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Apostila Nocoes de Direito Engenharia

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APOSTILA 
 
NOÇÕES DE DIREITO 
ENGENHARIA – CICLO BÁSICO 
 
UNIP 
 
2015 – 1º SEMESTRE 
AULA 
 
NOÇÕES PRELIMINARES AO ESTUDO DO DIREITO 
I - O que é o direito? 
a)Teoria Voluntarista: afirma que o direito é produto da vontade 1- Escola 
Teológica: vontade divina. 
2- Escola Autocrata: vontade do soberano: “A lei é a única fonte”. 
3- Escola do Contrato Social: é o acordo entre membros da sociedade. 
b)Teoria Naturalista: afirma que o direito surgiu de um fenômeno natural. 1- 
Escola Naturalista: atributo da natureza psíquica do homem. 
c)Teoria Eclética: afirma que o direito é um fato natural e ao mesmo tempo 
voluntário. 
d)Teoria Culturalista: produto da cultura, processo de adaptação do homem à 
natureza: vida em sociedade. 
II – Acepção da palavra Direito: objetivo, subjetivo, positivo e natural 
1- Etimologia da palavra “Direito” 
-Etimologia significa o estudo da origem de uma palavra, a sua genealogia. 
-Etimologia da palavra Direito: é oriunda do adjetivo latino directus (qualidade 
do que está conforme a reta, o que não se desvia), que pro vém do particípio 
passado do verbo dirigo, dirigere (guiar, conduzir). Essa palavra surgiu apenas 
na Idade Média, século IV. Em Roma, não se usava esse termo; havia a 
palavra jus para expressar o que era lícito. 
- Não há uma única definição para Direito. Não há um consenso a esse 
respeito. Isso 
decorre do fato de o Direito ser uma ciência de múltiplas faces, acepções, de 
modo que uma definição pode abranger um determinado aspecto, mas ser 
omissa sobre outro, ou outros aspectos, também formadores do que seja o 
Direito. 
- Exemplo: 
O direito (1) à vida e à saúde é tutelado no direito (2) brasileiro e cabe ao 
Estado cuidar da saúde e da assistência pública. Com base nestes 
argumentos, Pedro teve reconhecido o direito (3) a receber medicamentos do 
Estado para tratamento de uma doença que contraíra. Realmente, não 
parece direito (4) deixar um cidadão direito (5) desassistido. Mas, nem 
sempre foi assim: apenas com o passar do tempo, o estudo do direito (6) 
reconheceu esses direitos (7) sociais, transformando-os em direito (8). 
Sugestão de Gabarito: 1. Direito subjetivo; 2. Direito positivo; 3. Direito 
subjetivo; 4. Justo; 5. Correto; 6. Ciência jurídica; 7. Direi to subjetivo; 8. Direito 
objetivo. 
 
2- Acepções da palavra Direito: 
2.1) DIREITO NATURAL: 
-São aspirações jurídicas de determinada época que surgem da natureza social 
do homem e que se revelam pela conjugação da experiência e da razão. 
-É um conjunto de princípios universais. Não é algo escrito, mas deverá ser 
consagrado pelo direito positivo, a fim de se ter um ordenamento jurídico 
(conjunto de normas jurídicas; conduta exigida ou o modelo imposto de 
organização social) realmente justo. 
-Para alguns autores, o Direito Natural não é mutável, o que muda é a forma 
como a sociedade o encara. Para outros, ele muda, vai evoluindo com a 
sociedade e sendo acrescentado por novos ideais, novas aspirações. 
-Exemplos de direitos naturais: o direito à vida, o direito à liberdade. 
-Numa evolução histórica do Direito Natural, temos: 
1)Na Idade Média, o Direito Natural vinha de Deus e era ditado pelos 
religiosos (representantes de Deus na Terra); 
2)No século XVII, Hugo Grócio (jurisconsulto holandês), considerado o 
pai do Direito Natural, afirma que este surge da natureza humana e da 
natureza das coisas (é uma noção de Direito Natural filosófica). 
3)No século XVIII, Kant (filósofo) dirá que o Direito Natural é um conjunto 
de normas superiores apreendidas da razão, da consciência humana. 
4)Direito Natural advém da sociedade; é ela que pré-determina, de 
acordo com suas necessidades, com sua realidade, o que é Direito Natural, 
quais são as suas aspirações. 
-É o ordenamento ideal, corresponde a uma justiça superior e suprema. 
-Não depende da vontade humana; é irrevogável. 
2.2) DIREITO POSITIVO: 
- É o Direito criado ou reconhecido pelo Estado; é a ordem jurídica obrigatória 
num determinado tempo e lugar, independentemente de ser escrito ou não, 
pois outras formas de expressão jurídica constituem, também, Direito Positivo 
(ex.: os costumes, jurisprudência). 
-O que é essencial saber é que o Direito Positivo é o Direito institucionalizado 
pelo Estado. 
-Direito Natural e Direito Positivo são distintos, mas se interligam, convergem-
se reciprocamente, pois, como vimos nos conceitos acima, o Direito Natural 
depende de uma consagração do Direito Positivo, de um respaldo pelo Estado, 
para que exista um ordenamento ou ordem jurídica justa. De outro lado, o 
Direito Positivo também deve atentar, observar, as aspirações, os ideais, da 
sociedade, no tempo e no espaço, para que a ordem jurídica seja respeitada e 
não algo arbitrário. 
- O Direito Positivo consiste no sistema de normas vigentes, obrigatórias, 
aplicáveis compulsoriamente por órgãos institucionalizados, tendo a forma de 
lei, de costume ou de tratado. 
2.3) DIREITO OBJETIVO: 
-É o conjunto de regras jurídicas obrigatória, é o ordenamento jurídico em vigor. 
-É o Direito vigente (direito positivo) tomado pelo seu aspecto objetivo, ou seja, 
é a norma de conduta e organização social (por muito tempo conhecido como 
norma agendi). É algo teórico, uma previsão. 
-Exemplo: Direito Público; Direito Privado. 
2.3.1) Direito Patrimonial (direitos reais e obrigacionais) ou não 
patrimonial. 
-Direito Patrimonial é alienável e transferível para outra pessoa (pode ser dado, 
vendido, trocado). Ex: direito de propriedade. 
-Direito não Patrimonial não é alienável, não é transferível. Ex: direito à vida; 
direito ao nome. 
2.3.2) Direito Público ou Direito Privado. 
 
-Direito Público:É destinado a satisfazer os interesses gerais da coletividade. 
-Principais características: 
• Tem império - comando, força e obriga; 
• É de subordinação – o cidadão em desvantagem; 
• É irrenunciável – depende do interesse geral; 
• Independente da vontade – é imposto de cima para baixo; prevalece o 
interesse geral. 
- Ramos do Direito Público: Direito Constitucional Direito Administrativo; Direito 
Penal; Direito Processual Civil e Penal; Direito Tributário. 
-Direito Privado: É o conjunto de preceitos que regulam as relações dos 
particulares entre si. 
-Principais características: 
• Tem império - a lei tem de ser obedecida; 
• É de coordenação – as partes estão em igualdade; 
• É renunciável – qualquer parte pode desistir da causa; Prevalece o 
interesse particular; 
• Vontade das partes- é relevante. 
-Ramos do Direito Privado: Direito Civil; Direito Comercial; Direito Trabalhista; 
Direito do Consumidor. 
2.4) DIREITO SUBJETIVO: 
-É o direito personalizado, é a norma (direito objetivo) perdendo o seu caráter 
teórico e se projetando numa relação jurídica concreta, numa situação que 
ocorreu. 
-É o Direito vigente (direito positivo) tomado pelo seu aspecto subjetivo. São as 
possibilidades ou poderes de agir que uma ordem jurídica garante a alguém de 
exigir de outra pessoa uma conduta ou uma omissão (por muito tempo, facultas 
agendi). 
-É a faculdade ou prerrogativa do indivíduo de invocar a lei, invocar o direito 
objetivo, na defesa de seu interesse. 
-Exemplo: Fulano tem direito à hora-extra porque trabalhou depois de seu 
horário normal. Beltrano tem direito à indenização porque foi publicada, num 
jornal de grande circulação, uma notícia falsa a seu respeito. 
 
III – Conceito de Direito 
Num sentido mais prático, de acordo com Ricardo Teixeira Brancato, “o direito 
é a ordenação da conduta humana em sociedade, por meio de normas 
coercitivamente impostas pelo Estado e garantidas por um sistema de sanções 
peculiares.” 
 
Vicente Rao afirma ser o direito um “sistema de disciplina social fundado na 
natureza humana que, estabelecendo nas relações entre os homens uma 
proporção dereciprocidade nos poderes e deveres que lhe atribui, regula as 
condições existenciais dos indivíduos e dos grupos sociais e, em 
consequência, da sociedade, mediante normas coercitivamente impostas pelo 
Poder Público” . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 
DIREITO E MORAL = INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL 
Moral identifica-se com a noção de “bem”. 
“Bem” = Ordem natural das coisas, o que a natureza revela, ensina aos 
homens. Sua assimilação deve-se à experiência somada à razão. 
“Bem” => Sistemas éticos => Normas morais => Conduta humana 
 
Moral 
Conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta formadores da 
ambiência ética.Trata-se de algo que varia no tempo e no espaço, porquanto 
cada povo possui sua moral, que evolui no curso da história, consagrando 
novos modos de agir e pensar. 
*Distinção entre Direito e Moral (Miguel Reale): 
a)Coercibilidade (Ex.: Ação de alimentos, etc.) 
Inicialmente dizia-se que o Direito era uma ordenação coercitiva da conduta 
humana - Hans Kelsen. 
Entretanto, a verdade é que o Direito é uma ordenação coercível da conduta 
humana. 
b) Heteronomia 
Regras jurídicas são impostas. Valem independente de nossa adesão ou 
opinião. (Heteronomia) 
Regras morais são aceitas unanimemente. Brotam de uma consciência 
coletiva. (Autonomia) 
c) Bilateralidade Atributiva 
É uma proporção intersubjetiva em função da qual os sujeitos de uma relação 
ficam autorizados a pretender, exigir, ou a fazer, garantidamente, algo. 
De acordo com Miguel Reale: 
• ¨sem relação que una duas ou mais pessoas não há Direito 
(bilateralidade em sentido social, como intersubjetividade); 
• ¨para que haja Direito é indispensável que a relação entre os sujeitos 
seja objetiva, ou seja, insuscetível de ser reduzida, unilateralmente, a 
qualquer dos sujeitos da relação (bilateralidade em sentido axiológico - 
proporcionalidade de valores); 
• ¨da proporção estabelecida deve resultar a atribuição garantida de uma 
pretensão ou ação, que podem se limitar aos sujeitos da relação 
ou estender-se a terceiros (atributividade). 
Obs: A relação deve se estruturar segundo uma proporção que exclua o arbítrio 
e que represente a concretização de interesses legítimos, segundo critérios de 
razoabilidades variáveis em função da natureza e finalidade do enlace. 
Ex.: Contrato de compra e venda, seguro. 
Analisados estes pontos temos, então, um novo conceito de Direito: 
 
Direito 
É a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de 
convivência, segundo uma integração normativa de fatos conforme valores. –
 (Miguel Reale) 
*Distinção entre Direito e Moral (Washington de Barros Monteiro): 
a) campo da moral é mais amplo; 
b) o Direito tem coação, a moral é incoercível; 
c) a moral visa à abstenção do mal e a prática do bem. O Direito visa evitar que 
se lese ou prejudique a outrem; 
d) a moral dirige-se ao momento interno, psíquico, o Direito ao momento 
externo, físico (ato exteriorizado); 
e) a moral é unilateral, o Direito bilateral; 
f) A moral impõe deveres. Direito impõe deveres e confere direitos. 
Moral Sanção difusa 
Incoercíve
l Autônoma Unilateral Não 
 atributiva 
 
Direito Sanção Coercível Heterônimo Bilateral Atributiva 
 específica 
 
 
 
AULA 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
ESTADO 
Origem – Conforme trata Dalmo de Abreu Dallari, o Estado tem sua origem, a 
partir do momento em que a coletividade estatal se organiza e possui órgãos 
que querem e agem por ela. 
Conceito – Trata-se de pessoa jurídica de direito público, com personalidade 
jurídica, para que exista o efetivo respeito ao princípio do “fazer justiça”, ou 
seja, coloca-se o Estado em uma situação de igualdade, permitindo ao mesmo 
tempo ordenar, administrar, e, também, ser fiscalizado, fazer parte de um 
processo como pessoa de direitos e obrigações. 
Na Teoria Geral do Estado, existem três elementos essenciais para a formação 
de um Estado: POVO, TERRITÓRIO E PODER SOBERANO. 
Povo: é o conjunto dos nacionais, nativos da terra. 
Território: é a delimitação territorial que inclui a superfície terrestre, subsolo, 
espaço aéreo e o mar, que é de 12 a 24 milhas a partir da nossa costa para 
efeitos de defesa do território nacional, e 200 milhas para efeitos de exploração 
marítima. Também são considerados extensões territoriais: aviões, navios e as 
embaixadas. Todos ficam sob efeito da aplicação da ordem jurídica nacional. 
No caso de aviões e embarcações vale uma ressalva: os aviões e 
embarcações oficiais, sempre, em qualquer lugar que se encontrem terão 
soberania para aplicação das leis d e seus países de origem dentro destes 
estabelecimentos. 
Poder soberano: é o poder, é a governabilidade de um Estado, delegado às 
mãos de alguns que terão como incumbência administrar a máquina, sem 
qualquer subordinação à outra ordem. 
FORMAS DE ESTADO 
a) Estado simples: O Estado soberano não apresenta subdivisões internas em 
porções que sejam denominadas como Estados. 
b) Estado composto: casos em que há a composição do Estado por mais de 
um Estado. 
 
Federação – O Estado soberano apresenta subdivisões internam ente para 
sua organização, denominando estas áreas como Estados, que compõem o 
Estado maior. Confederação – há a formação por Estados soberanos, que 
fixam Tratados Internacionais entre si. 
O Brasil é uma Federação: o País é repartido em três esferas territoriais: União, 
Estados, e Municípios. As respectivas competências de cada uma dessas 
esferas ficam estabelecidas no artigo 21 e seguintes da Constituição Federal. 
DEMOCRACIA 
CONCEITO → Vem do grego Demos (povo) + Kratos (governo), que tem como 
significado a governabilidade é de todos, é da sociedade. 
“É o governo do povo, pelo povo, e para o povo”. Abraham Lincoln 
O Brasil é um Estado Democrático de Direito, e podemos perceber isso em 
seu art. 1º § único. 
Constituem objetivos fundamentais da República federativa: artigos 3º e 4º da 
Constituição Federal. 
Dois valores fundamentais para o conceito: 
LIBERDADE SOCIAL → É o direito cada um tem de fazer tudo o que quiser 
desde que não invada o direito de outrem, não prejudique a liberdade de 
outrem; 
IGUALDADE → Todos são iguais perante a lei. 
FORMAS DE DEMOCRACIA 
DIRETA → As decisões são tomadas diretamente pelos cidadãos em 
assembleia, não há representatividade. É interessante dizer, que a democracia 
direta somente é possível em sociedades que apresentam um número 
populacional baixo, e consequentemente sua área territorial não é das mai 
ores. Em sociedades com índices populacional muito alto não é possível. 
INDIRETA → O povo governa por intermédio de representantes. 
SEMIDIRETA → O povo não governa diretamente, mas possui instrumentos 
jurídicos e políticos para interferir nas diretrizes do Estado. Podem intervir por 
meio de uma iniciativa popular (a sociedade cria uma disposição interessante 
para o momento da vida em sociedade e encaminham aos seus representantes 
para que coloquem em pauta de votação para possível aprovação), veto 
popular (a lei já foi elaborada e é reprovada, posteriormente, pela sociedade 
para que seja revogada), e o referendum (a lei posteriormente a sua 
elaboração, é apresentada à sociedade para que estes, por convocação, 
aprovem ou a reprovem). 
 
A DIVISÃO DOS PODERES 
Poder Legislativo 
Poder Executivo 
Poder Judiciário 
Em sua obra L’Espirit des Lois, Montesquieu mostra que a razão da divisão dos 
três poderes é para que o governo não seja autoritário, ditador, exercido por 
uma única pessoa, que pode vir a governar de forma tirana. Montesquieu 
entendia que o homem tende a ser corrompido, e neste caso nada melhor do 
que ter um poder que fiscaliza o outro poder. Assim: 
O que está encarregado de fazê-las (Legislativo),n ão deve estar encarregado 
de aplicá-las, nem de executá-las; 
O poder que está encarregado de executá-las, não deve ser encarregado de 
fazê-las e nem de julgá-las; 
O que está encarregado de julgá-las não deve ser encarregado de fazê-las e 
nem de executá-las. 
Vale salientar que se trata de função típica de cada poder, e que são 
independentes. Não há hierarquia entre eles, mas sim campos diferentes de 
atuação. Como função atípica há a invasão, a interferência de um poder n a 
esfera do outro. Neste caso temos: Executivo elabora leis delegadas e medidas 
provisórias (CF, art. 68, e 62); Legislativo susta atos normativos do executivo 
(CF art. 49, V); Judiciário quando o chefe do executivo conceder indulto (CF 
art. 84, XII). 
 
AULA 
FONTES DO DIREITO 
 
Fontes do direito, ou fontes jurídicas, consistem na origem do direito, de onde 
ele emana. 
Conceitos das fontes do direito: 
a) Leis 
Nas palavras de Washington de Barros Monteiro, “Lei é preceito comum e 
obrigatório, emanado do Poder competente e provido de sanção”. Comum, 
porque é dirigido a todos indistintamente; obrigatório, pois é uma imposição e 
não uma faculdade; emanado do Poder competente, pois só ele, de acordo 
com a CF é que pode editar leis; provido de sanção, pois na ausência de 
descumprimento, o Estado impõe um fazer ou não fazer a quem as 
descumpriu. 
b) Analogia 
É fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da 
lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante 
a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à 
apreciação jurisdicional. 
c) Costumes 
São considerados normas aceitas como obrigatórias pela consciência do povo, 
sem que o Poder Público a tenha estabelecido. Segundo RIZZATTO, “o 
costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da realidade que 
regula, possível de imposição pela autoridade pública e em especial pelo poder 
judiciário.” Nesse sentido, os costumes de um dado povo é fonte do direito, 
pois pode ser aplicado pelo poder judiciário, uma vez que o próprio costume 
constitui uma imposição da sociedade. 
d) Doutrina 
É o conjunto de indagações, pesquisas e pareceres dos cientistas do Direito. 
Há incidência da doutrina em matérias não codificadas, como no Direito 
Administrativo e em matérias de Direito estrangeiro, não previstas na legislação 
pátria. POMPÉRIO compreende a doutrina como “o acervo de soluções 
trazidas pelos trabalhos dos juristas.” Nesse sentido, a doutrina é considerada 
como fonte por sua contribuição para a aplicação e também preparação à 
evolução do direito. 
 
e)Jurisprudência 
A jurisprudência é uma função atípica da jurisdição, considerada também como 
uma fonte do direito. A orientação jurisprudencial é apenas um método de 
interpretação da lei e não precisa de uniformidade. Em razão disso, é rara a 
adoção da jurisprudência como fonte. 
f) Princípios gerais do direito 
Princípios do direito são postulados que se encontram implícita ou 
explicitamente no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Entende-
se, então, que os princípios gerais de direito são a última salvaguarda do 
intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema. 
g) Equidade 
Justiça aplicada pelo juiz em sua decisão na ausência de lei. 
Classificação: 
 
Classificação 1: 
Fontes primárias: a lei e os costumes. 
Fontes secundárias: a analogia, os princípios gerais do direito, a doutrina e a 
jurisprudência. 
 
Classificação 2: 
Diretas: 
Lei - o direito Brasileiro pauta-se na lei 
Costumes - no Brasil, pode ser aplicado desde que não contrários às leis 
Indiretas: 
Doutrina: interpretação da norma jurídica pelos estudiosos do direito 
Jurisprudência: decisões dos tribunais 
De explicação: 
Analogia 
Equidade 
Princípios Gerais do Direito 
 
 
PROCESSO LEGISLATIVO: 
Conjunto de regras que informa a elaboração da lei (MAX & ÉDIS, 2004, p. 46). 
 
“Art. 59 – O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I. Emendas à Constituição; 
II. Leis Complementares; 
III. Leis Ordinárias; 
IV. Leis Delegadas; 
V. Medidas Provisórias; 
VI. Decretos Legislativos; 
VII. Resoluções.” 
I - Emendas à Constituição: são instrumentos legais, constitucionais, que ser 
vem para modificar a Constituição Federal parcialmente. Trata o artigo 60 da 
Constituição Federal: 
“Art. 60. A constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou 
do Senado Federal: 
II – do Presidente da República; 
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
Federação,manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
(...) 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: I – a forma federativa de Estado; 
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III – a separação dos Poderes; 
IV – os direito e garantias individuais.” 
Sendo assim, a Constituição Federal somente poderá ser emendada por 
iniciativa de acordo com o previsto no artigo 60. O artigo 60, § 4º trata da 
chamada “Cláusula Pétrea”, ou seja, da imutabilidade da constituição no 
tocante aos princípios ali previstos. Jamais poderão ser afastados por emenda 
a constituição tendente a abolir tais preceitos. 
II - Leis Complementares: como o seu próprio nome faz perceber, trata de 
assuntos que necessitam de complementação posterior, que estão previstos na 
Constituição Federal. 
III - Leis Ordinárias: leis ordinárias são aquelas que servem para regular a 
vida dos administrados, impondo obrigações por meio da administração, ou de 
determinar o que é ou não permitido (C. Penal, Civil, etc). 
IV - Leis Delegadas: nada mais é do que a admissibilidade pelo Legislativo de 
delegar ao Presidente da República, poderes para elaborar leis em casos 
expressos. 
V - Medidas Provisórias: são matérias emanadas pelo Executivo, que 
disciplinam casos denominados urgentes e relevantes. Tem força de lei. 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-
las de imediato ao Congresso Nacional.” 
 
Vale lembrar que as características da “urgência e relevância” são subjetivas, 
mas que, podemos entender que sendo relevante mas não urgente, então esta 
deve ser tratada por lei ordinária. Caso contrário estará di ante de uma 
inconstitucionalidade. 
VI - Decretos Legislativos e as Resoluções: As resoluções são normas que 
tratam de assuntos administrativos e políticos de ordem interna do Legislativo. 
Já os decretos legislativo são “atos normativos administrativos de competência 
exclusiva do Poder Legislativo, destinados a regular matérias que tenham 
efeitos externos” segundo MAX & ÉDIS (2004). 
ELEMENTOS FORMADORES DA LEI: 
Toda lei via de regra é elaborada pelo Poder Legislativo, devendo para tanto 
seguir o seguinte trâmite: 
a) apresentação do projeto de lei: é o ato pelo qual se inicia o processo 
legislativo, podendo este ser de iniciativa dos membros do Poder Legislativo, 
pelo chefe do Poder Executivo, pelo Supremo Tribunal Federal, pelos tribunais 
superiores, pelo procurador geral da república ou mesmo pelos cidadãos, como 
previsto pela Constituição Federal. 
b) discussão e aprovação: o projeto de lei deve ser aprovado pelo Poder 
Legislativo, pela votação de seus membros e pela discussão da lei perante as 
comissões temáticas, sendo ele reprovado é arquivado, sendo aprovado é 
encaminhado para a sanção; 
c) sanção ou promulgação: Sanção é o ato pelo qual o Executivo concorda 
com a lei, podendo tal concordância ser expressa ou tácita, nessa fase do 
processo legislativo que o executivo apresenta os vetos que entende 
necessários à norma. 
Promulgação é o ato pelo qual a lei setorna obrigatória, sendo promulgada a 
lei deve ser publicada; e, 
d) Publicação: publicação é o ato que dá ciência a todos da lei promulgada, 
devendo para tanto ocorrer no Diário Oficial, via de regra a lei entra em vigor 45 
dias após sua publicação, ou quando a lei expressa o período de espera para 
entrar em vigor. 
Hierarquia Legislativa 
Constituição Federal e suas emendas 
Leis complementares à Constituição 
Leis Federais (Leis ordinárias e delegadas, M . Provisória) 
Constituições estaduais e suas emendas 
Leis complementares à Constituição Estadual 
Leis Estaduais (Leis ordinárias, Decretos) 
Leis municipais (Leis ordinárias, Decretos) 
A Constituição Federal é a Carta Mãe, Carta Maior, Carta Magna, portanto, 
tudo o que está abaixo dela deve respeito aos seus princípios, neste sentido 
pode ser dito que existe uma hierarquia. 
Vigência da lei no tempo 
Toda lei é levada ao conhecimento do povo por meio de sua publicação no 
Diário Oficial, no entanto a data de sua publicação. 
Via de regra a lei entra em vigor 45 dias depois da data de sua publicação, são 
exceções as leis que especificam a data de sua entrada no ordenamento 
jurídico ou a que entra na data de sua publicação, sendo que ela vigerá até a 
data de sua revogação. 
Interpretação 
Principais formas: 
a) gramatical: pela sintaxe; 
b) lógica: norma analisada com ramo do direito a que ela se destina, para que 
não haja contradições; 
c) histórica: momento histórico em relação à norma elaborada; e, 
d) sistemática: interpreta-se a lei com todo o sistema jurídico vigente. 
Pela fonte da lei: 
1) autêntica: realizada pelo legislador – autor da lei; 
2) judicial: decorrente das decisões do judiciário; 
3) administrativa: elaborada pelo autoridade administrativa (ex.: circulares, 
portarias, respostas a consultas ...); e, 
4) doutrinária: pelos estudiosos do direito (ex.: teses, monografias ...). 
 
Quanto ao resultado: 
a) declarativa: idêntica às palavras do legislador; 
b) extensiva: mais ampla que o legislador disse; e, 
c) restritiva: menor do que o legislador quis dizer. 
 
 
AULA 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONCEITO 
“É o ramo do Direito Público Interno que disciplina a organização do Estado, 
define e limita a competência de seus poderes, suas atividades e suas relações 
com os indivíduos, aos quais atribui e assegura direitos fundamentais de ordem 
pessoal e social (MAX LIMONAD, 1952, p. 253 e 254).” 
Por estabelecer, aos demais ramos do direito, as diretrizes gerais a serem 
seguidas, o Direito Constitucional acaba tendo uma posição de superioridade 
com relação aos outros ramos do direito. 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO 
Um dos conceitos mais usados por grande parte da doutrina é de que se trata 
de um “conjunto de normas escritas ou costumeiras, que regem a organização 
política de um país”. 
Espécies de Constituição 
Quanto à origem: 
·Promulgada: Há a constituição de um Poder Constituinte. Este poder é 
constituído por representantes da sociedade, quando finalizada é promulgada 
por estes que fizeram parte de sua elaboração e posteriormente aplicada aos 
administrados. 
·Outorgada: Geralmente são impostas por uma pessoa ou grupo d e pessoas 
(por um rei, ditador, etc.). 
Quanto à consistência: 
·Rígidas: Constituição que se altera por processo especial (Constituição 
Brasileira) 
·Flexíveis: São alteradas mais facilmente, semelhante à alteração das leis 
ordinárias. Praticamente inexiste hierarquia entre a Constituição e a Lei 
Ordinária (Constituição do Reino da Itália) 
Quanto à forma: 
·Escritas: as constituições escritas geralmente apresentam seus dispositivos 
reunidos em um instrumento já quando da sua promulgação (Constituição 
Brasileira) 
·Costumeiras: Espécie de constituição que apresenta como característica sua 
formação “diária”, ou seja, com base nos costumes d a sociedade. Vai se 
formando aos poucos, diferentemente da Constituição do Brasil (Constituição. 
Inglaterra) 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
Tem como efeito a formação de um grupo de representantes eleitos pela 
sociedade com um único intuito de elaborar, editar, votar e promulgar esta nova 
Carta Magna aos cidadãos de determinado Estado. Depois deve ser extinto 
com seus integrantes voltando para suas atividades anteriores. 
O Poder Constituinte pode ser: 
→Originário: quando há a edição de uma nova Constituição. 
→Derivado: trata-se da utilização, derivação de uma Constituição já existente, 
modificando parte dela. 
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 
→A princípio todos os preceitos da Constituição devem ser seguidos 
→Se a lei for contrária à Constituição, diz-se que a lei é inconstitucional. 
→O efeito da inconstitucionalidade é a não aplicação da lei ao caso concreto. 
 
AULA 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
ART. 5º - CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Embora a Constituição Federal em seu Título II trate do artigo 5º ao 17, Direitos 
e Garantias Fundamentais (Dos direitos e deveres individuais e coletivos; Dos 
direitos sociais; Da nacionalidade; Dos direitos políticos; Dos partidos políticos), 
trataremos, agora, especialmente do artigo 5º da Constituição Federal, ou seja, 
dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. 
Antes de outros comentários, é importante fazer uma breve distinção entre 
Direitos e Garantias. Pode ser dito que “Direitos” são todas a s ponderações 
possíveis e imagináveis do homem natural em sua vida em sociedade de 
acordo com suas necessidades comuns ao grupo, que em determinadas 
situações se depara com a necessidade de “Garantias” atribuídas pelo Estado 
como forma de assegurar sua liberdade destas prerrogativas. Se assim não 
fosse, teríamos uma vida em sociedade em que imperaria a lei do mais forte. 
Em se tratando de uma sociedade estruturada politicamente e socialmente não 
poderia ser de outra forma senão com o liame entre estas duas idéias 
apresentadas pela Carta Magna. 
Podemos perceber, logo abaixo, no corpo do texto constitucional a 
preocupação em garantir a igualdade entre as pessoas, e, ainda, resguardando 
cinco princípios constitucionais que regem toda a extensão do artigo 5º da 
Constituição Federal vinculando-os a todos os incisos que o compõe. 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: “ 
Fazendo uma cuidadosa leitura de todos os incisos que estão apresentados 
logo abaixo podemos perceber a preocupação dada a esta Constituição 
Federal promulgada em 1988, partindo de problemáticas que persistiam ao 
tempo e aos fatos históricos quanto ao aspecto da “macheza” em que 
consideravam as mulheres submissas aos homens, passando por aspectos 
que preocupavam a todos em um período pós-ditadura, tais como: mortes, 
torturas, coações morais, privações, abusos, etc. Tais aspectos foram 
cuidadosamente lembrados em nossa constituição com o intuito de garantir a 
liberdade de uso e gozo dos direitos dos cidadãos, criando, também, direitos e 
deveres individuais e coletivos como forma de organização social e política da 
sociedade. 
Sendo assim, é importante que se faça uma leitura por todos os incisos do 
artigo 5º. 
DO DIREITO À VIDA E DO DIREITO À PRIVACIDADE 
DIREITO À VIDA 
A vida como objeto do direito: a vida humana, que é o objeto do direito 
assegurado no art. 5º, integra-se de elementos materiais e imateriais; a vida é 
intimidade conosco mesmo, saber-se e dar-se conta de si mesmo, um assistir a 
si mesmo e um tomar posição de si mesmo; por isso é que ela constitui a fonte 
primária de todos os outros bens jurídicos. 
Direito à existência: consiste no direito de estar vivo, de lutar pelo viver, de 
defender à própria vida, de permanecer vivo; é o direito de não ter interrompidoo processo vital senão pela morte espontânea e inevitável; tentou-se incluir na 
Constituição o direito a uma existência digna. 
Direito à integridade física: a Constituição além de garantir o respeito à 
integridade física e moral (art. 5º, XLIX), declara que ninguém será submetido a 
tortura ou tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III); a fim de dotar 
essas normas de eficácia, a Constituição preordena várias garantias penais 
apropriadas, como o dever de comunicar, imediatamente, ao juiz competente e 
à família ou pessoa indicada, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre; o dever da autoridade policial informar ao preso seus direitos; o 
direito do preso à identificação dos responsáveis por sua prisão e interrogatório 
policial. 
Direito à integridade moral: a Constituição realçou o valor da moral individual, 
tornando-a um bem indenizável (art. 5º, V e X); à integridade moral do direito 
assume feição de direito fundamental; por isso é que o Direito Penal tutela a 
honra contra a calúnia, a difamação e a injúria. 
Pena de morte: é vedada; só é admitida no caso de guerra externa declarada, 
nos termos do art. 84, XIX (art. 5º, XLVII, a). 
Eutanásia: é vedado pela Constituição; o desinteresse do indivíduo pela 
própria vida não exclui esta da tutela; o Estado continua a prot egê-la como 
valor social e este interesse superior torna inválido o consentimento d o 
particular para que dela o privem. 
Aborto: a Constituição não enfrentou diretamente o tema, mas parece inadmitir 
o abortamento; devendo o assunto ser decidido pela legislação ordinária, 
especialmente a penal. 
Tortura: prática expressamente condenada pelo inciso III d o art. 5º, segundo o 
qual ninguém será submetido a tortura ou a tratamento desumano e 
degradante; a condenação é tão incisiva que o inciso XLIII determina que a lei 
considerará a prática de tortura crime inafiançável e insuscetível de graça, por 
ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo , se 
omitirem (Lei 9.455/97). 
DIREITO À PRIVACIDADE 
Conceito e conteúdo: A Constituição declara invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5º, X); portanto, erigiu, 
expressamente, esses valores humanos à condição de direito individual, 
considerando-o um direito conexo ao da vida. 
Intimidade: Caracteriza-se como a esfera secreta da vida do indivíduo na qual 
este tem o poder legal de evitar os demais; abrangendo nesse sentido à 
inviolabilidade do domicílio, o sigilo de correspondência e ao segredo 
profissional. 
Vida privada: a tutela constitucional visa proteger as pessoas de 2 atentados 
particulares: ao segredo da vida privada e à liberdade da vida privada. 
Honra e imagem das pessoas: o direito à preservação da honra e da imagem, 
não caracteriza propriamente um direito à privacidade e menos à intimidade; a 
CF reputa- os valores humanos distintos; a honra, a imagem constituem, pois, 
objeto de um direito, independente, da personalidade. 
Privacidade e informática: a Constituição tutela a privacidade das pessoas, 
acolhendo um instituto típico e específico para a efetividade dessa tutela, que é 
o habeas data, que será estudado mais adiante. 
Violação à privacidade e indenização: essa violação, em algumas hipóteses, 
já constitui ilícito penal; a CF foi explícita em assegurar ao lesado, direito à 
indenização por dano material ou moral decorrente da violação do direito à 
privacidade. 
DIREITO DE IGUALDADE 
Introdução ao tema: as Constituições só tem reconhecido a igualdade no seu 
sentido jurídico-formal (perante a lei); a CF/88 abre o capítulo dos direitos 
individuais com o princípio que todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza; reforça o princípio com muitas outras normas sobre a 
igualdade ou buscando a igualização dos desiguais pela outorga de direitos 
sociais substanciais. 
Isonomia formal e isonomia material: isonomia formal é a igualdade perante 
a lei; a material são as regras que proíbem distinções funda das em certos 
fatores; Ex: art. 7º, XXX e XXXI; a Constituição procura aproximar os 2 tipos de 
isonomia, na medida em que não de limitara ao simples enunciado da 
igualdade perante a lei; menciona também a igualdade entre homens e 
mulheres e acrescenta vedações a distinção de qualquer natureza e qualquer 
forma de discriminação. 
O sentido da expressão “igualdade perante a lei”: o princípio tem como 
destinatários tanto o legislador como os aplicadores da lei; significa para o 
legislador que, ao elaborar a lei, deve reger, com iguais disposições situações 
idênticas, e, reciprocamente, distinguir, na repartição de encargos e benefícios, 
as situações que sejam entre si distintas, de sorte a quinhoá-las ou gravá-las 
em proporção às suas diversidades; isso é que permite, à legislação, tutelar 
pessoas que se achem em posição econômica inferior, buscando realizar o 
princípio da igualização. 
Igualdade de homens e mulheres: essa igualdade já se contém na norma 
geral da igualdade perante a lei; também contemplada em todas as normas 
que vedam a discriminação de sexo (arts. 3º, IV, e 7º, XXX), sendo destacada 
no inciso I, do art. 5º que homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; só valem as discriminações feitas 
pela própria Constituição e sempre em favor da mulher, por exemplo, a 
aposentadoria da mulher com menor tempo de serviço e de idade que o 
homem (arts. 40, III, e 202, I a III). 
O princípio da igualdade jurisdicional: a igualdade jurisdicional ou igualdade 
perante o juiz decorre, pois, da igualdade perante a lei, como garantia 
constitucional indissoluvelmente ligada à democracia; apresenta-se sob 2 
prismas: como interdição do juiz de fazer distinção entre situações iguais, ao 
aplicar a lei; como interdição ao legislador de editar leis que possibilitem 
tratamento desigual a situações iguais ou tratamento igual a situações 
desiguais por parte da Justiça. 
Igualdade perante à tributação: o princípio da igualdade tributária relaciona-
se com a justiça distributiva em matéria fiscal; diz respeito à repartição do ônus 
fiscal do modo mais justo possível; fora disso a igualdade será puramente 
formal. 
Igualdade perante a lei penal: essa igualdade deve significar que a mesma lei 
penal e seus sistemas de sanções hão de se aplicar a todo s quanto pratiquem 
o fato típico nela definido como crime; devido aos fatores econômicos, as 
condições reais de desigualdade condicionam o tratamento desigual perante a 
lei penal, apesar do princípio da isonomia assegurado a todos pela 
Constituição (art. 5º). 
Igualdade “sem distinção de qualquer natureza”: além da base geral em 
que assenta o princípio da igualdade perante a lei, consistente no tratamento 
igual a situações iguais e tratamento desigual a situações desiguais, é vedado 
distinções de qualquer natureza; as discriminações são proibidas 
expressamente no art. 3º, IV, onde diz que promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de 
discriminação; proíbe também, diferença de salários, de exercício de funções e 
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor, estado civil ou posse de 
deficiência (art. 7º, XXX e XXXI). 
O princípio da não discriminação e sua tutela penal: a Constituição traz 2 
dispositivos que fundamentam e exigem normas penais rigorosas contra 
discriminações; diz-se num deles que a lei punirá qualquer discriminação 
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais, e outro, mais específico 
porque destaca a forma mais comum de discriminação, estabelecendo que a 
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena 
de reclusão, nos termos da lei. (art. 5º, XLI e XLII). 
Discriminações e inconstitucionalidade: são inconstitucionais as 
discriminações não autorizadas pela Constituição; há 2 formasde cometer 
essa inconstitucionalidade; uma consiste em outorgar benefício legítimo a 
pessoas ou grupos, discriminando-os favoravelmente em detrimento de outras 
pessoas ou grupos em igual situação; a outra forma revela-se em se impor 
obrigação, dever, ônus, sanção ou qualquer sacrifício a pessoas ou grupos de 
pessoas, discriminando-as em face de outros na mesma situação que, assim, 
permaneceram em condições mais favoráveis. 
DIREITO DE LIBERDADE 
O problema da Liberdade: a liberdade tem um caráter histórico, porque 
depende do poder do homem sobre a natureza, a sociedade, e sobre si mesmo 
em cada momento histórico; o conteúdo da liberdade se amplia com a evolução 
da humanidade; fortalece-se, à medida que a atividade humana se alarga. A 
liberdade opõe-se ao autoritarismo, à deformação da autoridade; não porém, à 
autoridade legítima; o que é válido afirmar é que a liberdade consiste na 
ausência de coação anormal, ilegítima e imoral; daí se conclui que toda a lei 
que limita a liberdade precisa ser lei normal, moral e legítima, no sentido de 
que seja consentida por aqueles cuja liberdade restringe; como conceito 
podemos dizer que liberdade consiste na possibilidade de coordenação 
consciente dos meios necessários à realização da felicidade pessoal. O 
assinalado o aspecto histórico denota que a liberdade consiste num processo 
dinâmico de liberação do homem de vários obstáculos que se antepõem à 
realização de sua personalidade: obstáculos naturais, econômicos, sociais e 
políticos; é hoje função do Estado promover a liberação do homem de todos 
esses obstáculos, e é aqui que a autoridade e liberdade se ligam. O regime 
democrático é uma garantia geral da realização dos direitos humanos 
fundamentais; quanto mais o processo de democratização avança, mais o 
homem se vai libertando dos obstáculos que o constrangem, mais liberdade 
conquista. 
Liberdade e liberdades: liberdades, no plural, são formas de liberdade, que 
aqui, em função do Direito Constitucional positivo, distingue-se em 5 grupos: 1) 
liberdade da pessoa física; 2) liberdade de pensamento, com todas as suas 
liberdades; 3) liberdade de expressão coletiva; 4) liberdade de ação 
profissional; 5) liberdade de conteúdo econômico. Cabe considerar aquela que 
constitui a liberdade-matriz, que é a liberdade de ação em geral, que decorre 
do art. 5º, II, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. 
Liberdade da pessoa física: é a possibilidade jurídica que se reconhece a 
todas as pessoas de serem senhoras de sua própria vontade e de 
locomoverem-se desembaraçadamente dentro do território nacional; para nós 
as formas de expressão dessa liberdade se revelam apenas na liberdade de 
locomoção e na liberdade de circulação; mencionando também o problema da 
segurança, não como forma dessa liberdade em si, mas como forma de 
garantir a efetividade destas. 
Liberdade de pensamento: é o direito de exprimir, por qualquer forma, o que 
se pense em ciência, religião, arte, ou o que for; trata-se de liberdade de 
conteúdo intelectual e supõe contato com seus semelhantes; inclui as 
liberdades de opinião, de comunicação, de informação, religiosa, de expressão 
intelectual, artística e científica e direitos conexos, de expressão cultural e de 
transmissão e recepção do conhecimento. 
Liberdade de ação profissional : confere liberdade de escolha de trabalho, de 
ofício e de profissão, de acordo com as propensões de cada pessoa e na 
medida em que a sorte e o esforço próprio possam romper as barreiras que se 
antepõem à maioria do povo; a liberdade anunciada no acima (art. 5º, XIII), 
beneficia brasileiros e estrangeiros residentes, enquanto a acessibilidade à 
função pública sofre restrições de nacionalidade (arts. 12 § 3º, e 37, I e II); A 
Constituição ressalva, quanto à escolha e exercício de ofício ou profissão, que 
ela fica suje ita à observância das qualificações profissionais que a lei exigir, só 
podendo a lei federal definir as qualificações profissionais requeridas para o 
exercício das profissões. ( art. 22, XVI). 
DIREITOS COLETIVOS 
Direito à informação: o direito de informar, como aspecto da liberdade de 
manifestação de pensamento, revela-se um direito individual, mas já 
contaminado no sentido coletivo, em virtude das transformações dos meios de 
comunicação, que especialmente se concretiza pelos meios de comunicação 
social ou de massa; a CF acolhe essa distinção, no capítulo da comunicação 
(220 a 224). Preordena a liberdade de informar completada com a liberdade de 
manifestação do pensamento (5º, IV). 
Direito de representação coletiva: estabelece que as entidades associativas, 
quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus 
filiados em juízo ou fora dele (art. 5º, XXI), legitimidade essa também 
reconhecida aos sindicatos em termos até mais amplos e precisos, in verbis: ao 
sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da 
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8, III). 
Direito de participação: distinguiremos 2 tipos; um é a participação direta dos 
cidadãos no processo político e decisório (arts. 14, I e II, e 61, § 2º); só se 
reputa coletivo porque só pode ser exercido por um número razoável de 
eleitores: uma coletividade, ainda que não organizada formalmente. Outro, é a 
participação orgânica, às vezes resvalando para uma forma de participação 
corporativa, é a participação prevista no art. 10 e a representação assegurada 
no art. 11, as quais aparecem entre os direitos sociais. 
Coletivo, de natureza comunitária não-corporativa, é o direito de participação 
da comunidade (arts. 194, VII e 198, III). 
Direito dos consumidores: estabelece que o Estado proverá, na forma da lei, 
a defesa do consumidor (art. 5º, XXXII), conjugando isso com a consideração 
do art. 170, V, que eleva a defesa do consumidor à condição de princípio da 
ordem econômica. 
Liberdade de reunião: está prevista no art. 5º, XVI; a liberdade de reunião 
está plena e eficazmente assegurada, não mais se exige lei que determine os 
casos em que será necessária a comunicação prévia à autoridade, bem como 
a designação, por esta, do local de reunião; nem se autoriza mais a autoridade 
a intervir para manter a ordem, cabendo apenas um aviso à autoridade que 
terá o dever, de ofício, de garantir a realização da reunião. 
Liberdade de associação: é reconhecida e garantida pelos incisos XVII a XXI 
do art. 5º; há duas restrições expressas à liberdade de associar-se: veda-se 
associação que não seja para fins lícitos ou de caráter paramilitar; e é aí que se 
encontra a sindicabilidade que autoriza a dissolução por via judicial; no mais 
têm as associações o direito de existir, permanecer, desenvolver-se e expandir-
se livremente. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
Direito de Propriedade em Geral 
Fundamento constitucional: O regime jurídico da propriedade tem seu 
fundamento na Constituição; esta garante o direito de propriedade, desde que 
este atenda sua função social (art. 5º, XXII), sendo assim, não há como 
escapar ao sentido que só garante o direito de propriedade que atenda sua 
função social; a própria Constituição dá consequência a isso quando autoriza a 
desapropriação, como pagamento mediante título, de propriedade que não 
cumpra sua função social (arts. 182, § 4º, e 184); existem outras normas que 
interferem com a propriedade mediante provisões especiais (arts. 5º, XXIV a 
XXX, 170, II e III, 176, 177 e 178, 182, 183, 184, 185, 186, 191 e 222). 
Conceito e natureza: entende-se como uma relação entre um indivíduo 
(sujeito ativo) e um sujeito passivo universal integrado por todas as pessoas, o 
qual tem o dever de respeitá-lo, abstraindo-se de violá-lo, e assim o direito de 
propriedade se revela como um modo de imputação jurídica de uma coisa a um 
sujeito. 
Regime jurídico da propriedadeprivada: em verdade, a Constituição 
assegura o direito de propriedade, estabelece seu regime fundamental, de tal 
sorte que o Direito Civil não disciplina a propriedade, mas tão-somente as 
relações civis e ela referentes; assim, só valem no âmbito das relações civis as 
disposições que estabelecem as faculdades de usar, gozar e dispor de bens 
(art. 524), a plenitude da propriedade (525), etc.; vale dizer, que as normas de 
Direito Privado sobre a propriedade hão de ser compreendidas de 
conformidade com a disciplina que a Constituição lhe impõe. 
Propriedade e propriedades: a Constituição consagra a tese de que a 
propriedade não constitui uma instituição única, mas várias instituições 
diferenciadas, em correlação com os diversos tipos de bens e de titulares, de 
onde ser cabível falar não em propriedade, mas em propriedades; ela foi 
explícita e precisa; garante o direito de propriedade em geral (art. 5º, XXII), 
mas distingue claramente a propriedade urbana (182, § 2º) e a propriedade 
rural (arts. 5º, XXIV, e 184, 185 e 186). 
Propriedade pública: a Constituição a reconhece: - ao incluir entre os bens da 
União aqueles enumerados no art. 20 e, entre os dos Estados, os indicados no 
art. 26; - ao autorizar desapropriação, que consiste na transferência 
compulsória de bens privados para o domínio público; - ao facultar a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado (art. 173) e o monopólio 
(art. 177), que importam apropriação pública de bens de produção. 
PROPRIEDADES ESPECIAIS 
Propriedade autoral: consta no art. 5º, XXVII, que contém 2 normas: a 
primeira confere aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar e reproduzir 
suas obras; a segunda declara que esse direito é transmissível aos herdeiros 
pelo tempo que a lei fixar; o autor é, pois, titular de direitos morais e de direitos 
patrimoniais sobre a obra intelectual que produzir; os direitos morais são in 
alienáveis e irrenunciáveis; mas, salvo os de natureza personalíssima, são 
transmissíveis por herança nos termos da lei; já os patrimoniais são alienáveis 
por ele ou por seus sucessores. 
Propriedade de inventos, de marcas e indústrias e de nome de empresas: 
seu enunciado e conteúdo denotam, quando a eficácia da norma fica 
dependendo de legislação ulterior: “que a lei assegurará aos autores de 
inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como a 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País” (art. 5º, XXIX); a lei, hoje, é 
a de nº 9279/96, que substitui a Lei 5772/71. 
Propriedade-bem de família: segundo o inc. XXVI do art. 5º, a pequena 
propriedade rural, desde que trabalhada pela família, não será objeto de 
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, 
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; possui o 
interesse de proteger um patrimônio necessário à manutenção e sobrevivência 
da família. 
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE 
Conceito: consistem nos condicionamentos que atingem os caracteres 
tradicionais desse direito, pelo que era tido como direito absoluto (assegura a 
liberdade de dispor da coisa do modo que melhor lhe aprouver), exclusivo e 
perpétuo (não desaparece com a vida do proprietário). 
Restrições: limitam, em qualquer de suas faculdades, o caráter absoluto da 
propriedade; existem restrições à faculdade de fruição, que condicionam o uso 
e a ocupação da coisa; à faculdade de modificação coisa; à alienabilidade da 
coisa, quando, por exemplo, se estabelece direito de preferência em favor de 
alguma pessoa. 
Servidões e utilização de propriedade alheia: são formas de limitação que 
lhe atinge o caráter exclusivo; constituem ônus impostos à coisa; vinculam 2 
coisas: uma serviente e outra dominante; a utilização pode ser pelo Poder 
Público (decorrente do art. 5º, XXV) ou por particular; as servidões são 
indenizáveis, em princípio; outra forma são as requisições do Poder Público; a 
CF permite a s requisições civis e militares, mas tão-só em caso de iminente 
perigo e em tempo de guerra (art. 22, III); são também indenizáveis. 
Desapropriação : é a limitação que afeta o caráter perpétuo, porque é o meio 
pelo qual o Poder Público determina a transferência compulsória da 
propriedade particularm especialmente para o seu patrimônio ou de seus 
delegados (arts. 5º XXIV, 182 e 184). 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
Conceito: não se confunde com os sistemas de limitação da propriedade; 
estes dizem respeito ao exercício do direito ao proprietário; aquela à estrutura 
do direito mesmo, à propriedade; a função social se modifica com as mudanças 
na relação de produção; a norma que contém o princípio da função social 
incide imediatamente, é de aplicabilidade imediata; a própria jurisprudência já o 
reconhece; o princípio transforma a propriedade capitalista, sem socializá-
la; constitui o regime jurídico da propriedade, não de limitações, obrigações e 
ônus que podem apoiar-se em outros títulos de intervenção, como a ordem 
pública ou a atividade de polícia; constitui um princípio ordenador da 
propriedade privada; não autoriza a suprimir por via legislativa, a instituição da 
propriedade privada. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
Direito de petição : define-se como direito que pertence a uma pessoa de 
invocar a atenção dos poderes públicos sobre uma questão ou situação, seja 
para denunciar uma lesão concreta, e pedir reorientação da situação, seja para 
solicitar uma modificação do direito em vigor do sentido mais favorável à 
liberdade (art. 5º, XXXIV). 
Direito a certidões : está assegurado a todos, no art. 5º, XXXIV, 
independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas para defesa de direito e esclarecimentos de situações de 
interesse pessoal. 
Habeas corpus: é um remédio destinado a tutelar o direito de liberdade de 
locomoção, liberdade de ir e vir, parar e ficar; tem natureza de ação 
constitucional penal. (art. 5º, LXVIII) 
Mandado de segurança individual : visa amparar direito pessoal líquido e 
certo; só o próprio titular desse direito tem legitimidade para impetrá-lo, que é 
oponível contra qualquer autoridade pública ou contra agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições públicas, com o objetivo de corrigir ato ou 
omissão ilegal decorrente do abuso de poder. (art. 5º, LXIX) 
Mandado de injunção : constitui um remédio ou ação constitucional posto à 
disposição de quem se considere titular de qualquer daqueles direitos, 
liberdades ou prerrogativas inviáveis por falta de norma regulamentadora 
exigida ou suposta pela Constituição; sua finalidade consiste em conferir 
imediata aplicabilidade à norma constitucional portadora daqueles direitos e 
prerrogativas, inerte em virtude de ausência de regulamentação (art. 5º, LXXI). 
Habeas data: remédio que tem por objeto proteger a esfera íntima dos 
indivíduos contra usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por 
meios fraudulentos, desleais e ilícitos, introdução nesses registros de dados 
sensíveis (origem racial, opinião política. etc) e conservação de dados falsos ou 
com fins diversos dos autorizados em lei (art. 5º, LXXII). 
 
AULA 
DIREITO CIVIL 
 
Direito Civil 
Conceito: Ramo do direito privado que regula as relações jurídicas entre 
pessoas e entre estas e seus bens no âmbito privado; 
-As obrigações civis podem ser contraídas mediante contratos escritos ou 
verbais; 
-O novo código civil de 2002, atualmente em vigor, regula as relações civis no 
Brasil. 
PESSOAS 
-Quem exerce direitos se chama pessoa. 
-Sujeito de direito a desempenhar seu papel de titular de direitos e obrigações 
no cenário jurídico. 
-Conceito: Pessoa é a entidade titular de direitos e obrigações 
-Classificação:·Pessoa física ou natural: que é o homem, na sua individualidade; 
·Pessoa jurídica ou moral: que são os agrupamentos de homens ligados por 
interesses e fins comuns. É o homem em sua coletividade. 
PESSOA FÍSICA 
-Existência da pessoa física começa com o nascimento com vida e termina 
com a morte natural ou presumida. 
-Morte presumida: Presume-se que a pessoa morreu depois de decorridos 10 
anos que o juiz proferiu sentença declarando-a ausente, e concedendo a 
abertura da sucessão provisória ou também se provar que a pessoa conta com 
oitenta anos de idade e as últimas notícias que se têm dela datam d e 5 anos. 
O juiz pode declarar a ausência mediante requerimento dos interessados 
(cônjuges, herdeiros, etc) ou do Ministério Público. 
-Comoriência: Quando duas ou mais pessoas falecera m num mesmo instante. 
Se não puder determinar qual delas faleceu primeiro, a lei presume que 
morreram ao mesmo tempo. 
-Nascituro: O direito brasileiro protege o nascituro – filho concebido, mas que 
ainda não nasceu. 
PESSOA JURÍDICA 
- Pessoa jurídica de direito público 
· Pessoa jurídica de direito público interno: 
• União; 
• Estados; 
• Distrito Federal (Brasília); 
• Territórios (Fernando de Noronha) e 
• Municípios. 
 
·Pessoa jurídica de direito público externo ou internacional 
• Estados estrangeiros e outras pessoas internacionais. 
 
-Pessoa jurídica de direito privado 
• Sociedades civis 
• Associações, fundações e sindicatos; 
• Sociedade comerciais 
-A pessoa jurídica tem existência distinta da de seus membros. Seu patrimônio 
é distinto do de seus componentes. 
-A pessoa jurídica tem os mesmos direitos que a pessoa física, salvo exceções: 
• Não pode adotar; 
• Não pode fazer testamento; 
• Não pode ser sujeito ativo de crimes, mas seus membros serão. 
Exceção: direito ambiental; 
• Pode ser sujeito passivo de crimes. Ex: roubo, difamação. 
-Existência: começa com o registro público competente. São representadas por 
seus titulares (sócios, gerentes, diretores); 
-Término: sua existência termina pelo advento do p razo, quando previsto, ou 
pela dissolução judicial ou extrajudicial. 
CAPACIDADE CIVIL 
-Capacidade é a aptidão que a pessoa tem de exercitar direitos e contrair 
obrigações. 
• Capacidade de direito ou de gozo – todas as pessoas a têm. 
Capacidade de fato ou de exercício – só a têm os plenamente capazes. 
-Capacidade plena: os maiores de idade, desde que não interditos. 
-A lei prevê os casos de incapacidade jurídica: 
 
A) Absolutamente incapaz 
É absoluta a incapacidade quando a lei considera um indivíduo totalmente 
inapto ao exercício da atividade da vida civil. 
• Menores de 16 anos; 
• Os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
·Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
B) Relativamente Incapaz 
Ao contrário, o exercício de seus direitos se realiza com a sua presença, 
exigindo, apenas, que sejam assistidos por seus responsáveis. 
·Maiores de 16 anos e Menores de 18 anos; 
·Pródigos – pressupõe a habitualidade de desperdícios e gastos imoderados; 
·Ébrios Habituais, os Viciados em Tóxicos, e os que, por Deficiência Mental, 
Tenham o Discernimento Reduzido; 
·Os excepcionais, sem Desenvolvimento Mental Completo. 
C) Capacidade plena 
· Aptidão total para os atos da vida civil. 
·Maiores de 18 anos. 
EMANCIPAÇÃO 
-Aquisição da capacidade civil antes da idade legal: 
-Hipóteses: 
·Pela concessão dos pais, mediante escritura públic a, quando o menor 
tiver 16 anos completos; 
·Por sentença judicial, se o menor, com 16 anos completos, estiver sob o 
regime de tutela, ouvindo-se o tutor; 
·Pelo casamento; 
·Pelo exercício de emprego público efetivo; 
·Pela colação de grau em curso de ensino superior; 
·Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação 
de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos 
completos tenha economia própria. 
 
REGISTRO CIVIL 
-Deverão se registrar no registro civil: 
·Os nascimentos, casamentos e óbitos; 
·A emancipação por outorga ou por sentença; 
·A interdição dos incapazes, ausentes e mortos presumidos; 
·A separação judicial e o divórcio; 
·Os atos que declararem ou reconhecerem filiação e os atos de adoção. 
DOMICÍLIO 
Domicílio pessoa natural: lugar onde a pessoa natural estabelece sua 
residência com ânimo definitivo. Se a pessoa tiver mais de uma residência 
onde vive alternativamente, será considerada domicílio também. 
 
Domicílio profissional: lugar onde a pessoa natural exerce a sua profissão. 
- Se a pessoa natural não tiver residência habitual tem-se por seu domicilio o 
lugar onde ela for encontrada. 
 
Domicílio pessoa jurídica: 
·O lugar onde funcionarem as respectivas diretorias ou ato constitutivo; 
·Onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou ato constitutivo; 
·Caso tenham diversos estabelecimentos, cada um deles será 
considerado domicílio para os atos neles praticados; 
·Se a pessoa jurídica tiver sua diretoria ou administração no exterior, seu 
domicilio no Brasil será o lugar onde contrair suas obrigações. 
Domicílio do incapaz: será o domicílio do representante; 
Domicílio do servidor público: lugar onde exerce permanentemente suas 
funções; 
Domicílio do militar: onde servir 
Domicílio do preso: lugar onde cumpre sua sentença; 
Domicílio contratual: fixado em contrato escrito, no qual direitos e obrigações 
contratadas devem ser cumpridas. 
 
 
AULA 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Lei 8078/90 - Código de Defesa do Consumidor 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
_Revolução Industrial: 
◦Aumento da população nos grandes centros urbanos; 
◦Aumento da procura por produtos/serviços; 
◦Novo modelo de produção; 
◦Produção em série/em escala. 
_ Esse modelo de produção industrial atual pressupõe planejamento 
estratégico e modelo contratual unilaterais do fornecedor, do fabricante, do 
produto, do serviço, etc. _ O monopólio da produção está nas mãos do 
fornecedor. O consumidor não senta à mesa para negociar com o fornecedor. 
_ Surgimento de consequências negativas para o consumidor. Necessidade de 
proteção pelo Direito. 
Legislação 
_Constituição Federal de 1988: 
◦art. 5º, XXXII - a defesa do consumidor é um direito fundamental 
◦art. 170 – a defesa do consumidor é um princípio da ordem econômica 
◦Art. 48, ADCT – prazo para elaboração do Código de Defesa do Consumidor 
_Código de Defesa do Consumidor: Lei 8078/90. 
Código de Defesa do Consumidor 
Características 
_Microsistema multidisciplinar 
◦ Normas de Direito Constitucional; Civil, Processual Civil, Criminal, 
Administrativo 
_ Lei principiológica 
◦O CDC traz princípios que conferem prerrogativas ao consumidor por 
reconhecer a sua vulnerabilidade. 
_Normas de ordem pública e de interesse social. 
◦ Normas de ordem pública são aquelas que não podem ser derrogadas pela 
vontade das partes. 
◦ Normas de interesse social: caso particular tem repercussão perante a 
sociedade. Ex. Bancos. 
 
 
Relação Jurídica de Consumo 
_Relação jurídica estabelecida entre fornecedor e consumidor que tenha por 
objeto a aquisição de um produto ou contratação de um serviço. 
_ Elementos subjetivos: 
◦Fornecedor 
◦Consumidor 
_ Elementos objetivos: 
◦Aquisição de produto 
◦Contratação de um serviço _ Elemento finalístico 
◦Consumidor é o destinatário final _ Conceito de Consumidor 
_Art. 2º do CDC: Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Consumidor: é aquele que retira definitivamente o produto de circulação ou o 
serviço 
do mercado. 
Destinatário Final: é aquele que adquire produto ou serviço para uso próprio 
sem finalidade de produção de outros produtos ou serviços. 
Pessoa jurídica: será consumidora sempre que adquirir produtoou utilizar 
serviço como destinatária final e desde que comprovada sua vulnerabilidade. 
_ Consumidor por equiparação 
_Art. 2º, do CDC, parágrafo único: Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de 
consumo. Consumidor em potencial. 
◦Ex. publicidade enganosa 
◦Possibilita o ajuizamento de ações coletivas para a defesa dos direitos difusos 
coletivos 
_Art. 17, do CDC: ◦ Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do 
evento danoso. 
- Conceito de Fornecedor 
_Art. 3º do CDC: 
◦ Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
◦ 
_Todo aquele que coloca o produto ou o serviço no mercado de consumo, com 
habitualidade. 
_Todo aquele que participe de determinada cadeia produtiva–fornecedor 
/intermediário / produtor/ distribuidor - até o pro duto ou serviço ser entregue ao 
destinatário final. 
Conceito de Produto 
_Art. 3º, §1º, do CDC: 
Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, sobre o qual 
recai a relação jurídica. 
O CDC não distingue quanto à distribuição gratuita do produto, permanecendo 
a proteção legal. Ex: Amostra grátis. 
Conceito de Serviço 
_Art. 3º, §2º, do CDC: 
◦ Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e 
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
STJ - Súmula 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às 
instituições financeiras. 
Atentar para os serviços remunerados de forma indireta. Ex. estacionamentos 
gratuitos de supermercado; montagem gratuita de móveis. 
Casos específicos 
_O CDC não se aplica nas relações locatícias, vez que existe norma específica 
que regulamenta a relação locatícia - Lei nº 8.245/91. 
_Todos os serviços prestados pelo Poder Público, diretamente ou através de 
concessão ou permissão sujeitam-se ao CDC, desde que remunerados por 
tarifa (água, luz, esgoto) ou preço público (transporte, pedágio). 
Política Nacional de Relações de Consumo – Objetivos 
_Art. 4º, do CDC: 
◦atendimento das necessidades dos consumidores; 
◦respeito à sua dignidade, saúde e segurança; 
◦ proteção de seus interesses econômicos; 
◦melhoria da sua qualidade de vida. 
Política Nacional de Relações de Consumo – Princípios 
_Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I); 
◦Obs: presunção é absoluta (jure et de jure) ou seja, não admite prova em 
contrário. _Ação governamental para a proteção do consumidor (art. 4º, II) 
harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumidor 
(art. 4º, III) 
_ Educação e informação dos consumidores (art. 4º, IV) controle de qualidade 
e segurança dos produtos e serviços (art. 4º, V), 
_Coibição e repressão das práticas abusivas (art. 4 º, VI); _Racionalização e 
melhoria dos serviços públicos (art. 4º, VII); 
_ Estudo das constantes modificações do mercado de consumo (art. 4º., VIII). 
Política Nacional de Relações de Consumo – Instrumentos 
_Art. 5°- Instrumentos para a execução da Política Nacional das Relações de 
Consumo: 
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor 
carente; II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no 
âmbito do Ministério Público; 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de 
consumidores vítimas de infrações penais de consumo; 
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas 
Especializadas para a solução de litígios de consumo; 
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de 
Defesa do Consumidor. 
Direitos básicos consumidor 
Art. 6º do CDC 
_ Efetiva prevenção e reparação de danos. Ex: Atendimento ao consumidor 
– Envolvimento de todos. 
_Acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção 
ou reparação de danos Ex: PROCON e Judiciário 
_ Facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova a seu favor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente. Ex: Necessidade do consumidor provar que as 
manchas foram causadas por fator intrínseco ao tecido. 
Garantia legal - Art. 26 do CDC 
_Durante o prazo de garantia, o consumidor tem direito à reparação e à 
substituição sem ônus. 
__Prazo para reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação: 
_ 30 dias para produtos não duráveis; 
_ 90 dias, para produtos duráveis. 
Responsabilidade 
_Art. 18, CDC: “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não 
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade 
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, 
com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou 
mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.” 
Exclusão Responsabilidade 
_Art. 12, CDC: O fabricante (...) só não será responsabilizado quando provar 
que: 
·não colocou o produto no mercado; 
·o defeito inexiste; 
·a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
Prazo para sanar 
_ Prazo de 30 dias para sanar o vício 
_Modificação do prazo em comum acordo: 
·Redução: mínimo 7 dias. 
·Ampliação: máximo 180 dias. 
Escolha do consumidor 
_Não sendo sanado o vício no prazo, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
·Substituição do produto por outro de mesma espécie; 
·Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de perdas e danos; 
·Abatimento proporcional do preço. 
 
Substituição do produto 
_ Substituição do produto por outro de mesma espécie. 
_ _ Poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, 
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço. 
Restituição do valor 
_ Correção do valor. 
Dano Moral 
_O consumidor pode pleitear o ressarcimento por perdas e danos sofridos em 
razão do vício do produto. 
_Tal reconhecimento deve ser buscado pelo consumidor na esfera judicial, por 
meio da produção de provas. 
_ Entendimento atual: não cabe indenização por dano moral em razão de mero 
aborrecimento. 
Decisões judiciais 
_ “Levando-se em consideração o critério objetivo da razoabilidade e a 
concepção ético jurídica dominante em nossa sociedade, simples 
aborrecimentos, ínsitos à vida moderna, que não extrapolam os padrões 
médios de aceitabilidade, não se erigem à categoria de dano moral.” (Apelação 
nº 0023972-94.2 009.8.26.0224 - Guarulhos – Fórum de Guarulhos, Rel. Des. 
ORLANDO PISTORESI, 30ª Cam., julgado em 29/02/2012) 
_ “O ressarcimento por dano moral não pode decorrer de qualquer melindre ou 
suscetibilidade exagerada, do mero aborrecimento ou incômodo. É preciso que 
a ofensa apresente certa magnitude para ser reconhecida como prejuízo 
moral”. (Apelação c/ Ver. 782.775-00/7 – 26ª Câmara – Rel.Des. RENATO 
SARTORELLI – J. 1.8.2005). 
_ “Não é toda e qualquer situação desconfortável, a inda que hábil a causar 
desgaste emocional, suficiente à materialização dos danos morais 
indenizáveis, pois os aborrecimentos inerentes ao cotidiano consubstanciam 
sentimentos que cumprem ser catalogados como dissabores que todos 
rotineiramente temos.” (Apelação nº 9170609- 82.2008.8.26.0000, da Comarca 
de Cubatão – Rel. Des. João Camillo de Almeida Prado Costa – 8/11/2011) 
Vinculação da oferta 
_ Princípio da vinculação da oferta: 
◦Toda informação ou publicidade. 
◦Por qualquerforma e meio de comunicação. 
Componente em estoque 
_O CDC não estabelece um prazo determinado para manutenção das peças e 
do produto em estoque. 
_Art. 32: Os fabricantes (...) deverão assegurar a oferta de componentes e 
peças de reposição enquanto não cessar a fabricação do produto. Cessada a 
produção, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, n a 
forma da lei." 
_ Prazo condizente com a durabilidade do produto. 
Desistência do pedido 
Art. 49 do CDC: “O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 
dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou 
serviço,sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por 
telefone ou a domicílio.” 
_Tem por escopo proteger o consumidor das técnicas de venda em domicílio, 
ocasião em que o cliente, surpreendido em sua casa ou em seu trabalho, pode 
se decidir pela aquisição da mercadoria oferecida por impulso ou por 
constrangimento. 
 
Aspectos penais 
_Art. 66 - “Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante 
sobre a natureza, característica, quantidade, segurança, durabilidade, preço ou 
garantia de produtos. 
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.” 
_Art. 67 - “Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser 
enganosa ou abusiva. 
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.” 
_Art. 68 -“Fazer ou promover publicidade que sabe ser capaz de induzir o 
consumidor a se comportar de forma prejudicial a sua saúde ou segurança; 
Pena: detenção de 6 meses a 2 anos, e multa.” 
_Art. 69: Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base 
à publicidade; 
Pena: detenção de 1 a 6 meses, e multa. 
_Art. 74: Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia 
adequadamente preenchido e com especificação clara; 
_ Pena: detenção de 1 a 6 meses, e multa. 
_Art. 75: Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste 
código, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que 
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar fornecimento, oferta, 
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos nas condições por 
ele proibidas. 
Atendimento ao Consumidor 
_Maiores causas de reclamações dos consumidores: 
·Mau atendimento 
·Falta de informação 
·Ausência de retorno 
O consumidor brasileiro aceita o erro da empresa, mas não aceita o mau 
atendimento quando surgem problemas com o produto. 
 
 
AULA 
PROPRIEDADE INTELECTUAL 
O profissional que atua na área de tecnologia muita s vezes se deparará com 
situações em que sua equipe, ou até mesmo ele próprio, com base em seu 
conhecimento, cria algo novo. Toda vez que algo novo é criado, estamos diante 
de uma nova propriedade, as quais são chamadas pelo direito de propriedade 
intelectual. 
A propriedade intelectual se divide entre aquelas que são protegidas pelo 
Direito Autoral e aquelas que são protegidas como Propriedades Industriais. 
Propriedade Intelectual 
Conceito: A propriedade intelectual é um ramo do direito que protege as 
criações intelectuais, facultando aos seus titulares direitos econômicos, os 
quais ditam a forma de comercialização, circulação, utilização e produção dos 
bens intelectuais ou dos produtos e serviços que incorporam tais criações 
intelectuais, ou seja, é um sistema criado para garantir a propriedade ou 
exclusividade resultante da atividade intelectual nos campos industrial, 
científico, literário e artístico. 
1- Propriedade industrial – Lei nº 9.279/96 
-Regular direitos e obrigações relativos às propriedade industrial. 
-Os direitos da propriedade intelectual são: marca s, patentes, desenhos 
industriais e indicações geográficas. 
-Para ter direito de proteção em face de terceiros, necessitam ser registrados 
perante o INPI – Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. 
-O art. 5º da CF, inciso XIX preceitua que “a lei assegurará aos autores de 
inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País”. 
Modalidades de Propriedade Industrial 
Protegidos por patente: 
·Invenção 
·Modelo de utilidade 
·Certificado de adição de invenção 
Protegidos por Registro: 
·Desenho industrial 
·Registro de Marca 
·Indicação Geográfica 
Patente: é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo 
de utilidade, outorgados pelo Estado aos inventores ou autores ou outras 
pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em 
contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo 
técnico da matéria protegida pela patente. 
Invenção: é uma concepção resultante do exercício da capacidade de criação 
do homem, que represente uma solução para um problema técnico específico, 
dentro de um determinado campo tecnológico e que possa ser fabricada ou 
utilizada industrialmente. 
Modelo de Utilidade: O ato inventivo deve resultar em melhoria funcional em 
algo que já existe, no uso ou em sua fabricação. 
Requisitos para a patente: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial 1 
– É uma invenção? 
2 – Tem aplicação industrial? 
3 – Tem novidade? 
4 – Tem atividade inventiva? 
5 – Está fora da lista de exclusões? 
Desenho Industrial 
O desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto 
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, 
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e 
que possa servir de tipo de fabricação industrial (Art. 95 da LPI) 
Prazo de vigência da patente e do registro 
A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos. 
A patente de modelo de utilidade pelo prazo de 15 (quinze) anos. 
O registro de desenho industrial vigorará pelo praz o de 10 (dez) anos, 
prorrogáveis por mais 3 (três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada até 
atingir o prazo máximo de 25 (vinte e cinco). 
Em todos os casos, contados a partir da data de depósito junto ao INPI. 
MARCAS 
Todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue 
produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como 
certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou 
especificações técnicas. 
Prazo de validade da Marca 
O prazo de validade do registro de marca é de 10 (dez) anos, contados a partir 
da data de concessão. 
Esse prazo é prorrogável, a pedido do titular por períodos iguais e sucessivos. 
Em caso contrário, será extinto o registro e a marca estará, em princípio, 
disponível. O titular do registro de marca tem a obrigação de utilizá-la para 
mantê-la em vigor. O prazo para início de uso é de 5 anos, contados da data da 
concessão do registro. 
Para melhores informações sugerimos consulta a própria lei, bem como ao site 
do INPI: http://www.inpi.gov.br. 
2 - Direito Autoral 
Conceito: Direito Autoral é um conjunto de direitos morais e patrimoniais sobre 
as criações do espírito, expressas por quaisquer meios ou fixadas em 
quaisquer suportes, tangíveis (materiais) ou intangíveis (imateriais), que se 
concede aos criadores de obras intelectuais. A proteção aos direitos autorais 
não requer nenhum tipo de registro formal. 
Lei nº 9.610/98 
Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica. 
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por 
qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, 
conhecido ou que se invente no futuro, tais como: 
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, 
engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; 
XII - os programas de computador.

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