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1 CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA Disciplina: OPERAÇÕES UNITÁRIAS NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS I Valdir Salgado 2012 2 CONTEÚDO: INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS 4 - 5 CLASSIFICAÇÃO: 1. OPERAÇÕES MECÂNICAS 5 1.1 – Operações envolvendo sólidos granulares 1.2 - Operações com sistemas sólido-fluido 1.3 – Operações envolvendo sistemas fluidos 2 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE CALOR 3 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE MASSA 2. REVISÃO - CONCEITOS QUÍMICOS - MÉTODOS DE SEPARAÇÃO MISTURAS 6 - 8 2.1 – MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS 3. MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSOS 9 4. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDOS 9 5. ARMAZENAMENTO DE GASES 9 6. ARMAZENAMENTO DE SÓLIDOS 9 - 11 6.1 Tipos de armazenamento de sólido 7. TRANSPORTE DE SÓLIDOS 11 - 15 7.1 Tipos de transportadores de sólidos 7.2 TRANSPORTADOR DE ROSCA (HELICOIDAL) 7.3 TRANSPORTADOR DE ELEVADOR DE CAÇAMBAS 8. TRANSPORTE PNEUMÁTICO 15 - 18 8 . 1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TRANSPORTE PNEUMÁTICO CONSIDERANDO OUTROS TIPOS DE TRANSPORTE: 8.2 TIPOS DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO: 9. TRANSPORTE DE LIQUIDOS 18 - 20 9.1 - BOMBA CENTRÍFUGA ( Força Centrífuga) 10. EXTRAÇÃO DE MATEIRAIS 21 - 23 10.1 – FILTRAÇÃO 10.1.2 -MEIO FILTRANTE 10.1.3 -TIPOS DE MEIOS FILTRANTES 10.1.4 – TELAS METÁLICAS 10.1.5 – TECIDOS 10.1.6 – PLÁTICOS 10.1.7 - TIPOS DE TORTA 10.2 –DECANTAÇÃO 23 - 24 10.3 –DESTILAÇÃO 24 - 26 12. 1. -Escoamento das fases líquido e vapor nos pratos da coluna de destilação 10.4 – CENTRIFUGAÇÃO 26 - 28- 10.4.1 -Aumento no efeito da gravidade: a centrífuga. 10.4.2 -Tipos de Centrífuga. 10.5. –EXTRAÇÃO 29 - 30 3 CONVERSÃO DE MEDIDAS 31 – 33 TABELA DE CONVERSÃO 34 – 36 MECANICA DOS FLUIDOS 37 MASSA ESPECIFICA 37 - 38 PESO ESPECIFICO 38 PESO ESPECIFICO RELATIVO 39 REOLOGIA 40 VISCOSIDADE 40 – 41 PRESSÃO 42 - 43 PRESSÃO HIDROSTÁTICA 43 - 44 PRESSÃO ABSOLUTA 44- 45 LEI DE PASCAL 45 - 47 LEI DE STEVIN 47 - 48 VAZÃO 48 RELAÇÃO ENTRE VAZÃO E VELOCIDADE 49 VAZÃO MASSICA 49 - 50 VAZÃO EM PESO 50 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE 51 - 56 TIPOS DE ESCOAMENTO / REYNOLDS 57 - 59 PRESSÃO MANOMETRICA 60 - 64 4 OPERAÇÕES UNITARIAS PARTE I INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS Toda indústria química envolve um conjunto de processos: Processo químico, Processo de estocagem de materiais, processo de compras, processo de pagamentos, etc. As operações unitárias serão importantes para execução dos processos químicos, físico-químicos, petroquímicos, etc. Um processo químico é um conjunto de ações executadas em etapas, que envolvem modificações da composição química, que geralmente são acompanhadas de certas modificações físicas ou de outra natureza, no material ou materiais que é (são) ponto de partida (matérias primas) para se obter o produto ou os produtos finais (ou acabados). Cada etapa dentro do processo que tem princípios fundamentais independentes da substância (ou substâncias), que está sendo operada e de outras características do sistema, pode ser considerada uma operação unitária. O engenheiro A. D. Little (1915) apresenta um conceito interessante para as operações unitárias: "Qualquer processo químico, em qualquer escala, pode ser decomposto numa série estruturada do que se podem denominar, operações unitárias, como moagem, homogeneização, aquecimento, calcinação, absorção, condensação, lixiviação, cristalização, filtração, dissolução, eletrólise,etc." Desde 1915 foram acrescentadas outras operações unitárias a lista de Little como o transporte de fluidos, a transferência de calor, a destilação, a umidificação, a absorção de gases, a sedimentação, a classificação, a centrifugação, a hidrólise, a digestão, a evaporação, etc. As complexidades das Aplicações de engenharia provem da diversidade das condições, como temperatura, pressão, concentração, pureza, etc., sob as quais as operações unitárias devem ser realizadas nos diversos processos e das limitações e exigências aos materiais de construção e de projeto, impostas pelos aspectos físicos e químicos das substancias envolvidas. Todas as operações unitárias estão baseadas em princípios da ciência que são traduzidos nas aplicações industriais em diversos campos de engenharia. O escoamento de fluído, por exemplo, é estudado em mecânica dos fluídos, mas interessam muito a hidráulica que se liga mais à engenharia civil e a engenharia sanitária. Encontram-se, no setor da indústria exemplos de maior parte das operações unitárias em aplicações as mais variadas. 5 CLASSIFICAÇÃO: As operações unitárias podem ser classificadas de acordo com critérios variados. Podemos, por exemplo, classificá-las em grupos de acordo com a sua finalidade dentro do processo produtivo. Operações preliminares: São normalmente utilizadas antes de qualquer outra operação. Suas funções estão associadas à preparação do produto para posterior processamento de melhoria das condições sanitárias da matéria prima. Ex. Limpeza, seleção, classificação, eliminação, branqueamento, etc. Operações de conservação: Entre estas podemos citar a esterilização, a pasteurização, o congelamento, refrigeração, evaporação, secagem, etc. Operações de transformação: Moagem, mistura, extrusão, emulsificação, etc. Operações de separação: Filtração, cristalização, sedimentação, centrifugação, prensagem, destilação, absorção, adsorção, desumidificação, precipitação eletrostática, etc. Uma classificação bem comum é utilizada levando-se em conta o tipo de operação envolvida (operações mecânicas, operações envolvendo transferência de calor e operações envolvendo transferência de massa), a saber: 1. OPERAÇÕES MECÂNICAS 1.1 – Operações envolvendo sólidos granulares - Fragmentação de sólidos; - Transporte de sólidos; - Mistura de sólidos; 1.2 - Operações com sistemas sólido-fluido - Sólidos de sólido; - Peneiramento - Separação hidráulica (arraste - elutriação) - Sólido de líquidos; - Decantação - Flotação (borbulhamento de ar) - Floculação (sulfato de alumínio - aglutinação - flocos) - Separação centrífuga - Filtração - Sólidos de gases - Centrifugação (para gases - ciclones) - Filtração (para gases - filtros manga) - Líquidos de líquidos - Decantação - Centrifugação 1.3 – Operações envolvendo sistemas fluidos - Bombeamento de líquidos; - Mistura e agitação de líquidos; 2 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE CALOR - Aquecimento e resfriamento de fluidos - Evaporação e Cristalização - Secagem 3 – OPERAÇÕES COM TRANSFERÊNCIA DE MASSA - Destilação - Extração líquido-líquido - Absorção de Gases 6 2. REVISÃO - CONCEITOS QUÍMICOS - MÉTODOS DE SEPARAÇÃO MISTURAS Na química, a separação de misturas é muito importante, pois para obtermos resultados mais corretos em pesquisas e experiências, é necessário que as substâncias utilizadas sejam as mais puras possível. Para isso, utiliza- se vários métodos de separação, que vão desde a "catação"até complicada "destilação fracionada". Exemplos práticos onde a separação de misturas é aplicada: - Tratamento de esgotos / Tratamento de água: O esgoto urbano contém muito lixo "grosso", é necessário separar este lixo do resto da água (ainda suja, por componentes líquidos, que serão extraídos depois - Dessalinização da água do mar: Em alguns lugares do planeta, a falta de água é tamanha, que é preciso pegar água do mar para utilizar domesticamente. Para isso, as usinas dessalinizadoras utilizam a osmose e membranas semi-permeáveis para purificar a água. - Destilação da cachaça - Separação de frutas podres das boas em cooperativas (catação) - Exame de sangue: Separa-se o sangue puro do plasma (líquido que compõe parte do sangue, que ajuda no carregamento de substâncias pelo organismo), através de um processo de sedimentação "acelerada" (o sangue é posto em uma centrífuga, para que a parte pesada do composto se deposite no fundo do recipiente Entre várias outras aplicações. Para facilitar o processo de separação de uma mistura, deve-se observar primeiro a própria mistura. Ela pode ser de dois tipos: - Homogênea significa que as misturas tem um aspecto comum, dando a impressão de que não é uma mistura. - Heterogênea é o contrário: nota-se claramente que se trata de duas (ou mais) substâncias, exemplo: água misturada com areia. Nas misturas homogêneas, deve-se aplicar primeiro métodos que envolvam fenômenos físicos (evaporação, solidificação, etc). Nas heterogêneas, deve-se separar as "fases" (os diferentes aspectos da mistura) utilizando métodos mecânicos (catação, levigação, etc), e depois, os mesmos métodos utilizados em substâncias homogêneas (pois cada fase poderá ter mais de uma substância, passando a ser então, uma substância homogênea). Abaixo está a lista de métodos utilizados para separação de misturas: 7 2.1 – MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS Para misturas heterogêneas: Processo No que se baseia Tipo e exemplo Como é feito Catação Diferença de tamanho e de aspecto das partículas. Sólido – Sólido Feijão e impurezas Método rudimentar que utiliza as mãos ou uma pinça para separar os componentes da mistura. Peneiração ou Tamisação Diferença de granulação dos componentes. Sólido–Sólido Areia fina e pedras Agita-se a peneira, o componente de granulação menor atravessa a malha e é recolhido. Ventilação Diferença de densidade entre os sólidos. Sólido–Sólido Arroz e palha Passa-se uma corrente de ar pela mistura, o sólido menos denso é arrastado e separado do mais denso. Filtração Diferença acentuada de tamanho das partículas dos componentes. Sólido–Líquido Areia e água Faz-se a mistura passar por um filtro que pode ser de papel: o líquido atravessa o filtro enquanto o sólido fica retido. Sedimentação Fracionada Diferença acentuada de densidade entre os componentes. Sólido–Sólido Areia e serragem Adiciona-se um líquido de densidade intermediária. O sólido mais denso se deposita no fundo do recipiente. O menos denso flutua. Decantação As substâncias são imiscíveis, não são solúveis uma na outra. Líquido-Líquido Sólido-Líquido Óleo em água ou terra em água Dois ou mais líquidos imiscíveis se separam espontaneamente (o menos denso em cima). Para acelerar a separação de sólidos dispersos em líquidos, utiliza-se a centrífuga. Levigação Um dos componentes (em forma de pó) é facilmente arrastado por um líquido e o outro não. Sólido–Sólido Ouro e impurezas em pó (areias auríferas) Emprega-se uma corrente de água ou de outro líquido adequado para arrastar o componente menos denso (pulverizado). Dissolução fracionada Uma das substâncias é solúvel num determinado solvente e a outra não. sólido–sólido NaCl e Areia Adiciona-se à mistura um líquido que dissolve apenas um dos componentes. O componente não dissolvido é separado por filtração e o que se dissolveu, por destilação. 8 Para misturas homogêneas: Processo No que se baseia Tipo e exemplo Como é feito Destilação simples Diferença acentuada entre os pontos de ebulição das substâncias. Sólido-Líquido NaCl e água O balão de destilação é aquecido sobre uma tela de amianto na chama de um bico de Bünsen. O líquido entra em ebulição, o vapor vai para o condensador, é condensado e recolhido no erlenmeyer. Destilação Fracionada Diferença pequena entre os pontos de ebulição das substâncias. Líquido-Líquido Petróleo ou ar liquefeito Ao aparato de destilação acrescenta-se uma torre de fracionamento com cacos de vidro ou bolinhas de porcelana para dificultar a passagem do composto de menor ponto de ebulição. Dissolução fracionada Uma das substâncias é solúvel num determinado solvente e a outra não. sólido–sólido NaCl e AgCl Vide tabela 1. Evaporação Diferença acentuada entre os pontos de ebulição das substâncias. Sólidos-Líquido Água do mar A mistura é deixada em repouso ou é aquecida até que o líquido sofra evaporação. Cristalização fracionada Diferença acentuada entre as solubilidades das substâncias Sólidos-Líquido Água do mar Ao evaporar lentamente parte do líquido (solvente), a substância menos solúvel se cristaliza antes das outras, separando-se da mistura. 9 Outros processos: Processo No que se baseia Tipo e exemplo Como é feito Separação Magnética Propriedades magnéticas de um dos componentes. Sólido–Sólido Ferro e enxofre Submete-se a mistura à ação de um ímã. O componente que sofre magnetismo é atraído e separado dos demais. Sublimação Uma das substâncias sofre sublimação em condições amenas e a outra não. Sólido–Sólido Iodo e impurezas A mistura é aquecida, a substância sublima e quando o vapor encontra uma superfície fria volta a cristalizar. As impurezas ficam retidas. 3. MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSOS Equipamentos de processos são os equipamentos em indústrias de processamento, que são aquelas nas quais os materiais sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas ou químicas ou as que se dedicam à armazenagem, manuseio ou distribuição de fluídos. Classificam-se em Equipamentos de caldeiraria, Máquinas e Tubulações. Os equipamentos de processo podem trabalhar em três condições específicas nas indústrias de processamento: - Regime contínuo - Cadeia contínua - Situações de alto risco 4. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDOS A necessidade de armazenamento surge por vários motivos: - Reservar a matéria-prima, sólida ou fluida, recebida do fornecedor, muitas vezes em grandes quantidades; - Armazenar o produto antes da venda; - Possivelmente como uma etapa intermediária objetivando dar “fôlego” às outras etapas do processo, tais como transporte, embalagem, entre outras. Os recipientes que realizam este armazenamento chamam-se tanques, são especificados por normas apesar de serem equipamentos mais simples. O armazenamento de líquidos pode ser realizado, basicamente, em duas condições distintas: - Armazenamento de líquidos a temperatura ambiente e pressão atmosférica; - Armazenamento de líquidos a temperatura ambiente e pressãoacima da atmosférica 5. ARMAZENAMENTO DE GASES Os recipientes que realizam este armazenamento chamam-se vasos ou cilindros. Os vasos na maioria das vezes são cilíndricos horizontais ou verticais, dependendo da necessidade. A forma com a qual o gás pode ser armazenado não depende somente do tipo do gás, mas das condições em que ele se encontra. Uma das propriedades que mais podem interferir no tipo de armazenamento de gases é a TEMPERATURA CRÍTICA DO GÁS , ou seja, a temperatura acima da qual o gás não pode ser liquefeito, pois o gás liquefeito 10 consegue ser armazenado em uma quantidade muito maior em massa do que no estado gasoso. Desta forma os gases podem ser armazenados nas seguintes condições: - Armazenamento de gases a temperatura ambiente e alta pressão, sob a forma de gás; - Armazenamento de gases liquefeitos a temperatura ambiente e alta pressão; - Armazenamento de gases liquefeitos a temperatura criogênica e alta pressão. 6. ARMAZENAMENTO DE SÓLIDOS Armazenamento do material sólido revela algumas características específicas quando se analisa o material granular a granel, são elas: - Deformação; - Pressão; - Cisalhamento; - Densidade. No armazenamento de sólidos existem três fatores de influência a serem considerados: - O coeficiente de atrito: é, por definição, a tangente do ângulo de equilíbrio, não depende do peso do corpo, somente dos materiais e do estado das superfícies; - O ângulo de queda; é o ângulo com o qual o corpo começa a cair,considerado o infinitésimo maior que o ângulo de equilíbrio; - O ângulo de repouso: é o ângulo que um corpo particulado forma quando cai livremente sobre o chão ou uma superfície qualquer. O conteúdo da umidade influencia diretamente no valor do ângulo de repouso, alterando-o conforme sua intensidade. 6.1 Tipos de armazenamento de sólido 6.1.1 Armazenamento em PILHAS: Armazenam-se em pilhas quando a quantidade do material é muito grande, e inviabiliza economicamente a utilização de silos, ou quando o material armazenado não pode ser confinado, pois cujo pó, em presença de ar, forma uma mistura explosiva, exigindo o armazenamento em ambientes abertos; Amplamente utilizada na indústria de mineração, fertilizantes, etc... 6.1.2 Armazenamento em SILOS: Amplamente utilizada na indústria de grãos, cimentos etc... Os silos são utilizados para volumes menores de material, ou também quando o material é armazenado por sofrerem deterioração (grãos), ou serem sensíveis à umidade (cimentos). Podem ser feitos de concreto ou de aço,com formato redondo, quadrado ou retangular, depende do critério ou da necessidade do projetista, porém o fundo deve ser cônico ou piramidal. O ângulo do fundo deve ser MAIOR que o ângulo de queda do material armazenado. Alguns materiais granulares ou em pó não pode ser armazenados em silos pois formam , em contato com o ar, uma mistura explosiva, que na presença de algum tipo de ignição pode gerar grandes prejuízos. 6.1.3 Problemas de armazenamento em SILOS: Na armazenagem por silos, um dos fatores mais importantes no funcionamento é a escoabilidade do material. Os principais problemas de escoamento pelos silos são expostos nas figuras a seguir: ARCO MECANICO SEGREGAÇÃO ARCO DO MATERIAL COESIVO 11 FLUXO FLUXO FUXO FLUXO FUXO INADEQUADO FUNIL INDISTINTO ERRÁTICO RÁPIDO DE VELOCIDADE 6.1.4 Soluções para problemas de armazenamento em SILOS: Das soluções mais primitivas surgiram métodos de eliminação ou, pelo menos, formas de minimizar os efeitos da falta de escoabilidade dos sólidos armazenados a granel. Atualmente, a utilização de martelos de borracha, para golpes na parte cônica do silo, ou meios de desestabilizar o material que se aglomerou dentro do silo, ainda são utilizadas com freqüência porém, podem ser substituídos por mecanismos mais precisos, tais como: - VIBRADORES: Utilizados na parte cônica do silo. Consiste em aparelhos que vibram, impedindo a acomodação do material na parede do silo; - ATIVADORES DE SILOS : Utilizados na parte INTERNA cônica do silo com a função de impedir que o material aglomere e forme arcadas impedindo o escoamento. Consiste em um equipamento que obriga o material armazenado a descer pelas paredes do silo - FLUIDIFICADORES: Consiste em injetar ar dentro do silo com a finalidade de fluidificar o sólido, eliminando o atrito com as paredes e entre si 7. TRANSPORTE DE SÓLIDOS Os transportes industriais abrangem 3 tipos distintos de operações unitárias: - Transporte de sólidos - Bombeamento de líquidos - Movimentação de gases Operações de movimentação de sólidos granulares em regimes contínuos para as etapas do processo; Dentre muitos, pode-se citar os seguintes aspectos sobre a importância do transporte de sólidos: - Grande importância no custo da operação industrial; - Automação dos processos, substituindo a mão de obra humana - Necessidade de um transporte versátil para os vários tipos de sólidos Para caracterizar, ou especificar, o equipamento, leva-se em consideração os seguintes aspectos: - Capacidade: de operação; nominal; de pico; de projeto. - Distância e desnível entre carga e descarga; - Natureza do material transportado; - Fatores econômicos. 12 Pode-se dividir os transportadores em dois grupos: Os que se movimentam junto com o sólido no transporte Pás carregadeiras; Vagonetas ; Empilhadeiras ; Caminhões; Guinchos; Guindastes; etc... Os que permanecem fixos no transporte do sólido Carregadores ; Arrastadores ; Elevadores ; Alimentadores ; Pneumáticos Os equipamentos carregadores são destinados a carregar de forma contínua o sólido granular de um ponto a outro dentro da fábrica, os mais comuns são: - Correia Esteira Corrente Caçamba - Vibratório - Por gravidade 7.1 Tipos de transportadores de sólidos 7.1.1. TRANSPORTADOR DE CORREIA (ESTEIRAS) O transportador de correias consiste em transportar o sólido suportado por uma correia sem fim flexível, normalmente de borracha, que se desloca sobre roletes durante todo o percurso, nas extremidades encontra-se tambores(polias), que se encontram livres no ponto de alimentação e motores(ou motrizes) no ponto de descarga. É realizado horizontalmente, podendo ser também inclinado, preferencialmente para cima. Podem medir desde poucos metros até muitos quilômetros, trabalhando versátilmente em várias velocidades e temperaturas. A figura a seguir representa esquematicamente um transportador de correia: 13 Os roletes de retorno podem ser chamados também de esticadores, por terem a função de manter a correia esticada no momento do retorno( quando está vazia), desta forma otimizando a potência do equipamento e aumentando a vida útil da correia, componente que gera maior manutenção do transportador.As Correias são mais comumente constituídas por camadas superpostas de borracha, para promover a resistência a abrasão e lonas de Nylon ou metálicas, que darão resistência mecânica à tração, ao conjunto. Conforme a necessidade, as correias podem ser constituídas por outras matérias- primas, tais como PVC, couro, algodão, amianto, entre outros. 7.2 TRANSPORTADOR DE ROSCA (HELICOIDAL) Consiste em uma calha semi-cilindrica dentro da qual gira um eixo com uma helicóide. Além do transporte propriamente dito, este transportador pode ser utilizados para algumas outras operações, tais como mistura, resfriamento, extração, moagem entre outros; São adaptáveis a uma ampla gama de processos operacionais, facilmente isolados do ambiente externo podendo trabalhar com atmosfera, pressão ou temperatura controladas; 14 7.3 TRANSPORTADOR DE ELEVADOR DE CAÇAMBAS É realizado para transportes verticais, transportador de elevador consiste em transportar o sólido suportado por caçambas, ou canecas, fixadas em correias verticais ou em correntes que se movimentam entre uma polia superior (normalmente motora) e outra inferior que gira livremente. Normalmente são equipamentos estanques, confinados em carenagens de aço ou outro material adequado, que impede a perda de materiais para o ambiente. O descarregamento pode ser realizado de vários modos, sendo as formas mais comuns : Elevação com descarga centrífuga: - Mais comum; - Destinado ao transporte de grãos, areia, produtos químicos secos; 15 Elevação com descarga positiva: - Destinado a materiais que tendem a se compactar; - Velocidade de transporte é baixa; Elevação contínua: - A descarga é delicada para evitar degradação excessiva do produto; - Normalmente usada para materiais difíceis de se trabalhar com descarga contínua; - Trabalha com materiais finamente pulverizados; 16 8. TRANSPORTE PNEUMÁTICO O transportador pneumático é um equipamento utilizado em larga escala na indústria para movimentação e elevação de sólidos granulados através das mais variadas distâncias e tipos de trajeto. Consiste em movimentar um produto (partículas de sólidos) no interior de uma tubulação estanque através de uma corrente de sopro ou exaustão, usando ar ou outro gás como fluido transportador. A maioria das atividades industriais implica na movimentação de produtos em pó, granulados ou refiles, seja para as necessidades de fabricação ou para remoção de resíduos; O sistema de transporte pneumático é constituído basicamente por: - Tubulação por onde circulam os sólidos e o fluido transportado; - Um soprador e/ou bomba de vácuo; - Um alimentador de sólidos e; - Um separador de fluido e sólidos na parte terminal tais como: - Ciclones; - Filtros de limpeza por ar comprimido ou contra-corrente; - Ou até mesmo descarga direta em silo ou depósito; A utilização da movimentação do ar para a movimentação de materiais representa vantagens a este processo se comparado à movimentação mecânica (elevador, transportador helicoidal, etc.); - Pois oferece maior segurança ao produto uma vez que o mesmo é transportado por meio de tubulações, onde o ar como fluido possibilita o seu escoamento até o local desejado; - Ele se torna útil para transportar sólidos para locais de uma planta de processo, difíceis ou economicamente inviáveis de serem alcançadas por transportadores mecânicos; Usam tanto pressão positiva como negativa, para empurrar ou puxar, respectivamente, os materiais através da linha de transporte, em velocidades relativamente altas; O transporte pneumático pode ser usado para partículas que variam de pós a pellets e densidades de 16 a 3200Kg/m3; Alguns materiais que podem ser manipulados pelos sistemas de Transporte Pneumático: - Açúcar; - Finos de Carvão; - Amendoim; - Granulados de Aço; - Argila em Esferas; - Leite em Pó; - Cal virgem e Hidratada; - Óxido de Ferro; - Caulim; - Sal; - Cimento; - Soda; - Farinha; - Vidro; entre outros 17 8 . 1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TRANSPORTE PNEUMÁTICO CONSIDERANDO OUTROS TIPOS DE TRANSPORTE:: Vantagens: - Sistema totalmente hermético: minimiza o problema de controle de emissão de particulados; - Eficiente em consumo de energia e mão-de-obra; - Confiável devido às poucas partes móveis e menor desgaste do sistema; - Flexível, permitindo instalações de sistemas completos em espaços bem reduzidos; Desvantagens: - Alto custo de instalação; - Não pode transportar a longas distâncias; - Limitação da distância no transporte de materiais frágeis. - No transporte de materiais potencialmente explosivos, deve-se usar um gás inerte no lugar do ar e evitar fontes de ignição no interior da linha de transporte, aumentando os custos; Pode possuir várias sub-divisões e classificações conforme sua competência e aplicações: - Fase fluida ou convencional - Fase densa - Sistema direto - Sistema indireto 8.2 TIPOS DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO: Operação em fase diluída sob pressão (empurando os sólidos). Fase Fluida ou Diluída: sistemas de baixa pressão (inferior a 01 bar) e alta velocidade (10 a 25m/s), utilizando uma elevada relação ar / material; 18 Operação em fase densa sob pressão (empurando os sólidos). Fase Densa: utilizam pressão positiva para impulsionar os materiais. São sistemas de alta pressão (superior a 01 bar) e baixa velocidade (0,25 a 2,5m/s), utilizando uma relação ar/material baixa. - Exige baixa demanda de ar, o que significa menor exigência de energia. - A degradação do produto por atrito e a erosão na tubulação, não são problemas maiores do que no transporte pneumático em fase diluída, devido às baixas velocidades de sólidos. 9. TRANSPORTE DE LIQUIDOS 9.1 - BOMBA CENTRÍFUGA ( Força Centrífuga) Zona de alta pressão Eixo fixo Zona de baixa pressão pre caracol Coletor em caracol ou voluta Pás do rotor Bocal de saída Pá guia ou diretriz do difusor Pá do rotor Rotor fechado Rotor semi -aberto Rotor aberto 19 Uma bomba centrífuga é, na maioria das vezes, o equipamento mais simples em qualquer planta de processo. Seu propósito, é converter a energia de uma fonte motriz principal (um motor elétrico ou turbina), a princípio, em velocidade ou energia cinética, e então, em energia de pressão do fluido que está sendo bombeado. As transformações de energia acontecem em virtude de duas partes principais da bomba: o impulsor e a voluta, ou difusor. O impulsor é a parte giratória que converte a energia do motor em energia cinética. A voluta ou difusor, é a parte estacionária que converte a energia cinética em energia de pressão.Note bem: Todas as formas de energia envolvidas em um sistema de fluxo de líquido, são expressas em termos de altura de coluna do líquido, isto é, carga 9.1.2 - BOMBAS A PISTÃO (Impulsão) As Bombas a Pistão, funcionam acopladas a um motor pneumático alternativo acionado com ar. Contam com um cilindro que contêm o pistão e um jogo de válvulas. Na parte inferior do cilindro se encontra a boca de aspiração, enquanto que o de impulsão está localizado lateralmente. O princípio de funcionamento é simples. O ar comprimido dentro do motor, é direcionado por uma válvula distribuidora mecânica a um lado o outro de um pistão, gerando o movimento alternativo deste que se transmitirá ao eixo da bomba. A mesma é de duplo efeito, ou seja, que o bombeio se realiza em ambos sentidos do movimento do pistão. Uma peça de desenho especial realiza a união roscada entre a bomba e o motor. O movimento alternativo se repete indefinidamente enquanto este conectado o subministro de ar, independente de estar ou não alimentada com líquido. Sendo que é a pressão atmosférica que impulsa o líquido dentro da bomba uma vez produzido o vácuo, a pressão de sucção máxima teórica do equipamento é de 101,3 Kpa, chegando na prática a valores próximos aos 70 Kpa (aproximadamente 10psi). A diferença entre as áreas efetivas dos pistões pneumáticos e hidráulicos, se traduz na relação entre as pressões de ar subministrado e de produto entregado. Em modelos de alta pressão poderá obter-se uma pressão de produto de até 64123,5 Kpa (9300 psi). 20 9.1.3 - BOMBAS DE DIAFRAGMA As Bombas Pneumáticas de Diafragma são ideais para bombeamento de produtos abrasivos ou corrosivos e produtos contendo sólidos, especialmente devido seu projeto não possuir componentes giratórios e vedação por selos mecânicos, como as bombas centrífugas. Seu design construtivo proporciona confiabilidade operacional e também maior segurança em ambientes com gases explosivos em razão de seu acionamento não utilizar motor elétrico. Também apresenta muita facilidade na montagem e desmontagem de seus componentes. Existe uma grande variedade de materiais para seleção, tanto do motor (acionador) como para carcaça (parte úmida da bomba), o que permite uma enorme variedade de aplicações. . As bombas de diafragma ARO / INGERSOLL-RAND são utilizadas nas Indústrias de Tinta, Química e Petroquímica, Farmacêutica, Metal- mecânica e em Estações de Tratamento de Efluentes e Esgotos, entre outras aplicações. 21 10. EXTRAÇÃO DE MATEIRAIS 10.1 - FILTRAÇÃO A FILTRAÇÃO e uma forma de separação das partículas sólidas de uma suspensão, retendo-as sobre a superfície de um meio filtrante (superfície de filtração) ou no interior de um meio poroso, tal como ocorre nos filtros de cigarros, de óleo combustível, etc. Trataremos apenas da filtração de suspensões líquidas forçadas sob pressão atravessar um meio filtrante que retém os sólidos em sua superfície, formando com o decorrer do tempo uma torta de espessura variável e produzindo em conseqüência um líquido límpido ou filtrado. - OBJETIVOS DA OPERAÇÃO DE FILTRAÇÃO 1– Separar sólidos de suspensões diluídas. 2– Clarificação de líquidos contendo poucos sólidos. 3- Remoção completa do líquido de uma lama já concentrada em um espessador. A Figura 1 mostra um esquema da operação de filtração. O equipamento utilizado para desenvolver esta operação é conhecido como FILTRO. Independentemente do objetivo final da operação o parâmetro mais importante na seleção final de determinado tipo de filtro é o custo global mínimo. Também devem ser levados em consideração a facilidade de descarga da torta e a possibilidade de se observar o filtrado durante a operação. 22 10.1.2 -MEIO FILTRANTE Geralmente a principal função do meio filtrante (MF) é atuar como suporte para a torta, enquanto as camadas iniciais da torta constituem o verdadeiro meio filtrante. O MF deve ser forte, resistente á ação corrosiva do fluido e oferecer pouca resistência ao fluxo de filtrado. Normalmente no inicio da filtração não se obtém filtrado límpido, isto até que as camadas inicias da torta sejam formadas. Por esta razão o filtrado inicial deve ser reciclado. A resistência total desenvolvida pelo MF é chamada resistência do meio filtrante e tem certa importância durante os primeiros instantes da operação. 10.1.3 -TIPOS DE MEIOS FILTRANTES Tão grande é a variedade de MF utilizada na indústria que seu pito pode ser utilizado como critério de classificação dos filtros. – LEITOS GRANULARES SOLTOS Areia, pedregulho, carvão britado, escória, carvão de madeira. Aplicação: clarificar suspensões diluídas. – LEITOS RÍGIDOS São construídos sob a forma de tubos porosos de aglomerados de quartzo ou alumina (para a filtração e ácidos), de carvão poroso (para soluções de soda e líquidos amoniacais) e de barro ou caulim cozidos a baixa temperatura (para clarificar água potável). 10.1.4 – TELAS METÁLICAS São constituídos por chapas perfuradas ou telas de aço-carbono,inox ou monel. Aplicação: Se utilizam nas tubulações de condensados que ligam os purgadores ás linhas de vapor. A sua função é reter ferrugem e outros detritos capazes de atrapalhar o funcionamento do pulgador. 10.1.5 – TECIDOS De origem vegetal: algodão, juta (para álcalis fracos), o cânhamo e o papel. De origem animal: lá de vidro (águas de caldeiras). A duração de um tecido é limitada pelo desgaste, o apodrecimento e o entupimento. Quando os filtros não estiverem funcionando, devem ficar cheios de água para prolongar a vida útil do tecido. 10.1.6 – PLÁTICOS Polietileno, polipropileno, PVC, nylon, teflon, oríon, acriban e tergal. 10.1.7 - TIPOS DE TORTA – COMPRESSÍVEIS São aquelas onde a porosidade diminui ao aumentar a diferença de pressão. 23 – INCOMPRESSÍVEIS Nestas tortas a porosidade não é modificada com o aumento da pressão. As tortas compressíveis aumentam a resistência hidráulica da operação de filtração. Exemplos, hidróxidos metálicos e sedimentos de partículas muito finas. Exemplo de tortas incompressíveis são as compostas por sustâncias inorgânicas constituídas por partículas maiores que 0,1 mm, como areia, carbonato de cálcio, etc. A compressão nas tortas é um fenômeno indesejável na filtração, devido fundamentalmente ao aumento da resistência hidráulica do sistema, e conseqüentemente a elevação dos custos energéticos. Este fenômeno pode ser melhorado (diminuir) adicionando substâncias floculantes à suspensão, formando aglomerados de partículas que são mais difíceis de deformar-se pela ação da pressão e aumentam a porosidade da torta. 10.2. –Decantação A decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas. Utilizada principalmente em diversos sistemas bifásicos como sólido-água (areia e água), sólido-gás (poeira- gás), líquido-líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar). Sendo esse processo fundamentado nas diferenças existentes entre as densidades dos componentes da mistura, e na espera pela sua decantação. A mistura é colocada em um recipiente de preferência fechado (no caso de substâncias como gás e vapor e de acordo o interesse do produto da separação, obrigatoriamente fechado) e espera-se a sedimentação do componente mais denso. Os decantadores podem ser do tipo convencional (baixa taxa) ou de escoamento laminar (elementos tubulares ou de placas) denominados decantadores de alta taxa. Em uma E.T.A. (Estação de Tratamento deágua) convencional os decantadores são horizontais simples, geralmente retangulares ou circulares, que tem boa profundidade e volume, onde retém-se a água por longo tempo, o necessário para a deposição dos flocos. Em alguns locais pode-se observar decantadores verticais que tem um menor tempo de retenção da água, porem é necessário equipamentos como módulos tubulares que dificultam a saída dos flocos. O decantador pode ser dividido em quatro zonas: • Zona de turbilhonamento: É a zona situada na entrada da água; observa-se nesta zona uma certa agitação onde a localização das partículas é variável. • Zona de decantação: Nesta zona não há agitação e as partículas avançam e descem lentamente. • Zona de ascensão: Os flocos que não alcançam a zona de repouso seguem o movimento da água e aumentam a velocidade. • Zona de repouso: onde se acumula o lodo. Esta zona não sofre influencia da corrente de água do decantador em condições normais de operação. 24 O decantador deve ser lavado quando a camada de lodo tornar-se muito espessa, ou quando em processos descontínuos se iniciar a fermentação. A decantação é o preparo para a filtração, quanto melhor for a decantação, melhor será a filtração. A saída da água é feita junto à superfície, e comumente por calhas dispostas, formando desenhos diversos e sobre cujos bordos superiores a água flui, constituindo esses bordos autênticos vertedouros. 10.3 – Destilação A destilação é o modo de separação baseado no fenômeno de equilíbrio líquido-vapor de misturas. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-las: basta que tenham volatilidades razoavelmente diferentes entre si. Um exemplo de destilação que tem sido feito desde a antigüidade é a destilação de bebidas alcoólicas. A bebida é feita pela condensação dos vapores de álcool que escapam mediante o aquecimento de um mosto fermentado. Como o teor alcoólico na bebida destilada é maior do que aquele no mosto, caracteriza-se aí um processo de purificação. Simplificando: a destilação é o processo no qual duas substâncias são separadas através do aquecimento. Ex.: solução de àgua e sal. Aquecendo a solução, quando a àgua entrar em ebulição e passar pelo condensador, sairá como água líquida, enquanto o sal ficará no primeiro recipiente. Separando assim a àgua destilada e o sal. O petróleo é um exemplo moderno de mistura que deve passar por várias etapas de destilação antes de resultar em produtos realmente úteis ao homem: gases (um exemplo é o gás liquefeito de petróleo ou GLP), gasolina, óleo diesel, querosene, asfalto e outros. O uso da destilação como método de separação disseminou-se pela indústria química moderna. Pode-se encontrá-la em quase todos os processos químicos industriais em fase líquida onde for necessária uma purificação. Em teoria, não se pode purificar substâncias até 100% de pureza através da destilação. Para conseguir uma pureza bastante alta, é necessário fazer uma separação química do destilado posteriormente. 25 A mistura a ser purificada em uma coluna de destilação é aquecida. Surge então um vapor quente. Ele sobe pela coluna, mas vai se resfriando ao longo dela e acaba por condensar-se. Com a condensação, forma-se um líquido, que escorre para baixo pela coluna, em direção à fonte de calor. Vapores sobem continuamente pela coluna e acabam por encontrar-se com o líquido. Parte desse líquido rouba o calor do vapor ascendente e torna a vaporizar- se. A uma certa altura um pouco acima da condensação anterior, o vapor torna a condensar-se e escorrer para baixo. Este ciclo de vaporização e condensação ocorre repetidas vezes ao longo de todo o comprimento da coluna. -Escoamento das fases líquido e vapor nos pratos da coluna de destilação Os vários obstáculos instalados na coluna forçam o contato entre o vapor quente ascendente e o líquido condensado descendente. A intenção desses obstáculos é promover várias etapas de vaporização e condensação da matéria. Isto nada mais é do que uma simulação de sucessivas destilações flash. Quanto maior a quantidade de estágios de vaporização-condensação e quanto maior a área de contato entre o líquido e o vapor no interior da coluna, mais completa é a separação e mais purificada é a matéria final. Ela é muito comum em refinarias de petróleo, para extrair diversos tipos de compostos, como o asfalto, gasolina, gás de cozinha entre outros. Nestas separações são empregadas colunas de aço de grande diâmetro, compostas de pratos ou de seções recheadas. Os internos, sejam pratos, chicanas ou recheios, tem como função colocar as fases vapor e líquido em contato, de modo a que ocorra a transferência de massa entre elas. Ao longo da 26 coluna, a fase vapor vai se enriquecendo com os compostos mais voláteis, enquanto a fase líquida se concentra com os compostos mais pesados de maior ponto de ebulição. 10.4 -CENTRIFUGAÇÃO A centrifugação é uma operação unitária amplamente utilizada nas áreas industriais e em bioquímica, biotecnologia, biologia celular, molecular, com a principal finalidade de separação de frações ou a concentração das moléculas de interesse. Pode ser realizada com o objetivo de separar sólidos de líquidos ou mesmo uma mistura de líquidos.Uma partícula em movimento linear continuará em velocidade constante e uniforme senão for influenciada por forças externas. Quando uma partícula é submetida a uma força centrífuga (g) para isolar partículas suspensas em seu meio, seja da forma em lotes ou fluxo contínuo, esta sedimentação é forçada. As aplicações de centrifugação são muitas e incluem testes de análises clínicas, testes bioquímicos, a sedimentação de células e vírus, a separação de massa celular, isolamento de DNA, RNA, proteínas ou lipídios ou até mesmo para secar a roupa ou a salada em casa. 27 10.4.1 -Aumento no efeito da gravidade: a centrífuga. Se uma suspensão for deixada em repouso, as partículas dispersas irão se assentar por meio do fenômeno de decantação ou sedimentação, por ação da gravidade (g = 9,8 cm/s2).Primeiro serão sedimentadas as partículas maiores e depois as menores em valores de tempo variáveis, o que dificulta determinar o término da operação. Através da centrifugação este tempo é acelerado, pois pequenas partículas podem ser separadas com a aplicação da força centrífuga. Se compararmos com a filtração, a centrifugação é mais cara, porém a principal dês vantagem da filtração é a possibilidade rápida de entupimento dos filtros, dependendo do tipo de material utilizado. Quando uma suspensão de partículas é centrifugada a sedimentação das partículas é proporcional à força aplicada. As propriedades da solução também irão interferir na taxa de sedimentação. Figura 2. Esquema de sedimentação e centrifugação de partículas. t Sedimentação t1 Centrifugação 10.4.2 -Tipos de Centrífuga. -Centrífuga tubular: Esta centrífuga opera geralmente na vertical, com o rotor tubular provendo um longo caminho para a separação da mistura.Trabalha com a força centrífuga variando de 13.000 a 20.000 g. A quantidade de sólidos na mistura limita o uso desta centrífuga, assim como a formação de bolhas que também dificulta a centrifugação. O material a ser centrifugado é alimentado pela parte inferior, e passa por toda a tubulação para ser separado ou clarificado. A parte sólida vai depositando-se nas laterais, sendo retirada ao final do processo, enquanto os líquidos são retirados pela parte superior. Na indústria de alimentos é utilizada para a separação e clarificação de extratos animaise vegetais e óleo de peixe. Na indústria farmacêutica é amplamente utilizada para arecuperação de bactérias e frações de células. Sedimentação Sedimentação t > t1 28 -Centrífuga de múltiplos discos: A câmara possui uma série de discos paralelos que proporcionam uma grande área de sedimentação. O material é removido através de válvulas.Em casos de clarificação de material biológico, pode-se trabalhar com a força centrífuga variando de 5.000 a 15.000g, sendo o fluxo contínuo de alimentação de 200 m3/h O tamanho da partícula pode auxiliar a centrifugação. Para aumentar o tamanho da partícula, utiliza-se o fenômeno de coagulação ou floculação. Para coagulação, realiza-se a mudança de pH da suspensão, removendo as cargas eletrostáticas da partícula e então elas aproximam- se umas às outras. Para floculação, adicionam-se pequenas quantidades de materiais de alto peso molecular, carregadas com carga oposta ao do material, promovendo agregação dos componentes que podem estes baratos e efetivos, porém, sem afetar o produto de interesse. Para favorecer a coagulação são adicionados sais de alumínio, cálcio e ferro, além de polieletrólitos sintéticos que reduzem a repulsão entre as partículas e formam pontes entre elas. -Centrífuga contínua: opera horizontalmente A hélice roda e distribui os sólidos ao longo da superfície do recipiente, retirando-o do líquido. O liquido sai pelo outro lado da câmara. O parafuso roda em velocidade diferente da câmara . Centrífuga de Cestos: A centrífuga de cestos pode ser classificada como perfurada e não perfurada. A centrífuga perfurada associa as operações de centrifugação e filtração em conjunto,assemelhando-se ao tambor de uma máquina de lavar, por exemplo. Então, neste caso especifico, pode-se considerar a centrifugação como uma operação de pré-secagem. No caso de sólidos cristalinos, utiliza-se o cesto sem filtros e no caso de partículas deformáveis, como por exemplo, proteínas.No caso de cestos não perfurados, a ação é apenas da força centrífuga. As partículas sólidas tendem a se acumular nas paredes da centrífuga e, com o passar do tempo estas começam a ser liberadas junto com o filtrado.Outras características também devem ser consideradas como, por exemplo, o uso de refrigeração no caso de tratamento de material biológico, centrífugas providas de aquecimento que alteram a viscosidade e a solubilidade do material. 29 10.5. –EXTRAÇÃO É uma Operação Unitária integrada no conjunto das Operações Baseadas na Transferência de Massa. Dentro deste conjunto de operações a Extração é, à semelhança da Destilação, uma das operações que costuma ser projetada com base no conceito de Andar em Equilíbrio. De fato, o mecanismo subjacente à operação de Extração baseia-se no Equilíbrio Líquido/Líquido. A remoção do componente da mistura que se pretende separar (soluto) é induzida pela adição de um novo composto ao sistema (solvente), o qual tem mais afinidade para o soluto do que o diluente onde este estava inicialmente dissolvido (alimentação). Por outro lado, o solvente adicionado deve ser tão imiscível quanto possível com o diluente da alimentação. É esta diferença de solubilidade que permite a separação, ou seja, que o soluto seja retirado à alimentação. Quanto maior a diferença de solubilidades mais fácil é a separação. As correntes que deixam cada unidade do extrator supõem-se em equilíbrio. A mistura a separar por extração pode ser sólida ou líquida. No primeiro caso falamos de Lixiviação (comum nas indústrias extrativas ou na produção de óleos vegetais), no segundo caso falamos de Extração Líquido/Líquido. Hoje em dia fala-se também muito de Extração Supercrítica, quando o processo de extração é conduzido em condições extremas de pressão e temperatura (temperaturas extremamente negativas) o que permite usar como solventes substâncias que são gases à pressão e temperatura ambiente, como é o caso do CO2. Deste modo evita-se a utilização dos solventes orgânicos característicos dos processos extrativos, embora com custos econômicos acrescidos, pelo que estes processos usam-se apenas na purificação de compostos de alto valor acrescentado. Nos processos de extração mais comuns a operação decorre normalmente à pressão atmosférica e à temperatura ambiente. A extração não é, normalmente, uma operação de primeira linha, optando-se geralmente por esta operação apenas quando a destilação não é uma opção viável (caso das misturas com compostos com volatilidades relativas próximas da unidade, com azeótropos ou com compostos sensíveis à temperatura). De fato, a extração, só por si, não resolve totalmente o problema da separação, sendo necessário, posteriormente, separar o soluto do novo solvente, o que se faz, normalmente, por destilação (a nova mistura é muito mais fácil de separar por destilação do que a alimentação inicial). Contudo, há muitas situações para as quais a solução extração mais destilação é mais econômica do que apenas a destilação da mistura inicial. Hoje em dia começam a impor-se também os processos híbridos como é o caso da Destilação Extrativa. Alguns exemplos de aplicação da operação de extração: - Recuperação do ácido acético de efluentes aquosos; - Remoção do fenol na produção de policarbonato; - Produção de essências para o fabrico de perfumes ou aditivos alimentares; - Produção de piridina para fins farmacêuticos, etc. É possível estabelecer um paralelismo entre Extração Líquido/Líquido e Destilação. Em ambos os casos o soluto passa da fase de alimentação (corrente líquida) para a outra fase que se adiciona ou forma no processo (líquido ou vapor, respectivamente). O agente da separação na extração é o novo líquido/solvente que se adiciona, enquanto que na destilação é o calor que se fornece ao processo, o qual dá origem a uma nova fase, desta vez vapor. Assim, a extração é, normalmente, uma operação isotérmica enquanto na destilação existe, necessariamente, variação de temperatura ao longo do processo. 30 Tabela 1: Comparação Extração/Destilação. Extração Destilação 1. Extração é a Operação Unitária na qual os constituintes da mistura líquida são separados através da adição de um solvente líquido insolúvel. 1. Os constituintes da mistura líquida são separados pela adição de calor. 2. A Extração usa a diferença de solubilidades dos componentes para conseguir a separação 2. A Destilação usa a diferença de pressão de vapor dos componentes para conseguir a separação 3. A Seletividade é uma medida da facilidade da separação. 3. A Volatilidade é uma medida da facilidade da separação. 4. Obtém-se uma nova fase líquida insolúvel por adição do solvente à mistura líquida inicial. 4. Forma-se uma nova fase por adição de calor. 5. As fases são mais difíceis de misturar e separar. 5. A mistura e separação das fases é fácil. 6. A extração não fornece produtos puros e requer outros tratamentos posteriores. 6. Fornece produtos praticamente puros. 7. Oferece maior flexibilidadena seleção das condições operatórias. 7. Menor flexibilidade na seleção das condições operatórias. 8. Requer energia mecânica para a mistura e a separação. 8. Requer energia térmica. 9. Não precisa de sistemas de aquecimento ou arrefecimento. 9. Precisa de sistemas de aquecimento e arrefecimento. 10. Normalmente é a segunda escolha para a separação dos componentes de uma mistura líquida. 10. Normalmente é a primeira escolha para a separação dos componentes de uma mistura líquida Quando, para tratar uma dada mistura, tanto a destilação como a extração são opções viáveis, a escolha recai, normalmente, sobre a destilação. Se é certo que a destilação é energeticamente mais exigente, também é certo que, normalmente, a extração sozinha não resolve o problema tendo de ser seguida de uma destilação para separar o soluto do novo solvente onde está dissolvido, dado que a extração não conduz, por norma, a produtos muito concentrados. A extração é normalmente escolhida quando a separação por destilação da corrente original é difícil (caso das misturas azeotrópicas ou de volatilidade relativa próxima da unidade). Outra situação onde faz sentido recorrer à extração é no tratamento de misturas aquosas pouco concentradas. Extrai-se o soluto com um solvente volátil e destila-se, posteriormente, a fase do solvente, com custos energéticos substancialmente mais baixos. 31 OPERAÇÕES UNITARIAS PARTE II CONCEITOS FUNDAMENTAIS Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa estudar de forma adequada a disciplina denominada Operações Unitárias, como conhecimentos sobre conversão de unidades, unidades que podem ser medidas lineares, de área, de volume, de massa, de pressão, de temperatura, de energia, de potência. Outro conceito-base para “Operações Unitárias” é o de Balanço, tanto Material quanto Energético. Conversão de Unidades É necessário conhecer as correlações existentes entre medidas muito utilizadas na Indústria Química, como é o caso das medidas de temperatura, de pressão, de energia, de massa, de área, de volume, de potência e outras que estão sempre sendo correlacionadas. Sistema Internacional de Unidades O Sistema Internacional de Unidades é baseado em 6 unidades fundamentais. A unidade fundamental de comprimento é o metro. Para cada unidade existem as unidades secundárias, que são expressas através da adição de um prefixo ao nome correspondente à unidade principal, de acordo com a proporção da medida. Prefixos Usados no SI Prefixos Símbolos Fator de multiplicação da unidade Exa E 10 18 Peta P 10 15 Tera T 10 12 Giga G 10 9 Mega M 10 6 Quilo k 10 3 Hecto h 10 2 Deca da 10 1 Deci d 10 -1 Centi c 10 -2 Mili m 10 -3 Micro 10 -6 Nano n 10 -9 Pico p 10 -12 Fento f 10 -15 Atto a 10 -18 32 CONVERSÃO DE MEDIDAS COMPRIMENTO Quilômetro km Hectômetro hm Decâmetro dam Metro m Decímetro dm Centímetro cm Milímetro mm 1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos: mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano): Ano-luz = 9,5 · 1012 km O pé, a polegada, a milha e a jarda são unidades não pertencentes ao sistemas métrico decimal, são utilizadas em países de língua inglesa. Observe as igualdades abaixo: Pé = 30,48 cm Polegada = 2,54 cm Jarda = 91,44 cm Milha terrestre = 1.609 m Milha marítima = 1.852 m Observe que: 1 pé = 12 polegadas 1 jarda = 3 pés ÁREA Quilômetro quadrado km2 Hectômetro quadrado hm2 Decâmetro quadrado dam2 Metro Quadrado m2 Decímetro quadrado dm2 Centímetro quadrado cm2 Milímetro quadrado mm2 1x106 m2 1x104 m2 1x102 m2 1 m2 1x10-2 m2 1x10-4 m2 1x10-6 m2 VOLUME Quilômetro cúbico km3 Hectômetro cúbico hm3 Decâmetro cúbico dam3 Metro cúbico m3 Decímetro cúbico dm3 Centímetro cúbico cm3 Milímetro cúbico mm3 1x109 m3 1x106 m3 1x103 m3 1 m3 1x10-3 m3 1x10-6 m3 1x10-9 m3 LITRO O litro( l ) é uma medida de volume muito comum e que corresponde a 1 dm3 1 litro = 0,001 m3 => 1 m3 = 1000 litros 1 litro = 1 dm3 1 litro = 1.000 cm3 1 litro = 1.000.000 mm3 33 VAZÃO Vazão é a quantidade de líquido que passa através de uma seção por unidade de tempo. A quantidade de líquido pode ser medida em unidades de massa, de peso ou de volume, sendo estas últimas as mais utilizadas. Por isso as unidades mais usuais indicam VOLUME POR UNIDADE DE TEMPO: m3/h (metros cúbicos por hora) l/h (litros por hora) l/min (litros por minuto) l/s (litros por segundo) PRESSÃO 1 atm = 14,6959487755 psi (libras por polegada quadrada) 1 atm = 1,033 Kgf/cm² (quilograma-força por centímetro quadrado) 1 atm = 760 mmHg (milímetros de mercúrio) 1 atm = 1,01325 bar 1atm = 760 mmHg 1atm = 760 mmHg = 101230 Pa 1atm = 760 mmHg = 101230 Pa = 1,0330 kgf/cm² 1atm = 760 mmHg = 101230 Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01 bar 1atm = 760 mmHg = 101230 Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7 psi 1atm = 760 mmHg = 101230 Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7 psi = 10,33 mca 34 CONVERSÃO DE UNIDADES DE MEDIDA GRANDEZA PARA CONVERTER SÍM- BOLO MULTIPLI CAR POR → SÍM- BOLO PARA OBTER PARA OBTER DIVIDIR POR ← PARA CONVERTER COMPRI MENTO Metros Polegadas Quilômetros m “ Km 3,281 25,4 0,6214 ft mm mile Pés Milímetros Milhas ÁREA Alqueire Do Norte Alqueire Mineiro Alqueire Paulista Ares Hectares Quilômetros Quadrados Quilômetros Quadrados Quadra Quadrada Quadra - - - a ha Km² Km² - 27,255 48400 24200 100 10000 0,3861 100 17424 132 m² m² m² m² m² miles² Ha m² m Metros Quadrados Metros Quadrados Metros Quadrados Metros Quadrados Metros Quadrados Milhas Quadradas Hectares Metros quadrados Metros VOLUME Litros Litros Metros Cúbicos Metros Cúbicos Metros Cúbicos L L m³ m³ m³ 0,264 0,0353 264,17 35,31 1000 Us/gal ft/cu Us/gal ft 3 L Galões Americanos Pés Cúbicos Galões Americanos Pés Cúbicos Litros VAZÃO Litros Por Segundo Litros Por Minuto Litros Por Hora Litros Por Segundo Litros Por Minuto Metros Cúbicos p/Hora Metros Cúbicos p/Hora Metros Cúbicos p/Hora L/s L/min L/h L/s L/min m³/h m³/h m³/h 3600 0,0353 0,00059 15,85 0,264 0,59 4,403 1000 L/h ft 3 /min ft 3 /min. gal/min gal/min ft 3 /min. gal/min L/h Litros por Hora Pés Cúbicos por Minuto Pés Cúbicos por Minuto Galões por Minuto Galões por Minuto Pés Cúbicos por Minuto Galões por Minuto Litros/hora PRESSÃO Atmosferas Metros de Coluna d’agua Metros de Coluna D’agua Libras p/ polegada. quadrada Quilograma p/ centí. quadrado Quilograma p/ centí. quadrado Bar Mega Pascal Mega Pascal Mega Pascal atm. mca mca Lb/Pol.² (PSI) Kg/cm² Kg/cm² Bar MPa MPaMPa 1,033 3,284 0,1 0,703 14,22 10 10,197 10 101,9716 10,1971 Kg/cm² ft Kg/cm² mca Lb/Pol²(PSI) mca mca bar mca Kg/cm² Quilogram. p/centimetro quadrado Pés Quilogram. p/centímetro quadrado Metros de Coluna d’água Libra p/ polegada quadrada Metros de Coluna D’água Metros de Coluna D’água Bar Metros de Coluna D’água Quilogram. p/centímetro quadrado PESO Libras Quilogramas Lb Kg 0,4536 2,2045 Kg Lb Quilogramas Libras VELOCIDADE Metros Por Segundo Metros Por Segundo Metros Por Minuto Quilômetros Por Hora Quilômetros Por Hora m/s m/s m/min. Km/h Km/h 3,281 3,6 0,03728 0,91134 0,27778 ft/s Km/h mile/h ft/s m/s Pés por Segundo Kilometros por hora Milhas por hora Pés por Segundo Metros por Segundo POTÊNCIA Cavalos Vapor Cavalos Vapor Cavalos Vapor Quilowatt Megawatts Kilowatts Kilowatt Hora CV CV CV KW MW KW KW/h 0,7355 0,9863 735,5 1000 100000 1,341 3412,98 KW HP W W W HP BTU Kilowatts Horse Power Watts Watts Watts Horse Power BTU 35 Alguns exemplos de correlações entre medidas lineares 1 ft =12 in 1 in =2,54 cm 1 m =3,28 ft 1 m =100 cm = 1.000 mm 1 milha =1,61 km 1 milha =5.280 ft 1 km =1.000 m Alguns exemplos de correlações entre áreas 1 ft2 = 144 in2 1 m2 = 10,76 ft2 1 alqueire = 24.200 m2 1 km2 = 106 m2 Alguns exemplos de correlações entre volumes 1 ft3 = 28,32 L 1 ft3 = 7,481 gal 1 gal = 3,785 L 1 bbl = 42 gal 1 m3 = 35,31 ft3 1 bbl = 0,159 1 m3 Alguns exemplos de correlações entre massas 1 kg = 2,2 lb 1 lb = 454 g 1 kg = 1.000 g 1 t = 1.000 kg Alguns exemplos de correlações entre pressões 1 atm = 1,033 kgf/cm2 1 atm = 14,7 psi (lbf/in2) 1 atm = 30 in Hg 1 atm = 10,3 m H2O 1 atm = 760 mm Hg 1 atm = 34 ft H2O 1 Kpa = 10–2 kgf/cm2 Alguns exemplos de correlações entre potências 1 HP = 1,014 CV 1 HP = 42,44 BTU/min 1KW = 1,341 HP 1 HP = 550 ft.lbf/s 1KW = 1 KJ/s 1 KWh = 3.600 J 1KW = 1.248 KVA 36 Alguns exemplos de correlações de energia 1 Kcal = 3,97 BTU 1BTU = 252 cal 1BTU = 778 ft.lbf 1Kcal = 3,088 ft.lbf 1Kcal = 4,1868 KJ 1 cal = 4,18 J EXERCICIOS DE CONVERSÃO 1) Realize as conversões de volume: a) 12 m3 = _____________litros f) 8 pés3 = ______________m3 b) 350 pés3 = _____________m3 g) 602 m3 = ______________galões c) 5600000 cm3 = _____________pés3 h) 0,95 galões= _____________cm3 d) 214 litros = _____________galões i) 5000 L= _____________m3 e) 4800 galões = _____________cm3 j) 7200 cm3 _____________litros 2) Realize as conversões de pressão: a) 20 psi = _____________kgf/cm2 j) 700 mmHg = _____________psi b) 10 kgf/cm2 = _____________bar k) 1390 mmHg = _____________kgf/cm2 c) 735,5 mmHg = _____________psi l) 28 psi =_____________mmHg d) 14,22 psi = _____________mmHg m) 32 bar = _____________mmHg e) 2,5 kgf/cm2 = _____________mmHg n) 12 psi = _____________mmHg f) 10 kgf/cm2 = _____________ mmHg o) 0,9 kgf/cm2 = _____________mmHg g) 1180 mmHg = _____________ psi p) 1,40 bar=_____________libras (psi) h) 450 mmHg = _____________psi q) 1800 psi= _____________ bar i) 1,5 kgf/cm2 = _____________psi r) 160 bar= _____________libras (psi) 37 Algumas observações sobre medições de pressão: – Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica – Pressão Barométrica = Pressão Atmosférica – Pressão Manométrica = Pressão Relativa - Unidades de pressão: 1 atm = 101396 Pa = 10.336 kgf/m2 = 1,034 kgf/cm2 = 760 mmHg = 10,33 mca MECÂNICA DOS FLUIDOS Em toda planta industrial é necessário transportar reagentes e produtos para diferentes pontos da planta. Na maioria dos casos, os materiais são fluidos (gases ou líquidos) e há necessidade de determinar os tamanhos e os tipos de tubulações, acessórios e bombas (ou compressores) para movimentá-los. A Hidrostática ou “Estática dos Fluidos” é a parte da Mecânica que estuda os fluidos em equilíbrio. A palavra hidrostática vem de Hydro, água, estática, estado de repouso. FLUIDO: É qualquer substância não sólida capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Os fluidos podem ser divididos em líquidos e gases. De uma forma prática, os líquidos são aqueles que, quando colocados num recipiente, tomam o formato deste, apresentando, porém uma superfície livre; enquanto que os gases preenchem totalmente o recipiente, sem apresentar nenhuma superfície livre. FLUIDO IDEAL: Fluido ideal é aquele no qual a viscosidade é nula, isto é, entre suas moléculas não se verificam forças tangenciais de atrito. FLUIDO INCOMPRESSÍVEL: Fluido incompressível é aquele em que seu volume não varia em função da pressão. A maioria dos líquidos tem um comportamento muito próximo a este podendo na prática, serem considerados como fluidos incompressíveis. LÍQUIDO PERFEITO: Fluido ideal, incompressível, perfeitamente móvel contínuo e de propriedade homogênea. As propriedades dos fluidos relevantes para o estudo do escoamento dos fluidos são a: massa volúmica, a tensão superficial, a viscosidade, e restantes propriedades reológicas. MASSA ESPECÍFICA (ρ): é a sua massa por unidade de volume. ρ = m/ V ρ: massa específica m: massa V: volume As unidades mais usuais são: kg/m3, kg/dm3 e lb/ft3. 38 Tabela de massas específicas de algumas substâncias. Substância ρ = kg/m3 Água 1000 Agua do mar 1025 Benzeno 879 Gelo 920 Etanol 789 Gasolina 720 Óleo lubrificante 880 Petróleo bruto 850 Querosene 820 Acetona 791 Ferro 7800 Chumbo 11200 Mercúrio 13600 Densidade pode ser também simbolizado por (ρ) Rô Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm 3 , mas no SI a unidade é o kg/m 3 . A relação entre elas é a seguinte: _1 g_ = _10-3 kg_ = _103 kg_ 1 g/cm3 = 1000 kg/m3 cm3 10-6 m3 m3 EXERCÍCIOS 1)Uma substância tem 80 g de massa e o volume de 10 cm3. Determine a densidade em kg/m3 2)Determinar o volume que ocupam 300 g de mercúrio sabendo que sua densidade é 13,6 g/cm3 3)Qual é, em gramas, a massa de um volume de 50 cm3 de um líquido cuja densidade é igual a 2 g/cm3? 4) Explique por que a massa é diferente se o volume de água e de óleo é igual. 5) A densidade do ferro é igual a 7800 kg/m3. O que significa esse número? 6) Qual o volume final se misturarmos 50 mL de água com 50 mL de álcool? 7) A massa específica de uma determinada substância é igual a 740kg/m³, determine o volume ocupado por uma massa de 500kg dessa substância. PESO ESPECÍFICO (γ): é o seu peso por unidade de volume. γ = P/V P= m/g γ: peso específico P= peso (N) Newton P: peso m= massa (Kg) quilograma V: volume g= aceleração da gravidade= 9,8 m/s2 As unidades mais usuais são: N/m3, kgf/m3, kgf/dm3, e lbf/ft3. 39 Como o peso específico de uma substância é o produto de sua massa pela constante aceleração da gravidade, resulta a seguinte relação entre peso específico e massa específica. P= m×g ρ = m/ V γ = P = _m×g_ = ρ × g V VEntão: γ = ρ × g PESO ESPECIFICO RELATIVO: É a relação entre seu peso específico e o peso específico de uma substância padrão. É um número admensional, ou seja não tem unidade. Indica quantas vezes um determinado fluido exerce mais ou menos peso que a água. No caso de líquidos, a substância padrão utilizada é a água à temperatura de 15°C ao nível do mar, cujo peso específico é 1,0 kg/dm3. γR = _γ_ γ água= 1000kg/m 3 ou 9800N/m3 γ água 1Kgf = 9,81N A densidade assim definida é um adimensional e é também denominada peso específico relativo. NOTA IMPORTANTE: O termo “densidade” é de certa forma ambíguo, podendo ser encontrado com definição aqui utilizada. Assim em literaturas estrangeiras, por exemplo, o termo densidade (density) pode ser encontrado com a definição de massa específica (ρ). Este fato, contudo, em geral não apresenta maiores implicações. EXERCÍCIOS 1) A massa especifica de um fluido é 1200 kg/m3.Determinar o seu peso especifico e o seu peso específico relativo. Dados g =9,8 m/s2. 2) A massa específica de um fluído é 120 utm/m³. Determinar o peso específico e o peso específico relativo. (g= 9,8 m/s²) Dado: 1utm (unidade técnica de massa) = 9,81kg 3) Determine a massa de um bloco cúbico de chumbo que tem arestas de 10 cm. A massa específica do chumbo é 11,2 g/cm3. 4) Qual o peso especifico e o peso especifico relativo do mercúrio cuja massa específica é13600 kgf/m3 ? Dado g = 9,8 m/s2. 5) Determine a massa de um bloco cúbico de chumbo que tem arestas 5 cm. A massa específica do chumbo é 11,2 g/cm3. 6) Sabendo-se que 1500 kg de massa de uma determinada substância ocupa um volume de 2m³, determine a massa específica, o peso específico e o peso específico relativo dessa substância. Dados: γ H2O = 10000N/m³, g = 10m/s² 7) Um reservatório cilíndrico possui diâmetro de base igual a 2 m e altura de 4 m, sabendo-se que o mesmo está totalmente preenchido com gasolina (ver propriedades na Tabela), determine a massa de gasolina presente no reservatório. Volume do Reservatório V = Ab × h A = _π×d 2_ 4 40 8) Sabe-se que 400 kg de um líquido ocupa um reservatório com volume de 1500 litros, determine sua massa específica, seu peso específico e o peso específico relativo. Dados: γ H2O = 10000N/m³, g = 10m/s², 1000 litros = 1m³. 9) Um reservatório cúbico com 2m de aresta está completamente cheio de óleo lubrificante (ver propriedades na Tabela). Determine a massa de óleo quando apenas ¾ do tanque estiver ocupado. Dados: γ H2O =10000N/m³, g = 10 m/s². aresta 2m 2m 2m 10) Sabendo-se que o peso específico relativo de um determinado óleo é igual a 0,8, determine seu peso específico em N/m³. Dados: γ H2O = 10000 N/m³, g = 10 m/s². REOLOGIA A palavra reologia vem do grego rheo= fluxo logos= estudo, sendo sugerido pela primeira vez por Bingham e Crawford, para descrever o fluxo, no caso de materiais líquidos e deformação, no caso de materiais sólidos. (MARTIN, A. Physical Pharmacy. 1993) É o ramo da física que estuda a viscosidade, plasticidade, elasticidade e o escoamento da matéria, ou seja, um estudo das mudanças na forma e no fluxo de um material, englobando todas estas variantes. Podemos então concluir que é a ciência responsável pelos estudos do fluxo e deformações decorrentes deste fluxo, envolvendo a fricção do fluido. Esta fricção ocorre internamente no material, onde uma camada de fluido possui uma certa resistência ao se deslocar sobre outra. Tudo isto envolve uma complexidade de fatores. O tamanho e geometria de cadeia é um exemplo possível. Enquanto temos os solventes que possuem uma viscosidade desprezível, temos também as resinas, com uma viscosidade elevada, graças ao tamanho de sua cadeia polimerizada. Ambos são compostos orgânicos, mas seus comportamentos são totalmente diferentes. Viscosidade: É a propriedade física de um fluido que exprime sua resistência ao cisalhamento interno, isto é, a qualquer força que tenda produzir o escoamento entre suas camadas. Assim, num fluido real, as forças internas de atrito tendem a impedir o livre escoamento. A viscosidade tem importante influência ao fenômeno do escoamento, notadamente nas perdas de pressão no escoamento dos fluidos. A magnitude do efeito depende principalmente da temperatura e da natureza do fluido. Assim, qualquer valor indicado para a viscosidade de um fluido deve sempre especificar a temperatura bem como a unidade em que a mesma é expressa. Notar que nos líquidos a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A LEI DE NEWTON: Newton descobriu que em muitos fluidos, a tensão de cisalhamento é proporcional ao gradiente da velocidade, chegando à seguinte formulação: τ = μ dv τ: tensão de cisalhamento dt dv/dt : gradiente de velocidade μ: coeficiente de proporcionalidade 41 Os fluidos que obedecem esta lei são chamados Fluidos Newtonianos e os que não obedecem são chamados não Newtonianos. A maioria dos fluidos que são de interesse em nosso estudo, tais como a água, vários óleos, etc, comportam-se de forma a obedecer esta lei, portanto considerados Fluidos Newtonianos. TENSÃO DE CISALHAMENTO (τ) E PRESSÃO: é uma força que aparece contrária ao sentido de aplicação da força (Ft), ou seja, faz com que a placa de área (A) resista a deslizar, assumindo uma velocidade (v0 ) VISCOSIDADE DINÂMICA(Força) OU ABSOLUTA (μ): A viscosidade dinâmica ou absoluta exprime a medida das forças internas de atrito do fluido e é justamente o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade da Lei de Newton. O símbolo normalmente utilizado para indicá-lo é a letra “τ” e as unidades mais usuais são o Centipoise (cP), o Poise (1P = 1dyn.s/m2), kgf.s/m2, o Pascal (Pa). τ = μ · v0 τ = tensão de cisalhamento, em N/m 2 ε μ = viscosidade dinâmica, em N·s/m2 v0 = velocidade máxima, em m/s ε = espessura da película, em m VISCOSIDADE CINEMÁTICA (movimento) (ν): A viscosidade cinemática leva também em consideração a inércia e é definida como o quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa específica, ou seja: νc = μ/ ρ νc : viscosidade cinemática, m 2/s μ: viscosidade dinâmica, em N·s/m2 ρ: massa específica, em kg/m3 Exercícios 1.) Um líquido tem viscosidade igual a 0,04 N.s/m2 e massa específica igual a 915kg/m3. (Dado g= 9,8 m/s2) Calcule: a) O seu peso específico, b) Seu peso especifico relativo, c) Sua viscosidade cinemática, d) Sua densidade. 2) A viscosidade cinemática de um óleo é 0,028m²/s e o seu peso específico relativo é 0,85. Determinar a viscosidade dinâmica. 3) A viscosidade dinâmica de um óleo é 5.10-4 kgf.s/m² , e o peso específico relativo é 0,82. Determinar a viscosidade cinemática em m²/s. 4) A viscosidade cinemática de um óleo é 0,028m²/s e o seu peso específico relativo é 0,85. Determinar a viscosidade dinâmica em kgf.s/m.(g=10m/s²). 5) O peso de 3 dm³ de uma substância é 2,4 kgf.A viscosidade cinemática é de10‐5m²/s.Se g=10 m/s², qual será a viscosidade dinâmica? 42 Pressão Exemplo: se você martelar dois pregos contra a parede vertical o prego com a ponta mais fina entrará com mais facilidade na parede. As forças que fazemos com o martelo são transmitidas pelos pregos à parede. Supondo que essas forças sejam iguais,
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