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ANATOMIA HUMANA Sistema Nervoso Prof. Esp.: Rui Araújo Junior SISTEMA NERVOSO • Durante a evolução do ser vivo os primeiros neurônios surgiram na superfície externa do organismo, tendo em vista que a função primordial do sistema nervoso é de relacionar o animal com o ambiente. Dos três folhetos embrionários o ectoderma é aquele que esta em contato com o meio externo do organismo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso. SISTEMA NERVOSO • O primeiro indicio de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima do notocorda, formando a chamada placa neural. • A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa a adquire um sulco longitudinal denominado sulco neural que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios da goteira neural se fundem para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado, então, se fecha sobre o tubo neural, isolando-o assim do meio externo. No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lamina longitudinal denominada crista neural. O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central, enquanto a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso. SISTEMA NERVOSO ECTODERMA SULCO LONGITUDINAL LÁBIOS DA GOTEIRA FUNDEM-SE FORMAM O TUBO SURGEM ELEMENTOS DO SNC ELEMENTOS DO SNP SISTEMA NERVOSO • DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS ANATÔMICOS E FUNCIONAIS SISTEMA NERVOSO • O sistema nervoso central é aquele localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral); o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza fora deste esqueleto. O encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do crânio neural; e a medula é localizada dentro do canal vertebral. O encéfalo e a medula constituem o neuro-eixo. No encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco encefálico. SISTEMA NERVOSO Estruturas do Sistema Nervoso Tecido Nervoso Medula Espinhal Tronco Encefálico Cerebelo Diencéfalo Telencéfalo Menínges e Líquor Vascularização Encefálica Sistema Nervoso Periférico SISTEMA NERVOSO – TECIDO NERVOSO • O TECIDO NERVOSO Compreende basicamente 02 tipos de celulares: os neurônios e as células glias. Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações. Células Glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural. SISTEMA NERVOSO - TECIDO NERVOSO NEURÔNIOS: são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: CORPO CELULAR, DENTRITOS E AXÔNIOS. SISTEMA NERVOSO • TIPOS DE NEURÔNIOS: São três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC; Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada; Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. SISTEMA NERVOSO CLASSIFICAÇÃO DO NEURÔNIO quanto aos seus prolongamentos: A maioria dos neurônios possuem vários dendritos e um axônio, por isso são chamados de MULTIPOLARES. Este é o tipo de neurônio mais comum no sistema nervoso Nos neurônios BIPOLARES, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. Esta configuração axônica encontra-se somente entre neurônios sensoriais, como por exemplo, em sistemas visuais, auditivos e olfativos. SISTEMA NERVOSO Nos neurônios PSEUDO-UNIPOLARES, apenas um prolongamento deixa o corpo celular. Desenvolveram-se inicialmente como neurônios bipolares mas eventualmente os dois axônios se unem formando um único axônio que emerge do corpo celular. Neurônio UNIPOLAR: Possui apenas um único axônio saindo do corpo celular. Neurônios unipolares são raros. Geralmente são encontrados em invertebrados ou em processos embrionários. SISTEMA NERVOSO • SINAPSES: Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • O TELENCÉFALO compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e uma pequena linha mediana situada na porção anterior do III ventrículo. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • Cada hemisfério possui TRÊS PÓLOS: FRONTAL, OCCIPITAL E TEMPORAL; e TRÊS FACES: SÚPERO-LATERAL (convexa); MEDIAL (plana); e INFERIOR ou BASE DO CÉREBRO (irregular), repousando anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • SULCOS E GIROS: A superfície do cérebro do homem e de vários animais apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros ou circunvoluções cerebrais. A existência dos sulcos permite considerável aumento do volume cerebral e sabe-se que cerca de dois terços da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos sulcos. Em qualquer hemisfério, os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e o sulco central. • Sulco Lateral: é o sulco que separa o lobo frontal do lobo temporal. Ele é subdividido em ascendente, anterior e posterior. • Sulco Central: separa o lobo parietal do frontal. O sulco central é ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a MOTRICIDADE, enquanto as situadas atrás deste sulco relacionam- se com a SENSIBILIDADE. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • Outro sulco importante situado no TELENCÉFALO, na face medial, é o SULCO PARIETO-OCCIPITAL, que separa o lobo parietal do occipital. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO LOBO FRONTAL: Sulco Pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central. Sulco Frontal Superior: inicia-se na porção superior do sulco pré- central e dirigi-se anteriormente no lobo frontal. É perpendicular a ele. Sulco Frontal Inferior: partindo da porção inferior do sulco pré- central, dirige-se para frente e para baixo. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO LOBO TEMPORAL: Sulco Temporal Superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e dirige-se para trás paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal. Sulco Temporal Inferior: paralelo ao sulco temporal superior é geralmente formado por duas ou mais partes descontinuas. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO LOBO PARIETAL: Sulco Pós-central: localiza-se posteriormente ao giro pós- central. É paralelo ao sulco central. Sulco Intraparietal: geralmente localiza-se perpendicular ao sulco pós-central (com o qual pode estar unido) e estende-se para trás para terminar no lobo occipital.SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • Diferentemente dos outros lobos, o lobo parietal apresenta um giro e dois lóbulos: SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO • LOBO OCCIPITAL: • O lobo occipital ocupa uma porção relativamente pequena da face súpero- lateral do cérebro, onde apresenta pequenos sulcos e giros irregulares e inconstantes. Os principais sulcos e giros desse lobo são visualizados na face medial do cérebro. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO LOBO DA ÍNSULA: O lobo da ínsula é visualizado afastando-se os lábios do sulco lateral. A ínsula tem forma cônica e seu ápice, voltado para baixo e para frente, é denominado de límen da ínsula. Sulco Central da Ínsula: parte do sulco circular, na porção superior da ínsula, e dirige-se no sentido antero-inferior. Divide a ínsula em duas partes: giros longos e giros curtos. Sulco Circular da Ínsula: circunda a ínsula na sua borda superior. SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO Os lobos cerebrais recebem o nome de acordo com a sua localização em relação aos ossos do crânio. Portanto, TEMOS CINCO LOBOS: FRONTAL, TEMPORAL, PARIETAL, OCCIPITAL E O LOBO DA ÍNSULA, que é o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio, pois está situado profundamente no sulco lateral. A divisão dos lobos não corresponde muito a uma divisão funcional, exceto pelo lobo occipital que parece estar relacionado somente com a visão. FACE MEDIAL - SULCOS FACE MEDIAL - SULCOS FACE MEDIAL - GIROS FACE MEDIAL - GIROS FACE INFERIOR FACE INFERIOR FACE INFERIOR SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO LOBO FRONTAL – GIRO PRÉ-CENTRAL • O trato corticoespinhal ou trato piramidal é uma grande coleção de axônios que viajam entre o córtex cerebral do cérebro e a medula espinhal. • As vias piramidais consistem em um único trato, originado no encéfalo, que se divide em dois tratos separados na medula espinhal: o trato corticoespinhal lateral e o trato corticoespinhal anterior. • De todas as fibras do trato corticoespinhal, 80% cruzam de lado na decussação das pirâmides (no bulbo), compondo a via piramidal cruzada, que é composta pelo trato corticoespinhal lateral. • 20% seguem caudalmente pelo funículo anterior da medula, gerando o trato corticoespinhal anterior, que cruza apenas no nível medular em que fazem sinapse com a coluna anterior. LOBO FRONTAL – GIRO PRÉ-CENTRAL • TRATO CÓRTICO-NUCLEAR OU CÓRTICO- BULBAR, diferindo daquele pelo fato de transmitir impulsos do córtex cerebral aos neurônios motores do tronco encefálico em vez da medula. Além disso, o trato córtico- bulbar tem um grande número de fibras homolaterais, ou seja, a maioria dos músculos da cabeça está representada no córtex motor dos dois lados. LOBO FRONTAL – GIRO PRÉ-CENTRAL • Do ponto de vista clinico o TCE é o principal sistema eferente através e, pelo qual, movimentos voluntários são iniciados e realizados. Esse trato não é o único mecanismo cortical para a realização dos movimentos; ele atua primariamente para integrar os movimentos discretos, finos e altamente qualificados nas extremidades, como: mãos, pés e boca. Córtex Cerebral a) LOBO FRONTAL: Contém a área motora, área de Broca, área relacionada ao comportamento. Contem também os motoneuronios superiores, que se projetam para a medula espinhal, onde vão ativar os motoneuronios inferiores, que inervam os músculos esqueléticos. b) LOBO TEMPORAL: possui o sulco temporal superior e inferior. Contém o centro cortical da audição, estruturas emocionais, centros relacionados à memória, áreas relacionadas ao circuito do “eu”, área relacionada à crença religiosa. c) LOBO PARIETAL: sulco pós-central e sulco intraparietal dividindo o lobo parietal em lóbulo parietal superior e inferior (giro supra-marginal e giro angular). Contém a área de sensibilidade, de noções espaciais, de memória. d) LOBO OCCIPITAL: sulco calcarino e sulco parieto- occipital. Contém a área visual cortical. Córtex Cerebral e)Lobo da Insula: giro longo da ínsula (posterior) e giros curtos da ínsula (três giros anteriores), separados pelo sulco da ínsula. A insula conecta- se com a área de Broca (parte orbital, triangular e opercular do giro frontal inferior), com as áreas auditivas, com o giro do cíngulo (lobo límbico), córtex pré-frontal, córtex pré-motor, complexo amigdalóide, tronco cerebral, tálamo e núcleos da base Córtex Cerebral SISTEMA NERVOSO - TELENCÉFALO FACE MEDIAL TELENCÉFALO Corpo Caloso, Fórnix Septo Pelúcido CORPO CALOSO Ele é o responsável pela a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais, e sua ausência pode ser assintomática ao longo da vida de um ser humano ou apresentar sintomas como epilepsia e atraso no desenvolvimento psicomotor (DNPM). Acomete de 1 a 3: 1.000 nascimentos. O corpo caloso é formado por rostro, joelho, corpo e esplênio. Sua função é permitir a transferência de informações entre um hemisfério e outro fazendo com que eles atuem harmonicamente. FÓRNIX É constituído por duas metades laterais e simétricas afastadas nas extremidades e unidas entre si no trajeto do corpo caloso. SEPTO PELÚCIDO O septo pelúcido é uma lâmina dupla de tecido nervoso que separa os dois ventrículos laterais. Localiza-se entre o corpo caloso e o fórnix. Sua função esta ligada à cognição. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de cérebro. Ao DIENCÉFALO compreendem as seguintes partes: TÁLAMO, HIPOTÁLAMO, EPITÁLAMO E SUBTÁLAMO, todas relacionadas com o III ventrículo. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO • III VENTRÍCULO: É uma cavidade no diencéfalo, ímpar, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares. • O TÁLAMO: Com comprimento de cerca de 3cm, compondo 80% do diencéfalo, consiste em duas massas ovuladas pareadas de substância cinzenta, organizada em núcleos, com tratos de substância branca em seu interior. Em geral, uma conexão de substância cinzenta, chamada massa intermédia (aderência intertalâmica), une as partes direita e esquerda do tálamo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitação do forame interventricular. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO FUNÇÕES DO TÁLAMO: Sensibilidade; Motricidade; Comportamento Emocional; Ativação do Córtex; Desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou estado de alerta. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO • HIPOTÁLAMO: • É uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com funções importantes principalmente relacionadas à atividade visceral. • O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que separa o tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: O QUIASMA ÓPTICO, O TÚBER CINÉREO, O INFUNDÍBULO E OS CORPOS MAMILARES. Trata-se de uma área muito pequena (4g) mas, apesar disso, o hipotálamo, por suas inúmeras e variadas funções, é uma das áreas mais importantes do sistema nervoso. SISTEMA NERVOSO - HIPOTÁLAMO CORPOS MAMILARES: são duas eminências arredondadas de substância cinzentaevidentes na parte anterior da fossa interpeduncular. QUIASMA ÓPTICO: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas do nervo óptico, que ai cruzam em parte e continuam nos tractos óptico que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. TÚBER CINÉREO: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e do tracto óptico, entre os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. INFUNDÍBULO: é uma formação nervosa em forma de um funil que se prende ao túber cinéreo, contendo pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso do infundíbulo. A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto a extremidade inferior continua com um processo infundibular, ou lobo nervoso da hipófise. SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO: Controle do sistema nervoso autônomo; Regulação da temperatura corporal; Regulação do comportamento emocional; Regulação do sono e da vigília; Regulação da ingestão de alimentos; SISTEMA NERVOSO Regulação da ingestão de água; Regulação da diurese; Regulação do sistema endócrino; Geração e regulação de ritmos circadianos. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO EPITÁLAMO: Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico. A base do corpo pineal se prende anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais penetra na glândula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. SISTEMA NERVOSO - DIENCÉFALO SUBTÁLAMO: Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Sua visualização é melhor em cortes frontais do cérebro. Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Lesões no núcleo subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos anormais das extremidades. TALÁMO (TRANSVERSAL) SISTEMA NERVOSO - CEREBELO O CEREBELO Orgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação). SISTEMA NERVOSO - CEREBELO LÓBULOS DO CEREBELO A divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum significado funcional e sua importância é apenas topográfica. Os lóbulos recebem denominações diferentes no vérmis e nos hemisférios. A cada lóbulo do vérmix correspondem a dois hemisférios. SISTEMA NERVOSO - CEREBELO SISTEMA NERVOSO - TRONCO TRONCO ENCEFÁLICO Interpõe-se ENTRE A MEDULA E O DIENCÉFALO, situando-se ventralmente ao cerebelo, ou seja, conecta a medula espinhal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente. A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele. Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontram-se massas de substância cinzenta denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão sangüínea e a respiração. SISTEMA NERVOSO - TRONCO • Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou imitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. • O tronco encefálico se divide em: BULBO, situado caudalmente, MESENCÉFALO, e a PONTE situada entre ambos. SISTEMA NERVOSO – TRONCO • O BULBO OU MEDULA OBLONGA tem forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. Como não se tem uma linha demarcando a separação entre medula e bulbo, considera-se que o limite está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno. SISTEMA NERVOSO - TRONCO A superfície do bulbo é percorrida por dois sulcos paralelos que se continuam na medula. Estes sulcos delimitam o que é anterior e posterior no bulbo. Vista pela superfície, aparecem como uma continuação dos funículos da medula espinhal. A fissura mediana anterior termina cranialmente em uma depressão denominada FORME CEGO. De cada lado da fissura mediana anterior existe uma eminência denominada PIRÂMIDE, formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula. Este trato é chamado de trato piramidal ou trato córtico-espinhal. Na parte caudal do bulbo, as fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano e constituem a DECUSSAÇÃO DAS PIRÂMIDES. É devido à decussação das pirâmides que o hemisfério cerebral direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral esquerdo controla o lado direito. TRONCO ENCEFALICO – vista anterior SISTEMA NERVOSO - TRONCO No bulbo localiza-se o CENTRO RESPIRATÓRIO, muito importante para a regulação do ritmo respiratório. Localizam-se também o centro vasomotor e o centro do vômito. A presença dos centros respiratórios e vasomotor no bulbo torna as lesões neste órgão particularmente perigosas. Em razão de sua importância com relação às funções vitais, o bulbo é muitas vezes chamado de centro vital. Pelo fato de essas estruturas serem fundamentais para o organismo, você pode compreender a seriedade de uma fratura na base do crânio. O bulbo é também extremamente sensível a certas drogas, especialmente os narcóticos ou entorpercentes. SISTEMA NERVOSO - TRONCO • PONTE É a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Esta situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. A ponte tem um papel fundamental na regulação do padrão e ritmo respiratório. Lesões nessa estrutura podem causar graves distúrbios no ritmo respiratório. SISTEMA NERVOSO - TRONCO • QUARTO VENTRÍCULO: está situado entre o bulbo e a ponte em sua face posterior e ventralmente ao cerebelo. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral, cavidade do mesencéfalo que comunica o III e o IV ventrículo. A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais, situados na superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. SISTEMA NERVOSO - TRONCO • MESENSÉFALO Interpões-se entre a ponte e o cerebelo, do qual é representado por um plano que liga os dois corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à comissura posterior. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo. Ventralmente,temos os dois pedúnculos cerebrais, que por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, o tegmento e outra ventral, a base do pedúnculo. SISTEMA NERVOSO - MENINGES • O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste de 04 estruturas: CRÂNIO, MENÍNGES, LÍQUIDO CEREBROSPINHAL (LÍQUOR) E BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA. SISTEMA NERVOSO - MENINGES • MENINGES: o sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas denominadas meninges que são classificadas como três: DURA-MÁTER, ARACNÓIDE E PIA-MÁTER. SISTEMA NERVOSO - MENINGES DURA-MÁTER: é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É formada por dois folhetos: um externo e um interno. O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes ossos, mas sem capacidade osteogênica (nas fraturas cranianas dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe, no crânio, um espaço epidural como na medula. No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar. Folhetos da Dura-máter SISTEMA NERVOSO - MENINGES A DURA-MÁTER, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que é responsável pela maioria das dores de cabeça. PREGAS DA DURA-MÁTER: em algumas áreas o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. AS PRINCIPAIS PREGAS SÃO: FOICE DO CÉREBRO: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios. TENDA DO CEREBELO: projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. A borda anterior livre da tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. FOICE DO CEREBELO: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares. DIAFRAGMA DA SELA: pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um orifício de passagem para a haste hipofisiára. SISTEMA NERVOSO - MENINGES ARACNÓIDE: é uma membrana muito delgada, justaposta à dura- máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido necessário á lubrificação das superfícies de contato das membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contem líquor, havendo grande comunicação entre os espaços subaracnóideos do encéfalo e da medula. Considera-se também como pertencendo à aracnóide, as delicadas trabéculas que atravessam o espaço para ligar à pia-máter, e que são denominados de trabéculas aracnóides. Estas trabéculas lembram, um aspecto de teias de aranha donde vem o nome aracnóide. Dura-máter e Aracnóide SISTEMA NERVOSO - MENINGES PIA-MÁTER: é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanham até o fundo dos sulcos cerebrais. A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Neste espaço existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo líquor, que forma um manguito protetor em torno dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias sobre o tecido circunvizinho. SISTEMA NERVOSO - MENINGES O espaço extradural ou epidural normalmente não é um espaço real mas apenas um espaço potencial entre os ossos do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real apenas patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural. SISTEMA NERVOSO - MENINGES LÍQUOR: É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A são função primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. FORMAÇÃO, ABSORÇÃO E CIRCULAÇÃO DO LÍQUOR: sabe-se hoje em dia que o líquor é produzido nos plexos corióides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Existem plexos corióides nos ventrículos, e nos ventrículos laterais contribuem com maior contingente líquorico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. HIDROCEFALIA • Na hidrocefalia ocorre o aumento da produção de líquor pelos plexos coróideos e ou diminuição da absorção do líquor pelas granulações aracnóideas. • - HIDROCEFALIA NÃO COMUNICANTE: ocorre, por alguma lesão, obstrução em algum ponto no trajeto de drenagem liquórica, havendo um aumento do ventrículo acima do ponto da lesão. • - HIDROCEFALIA COMUNICANTE: há alargamento de todo o sistema ventricular, o problema esta na drenagem liquórica, por exemplo, por um aumento da viscosidade do líquor decorrente de um sangramento intraventricular. SISTEMA NERVOSO – MEDULA ESPINHAL MEDULA ESPINHAL Significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula espinhal dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral. A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem entretanto ocupa-lo completamente. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem importância clinica e no adulto situa- se geralmente em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. SISTEMA NERVOSO – MEDULA ESPINHAL SISTEMA NERVOSO - MEDULA ESPINHAL FORMA E ESTRUTURA DA MEDULA A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido antero- posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas de INTUMESCÊNCIA CERVICAL E INTUMESCÊNCIA LOMBAR. A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas. A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência lombar (lombossacral) estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal. intumescência lombar intumescência cervical Cauda equina SISTEMA NERVOSO - MEDULA ESPINHAL NERVOS ESPINHAIS São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. SISTEMA NERVOSO - MEDULA ESPINHAL TOPOGRAFIA DA MEDULA: A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as menínges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno docone medular e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda eqüina. Como as raízes nervosas mantém suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há um alongamento das raízes e uma diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando a formação da cauda eqüina. SISTEMA NERVOSO - MEDULA ESPINHAL ENVOLTÓRIO DA MEDULA: A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas menínges, que são: DURA- MÁTER, PIA-MÁTER E ARACNÓIDE. A DURA-MÁTER é a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura- máter craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2. Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, constituído um tecido conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos. SISTEMA NERVOSO - MEDULA ESPINHAL A ARACNÓIDE ESPINHAL se dispõem entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter. A PIA-MÁTER é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua até o hiato sacral. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares SISTEMA NERVOSO - VASCULARIZAÇÃO O sistema nervoso é formado de estruturas nobres e altamente especializadas, que exigem para o seu metabolismo um suprimento permanente e elevado de glicose e oxigênio. O fluxo sangüíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo do rim e do coração. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue aproximadamente igual ao seu próprio peso. SISTEMA NERVOSO - VASCULARIZAÇÃO Polígono de Willis: O encéfalo é vascularizado através de dois sistemas: vértebro-basilar (artérias vertebrais) e carotídeo (artérias carótidas internas). Estas são artérias especializadas pela irrigação do encéfalo. Na base do crânio estas artérias formam um polígono anastomótico (rede de canais que se bifurcam e recombinam em vários pontos), o Polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para vascularização cerebral. SISTEMA NERVOSO - VASCULARIZAÇÃO As ARTÉRIAS VERTEBRAIS se anastomosam originado a artéria basilar, alojada na goteira basilar. Ela se divide em duas artérias cerebrais posteriores que irrigam a parte posterior da face inferior de cada um dos hemisférios cerebrais. As ARTÉRIAS CARÓTIDAS INTERNAS originam, em cada lado, uma artéria cerebral média e uma artéria cerebral anterior. As ARTÉRIAS CEREBRAIS ANTERIORES se comunicam através de um ramo entre elas que é a artéria comunicante anterior. As ARTÉRIAS CEREBRAIS POSTERIORES se comunicam com as arteriais carótidas internas através das artérias comunicantes posteriores. Polígono de Willis - Esquema AVE-Hemorrágico AVE-Isquêmico SISTEMA NERVOSO - VASCULARIZAÇÃO VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas do que elas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico. As veias jugulares externa e interna são as duas principais veias que drenam o sangue da cabeça e do pescoço. As veias jugulares externas são mais superficiais e drenam, para as veias subclávias, o sangue da região posterior do pescoço e da cabeça. As veias jugulares internas profundas drenam a porção anterior da cabeça, face e pescoço. SISTEMA NERVOSO - VASCULARIZAÇÃO As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: sistema venoso superficial e sistema venoso profundo. Embora anatomicamente distintos, os dois sistemas são unidos por numerosas anastomoses. SISTEMA VENOSO SUPERFICIAL – Drenam o córtex e a substância branca subjacente. Formado por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da dura-máter. SISTEMA VENOSO PROFUNDO – Drenam o sangue de regiões situadas mais profundamente no cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro. SISTEMA NERVOSO - PERIFÉRICO O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, que são representantes dos axônios (fibras motoras) ou dos dendritos (fibras sensitivas). São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central. É composto pelos nervos espinhais e cranianos. Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo. SISTEMA NERVOSO – NERVOS CRANIANOS NERVOS CRANIANOS São os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal. As fibras motoras ou eferentes dos nervos cranianos originam-se de grupos de neurônios no encéfalo, que são seus núcleos de origem. Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo. De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos. SISTEMA NERVOSO – NERVOS CRANIANOS Os MOTORES (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles: III - Nervo Oculomotor IV - Nervo Troclear VI - Nervo Abducente XI - Nervo Acessório XII - Nervo Hipoglosso Os SENSITIVOS(PUROS) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são: I - Nervo Olfatório II - Nervo Óptico VIII - Nervo Vestibulococlear SISTEMA NERVOSO – NERVOS CRANIANOS Os MISTOS(MOTORES e sensitivos) são em número de quatro: V - Trigêmeo VII - Nervo Facial IX - Nervo Glossofaríngeo X - Nervo Vago SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares. A RAIZ VENTRALemerge da superfície ventral da medula espinhal como diversas radículas ou filamentos que em geral se combinam para formar dois feixes próximo ao forame intervertebral. A RAIZ DORSAL é maior que a raiz ventral em tamanho e número de radículas; estas prendem-se ao longo do sulco lateral posterior da medula espinhal e unem-se para formar dois feixes que penetram no gânglio espinhal. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS As raízes ventral e dorsal unem-se imediatamente além do gânglio espinhal para formar o nervo espinhal, que então emerge através do forame interespinhal. O GÂNGLIO ESPINHAL é um conjunto de células nervosas na raiz dorsal do nervo espinhal. Tem forma oval e tamanho proporcional à raiz dorsal na qual se situa. Está próximo ao forame intervertebral. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • RAMOS VENTRAIS DOS NERVOS ESPINHAIS Os ramos ventrais dos nervos espinhais inervam os membros e as faces ântero-laterais do tronco. O cervical, lombar e sacral unem-se perto de suas origens para formar plexos. PLEXOS DA COLUNA VERTEBRAL (ramos ventrais) - Plexo Cervical - Plexo Braquial - Nervos Torácicos - Plexo Lombar - Plexo Sacral - Plexo Coccígeo SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS PLEXO CERVICAL Formado pelos ramos ventrais dos quatro nervos cervicais superiores, inerva alguns músculos do pescoço, o diafragma e áreas da pele na cabeça, pescoço e tórax. Cada ramo ventral anastomosa-se com o subsequente formando três alças de convexidade lateral (C1 com C2, C2 com C3 e C3 com C4). Dessas três alças derivam ramos que constituem as duas partes do plexo cervical (superficial e profunda). SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS PLEXO CERVICAL A parte superficial é constituída por fibras essencialmente sensitivas, que formam um feixe que aparece ao nível do meio da borda posterior do músculo esternocleidomastóideo, ponto em que os filetes se espalham em leque para a pele na região circunvizinha, ao pavilhão da orelha, à pele do pescoço e à região próxima à clavícula. A parte profunda do plexo é constituída por fibras motoras, destinando- se à musculatura ântero-lateral do pescoço e ao diafragma. Para isso, além de ramos que saem isoladamente das três alças, encontramos duas formações importantes que são a alça cervical e o nervo frênico. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • PLEXO BRAQUIAL • O membro superior é inervado pelo plexo braquial situado no pescoço e na axila, formado por ramos anteriores dos quatro nervos espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1). O plexo braquial tem localização lateral à coluna cervical e situa-se entre os músculos escalenos anterior e médio, posterior e lateralmente ao músculo esternocleidomastóideo. O plexo passa posteriormente à clavícula e acompanha a artéria axilar sob o músculo peitoral maior. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • Os ramos ventrais do quinto e do sexto nervos cervicais (C5-C6) formam o tronco superior; o ramo anterior do sétimo nervo cervical (C7) forma o tronco médio; e os ramos anteriores do oitavo nervo cervical e do primeiro nervo torácico (C8-T1) formam o tronco inferior. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • PLEXO TORÁCICO • Ramos Ventrais dos Nervos Torácicos Existem 12 pares de ramos ventrais dos nervos torácicos, os quais não constituem plexos. Quase todos os 12 estão situados entre as costelas (nervos intercostais), com o décimo segundo situando-se abaixo da última costela (nervo subcostal). Os nervos intercostais são distribuídos para as paredes do tórax e do abdome. Os ramos comunicantes unem os nervos intercostais posteriormente, nos espaços intercostais. • A maioria das fibras do ramo ventral de T1 entra na constituição do plexo braquial, mas as restantes formam o primeiro nervo intercostal. O ramo ventral de T2 envia um ramo anastomótico ao plexo braquial, entretanto, a maior parte de suas fibras constitui o segundo nervo intercostal. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • PLEXO LOMBAR • Este plexo está situado na parte posterior do músculo psoas maior, anteriormente aos processos transversos das vértebras lombares. É formado pelos ramos ventrais dos três primeiros nervos lombares e pela maior parte do quarto nervo lombar (L1, L2, L3 e L4) e um ramo anastomótico de T12, dando um ramo ao plexo sacral. • L1 recebe o ramo anastomótico de T12 e depois fornece três ramos que são o nervo ìlio-hipogástrico, o nervo ílio-inguinal e a raiz superior do nervo genitofemoral. L2 se trifurca dando a raiz inferior do nervo genitofemoral, a raiz superior do nervo cutâneo lateral da coxa e a raiz superior do nervo femoral. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • L3 concede a raiz inferior do nervo cutâneo lateral da coxa, a raiz média do nervo femoral e a raiz superior do nervo obturatório. • L4 fornece o ramo anastomótico a L5 e em seguida se bifurca dando a raiz inferior do nervo femoral e a raiz inferior do nervo obturatório. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • PLEXO SACRAL • Ramos Ventrais dos Nervos Sacrais e Coccígeos Os ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais e coccígeos formam os plexos sacral e coccígeo. Os ramos ventrais dos quatro nervos sacrais superiores penetram na pelve através do forames sacrais anteriores, o quinto nervo sacral penetra entre o sacro e o cóccix e os coccígeos abaixo do cóccix. • Cada ramo ventral dos nervos sacrais recebe um ramo comunicante cinzento proveniente de um gânglio simpático correspondente. Os ramos viscerais eferentes deixam os ramos do segundo ao quarto nervos sacrais como nervos esplâncnicos pélvicos que contêm as fibras parassimpáticas, as quais alcançam diminutos gânglios nas paredes das vísceras pélvicas. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • Para o períneo, temos o nervo pudendo formado á partir de S2, S3 e S4. • O nervo isquiático é o mais calibroso e mais extenso nervo do corpo humano, pois suas fibras podem descer até os dedos dos pés. Esse nervo é constituído por duas porções, que são os nervos fibular comum (L4, L5, S1 e S2) e tibial, formado por L4, L5, S1, S2 e S3. O nervo fibular comum já na fossa poplítea dirige-se obliquamente para baixo e lateralmente se bifurcando em nervos fibulares superficial e profundo. SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • Do plexo sacral saem também os nervos para o músculo obturatório interno e músculo gêmeo superior (L5, S1 e S2); para o músculo piriforme (S1 e S2); para o músculo quadríceps da coxa e músculo gêmeo inferior (L4, L5 e S1); para os músculos levantador do ânus, coccígeo e esfíncter externo do ânus (S4); e o nervo esplâncnico pélvico (S2, S3 e S4). SISTEMA NERVOSO - NERVOS ESPINHAIS • O PLEXO COCCÍGEO É FORMADO POR: • Um pequeno ramo descendente do ramo ventral do quarto nervo sacral; • Ramos ventrais do quinto nervo sacral; • Nervo coccígeo. • O plexo coccígeo inerva a pele da região do cóccix SISTEMA NERVOSO AUTONOMO • é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão. • É também o principal responsável pelo controle automático do corpo frente às modificações do ambiente. HOMEOSTASIA SISTEMA NERVOSO AUTONOMO - Sistema responsável pelo controle das funções viscerais como pressão arterial, motilidade do trato gastrointestinal, vesical e sudorese. - Organização do sistema nervoso autônomo: este sistema é regulado por centros medulares, pelos núcleos do tronco encefálico comotambém pelo hipotálamo. - Anatomicamente fazemos a distinção de dois sistemas que compõe o sistema nervoso autônomo: SIMPÁTICO, PARASSIMPÁTICO SISTEMA NERVOSO AUTONOMO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO - Conta com uma cadeia de gânglios simpáticos paravertebrais situadas bilateralmente ao lado da COLUNA VERTEBRAL TORÁCICA E LOMBAR. - Os neurônios PRÉ-GANGLIONARES, isto é, aqueles que interligam a medula espinhal com o gânglio nervoso, é curto, eferindo do corno lateral do H medular. As fibras PÓS-GANGLIONARES, aquelas que partem dos gânglios, são longas atingindo os órgãos alvo do sistema nervoso autônomo simpático. SISTEMA NERVOSO AUTONOM0 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO - Anatomicamente o sistema nervoso autônomo parassimpático situa-se na porção CRANIAL E CAUDAL da coluna vertebral. - Geralmente as fibras pré-ganglionares são longas (contrário ao SNA Simpático) e as fibras pós-ganglionares são curtas já que os gânglios nervosos, neste sistema, situam-se próximos ao tecido alvo. - A maior parte das fibras (75%) do sistema nervoso autônomo parassimpático são provenientes do NERVO VAGO.
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