeia que poderia gerar grandes quantidades de energia. Os estudiosos sabiam que, se a reação em cadeia ocorresse de maneira descontrolada, à liberação de energia seria enorme, provocando uma explosão com alto poder de destruição.
Em 1939, Einstein admitiu a possibilidade de construção de uma bomba atômica e, no início da década de 40, a ideia começou a ser espalhada. Muitos dos cientistas que pesquisavam sobre fissão e fusão nuclear, dentre os quais estavam Einstein e Lise Meitner, se refugiaram em outros países fugindo do nazismo e do fascismo.
Em 1941, os Estados Unidos da América entraram na Segunda Guerra Mundial após o bombardeio de Pearl Harbor, efetuado pela Marinha Imperial Japonesa na manhã do dia 07 de dezembro de 1941. Naquela época, Adolf Hitler á tinha invadido vários países da Europa. Em 1945, após o ataque japonês, uma equipe liderada por J. Robert Oppenheimer construiu uma bomba de fissão nuclear, com a realização dos primeiros testes no deserto do Novo México. Em julho foram realizados os primeiros testes para a detonação da bomba. Naquele mesmo ano, os nazistas se renderam, porém os japoneses não fizeram o mesmo. Assim, aviões norte-americanos bombardearam a cidade de Tóquio com bombas incendiárias e, após isto, o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Harry Truman, autorizou o uso da bomba atômica. No dia 06 de agosto de 1945, a bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima e, três dias depois, outra bomba foi detonada sobre a cidade de Nagasaki, causando aproximadamente 350.000 mil mortes em ambas as cidades, sendo considerado o maior ataque à população civil da história, segundo alguns estudiosos, este fato marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
REFLEXÕES FILOSÓFICAS 
Desde os tempos primitivos, com o domínio do fogo, com a invenção de ferramentas de caça, cada vez mais aperfeiçoadas ao longo de gerações, o ser humano demonstra um desejo de manipular os elementos, de modo a controlar a natureza, ou seja, um desejo de deter o poder, de ser o mais inteligente, o mais bem adaptado, o melhor. A ciência veio contribuir muito para a realização deste desejo do homem, tornando-se o conhecimento científico poderoso.
A combinação de fatores sócio-históricos gerou grandes distorções, como o fato de a ciência, tornada laica pelo iluminismo europeu, ganhar status religioso em doutrinas como o positivismo e outras durante o século XIX e XX. É neste ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência que surge Karl Popper, que se tornaria o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem nos dias de hoje, ele fala sobre a teoria científica:
"Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões claras as quais poderão ser testadas."
 Com as descobertas de Descartes, Bacon, Copérnico, Galileu e Newton nos séculos XVI e XVII até a era da industrialização, com a invenção da máquina, que o ritmo de evolução da ciência aumentou de forma significativa que a cada momento nos deparamos com uma inovação tecnológica, O problema não é a ciência evoluir ao ritmo de hoje, não são os benefícios e os riscos que ela acarreta que deveriam impor que ela se faça ou se proíba, o problema é a direção que o desenvolvimento científico toma, o homem e a sua ambição pelo poder, ele é o grande responsável, pois por vezes seus avanços estão em descompromisso às expectativas da sociedade.
A globalização outrora tinha o compromisso de compartilhar os avanços científicos, em conformidade com valores morais e éticos das sociedades, Segundo Sócrates (470-399 a.C.) e Platão (428-347 a.C.),afirmam que a ética é universal, que alcance indistintamente a humanidade inteira, independentemente do tempo e da história. Para eles, a busca do bem coincide com a dedicação ao conhecimento da verdade, que implica no desejo de uma vida virtuosa, honesta e digna. Segundo Sócrates e Platão, existem valores intemporais, abstratos e universais que ultrapassam e superam os contextos históricos, porém interesses políticos e econômicos de governos presos ainda ao mundo sensível das sombras quebram esta conformidade, acarretando danos irreparáveis como citado no caso das bombas atômicas neste texto. Para Platão, devemos nos libertar da sedução dos sentidos para atingir a verdade pelo mundo da ideia, ou seja, encontrar a luz para um bem comum.
Os desastres das explosões das bombas atômicas exemplificam bem como um avanço científico, coma fissão nuclear, antes descoberta para fins pacíficos na geração de energia, foi utilizada para fins militares no simples intuito de matar. Einstein e Robert Oppenheimer sentiram-se profundamente responsáveis perante a humanidade pelas consequências de suas descobertas.
 “A ciência, que devia ter por fim o bem da humanidade, infelizmente concorre na obra de destruição e inventa constantemente novos meios de matar o maior número de homens no tempo mais curto”
LÉO TOLSTOI, CONFISSÕES
Segundo Sócrates (470-399 a.C.) e Platão (428-347 a.C.),afirmam que a ética é universal, que alcance indistintamentea humanidade inteira, independentemente do tempo e da história. Para eles, a busca do bem coincide com a dedicação ao conhecimento da verdade, que implica no desejo de uma vida virtuosa, honesta e digna. Segundo Sócrates e Platão, existem valores intemporais, abstratos e universais que ultrapassam e superam os contextos históricos.
CONCLUSÃO
A ciência e a filosofia procurar compreender o mundo e o nosso lugar como agentes de conhecimento. A filosofia renunciando à descrição e classificação minuciosas dos múltiplos fenômenos da natureza, deixando isso como tarefa para as ciências particulares. Os fenômenos que parecem exigir modelos de explicação estatística de uma originalidade surpreendente como um exemplo de como os resultados da física exigem que repensemos questões metodológicas, mas o que fornece à filosofia um espectro ainda mais rico de novas formas conceituais de lidar com o mundo é também a capacidade, por parte dos que fazem aquelas ciências, para imaginar novos esquemas que dão conta dos novos dados.
A construção do conhecimento crítico-reflexivo encontra sustentação nas condições reais sociais. Dessa forma, reconhece as estruturas da sociedade, na qual os homens estão inseridos e onde são sujeitos ativos e pensantes, bem como autores da dinâmica que dialeticamente alteram o curso das coisas em nome de um fim que é o próprio homem.
"Vejo as nossas teorias científicas como invenções humanas" como redes concebidas por nós para apanhar o mundo. Elas diferem, sem dúvida, das invenções dos poetas e até das invenções dos técnicos. As teorias não são instrumentos. O que temos em mira é a verdade: testamos as nossas teorias na esperança de eliminar as que não sejam verdadeiras. Deste modo, podemos conseguir melhorar as nossas teorias "até como instrumentos", ao fazer redes cada vez mais bem adaptadas para apanhar o nosso peixe, o mundo real. Contudo, elas nunca serão instrumentos perfeitos para esse fim. Elas são redes racionais de nossa autoria e não deveriam ser tomadas, erradamente, por uma representação completa do mundo real em todos os seus aspectos. “Nem mesmo se forem altamente bem sucedidas; nem mesmo se parecerem dar excelentes aproximações da realidade”. (Karl Popper)

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