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COMENTÁRIO BÍBLICO NVI A N T I G O E N O V O T E S T A M E N T O S F.F. Bruce O r g a n i z a d o r Editor geral F. F. BRUCE Comentário bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos Tradução Valdemar Kroker 1. edição, 2008 Ia reimpressão, 2009 is/ Vida Vida ©1979, de Pickering & Inglis Ltd. Título do original New International Bible Commentary edição publicada pela G ra n d R apids Uma divisão da Z o n dervan (Grand Rapids, Michigan, EUA) Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Vida. P roibida a r e pro d u ç ã o p o r quaisq u er m e io s , salvo e m breves citações , c o m in d ic a ç ã o da f o n t e . Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NV1), ©2001, publicada por Editora Vida, salvo indicação em contrário. Todos os grifos são dos autores. E d it o r a V ida Rua Júlio de Castilhos, 280 CEP 03059-000 São Paulo, SP Tel: 0 xx 11 2618 7000 Fax: 0 xx 11 2618 7044 www.editoravida.com.br www.vidaacademica.net Editor responsável: Sônia Freire Lula Almeida Editor-assistente: Gisele Romão da Cruz Santiago Edição: Daniel de Oliveira Revisão: Josemar de Souza Pinto Assistente editorial: Alexandra Resende Diagramação: Efanet Design Capa: Arte Peniel 1. edição: 2008 I a reimpressão: mar. 2009 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bruce, F. F. Com entário Bíblico N V I : Antigo e Novo Testamento / editor geral F. F. Bruce; tradução: Valdemar Kroker. — São Paulo : Editora Vida, 2008. Título original: New International Bible commentary based on the NVI ISB N 978-85 -3 8 3 -0 0 8 5 -4 1. Bíblia. A.T. — Comentários 2. Bíblia. N.T. — Comentários I. Bruce, FFrederick Fyvie, 1910-1990. C D D -2 2 1 .7 0 8 -0 8 6 3 6 -2 2 5 .7 índices para catálogo sistemático: 1. Antigo Testamento : Bíblia : Comentários 221.7 1. Novo Testamento : Bíblia : Comentários 225.7 Sumário Prefácios................................................................................................................ix Lista dos colaboradores..................................................................................... xi A breviações........................................................................................................ xiv Livros e R evistas................................................................................................xv Abreviações g e ra is ........................................................................................... xvi P arte um : A rtigos gerais — O A ntigo T estamento O Antigo Testam ento e o cristão - F. F. Bruce..............................................3 O texto do Antigo Testam ento - Alan R. M illard........................................14 As versões antigas - Robert P. G ordon...........................................................19 O cânon e os apócrifos - Gerald F. H aw thorne ........................................... 33 A arqueologia e o Antigo Testam ento - D. J. W isem an........................... 54 0 pano de fundo geral do Antigo Testam ento - J. M. H ouston ...............62 A teologia do Antigo Testam ento - H. L. E llison ...................................... 76 A interpretação do Antigo Testam ento - Harold H. R ow don..................93 Introdução ao Pentateuco - David J. A. C lin es ........................................... 109 Introdução aos livros históricos - L. O’B. David Featherstone............... 117 A cronologia do Antigo Testam ento - F. F. Bruce....................................123 Introdução aos livros poéticos - F. F. Bruce.............................................125 Introdução à literatura sapiencial - F. F. Bruce........................................131 Introdução aos livros proféticos - G. C. D. H owley....................................137 P arte dois: O A ntigo T estamento Gênesis - H. L. Ellison; David F. P ayne.....................................................151 Êxodo - Robert P. G ordon..............................................................................205 Levítico - Robert P. Gordon...........................................................................261 Números - T . Carson....................................................................................... 295 Deuteronômio - Peter E. C ousins................................................................353 Josué - John P. U. L illey.................................................................................390 Juizes - Carl Edwin Arm erding.....................................................................422 Rute - Charles A. O xley..................................................................................465 1 e 2Samuel - Laurence E. Porter.................................................................475 1 e 2Reis - Charles G. M artin .........................................................................537 1 e 2Crônicas - J. Keir Howard...................................................................... 604 Esdras - Stephen S. S h o rt................................................................................668 Neemias - Stephen S. Short............................................................................680 Ester - John T . Bendor-Samuel..................................................................... 694 Jó - David J. A. C lines......................................................................................711 Sumário Salmos - Leslie C. Allen; John W. Baigent................................................. 756 Provérbios - Charles G. M artin .................................................................... ..905 Eclesiastes - Donald C. Flem ing.................................................................. 957 Cântico dos Cânticos - R. W. O rr....................................................................973 Isaias - David F. Payne....................................................................................989 Jeremias - D. J. W iseman.............................................................................. 1059 Lamentações - W. O sborne.......................................................................... 1110 Ezequiel - F. F. B ru ce .................................................................................. 1119 Daniel - Alan R. M illard............................................................................... 1174 Oséias - G. J. Polkinghome ........ ..................................................................1209 Joel - Paul E. Leonard....................................................................................1228 Amós - J. Keir H ow ard ............................................. ..................................... 1239 Obadias - W. Ward G asque................................................... .................. ....1269 Jonas - Michael C. G riffiths.......................................................................... 1272 Miquéias - David J. C lark ............................... ..............................................1289 Naum - E. M. Blaiklock................................. ...............................................1303 Habacuque - Alan G. N u te ............................................................... ......... 1309 Sofonias - Victor A. S. R eid........................................................................... 1320 Ageu - F. Roy C oad........................................................................................ 1331 Zacarias - David J. E llis ................................................................................ 1337 Malaquias - W. Ward G asq u e ............................ .......................................... 1372 P arte três: A rtigos gerais — O N o v o T estamento A autoridade do Novo Testam ento - G. C. D. H ow ley ..................... ...1383 Texto e cânon do Novo Testam ento - David F. Payne........................1394 A língua do Novo Testam ento - David J. A. C lines...... ........................ 1403 Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento - Alan R. M illard.............................................................................. .............1413 O pano de fundo social do Novo Testam ento - J. M. H ouston............1422 O pano de fundo histórico-político e a cronologia do Novo Testam ento - Harold H. Row don..............................................1438 O pano de fundo religioso do Novo Testam ento (pagão) - Harold H. R ow don....................................................................................1451 O pano de fundo religioso do Novo Testam ento (judaico) - H. L. Ellison............................................................................................... 1458 O desenvolvimento da doutrina no Novo Testam ento - Walter L. L iefeld ..................................................................... .................1467 O evangelho quádruplo - F. F. B ru ce ........................................................1485 A igreja apostólica - F. Roy C oad ...............................................................1499 As cartas de Paulo - G. C. D. Howley.........................................................1515 As epístolas gerais - F. F. B ru ce ................................................................. 1530 O uso neotestamentário do Antigo Testam ento - David J. E llis ..... .1538 VI Sumário P arte quatro : O N o v o T estamento Mateus - H. L. Ellison...................................................................................1553 Marcos - Stephen S. Short.............................................................................1602 Lucas - Laurence E. Porter.......................................................................... 1637 João - David J. E llis....................................................................................... 1702 Atos - Ernest H. Trenchard.......................................................................... 1753 Romanos - Leslie C. A llen .......................................................................... 1823 ICoríntios - Paul W. M arsh...........................................................................1868 2Coríntios - David J. A. C lines....................................................................1927 Gálatas - F. Roy C o ad ............................... ................................................... 1964 Efésios - George E. H arp u r......................................................................... 1983 Filipenses - H. C. H ew le tt.......................................................................... 2000 Colossenses - Ernest G. Ashby....................................................................2016 1 e 2Tessalonicenses - Peter E. C ousins................................................. 2029 1 e 2Timóteo / Tito - Alan G. N u te ..........................................................2046 Filemom - Ernest G. A shby........................................................................ 2082 Hebreus - Gerald F. H aw thorne.................................................................2085 Tiago - T . C arson .......................................................................................... 2130 IPedro - G. J. Polkinghorne........................................................................ 2153 2Pedro - David F. P ayne............................................................................. 2173 1, 2 e 3 João - R. W. O rr................................................................................. 2183 Judas - David F. P ayne.................................................................................2208 Apocalipse - F. F. B ruce...............................................................................2212 Mapas N? Título Página N? Título Página 1 A divisa Israel-Judá 23 Distritos de Salomão............................. ......548 (IRs 15; 2Cr 13—16)................. 24 O Reino do N orte................................. ......563 2 Canaã dos patriarcas................... .................112 25 Invasões síria e assíria............................ ......584 3 A península do Sinai....................................260 26 A queda de Judá..................................... ......602 4 Jerico.............................................................394 27 O retomo à terra.................................... ..... 684 5 Ai e Betei.................................... .................400 28 A terra dos profetas............................... .... 1037 6 As cidades dos heveus................ .................401 29 O mundo dos profetas........................... ,... 1044 7 A campanha no su l.......................................402 3 0 As estradas principais na época dos romanos ... 1426 8 A campanha no norte................. .................404 31 A Palestina dos evangelhos....................... 1431 9 Palestina e Transjordânia.......... .................406 3 2 Asia Menor.................................................. 1433 10 O território oriental....................................407 33 As viagens de Paulo............................... .... 1434 11 Judá, a divisa ao norte................ .................408 34 O Oriente Médio nos tempos dos patriarcas ... 2261 12 Judá, a divisa ao sul......................................408 35 O êxodo e a conquista de Canaã.......... .... 2262 13 Judá ocidental............................. .................409 36 0 império de Davi e Salomão.............. .... 2263 14 Judá oriental............................... .................410 37 O reino dividido..................................... .... 2264 15 Efraim e Manassés.......................................411 3 8 A vida e o ministério de Jesus.............. .... 2265 16 Benjamim.................................... .................412 39 Primeira e segunda viagens missionárias 17 Simeão..........................................................413 de Paulo.................................................. .... 2266 18 D ã ................................................ .................414 40 Terceira viagem missionária de Paulo 19 Norte da Galiléia.........................................416 e viagem a Roma................................... .... 2267 20 Sul da Galiléia............................ .................417 4 1 0 Império Romano na época do 21 Guerras dos juizes........................................436 Novo Testamento................................. .... 2268 22 Ataques dos filisteus....................................488 42 Mapa físico da Terra Santa....................... 2269 M apa 1 — A divisa Israel-Judá (IR s 15; 2C r 13— 16) viu Prefácio à primeira edição Este volume representa uma ampliação surgida a partir da publicação do A New Testament Commentary, em 1969. Cristãos evangélicos de todos os segmentos rece beram muito bem aquela obra, e houve muitos pedidos para que se publicasse um livro abrangendo a Bíblia toda. Foi possível aumentar a nossa equipe inicial, e a presente obra é o resultado disso. Fomos encorajados pela reação daqueles que tão prontamente decidiram fazer parte do corpo de colaboradores. Uma alegria especial que experimentei é que quase todos os membros da equipe de autores estão ligados a mim por laços de amizade pessoal. Desde quando saiu o volume anterior, passei por um período de grave enfermidade, que deixou sua marca, e não poderia ter assumido a responsabilidade de editor geral não fosse a ajuda e o conselho constantes do professor F. F. Bruce. Na parte do Novo Testa mento, o sr. H. L. Ellison atuou como editor consultor; na seção do Antigo Testamento, ele também prestou ajuda valiosa em uma série de questões, talvez especialmente no seu trabalho editorial no livro de Números, além do seu artigo sobre a Teologia do Antigo Testamento e o seu comentário sobre Gênesis 1— 11. Os estudos bíblicos nunca podem permanecer estáticos, pois a passagem do tempo traz nova luz sobre o texto, seja com referência a dados históricos ou a outros dados factuais em conseqüência de novas descobertas, seja por intermédio de percepções de estudiosos e outros que se aplicam a refletir sobre a Palavra de Deus. A atmosfera atual do pensamento teológico é tal que correntes muito diferentes são discerníveis, tanto liberais quanto conservadoras. O propósito deste comentário é fornecer uma base para a exegese das Escrituras que procura estar atualizada. A natureza da obra evita a ênfase em aspectos devocionais ou exortativos; antes, ocupa-se em fazer um exame detalhado do texto como tal. Embora a perspectiva seja conservadora, não será (assim esperamos) obscurantista. Queremos colocar nas mãos de cristãos de todas as cor rentes e denominações uma obra que esteja assentada sobre a crença histórica e orto doxa na autoridade das Escrituras Sagradas. Procuramos evitar ser meramente acadêmicos; nosso objetivo é atrair a atenção tanto dos que não são experts em teologia como daqueles que têm uma formação mais ampla e percepções mais profundas nesse campo de estudo. Embora tenhamos tentado nos atua-lizar em todo o material, é compreensível que em algumas questões talvez nunca se alcancem as conclusões definitivas, em virtude de novos fatores que surgem de tempos em tempos. Os artigos que precedem cada seção do comentário cobrem um amplo leque de assuntos, e esperamos que se mostrem tão valiosos como acrés cimos à obra quanto o foram os artigos incluídos no A New Testament Commentary. Convidamos colaboradores de diferentes ramos da igreja cristã, que não se limi tam a nenhum grupo ou denominação. Eles demonstram uma atitude objetiva e Prefácios positiva no seu trabalho, com liberdade para expressar suas idéias com relação aos assuntos que estão tratando, sem nenhuma tentativa de forçar suas contribuições para que caibam em um molde comum e uniforme. A Revised Standard Yersion da Bíblia foi usada como texto-base, e expressamos nossa gratidão ao Concílio Nacional das Igrejas de Cristo nos Estados Unidos pela permissão para usarmos esse texto. Como no volume anterior, lançamos esta obra com oração pela bênção de Deus sobre ela e sobre todos os que consultarem suas páginas ou refletirem sobre seu conteúdo para a edificação e fortalecimento da sua vida espiritual. G. C. D. Howley Prefácio à segunda edição A característica marcante desta nova edição do Bible Commentary for Today é a substituição da Revised Standard Version (Versão Revisada Padrão) pela New International Version (Nova Versão Internacional) como texto-base. Aproveitamos a oportunidade para fazer algumas correções e atualizações menores, especialmente nas bibliografias. Além do falecido sr. Andrew Gray, cujo trabalho em adaptar o comentário à New International Version é reconhecido a seguir, o dr. Robert P. Gordon e o sr. David G. Deboys fizeram contribuições muito valiosas no preparo desta edição. Desde que a primeira edição foi publicada em 1979, dois membros da equipe editorial faleceram — sr. G. C. D. Howley e sr. H. L. Ellison. Esses dois homens investiram muito tempo de trabalho árduo neste Comentário, especialmente o sr. Howley, editor-chefe, para quem esta obra se torna um monumento digno e permanente. E E Bruce Dedicado ao falecido sr. Andrew Gray D.S.C., M.A., que dedicou muitas horas ao preparo desta nova edição. Lista de colaboradores L e s l ie C. A l l e n , M .A ., Ph.D., professor de Antigo Testam ento no Fuller Theological Seminary, Pasadena, California, E U A . Salmos, Romanos. C a rl E d w in A r m e r d in g , B.C., Ph.D., reitor e professor de Antigo T esta mento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá. Juizes. E r n e s t G. Ashby, B .A ., B .D ., M .A ., A .K .C ., ex-diretor de Educação Reli giosa na Tottenham Grammar School (antiga T h e Somerset School). Colossenses, Filemom. J o h n W. Ba ig e n t , B.D., A.R.C.O., professor de Bíblia, pastor e conferencista em convenções, ex-professor sênior e diretor de Estudos Religiosos no W est London Institute of Higher Education. Salmos. J o h n T . B e n d o r -S a m u e l , M.A., Ph.D ., v ic e - p r e s id e n t e e x e c u t iv o n o W y cliffe B ib le T ra n s la to rs a n d S u m m e r I n s t i tu te o f L in g u is tic s . Ester. E. M. B la ik lo ck (já falecido), O .B .E ., M.A., Litt.D., professor emérito de Estudos Clássicos na Auckland University, Nova Zelândia. Naum. F . F . B r u c e , MA., D.D., F .B .A ., professor emérito de Crítica Bíblica e Exegese na Universidade de Manchester. 0 Antigo Testamento e o cris tão, A cronologia do Antigo Testamento, Introdução aos livros poéticos/à literatura sapiential, Ezequiel, 0 evangelho quádruplo, As epístolas gerais, Apocalipse. T . C arso n , M.A., Dip.Ed, editor da Australian Missionary Tidings. Números, Tiago. D avid J. C lark , M.A., B .D ., P h .D ., A.L.B.C., consultor de tradução na United Bible Societies, Port Moresby, Papua, Nova Guiné. Miquêias. D avid J. A. C l in e s , M.A., professor de Estudos Bíblicos na Universidade de Sheffield. Jó, 2Coríntios, Introdução ao Pentateuco, A lingua do Novo Testamento. F . R oy C oad , F .C .A ., autor e ex-editor da The Harvester. Ageu, Gálatas, A igreja apostólica. P e t e r E. C o usin s , M.A., B.D., diretor editorial em T he Paternoster Press, Exeter, ex-professor titular de Estudos Religiosos no Gipsy Hill College, Kingston-upon-Thames. Deuteronômio, 1 e 2Tessalonicenses. D avid J. E l l is , B .D ., M.Th., ministro da American Community Church, Cobham, Surrey, Inglaterra, ex-professor titular e diretor de Estudos Religiosos no T ren t Park College, Cockfosters. Zacarias, Evangelho de João, 0 uso neotestamentário do Antigo Testamento. H. L. E l l is o n (já falecido), B.A, B.D., escritor, ex-missionário e conferen cista no Bible College. Gênesis, Evangelho de Mateus, A teologia do Antigo Testamento, 0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (judaico). L. O ’B. D avid F e a t h e r s t o n e , M.A., diretor do Departamento de Estudos Religiosos na Godolphin and Latymer School, Londres. Introdução aos livros históricos. Lista de Colaboradores D o n a ld C. F l e m in g ; L.Th., escritor, professor de Bíblia na Austrália, mis sionário na Tailândia. Eclesiastes. W . W ard G a sque , B.A., B.D., M.Th., Ph.D., vice-reitor e professor de Estu dos do Novo Testamento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá. Obadias, Malaquias. R o b e r t P. G o r d o n , M.A., Ph.D., professor de Divindade na Universidade de Cambridge. Êxodo, Levítico, A? versões antigas. M ic h a e l C. G r if f it h s , M.A., D.D., escritor, missionário no Japão, diretor geral da Overseas Missionary Fellowship e atual reitor do London Bible College. Jonas. G e o r g e E. H a r pu r , professor de Bíblia e conferencista em convenções. Efésios. G er a ld F. H a w t h o r n e , B.A., M.A., B.Th., Ph.D., professor de grego no Wheaton College, Wheaton, Illinois, EUA. 0 cânon e os apócrifos, Hebreus. H . C. H e w l e t t (já falecido), professor de Bíblia e conferencista na Nova Zelândia. Filipenses. J. M. H o u s t o n , M.A., B.Sc., D.Phil., ex-chanceler do Regent College, Van couver, B. C., Canadá. O pano de fundo social do Antigo Testamento, 0 pano de fundo social do Novo Testamento. J. K e ir H o w a rd , M.D., B.D., M .Th., M.C.C.M. (N.Z.), M .F.O.M., D .I .H ., ministro batista. Ex-professor sênior de Medicina Ocupacional na Uni versidade de Otago, Nova Zelândia. Professor de Bíblia. 1 e 2Crdni- cas, Amós. G. C. D. H ow ley (já falecido), professor de Bíblia, conferencista, ex-editor da T h e Witness. Introdução aos livros proféticos, A autoridade do Novo Testamento, As epistolas de Paulo. P aul E. L e o n a r d , B.Sc., M.Th., Ph.D., ex-professor adjunto de Novo T es tam ento na T rinity Evangelical Divinity School. D eerfield, Illinois, USA. Joel. W a l t e r L . L ie f e l d , Th.B, M.A., Ph.D., professor de Novo Testam ento na Trinity Evangelical Divinity School, Deerfield, Illinois, USA. 0 desen volvimento da doutrina no Novo Testamento. J o h n P. U. L il l e y , M.A., F.C.A., A.T.I.I., revisor contábil. Josué. P a u l W. M a r sh , B.D., consultor bíblico da Scripture Union, Londres. ICorintios. C h a r l es G. M a r t in , B.Sc. B.D., diretor do Bilborough College, Nottingham. I e 2Reis, Provérbios. A la n R. M il l a r d , M.A., M.Phil., F.S.A., versado em línguas semíticas an tigas e hebraico na Universidade de Liverpool. Daniel, 0 texto do Antigo Testamento, Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento. A lan G. N u t e , professor de Bíblia e conferencista. Habacuque, 1 e 2Timóteo, Tito. R. W. O r r , Ph.C., D.B.A., missionário e professor de Bíblia. Cântico dos Cânticos, 1, 2 e 3João. xii Lista de Colaboradores W. O s b o r n e , M.A., M .Phil., professor de Antigo Testam ento no Bible College of New Zealand, Auckland. Lamentações. C h a r l e s A. O x l e y , M .A ., A .C .P., diretor do Tow er College, Rainhill; Scarisbrick Hall School, Hamilton College e Liverpool Bible College. Rute. D avid F. P ayne, B.A., M.A, oficial de registro no London Bible College. Genesis, Isat'as, 2Pedro, Judas, Texto e cânon do Novo Testamento. G. J. P o l k in g h o r n e , Dip.Th., funcionário público aposentado, editor asso ciado da Harvester e professor de Bíblia. Oséias, IPedro. L a u r e n c e E. P o r t e r (já falecido), B.A., diretor e professor no Bible College. 1 e 2Samuel, Evangelho de Lucas. V ic t o r A. S. R e id , B.D., A.L.B.C., Diretor do Belfast Bible College. Sofonias. H a ro ld H . R o w d o n , B.A., Ph.D., professor sênior de História da Igreja e assistente residente sênior no London Bible College. A interpretação do Antigo Testamento, 0 pano de fundo histórico-político do Novo Testamento, 0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (pagão). STEPHENS. S h o r t , M.B., Ch.B., M.R.C.S., L.R.C.P., B.D., A.L.B.C., profes sor de Bíblia e conferencista. Esdras, Neemias, Evangelho de Marcos. E r n e s t H. T r e n c h a r d (já falecido), B.A., A.C.P., ex-diretor de Literatura Bíblica, Madri, missionário e escritor. Atos dos Apóstolos. D. J. W isem a n , O.B.E., M.A., D.Lit., A.K.C., F.B.A., F.K.C., F.S.A., profes sor emérito de Assiriologia na Universidade de Londres. Jeremias, A arqueologia e o Antigo Testamento. Abreviações A n t ig o T e s t a m e n t o Novo T e s t a m e n t o Gn Gênesis Mt Mateus Êx Êxodo Mc Marcos Lv Levítico Lc Lucas N m Núm eros Jo João Dt D euteronôm io At Atos Js Josué Rm Romanos Jz Juizes IC o lCoríntios Rt Rute 2Co 2Coríntios ISm ISam uel G1 Gálatas 2Sm 2Samuel Ef Efésios lR s IReis Fp Filipenses 2Rs 2Reis Cl Colossenses lC r lCrônicas lT s lT essalonicenses 2Cr 2Crônicas 2Ts 2T essalonicenses Ed Esdras lT m lT im ó teo N e N eem ias 2Tm 2T im óteo Et Ester T t T ito Jó Jó Fm Filem om SI Salmos Hb Hebreus Pv Provérbios T g T iago Ec Eclesiastes IP e IPedro Gt Cântico dos Cânticos 2Pe 2Pedro Is Isaías IJo ljo ão Jr Jerem ias 2Jo 2João Lm Lam entações 3Jo 3João de Jeremias Jd Judas Ez Ezequiel Ap Apocalipse Dn D aniel Os Oséias J1 Joel Am Amos Ob Obadias Jn Jonas Mq M iquéias N a N aum Hc H abacuque Sf Sofonias Ag Ageu Zc Zacarias Ml Malaquias xiv Livros e revistas ALUOS Annual of the Leeds University JTVI Journal of the Transactions of the Victoria Oriental Society Institute ANEP Pritchard, Ancient Near East in Pictures LA (Livro da) Aliança de Damasco ANET Pritchard, Ancient Near Eastern Texts LOB Aharoni, The Land of the Bible Ant. Josefo, Antiquities of the Jews MBA Macmillan Bible Atlas AOOT K. A. Kitchen, Ancient Orient and Old NBC New Bible Commentary, 1953 Testament, 1966 NBC3 Newi Bible Commentary BA Biblical Archaeologist Revised, 1970 BASOR Bulletin of the American Schools of NBCR New Bible Commentary Oriental Research Revised, 1970 BDB Brown, Driver, Briggs, Hebrew Lexicon NBD New Bible Dictionary BJRL Bulletin of the John Ry lands Library NCB New Clarendon Bible BKAT Biblischer Kommentar zum Alten NCentB New Century Bible Testament NICNT New International Commentary BZAW Beiheft zur Zeitschrift für die on the New Testament alttestamentliche Wissenschaft NICOT New International Commentary CB The Cambridge Bible on the Old Testament CBC Cambridge Bible Commentary NLC New London Commentary CBQ Catholic Biblical Quarterly NTC G. C. D. Howley, ed., A New CBSC Cambridge Bible for Schools and Colleges Testament Commentary, 1969 CH Código de Hamurabi OIL Old Testament Library CHB The Cambridge History of the Bible PCB Peake’s Commentary on the Bible, ed. DBT Leon-Dufour, ed., Dictionary of Biblical rev., 1962 Theology, 1973 PEQ Palestine Exploration Quarterly DOTT D. W. Thomas, ed., Documents from RB Revue Biblique Old Testament Times SBT Studies in Biblical Theology EAEHL Avi-Yonah, ed., Encyclopaedia of SJT Scottish Journal of Theology Archaeological Excavations in the Holy SVT Supplements to Vetus Testamentum Land, 1976 TB Tyndale Bulletin EB Expositor’s Bible TB Talmude Babilônico EBT J. B. Bauer, ed., Encyclopaedia of TC Torch Commentary Biblical Theology, 1970 TDNT Kittel, Theological Dictionary EQ Evangelical Quarterly of the New Testament HDB J. Hastings, ed., Dictionary of the Bible TDOT Botterweck & Ringgren, Theological IB The Interpreter’s Bible Dictionary of the Old Testatnent ICC International Critical Commentary Th.Rv. Theologische Revue IDB The Interpreter’s Dictionary of the Bible TOTC Tyndale Old Testament Commentary IEJ Israel Exploration Journal Tyn.B. Tyndale Bulletin ISBE The International Standard Bible UT Gordon, Ugaritic Textbook Encyclopedia VT Vetus Testamentum JBL Journal of Biblical Literature WC Westminster Commentaries JBR Journal of Bible and Religion WBC Wycliffe Bible Commentary JJS Journal of Jewish Studies WTJ Westminster Theological Journal JNES Journal of Near Eastern Studies ZAW Zeitschrift fü r die alttestamentliche JPOS Journal of the Palestine Oriental Society Wissenschaft JSS Journal of Semitic Studies ZPEB The Zondervan Pictorial Encyclopedia JTS Journal of Theological Studies of the Bible XV Abreviações gerais AB Anchor Bible LXX Septuaginta ad loc. no lugar referido m. morreu (em) Aq. tradução grega do Antigo mg. margem Testam ento de Aquila MS(S) manuscrito(s) ARA Almeida Revista e Atualizada n. nota aram. aramaico NAB T h e New American Bible ARG Almeida Revista e Corrigida NASB New American Standard Bible art. artigo N EB New English Bible art. cit no artigo citado NIV T he New International Version BJ Bíblia de Jerusalém nr. nota de rodapé c. por volta de (época, tempo) NVI Nova Versão Internacional cap(s). capítulo(s) op. cit. na obra citada acima cf. confira p- página(s) com. com entário p i plural comp. compare p s Pentateuco Samaritano cont. continuação q.v. queira ver contra ao contrário de RSV Revised Standard Version cor. correção RV Revised Version cp. compare ss e seguintes ct. contraste com sam. samaritano e.g. por exemplo scil. ou seja ed. editor (ou editado), edição sec. século esp. especialm ente sim. Símaco GNB Good News Bible (Linguagem sir. Siríaco de Hoje em inglês) s.v. sob a palavra (vocábulo) gr- grego T.I. tradução inglesa heb. hebraico targ. targum ibid. no mesmo livro (ou passagem) TM T exto Massorético in loc. no lugar citado trad. traduzido ou tradução infra abaixo V . versículo, versículos (ou ver) JB Jerusalem Bible V.I. versão(ões) inglesa(s) lat. latim VA Versão Autorizada lit. literalm ente viz. ou seja loc. cit. na passagem já citada Vulg. Vulgata Parte 1 Artigos Gerais O Antigo Testamento Parte 1 Artigos Gerais O Antigo Testamento O Antigo Testamento e o cristão F. F. BRUCE O ANTIGO TESTAMENTO NA IGREJA Além do seu status de Escritura sagrada, o AT é uma obra literária das mais interessan tes e valiosas por si só, um objeto digno de estudos intensos e constantes. Posto na sua perspectiva histórica e interpretado corre tamente, ele se constitui em fonte primária indispensável para uma fase importante da história — especialmente a história religiosa — do Antigo Oriente Médio. Parte do seu conteúdo é do mais elevado nível literário, e muito desse conteúdo ainda gera reações de apreciação espiritual no leitor e proporcio na-lhe um meio de expressar as aspirações mais profundas da sua própria alma. Tudo isso vale tanto para leitores cristãos quanto para os outros, mas os cristãos têm de considerar ainda o seu status como parte das Escrituras Sagradas da igreja cristã. O AT está investido de autoridade espe cial como Escritura sagrada não só para cris tãos, mas também para judeus e muçulmanos. Na ortodoxia judaica, a Bíblia hebraica, que contém a Lei, os Profetas e os Escritos, é toda a Palavra de Deus. A sua interpretação é regu lamentada pela tradição e, por motivos po lêm icos ou apologéticos, a tradição tem recebido algumas vezes status equivalente ao do texto, mas tanto em princípio como de fato o texto escrito tem prioridade e é normativo. No islamismo, o tawrat (as Escri turas judaicas), e o injil (as Escrituras cristãs) registram a revelação de Deus dada por meio de profetas anteriores, que seria então final m ente reiterada e confirmada na revelação dada por meio de Maomé e registrada por escrito no Alcorão. Já na igreja cristã, o AT é reconhecido tra dicionalmente como o texto que registra os estágios iniciais desse processo contínuo de revelação divina e de resposta humana, que teve seu cumprimento em Cristo, sendo o N T o registro desse cumprimento. Se o que Deus falou a nossos antepassados por meio dos pro fetas, muitas vezes e de muitas maneiras, está preservado no AT, o N T, por sua vez, nos conta que “nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb 1.12). Mas, se colocarmos a questão dessa maneira, poderemos negligen ciar o fato de que nas primeiras gerações da sua existência a única Bíblia da igreja cristã era o AT, e ela se deu muito bem tendo so mente o AT. Quando nosso Senhor afirma que “são as Escrituras que testem unham a meu respeito” (Jo 5.39), ele está se referindo às Escrituras do AT. Quando é dito a Timóteo que “toda Escritura é inspirada por Deus”, a referência é àqueles escritos sagrados com que Timóteo estava familiarizado desde a infân cia — ou seja, os escritos do AT (a propósito, na versão LXX). Timóteo é lembrado que esses são os escritos “que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus” e que proporcionam uma instrução abrangente e completa “para que o homem de Deus seja apto e plenam ente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.15-17). Era do AT que os primeiros pregadores cristãos, se guindo o exemplo do seu Mestre, extraíam seus textos; e o faziam de maneira formal e expressa quando se dirigiam a audiências judaicas e de maneira implícita quando pre gavam aos gentios. Assim como Jesus afir mou que não viera abolir a Lei e os Profetas, 3 O Antigo Testam ento e o cristão mas para cumpri-los (M t 5.17), Paulo tam bém afirma que a Lei e os Profetas testem u nham do evangelho da justificação pela fé (Rm 3.21,22). Mesmo já quase na metade do segundo século da era cristã, os escritos do AT ainda desfrutavam dessa dignidade única. Tem-se comentado muitas vezes quão expressivo é o número de pagãos cultos do século II, como Justino Mártir e seu discípulo Taciano, que se converteram ao cristianism o — e eles mesmos dão testem unho disso — por meio da leitura do AT grego. Nessa época, natu ralm ente, a maioria dos docum entos que constituem o N T já existia e circulava havia décadas, mas ainda não tinha recebido acei tação geral como uma coleção de escritos do mesmo nível que o AT, como sendo o vo lume do cumprimento ao lado do volume da promessa. No entanto, quando falamos desse status singular do AT na igreja primitiva, estamos falando do AT interpretado e cumprido por Jesus. A igreja e a sinagoga compartilhavam do mesmo texto sagrado (faz pouca diferen ça se, em algumas regiões de fala grega, o cânon da igreja era ligeiramente mais abran gen te do que o cânon da sinagoga), mas o texto era com preendido de formas tão diversas pela igreja e pela sinagoga que po deria até parecer que estivessem usando duas Bíblias diferentes. Em vão, Justino ten ta convencer Trifo, no seu Diálogo com o judeu Trifo, da verdade do cristianismo, re correndo às Escrituras que ambos reconhe cem com o d iv inas: o apelo de Ju s tin o pressupõe uma interpretação que Trifo não consegue aceitar. Essa interpretação pode ser resumida na afirmação de que Cristo e o evangelho são o tema do AT. “Todos os profetas dão teste m unho dele, de que todo o que nele crê recebe o perdão dos pecados m ediante o seu nom e” (At 10.43). Os profetas podem até ter investigado e examinado cuidado sam ente as Escrituras “procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apon tava o Espírito de Cristo que neles estava” 4 (IPe 1.10,11), mas as pessoas que testem u nharam os eventos da salvação não precisa ram de tal investigação ou exam e; elas sabiam. A pessoa era Jesus; a época era ago ra. Essa compreensão do AT permeia de for ma tão ampla e completa os escritos do N T que ela certamente vai além desses escritos até o próprio Jesus, e este é, de fato, o teste munho dos Evangelhos e de todas as cama das da tradição que podem ser identificadas na sua base. O anúncio das boas-novas aos po bres, que de acordo com os profetas do AT caracterizava a proclamação do ano da bon dade do Senhor (Is 61.1,2), é apresentado por Jesus como a essência do seu próprio ministé rio: “Hoje”, ele disse, “se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir” (Lc 4.18-21; cf. 7.22). E le deixou bem claro que isso fazia parte do advento desse reino que, de acordo com outro autor do AT, o Deus dos céus esta beleceria em dias futuros (D n 2.44; 7.14, 22,27). Ele parabenizou seus discípulos por que eles viviam numa época em que podiam experimentar coisas que profetas e homens justos de outros tempos tinham, em vão, de sejado ver e ouvir (Mt 13.15,16; Lc 10.23,24). E se no final seu ministério seria coroado com a morte, então isso também — para que ele “sofra muito e seja rejeitado com desprezo” — era algo que estava escrito acerca do “Fi lho do homem” (Mc 9.12). Seguro disso, ele submeteu-se a seus captores com as palavras: “Mas as Escrituras precisam ser cumpridas” (Mc 14.49). Os seus seguidores, portanto, descobriram que as Escrituras do AT estavam repletas de novo sentido à medida que desvendavam seus mistérios mais profundos com a chave que o seu Mestre lhes dera. Quando seu testem u nho foi perpetuado de forma escrita, e os do cumentos que o perpetuaram foram, no devido tempo, reunidos e canonizados no N T, a au toridade do AT não foi, de forma alguma, diminuída. Também, quando na primeira me tade do século II Marcião afirmou que Jesus e o evangelho eram coisas com pletam ente novas, não relacionadas a nada que havia ocor rido antes, negando assim que o AT tivesse O Antigo Testam ento e o cristão o direito de ser tratado como Escritura cristã, a igreja não deu nenhuma guarida a ele nem às suas convicções. Alguns argumentos usa dos para refutá-lo talvez tenham sido tolos, mas havia uma sã intuição de que o evange lho não floresceria com mais vigor se fosse cortado de suas raízes do AT. A PALAVRA DE DEUS NO AT É verdade que houve uma mudança de perspectiva na igreja desde os primeiros dias em que o AT era a sua única Bíblia, tornada com preensível pelo seu cum prim ento em Cristo. Hoje em dia a tendência é valorizar mais o N T do que o AT. Creio que há con cordância geral de que o conhecimento do AT é necessário para a compreensão do NT. Em primeiro lugar, ele registra a preparação para o evangelho, é o relato do que aconte ceu antes, sem o que o evangelho não pode ser com preendido adequadam ente. Além disso, o N T está de tal modo repleto de cita ções do AT que o conhecimento deste é tão essencial para sua apreciação quanto o conhe cimento dos clássicos gregos e latinos é es sencial para a apreciação da obra de Milton (por exemplo).1 Mas para Milton os clássicos em grego ou latim não continham autorida de própria; eles proporcionavam uma mina inexaurível de alusões literárias. As alusões ao AT no N T, no entanto, não estão ali para efeitos literários; elas implicam o reconheci mento da autoridade inerente ao próprio AT. Os autores do N T consideravam que o con teúdo da sua mensagem estava organicamen te de acordo com a mensagem do AT, a ponto de o A T e o N T poderem ser considerados duas partes de uma mesma sentença, cada parte sendo essencial para a compreensão do todo. Essa percepção está destacada no ar tigo VII dos “T rin ta e nove artigos” , que começa assim: “O Antigo T estam ento não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, !John Milton (1608-1674) é o maior poeta épico da língua inglesa. Sua obra-prima é Paradise Lost [O paraíso perdido, E d iou ro , 2000]. [N. do T.] tanto no Antigo como no Novo, a vida eterna é oferecida ao gênero hum ano por Cristo, que é o único Mediador entre Deus e o ho mem, sendo Ele mesmo Deus e Homem...”. A unidade da mensagem dos dois testa mentos não deve ser estabelecida por meio de exercícios tipológicos fantasiosos, que encontram nos escritos do A T as mais diver sas doutrinas neotestam entárias, das quais nem os autores originais nem seus leitores poderiam sequer suspeitar. Essa unidade pode ser demonstrada de forma mais eficien te por meio do reconhecimento de um pa drão recorrente de ação divina e resposta humana, como é traçado, por exemplo, em ICo 10.1-11 ou Hb 3.7—4.13. Houve muitas tentativas de apresentar essa ininterrupta mensagem de uma forma que destacasse o seu significado básico e a sua adequada p len itude em Cristo. E ntre essas tentativas, provavelmente a mais bem- sucedida seja aquela que a apresenta como a “história da salvação” (Heilsgeschichte), o rela to dos atos salvíficos de Deus que tiveram sua consumação na obra salvífica de Cristo. D eus é aclam ado rep e tid am en te no A T como a “salvação” do seu povo. Ele se ma nifesta nessa qualidade em épocas sucessi vas da história do AT, mas de forma especial no êxodo do Egito e no retorno do exílio babilónico (cf. Êx 15.2; Is 45.15-17). O regis tro da primeira dessas libertações fornece um modelo de narrativa no qual a segunda liber tação pode ser retratada, e o registro das duas fornece um modelo de narrativa usado no N T para retratar a obra salvífica de Cristo. A salvação de Deus e o seu juízo, no Anti go Testamento, são dois aspectos da mesma ação: se ele vindicou o seu nome ao permitir que seu povo fosse para o exílio por se rebelar contra ele, da mesma forma vindicou o seu nome ao trazê-lo de volta. A salvação desse povo é a sua vindicação (cf. SI 98.1-3). No ato culminante do evangelho, esses temas gê meos de salvação e juízo coincidem: Jesus absorve o julgamento na sua própria pessoa e assim realiza a salvação do seu povo. 5 O Antigo Testam ento e o cristão Nessa história da salvação, o ato divino e a palavra profética andam de mãos dadas: nenhum deles proporciona uma revelação completa sem o outro. A relação entre o mi nistério de Moisés e a libertação realizada no êxodo é equiparada à interação entre o ministério de profetas posteriores e os atos de misericórdia e juízo que eles proclama ram ou interpretaram. Quando chegamos à consumação do N T, o ato redentor e o mi nistério profético coincidem na mesma pes soa — Jesus. Alguns estudiosos encontraram no tema da aliança um princípio unificador para o re lato do AT, que conduz ao cumprimento do evangelho. O Deus de Israel é um Deus que faz alianças e as cumpre: ele estabelece um relacionam ento especial com as pessoas e dispõe-se a ser o seu Deus, entendendo que elas querem ser o seu povo. Nos dias de Noé, ele faz uma aliança com toda a raça humana (Gn 6.18; 9.8-17); por meio de Abraão, ele estabelece sua aliança com uma família espe cífica, com anúncio de bênçãos para todas as outras famílias (Gn 15.8-21; 17.1ss; 22.15-18); e quando essa família cresce e se torna uma nação, ele confirma sua aliança com ela no monte Sinai, logo depois da sua libertação do Egito, com um código simples de leis que são a constituição básica dessa aliança (Ex 24.3-8; 34.10-28), e a reafirma em Siquém, logo de pois de o povo se fixar na terra prometida (Dt 27.1-28,48; Js 8.30-35; 24.1-28). Uma ali ança posterior e mais restrita foi feita com Davi, confirmando a ele e seus descenden tes o reinado sobre Israel (2Sm 7.8-17; SI 89.19-37; 132.11-18). A aliança de Deus com Noé recebe pouca ou nenhuma atenção no N T. “O juramento que fez ao nosso pai Abraão” (Lc 1.73) é con siderado cumprido no evangelho da justifica ção pela fé (Rm 4.13ss; G1 3.6-18); a aliança com Davi é considerada (especialmente nos escritos de Lucas) como cumprida na exal tação e soberania de Jesus (Lc 1.32,33; At 2.25- 36; 13.22,23,32-37; 15.16-18). Mas a aliança dos dias de Moisés é contrastada com a alian ça eterna introduzida por Jesus e selada com 6 seu sangue; esta aliança é identificada como a “nova aliança” anunciada em Jr 31.31-34, que de fato deveria substituir a aliança de ficiente e quebrada feita com os antepassa dos de Israel, quando Deus os tomou “pela mão para tirá-los do Egito” (cf. 2Co 3.4-18; Hb 8.6—9.22). A história da salvação e a história da ali ança são chaves valiosas para a com preen são cristã do AT e do seu lugar na Bíblia como um todo, principalmente porque não precisam ser importadas para dentro do re lato bíblico como princípios de organização, pois elas já estão presentes nesse relato. Mas elas não cobrem todo o AT, e será lastimá vel se sua importância for exagerada a pon to de serem negligenciadas as partes do AT que não possam ser adequadam ente relacio nadas com elas. A RESPOSTA HUMANA NO AT Os “livros sapienciais” do AT não podem facilmente ser reunidos sob a rubrica da his tória da salvação ou da aliança; mesmo assim, dão uma contribuição indispensável à men sagem do AT. O sábio estava ao lado do sa cerdote e do profeta como comunicador da verdade divina para os seus compatriotas (cf. Jr 18.18). A literatura sapiencial da Bíblia hebraica é marcada por um aspecto interna cional, seja no tratamento das coisas obser vadas no dia-a-dia da vida e da natureza (como em Provérbios), seja no tratamento dos pro blemas mais profundos da existência h u mana (como em Jó). A literatura sapiencial posterior (e.g., Sabedoria e Eclesiástico) está mais intim am ente relacionada ao panorama religioso de Israel e tende a identificar a sa bedoria com a Lei mosaica. O A T registra não som ente a revelação que Deus fez de si mesmo no curso da histó ria do seu povo, mas também a resposta do povo a essa revelação. Junto com os livros poéticos do AT (principalmente o Saltério), a literatura sapiencial pertence em grande parte à área da resposta humana à revelação divina. Homens e mulheres aos quais Deus se reve lou por meio de uma experiência pessoal, O Antigo Testam ento e o cristão como também por meio da história nacional, contam o que ele passou a significar para eles, e, no seu testemunho, aprendemos mais sobre os caminhos de Deus no trato com o ser humano — e aprendemos isso de tal ma neira que as palavras desse seu testemunho fornecem um meio aceitável para o nosso próprio testem unho de como Deus lida co nosco. Isso explica, em grande parte, a popu laridade dos salmos como meio de louvor cristão. NOSSO SENHOR E O AT A avaliação que os cristãos fazem do AT não pode ser dissociada do uso que Jesus fez dele. Está claro que Jesus o considerava a última instância de apelação. Ele citou-o para justificar seu procedimento e expor as defici ências tanto dos fariseus quanto dos saduceus. No AT, ele encontrou alimento e conforto para sua alma; nele encontrou também o pro grama para seu ministério e a vontade de Deus para sua vida diária e seu sacrifício derradeiro. “O que foi indispensável para o Redentor”, tem-se dito com muita propriedade, “precisa sempre ser indispensável para os redimidos” (G. A. Smith, Modem Criticism andthe Preaching oftheO T .i 1901, p. 11). No entanto, mesmo se baseando indiscri minadamente na Lei, nos Profetas e nos Es critos, não o fazia sem discernimento. Não há nada de estranho ou inadequado na sua aplicação do texto sagrado; tampouco ele o coloca, todo, em um mesmo plano. A letra da Lei precisa ser subserviente ao espírito da Lei. O descanso no sábado e a relação ma trimonial foram instituídos para benefício de homens e mulheres, e são cumpridos de modo melhor quando esse propósito é promovido. Até mesmo a pressuposição de Moisés de que o divórcio é permitido (Dt 24.1-4) é tra tada como uma concessão feita por causa da “dureza de coração” do ser humano; Jesus encontrou um caminho mais excelente em butido na ordenança do Criador (Gn 1.27; 2.24, citados em Mc 10.2-9). A observância literal da lei do sábado pode dar lugar a uma necessidade maior, como ocorreu no caso da observância da lei relacionada ao pão da Pre sença, quando Davi e seus hom ens esta vam famintos (ISm 21.1-6, mencionado em Mc 2.25-28). A lei do “olho por olho, dente por den te” (Ex 21.24) mostrou um avanço ético considerável na época, ao substituir a vingança do sangue pelo princípio da retri buição estritamente limitada, mas a seus dis cípulos Jesus recomendou o princípio melhor da não-retaliação e, melhor ainda, o da re tribuição do mal com o bem (Mt 5.38-48). Ele resumiu toda a Lei (e os Profetas) no duplo m andam ento do amor a D eus e do amor ao próximo (Dt 6.4,5; Lv 19.18); qual quer in terpretação ou aplicação que não fosse condizente com a lei do amor estava conseqüentemente descartada (Mc 12.28-31; cf. Lc 10.25-37). Ele figurou na linhagem dos grandes pro fetas de Israel, e tratou o ensino destes com a dignidade que merecia, não como se fosse uma série de notas de rodapé da Lei. Como eles, ele atribuiu mais valor às questões éti cas (interpessoais) do que às exigências ri tuais (e.g., M t 5.23,24), no espírito de Os 6.6: “Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios” (citado em M t 9.13; 12.7). De todos os profetas, o que mais demons tra afinidade com Jesus é Jeremias, o profeta da nova aliança, que insiste na interioridade da verdadeira religião. Quando Jeremias faz uma retrospectiva do reinado do rei Josias, o que mais elogia não é sua reforma do cul to, mas sua administração justa, sua forma de julgar os pobres e necessitados: foi nisso que Josias manifestou seu conhecimento de Deus (Jr 22.15,16). Há uma semelhança im pressionante tam bém entre o conselho de Jerem ias para a submissão ao governante gentio dos seus dias (Jr 38.17,18) e a orien tação de Jesus para dar a César o que é de César (Mc 12.17) ou sua reprovação do espí rito de revolta contra Roma que um dia iria lançar Jerusalém ao chão (Lc 13.1-5; 19.41- 44; 23.28-31). Para concluir, o uso que nosso Senhor fez do AT exibe um método exegético criativo e original, que fornece um modelo para seus 7 O Antigo Testam ento e o cristão seguidores; ele “está baseado em [...] uma profunda compreensão do ensino essencial da Bíblia hebraica e em um discernimento seguro da situação do seu tem po” (T . W. Manson, BJRL 34, 1951-1952, p. 332). O AT COMO REGRA DE FÉ Se a Bíblia é a regra de fé e prática do cris tão, a contribuição que o AT faz a essa regra de fé já foi sugerida. Começa com Deus, apresentando-o como um só, como o Criador do Universo em geral e da humanidade em particular, como justo e misericordioso no seu caráter e como alguém desejoso de ver esse seu caráter reproduzido na vida de homens e mulheres. Quando se diz que ele criou o homem à sua própria ima gem, isso significa (talvez, entre outras coi sas) que a intenção era que os seres humanos vivessem em comunhão não som ente uns com os outros, mas também com ele. Eles devem a ten d er a seus apelos e viver de forma responsável diante dele, recebendo sua graça, prestando-lhe seu serviço e exercendo sobre a terra a autoridade que ele lhes dele gou. Quando os homens se revoltam contra a sua lei, experimentam seu juízo, mas em meio ao juízo ele não se esquece de ser mi sericordioso. O juízo, sem dúvida, é sua “obra muito estranha” (Is 28.21), estranha e sem congenialidade com a sua natureza, à qual ele se dispõe com relutância, ao passo que tem prazer em dem onstrar misericór dia e graça perdoadora (Mq 7.18). T udo isso é explicado, não na forma de um sistema teológico, mas no contexto histórico da re lação de Deus com a hum anidade e, espe cialmente, com aqueles que ele chamou para serem seu povo. Se o AT usa linguagem antropomórfica e antropopática quando fala de Deus, é por que ela é mais adequada ao retrato que o AT apresenta de seu ser e de seu caráter do que o uso de abstrações metafísicas ou de artifícios medievais, como a “via negativa” ou a “via da em inência”. “Deus não é ho mem...” (Nm 23.19; ISm 15.29), pois ele é o Criador e o homem é sua criatura, mas o homem foi feito à imagem de Deus e é en corajado a ser como Deus, de forma que o uso de um vocabulário comum tanto para Deus quanto para o homem é mais do que natural. Em algumas áreas do AT, a relação entre Deus e o homem é regulamentada por uma legislação sacrificial e cerimonial. E impor tante notar quão rapidam ente aqueles que reconheceram a eficácia redentora do sacri fício de Cristo afastaram-se dessa legislação. Alguns, talvez, já anteriorm ente tivessem suas reservas em relação ao ritual do templo; mas as implicações da obra de Cristo foram decisivas. O que para muitos cristãos judai cos da primeira geração deve ter sido uma questão de intuição espiritual recebeu com provação clássica na carta aos Hebreus, que argumenta muito bem em favor da abolição de todo o sistema, em Cristo. Os cristãos de veriam ser muito gratos pela providência que levou à inclusão dessa obra no cânon do NT: se a lei cerimonial foi abolida em Cristo, não precisamos perder tempo alegorizando seus detalhes para encontrar neles alguma som bra da sua obra redentora. Quando o autor de Hebreus compara o sacrifício definitivo de Cristo com o sacrifício do Dia da Expiação, repetido anualmente, ele destaca o contraste, e não alguma semelhança entre os dois. O N T está na linha da tradição daqueles salmistas e profetas do AT que sabiam se aproximar de Deus por meio da adoração sincera, sem ne cessitar da mediação sacerdotal (SI 73.23-28), e reconheciam que ele não habitava em tem plos feitos por mãos, mas com o “contrito e humilde de espírito” (Is 57.15; 66.1,2). O AT E A CONDUTA HUMANA Se o AT é usado como regra de conduta, é fácil reconhecer sua insistência fundamen tal na justiça e na misericórdia, mas precisa mos reconhecer tam bém o fato de que a aplicação prática dessas virtudes era feita em contextos sociais muito distantes do nosso. Elas precisaram ser reaplicadas mesmo nos tempos do AT, quando a vida pastoril deu lugar à agricultura e depois, novam ente, O Antigo Testam ento e o cristão a retribuição dos céus são reinterpretados como referência àqueles inimigos esp iri tuais — o mundo, a carne e o Diabo — com os quais o cristão trava uma batalha intermi nável, está bem; mas não se deve supor que esse seja o significado desses textos do AT. Essa alegorização, com certeza, é necessária por motivos devocionais naquelas tradições cristãs que prescrevem a repetição regular do livro inteiro de Salmos. Isaac Watts, para fraseando SI 92.11, pode até cantar: Todos os meus inimigos interiores devem ser mortos Satanás não deve violar a minha paz de novo... mas não foi isso que o salmista quis dizer quando escreveu: “Os meus olhos contem plaram a derrota dos meus inimigos; os meus ouvidos escutaram a debandada dos meus maldosos agressores”. Mesmo sendo possível perceber um avan ço ético em alguns estágios da narrativa do AT, ou até um avanço geral do início ao fim, não se deve pressupor que uma linha contí nua possa ser traçada desde os tempos pri mordiais até o fim da história bíblica. As histórias patriarcais do Gênesis refletem um nível de comportamento civilizado que não pode ser facilmente equiparado àquele visto durante o período da conquista ou sob a mo narquia. Até na época da monarquia, na ver dade, a pena imposta pelo rei Asa a Maaca, a rainha-mãe, por seu envolvimento em um ritual cananeu (2Cr 15.16), parece exagerada- m ente branda em comparação com os padrões mais rígidos dos comentaristas da Bíblia de Genebra (1560), que o censuram por ceder a uma “tola compaixão” . Além disso, “problem as morais” dessa ordem não são peculiares ao AT. Quando as ações em questão são executadas por moti vos políticos ou militares conhecidos, não constituem problemas no campo ético: sabe mos m uito bem com que facilidade essas razões tornam-se mais fortes do que conside rações humanitárias. Mas constituem proble mas morais quando assum em a forma de terror em nome de Deus ou pelos interesses 10 do “destino manifesto” de uma civilização supostamente mais elevada, pois é aí que se pode esperar que as considerações humanitá rias se tornem predominantes. E verdade, as formas de genocídio na história de Israel pa recem marcantemente amadoras e ineficazes quando comparadas com os campos de ex termínio europeus do início da década de 1940 ou, olhando um pouco mais para trás, com o desaparecimento total de tribos intei ras como os aborígines da Tasmânia. Mesmo assim, o Deus revelado no AT é justo e mi sericordioso; sua justiça e misericórdia são os padrões da justiça e da misericórdia do seu povo, e a conduta injusta ou sem misericór dia não combina com a sua natureza. Há pou cas expressões mais refinadas acerca desse aspecto da sua natureza no AT do que a per gunta com a qual ele silenciou a reclamação patriótica de Jonas: “Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?” (Jn 4.11). Esta última referência nos lembra que o Deus de Israel é “o Juiz de toda a terra” (Gn 18.25); o AT retrata em uma grande tela o trata mento de Deus com as nações em geral, ao longo dos séculos, mostrando que ele “domi na sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer” (Dn 4.17,25,32). Isso antecipa a percep ção de Schiller quando diz que “a história do mundo é o juízo do mundo”, mas insiste em que esse juízo é administrado pessoalmente. O AT E A ORDEM SOCIAL O AT destaca desde o início que o ser humano é um ser social. Isso está resumido na declaração do Criador em Gn 2.18: “Não é bom que o homem esteja só”; e é desta cado tam bém no relato da criação, de Gn 1.27, onde o “homem” a quem Deus criou é a hum anidade, o hom em na sociedade: “Criou Deus o homem à sua imagem, à ima gem de Deus o criou; homem e mulher os criou” . A unidade social mais simples, a fa mília, é prontam ente instituída: pai, mãe e filhos. Até mesmo Caim, expulso da vida de uma comunidade fixa para seguir uma vida nôm ade, não precisa suportar o exílio so zinho: ele não som ente se casa e cria uma O Antigo Testam ento e o cristão família, mas até constrói uma “cidade” — talvez um modesto acampamento de tendas, mas, mesmo assim, um ambiente em que ho mens, mulheres e crianças podiam viver em sociedade (Gn 4.17). Tentativas de estabelecer comunidades independentes de Deus estão fadadas ao fra casso porque têm falta de coesão, como ficou demonstrado em Babel e, posteriorm ente, em outros lugares (Gn 11.1-9; Is 8.9,10); mas a sua graça une as pessoas em famílias, tribos e agrupamentos mais abrangentes (SI 68.6). As muitas genealogias dos livros do AT re fletem essa ênfase na família e na solidarie dade tribal, além de servir como esqueleto para ser revestido de uma narrativa viva. A valorização disso é demonstrada no N T nas duas genealogias do nosso Senhor (Mt 1.2-17; Lc 3.23-38), que fazem muito uso de dados do AT. Aliás, a solidariedade familiar, tribal e nacional no AT às vezes é tão destacada a ponto de ser indicada pela expressão “perso nalidade coletiva”; isso pode nos preparar para a distinção paulina das duas grandes solida- riedades humanas ou personalidades coleti vas “em Adão” e “em Cristo” (Rm 5.12-19; ICo 15.21,22). Além disso, a responsabilidade do ser hu mano, não somente em relação a seus pares mas também em relação ao ambiente em que vive, é destacada. Há um vínculo entre as pessoas e a terra, no AT, que o leitor ociden tal moderno tem dificuldade de entender; além disso, é um vínculo que é criado e man tido por Deus. Em Is 62.4,5 ele é retratado como um vínculo matrimonial. Esse vínculo aplica de forma intensa a um país a ordenan ça de Gn 1.26-30, na qual o homem recebe, sobre a terra e as criaturas que a habitam, um domínio que deve ser exercido por meio de mordomia responsável, e não de exploração egoísta. Em Rm 8.19-23, Paulo olha para o futuro na expectativa da realização universal dessa ordenança da criação, quando os filhos de Deus forem revelados. As exigências sociais da lei de Deus são destacadas com detalhes específicos para a vida do seu povo, Israel. Espera-se das nações vizinhas que observem os bons costum es básicos da boa fé, a consideração pelos fracos e o respeito pela dignidade humana, e são censuradas quando os violam (Am 1.3—2.3), mas o conhecimento que Israel tem de Deus e de sua vontade é muito maior do que o conhecimento desses povos, e a responsabi lidade de Israel, portanto, é m uito maior (Am 3.2). A reputação do Deus de Israel aos olhos dos outros povos depende, em grande parte, do comportamento do seu povo. A exigência de Deus para o seu povo é resumida de várias maneiras no AT. Pode mos lembrar-nos do refrão do “código de san tidade” no Pentateuco: “Eu sou o S e n h o r [...] o seu Deus; por isso, sejam santos, por que eu sou santo” (Lv 11.45). Essa santidade é uma característica positiva e que abrange tudo; suas implicações negativas são coro lários da sua essência positiva. Essa essência positiva é evidenciada em declarações como a de Mq 6.8: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o S e n h o r exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humilde mente com o seu Deus”. A justiça e a bon dade que as pessoas do povo de Deus devem mostrar umas às outras são a justiça e a bon dade com que ele as tratou. Essas qualidades são aplicadas não somente na via principal da ética social, mas tam bém em regras tão raras quanto aquela que proibia a pessoa que emprestava dinheiro de ficar com o manto do devedor durante a noite como garantia, “porque o manto é a única coberta que ele possui para o corpo” (Ex 22.27,28). A lei da retaliação do AT — “olho por olho e dente por dente” (Ex 21.24) — à qual já nos referimos, está mais intimamente re lacionada à lei áurea do que muitas vezes se pensa: “que seja feito a você como você fez aos outros” pode ser facilmente visto como corolário de “faça aos outros o que você gos taria que fizessem a você”. Até mesmo quando a monarquia foi insti tuída em Israel, o rei não estava acima da lei que regulamentava a vida dos seus súditos. Quando Nabote se nega a vender sua vinha a Acabe, este fica aborrecido, mas não pensa 11 O Antigo Testam ento e o cristão em violar os direitos de Nabote até que Je- zabel, que fora criada segundo uma outra idéia de reinado, dá passos para garantir a vinha para seu marido por meio de uma seqüência de ações cruéis e juram entos falsos, o que acabou ocasionando a denúncia profética contra toda a dinastia de Acabe (lR s 21.1- 24). E quando, na geração seguinte, a cres cen te prosperidade m ercantil conduziu à em ergência em Israel de uma nova classe abastada, que podia comprar todas as p e quenas propriedades e reduzir seus antigos proprietários a meros escravos, foram os pro fetas que condenaram a quebra da aliança demonstrada na aquisição de “campos e mais campos” por parte dos ricos e no moer “o rosto dos necessitados” (Is 5.8; 3.15; cf. Am 4.1; Mq 3.1-3). Esse tratamento dispensado ao próximo era um pecado contra Deus. Na relação entre o povo de D eus e os povos vizinhos, há uma tensão não resol vida no AT. Por um lado, há advertências duras contra o casamento de seus filhos com os filhos dos povos e contra a assimilação: um tesouro fora confiado a Israel — o co nhecim ento de Deus — que poderia facil m ente se perder ou ser dissipado se Israel não preservasse sua identidade nacional e religiosa. D aí o chamado a Israel para se manter separado dos outros povos. Ao mes mo tempo, o tesouro confiado a Israel deve ria ser com partilhado com os outros, para que estes tam bém viessem a conhecer o Deus vivo. Nos primeiros tempos do povo de Israel, alguns grupos não-israelitas ju n taram forças com ele e aceitaram a aliança com Javé. Mas quando Israel se mudou do deserto para Canaã, a atração dos rituais de fertilidade praticados na terra conquistada tornou-se tão perigosa que foi imposta uma severa proibição quanto a fazer qualquer tipo de associação com os cananeus. Mesmo as sim, algumas pessoas, como Raabe e Rute, isso sem falar dos gibeonitas (Js 9.3-27), re conheceram a grandeza do Deus de Israel e foram aceitas na comunidade da aliança. Mas foi no contexto do exílio babilónico e do seu retorno que a missão de Israel no mundo foi expressa mais claramente. Quan do um grupo significativo de israelitas se achou vivendo como exilados em uma co munidade não-israelita, eles foram encoraja dos a participar de seu bem-estar e orar por sua prosperidade, porém não deveriam se envolver a tal ponto que não pudessem trans cender os valores dessa comunidade estran geira (Jr 29.4-10). Quando a permissão de voltar do exílio foi dada, a responsab ili dade internacional de Israel foi descrita como a comunicação, em nível mundial, do conhe cimento de Javé, cuja ação a favor de seu povo mostrava que som ente ele era Deus (Is 45.22,23). A restauração dos israelitas os qualifica a serem suas testemunhas (Is 43.10), mas sua missão deve ser assumida e con cluída pelo Servo do Senhor, que, além de cumprir um ministério para com Israel, é en viado como uma “luz para os gentios” para que a salvação de Deus chegue “até os con fins da terra” (Is 49.6). Junto com essa ênfase na difusão, o perío do subseqüente ao retorno dos exilados tes temunhou uma nova política de segregação, sob o governo de Esdras e Neemias, que não tem sido fácil de conciliar com o chamado para a missão mundial. A tensão entre esses dois aspectos estava viva ainda na época do N T , não somente no conflito entre a visão mais ampla de Jesus e o separatismo dos fa riseus; mas também na igreja primitiva, no conflito entre os defensores da missão, livre da lei, aos gentios e aqueles cristãos judaicos que acreditavam que os convertidos dentre os gentios deveriam ser admitidos na comu nidade cristã com salvaguardas semelhantes àquelas que regiam a admissão de prosélitos à com unidade de Israel. Os defensores da missão aos gentios de fato apelaram para a comissão do Servo do Senhor como sendo sua própria comissão (At 13.47). Nesse, como tam bém em outros aspectos, o retrato do Servo em Isaías pode ser considerado o clí max do AT em sua função de preparo para o evangelho. 12 O Antigo Testam ento e o cristão BIBLIOGRAFIA A n d e r s o n , G. W., ed. Tradition and Interpretation. Oxford, 1979. B r ig h t , J. The Authority of the OT. London, 1967. B r u c e , F. F. The Time is Fulfdled. 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MILLARD A ESCRITA NO MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO Q uando o hom em inventou a escrita, ele descobriu uma forma de preservar suas idéias e experiências para que atravessassem a barreira do tempo. Era natural que o Deus que estava preparado para falar a linguagem hum ana fizesse que suas palavras fossem registradas por interm édio desse meio h u mano. Pela sua providência, a maior parte da sua revelação foi dada a um povo que tinha herdado um alfabeto pronto para o uso univer sal, para que qualquer pessoa que quisesse pudesse aprender a ler os livros sagrados. Moisés é o primeiro israelita de que te mos notícia que escreveu algo (Ex 17.14), e ele certamente viveu num mundo em que a escrita era bem conhecida Entre 2000 e 1000 a.C., quase uma dezena de escritas eram usa das na Síria-Palestina. Entre elas, as mais im portantes eram os 600 sinais cuneiformes da Babilônia, inscritos com um buril em tabuinhas de barro, e os 700 sinais hieroglíficos dos egíp cios, na sua forma cursiva para o dia-a-dia, o hierático, escrito com pena e tinta em papel (papiro) e sobre outras superfícies lisas. A escrita egípcia era pouco difundida fora de áreas de forte e contínua influência egípcia, como a Palestina e as cidades costeiras da Fenícia, ao passo que a escrita cuneiforme era o meio internacional de comunicação em todo o Oriente Médio. Este sistema e todos os outros eram complicados e empregados principalmente na administração, nas leis, na religião e na diplomacia. Constituíam pratica mente um monopólio da classe dos escribas. Um pouco antes de 1500 a.C., surgiu um ri val que, eventualmente, suplantou todos os outros: o alfabeto. P rovave lm en te fam iliarizados com o egípcio, os inventores semitas do alfabeto descobriram como um pequeno conjunto de símbolos poderia substituir os incômodos hie róglifos: era necessário um sinal para cada som da língua, em torno de 30 ao todo. Os sinais eram imagens, escolhidas, podemos supor, de acordo com o princípio acrofônico “dado=d” . Como nenhuma palavra semítica começa com vogal, e já que as vogais são suplem entares às consoantes nas línguas semíticas, ainda que necessárias, não era vi tal registrá-las. (Os sinais vocálicos foram sistematicamente criados quando os gregos tomaram emprestado o alfabeto em torno de 900 a.C., pois sua língua não podia ser escrita claramente sem esses sinais.) Ao final do se gundo milênio a.C., o alfabeto estabilizou-se e começou a desalojar os outros sistemas. Ele gerou imitações pelas mãos de escribas trei nados na tradição babilónica, os quais produ ziram alfabetos de sinais cuneiformes para uso em superfícies de argila, especialmente em Ugarite, na Síria. Por menor que seja o número de exemplos do alfabeto nascente, serve para mostrar o amplo uso da escrita, que se tornou possível por meio da simplici dade do sistema alfabético, quebrando assim o monopólio dos escribas. A ESCRITA NO ANTIGO ISRAEL Na conquista de Canaã, Israel tomou pos se de cidades em que a escrita era conhecida, 14 O texto do Antigo Testam ento e o alfabeto básico era familiar. História, leis, profecias, itinerários, narrativas, listas de im postos, tudo já era registrado com facilidade (cf. Jz 8.14). Infelizmente, seguindo a prática egípcia, o alfabeto era normalmente escrito em papiro, um papel vegetal que se desfaz em solo úmido; por isso, não temos exem plos para mostrar a extensão e o estilo da es crita israelita antiga. Pequenas amostras de hebraico antigo sobreviveram, presentes em materiais mais duráveis, cerâmica e pedra, que nos permitem ver como a escrita era usa da na vida diária e inferir a existência de livros de couro e de papel em forma de rolo. Isso não nos permite, nem de longe, deduzir que todos sabiam ler ou escrever, mas nos tempos de Isaías e Jeremias parece provável que havia poucas aldeias sem pelo menos um habitante que pudesse fazê-lo. O Antigo Testam ento também nos dá essa impressão, embora qualquer obra de homens instruídos — como é o caso — tenderá a destacar a ha bilidade deles! Esse pano de fundo ajuda-nos quando consideramos as origens e o desenvolvimen to dos livros do Antigo Testam ento. Infor mações valiosas sobre os hábitos dos escribas podem ser tiradas dos próprios documentos antigos, e elas podem ajudar-nos a detectar os tipos de erro cometidos à medida que uma geração copiava os livros de outra. Até mes mo notas insignificantes, escritas em fragmen tos de cerâmica, evidenciam a habilidade de uma eficiência prática, o cuidado para que se alcançasse a legibilidade, um modo de escrita aceito. Um cuidado semelhante pode ser iden tificado nos manuscritos literários assírios, babilónicos e egípcios de 2000 a.C em dian te, os quais fornecem uma analogia satisfató ria para a prática israelita. Por um lado, existe uma grande preocupação em reproduzir um texto antigo de forma exata, talvez com a atualização da ortografia, observando os da nos causados à cópia mestra, contando as li nhas, acrescentando o nome do escriba, às vezes tam bém o nome de um revisor, a(s) fonte(s) da cópia mestra (ou cópias mestras), a data e o destino da cópia — rei, templo ou indivíduo. Por outro lado, uma composição podia passar por mudanças editoriais e por revisão, criando uma ampla variação entre diversas cópias. Nesses casos, as diferenças são muitas vezes inexplicáveis ou sem sen tido agora e não seguem padrão algum; são impossíveis de ser descobertas ou previstas com base em apenas um texto, fato que pre cisa receber peso especial na hora de recons truir a história literária dos escritos do Antigo Testam ento. Para le itu ra adicional acerca do tem a desta seção, v. T h e Practice of W riting in Ancient Israel, The Biblical Archaeologist 35 (1972), p. 98-111; A pproaching th e O ld Testam ent, Themelios 2 (1976), p. 34-9, am bos por este autor. O TEXTO HEBRAICO TRADICIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO A escrita já existia em Israel, mas não sa bemos como e quando os livros que herda mos foram escritos pela primeira vez, pois não há cópias disponíveis anteriores ao ter ceiro século a.C. As cópias mais antigas que ainda existem, os manuscritos do mar Morto, revelam certa diversidade que vai ser discu tida a seguir. Elas também revelam a exis tência, entre 200 a.C. e 65 d.C., da forma textual conhecida em um estágio posterior como o Texto Massorético (TM ) ou Tradi cional, no qual as traduções para as línguas modernas são baseadas. A partir do exílio, o hebraico decaiu para o status de língua de uma minoria entre os ju deus, embora um dialeto persistisse na Judéia, sendo então substitu ído pelo aramaico, a lingua franca do Império Persa. A medida que o processo continuava, havia a necessidade crescente de preservar a pronúncia “correta” do texto da Bíblia hebraica na leitura da sina goga. Para ajudar o leitor, algumas consoan tes podiam representar vogais, um uso que se iniciou no período da monarquia e que al cançou o seu pico na época herodiana. Por volta dos séculos VII e VIII d.C., surgiram mé todos mais precisos de representação de vo gais e acentos, que culminaram no esquema 15 O texto do Antigo Testam ento de pontos e sinais colocados acima, abaixo e dentro das letras, usados desde então para produzir os sons e a entonação aceitos. Os estudiosos judeus que aplicaram esse sis tema ao texto consonantal herdaram regula mentações rígidas, designadas para manter a precisão nas cópias, as quais eram compará veis às antigas atitudes babilónicas e, talvez, derivadas delas. Eles tam bém registraram variantes no texto escrito que lhes foram re passadas (a Massorá). Algumas dessas variantes, na verdade, cor rigiam erros que foram conservados como re líquias no texto escrito; assim, em Is 49.5 está escrito lõ “não”, como está na ARC, enquanto a Massorá nos instrui a ler lô “a ele”, como na ARA, RV, RSV, NEB, NVI e manuscrito A do mar Morto de Isaías. Outras notas sugerem vogais alternativas para um conjunto ambí guo de consoantes, como 2Sm 18.13, em que “se eu tivesse atentado traiçoeiramente con tra a vida dele” ou “contra mim” dependem de uapè» e napei respectivamente. As formas no texto escrito são denominadas kethlbh “es crito”, e as anotadas pela Massorá, nas mar gens, Qerê “que se leia”. A tradição também relata algumas passa gens em que o texto fora alterado para evitar idéias inaceitáveis, como em ISm 3.13, em que Deus diz que os filhos de Eli “atraí ram maldição sobre si mesmos (cf. VA, RV), em vez de “me am aldiçoaram ” (cf. RSV, NEB; a NVI traz: “seus filhos se fizeram desprezíveis”). Esse texto massorético é representado hoje por alguns manuscritos copiados nos séculos nono e décimo d.C., e os principais estão pre servados no Cairo, Jerusalém, São Petersburgo e Londres e por todas as Bíblias hebraicas es critas ou impressas posteriormente. TEXTOS MAIS ANTIGOS A recuperação dos manuscritos do mar Morto provou a existência de outros textos hebraicos além do tipo tradicional, na Pa lestina, durante o século I a.C. até 68 d.C. Tem -se dado destaque a esses textos varian tes inevitavelm ente porque são novos para nós, mas devemos observar que eles são mi noria entre os manuscritos do mar Morto e, além disso, são muito fragmentários. Suas di ferenças do texto massorético são mais do que erros acidentais resultantes de enganos dos escribas, embora estudos mais aprofun dados mostrem que muitas delas são desli zes, e não mudanças intencionais. (Assim,
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