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PDF_26-08-21 - AP - DIREITO CONSTITUCIONAL - PP - EMILLY (1)

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1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO: Arts. 1º 
ao 4º da CF/88. 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: direitos e deveres indi-
viduais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; di-
reitos políticos; partidos políticos. Arts. 5º ao 16 da CF/88. 
3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Arts. 37 a 41 da CF/88. 
4. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
 
 
Os princípios fundamentais constituem a base filosó-
fica da Constituição de 1988. Assim como cada ciência é 
gerada por princípios ou cânones, também a Constituição 
oferece seus princípios fundamentais, sem os quais não 
se pode, de maneira alguma, interpretá-la. 
 
O termo “princípio” nos traduz a ideia de início, origem, 
começo, até mesmo mandamento nuclear de um sistema. 
Nesse contexto, os princípios constitucionais são as dire-
trizes básicas que produzem decisões políticas impres-
cindíveis à configuração do Estado. 
 
Destarte, a Constituição estabelece, como base de seu 
funcionamento, o sistema democrático, a forma federati-
va de Estado e a forma republicana de governo. São os 
seus pontos básicos. 
 
Os nossos constituintes idealizaram o Estado brasilei-
ro como Estado Democrático de Direito. Por conseguinte, 
o Brasil é uma República Federativa, formada pelos Esta-
dos, Municípios e Distrito Federal. Eles estão reunidos de 
forma indissolúvel por não haver desligamento. Vejamos 
algumas características oriundas destes princípios: 
 
- Regime Representativo: É o democrático, uma forma 
de governo na qual o poder é exercido pelo povo e para 
o povo, através de seus representantes legitimamente 
eleitos. O povo, através dos eleitores, escolhe o Presi-
dente da República, os senadores e os deputados e es-
tes exercem o poder por representação, governando o 
país em nome do povo e para o povo. É por isso que o 
parágrafo único do art. 1.º, da Constituição Federal diz 
que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos da 
Constituição”. 
 
- Existência de três poderes: “São poderes da União, diz o 
art. 2.º da CF – independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Essa separação 
é para evitar que o poder venha ficar nas mãos de uma 
só pessoa, como acontece na ditadura, na qual todos 
os poderes do Estado – o legislativo, o executivo e o 
judiciário – concentram-se numa só pessoa, que os 
exerce arbitrariamente. 
 
- Forma de Estado Brasileiro: Federalismo. Baseia-se em 
uma única constituição, onde os Estados que ingres-
sam na Federação perdem sua soberania no momento 
do ingresso, preservando, contudo, sua autonomia po-
lítico-administrativa. 
 
- Forma de Governo Brasileiro: República. Tem como 
características a eletividade, temporariedade e res-
ponsabilidade dos governantes perante os governa-
dos. 
 
- Sistema de Governo Brasileiro: Presidencialista. 
 
- Regime de Governo Brasileiro: Democrático. O princí-
pio democrático qualifica o próprio Estado, o que cau-
sa uma irradiação dos valores da democracia sobre 
todos os elementos constitutivos deste. A expressão 
“Estado de Direito” na sua origem significa governo a 
partir de leis, porém quaisquer leis. Com a introdução 
da característica de ser democrático, impõem-se a to-
das as normas a observância a tal princípio; não sendo 
suficientes apenas as leis, mas principalmente que 
nestas esteja inserido o conteúdo democrático, uma 
vez que o regime político adotado é a democracia. 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciati-
va; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que 
o exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
mente, nos termos desta Constituição. 
 
Devemos esclarecer que República e União não são si-
nônimos. A União é pessoa jurídica de Direito Público 
interno com capacidade política. No âmbito interno, a 
 
 
União é apenas autônoma. Já a República Federativa do 
Brasil é que é soberana, pessoa jurídica de Direito Público 
Internacional ou Externo. 
 
A soberania é atributo que se confere ao poder do Es-
tado em virtude de ser juridicamente ilimitado. Já a auto-
nomia é margem de descrição de que alguém possui para 
decidir sobre seus negócios. Desse modo, concluímos 
que a Constituição Federal de 1988 definiu a República 
sob dois ângulos. Sob o aspecto territorial, ou físico, a 
República é composta dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. Sob o aspecto político-administrativo, ou 
institucional, temos quatro partes componentes: a União, 
os Estados Membros, o Distrito Federal e os Municípios, 
que formam o Estado Federal, todos no mesmo patamar 
hierárquico. São entes federativos com capacidade de 
auto legislação, de autogoverno e autoadministração (tri-
capacidade). 
 
- Jurisprudências sobre o tema: 
 
A dignidade da pessoa humana compreende o direito 
de continuar vivo e de ter uma vida digna. Deve ser inter-
pretado com o máximo de amplitude possível na hora de 
conceituá-lo, aplicando o princípio da máxima efetividade 
ou eficiência. 
 
RE 398.041, 19.08.2008. “A Constituição de 1988 traz 
um robusto conjunto normativo que visa à proteção e 
efetivação dos direitos fundamentais do ser humano. A 
existência de trabalhadores a laborar sob escolta, alguns 
acorrentados, em situação de total violação da liberdade e 
da autodeterminação de cada um, configura crime contra 
a organização do trabalho”. 
 
HC 82969/PR, 17/10/2003: “A mera instauração de in-
quérito, quando evidente a atipicidade da conduta, consti-
tui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, 
em especial ao princípio da dignidade humana”. 
 
HC 73.454/RJ. “Ninguém é obrigado a cumprir ordem 
ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de auto-
ridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à or-
dem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito”. 
 
Súmula Vinculante 11: “Só é lícito o uso de algemas 
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte 
do preso ou de terceiros, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil ou penal do agente ou da autoridade e de 
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, 
sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”. 
 
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são 
características do sistema capitalista, onde se inclui a 
valorização do trabalho, único responsável pela subsis-
tência e desenvolvimento dos indivíduos e do país e a 
prevalência da livre iniciativa, a qual afasta os ideais soci-
alistas de planificação da economia. 
 
RE 349.686, 14.06.2005. “O princípio da livre iniciativa 
não pode ser invocado para afastar regras de regulamen-
tação do mercado e de defesa do consumidor”. 
 
O pluralismo político não significa apenas pluripartida-
rismo, sendo este uma espécie do gênero daquele. Carac-
teriza-se pela aceitação de diversidade de opiniões, parti-
cipação plural na sociedade dos mais diversos modos, 
abrangendo associações, sindicatos, partidos políticos, 
igrejas, universidades, escolas etc. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju-
diciário. 
 
A divisão de que trata o art. 2º é de funções, e não de 
poderes, pois o Poder é uno, além de ser indivisível e inde-
legável. A separação foi firmada por Aristóteles e aperfei-
çoada por Locke e Montesquieu. Os poderes participam, 
por vezes, das atribuições uns dos outros, a fim de que se 
garanta a harmonia entre eles, a inocorrência de abusos e 
a consequente realização do bem da coletividade, através 
do sistema de freios e contrapesos “checks and balan-
ces”. 
 
Dessemodo, as funções administrativas, legislativas e 
a judiciária não são exercidas com exclusividade, mas 
apenas preponderantemente por cada Poder. Daí a deno-
minação de funções típicas (originárias, para a qual o 
poder foi criado e direcionado) e atípicas (secundárias e 
subsidiárias). 
 
Devemos ainda lembrar que a separação dos poderes 
está protegida por cláusula pétrea (art. 60, parágrafo 4º, 
III). 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Re-
pública Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
mas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas 
suas relações internacionais pelos seguintes princí-
pios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
 
 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil 
buscará a integração econômica, política, social e cul-
tural dos povos da América Latina, visando à formação 
de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
Os princípios de ordem internacional visam tratar as 
relações entre o Brasil e outros Países, sempre baseando-
se nos primados da ONU (Organização das Nações Uni-
das). Ressaltamos que tais normas são de eficácia plena, 
salvo o parágrafo único, que consiste em norma de eficá-
cia programática. 
 
Em relação ao asilo político, destacamos sua impor-
tância frente à extradição. Por asilo político entendemos a 
obrigação que tem o Brasil de proteger qualquer pessoa 
que esteja sofrendo perseguição em seu País, oriunda de 
sua opinião, quando esta se encontra em solo brasileiro. 
Como no Brasil temos liberdade plena de expressão, neste 
casos, o País concederá o asilo como forma de proteção, 
e não extradição. 
 
 
 
(CESPE – Polícia Federal – 2014) No que se refere aos 
princípios fundamentais e à organização do Estado brasi-
leiro, julgue os próximos itens. 
 
01.A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos estados, municípios e Distrito Federal 
(DF), adota a federação como forma de Estado. 
 C  E 
 
02.O estabelecimento pela CF de que todo o poder emana 
do povo, que o exerce por meio de representantes elei-
tos ou diretamente, nos seus termos, evidencia a ado-
ção da democracia semidireta ou participativa. 
 C  E 
 
(CESPE – Polícia Federal – 2014) Acerca dos direitos e 
garantias fundamentais, da aplicabilidade das normas 
constitucionais e da organização do poder judiciário, jul-
gue os itens seguintes. 
 
 
 
03.No que se refere aos direitos e deveres individuais e 
coletivos, a CF incorpora o princípio da irretroatividade 
irrestrita da lei penal, em respeito ao princípio da lega-
lidade. 
 C  E 
 
04.Em caso de grave violação dos direitos internacionais, 
o procurador-geral da República, com a finalidade de 
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes 
de tratados de direitos internacionais dos quais o Bra-
sil seja signatário, poderá suscitar, perante o Supremo 
Tribunal Federal, em qualquer fase do inquérito ou 
processo, incidente de deslocamento de competência 
para a justiça federal. 
 C  E 
 
05.A prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva pode ser consi-
derada exemplo de norma constitucional de eficácia 
limitada. 
 C  E 
 
(CESPE – TCE RO – 2014) Com base no disposto na 
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a se-
guir, a respeito dos princípios fundamentais e dos direitos 
e garantias fundamentais. 
 
06.Ao estabelecer que nenhum indivíduo será submetido 
a tortura nem a tratamento desumano ou degradante, 
o constituinte estabeleceu uma norma classificada 
como princípio fundamental da República Federativa 
do Brasil. 
 C  E 
 
07.Incluem-se nos direitos e garantias fundamentais da 
República Federativa do Brasil a inviolabilidade do di-
reito à igualdade, a aposentadoria, a nacionalidade e o 
plebiscito. 
 C  E 
08.A dignidade da pessoa humana, a construção de uma 
sociedade livre, justa e solidária e a prevalência dos di-
reitos humanos são princípios fundamentais da Repú-
blica Federativa do Brasil. 
 C  E 
 
09.(FCC – CEGÁS – 2014) O princípio segundo o qual 
todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se a inviolabilidade do direi-
to à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade, aplica-se, conforme expressa disposição 
constitucional e em relação ao enunciado no art. 5º : 
 
(A) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País. 
(B) aos brasileiros natos e naturalizados. 
(C) aos brasileiros natos. 
(D) aos brasileiros que estejam dentro ou fora do País. 
 
 
(E) indistintamente a todos os que estejam no território 
nacional. 
 
10.O processo formal de mudança das Constituições 
rígidas, por meio da atuação do poder constituinte de-
rivado, com a aprovação de emendas constitucionais, 
segundo os procedimentos estabelecidos na própria 
Constituição pelo legislador constituinte originário, é 
próprio 
 
(A) da revisão constitucional e da mutação constituci-
onal. 
(B) da mutação constitucional e da reforma constituci-
onal. 
(C) da reforma constitucional e da revisão constitucio-
nal. 
(D) da mutação constitucional e do poder constituinte 
derivado decorrente. 
(E) do poder constituinte derivado reformador e da mu-
tação constitucional. 
 
11.(FCC – TRT 14ª – 2014) A Constituição Federal de 
1988 é conhecida como “cidadã”, uma vez que estabe-
leceu grandes avanços no que diz respeito às relações 
sociais. Nessa lei maior, os valores sociais do trabalho 
são considerados para a República Federativa do Bra-
sil um 
 
(A) fundamento. 
(B) objetivo fundamental. 
(C) princípio de relação internacional. 
(D) direito supranacional. 
(E) dever supranacional. 
 
12.Uma casa localizada no município de Salvador foi in-
vadida pela polícia em razão de um chamado telefôni-
co. Esse fato gerou grande discussão na comunidade 
soteropolitana porque, nos termos do artigo 5º, XI, da 
Constituição Federal, a casa é asilo inviolável do indi-
víduo, NÃO podendo a polícia nela penetrar ainda que 
 
(A) com o consentimento do morador. 
(B) em caso de flagrante delito. 
(C) em caso de desastre. 
(D) por determinação judicial, à noite. 
(E) para prestar socorro. 
 
13.As normas constitucionais que têm aplicabilidade 
direta, imediata e integral, mas cujo alcance pode ser 
reduzido em razão da existência na própria norma de 
uma cláusula expressa de redutibilidade, são ditas 
normas 
 
(A) de eficácia contida. (D) programáticas. 
(B) de eficácia limitada. (E) de princípio institutivo 
(C) de eficácia plena. 
14.(FCC – TRT 9ª – Analista – 2014) O inciso XIII do arti-
go 5º da Constituição Federal brasileira estabelece que 
é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-
fissão, atendidas as qualificações profissionais que a 
lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-
se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder. Estes casos, são, respectivamente, exemplos de 
norma constitucional de eficácia 
 
(A) plena e limitada. 
(B) plena e contida. 
(C) limitada e contida. 
(D) contida e plena. 
(E) contida e limitada 
 
15.Analise as afirmativas a seguir. 
 
I. As normas que definem os direitos e garantias indi-
viduais são consideradas programáticas. 
II. As normas constitucionais chamadas de “eficácia 
limitada”, deacordo com a doutrina brasileira, apre-
sentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. 
III. Segundo a doutrina e jurisprudência brasileira, o di-
reito de greve, reconhecido ao servidor público pela 
Constituição Federal brasileira de 1988, é de eficá-
cia plena. 
IV. As normas infraconstitucionais anteriores à pro-
mulgação de uma nova constituição, quando com 
esta incompatíveis ou não recepcionadas, são tidas 
como normas inconstitucionais. 
 
Está correto apenas o contido em 
 
(A) II. 
(B) IV. 
(C) I e III. 
(D) II, III e IV. 
 
16.Analise os seguintes dispositivos constitucionais: 
 
I. O casamento é civil e gratuita a celebração. 
II. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdivi-
dir-se ou desmembrar-se para se anexarem a ou-
tros, ou formarem novos Estados ou Territórios Fe-
derais, mediante aprovação da população direta-
mente interessada, através de plebiscito, e do Con-
gresso Nacional, por lei complementar. 
III. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribu-
nal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratu-
ra (...). 
 
Conforme a doutrina clássica, que trata da aplicabili-
dade e eficácia das normas constitucionais no direito 
 
 
brasileiro, é correto afirmar que as disposições elen-
cadas são, respectivamente, normas de eficácia 
 
(A) plena, limitada e limitada. 
(B) contida, contida e limitada. 
(C) plena, contida e limitada. 
(D) limitada, contida e contida. 
(E) limitada, limitada e contida. 
 
17.(FCC – TCE – 2015) Consideram-se normas constitu-
cionais de eficácia contida aquelas em que o legisla-
dor constituinte: 
 
(A) previu os princípios que devem ser observados pelo 
Poder Público, sem fixar diretriz a ser seguida na 
elaboração das leis ordinárias posteriores. 
(B) regulou suficientemente os interesses relativos a 
determinada matéria produzindo a norma desde lo-
go seus efeitos, mas deixou margem à atuação res-
tritiva por parte do Poder Público, nos termos que 
vierem a ser previstos em lei. 
(C) deixou ao legislador ordinário o poder pleno de dis-
ciplinar a matéria, sem delinear os limites de tal 
atuação. 
(D) regulamentou inteiramente a matéria, a qual não 
pode ser objeto de nenhum juízo restritivo por parte 
do Poder Público. 
(E) deixou ao legislador ordinário o poder de disciplinar 
a matéria, dependendo a norma constitucional, para 
gerar efeitos, da existência de regras restritivas por 
este traçadas. 
 
18.(FCC – TST – Analista Judiciário – 2013) Considere a 
seguinte norma constitucional prevista no art. 5º, XV, 
da Constituição Federal de 1988: É livre a locomoção 
no território nacional em tempo de paz, podendo qual-
quer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer 
ou dele sair com os seus bens. Trata-se de norma de 
eficácia: 
 
(A) plena. 
(B) limitada. 
(C) contida. 
(D) exaurida. 
(E) absoluta. 
 
19.(CESPE – TRE RJ – Analista Judiciário – 2014) As 
normas que tratam de direitos sociais são de eficácia 
limitada, ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, pa-
ra se efetivarem de maneira adequada, se devem cum-
prir exigências como prestações positivas por parte do 
Estado, gastos orçamentários e mediação do legisla-
dor. 
 C  E 
 
20.(CESPE – TJ RR – 2013) A norma constitucional que 
preveja a participação dos empregados nos lucros ou 
resultados da empresa configura exemplo de norma de 
eficácia limitada. 
 C  E 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
C C E E C C E E E C 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
A D A D A A B C C C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A origem dos direitos fundamentais está ligada à ne-
cessidade de se impor limites à atuação do Estado abso-
luto em favor da liberdade do indivíduo, isto é, de impor 
limites à ingerência do Estado na esfera de liberdade do 
indivíduo. 
 
Os direitos fundamentais surgiram tendo como desti-
natários (ou titulares) as pessoas naturais. Com o passar 
do tempo os ordenamentos constitucionais passaram a 
reconhecer direitos fundamentais também às pessoas 
jurídicas. Modernamente as constituições também asse-
guram tais direitos às pessoas estatais, isto é, o próprio 
Estado passou a ser considerado titular de direitos fun-
damentais. 
 
Surgiram, então, como normas que exigiam uma atua-
ção negativa do Estado (não fazer) em favor da liberdade 
do indivíduo. As normas que consagraram os primeiros 
direitos fundamentais eram, portanto, normas negativas, 
que não exigiam uma atuação positiva do Estado (um 
fazer), mas sim uma atuação negativa, uma abstenção 
(um não fazer) em favor da liberdade individual. 
 
Todos os que se dedicam à análise do tema e, princi-
palmente, os constitucionalistas, costumam fazer uma 
avaliação de como foram construídos os direitos funda-
mentais no constitucionalismo e conseguem visualizar, 
com bastante clareza, a existência de 3 gerações de direi-
tos fundamentais, três eras de direitos fundamentais. 
 
2.1 Evolução e Classificação 
 
Da sua origem até os dias atuais, os direitos funda-
mentais passaram por uma significativa evolução nos 
diferentes ordenamentos constitucionais. As constitui-
ções modernas, a partir do século XX, passaram a reco-
nhecer novos direitos como fundamentais aos indivíduos, 
em face da evolução da própria ideia do constitucionalis-
mo. 
 
Com essa evolução, os direitos fundamentais deixa-
ram de ter como proteção unicamente a liberdade do indi-
víduo (feição negativa), passando a exigir, também, uma 
atuação positiva do Estado (feição positiva). 
 
Em reconhecimento a essa evolução, a doutrina elabo-
rou uma classificação para os direitos fundamentais, a 
partir do critério cronológico, isto é, levando-se em conta 
o momento em que tais direitos foram reconhecidos co-
mo fundamentais. Desse modo, num primeiro momento, 
certos direitos foram reconhecidos como fundamentais, 
recebendo, por isso, a denominação de direitos funda-
mentais de primeira geração; num segundo momento, 
surgiram os direitos de segunda geração e assim suces-
sivamente. 
 
Assim, os direitos fundamentais podem ser classifica-
dos em quatro gerações ou dimensões, vejamos: 
 
A) Direitos Fundamentais de Primeira Dimensão 
 
Foram os primeiros reconhecidos pelos ordenamentos 
constitucionais e têm as seguintes características: 
 
- Surgiram nos finais dos séculos XVIII e dominaram 
todo o século XIX; 
- Surgiram no Estado Liberal, em oposição ao Estado 
Absoluto; 
- Estão ligados ao ideal de liberdade; 
- São direitos negativos, que exigem uma abstenção do 
Estado em favor da esfera de liberdade do indivíduo; 
- Correspondem aos direitos civis e políticos (direito de 
locomoção, direito de manifestação, direito de 
propriedade etc). 
 
B) Direitos Fundamentais de Segunda Dimensão 
 
Num segundo momento, os ordenamentos constituci-
onais começaram a expressar a preocupação com os 
desamparados, com a necessidade de se assegurar o 
mínimo de igualdade entre os homens, fazendo nascer a 
segunda dimensão de direitos fundamentais, que têm as 
seguintes características: 
 
- Surgiram no início do século XX (note-se que durante 
todo o século XIX tivemos, apenas, os direitos 
fundamentais de primeira dimensão); 
- Surgiram no Estado Social, em oposição ao Estado 
Liberal; 
- Estão ligados ao ideal de igualdade; 
- São direitos positivos, que passaram a exigir uma 
atuação positiva do Estado, no sentido de assegurar o 
mínimo de igualdade entre os homens (os direitos 
fundamentais passaram a ter uma feição positiva a 
partir dessa dimensão); 
- Correspondem aos direitos sociais, culturais e 
econômicos (direito a condições mínimas de trabalho, 
à previdência e assistência social, à habitação, ao 
lazer, a um salário que assegure o mínimo de 
dignidade ao homem, à sindicalização e à greve dos 
trabalhadores etc.). 
 
C) Direitos Fundamentais de Terceira Dimensão 
 
Num terceiro momento, foi despertada a preocupação 
com os bens jurídicos da coletividade, com os denomina-
 
 
dos “direitos difusos” (pertencentes a um grupoindeter-
minado de pessoas), nascendo, então, os direitos funda-
mentais de terceira dimensão, que têm as seguintes ca-
racterísticas: 
 
- Surgiram no século XX; 
- Estão ligados ao ideal de fraternidade, de solidariedade 
que deve nortear o convívio dos diferentes povos em 
defesa dos bens da coletividade; 
- São direitos positivos, a exigir do Estado e dos 
diferentes povos uma firme atuação no tocante à 
preservação dos bens de interesse coletivo; 
- Correspondem ao direito de preservação do meio 
ambiente, da paz e do progresso da humanidade, do 
patrimônio histórico e cultural etc. 
 
D) Direitos Fundamentais de Quarta Dimensão: Direitos da 
Globalização 
 
Embora ainda não consolidados nos ordenamentos 
constitucionais modernos, a doutrina começa a apontar o 
surgimento dos direitos fundamentais de quarta dimen-
são. No Brasil vem sendo recebido o pensamento do 
constitucionalista Paulo Bonavides, segundo o qual esses 
direitos são ligados à globalização política, fenômeno 
mundial que atinge, em maior ou menor grau, todas as 
nações, correspondendo ao direito de informação, de de-
mocracia e de pluralismo. 
 
Importante destacar que essa nova geração de direitos 
fundamentais não significa substituição das gerações 
anteriores. Cuida-se de acréscimo quantitativo de novos 
direitos. 
 
Aqui eu estaria falando de paz mundial, livre comércio, 
direitos relacionados à formação de blocos econômicos, 
direitos da transnacionalidade. 
 
Para fechar esse tópico, uma informação que eu repu-
to das mais importantes. Para você nunca esquecer es-
sas três gerações, vai uma dica (lógico que para nós inte-
ressa a terceira geração): lembrar o lema da Revolução 
Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Primeiro eu 
quis liberdade (que o Estado não se metesse), quando 
essa liberdade foi muito longe, buscou-se a interferência 
do Estado para assegurar um mínimo de igualdade. Mas 
não adianta a liberdade e nem a igualdade se não há fra-
ternidade, que é o amor coletivo que existe entre as pes-
soas. O direito da coletividade nasce como símbolo da 
fraternidade que deve nascer entre os homens, entre as 
categorias. Portanto, liberdade, igualdade e fraternidade 
representam o lema da Revolução Francesa e espelha 
bem o que a gente chegou a conquistar a partir das várias 
gerações de direitos fundamentais. 
 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: Direitos e De-
veres Individuais e Coletivos (art. 5º) 
 
O direito é o que se protege, o bem da vida guardado 
pela Constituição. A garantia é o mecanismo criado pela 
Constituição para defender o direito. Os direitos funda-
mentais não são absolutos e são irrenunciáveis. Os bens 
constitucionais devem ser usufruídos levando-se em con-
ta outros direitos também constitucionalmente protegi-
dos. 
 
Os caracteres mais marcantes dos direitos fundamen-
tais são: (a) historicidade (nascem, modificam-se e desa-
parecem); (b) inalienabilidade (intransferíveis e inegociá-
veis); (c) imprescritibilidade (nunca deixam de ser exigí-
veis); (d) irrenunciabilidade (no máximo, podem não ser 
exercidos); (e) universalidade (todos têm direitos funda-
mentais) e (f) limitabilidade (não são absolutos). 
 
Adotando o critério do conteúdo e observando a Cons-
tituição de 1988, podemos separá-los em: (a) individuais; 
(b) coletivos; (c) sociais; (d) à nacionalidade e (e) políticos. 
 
1) Conceito: São o conjunto de normas, princípios, prer-
rogativas, deveres e institutos, inerentes à soberania 
popular, que garantem a convivência pacífica, digna, li-
vre e igualitária, independente de credo, raça, origem, 
cor, condição econômica ou status social. 
 
2) Divisão: civil (direitos da pessoa humana); política 
(direitos de participação na ordem democrática) e 
econômico-social (direitos econômicos e sociais). 
 
3) Natureza jurídica dos Direitos e Garantias Fundamen-
tais: Têm a mesma natureza de normas constitucio-
nais positivas, pois derivaram da linguagem prescritiva 
do constituinte. Na medida do possível, têm aplicação 
direta e integral, independendo de providência legisla-
tiva ulterior para serem imediatamente aplicadas. 
 
4) Abrangência dos Direitos e Garantias Fundamentais 
- os direitos individuais e coletivos (art. 5º) 
- os direitos sociais (arts. 6º e 193 e seguintes) 
- os direitos à nacionalidade (art. 12) 
- os direitos políticos (arts. 14 a 16) 
- os direitos dos partidos políticos (art. 17) 
 
5) Características dos Direitos e Garantias Fundamentais 
- Históricos 
- Universais 
- Cumuláveis (ou concorrentes) 
- Irrenunciáveis 
- Inalienáveis 
- Imprescritíveis 
- Relativos (ou limitados) 
 
 
 
6) Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 
O legislador constituinte conferiu uma amplitude bas-
tante significativa aos direitos fundamentais, de modo 
que todos podem usufruir, seja brasileiro ou estrangeiro, 
pessoa física ou jurídica. 
 
a) DIREITO À VIDA: 
 
A vida como objeto do direito: a vida humana, que é o 
objeto do direito assegurado no art. 5º, integra-se de ele-
mentos materiais e imateriais; a vida é intimidade conos-
co mesmo, saber-se e dar-se conta de si mesmo, um as-
sistir a si mesmo e um tomar posição de si mesmo; por 
isso é que ela constitui a fonte primária de todos os ou-
tros bens jurídicos. 
 
Direito à existência: consiste no direito de estar vivo, 
de lutar pelo viver, de defender à própria vida, de perma-
necer vivo; é o direito de não ter interrompido o processo 
vital senão pela morte espontânea e inevitável; tentou-se 
incluir na Constituição o direito a uma existência digna. 
 
Direito à integridade física: a Constituição além de ga-
rantir o respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX), 
declara que ninguém será submetido a tortura ou trata-
mento desumano ou degradante (art. 5º, III); a fim de do-
tar essas normas de eficácia, a Constituição preordena 
várias garantias penais apropriadas, como o dever de 
comunicar, imediatamente, ao juiz competente e à família 
ou pessoa indicada, a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre; o dever da autoridade policial informar 
ao preso seus direitos; o direito do preso à identificação 
dos responsáveis por sua prisão e interrogatório policial. 
 
Direito à integridade moral: a Constituição realçou o 
valor da moral individual, tornando-a um bem indenizável 
(art. 5º, V e X); à integridade moral do direito assume fei-
ção de direito fundamental; por isso é que o Direito Penal 
tutela a honra contra calúnia, difamação e injúria. 
 
Pena de morte: é vedada; só é admitida no caso de 
guerra externa declarada, nos termos do art. 84, XIX (art. 
5º, XLVII, a). 
 
Eutanásia: é vedado pela Constituição; o desinteresse 
do indivíduo pela própria vida não exclui esta da tutela; o 
Estado continua a protegê-la como valor social e este 
interesse superior torna inválido o consentimento do par-
ticular para que dela o privem. 
 
Aborto: a Constituição não enfrentou diretamente o 
tema, mas parece inadmitir o abortamento; devendo o 
assunto ser decidido pela legislação ordinária, especial-
mente a penal. 
 
Tortura: prática expressamente condenada pelo inciso 
III do art. 5º, segundo o qual ninguém será submetido a 
tortura ou a tratamento desumano e degradante; a con-
denação é tão incisiva que o inciso XLIII determina que a 
lei considerará a prática de tortura crime inafiançável e 
insuscetível de graça, por ele respondendo os mandantes, 
os executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem (Lei 
9.455/97). 
 
DIREITO À PRIVACIDADE 
 
Conceito e conteúdo: A Constituição declara inviolá-
veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas (art. 5º, X); portanto, erigiu, expressamente, es-
ses valores humanos à condição de direito individual, 
considerando-o um direito conexo ao da vida. 
Intimidade: se caracteriza como a esfera secreta da 
vida do indivíduo na qual este tem o poder legal de evitar 
os demais; abrangendo nesse sentido à inviolabilidade do 
domicílio, o sigilo de correspondência e ao segredopro-
fissional. 
 
Vida privada: a tutela constitucional visa proteger as 
pessoas de 2 atentados particulares: ao segredo da vida 
privada e à liberdade da vida privada. 
 
Honra e imagem das pessoas: o direito à preservação 
da honra e da imagem, não caracteriza propriamente um 
direito à privacidade e menos à intimidade; a CF reputa-os 
valores humanos distintos; a honra, a imagem constituem, 
pois, objeto de um direito, independente, da personalidade. 
 
Privacidade e informática: a Constituição tutela a pri-
vacidade das pessoas, acolhendo um instituto típico e 
específico para a efetividade dessa tutela, que é o habeas 
data, que será estudado mais adiante. 
 
Violação à privacidade e indenização: essa violação, 
em algumas hipóteses, já constitui ilícito penal; a CF foi 
explícita em assegurar ao lesado, direito à indenização 
por dano material ou moral decorrente da violação do 
direito à privacidade. 
 
b) DIREITO DE IGUALDADE 
 
Introdução ao tema: as Constituições só tem reconhe-
cido a igualdade no seu sentido jurídico-formal (perante a 
lei); a CF/88 abre o capítulo dos direitos individuais com o 
princípio que todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza; reforça o princípio com muitas ou-
tras normas sobre a igualdade ou buscando a igualização 
dos desiguais pela outorga de direitos sociais substanci-
ais. 
 
 
 
 
 
Isonomia formal e isonomia material: isonomia formal 
é a igualdade perante a lei; a material são as regras que 
proíbem distinções fundadas em certos fatores; Ex: art. 7º, 
XXX e XXXI; a Constituição procura aproximar os 2 tipos 
de isonomia, na medida em que não de limitara ao sim-
ples enunciado da igualdade perante a lei; menciona tam-
bém a igualdade entre homens e mulheres e acrescenta 
vedações a distinção de qualquer natureza e qualquer 
forma de discriminação. 
 
O sentido da expressão “igualdade perante a lei”: o 
princípio tem como destinatários tanto o legislador como 
os aplicadores da lei; significa para o legislador que, ao 
elaborar a lei, deve reger, com iguais disposições situa-
ções idênticas, e, reciprocamente, distinguir, na repartição 
de encargos e benefícios, as situações que sejam entre si 
distintas, de sorte a quinhoá-las ou gravá-las em propor-
ção às suas diversidades; isso é que permite, à legislação, 
tutelar pessoas que se achem em posição econômica 
inferior, buscando realizar o princípio da igualização. 
 
Igualdade de homens e mulheres: essa igualdade já se 
contém na norma geral da igualdade perante a lei; tam-
bém contemplada em todas as normas que vedam a dis-
criminação de sexo (arts. 3º, IV, e 7º, XXX), sendo desta-
cada no inciso I, do art. 5º que homens e mulheres são 
iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Consti-
tuição; só valem as discriminações feitas pela própria 
Constituição e sempre em favor da mulher, por exemplo, a 
aposentadoria da mulher com menor tempo de serviço e 
de idade que o homem (arts. 40, III, e 202, I a III). 
 
c) DIREITO DE LIBERDADE 
 
O problema da Liberdade: a liberdade tem um caráter 
histórico, porque depende do poder do homem sobre a 
natureza, a sociedade, e sobre si mesmo em cada mo-
mento histórico; o conteúdo da liberdade se amplia com a 
evolução da humanidade; fortalece-se, à medida que a 
atividade humana se alarga. A liberdade opõe-se ao auto-
ritarismo, à deformação da autoridade; não porém, à auto-
ridade legítima; o que é válido afirmar é que a liberdade 
consiste na ausência de coação anormal, ilegítima e imo-
ral; daí se conclui que toda a lei que limita a liberdade 
precisa ser lei normal, moral e legítima, no sentido de que 
seja consentida por aqueles cuja liberdade restringe; co-
mo conceito podemos dizer que liberdade consiste na pos-
sibilidade de coordenação consciente dos meios necessários 
à realização da felicidade pessoal. O assinalado o aspecto 
histórico denota que a liberdade consiste num processo 
dinâmico de liberação do homem de vários obstáculos 
que se antepõem à realização de sua personalidade: obs-
táculos naturais, econômicos, sociais e políticos; é hoje 
função do Estado promover a liberação do homem de 
todos esses obstáculos, e é aqui que a autoridade e liber-
dade se ligam. O regime democrático é uma garantia geral 
da realização dos direitos humanos fundamentais; quanto 
mais o processo de democratização avança, mais o ho-
mem se vai libertando dos obstáculos que o constrangem, 
mais liberdade conquista. 
 
Liberdade e liberdades: liberdades, no plural, são for-
mas de liberdade, que aqui, em função do Direito Consti-
tucional positivo, distingue-se em 5 grupos: 1) liberdade da 
pessoa física; 2) liberdade de pensamento, com todas as 
suas liberdades; 3) liberdade de expressão coletiva; 4) liber-
dade de ação profissional; 5) liberdade de conteúdo econô-
mico. Cabe considerar aquela que constitui a liberdade-
matriz, que é a liberdade de ação em geral, que decorre do 
art. 5º, II, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 
Liberdade da pessoa física: é a possibilidade jurídica 
que se reconhece a todas as pessoas de serem senhoras 
de sua própria vontade e de locomoverem-se desembara-
çadamente dentro do território nacional; para nós as for-
mas de expressão dessa liberdade se revelam apenas na 
liberdade de locomoção e na liberdade de circulação; 
mencionando também o problema da segurança, não 
como forma dessa liberdade em si, mas como forma de 
garantir a efetividade destas. 
 
Liberdade de pensamento: é o direito de exprimir, por 
qualquer forma, o que se pense em ciência, religião, arte, 
ou o que for; trata-se de liberdade de conteúdo intelectual 
e supõe contato com seus semelhantes; inclui as liberda-
des de opinião, de comunicação, de informação, religiosa, 
de expressão intelectual, artística e científica e direitos 
conexos, de expressão cultural e de transmissão e recep-
ção do conhecimento. 
 
Liberdade de ação profissional: confere liberdade de 
escolha de trabalho, de ofício e de profissão, de acordo 
com as propensões de cada pessoa e na medida em que 
a sorte e o esforço próprio possam romper as barreiras 
que se antepõem à maioria do povo; a liberdade anuncia-
da no acima (art. 5º, XIII), beneficia brasileiros e estran-
geiros residentes, enquanto a acessibilidade à função 
pública sofre restrições de nacionalidade (arts. 12 § 3º, e 
37, I e II); A Constituição ressalva, quanto à escolha e 
exercício de ofício ou profissão, que ela fica sujeita à ob-
servância das qualificações profissionais que a lei exigir, 
só podendo a lei federal definir as qualificações profissio-
nais requeridas para o exercício das profissões. ( art. 22, 
XVI). 
 
DIREITOS COLETIVOS 
 
Direito à informação: o direito de informar, como as-
pecto da liberdade de manifestação de pensamento, reve-
la-se um direito individual, mas já contaminado no sentido 
coletivo, em virtude das transformações dos meios de 
 
 
comunicação, que especialmente se concretiza pelos 
meios de comunicação social ou de massa; a CF acolhe 
essa distinção, no capítulo da comunicação (220 a 224). 
preordena a liberdade de informar completada com a li-
berdade de manifestação do pensamento (5º, IV). 
 
Direito de representação coletiva: estabelece que as 
entidades associativas, quando expressamente autoriza-
das, têm legitimidade para representar seus filiados em 
juízo ou fora dele (art. 5º, XXI), legitimidade essa também 
reconhecida aos sindicatos em termos até mais amplos e 
precisos, in verbis: ao sindicato cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em 
questões judiciais ou administrativas (art. 8, III). 
 
Direito de participação: distinguiremos 2 tipos; um é a 
participação direta dos cidadãos no processo político e deci-
sório (arts. 14, I e II, e 61, § 2º); só se reputa coletivo por-
que só pode ser exercido por um número razoável de elei-
tores: uma coletividade, ainda que não organizada for-
malmente.Outro, é a participação orgânica, às vezes resva-
lando para uma forma de participação corporativa, é a 
participação prevista no art. 10 e a representação assegu-
rada no art. 11, as quais aparecem entre os direitos soci-
ais. Coletivo, de natureza comunitária não-corporativa, é o 
direito de participação da comunidade (arts. 194, VII e 198, 
III). 
 
Direito dos consumidores: estabelece que o Estado 
proverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, 
XXXII), conjugando isso com a consideração do art. 170, V, 
que eleva a defesa do consumidor à condição de princípio 
da ordem econômica. 
 
Liberdade de reunião: está prevista no art. 5º, XVI; a li-
berdade de reunião está plena e eficazmente assegurada, 
não mais se exige lei que determine os casos em que será 
necessária a comunicação prévia à autoridade, bem como 
a designação, por esta, do local de reunião; nem se auto-
riza mais a autoridade a intervir para manter a ordem, 
cabendo apenas um aviso à autoridade que terá o dever, 
de ofício, de garantir a realização da reunião. 
 
Liberdade de associação: é reconhecida e garantida 
pelos incisos XVII a XXI do art. 5º; há duas restrições ex-
pressas à liberdade de associar-se: veda-se associação 
que não seja para fins lícitos ou de caráter paramilitar; e é 
aí que se encontra a sindicabilidade que autoriza a disso-
lução por via judicial; no mais têm as associações o direi-
to de existir, permanecer, desenvolver-se e expandir-se 
livremente. 
 
d) DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
Direito de Propriedade em Geral: O regime jurídico da 
propriedade tem seu fundamento na Constituição; esta 
garante o direito de propriedade, desde que este atenda 
sua função social (art. 5º, XXII), sendo assim, não há co-
mo escapar ao sentido que só garante o direito de propri-
edade que atenda sua função social; a própria Constitui-
ção dá conseqüência a isso quando autoriza a desapro-
priação, como pagamento mediante título, de propriedade 
que não cumpra sua função social (arts. 182, § 4º, e 184); 
existem outras normas que interferem com a propriedade 
mediante provisões especiais (arts. 5º, XXIV a XXX, 170, II 
e III, 176, 177 e 178, 182, 183, 184, 185, 186, 191 e 222). 
 
Conceito e natureza: entende-se como uma relação en-
tre um indivíduo (sujeito ativo) e um sujeito passivo uni-
versal integrado por todas as pessoas, o qual tem o dever 
de respeitá-lo, abstraindo-se de violá-lo, e assim o direito 
de propriedade se revela como um modo de imputação 
jurídica de uma coisa a um sujeito. 
 
Propriedade e propriedades: a Constituição consagra a 
tese de que a propriedade não constitui uma instituição 
única, mas várias instituições diferenciadas, em correla-
ção com os diversos tipos de bens e de titulares, de onde 
ser cabível falar não em propriedade, mas em proprieda-
des; ela foi explícita e precisa; garante o direito de propri-
edade em geral (art. 5º, XXII), mas distingue claramente a 
propriedade urbana (182, § 2º) e a propriedade rural (arts. 
5º, XXIV, e 184, 185 e 186), com seus regimes jurídicos 
próprios. 
 
Propriedade pública: a Constituição a reconhece: - ao 
incluir entre os bens da União aqueles enumerados no art. 
20 e, entre os dos Estados, os indicados no art. 26; - ao 
autorizar desapropriação, que consiste na transferência 
compulsória de bens privados para o domínio público; - ao 
facultar a exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado (art. 173) e o monopólio (art. 177), que importam 
apropriação pública de bens de produção. 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distin-
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
 
A principal disposição do caput deste artigo 5º é o 
Princípio da Igualdade Formal, ou Princípio da Isonomia, 
segundo o qual “todos são iguais perante a lei”. Não signi-
fica que todas as pessoas terão tratamento absolutamen-
te igual, mas que terão tratamento diferenciado na medi-
da das suas diferenças. 
 
Vale a pena ainda frisar que uma interpretação literal 
do caput do art. 5° nos levaria a entender que o estrangei-
ro não residente no Brasil (um empresário ou um turista, 
por exemplo), poderia ser morto ou assaltado livremente, 
o que é absurdo. Na verdade, a locução “estrangeiros 
 
 
residentes” deve ser interpretada no sentido de abranger 
todo e qualquer estrangeiro, porque o Princípio da Isono-
mia garante isso expressamente “sem distinção de qual-
quer natureza”. 
 
I – homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; 
 
Este inciso impõe uma igualação entre homens e mu-
lheres, mas trata-se de uma igualdade relativa, não abso-
luta porque será nos termos da Constituição, o que impli-
ca dizer que a Constituição, e somente ela, poderá impor 
tratamento diferenciado entre os dois sexos. E, efetiva-
mente faz isso, por exemplo, quando se refere ao período 
de licença maternidade e paternidade. 
 
A importância deste inciso é, contudo, a de impedir a 
vigência de qualquer lei anterior à Constituição, que esta-
beleça uma diferença entre homens e mulheres, não ex-
pressamente repetida na própria Constituição, a qual será 
revogada. 
 
As únicas diferenças entre os dois sexos são as ex-
pressamente ditas no texto constitucional. Ainda, a dis-
tinção de ordem sexual é aceita pela Constituição quando 
a finalidade pretendida for reduzir desigualdade ou atenu-
ar desníveis, como no caso de uma prova de esforço físi-
co entre candidatos homens e mulheres. 
 
Jurisprudência: “A lei pode, sem violação do princípio 
da igualdade, distinguir situações, a fim de conferir a um 
tratamento diverso do que atribui a outra. Para que possa 
fazê-lo, contudo, sem que tal violação se manifeste, é 
necessário que a discriminação guarde compatibilidade 
com o conteúdo do princípio. A Constituição do Brasil 
exclui quaisquer exigências de qualificação técnica e 
econômica que não sejam indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. A discriminação, no julga-
mento da concorrência, que exceda essa limitação é 
inadmissível.” (ADI 2.716, Rel. Min. Eros Grau, julgamento 
em 29-11-07, DJE de 7-3-08) 
 
"A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou en-
tendimento no sentido de que não afronta o princípio da 
isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção 
de integrantes do corpo feminino e masculino da Aero-
náutica." (RE 498.900-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julga-
mento em 23-10-07, DJ de 7-12-07) 
 
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fa-
zer alguma coisa senão em virtude de lei; 
 
Trata-se do Princípio da Legalidade, segundo o qual 
apenas uma lei regularmente votada pelo Poder Legislati-
vo e sancionada pelo Poder Executivo, é capaz de criar a 
alguma pessoa obrigação de fazer ou não fazer alguma 
coisa. 
 
Decretos, portarias, instruções, resoluções, nada disso 
pode criar uma obrigação a alguém se não estiver funda-
mentada numa lei onde tal obrigação seja prevista. Há 
grandes diferenças entre o princípio da legalidade e o 
princípio a reserva legal. 
 
O princípio da legalidade impõe a submissão à lei e 
admite duas vertentes: a de que somente a lei pode obri-
gar e nada mais; uma vez que exista a lei, o seu cumpri-
mento é obrigatório. 
 
O princípio da reserva legal, mais estrito, revela-se na 
submissão de determinada matéria ao regulamento da lei. 
Na Constituição aparece sob as formas nos “termos da lei” 
ou “na forma da lei”. Sempre haverá, nesse caso, a identi-
ficação precisa da matéria que, no determinado dispositi-
vo constitucional, está sendo submetido à lei. 
 
Resumindo: o princípio da legalidade tem alcance mais 
amplo, porém menor densidade (pode ser satisfeito por 
normas jurídicas em geral); o princípio da reserva legal 
tem alcance restrito, porém maior densidade (só pode ser 
satisfeito por lei formal ou atos normativos com força de 
lei). 
 
Jurisprudência:Súmula 686 – Só a lei pode sujeitar a 
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo 
público. 
 
III – ninguém será submetido a tortura nem a tra-
tamento desumano ou degradante; 
 
Este inciso protege a dignidade da pessoa contra atos 
que poderiam atentar contra ela. Tratamento desumano é 
aquele que se tem por contrário à condição de pessoa 
humana. Tratamento degradante é aquele que, aplicado, 
diminui a condição de pessoa humana e sua dignidade. 
 
Tortura é o sofrimento psíquico ou físico imposto a 
uma pessoa, por qualquer meio. A Lei 9.455/97 define os 
crimes de tortura, qual seja, o constrangimento a alguém, 
mediante o emprego de violência ou grave ameaça, física 
ou psíquica, causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
 
Segundo o art. 1º da Lei nº 9.455/97, o crime de tortura 
é definido como “constranger alguém com o emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físi-
co ou mental”. Doutrinariamente, tratamento desumano é 
aquele que se tem por contrário à condição de pessoa 
humana e tratamento degradante é aquele que diminui a 
condição de pessoa humana, atingindo sua dignidade. 
 
 
http://www.stf.gov.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=513627&codigoClasse=504&numero=2716&siglaRecurso=&classe=ADI
http://www.stf.gov.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=499582&codigoClasse=539&numero=498900&siglaRecurso=AgR&classe=RE
 
 
Jurisprudência: 
 
Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de 
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do 
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e 
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão 
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado. 
 
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
 
A liberdade de manifestação do pensamento é o direito 
que a pessoa tem de exprimir, por qualquer forma e meio, 
o que pensa a respeito de qualquer coisa. Em outras pala-
vras, é o direito de uma pessoa dizer o que quer, de quem 
quiser, da maneira como quiser, no local em que quiser. 
 
A única exigência constitucional é a de que a pessoa 
que exerce esse direito se identifique, para impedir que 
ele seja fonte de leviandade ou que seja usado de maneira 
irresponsável. Sabendo quem é o autor do pensamento 
manifestado, o eventual prejudicado poderá defender-se, 
de acordo com o disposto no inciso V. 
 
O art. 19 da Declaração Universal dos Direitos do Ho-
mem entende que não há qualquer limitação de ordem 
formal à livre manifestação do pensamento. O sentido da 
liberdade de opinião é duplo: o valor da indiferença impõe 
que a opinião não deve ser tomada em consideração; e o 
valor exigência, que impõe o respeito à opinião. 
 
Por fim, vale ressaltar que o pensamento em si não é 
tutelado nem pela Constituição nem pelo Direito, apenas a 
sua manifestação o é. 
 
Jurisprudência: 
 
HC 82.424, 19/03/04: “Liberdade de expressão. Garan-
tia constitucional que não se tem como absoluta limites 
morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode 
abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo 
imoral que implicam ilicitude penal. As liberdades públi-
cas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas 
de maneira harmônica, observados os limites previstos na 
própria Constituição Federal. O preceito fundamental de 
liberdade de expressão não consagra o direito à incitação 
ao racismo, dado que um direito individual não pode cons-
tituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como suce-
de com os delitos contra a honra. Prevalência dos princí-
pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurí-
dica”. 
 
"Liberdade de expressão. Garantia constitucional que 
não se tem como absoluta. Limites morais e jurídicos. O 
direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abran-
gência, manifestações de conteúdo imoral que implicam 
ilicitude penal. As liberdades públicas não são incondici-
onais, por isso devem ser exercidas de maneira harmôni-
ca, observados os limites definidos na própria Constitui-
ção Federal (CF, artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito 
fundamental de liberdade de expressão não consagra o 
‘direito à incitação ao racismo’, dado que um direito indi-
vidual não pode constituir-se em salvaguarda de condu-
tas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. 
Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa huma-
na e da igualdade jurídica." (HC 82.424, Rel. p/ o ac. Min. 
Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-03, DJ de 19-3-04) 
 
“A liberdade de expressão constitui-se em direito fun-
damental do cidadão, envolvendo o pensamento, a expo-
sição de fatos atuais ou históricos e a crítica.” (HC 83.125, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-9-03, DJ de 7-
11-03) 
 
V – é assegurado o direito de resposta, proporcio-
nal ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem; 
 
No inciso IV falava-se no direito daquela pessoa que 
quer manifestar seu pensamento sobre qualquer coisa. 
Neste inciso cuida-se de proteger a pessoa eventualmen-
te atingida por aquela manifestação, a qual saberá contra 
quem agir graças à proteção de anonimato. 
 
Direito de resposta proporcional à ofensa: Essa pro-
porcionalidade deve ser observada no meio e no modo. Se 
a ofensa foi verbal e pessoa, a resposta deverá ser verbal 
e pessoal. 
 
A segunda linha defesa ocorre através do pedido de 
indenização em juízo, pela ação cível própria. Os danos 
indenizáveis são material, moral e à imagem. 
 
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e as suas liturgias; 
 
Este inciso trata de três direitos: o de ter liberdade de 
consciência e de crença (que não são a mesma coisa), o 
de ter livre o exercício do culto religioso pelo qual tenha 
optado, e o de ter os locais onde esses cultos são realiza-
dos protegidos contra agressões de quem quer que seja. 
 
 
 
http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=82424&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M#_blank
http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=83125&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M#_blank
 
 
O livre exercício dos cultos não é amplo, devendo ser 
observadas as leis sobre repouso noturno e horários de 
silêncio, por exemplo, bem como áreas de restrição e ba-
rulhos, com proximidades de hospitais. 
 
A proteção aos locais de cultos impede que os adep-
tos de determinada religião ou crença hostilizem os de 
outra, sob qualquer argumento. Incumbirá ao Poder Públi-
co, na forma da lei, dispor sobre a maneira como se fará 
essa proteção. 
 
Como exemplos dessa liberdade de crença, temos o 
art. 210 da CF/88, que prevê a faculdade do ensino religi-
oso nas escolas e em relação a fixação das datas come-
morativas, inclusive feriados religiosos, diz que a lei dará 
prioridade as de alta significação para os diferentes seg-
mentos étnicos nacionais. 
 
A liberdade de consciência é mais ampla do que a li-
berdade de crença. 
 
 
 
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e militares 
de intervenção coletiva; 
 
Pessoas que estiverem nessas entidades de interna-
ção coletiva civis (hospitais, presídios e asilos) e militares 
(quartéis) podem querer praticar seus cultos ou crenças 
para engrandecimento espiritual. 
 
Por estarem em locais de onde o acesso a seus tem-
plos e sacerdotes não é livre, e, já que não podem ir até os 
locais onde está a sua religião, terão direito a receber a 
assistência religiosa onde estiverem. 
 
Não haverá, contudo, amparo material ou financeiro do 
Estado para isso. Essa assistência será prestada à conta 
da própria religião ou do interessado. 
 
VIII – ninguém será privadode direitos por motivo 
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou polí-
tica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
 
A regra geral é a de que não poderá ocorrer a privação 
de direitos por motivo de crença alguma. Todavia, há pos-
sibilidade de ocorrer a privação de direitos se a pessoa, 
baseada em uma das liberdades citadas, recusar-se a 
cumprir obrigação legal a todos imposta e, também, recu-
sar-se a cumprir uma obrigação fixada como alternativa 
ao não querer cumprir aquela. 
 
Exemplo: todo jovem maior de 18 anos é obrigado a 
cumprir serviço militar; todavia poderá recusar-se a alis-
tar-se alegando que o Exército usa armas e que sua reli-
gião não permite. Assim, não será obrigado a alistar-se, e 
também não pode ser punido por isso, mas será obrigado 
a prestar uma outra obrigação alternativa, fixada em lei. 
Se se recusar a essa prestação alternativa, será então 
punido com privação de direitos. 
 
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, ar-
tística, científica e de comunicação, independentemen-
te de censura ou licença; 
 
O Poder Público não pode controlar a produção de fil-
mes, peças de teatro, livros, músicas, artes plásticas, tex-
tos em jornais, etc. O máximo que a Constituição permite 
é a classificação para efeito indicativo (art. 21, XVI). 
 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
 
Pessoas com imagem pública, como políticos, ou em 
locais públicos, como estádios de futebol ou ruas, se fil-
madas ou fotografadas, não individualmente, mas como 
parte de um todo, não podem pedir indenização, porque, 
por estarem em local público, estão renunciando à pre-
servação de sua imagem. 
 
Jurisprudência: Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica 
pode sofrer dano moral”. 
 
Jurisprudência: O sigilo bancário, espécie de direito à 
privacidade protegido pela Constituição de 1988, não é 
absoluto, pois deve ceder diante dos interesses público, 
social e da Justiça. Assim, deve ceder também na forma e 
com observância de procedimento legal e com respeito ao 
princípio da razoabilidade. Precedentes." (AI 655.298-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau) 
 
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém 
nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
dor, salvoem caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina-
ção judicial; 
 
http://www.stf.gov.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=489310&codigoClasse=510&numero=655298&siglaRecurso=AgR&classe=AI
 
 
Uma casa pode ser penetrada a qualquer momento, 
durante o dia ou à noite, para prestação de socorro, em 
caso de desastre e em flagrante delito. Vale lembrar que 
qualquer pessoa pode prender quem se encontre numa 
situação de flagrante delito. A Constituição comporta 
uma hipótese de quebra da inviolabilidade: possibilidade 
de busca e apreensão em domicílio no caso de estado de 
sítio. 
 
A expressão casa tem um alcance muito amplo, não 
sendo limitada pelos conceitos de direito privado, como já 
pacificou o STF, considerando casa todo local delimitado 
e separado que alguém utiliza com exclusividade, mesmo 
que para fins profissionais, não importando a relação 
jurídica de seus habitantes com aquele prédio ou terreno. 
 
Vejamos o entendimento previsto no Código Penal 
acerca do assunto: 
 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuci-
osamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de 
quem de direito, em casa alheia ou em suas depen-
dências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lu-
gar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, 
ou por duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da 
pena correspondente à violência. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é co-
metido por funcionário público, fora dos casos legais, 
ou com inobservância das formalidades estabelecidas 
em lei, ou com abuso do poder. 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência 
em casa alheia ou em suas dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades 
legais, para efetuar prisão ou outra diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum 
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o 
ser. 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde al-
guém exerce profissão ou atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação 
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do 
parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
Para o jurista José Afonso da Silva, dia é o período das 
06:00h às 18:00h e para Celso de Mello deve ser levado 
em conta o critério físico-astronômico, como o intervalo 
de tempo situado entre a aurora e o crepúsculo. Concluí-
mos, portanto, que tal fixação de horário não é unânime. 
 
XII – é inviolável o sigilo de correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunica-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem ju-
dicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução pro-
cessual penal; 
 
A única forma de sigilo que poderá ser quebrado é o da 
comunicação telefônica, mas em hipóteses muito especí-
ficas: ordem judicial com fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal. Todos os quatro sigilos po-
dem ser quebrados em estado de defesa e estado de sítio. 
 
Não houve previsão à quebra do sigilo das correspon-
dências e nem de dados (bancários, fiscais ou telefônicos) 
mediante a lei, haja vista que a exceção constitucional 
expressa refere-se somente à interceptação telefônica, 
entretanto, entende-se que nenhuma liberdade individual 
é absoluta, sendo possível, respeitados alguns parâme-
tros, a interceptação das correspondências e comunica-
ções telegráficas e de dados sempre que as liberdades 
públicas estiverem sendo utilizadas como instrumento de 
salvaguarda de práticas ilícitas. 
 
O preceito que garante o sigilo de dados engloba o uso 
de informações decorrentes da informática e a quebra 
dos dados telefônicos consiste na apreensão do histórico 
de conta telefônica. 
 
Interceptação telefônica é a captação feita por um ter-
ceiro de uma comunicação telefônica alheia, sem o co-
nhecimento dos comunicadores. Escuta telefônica é a 
captação realizada por um terceiro de uma comunicação 
telefônica alheia, mas com o conhecimento de um dos 
comunicadores. A gravação telefônica é a que ocorre 
entre dois interlocutores, onde um deles capta a conversa 
sem o conhecimento do outro e sem intervenção do ter-
ceiro. 
 
A Lei nº 9.296/96 surgiu com a finalidade de regula-
mentar a parte final do artigo em estudo. No inciso LVI, do 
presente artigo, vê-se que são inadmissíveis as provas 
obtidas por meios ilícitos, até porque toda gravação apre-
senta grandes possibilidades de manipulações, além de 
afrontar diretamente direitos e garantias constitucionais, 
porém o Judiciário tem admitido tais provas nos casos 
concretos. 
 
Ressalte-se ainda que pode haver restrições quando 
da vigência do Estado de Defesa ou Estado de Sítio. Por 
 
 
fim, enfatizamos ainda que não haverá possibilidade de 
interceptação telefônica entre o acusado e seu defensor, 
considerando o sigilo profissional, desde que o advogado 
não esteja envolvido na atividade criminosa. 
 
Jurisprudência: 
 
AI 655.298, 28/09/07: “O sigilo bancário, espécie de di-
reito à privacidade protegido pela Constituição de 1988, 
não é absoluto, pois deve ceder diante dos interesses 
públicos, social e da Justiça. Assim, deve ceder também 
na forma e com observância de procedimentolegal e com 
respeito ao princípio da razoabilidade.” 
 
HC 70.814: “A administração penitenciária, com fun-
damento em razões de segurança pública, de disciplina 
prisional ou de preservação da ordem jurídica pode, sem-
pre excepcionalmente, proceder à interceptação da cor-
respondência remetida pelos sentenciados, eis que a 
cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não 
pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas 
ilícitas”. 
 
HC 89.083, 06/02/09: “Sigilo de dados – Quebra – In-
dícios. Embora a regra seja a privacidade, mostra-se pos-
sível o acesso a dados sigilosos, para o efeito de inquérito 
ou persecução criminais e por ordem judicial, ante indí-
cios de prática criminosa”. 
 
Jurisprudência: A quebra do sigilo bancário não afron-
ta o artigo 5º, X e XII da Constituição Federal (Precedente: 
PET.577)." (Inq 897-AgR, Rel. Min. Francisco Rezek, jul-
gamento em 23-11-94, DJ de 24-3-95) 
 
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais 
que a lei estabelecer; 
 
Se não houver lei dispondo sobre a profissão, qualquer 
um poderá exerce-la (artesão, marceneiro, detetive). Ao 
contrário, se houver lei estabelecendo a profissão, somen-
te aquele que atender o que a lei exige poderá exercer o 
trabalho (advogado, médico, engenheiro). 
 
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação 
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; 
 
A liberdade de informação abrange o direito de infor-
mar, de se informar e de ser informado. A Constituição 
Federal não protege as informações levianas, pois as 
liberdades públicas não podem prestar-se a tutela de 
condutas ilícitas. 
 
O direito a informação é relativo e possui natureza pro-
fissional e não pessoal. Trata-se, em regra, das informa-
ções de interesse público ou geral. 
 
O sigilo da fonte tem a liberdade de informação jorna-
lística como expressão mais sensível de sua concretiza-
ção. Não se confunde com o anonimato, pois o jornalista 
ou a autoridade policial será direto e legalmente respon-
sável pelas notícias ou diligências que protagonizarem. 
 
XV – é livre a locomoção no território nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus 
bens; 
 
O direito de locomoção só será restrito nos casos de 
guerra ou estado de sítio. Não poderá haver obstáculos à 
locomoção de brasileiros ou estrangeiros, apenas regula-
se passaporte, registro, tributo e coisas do gênero. 
 
Uma pessoa submetida a quarentena médica (por do-
ença contagiosa, por exemplo) não poderá invocar esse 
direito de liberdade de locomoção porque entre esse e o 
direito da população de não ser contaminada pela doença, 
prevalece este, o direito coletivo. 
 
Excepcionalmente poderá existir limitação à livre lo-
comoção, como no caso de decretação do Estado de Sítio. 
 
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, independente-
mente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, 
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
petente; 
 
Trata-se aqui do direito de reunião (cuja principal ca-
racterística é ser eventual e temporária) e que se define 
como um direito de ação coletiva que envolve a adesão 
consciente de duas ou mais pessoas com a finalidade de 
realização de um objetivo comum. Desde que pacífica e 
sem armas, depende apenas de aviso prévio à autoridade 
competente (não é um requerimento ou pedido, mas uma 
simples comunicação). 
 
Haverá direito ao direito de reunião na hipótese de de-
cretação do estado de defesa e suspensão no caso de 
decretação do estado de sítio. 
 
XVII – é plena a liberdade de associação para fins 
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
 
Associação é diferente de reunião por ter um caráter 
de permanência e objetivos definidos, em torno dos quais 
se associam pessoas que os buscam. Essa associação 
http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=378783&PROCESSO=897&CLASSE=Inq-AgR&cod_classe=528&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=1780
 
 
pode ter inúmeras características (empresarial, cultural, 
filantrópica, política, sindical). 
 
O caráter paramilitar é verificado quando a associação 
destina-se ao treinamento do uso de material bélico. 
 
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, 
a de cooperativas independem de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
 
Decorrem da plena liberdade de associação do inciso 
XVII. As associações aqui referidas devem ser entendidas 
em sentido amplo, incluindo os partidos políticos e as 
associações sindicais, as quais devem ser criadas na 
forma da lei, sem necessidade de autorização do poder 
público, nem possibilidade de interferência deste em seu 
funcionamento, considerando que a interferência arbitrá-
ria do poder público no exercício desse direito pode acar-
retar responsabilidade penal, político-administrativa e civil. 
 
XIX – as associações só poderão ser compulsoria-
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado; 
 
Trata-se da dissolução compulsória, isto é, quando ti-
ver que ser dissolvida contra a vontade de seus sócios. 
Será necessária uma decisão judicial, o que importa dizer 
que ordens administrativas ou policiais sobre o assunto 
são inconstitucionais. 
 
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se 
ou a permanecer associado; 
 
Esse dispositivo se aplica, além das associações, às 
entidades sindicais. 
 
XXI – as entidades associativas, quando expres-
samente autorizadas, têm legitimidade para represen-
tar seus filiados judicial e extrajudicialmente; 
 
Não há necessidade de autorização específica para a 
associação atuar em nome de seus associados, bastando 
a estatutária. O mesmo não ocorre, por exemplo, em rela-
ção às organizações sindicais também habilitadas a de-
fender interesses dos seus sindicalizados judicial e extra-
judicialmente. 
 
Nesse inciso conta a grande diferença entre associa-
ções e sindicais, pois a estes cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos e individuais da categoria, enquanto 
que aquelas possuem finalidades sociológicas. 
 
 
Entendeu o STF que não haverá sempre necessidade 
de prévia autorização específica, no caso concreto, dos 
associados para que as associações representem seus 
filiados judicial ou extrajudicialmente, desde que exista de 
forma genérica na própria lei que criou a entidade, ou em 
seus atos constitutivos de pessoa jurídica tal finalidade. 
 
O dispositivo diz respeito a representação processual, 
que por sua vez difere da substituição processual. Aquela 
ocorre numa situação onde o representante atua em no-
me do representado, caso em que se faz necessário a 
autorização. Na substituição processual o legitimado 
atua em seu próprio nome para defesa de direito alheio, 
não sendo necessária autorização. 
 
Esclarecemos que no caso de impetração de mandado 
de segurança coletivo, a associação prescinde de autori-
zação, uma vez que atua como substituto processual. 
 
Jurisprudência: 
 
Súmula 629: “A impetração de mandado de segurança 
coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe de autorização destes”. 
 
Jurisprudência: “Não se há de confundir a liberdade de 
associação, prevista de forma geral no inciso XVII do rol 
das garantias constitucionais, com a criação, em si, de 
sindicato. O critério da especificidade direciona à obser-
vação do disposto no inciso II do artigo 8º da Constitui-
ção Federal, no que agasalhada a unicidade sindical de 
forma mitigada, ou seja, considerada a área de atuação, 
nunca inferior à de um município.” (RE 207.858, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 27-10-98, DJ de 14-5-99). 
 
XXII – é assegurado o direito de propriedade; 
 
Este dispositivo assegura toda e qualquer propriedade,desde a imobiliária até a intelectual e de marcas. 
 
O direito de propriedade é garantia individual e relativa, 
haja vista que poderá a pessoa ser privada de sua propri-
edade se houver necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social. 
 
Tendo em vista que nenhum direito fundamental é ab-
soluto, a propriedade sofre algumas limitações, dentre 
elas: 
 
a) Desapropriação – transferência compulsória da 
propriedade particular por determinação do poder 
público, por necessidade, utilidade pública ou inte-
resse social. Se estiver cumprindo sua função soci-
al, será paga justa e prévia indenização e, em regra, 
em dinheiro. 
http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=207858&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M#_blank
 
 
b) Desapropriação sanção – se não estiver cumprindo 
sua função social, as propriedades urbanas pode-
rão ser retiradas compulsoriamente dos seus pro-
prietários pelo Município. No entanto, a desapropri-
ação sanção é a última medida, procedendo, pri-
meiramente, ao parcelamento ou edificação com-
pulsório do solo urbano, IPTU progressivo no tempo, 
em razão do valor do imóvel e alíquotas diferentes 
em razão da localização e o uso do imóvel, e, em úl-
timo caso, a desapropriação mediante pagamento 
com títulos da dívida pública (art. 184,§4.º,III, CF) 
ou títulos da dívida agrária pela União Federal para 
fins de reforma agrária (art.184, CF), não abrangen-
do, na hipótese de desapropriação para fins de re-
forma agrária, a pequena e média propriedade rural, 
assim definida em lei, e não tendo o seu proprietá-
rio outra, e a propriedade produtiva (art.185, I e II, 
CF). 
 
c) Expropriação – ocorre quando, em um determinado 
terreno, o proprietário cultiva ilegalmente plantas 
psicotrópicas, situação em que haverá a desapro-
priação das terras, sem qualquer indenização ao 
proprietário e sem prejuízo de outras sanções pre-
vistas em lei, destinando-se tais propriedades para 
cultivo de alimentos e gêneros medicamentosos 
(artigo 243, CF). 
Função social da Propriedade: “Art. 186. A função so-
cial é cumprida quando a propriedade rural atende, simul-
taneamente, segundo critérios e graus de exigência esta-
belecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
veis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as rela-
ções de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie-
tários e dos trabalhadores”. 
 
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social; 
 
Função social da propriedade é um conceito que dá a 
esta um atributo coletivo, não apenas individual. A propri-
edade consiste tanto na rural quanto na urbana. 
 
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para de-
sapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição; 
 
 
 
 
Desapropriação é uma forma de aquisição de bens pe-
lo Poder Público. Em outras palavras, é um instrumento 
de que se vale o Estado para retirar a propriedade de um 
particular e incorporar ao patrimônio público, indenizando 
o ex-proprietário. 
 
A indenização deve ser justa e prévia, salvo duas exce-
ções: indenizações feitas em títulos; desapropriação para 
efeitos de confisco. 
 
 Função social: 
 Da propriedade urbana (art. 182, §2º) 
quem estabelece os requisitos relativos ao 
cumprimento da função social é o Plano Di-
retor do Município. O plano diretor é obrigató-
rio para os Municípios com mais de 20.000 
habitantes (art. 182, §1º). 
 Da propriedade rural (art. 186): apesar de a 
CRFB estabelecer quais são os requisitos, é ne-
cessária uma lei regulamentadora. 
 Desapropriação; 
 Requisição. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
(art. 5º, XXIV) 
REQUISIÇÃO 
- Civil (art. 5º, XXV); 
- Militar (art. 139, VII). 
 Refere-se a bens;  Refere-se a bens e serviços; 
 Necessidades permanentes;  Necessidades temporárias ou 
transitórias; 
 Voltada à aquisição da pro-
priedade. 
 Uso ou ocupação temporária. 
 Acordo ou decisão judicial.  Autoexecutória. 
 Há indenização prévia, justa 
e, em regra, paga em dinhei-
ro. 
 Só haverá indenização se hou-
ver dano. (Logo, sempre será 
posterior). 
 
XXV – no caso de iminente perigo público, a autori-
dade competente poderá usar de propriedade particu-
lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se 
houver dano; 
 
Trata-se da requisição administrativa, pelo qual o pro-
prietário particular do bem não perde a propriedade, mas 
terá que tolerar a ocupação ou o uso dela durante um 
certo período de tempo, para que o Poder Público enfrente 
uma situação de iminente perigo público, como uma en-
chente ou guerra. Finda a ocupação, o Estado desocupará 
o bem do particular e ficará obrigado a indenizar, se a 
ocupação ocasionou algum dano. 
 
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida 
em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob-
jeto de penhora para pagamento de débitos decorren-
tes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os 
meios de financiar o desenvolvimento; 
 
 
 
É exceção à regra da penhorabilidade dos bens dados 
em garantia de financeiros. Para isso, o constituinte fixou 
que a pequena propriedade rural não é penhorável, desde 
que preencha os requisitos para tanto. 
 
“Impenhorabilidade da pequena propriedade rural de 
exploração familiar (Const., art. 5º, XXVI): aplicação ime-
diata. A norma que torna impenhorável determinado bem 
desconstitui a penhora anteriormente efetivada, sem 
ofensa de ato jurídico perfeito ou de direito adquirido do 
credor: precedentes sobre hipótese similar. A falta de lei 
anterior ou posterior necessária à aplicabilidade de regra 
constitucional — sobretudo quando criadora de direito ou 
garantia fundamental —, pode ser suprida por analogia: 
donde, a validade da utilização, para viabilizar a aplicação 
do art. 5º, XXVI, CF, do conceito de 'propriedade familiar' 
do Estatuto da Terra.” (RE 136.753, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 13-2-97, DJ de 25-4-97). 
 
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de 
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
 
O direito autoral é uma das formas de propriedade ga-
rantida pela Constituição. O resultado material da explo-
ração da obra do autor é auferido por ele vitaliciamente. 
 
Trata-se da propriedade intelectual que compreende os 
direitos autorais, também conhecidos como direito de 
cópia (copyright) e os direitos à propriedade industrial, 
mascas e patentes. 
 
Jurisprudência: 
 
Súmula 386: “Pela execução de obra musical por artis-
tas remunerados é devido direito autoral, não exigível 
quando a orquestra for de amadores”. 
 
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras 
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, 
inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco-
nômico das obras que criarem ou de que participarem 
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
sentações sindicais e associativas; 
 
Obras coletivas quer dizer uma peça de teatro, um fil-
me, uma novela, uma atividade desportiva coletiva etc. 
 
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos in-
dustriais privilégio temporário para sua utilização, bem 
como proteção às criações industriais, à propriedade 
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o de-
senvolvimento tecnológico e econômico do País; 
 
Como o progresso tecnológico depende de se conhe-
cer determinados inventos e, partindo deles, obter-se in-
ventos melhores, o constituinte resolveu impor uma pro-
teção apenas temporária, para que o inventor, através do 
recebimento de royalties, seja remunerado pelo seu talen-
to e atividade intelectual empregados

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