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Economia Institucional I - 2013 - Aula 1.

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Economia Institucional I 
 
Aula 1 – 
 
Trajetória das abordagens 
institucionalistas em economia: a velha e 
a nova economia institucional (temas, 
autores e periodização). 
 
1 
O contexto do surgimento da Economia 
Institucionalista Original (EIO) 
1. Principais escolas de economia até o final do S. XIX. 
• Mercantilistas 
• Clássicos 
• Marxistas 
• Neoclássicos 
2. Situação dos EUA nesse período. 
• Fim da Guerra de Secessão 
• Industrialização 
• Populismo 
• Começo do surgimento dos oligopólios/trustes. 
• Conflitos sociais 
• EUA rumo a ser a maior potência econômica e política. 
3. A OIE surge nesse período 
 
Algumas características da EIO - I 
1. “Pais” da escola: 
a) Thorstein Veblen (1857-1929) 
b) John R. Commons (1862-1945) 
 
Principais obras de Veblen: 
• Teoria da Classe Ociosa (1899). 
• Teoria da Empresa (1904). 
• O Instinto do Trabalho Eficaz e o Estado das Artes Industriais 
(1914). 
• Os Engenheiros e o Sistema de Preços (1921). 
• A Propriedade Absenteísta e os Negócios no Período Recente 
(1923). 
Principais obras de Commons: 
• Os Fundamentos Legais do Capitalismo (1924). 
• Economia Institucional (1934). 
• A Economia da Ação Coletiva (1950) 
 
Algumas características da EIO - II 
2. OIE não é uma escola unificada, tem duas tradições 
básicas: 
a) Linha originada em Veblen-Ayres: centralidade da 
tecnologia, ou seja, como se modifica e se adapta a 
sociedade quando surgem inovações. 
b) Linha originada em Commons: importância da resolução 
de conflitos. 
As visões de ambas linhas nem sempre são totalmente 
compatíveis, logo o institucionalismo não é uma escola no 
sentido doutrinário mais estrito 
3. Esta escola foi provavelmente a mais importante nos 
EUA no período entre as guerras, perdendo 
importância a partir de 1945, aprox. 
Algumas características da EIO - III 
4. Alguns nomes importantes que podem ser vinculados 
com maior ou menor ênfase ao institucionalismo 
original são os de Wesley Mitchell, Clarence Ayres, 
Gardiner Means, Gunnar Myrdal, Karl Polanyi, John 
Kenneth Galbraith, Dudley Dillard, Robert Heilbroner, 
Warren Samuels, Anne Mayhew e Geoffrey Hodgson. 
5. A associação que agrupa estes economistas é a AFEE 
(Association for an Evolutionary Economics) que 
publica o Journal of Economic Issues. 
 O conceito de instituições na EIO 
• Há muitas definições de instituições. 
• Uma clássica é: “Instituições é meramente um termo 
conveniente para os mais importantes entre os hábitos sociais 
amplamente prevalecentes e altamente padronizados” 
(Mitchell, cit. em Neale, p.1178). 
• Outra definição bastante abrangente é: “São relações humanas 
que estruturam as oportunidades através de restrições 
(constraints) e permissões (enablements). Uma restrição para 
uma pessoa é uma oportunidade para outra. As instituições 
permitem que os indivíduos façam o que não conseguem fazer 
sozinhos. Elas estruturam os incentivos utilizados ao calcular as 
vantagens individuais. Elas afetam crenças e preferências, e dão 
dicas para a ação não-calculada. Elas fornecem ordem e 
previsibilidade à interação humana” (Schmid, 2004, p.1). 
• Em qualquer caso,o importante é lembrar que não existe uma 
economia com mercado e sem instituições. Aliás, o próprio 
mercado é uma instituição fundamental. 
 
As preocupações da EIO - I 
1. A mudança tecnológica é a principal causa da mudança das 
sociedades. 
2. As sociedades humanas têm divisões internas; os grupos 
dominantes tendem a manter sua posição utilizando 
mecanismos de poder e estabelecendo diferenciações 
artificiais entre as pessoas. 
3. O ser humano é racional, mas não exclusivamente. Os instintos 
e os hábitos são parte fundamental da conduta humana. 
4. Cada sociedade cria um conjunto particular de normas, regras, 
leis, de conduta sociais e individuais que determinam o que é 
correto e errado, aceitável e inaceitável, etc. Essas normas, 
etc., são as instituições dessa sociedade. 
5. O mercado não gera automaticamente os melhores resultados 
do ponto de vista social. 
6. Os juízos de valor sociais são parte da pesquisa, e eles próprios 
devem ser objeto de investigação. 
7. A intervenção do governo pode compensar ou reforçar os 
resultados do processo de mercado. 
 
As preocupações da EIO - II 
8. O objeto de estudo é “a evolução do controle e da 
organização da economia como um todo” (Samuels, p.105), 
ou seja, não se concentra na alocação de recursos, etc. 
9. Disso decorre que a para os institucionalistas economia é 
mais do que os mercados. São as instituições as que 
delimitam os mercados, e é através delas que o mercado 
opera e que são gerados os resultados do mercado. 
10. Parte de suas contribuições é uma contestação contra a 
economia de mercado existente, e também contra o corpo de 
teoria econômica existente, ao qual consideram muito 
influenciado pelas estruturas existentes. 
11. A economia é uma ciência de políticas (policy science); a 
importância da pesquisa econômica é função de sua 
relevância para resolver problemas das sociedades através da 
mudança institucional. 
 
 Origens da EIO 
1. Surgimento nos EUA do fim do século XIX: aumento da 
concentração de capital, surgimento das grandes 
corporações, acirramento dos conflitos sociais. 
2. Isso se contrapõe a uma tradição jeffersoniana/populista 
que fala da importância de uma sociedade de pequenos 
proprietários mais ou menos iguais. 
3. Perspectiva de darwinismo social que sugere que os 
melhores merecem ter mais. 
4. Veblen sugere, em sentido oposto, que a seleção 
funciona ao nível das instituições, mas não premia os 
melhores. 
5. Para Veblen, a tecnologia provoca mudanças sociais 
(papel instrumental), mas as instituições existentes 
brecam as transformações (papel cerimonial) e 
reforçando a estrutura social existente. 
 A ação dos indivíduos para a EIO 
• OIE´s tiram seu conceito de hábitos de William James, que 
entende o hábito como um “caminho de descarga formado 
no cérebro” (Rutherford, 1996, p.56). 
• Para Veblen, os hábitos são formados para alcançar 
objetivos (são ações voltadas a fins, mas não resolvidas caso 
a caso). 
• Para Mitchell, a visão da economia tradicional exagera o 
papel da racionalidade, mas esta é ainda assim muito 
importante. 
• Commons entende que os hábitos permitem ter espaço 
para lidar com o inesperado. 
• Todos os OIE´s enfatizam que as normas são muito mais 
fáceis de mudar do que os hábitos. Todavia, para Veblen 
essa mudança não pode ser consciente, mas Commons e 
Ayres acreditam que a ação intencional rumo à mudança 
pode ser bem sucedida. 
Tecnologia e poder na EIO - I 
1. A tecnologia é a força principal na evolução do sistemas 
econômicos (especialmente na tradição de Veblen-Ayres). 
2. A escolha da (de uma) tecnologia entre as opções possíveis está 
sujeita ao jogo de poderes entre diferentes atores que 
pretendem canalizá-la de maneira conveniente para si. 
3. A OIE entende que não podem ser estudadas coisas como 
direitos de propriedade, direitos, contratos, firmas (corporações) 
sem pensar em termos de poder. 
4. O poder inclui, porém vai além, da possibilidade de determinar 
preços. Mais corretamente, se centra “... no poder como 
participação na economia, decidindo quais interesses contam na 
alocação de recursos, na distribuição da renda bem como na 
determinação do nível de renda e de emprego” (Samuels, 
p.110). 
Tecnologia e poder na EIO - II 
5. Para a OIE, a economia é um processo decisório discricionário 
no qual os (grupos de) atores manobram para conseguir 
posições melhores, e não um mecanismo neutro. Análises 
teóricas de como operam mercados ideais devem ser 
cuidadosamente diferenciadas do estudo dos mercadosreais. 
6. Os direitos não podem ser tomados como dados, exógenos ou 
pré-existentes, mas devem ser também objeto de análise. 
7. Aceita-se que ignorar a estrutura de poder existente serve para 
legitimar o status-quo. 
8. A percepção dos interesses e a formação das preferências dos 
indivíduos ocorrem dentro de uma cultura que está 
condicionada por essas estruturas de poder (os valores 
decorrem do poder, e o poder decorre dos valores). 
Macroeconomia e o papel do governo na EIO 
1. A estrutura econômica encontra-se dividida entre um núcleo 
oligopolista (que origina um setor planejado na economia) e uma 
periferia competitiva. 
2. A existência desta dualidade será central na determinação dos 
níveis de emprego, preço, renda, etc. 
3. Os OIE´s, em geral, avaliam que os governos têm estado mais 
preocupados em garantir as expectativas das grandes corporações 
do que em garantir o pleno emprego (todavia, Hodgson fala de que 
é difícil definir os EIO´s em termos de perspectiva política). 
4. O governo desempenha um papel fundamental na economia, e sua 
presença não pode ser vista principalmente em termos da criação 
de ineficiências e distorções. 
5. Uma questão fundamental não é se o governo deve ou não intervir, 
mas entender quem é favorecido pela sua intervenção ou omissão. 
Alguns pontos metodológicos da EIO 
1. Para a EIO, nas ciências sociais mais importante do que prever é 
compreender. 
2. Assume-se que os elementos normativos estão presentes na 
elaboração de teorias, e por isso devem ser assumidos e discutidos. 
Isso não quer dizer que não se possa fazer uma separação entre fato 
e valor. 
3. O modelo de ciência social desejada não é uma imitação da física (ou 
das matemáticas). A formalização não é uma meta em si. Não se 
procura soluções de equilíbrio ótimas e únicas. 
4. Rejeita-se a contraposição entre individualismo metodológico e 
holismo. Entende-se que os indivíduos são moldados pela sociedade 
em que vivem (ou na que foram criados), porém sem serem 
marionetes da cultura. Não se nega a causação para cima típica do 
individualismo metodológico, mas acrescenta-se a ela a causação de 
cima para baixo do holismo (para Hodgson, esta combinação é a 
característica distintiva da EIO). 
A EIO e a formalização em economia 
1. Questão básica: “formalizar uma teoria não é apenas 
torná-la mais precisa; mais adequadamente, alguns 
aspectos da mesma são destacados para produzirem 
uma representação altamente idealizada dela” 
(Rutherford, 1996, p.7). 
2. OIE rejeita formalização (para alguns, isso significa 
que rejeita toda teorização). 
3. Ênfase nos processos de mudança leva a questionar 
estudo de situações de equilíbrio. 
4. Importância da causação cumulativa → path 
dependence. 
5. Mitchell: teoria “dentro da investigação” → 
importância dos levantamentos empíricos. 
Algumas características da Nova Economia Institucional (NEI) 
1. “Pais” da escola: Ronald Coase, Oliver Williamson e Douglass North. 
 Todavia as visões de ambos nem sempre são compatíveis, logo o novo 
institucionalismo não é uma escola no sentido doutrinário mais 
estrito. 
2. Esta escola começa a existir como um movimento intelectual em 
meados dos anos 1970 (Williamson fala de sua existência no 
prefácio de “Markets and Hierarchies”). 
3. Alguns nomes importantes que podem ser vinculados com maior ou 
menor ênfase ao novo institucionalismo são os de Paul Joskow, 
Claude Ménard, Yoram Barzel, Lee Alston, Gary Libecap e Avner 
Greif 
4. A associação que agrupa estes economistas é a ISNIE (International 
Society for the New Institutional Economics) que realiza 
conferências anuais desde 1997 
 Não tem publicação oficial, embora alguns periódicos publiquem muitos 
trabalhos nesta orientação, como o Journal of Law, Economics and 
Organizations. 
16 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
Características do Pensamento da NEI - I 
1. No site da ISNIE encontra-se a seguinte definição da escola: 
 
A Nova Economia Institucional (NEI) é um empreendimento interdisciplinar que 
combina economia, direito, administração, ciência política, sociologia e 
antropologia para entender as instituições sociais, polítics e comerciais. Ela toma 
emprestado libremente de várias disciplinas das ciências sociais, mas sua 
linguagem primária é a da economia. Sua meta é explicar o que são as 
instituições, como surgem, a que propósitos servem, como mudam e como, se 
for preciso, devem ser reformadas. 
 
2. Logo as questões fundamentais seriam: 
I. Interdisciplinaridade 
II. Predomínio da economia 
III. Preocupação com as instituições 
 
17 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
Características do Pensamento da NEI - II 
3. Instituições são relevantes para explicar o desempenho 
econômico 
4. Instituições vistas como ‘regras do jogo’, restrições que 
balizam o agir dos indivíduos 
 “Instituições são restrições, formais ou informais, 
construídas pelos seres humanos, que estruturam a 
interação social, econômica e política”. (North 1991: 97). 
5. Crescentemente, passa a se destacar que as instituições 
também desempenham um papel “informacional-cognitivo”, 
ou seja, passam a ser parte da maneira em que os indivíduos 
formam sua visão de mundo, deixando de ser unicamente 
restrições externas (Dequech, 2002) 
18 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
A NEI e o Mainstream - I 
1. A NEI considera-se “diferente, mas não hostil’ em 
relação ao mainstream. Entende que este não dá boas 
respostas a problemas de maior importância 
2. North: ‘honrosa exceção é teoria dos preços em 
economias desenvolvidas’. 
3. As perguntas que orientam as pesquisas são diferentes. 
4. Tem maior permissividade com o relaxamento de 
pressupostos (racionalidade, informação, preferências 
dadas). 
 
 
 
19 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
A NIE e o Mainstream - II 
5. A atitude dos economistas da NEI é diferente 
daquela dos mainstreamers. Segundo Coase (1999, 
p.3): 
 
Os economistas, em termos gerais, não estudam o funcionamento do 
sistema econômico real. Eles teorizam sobre esse assunto. Como 
disse uma vez o economista inglês Ely Devons em uma 
conferência, “Se os economistas quisessem estudar os cavalos, 
eles não olhariam para os cavalos. Eles se sentariam em seus 
escritórios e pensariam: ’o que eu faria se fosse um cavalo?’” E 
descobririam logo que iriam maximizar sua utilidade. 
 
20 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
Questões metodológicas da NEI 
1. A NEI defende uma pluralidade de abordagens: 
- Estudos de Caso e História: indução 
- Modelos (formais ou não): dedução 
- Economia experimental 
2. Proposições empíricas e, preferencialmente, falseáveis. 
3. Análises teóricas e empíricas devem ser interativas e 
evoluir conjuntamente. 
4. Em relação à OIE, a NIE acredita ter maior rigor 
analítico, pois suas análises seriam falseáveis e 
replicáveis. 
 
21 Aula 2 - Características da OIE e da NIE 
22 
Esquema de 4 níveis para análise social 
Contexto de regras informais 
(normas sociais, ética, costumes etc.) 
100 a 1000 anos 
Ambiente institucional formal: 
(Sistema político, leis e direitos de propriedade) 
10 a 100 anos 
Estruturas de Governança 
(contratos, firmas, formas de organização interna) 
1 a 10 anos 
Decisão individual: 
(teoria da agência, preferências, racionalidade) 
Contínuo 
Desempenho 
Econômico 
renda; distribuição, 
pobreza, inovação, 
conflitos sociais e 
políticos etc.

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