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NEUROANATOMIA PARA FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL Profa. Dra. Luiza da Silva Lopes O presente texto reúne um apanhado dos temas de minhas aulas teóricas, de acordo com várias fontes consagradas (livros-texto abaixo relacionados, e suas figuras), e tem como objetivo auxiliá-lo em seus estudos de Neuroanatomia. Entretanto, não é definitivo, nem pretende esgotar o assunto. Assim, fortemente recomendo a pesquisa nos livros indicados e em outras fontes igualmente confiáveis. Para um melhor aproveitamento e organização, recomendo a confecção de uma agenda de estudos que contemple períodos de dedicação aos temas, suficientes para que o processo de aprendizado se faça através da construção paulatina do conhecimento. Ao final de cada “capítulo”, você irá encontrar um conjunto de sentenças que precisam ser completadas, relativas ao tema desenvolvido, que denominei Estudo Dirigido. A resolução inadequada pode indicar que o tópico, ou parte dele, precisa ser revisto ou discutido. Lembre-se ainda que as aulas teóricas e práticas são complementares, e cada aula prática será mais agradável e proveitosa se a teoria relacionada ou correspondente for previamente desenvolvida. Procure manter seu local de estudos sempre organizado e livre de distrações, como televisão, telefone, internet. Organize seu cronograma para que os períodos de estudos durem cerca de 40 minutos, intercalados com breves intervalos de descanso de cerca de 10 minutos. Nestes intervalos, aproveite para um lanche rápido ou hidratação, mas evite entrar na internet, falar ao telefone ou ligar a televisão. Mantenha o foco! Organização e resiliência são fundamentais para seu sucesso! Bons estudos!!! Luiza da Silva Lopes Referências: Neuroanatomia Ilustrada. A.R. Crossman e D. Neary. 4ª edição. Ed. Elsevier Neuroanatomia – texto e atlas. John H. Martin – 4ª edição. Ed. Artmed Neuroanatomia Funcional – texto e atlas. Adel K. Afifi e Ronald A. Bergman – 2ª edição. Ed. Roca Neuroanatomia Clínica. Richard S. Snell. 7ª edição. Ed. Guanabara Koogan Neuroanatomia Essencial. Ana M. Blanco Martinez, Silvana Allodi e Daniela Uziel. Ed. Guanabara Koogan Anatomia Humana. Elaine N. Marieb, Patricia Brady Wilhem e Jon Mallatt. 7ª edição. Ed. Pearson Princípios de Anatomia Humana. Gerard J. Tortora. 10ª edição. Ed. Guanabara Koogan Introdução Origem e desenvolvimento do sistema nervoso. Aspectos gerais e organização anátomo-funcional do sistema nervoso central e periférico. Introdução ao estudo da Neuroanatomia – Objetivos de aprendizagem: • Conhecer as divisões do sistema nervoso. • Compreender a organização do sistema nervoso central, seus componentes e suas divisões. • Estudar os componentes do sistema nervoso periférico. • Distinguir substância branca e substância cinzenta. • Conhecer os nervos espinais e cranianos. • Conhecer o sistema nervoso autônomo. Sistema nervoso - características O sistema nervoso, especialmente o sistema nervoso humano, é o protagonista de uma importante série de funções. Em razão disto, apresenta uma organização complexa que possibilita não só sua associação com os demais sistemas, mas também sua integração com o meio ambiente. Compõe-se de células especializadas que recebem estímulos sensitivos (de fora ou de dentro do corpo), interpretam esses estímulos e atuam nos órgãos efetores para o bem-estar do organismo. A unidade estrutural e funcional básica do sistema nervoso é o neurônio, célula altamente especializada composta por um corpo celular e vários prolongamentos ou processos de ramificação, denominados dendritos e axônios. A maioria destes prolongamentos são dendritos e têm função receptora. Já o axônio é um processo único que deixa o corpo celular e transporta a informação para fora do corpo celular. Componentes de um neurônio: • Dendritos: são curtos, numerosos e restritos à vizinhança do corpo celular. • Axônio: único e longo. Pode ser espesso e envolto em uma bainha lipoprotéica (mielina) que, por funcionar como um isolante, acelera a velocidade de transporte do estímulo nervoso (elétrico). • Terminações axonais ou botões: são estruturas localizadas na extremidade do axônio, responsáveis pelas conexões com outros neurônios ou órgãos efetores. Nas terminações axonais existem vesículas onde ficam armazenados os neurotransmissores, substâncias químicas essenciais na transmissão nervosa. • A chegada de um potencial de ação (estímulo elétrico) no terminal axonal provoca a liberação do neurotransmissor pelas vesículas sinápticas na fenda sináptica. O neurotransmissor liga-se, então, aos receptores específicos localizados na membrana celular pós-sináptica (de outro neurônio ou de um órgão efetor), alterando o potencial de ação desta célula. Tipos estruturais de neurônios: Existem variados tipos estruturais de neurônios. A conformação estrutural de cada neurônio está relacionada com sua função. Os neurônios pseudounipolares são neurônios sensitivos encontrados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais. Neurônios bipolares são também sensitivos, encontrados na retina, e nos gânglios coclear e vestibular. Já os neurônios multipolares, muito mais numerosos, são encontrados dentro do sistema nervoso central – SNC (encéfalo e medula espinal). Neuróglia: Além das células especializadas pela transmissão nervosa, os neurônios, o sistema nervoso central possui ainda uma variedade de células não excitáveis (que não transmitem informações nervosas), coletivamente chamadas de neuróglia, responsáveis pelo suporte e nutrição neuronal, pela defesa imune e fagocitose, e pela produção de mielina. As células da neuróglia são: os astrócitos (suporte e nutrição), os oligodendrócitos (produção de mielina no SNC), as células da micróglia (defesa) e as células ependimárias (revestimento das cavidades ventriculares). No sistema nervoso periférico, as células que formam a camada de mielina são as células de Schwann. • Muitos axônios no Sistema Nervoso Periférico (SNP) também são envolvidos pela bainha de mielina (produzida pelas células de Schwann). • Quanto mais mielinizado e espesso o axônio, maior a velocidade do impulso nervoso que por ele trafega. O sistema nervoso subdivide-se em sistema nervoso central (SNC), protegido no interior de estojos ósseos, e sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é ainda dividido em encéfalo, contido na cavidade craniana, e medula espinal, protegida pelo canal vertebral, no interior da coluna vertebral. O SNP, por sua vez, é composto por nervos e gânglios nervosos. Sistema nervoso: 1. Central - encéfalo - medula espinal 2. Periférico - Divisão sensitiva (aferente): composta por fibras nervosas sensitivas somáticas e viscerais, com seus gânglios sensitivos associados, conduz os impulsos dos receptores até o SNC. - Divisão motora (eferente): composta por fibras nervosas motoras, conduz os impulsos do SNC para os efetores. Apresenta ainda as subdivisões: . Somático (voluntário): seus efetores são músculos esqueléticos . Autônoma (sistema nervoso autônomo - SNA): seus efetores são glândulas e músculos cardíaco e liso (sistema motor visceral) Embriologia do Sistema Nervoso: Para uma melhor compreensão da disposição, da inter-relação e da função das várias estruturas do sistema nervoso, é importante o conhecimento do seu desenvolvimento embrionário. • Desenvolvimento do SNC • Na 2ª semana de desenvolvimento intrauterino, o embrião resume-se aos 3 folhetos embrionários primitivos: • Ectoderma: origina pele e sistema nervoso • Mesoderma: origina tecido esquelético, muscular e conjuntivo • Endoderma: origina tratos digestório, respiratório e geniturinário • Durante a 3ª semana do desenvolvimento, o ectoderma na linha mediana posterior sofre um espessamento, formando a placa neural. A seguir, as margens laterais da placa neural elevam- se nas pregas neurais de cada lado de uma depressão central, o sulco neural. As pregas neurais se opõem e se fundem, fechando o sulco neural, criando o tubo neural. Embriologiado Sistema Nervoso: • Algumas células dos ápices das pregas neurais se separam para formar as cristas neurais. Elas irão formar os gânglios sensitivos e autônomos e as células cromafins das glândulas adrenais (suprarrenais). • A formação do tubo neural está completa por volta da 4ª semana de desenvolvimento embrionário • Ao final do primeiro mês de vida intrauterina, o tubo neural sofre intenso crescimento, distorção e diferenciação. As células que o compõem se organizam em grupamentos celulares dispostos ao redor de um canal central. As células imediatamente ao redor do canal são chamadas neuroepiteliais. Essas células sofrem intensa divisão e migram externamente para formar os neuroblastos (originarão os neurônios) e a neuróglia. Os grupamentos celulares dorsais formam as placas (ou lâminas) alares (função predominantemente sensitiva), enquanto os grupamentos ventrais formam as placas basais (função predominantemente motora). • A cavidade central do tubo neural primitivo irá originar o canal central na medula espinhal e o sistema ventricular no encéfalo. • A porção superior (cranial) do tubo neural irá formar o encéfalo. Embriologia do Sistema Nervoso: Entre a 4ª e 5ª semanas de desenvolvimento, a porção mais cranial do tubo neural sofre uma maciça diferenciação e crescimento para formar 3 vesículas encefálicas primárias: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. Com o crescimento importante em volume, esta porção do tubo neural sofre dobraduras ou inclinações no seu eixo longitudinal, a flexura cefálica (entre mesencéfalo e prosencéfalo), e a flexura cervical (entre encéfalo e medula espinal). Na 7ª semana do desenvolvimento embrionário, as vesículas sofrem uma diferenciação mais avançada, com a distinção de 5 vesículas secundárias. O prosencéfalo se subdivide em telencéfalo e diencéfalo, o mesencéfalo permanece como uma vesícula distinta, enquanto o rombencéfalo também se diferencia em duas novas divisões, o metencéfalo e o mielencéfalo. Entre estas duas vesículas secundárias caudais forma-se uma nova inclinação do eixo longitudinal, a flexura pontina. Embriologia do Sistema Nervoso: As diferentes vesículas encefálicas irão originar as estruturas e divisões do encéfalo maduro, conforme pode ser observado nas figuras: Embriologia do Sistema Nervoso: O conjunto de figuras acima representa a sequência de desenvolvimento do encéfalo humano, desde a formação das vesículas primárias (superior, à esquerda) até o momento do nascimento, de uma criança a termo (inferior, à direita). Observe o pregueamento do córtex cerebral, a dobradura em conformação em “C” dos lobos temporal e frontal, e das estruturas profundas, incluindo os ventrículos laterais. Observe ainda as modificações da face sofridas durante esse processo, e a proporção entre a face e o encéfalo nas diferentes fases de desenvolvimento intrauterino. As figuras acima representam as diferenças entre os eixos do sistema nervoso central de um animal quadrúpede (A) e o ser humano (B). No rato, o sistema nervoso é organizado de maneira linear, entre os eixos do encéfalo e da medula espinal, enquanto no homem existe uma flexura proeminente no mesencéfalo, resultando em uma angulação entre o cérebro e o tronco encefálico. Por outro lado, a linearidade entre o tronco encefálico e a medula espinal está mantida no ser humano. Dura-máter Pia-máter Aracnoide Organização do sistema nervoso: • O sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal) é revestido por membranas envoltórias que protegem e ajudam a manter a forma do tecido nervoso, denominadas meninges. Da mais externa para a mais interna, as meninges são: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. Medula espinal – vista posterior Secção frontal da cabeça – couro cabeludo e crânio parcialmente abertos Dura-máter Pia-máter (aderida ao tecido nervoso) Aracnoide O sistema nervoso central é ainda dividido em substância branca, que contém os prolongamentos de neurônios (não contém corpos neuronais) e substância cinzenta, onde localizam-se os corpos celulares de neurônios. Tanto a substância branca quanto a cinzenta contêm células neurogliais. Organização do sistema nervoso: Substância cinzenta Substância branca A disposição das substâncias branca e cinzenta é diferente na medula espinal e no encéfalo. Na medula espinhal, a substância cinzenta é centralizada (na forma da letra H), enquanto a substância branca encontra-se na periferia, ao redor da substância cinzenta. Já no encéfalo, a substância cinzenta encontra-se tanto na periferia (no córtex cerebral) quanto na profundidade, em núcleos profundos (núcleos da base), enquanto a substância branca é central, abaixo do córtex cerebral. encéfalo córtex substância branca núcleos da base Organização do sistema nervoso: (corte transversal) (corte horizontal) Na medula espinal, os corpos celulares dos neurônios (substância cinzenta) organizam-se nas colunas ou cornos (c). As fibras nervosas (prolongamentos dos neurônios) da substância branca organizam-se nos funículos (f). c c f f f anterior posterior Medula espinal: Corte transversal da medula espinal t d m p b c Encéfalo: O encéfalo compreende a divisão do SNC que encontra-se protegida dentro da cavidade craniana. É dividido em cérebro e tronco encefálico. O cérebro é subdividido em telencéfalo (t = composto pelos dois hemisférios cerebrais) e diencéfalo (d). Os dois hemisférios cerebrais estão interconectados pelas comissuras cerebrais, especialmente pela maior delas, o corpo caloso. A porção mais externa do telencéfalo é o córtex cerebral, uma lâmina de substância cinzenta que apresenta inúmeras dobraduras ou convoluções (giros cerebrais) separadas por sulcos. Esta disposição em giros aumenta muito a superfície do córtex. Logo abaixo do córtex cerebral está a substância branca, composta por prolongamentos de neurônios. Incrustradas na substância branca subcortical encontram-se massas de substância cinzenta denominadas núcleos da base, como os núcleos lentiforme (formado pelo putame e globo pálido), caudado e o claustro. Já o diencéfalo está quase totalmente encoberto pelo telencéfalo e consiste de quatro divisões principais: o tálamo, o hipotálamo, o subtálamo e o epitálamo. O tronco encefálico, por sua vez, é subdividido em mesencéfalo (m), ponte (p) e bulbo (b), de cranial para caudal. Conectado posteriormente ao tronco encefálico encontra-se o cerebelo (c). Sistema nervoso central: Os axônios ou fibras nervosas, dentro do SNC, podem estar agrupados ou organizados em: trato: conjunto de fibras com mesma origem e mesmo destino. fascículo: pequeno feixe de fibras nervosas. lemnisco: conjunto de fibras com conformação achatada semelhante a uma fita. comissura: conjunto de fibras que vão de um hemisfério a outro, conectando estruturas funcionalmente relacionadas. decussação: cruzamento de fibras na linha mediana, em seu trajeto entre níveis diferentes do sistema nervoso. Cérebro – corte frontal Corpo caloso = comissura Tronco encefálico – vista frontal Decussação das pirâmides Telencéfalo: Subdividimos o telencéfalo em lobos cerebrais: frontal (F), parietal (P), temporal (T), occipital (O) e ínsula (I). A divisão entre os lobos frontal e parietal é marcada pelo sulco central, enquanto a separação entre o lobo temporal e os lobos frontal e parietal se faz quase totalmente pela fissura lateral. A separação entre o lobo occipital e os lobos temporal e parietal é nítida na face medial do hemisfério cerebral e é marcada pela fissura parietoccipital. Na face lateral do hemisfério, essa separação se faz por um prolongamento imaginário desta fissura. O lobo da ínsula (I) encontra-se localizado na profundidade da fissura lateral, e somente pode ser visualizado pelo afastamento das bordas da mesma (lobos frontal, temporal e parietal). Fissura é um sulco profundo. I F P T O Sulco central Fissura lateral Fissura parietoccipital Vista lateral do hemisfério cerebral Vista da superfície medialdo hemisfério cerebral Afastamento das bordas da fissura lateral para visualização da ínsula (I) No interior do encéfalo existem cavidades ventriculares, formadas a partir do alargamento do canal central primitivo. Nestas cavidades, o líquor (ou líquido cerebrospinal) é produzido e circula. As diferentes cavidades estão relacionadas com as divisões do encéfalo: cada hemisfério cerebral do telencéfalo contém um ventrículo lateral; o terceiro ventrículo localiza-se entre as duas metades do diencéfalo; o aqueduto do mesencéfalo atravessa longitudinalmente o mesencéfalo; o quarto ventrículo posiciona-se atrás da ponte e da metade cranial do bulbo e a frente do cerebelo. A medula espinal, por sua vez, mantém o canal central. Encéfalo - sistema ventricular: Corresponde ao restante do sistema nervoso, que não o sistema nervoso central (medula espinal e encéfalo), e é composto por nervos (fibras nervosas) e gânglios nervosos. Os nervos são divididos em nervos espinais (relacionados com a medula espinal) e nervos cranianos (relacionados com o encéfalo). Sistema nervoso periférico: Sistema nervoso periférico: Os nervos também possuem coberturas envoltórias conjuntivas, dispostas em camadas: epineuro = bainha conjuntiva que envolve o nervo perineuro = composto por septos no interior do nervo, separa as fibras nervosas em fascículos endoneuro = bainha conjuntiva que envolve individualmente cada fibra nervosa Além destes envoltórios conjuntivos dos nervos, cada axônio é revestido pelo neurilema (célula de Schwann enrola-se ao redor do axônio). Nos axônios mielinizados ainda existe uma camada lipídica denominada bainha de mielina, produzida pelas células de Schwann. Em locais específicos, os ramos anteriores dos nervos espinais redistribuem-se e anastomosam-se em plexos nervosos, que são responsáveis pela inervação dos membros. Estes plexos são: cervical, braquial, lombar e sacral. Sistema nervoso periférico: Sistema nervoso autônomo: Além da inervação motora da musculatura somática (sistema nervoso motor somático), o sistema nervoso também controla a função de glândulas, da musculatura cardíaca e da musculatura lisa, através do chamado sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo também apresenta duas divisões funcionais: parte simpática e parte parassimpática. Introdução ao estudo da Neuroanatomia Estudo dirigido 1. O sistema nervoso, especialmente o sistema nervoso humano, é o protagonista de uma importante série de funções. Em razão disto, apresenta uma organização complexa que possibilita não só sua associação com os demais sistemas, mas também sua integração com o _________ ____________. 2. A unidade estrutural e funcional básica do sistema nervoso é o ____________, célula altamente especializada composta por um ______ _________ e vários prolongamentos ou processos de ramificação, denominados ___________ e ___________. A maioria destes prolongamentos são ___________ e têm função ____________. Já o ___________ é um processo único que deixa o corpo celular e transporta a informação para fora do corpo celular. 3. o axônio pode ser espesso e envolto em uma bainha lipoprotéica ou bainha de ____________ que, por funcionar como um isolante, ( )acelera ( ) desacelera a velocidade de transporte do estímulo nervoso (elétrico). 4. A chegada de um potencial de ação (estímulo elétrico) no terminal axonal provoca a liberação do _________________ pelas vesículas sinápticas na fenda sináptica, que liga-se, então, aos _____________ específicos localizados na membrana celular pós-sináptica (de outro neurônio ou de um órgão efetor), alterando o potencial de ação desta célula. 5. Existem variados tipos estruturais de neurônios. A conformação estrutural de cada neurônio está relacionada com sua função. Os neurônios ___________________ são neurônios sensitivos encontrados nos ___________ das raízes dorsais dos nervos espinais. Neurônios bipolares são também ______________, encontrados na ____________, e nos ____________ coclear e vestibular. Já os neurônios _____________, muito mais numerosos, são encontrados ( )fora ( )dentro do sistema nervoso central – SNC (encéfalo e medula espinal) (Observar as figuras abaixo). 6. Além das células especializadas pela transmissão nervosa, o sistema nervoso central possui ainda uma variedade de células não excitáveis (que não transmitem informações nervosas), coletivamente chamadas de ____________, responsáveis pelo suporte e nutrição neuronal, pela defesa imune e fagocitose, e pela produção de mielina. Essas células são: os ______________ (para suporte e nutrição), os ________________ (para produção de mielina no SNC), as células da _____________ (de defesa) e as células _________________ (para revestimento das cavidades ventriculares). 7. No sistema nervoso periférico, as células que formam a camada de mielina são as células de _____________. Quanto mais mielinizado e espesso o _______________, ( )menor ( )maior a velocidade do impulso nervoso que por ele trafega. 8. O sistema nervoso subdivide-se em sistema nervoso ___________, protegido no interior de estojos ósseos, e sistema nervoso _______________. 9. O SNC é, por sua vez, dividido em ____________, contido na cavidade craniana, e ___________ ____________, protegida pelo canal vertebral, no interior da coluna vertebral. 10. Já o SNP é composto por __________ e ___________ nervosos. 11. O sistema nervoso periférico possui uma divisão ____________ (aferente), composta por fibras nervosas sensitivas ___________ e __________, com seus ___________ sensitivos associados, conduz os impulsos dos _____________ até o sistema nervoso central. 12. O sistema nervoso periférico também possui uma divisão ____________ (eferente), composta por fibras nervosas motoras, que conduz os impulsos do sistema nervoso central para os efetores. Suas subdivisões são: _____________ (voluntária), cujos efetores são músculos _____________, e ______________ (sistema nervoso _____________, cujos efetores são _____________ e músculos ____________ e ________ (sistema motor visceral). 13. O sistema nervoso autônomo também apresenta duas divisões funcionais: parte ______________ e parte ___________________. 14. Na 2ª semana de desenvolvimento intrauterino, o embrião resume-se aos 3 folhetos embrionários primitivos: o ______________, que origina a pele e o sistema nervoso, o _____________, que origina os tecidos esquelético, muscular e conjuntivo, e o ________________, que origina os tratos digestório, respiratório e geniturinário. 15. Durante a 3ª semana do desenvolvimento, o ectoderma na linha mediana posterior sofre um espessamento, formando a ______ _________. A seguir, as margens laterais da placa neural elevam-se nas _________ __________ de cada lado de uma depressão central, o ________ ________. As pregas neurais se opõem e se fundem, fechando o sulco neural, criando o _________ __________. 16. Algumas células dos ápices das pregas neurais se separam para formar as __________ __________. Elas irão formar os ___________ sensitivos e autônomos e as células cromafins das glândulas adrenais (suprarrenais). 17. A formação do tubo neural está completa por volta da __________ semana de desenvolvimento embrionário. 18. Ao final do primeiro mês de vida intrauterina, o tubo neural sofre intenso _________________, distorção e _______________. As células que o compõem se organizam em grupamentos celulares dispostos ao redor de um _________ _________. As células imediatamente ao redor do canal são chamadas ______________. Essas células sofrem intensa divisão e migram externamente para formar os _____________ (originarão os neurônios) e a ____________. 19. Os grupamentos celulares ___________ formam as placas (ou lâminas) alares (função predominantemente sensitiva), enquanto os grupamentos ___________ formam as placas basais (função predominantemente ____________). 20. A cavidade central do tubo neural primitivo irá originar o _________ __________na medula espinhal e o sistema ____________ no encéfalo.21. A porção superior (cranial) do tubo neural irá formar o ______________. 22. Na 5ª semana de desenvolvimento, a porção mais cranial do tubo neural sofre uma maciça diferenciação e crescimento para formar ________ vesículas encefálicas primárias: o ______________, o mesencéfalo e o _____________. Com o crescimento importante em volume, esta porção do tubo neural sofre dobraduras ou inclinações no seu eixo longitudinal, as flexuras. 23. Na ____________ semana do desenvolvimento embrionário, as vesículas sofrem uma diferenciação mais avançada, com a distinção de _________ vesículas secundárias. O _______________ se subdivide em telencéfalo e _____________, o mesencéfalo permanece como uma vesícula distinta, enquanto o _______________ também se diferencia em duas novas divisões, o ________________ e o _____________. 24. 25. Complete o quadro abaixo: 26. O sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal) é revestido por membranas envoltórias que protegem e ajudam a manter a forma do tecido nervoso, denominadas ________________. Da mais externa para a mais interna, são: a __________________, a ________________ e a ____________. 27. O sistema nervoso central é ainda dividido em substância _________, que contém os prolongamentos de neurônios (não contém _________ neuronais) e substância ______________, onde localizam-se os corpos celulares de ______________. 28. A disposição das substâncias ___________ e _______________ é diferente na medula espinal e no encéfalo. 29. Na medula espinhal, a substância ___________ é centralizada (na forma da letra H), enquanto a substância ___________ encontra-se na periferia, ao redor da substância ____________. 30. Já no encéfalo, a substância _____________ encontra-se tanto na periferia (no córtex cerebral) quanto na profundidade, em núcleos profundos (_________ da ___________), enquanto a substância ____________ é central, abaixo do córtex cerebral. 31. Os axônios ou fibras nervosas, dentro do SNC, podem estar agrupados ou organizados em: _____________: conjunto de fibras com mesma origem e mesmo destino. _____________: pequeno feixe de fibras nervosas. _____________: conjunto de fibras com conformação achatada semelhante a uma fita. _____________: conjunto de fibras que vão de um hemisfério a outro, conectando estruturas funcionalmente relacionadas. _____________: cruzamento de fibras na linha mediana, em seu trajeto entre níveis diferentes do sistema nervoso. 32. Os nervos também possuem coberturas envoltórias conjuntivas, dispostas em camadas: ____________ = bainha conjuntiva que envolve o nervo ____________ = composto por septos no interior do nervo, separa as fibras nervosas em fascículos ____________ = bainha conjuntiva que envolve individualmente cada fibra nervosa 33. Além destes envoltórios conjuntivos dos nervos, cada axônio é revestido pelo ____________, formado pelo enrolamento da célula de ____________. 34. Nos axônios mielinizados ainda existe uma camada lipídica denominada bainha de ___________, produzida pelas células de ______________. Medula espinal e seus envoltórios Organização anatômica e funcional. Medula espinal e seus envoltórios – Objetivos de aprendizagem: • Descrever a estrutura anatômica macroscópica da medula espinal, tanto a anatomia de superfície quanto sua organização interna. • Reconhecer as regiões de substância branca e substância cinzenta, em curto transversal da medula espinal. • Compreender a organização funcional dos neurônios na substância cinzenta e dos tratos neurais na substância branca. • Associar os conhecimentos anátomo-funcionais com as possíveis lesões que acometem a medula espinal. Encéfalo Medula espinal Medula espinal: Corresponde ao segmento mais caudal do SNC e também aquele que mais guarda a aparência interna e externa do tubo neural primitivo. Está envolvida, principalmente, nas funções de controle dos movimentos do corpo, na regulação de funções viscerais, no processamento de informações sensoriais dos membros, tronco e órgãos internos, e na condução do fluxo de informações aferentes e eferentes ao encéfalo (tratos nervosos ascendentes e descendentes). De todas as divisões do SNC, a medula espinal é a que apresenta a organização mais simples, com padrão segmentar ou modular, ou seja, cada segmento medular apresenta uma estrutura básica, que se repete nos outros segmentos. Medula espinal A organização segmentária (em segmentos) externa da medula espinal compreende um par de raízes nervosas dorsais (sensitivas) e um par de raízes ventrais (motoras) para cada segmento, em um total de 31 segmentos, assim distribuídos quanto à região da medula espinal: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. observação: o primeiro segmento cervical da medula espinal somente apresenta as raízes ventrais (motoras). A substância branca da medula espinal está disposta na periferia, em funículos (cordões). Já a substância cinzenta apresenta uma distribuição centralizada, com a forma da letra H em um corte transversal, disposta em colunas (cornos). Existem dois cornos dorsais (sensitivos) e dois cornos ventrais (motores), além da região intermediária central. No centro da região intermediária encontra-se o canal central, ou ependimário, remanescente do canal central do tubo neural primitivo. Entre o primeiro nível medular torácico (T1) e o segundo nível medular lombar (L2), existe ainda, na substância cinzenta, um corno lateral (ou intermédio-lateral). A medula espinal ocupa o canal vertebral, no interior da coluna vertebral, que lhe dá sustentação e proteção. Tem uma forma aproximadamente cilíndrica, com comprimento médio de 45 cm nos homens adultos, e 42 cm nas mulheres. Superiormente, a medula espinal continua-se com o bulbo, no tronco encefálico. Vista lateral Vista posterior Medula espinal O limite superior (limite com bulbo) da medula espinal é marcado pelas estruturas: - 1ª raiz espinal (C1) - borda do forame magno - decussação das pirâmides (visualizada na face anterior) Corte coronal – vista posterior – cerebelo retirado Bulbo Medula espinal Vista anterior da região do limite entre bulbo e medula espinal A medula espinal não ocupa o canal vertebral em toda a sua extensão, mas estende-se do forame magno até a primeira ou segunda vértebra lombar. Como o saco de dura-máter prolonga-se até o osso do sacro (S2), existe um espaço dentro deste canal sem medula espinal (mas com raízes nervosas), entre as vértebras lombares L1 ou L2 e a segunda peça óssea que compõe o sacro (S2). Limite inferior da medula espinal Limite inferior do saco dural Durante o desenvolvimento, o crescimento da medula espinal é um pouco menor que o crescimento da coluna vertebral. Desta forma, a medula espinal não se estende por todo o comprimento do canal vertebral, terminando ao nível da vértebra L1 ou L2. Com isso, existe um espaço abaixo do segmento mais caudal da medula espinal preenchido por raízes nervosas da cauda equina. Outra consequência da desproporção entre o crescimento ósseo e o crescimento da medula espinal é a mudança da angulação das raízes em relação à medula: o ângulo inferior decresce de cranial para caudal (fica mais agudo ou fechado). Além disso, os segmentos medulares não correspondem aos segmentos ósseos adjacentes, isto é, na vértebra T11 não está contido o segmento medular T11, mas sim os segmentos medulares lombares L3 e L4. As raízes nervosas de cada segmento medular saem do canal vertebral abaixo da vértebra correspondente (as raízes do segmento medular T4 saem do canal vertebral pelos forames intervertebrais abaixo da vértebra T4). Entretanto, como existem 8 segmentos medulares cervicais e somente 7 vértebras cervicais, as raízes cervicais abandonam o canal vertebral acima da vértebra correspondente (as raízes nervosas de C1 saem do canal vertebral entre a borda do forame magno e C1, as raízes nervosas de C2 saem do canal vertebral pelo forame intervertebral acima da vértebra C2, e assim por diante). O crescimento entre medulaespinal e coluna vertebral é desproporcional, com a medula crescendo mais lentamente: - Até os 3 meses de desenvolvimento intra-útero, a medula espinal ainda ocupa todo o canal vertebral. - No indivíduo adulto, o segmento medular mais caudal encontra-se ao nível da 1ª vértebra lombar (L1). - Com esta desproporção, forma-se a cisterna lombar, um espaço do canal vertebral abaixo do segmento mais caudal da medula espinal, preenchido por líquor e pelas raízes nervosas da cauda equina (raízes dorsais e ventrais dos segmentos medulares lombares e sacrais). A medula espinal, em sua porção caudal, não termina abruptamente, mas se afila progressivamente, terminando em uma região denominada cone medular. Medula espinal de embrião (esquerda) e de indivíduo adulto (direita) dentro do canal vertebral. vista lateral Porção distal (inferior) do canal vertebral (vista posterior, com lâminas vertebrais lombares e sacrais retiradas). Observar o cone medular e a cauda equina, dentro da cisterna lombar. A medula espinal apresenta ainda, em sua superfície externa, vários sulcos longitudinais. O sulco que percorre a face anterior da medula espinal é bastante profundo e chamado fissura mediana anterior. Na emergência das raízes ventrais, a face anterior da medula possui também um sulco anterolateral de cada lado. Em sua face posterior, a medula possui o sulco mediano posterior e os sulcos póstero-laterais, estes últimos nos locais de penetração das raízes dorsais. A substância branca, periférica, dispõe-se nos funículos, enquanto a substância cinzenta, central, em H, compõe os cornos. 1.Fissura mediana anterior Sulco mediano posterior (não visualizado na figura) 2. Sulco anterolateral Sulco póstero-lateral (não visualizado na figura) 3.Raízes do nervo espinal a. Ventral b. Dorsal 4. Tronco do nervo espinal 5. Ramos do n. espinal a. Ventral b. Dorsal 6. Gânglio da raiz dorsal (sensitivo) 6 1 2 3a 3b 4 5a 5b Face anterior de 2 segmentos da medula espinal A área de pele inervada por um par de raízes dorsais (sensitivas) é denominada dermátomo. Em caso de lesões nervosas, é possível determinar-se as raízes ou os segmentos medulares comprometidos através do exame da sensibilidade da pele. Os mapas dos dermátomos estão bem determinados e conhecidos. Mapa dos dermátomos nas faces anterior e posterior do corpo: Cervicais Torácicos Lombares Sacrais Cada grupo de músculos inervados a partir de um único segmento medular é denominado miótomo. Os mapas dos miótomos são também bem determinados e seu conhecimento é importante no exame neurológico para a determinação do nível de lesões medulares. Como todo o sistema nervoso central, a medula espinal é revestida por um conjunto de três membranas conjuntivas denominadas meninges. Da mais interna para a mais externa, são elas: -pia-máter firmemente aderida ao tecido nervoso, acompanha suas elevações e depressões possui expansões que atravessam o espaço liquórico (espaço subaracnóideo), auxiliando na manutenção da medula em uma posição estável: - ligamentos denteados (21 pares) na face lateral da ME - filamento terminal a partir do ápice do cone medular em direção ao fundo de saco dural -aracnoide possui delicados filamentos que atravessam o espaço liquórico em direção à pia-máter -dura-máter no canal vertebral tem um único folheto no fundo de saco dural, envia projeções que envolvem o filamento terminal. Este conjunto recebe o nome de ligamento duro-coccígeo e fixa-se à face posterior da primeira vértebra coccígea Dura-máter Pia-máter Aracnoide Ligamento denteado Apesar da extremidade caudal da medula espinal localizar-se acima da extremidade caudal do canal vertebral, a dura-máter e a aracnoide recobrem o interior do canal vertebral até o nível ósseo de S2. Assim, o espaço subaracnóideo também se prolonga até S2, formando uma região dentro do saco dural, abaixo do cone medular, preenchida por raízes nervosas da cauda equina e líquor, denominada cisterna lombar. * Saco dural em verde Vista posterior Cisterna lombar Limite inferior da medula espinal Medula espinal e suas raízes nervosas, com os arcos vertebrais ósseos removidos. A dura-máter e a aracnoide estão cortadas e refletidas lateralmente. Ao redor da medula espinal, relacionados aos folhetos meníngeos, existem espaços reais e espaços potenciais, esses últimos somente tornando-se reais em situações de anormalidade. Os espaços reais são o espaço epidural e o espaço subaracnóideo. O espaço epidural, ao redor da dura-máter, entre ela e o periósteo que envolve as peças ósseas da coluna vertebral e seus ligamentos, é preenchido por gordura e um exuberante plexo venoso. Já o espaço subaracnóideo, situado entre aracnoide e pia-máter, é preenchido por líquor. Também é no espaço subaracnóideo que os vasos arteriais trafegam até seus territórios de irrigação. A irrigação (suprimento sanguíneo arterial) da medula espinal se faz através das artérias: - artéria espinal anterior (a): única, ramo das artérias vertebrais - artérias espinais posteriores (b): duas, também ramos das artérias vertebrais - artérias radiculares (c): acompanham as raízes nervosas, ramos de artérias segmentares. Artérias espinais são ramos das artérias vertebrais, enquanto as artérias radiculares são ramos de artérias segmentares. Apesar de cada artéria ter um território preferencial de irrigação dentro da medula espinal, seus ramos anastomosam-se entre si. Apesar da aparência geral dos vários segmentos medulares ser bastante semelhante, existem diferenças marcantes em vários pontos: - A substância branca aumenta de caudal para rostral (nº maior de axônios ascendentes e descendentes): substância branca cervical > torácica > lombar > sacral - Presença das intumescências = regiões de alargamento da medula espinal (locais com nº aumentado de neurônios para prover a sensibilidade e a inervação motora dos membros, na formação dos plexos nervosos) intumescência cervical: entre C5 e T1 intumescência lombossacral: entre L1 e S2 - Presença da coluna intermédio-lateral: entre os segmentos medulares de T1 a L2 (região onde estão corpos celulares de neurônios do Sistema Nervoso Autônomo – divisão Simpática) - O funículo posterior é subdividido em fascículos grácil e cuneiforme nos segmentos medulares de T6 para cima. Substância branca aumenta de caudal para rostral Coluna intermédio-lateral de T1 a L2 Funículo posterior subdividido em fascículos grácil e cuneiforme (T6 para cima) cervical torácica lombar sacral g c Subdivisão do funículo posterior em fascículos grácil e cuneiforme Os nervos espinais são compostos após a junção das raízes nervosas dorsais (sensitivas) e ventrais (motoras). Portanto, os nervos espinais, do ponto de vista de seus componentes funcionais, são mistos. As raízes posteriores ou dorsais (sensitivas) possuem os gânglios sensitivos da raiz dorsal. As raízes dorsais (sensitivas) e as raízes ventrais (motoras) de cada lado unem-se para compor o tronco do nervo espinal. O tronco do nervo espinal, por sua vez, divide-se em ramos ventral e dorsal. Como o tronco do nervo espinal, os ramos dorsal e ventral são mistos, ao contrário das raízes que têm exclusivamente fibras nervosas sensitivas (raiz dorsal) ou motoras (raiz ventral). Na medula espinal, tanto a substância cinzenta quanto a branca apresentam uma organização criteriosa. As fibras nervosas da substância branca estão organizadas em tratos, ascendentes e descendentes. Cada trato de substância branca também tem organização de suas fibras de acordo com a região do corpo que inervam. Já a organização da substância cinzenta medular se faz em lâminas, chamadas de lâminas de Rexed, dispostas em dez camadas de neurônios - o corno dorsal contém as camadas de 1 a 6 - a zona intermediária contém a parte dorsal da camada7 - o corno ventral contém as camadas 7 (parte ventral), 8 e 9 - a região ao redor do canal central contém a camada 10 Reflexos: Um reflexo pode ser definido como um padrão involuntário de resposta a um estímulosensitivo. Depende da integridade de estruturas que compõem o chamado arco reflexo: um órgão receptor, um neurônio aferente, um neurônio efetor, e um órgão efetor. Pode ser monossináptico, quando envolve somente um contato sináptico, ou polissináptico. Na medula espinal, os reflexos têm um papel importante na manutenção do tônus muscular e, assim, na postura. O órgão receptor situa-se na pele, em músculos ou em tendões musculares. O corpo celular do neurônio aferente (sensitivo) localiza-se no gânglio sensitivo da raiz dorsal. Seu axônio entra na medula e vai estabelecer sinapse com o neurônio eferente, cujo axônio sai da medula pela raiz anterior. Tipos de arco reflexo: (a) Arco reflexo monossináptico (ex.: reflexo de estiramento), que possui dois neurônios e uma única sinapse. (b) Arco reflexo polissináptico (ex.: reflexo de retirada ou de recuo), que possui mais de dois neurônios e, portanto, ao menos duas sinapses. 1 = receptor sensitivo 2 = neurônio aferente (sensitivo) 3 = sinapse entre neurônio sensitivo e neurônio motor (em a) ou interneurônio (em b) 4 = neurônio eferente (motor) 5 = órgão efetor No reflexo de estiramento ou miotático, que é um reflexo monossináptico, o órgão receptor está nas fibras musculares intrafusais, enquanto as fibras musculares extrafusais, são as responsáveis pelo encurtamento do músculo e, portanto, correspondem ao órgão efetor. No reflexo patelar, por exemplo, a percussão do tendão patelar por um martelo neurológico produz um estiramento súbito das fibras intrafusais, inervadas pelo neurônio aferente 1a. Este neurônio estabelece sinapse com o neurônio motor alfa (eferente), no corno ventral da medula espinal. O axônio do neurônio motor alfa inerva o músculo quadríceps femoral que, em resposta reflexa, encurta suas fibras extrafusais, provocando a extensão do joelho. Simultaneamente, o neurônio aferente 1a envia uma colateral até o nível medular onde encontram-se os neurônios motores que inervam a musculatura antagonista, ou flexora do joelho. Através de um interneurônio inibitório, essa musculatura posterior da coxa relaxa e permite a ação do músculo quadríceps em estender o joelho. As fibras musculares intrafusais também são inervadas pelo neurônio motor gama, que produz, em sua ação, o encurtamento das fibras do fuso, que retorna, então, ao seu comprimento original. A presença de reflexos medulares normais pode indicar a integridade da medula espinal e a pesquisa da resposta de diferentes reflexos testa diferentes níveis medulares. Alguns exemplos desses reflexos e os níveis medulares respectivos estão listados no quadro: Reflexo Segmentos medulares envolvidos Local de percussão ou estimulação Resposta normal Tendíneo do bíceps braquial C5-6 Tendão bicipital Flexão da articulação do cotovelo Tendíneo do tríceps C6-7-8 Tendão tricipital Extensão da articulação do cotovelo Tendíneo do braquiorradial C5-6-7 Tendão do braquiorradial Supinação das articulações radio-ulnares Reflexos superficiais do abdome T6-7 T8-9 T10-12 Pele da parte superior do abdome Pele da parte intermédia do abdome Pele da parte inferior do abdome Contração dos músculos abdominais subjacentes Tendíneo patelar L2-3-4 Tendão patelar Extensão da articulação do joelho Tendíneo de Aquiles ou do calcâneo S1-2 Tendão calcâneo Flexão plantar da articulação do tornozelo Como todos os tecidos corporais, o tecido nervoso pode ser acometido por lesões que se enquadram em um ou mais dos seguintes grupos: Malformações congênitas Processos degenerativos Doenças inflamatórias e infecciosas Problemas vasculares Traumas Neoplasias Esses problemas, quando afetam a medula espinal, produzem manifestações clínicas que dependem do local, do grau e extensão do envolvimento medular, e do tempo de desenvolvimento da lesão. Imagens de ressonância magnética de medula espinal em reconstrução sagital (sequência T1 à esquerda e T2 à direita) de paciente com tumor intramedular ao nível da terceira vértebra torácica Recém-nascido com mielomeningocele lombar Mecanismo do trauma raquimedular na ausência do apoio de cabeça veicular Se uma lesão atinge gravemente a medula espinal, ela pode determinar uma interrupção de todas as fibras nervosas descendentes e ascendentes no nível da lesão e abaixo dele. Dependendo do nível medular envolvido, diferentes funções podem estar comprometidas. Assim, uma lesão em nível medular C4 irá determinar a perda da sensibilidade e da função motora deste nível para baixo, incluindo o comprometimento da respiração, levando à necessidade de ventilação mecânica para o resto da vida do paciente. Já uma lesão mais inferior na medula espinal, no nível T6 por exemplo, apesar de comprometer a sensibilidade e a função motora deste nível medular para baixo, não irá interferir fortemente com o controle da musculatura da respiração, permitindo que o paciente respire sem a necessidade de assistência mecânica. Medula espinal e seus envoltórios Estudo dirigido Medula espinal 1. A medula espinal está envolvida em variadas funções, tais como controle dos ______________ do corpo, regulação de funções ____________, processamento de informações ________________dos membros, tronco e órgãos internos, e na condução do fluxo de informações ____________ e ________________ ao encéfalo (tratos ascendentes e descendentes). 2. Ocupa o ___________ ___________, no interior da coluna vertebral, que lhe confere sustentação e proteção. Estende-se do forame __________, superiormente, até a ______________ ou _____________ vértebra _________, inferiormente. 3. Superiormente, continua com o ____________, no tronco encefálico. 4. Como o canal vertebral estende-se até o sacro (S2), existe um espaço dentro deste canal sem medula espinal (mas com raízes nervosas e líquor), entre a L1 ou L2 e S2, denominado ____________ lombar. 5. As estruturas que marcam o limite superior da medula espinal são a ______________ das pirâmides, a emergência da ____________ raiz cervical, e a borda do forame ____________. 6. A extremidade inferior da medula espinal afila-se gradualmente no __________ medular. 7. Nomeie as estruturas apontadas: 8. A raiz posterior da medula espinal contém o ___________ sensitivo. 9. O nervo espinal é formado pela junção das raízes posteriores e anteriores, ou tronco do nervo espinal. As raízes anteriores contêm fibras exclusivamente ______________, enquanto as raízes posteriores contêm fibras nervosas exclusivamente _____________. O tronco do nervo espinal é misto, pois contém tanto fibras _______________, quanto fibras ____________, o tronco divide-se em _________ _________ e ____________ do nervo espinal, também misto. 10. A área de pele inervada por uma raiz dorsal (sensitiva) é denominada _______________, enquanto o grupo de músculos inervados a partir de um único segmento medular é chamado ________________. 11. A medula espinal é envolvida por membranas conjuntivas denominadas ____________. 12. A _____________ mais interna é a _______________. Ela está aderida ao tecido nervoso e acompanha suas saliências e depressões, mas também envia projeções que ajudam a manter a medula espinal estável dentro do canal vertebral. Estas projeções são os ligamentos _______________ e o ________________ ____________. 13. Ao redor da medula espinal, os espaços reais, relacionados às meninges, são o espaço ______________ e o espaço ________________. 14. A medula espinal recebe irrigação pelas duas artérias ___________ _____________ e pela artéria ____________ _______________, além das artérias __________________, ramos de artérias segmentares. 15. Na medula espinal, a substância cinzenta é mais central, distribuída nos _______ ou _________. As _________________ são regiões alargadas da medula espinal que corresponde aos locais onde existe um número aumentado de neurônios para sensibilidade e inervação motora dos membros, ou seja, para a formação dos plexos nervosos. 16. Na medula espinal, a substância branca, disposta na periferia, aumenta de _________ para_________, e está disposta nos _____________. 17. Entre os segmentos medulares de T1 a L2, a substância cinzenta da medula apresenta também a coluna _____________, pertencente ao sistema nervoso autônomo, divisão______________. 18. O funículo posterior da medula espinal, do nível T6 para cima, é subdividido em fascículos _________ e ________________. 19. Identifique os níveis de corte da medula espinal: 20. O padrão involuntário de resposta a um estímulo sensitivo é chamado _____________. _____________ _____________ _____________ _____________ Organização anatômica e funcional do tronco encefálico. Tronco encefálico – Objetivos de aprendizagem: •Descrever a estrutura anatômica macroscópica de superfície do tronco encefálico •Estudar e compreender a anatomia seccional do tronco encefálico. •Estudar a função das diferentes estruturas do tronco encefálico. •Estudar os nervos e núcleos de nervos cranianos tronculares e conhecer suas funções. •Associar os conhecimentos anátomo-funcionais com as possíveis lesões que podem acometer o tronco encefálico. O tronco encefálico corresponde ao segmento do sistema nervoso central entre a medula espinal e o cérebro, e subdivide-se, de caudal para cranial, em bulbo, ponte e mesencéfalo. Situa-se sobre a parte basilar do osso occipital, denominada clivo, é conectado ao cerebelo e sua face posterior é amplamente coberta por ele. Por ele passam tratos aferentes e eferentes entre encéfalo e medula espinal, mas também contém tratos que começam e terminam em núcleos do próprio tronco encefálico. Nele têm origem e terminação muitos nervos cranianos (contém núcleos dos nervos cranianos de III a XII). Também abriga centros de controle de funções vitais. mesencéfalo ponte bulbo Corte sagital da cabeça clivo (parte basilar do osso occipital) Os limites visíveis entre os segmentos do tronco encefálico são: o limite inferior do tronco encefálico, entre o bulbo e a medula espinal, é marcado pela emergência da primeira raiz cervical (na medula espinal), pela borda óssea do forame magno (osso occipital), e pela decussação das pirâmides (na porção mais caudal do bulbo). o limite entre o bulbo e a ponte apresenta um sulco bem demarcado, o sulco bulbopontino, visualizado na face anterior do tronco encefálico. o limite superior do tronco encefálico, entre o mesencéfalo e o diencéfalo, apesar de não ser muito bem marcado ou regular, é determinado quando se traça um plano horizontal passando pelos corpos mamilares (estruturas diencefálicas), anterior ao mesencéfalo, até a comissura posterior, posterior ao mesencéfalo. Corpo mamilar Comissura posterior Corte sagital da cabeça Vista medial Vista anterior Corpo mamilar Sulco bulbopontino Decussação das pirâmides Mesencéfalo Ponte Bulbo Decussação das pirâmides Primeira raiz cervical Sulco bulbopontino Face inferior do encéfalo (face anterior do tronco encefálico) A face posterior do tronco encefálico é recoberta pelo cerebelo. A retirada do cerebelo expõe o assoalho do IVº ventrículo, localizado na face posterior da ponte e da porção cranial do bulbo. O assoalho do quarto ventrículo, por apresentar uma forma de losango, também é chamada de fossa rombóide. O cerebelo prende-se ao tronco encefálico através de três pares de conjuntos de fibras nervosas denominados pedúnculos cerebelares. Vista posterior Parte do cerebelo retirada Vista posterior Cerebelo retirado com exposição do assoalho do quarto ventrículo Vista lateral do tronco encefálico e cerebelo O bulbo possui uma porção caudal muito semelhante à medula espinal, que é também chamada de fechada, em oposição à metade cranial do bulbo que é aberta dorsalmente no quarto ventrículo. Na porção fechada do bulbo (bulbo caudal), em sua face posterior, destacam-se duas elevações longitudinais paralelas, de cada lado do sulco mediano posterior, denominadas fascículos grácil (medial) e cuneiforme (lateral). Entre esses dois fascículos, observa-se um sulco intermédio posterior. Cada fascículo termina superiormente em um tubérculo: o fascículo grácil termina no tubérculo grácil (G), e o fascículo cuneiforme no tubérculo cuneiforme (C). Os tubérculos correspondem às saliências dos núcleos grácil e cuneiforme. Lateralmente ao IV° ventrículo, o pedúnculo cerebelar inferior (I), ou corpo restiforme, pode ser identificado. Face posterior do tronco encefálico Cerebelo retirado Bulbo caudal (fechado) Bulbo cranial (aberto para o quarto ventrículo) I G C Em sua face anterior, o bulbo apresenta duas elevações longitudinais denominadas pirâmides bulbares, que são separadas na linha mediana pela fissura mediana anterior. Esta fissura termina no forame cego, na sua junção com o sulco bulbo- pontino. No limite inferior do bulbo, pode ser observada a decussação das pirâmides. Lateralmente à pirâmide bulbar, no bulbo cranial, destaca-se outra elevação, esta ovalada, denominada oliva bulbar. Entre a oliva e a pirâmide bulbar existe um sulco lateral anterior, onde pode ser vista a emergência do nervo hipoglosso (XII par). Posteriormente à oliva bulbar, existe a emergência dos nervos cranianos glossofaríngeo (IX par), vago (X par) e acessório (XI par) (de cranial para caudal). Face anterior do tronco encefálico Sulco bulbo- pontino Forame cego Pirâmide bulbar Nervo hipoglosso Fissura mediana anterior Decussação das pirâmidesSulco lateral anterior Oliva bulbar Nervo acessório Nervo vago Nervo glossofaríngeo A ponte, em sua face posterior, é também aberta para o quarto ventrículo. O assoalho do quarto ventrículo está, portanto, na face posterior da ponte e da metade cranial do bulbo. Um grosso conjunto de fibras pode ser visto lateralmente, e corresponde ao pedúnculo cerebelar médio (M), ou braço da ponte. M Face posterior do tronco encefálico Cerebelo retirado Já na sua face anterior, a ponte apresenta as fibras transversas da ponte, que convergem de cada lado para formar o pedúnculo cerebelar médio, ou braço da ponte. Percorrendo a linha média da ponte, existe um sulco raso que aloja a artéria basilar, o sulco basilar. Na face anterolateral, de cada lado, entre o pedúnculo cerebelar médio e a face ventral da ponte, emerge o nervo trigêmeo. No sulco bulbo-pontino, emergem, em ordem médio-lateral, os nervos abducente, facial e vestibulococlear. Face anterior do tronco encefálico Nervo abducente Sulco bilbo- pontino Pedúnculo cerebelar médio Nervo facial Nervo vestibulococlear Nervo trigêmeo Sulco basilar Face inferior do encéfalo Ponte -área vestibular (área triangular, lateral ao sulco limitante) e estrias medulares (saliências como delgadas cordas que cruzam a eminência medial e a área vestibular de cada lado) -fóveas (pequenas depressões no trajeto do sulco limitante) -trígonos do hipoglosso e do vago (correspondem às saliências dos núcleos do hipoglosso e dorsal do vago, respectivamente) -óbex (pequena lâmina triangular no limite inferior do assoalho do quarto ventrículo) -recessos laterais (prolongamentos da cavidade do quarto ventrículo, situados na superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. Comunica-se de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das duas aberturas laterais do IV° ventrículo As paredes laterais do quarto ventrículo são compostas pelos tubérculos grácil e cuneiforme, e pedúnculos cerebelares. Face posterior do tronco encefálico – cerebelo retirado O assoalho do quarto ventrículo apresenta várias estruturas relevantes, como: -sulco mediano -eminência medial (saliências paralelas ao sulco mediano, de cada lado dele) -sulco limitante (sulco raso, lateral à eminência medial) -colículo facial (região mais alargada e arredondada, na porção central da eminência medial. Corresponde internamente às fibras do facial que contornam o núcleo do nervo abducente) O quarto ventrículo apresenta comunicações com o espaço subaracnóide através de 3 aberturas, duas laterais e uma posterior. Aberturas laterais do quarto ventrículo são os forames laterais (ou de Luschka),enquanto a abertura mediana posterior é o forame posterior (ou de Magendie). Superiormente, o quarto ventrículo recebe a abertura inferior do aqueduto do mesencéfalo. Face posterior do tronco encefálico forames laterais (de Luschka) Corte sagital mediano Aqueduto do mesencéfalo Forame posterior O teto do IV° ventrículo é composto por diversas estruturas: -véu medular superior -substância branca do nódulo (cerebelo) -véu medular inferior e tela corióide do IV° ventrículo Corte sagital mediano A face posterior do mesencéfalo é caracterizada pela presença de um conjunto de 4 elevações arredondadas, denominadas colículos. Os 4 colículos (2 inferiores e 2 superiores) são chamados, em conjunto, lâmina quadrigêmea ou teto mesencefálico. De cada colículo partem os braços dos colículos (braços dos colículos inferiores e braços dos colículos superiores). Logo abaixo dos colículos inferiores, podem ser vistas as emergências dos nervos trocleares, e também os pedúnculos cerebelares superiores (S), conjunto par de fibras que conectam o mesencéfalo ao cerebelo, também chamado de braço conjuntivo. Face posterior S Nervo troclear Colículo inferior Colículo superior Braço do colículo inferior Braço do colículo superior Na sua face anterior, o mesencéfalo apresenta dois grossos conjuntos de fibras de trajetória ligeiramente oblíqua, denominados pedúnculos cerebrais. Entre os pedúnculos cerebrais existe uma depressão chamada de fossa interpeduncular, cujo assoalho é multiperfurado e denominado substância perfurada posterior. Da fossa interpeduncular, emerge o nervo oculomotor. Face anterior Pedúnculo cerebral Fossa interpeduncular, com substância perfurada posterior Nervo oculomotor Cortes transversais em diferentes segmentos do tronco encefálico exibem características e estruturas particulares. Assim, um corte no bulbo caudal (fechado) mostra uma estrutura interna semelhante a um corte de medula espinal. Entretanto, um corte no bulbo cranial (aberto posteriormente para o IV° ventrículo), apresenta estrutura pouco parecida com a medula espinal. Quanto mais “subimos” no neuroeixo, mais a estrutura interna do tronco encefálico se distancia da estrutura da medula espinal. Medula espinal cervical Bulbo caudal Bulbo caudal Bulbo cranial Ponte Ponte Istmo pontino Mesencéfalo caudal Mesencéfalo cranial Bulbo caudal Anterior O bulbo caudal apresenta tanto sua estrutura externa quanto sua estrutura interna muito semelhantes à medula espinal. Caracteristicamente, o corte transversal do bulbo mais caudal passa pela decussação das pirâmides, local de cruzamento das fibras do trato corticospinal (as fibras em seu trajeto descendente pelas pirâmides bulbares cruzam a linha média e vão ocupar o funículo lateral da medula espinal). Bulbo caudal Anterior Pouco mais acima, ainda no bulbo caudal (fechado), uma outra decussação pode ser identificada, a decussação sensitiva. Essas fibras correspondem aos axônios de neurônios localizados nos núcleos grácil e cuneiforme (segundo neurônio da via do tato fino e propriocepção) contornam a substância cinzenta ao redor do canal central como fibras arqueadas, e cruzam a linha média para se juntar no lemnisco medial, de cada lado da linha média. Bulbo cranial Anterior IV° vent. No bulbo cranial (porção aberta para o quarto ventrículo) pode ser visualizado o complexo olivar inferior, um conjunto de núcleos, internamente à saliência da oliva bulbar. Ponte (joelho do facial) Anterior A porção mais ventral (anterior) da ponte apresenta as fibras transversas dispostas horizontalmente. Mais abaixo da superfície, vários feixes de fibras cortados transversalmente se destacam: os tratos corticoespinal e corticobulbar. Já a porção mais dorsal da ponte, denominada tegmento pontino, apresenta um grande número de núcleos, além de vários conjuntos de fibras nervosas. Esse nível de corte passa pelo colículo facial, uma saliência arredondada na eminência medial (observada no assoalho do quarto ventrículo) que corresponde internamente ao contorno de fibras do nervo facial em torno do núcleo do abducente (joelho interno do facial). Ponte Anterior Aqui está um corte transversal da ponte, pouco acima do corte anterior (acima do colículo do facial). Neste corte, os núcleos principal e motor do nervo trigêmeo podem ser observados. Istmo pontino Anterior O istmo pontino corresponde à porção mais cranial da ponte, muito próxima de sua junção com o mesencéfalo caudal. Mesencéfalo caudal Anterior O chamado mesencéfalo caudal corresponde à porção mais inferior deste segmento do tronco encefálico. Um corte transversal nesta região passa pelo colículo interior e pelo núcleo do nervo troclear. A decussação do pedúnculo cerebelar superior também pode ser observada. Mesencéfalo cranial Anterior Já o mesencéfalo cranial corresponde à porção mais superior deste segmento do tronco encefálico, e continua-se cranialmente com o diencéfalo. Um corte transversal no mesencéfalo cranial passa pelo colículo superior e pelo núcleo do nervo oculomotor. Os núcleos rubros também são identificados. Corte transversal do mesencéfalo cranial Aqueduto do mesencéfalo Teto Pedúnculo cerebral Fossa interpeduncular Colículo superior Tegmento do mesencéfalo Base ou pilar do pedúnculo cerebral Se traçarmos um plano vertical passando pelo aqueduto, iremos dividir o mesencéfalo cranial em teto, posterior, e pedúnculo cerebral, anterior. Um plano vertical passando pela substância negra irá dividir o pedúnculo cerebral em tegmento, medial e posterior, e base ou pilar, anterior e lateral. Nervos cranianos: São 12 os pares de nervos cranianos, numerados segundo sua sequência craniocaudal, mas somente os nervos numerados de III a XII são tronculares. Embora sejam denominados nervos cranianos, dois deles, o vago (X) e o acessório (XI), inervam também a região do pescoço e as vísceras torácicas e abdominais. Diferem dos nervos espinais em vários aspectos, mas dois se destacam: os nervos cranianos estão relacionados a funções específicas e o número de modalidades funcionais é maior. Além disso, alguns nervos cranianos apresentam mais de um núcleo associado e alguns núcleos são compartilhados por mais de um nervo craniano. Os nervos cranianos tronculares emergem ventralmente do tronco encefálico, com exceção do nervo troclear (IV par) que emerge dorsalmente, imediatamente abaixo do colículo inferior. Face anterior do tronco encefálico Face lateral do tronco encefálico Nervos cranianos: Observar os 12 os pares de nervos cranianos, numerados segundo sua sequência craniocaudal, incluindo os nervos numerados de III a XII, que estão relacionados com o tronco encefálico. Os nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X) inervam também a região do pescoço e as vísceras torácicas e abdominais. Nervos cranianos estão relacionados a funções específicas, e alguns têm funções variadas e território de inervação que pode ser extenso. Podem ser exclusivamente sensitivos, como os nervos olfatório, óptico e vestibulococlear, exclusivamente motores, como os nervos oculomotor, troclear, abducente, acessório e hipoglosso, e mistos, como os nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago. Tronco Encefálico - núcleos de nervos cranianos: sensoriaismotores Os nervos cranianos tronculares apresentam um ou mais núcleos no tronco encefálico. Os núcleos dos nervos cranianos podem apresentar diferentes componentes funcionais, como aferentes para sensibilidade geral da cabeça (tato, pressão, dor, temperatura: nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago), para sensibilidade especial (audição e equilíbrio: nervo vestibulococlear) e aferentes viscerais, como gustação (nervos facial, glossofaríngeo e vago), mas também eferentes somíticos (nervos oculomotor, troclear, abducente e hipoglosso), eferentes branquioméricos (nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo, vago e raiz craniana do acessório), e eferentes autonômicos parassimpáticos (nervos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago). O desenvolvimentoembriológico explica os componentes funcionais dos núcleos dos nervos cranianos e seu posicionamento dentro do tronco encefálico. D Nervo Componentes Estruturas inervadas Funções Olfatório Sensitivas viscerais especiais Epitélio olfatório Olfação Óptico Sensitivas especiais Retina Visão Oculomotor Motoras Musculatura extrínseca do olho e músculo levantador da pálpebra Movimentos do bulbo do olho Parassimpáticas músculos esfíncter da pupila e ciliar (gânglio ciliar) Contricção pupilar e acomodação visual Troclear Motoras Músculo oblíquo superior Movimento do bulbo do olho Nervo Componentes Estruturas inervadas Funções Trigêmeo Sensitivas gerais Face, couro cabeludo, córnea, cavidades nasal e oral, dura- máter craniana Sensibilidade geral Motoras branquioméricas Músculos da mastigação, tensor do tímpano, tensor do véu palatino, milo-hióideo e ventre anterior do digástrico Mastigação e tensão da membrana timpânica Abducente Motoras Músculo reto lateral Movimento do bulbo do olho Facial Sensitivas viscerais especiais 2/3 anteriores da língua Gustação Sensitivas gerais Pele da orelha externa Sensibilidade geral Motoras branquioméricas Músculos da expressão facial e estapédio Movimento facial e tensão nos ossos da orelha média Parassímpáticas Glândulas salivares e lacrimais (gânglios submandibular e pteriopalatino) Salivação e lacrimejamento Nervo Componentes Estruturas inervadas Funções Vestibulococlear Sensitivas especiais Aparelho vestibular e cóclea Sensação de movimento e posição da cabeça e audição Glossofaríngeo Sensitivas gerais Pele da orelha externa Sensibilidade geral Sensitivas viscerais especiais e gerais 1/3 posterior da língua, corpo carótico e seio carótico, faringe, tuba auditiva, orelha média Gustação, químio e barorrecepção, sensibilidade visceral Motoras branquioméricas Músculos da faringe Deglutição Parassímpáticas Glândula parótida (gânglio ótico) Salivação Nervo Componentes Estruturas inervadas Funções Vago Sensitivas gerais Pele da orelha externa e meninges Sensibilidade geral Sensitivas viscerais gerais e especiais Faringe, laringe, esôfago, corpos aórticos, arco da aorta, vísceras abdominais e torácicas, botôes gustatórios da cavidade oral posterior e laringe Químio e barorrecepção e sensibilidade visceral, e gustação Motoras branquioméricas Palato mole, faringe, laringe e parte superior do esôfago Fala e deglutição Parassimpáticas Vísceras torácicas e abdominais (gânglios autônomos periféricos) Controle do sistema cardiovascular e tratos respiratório e gastrintestinal Acessório Motoras Músculos esternocleidomastóideo e trapézio Movimento da cabeça e do ombro Hipoglosso Motoras Músculos extrínsecos e intrínsecos da língua Movimento da língua O tronco encefálico possui ainda, em toda a sua extensão, uma matriz complexa de neurônios, denominada formação reticular, que contem importantes centros e núcleos envolvidos em funções vitais, na manutenção do estado de vigília, na reação à dor, nos ritmos do sono, entre outras funções. Destacam-se: Centros respiratório e cardiovascular (bulbo) Tratos reticuloespinais (bulbo e ponte): tônus muscular e postura Sistema reticular ativador: ativação do córtex cerebral e despertar Núcleos da rafe (serotonina): sono, mecanismos nociceptivos Locus ceruleus (tegmento do mesencéfalo e da ponte) (neurônios noradrenérgicos): regulação do sono (REM) Pode-se dividir a formação reticular em 4 colunas ou grupos longitudinais: da rafe, paramediana, medial e lateral. Dois sistemas de neurotransmissores estão definidos: Sistema colinérgico: Papel na vigília e no movimento (movimentos deambulatórios coordenados). Sistema monoaminérgico Foram identificados 4 tipos de neurônios monoaminéricos na FR: dopamina: Papel no controle motor, no sistema límbico e na cognição. noradrenalina: Influencia a atenção, o estado de sono- vigília, funções autonômicas e o humor. adrenalina. serotonina: Papel em vários distúrbios psiquiátricos e no sono. Apesar de ocupar um volume relativamente pequeno dentro de todo o encéfalo, o tronco encefálico apresenta, como foi visto, um considerável número de núcleos e tratos nervosos, envolvidos em variadas funções. Assim, mesmo uma pequena lesão em qualquer dos segmentos tronculares pode produzir manifestações neurológicas bastante exuberantes, por vezes fatais. Corte axial (horizontal) de tomografia computadorizada simples (sem contraste) de crânio de paciente com acidente vascular hemorrágico em tronco encefálico (pontino). Fotografia em corte coronal (frontal) (exame necroscópico) de encéfalo exibindo inúmeros focos de hemorragia em tronco encefálico, muitos deles coalescentes. Tronco encefálico Estudo dirigido Tronco encefálico 1. O tronco encefálico está localizado na fossa ______________ do crânio. Ele é contínuo com o _________________, superiormente, e com a __________________________, inferiormente. 2. A continuidade do tronco encefálico é possível devido à presença de uma abertura no osso occipital, o forame ____________, inferiormente, e da abertura na tenda do cerebelo, a ________________ do ______________, superiormente. 3. O tronco encefálico é dividido em ______________, ______________ e _______________, de inferior para superior. 4. O tronco encefálico contém núcleos associados aos ___________ cranianos, do _______ ao XII. 5. A divisão mais ___________ do tronco encefálico, o __________, contém os núcleos dos nervos cranianos VIII, IX, X, XI e XII. 6. A divisão intermediária do tronco encefálico, a _____________, contém os núcleos dos nervos cranianos ____, ____ e ______. 7. A divisão mais _________ do tronco encefálico, o _____________, contém os núcleos dos nervos cranianos III e IV. 8. Associe os nomes dos nervos cranianos tronculares à sua numeração: III _____________________ IV _____________________ V ______________________ VI ______________________ VII ______________________ VIII _______________________ IX ________________________ X _______________________ XI _______________________ XII _____________________ 9. O cerebelo cobre a face posterior do tronco encefálico. Três espessos pares de fibras conectam o cerebelo ao tronco encefálico: os ________________ cerebelares _____________, __________ e ______________. 10. O segmento mais caudal do tronco encefálico, o __________, apresenta uma porção inferior _________ e uma porção superior __________ para o quarto ventrículo. 11. Na sua face anterior, o bulbo apresenta duas elevações longitudinais denominadas ___________ __________, que são separadas na linha mediana pela fissura ___________ ____________. 12. A fissura mediana anterior termina superiormente no forame ________. 13. No limite inferior do bulbo, pode ser observada a ____________ das ___________. 14. Lateralmente à ____________ bulbar, no bulbo cranial, destaca-se outra elevação, esta ovalada, denominada _________ _________. 15. Entre a ________ e a ____________ bulbar, no sulco lateral anterior, pode ser vista a emergência do nervo _________________. 16. Posteriormente à oliva bulbar, existe a emergência dos nervos cranianos ______________, _____________ e ______________ (de cranial para caudal). 17. Na porção __________ do bulbo (bulbo caudal), em sua face posterior, destacam-se duas elevações longitudinais paralelas, de cada lado do sulco mediano posterior, denominadas fascículos ________ (medial) e _______________ (lateral). Entre esses dois fascículos, observa-se um sulco ________________ posterior. 18. Identifique a estrutura apontada do ___________ caudal: 19. Cada fascículo termina superiormente em um tubérculo: o fascículo ___________ termina no tubérculo ___________, e o fascículo _____________ no tubérculo _________________. 20. O bulbo é conectado ao ____________ pelo ____________ cerebelar _________. 21. Identifique as estruturas apontadas do__________ caudal (esta figura representa um corte realizado pouco acima do corte da figura anterior): 22. Identifique as estruturas apontadas do __________ cranial: 23. A ponte, em sua face posterior, é também aberta para o ________ ____________. 24. O assoalho do quarto ventrículo está, portanto, na face posterior da __________ e da metade cranial do ___________. 25. Um grosso conjunto de fibras pode ser visto lateralmente à ponte, e corresponde ao pedúnculo ____________ __________. 26. Na sua face anterior, a ponte apresenta as fibras ______________ da ponte, que convergem de cada lado para formar o pedúnculo ______________ _________. 27. Percorrendo a linha média da ponte, existe um sulco raso que aloja a artéria basilar, o __________ _________. 28. Na face anterolateral da ponte, de cada lado, entre o pedúnculo cerebelar ________ e a face ventral, emerge o nervo ___________. 29. Entre a ponte e o bulbo cranial, na face anterior, encontra-se o sulco ____________. 30. No sulco _______________emergem, em ordem médio-lateral, os nervos __________, facial e ______________________. 31. No assoalho do IV ventrículo destaca-se o sulco __________. Lateralmente a este sulco, de cada lado, encontra-se a saliência da ___________ ________. Lateralmente a esta saliência, encontra-se outro sulco, o ________ ______________. 32. Na extremidade lateral do assoalho do IV ventrículo distingue-se uma área triangular denominada ________ __________, atravessada pelas ________ medulares do IV ventrículo. 33. O quarto ventrículo apresenta comunicações com o espaço subaracnóideo através de 3 aberturas, duas laterais, os _________ __________ (de Luschka) e uma posterior, o _________ __________ (de Magendie). 34. O teto do IVº ventrículo é composto por diversas estruturas: o véu ___________ __________, a substância branca do __________ do cerebelo, o véu ___________ _____________ e a tela ___________ do IV ventrículo. 35. A face posterior do mesencéfalo é caracterizada pela presença de um conjunto de 4 elevações arredondadas, denominadas ______________. Os 4 ______________ (2 inferiores e 2 superiores) são chamados, em conjunto, lâmina _________________ ou ________ mesencefálico. De cada ___________ partem os ________ dos _____________(inferiores e superiores). 36. Logo abaixo dos _____________ inferiores, podem ser vista a emergência do nervo _______________, e também os pedúnculos _____________ ________________, que conecta o mesencéfalo ao cerebelo. 37. Na sua face anterior, o mesencéfalo apresenta dois grossos conjuntos de fibras de trajetória ligeiramente oblíqua, denominados _______________ _______________. 38. Entre os ____________ _____________ existe uma depressão chamada de fossa interpeduncular, cujo assoalho é multiperfurado e denominado substância _____________ ____________. 39. Da fossa ___________________, emerge o nervo __________________. 40. Identifique as estruturas do ______________ cranial: 41. O tronco encefálico contém ainda uma complexa matriz de neurônios e fibras nervosas denominada _________________ _______________. Nela estão contidos importantes núcleos e centros nervosos, tais como os centros respiratório e ___________________, no bulbo, os núcleos da _________, envolvidos no controle do sono e em mecanismos de nocicepção, o locus ___________, também envolvido no sono, o sistema reticular ___________, importante para ativação cortical e despertar. A formação ____________ também é sede de origem dos tratos _______________, envolvidos no controle da ____________ e do tônus muscular. 42. Pode-se dividir a ________________ ___________ em 4 colunas ou grupos nucleares longitudinais: da rafe, ______________, medial e ___________. 43. Dois sistemas de neurotransmissores da formação ___________ estão definidos: colinérgico e ____________________. Organização anatômica e funcional do cerebelo. Cerebelo – Objetivos de aprendizagem: • Descrever a estrutura anatômica macroscópica e microscópica do cerebelo. • Estudar as divisões anatômicas e funcionais do cerebelo. • Estudar e compreender as aferências, a circuitaria intrínseca e as eferências cerebelares. O cerebelo exerce um importante papel no controle da postura e dos movimentos voluntários, com participação no sequenciamento das atividades motoras. Além disso, ajuda a controlar a interação entre grupos musculares agonistas e antagonistas. Existem evidências de que também estaria envolvido em funções cognitivas e com a emoção. Situa-se na fossa posterior do crânio, juntamente com o tronco encefálico, e é recoberto superiormente pela tenda do cerebelo. Localiza-se posteriormente ao IV° ventrículo, à ponte e ao bulbo cranial. Consiste em dois hemisférios cerebelares, unidos por um verme mediano, estreito. É conectado ao tronco encefálico por três feixes pares, simétricos, de fibras nervosas chamados de pedúnculos cerebelares (superior, médio e inferior). Sua superfície não é lisa mas ampliada em várias dobras, denominadas folhas do cerebelo, separadas entre si por sulcos. Sulcos mais profundos são chamados fissuras, e são mais constantes. Face superior Vista anterior Verme Verme Hemisfério Hemisfério Pedúnculo cerebelar superior Pedúnculo cerebelar inferior Pedúnculo cerebelar médio Corte sagital - Vista medial Cerebelo (verme) A face superior do cerebelo encontra-se diretamente abaixo da tenda do cerebelo e é aplainada, enquanto a face inferior é arredondada. É na face inferior que o verme tem seus limites laterais mais marcados. Duas grandes fissuras transversais dividem o cerebelo em 3 lobos (divisão anatômica). A fissura primária (ou prima) cursa na superfície dorsal (superior) do cerebelo, separando-o em lobo anterior e posterior. Na superfície superior também pode ser identificada a fissura póstero-superior, no limite estre a face superior e inferior, a fissura horizontal é vista. Na superfície ventral, observa-se a fissura posterolateral, que separa o lobo posterior do pequeno lobo floculonodular. Na extremidade anterior do cerebelo existe uma endentação chamada incisura, e na extremidade posterior outra endentação, mais estreita e profunda, denominada incisura posterior. Vista superior Incisura anterior Incisura posterior Fissura prima Fissura horizontal Fissura póstero- superior Vista anterior Fissura póstero-lateral Flóculo Nódulo Tonsila Duas grandes fissuras transversais dividem o cerebelo em 3 lobos (divisão anatômica). A fissura primária cursa na superfície dorsal (superior) do cerebelo, separando-o em lobos anterior e posterior. Na superfície ventral, observa-se a fissura póstero-lateral, que separa o lobo posterior do pequeno lobo floculonodular. Lobo anterior Lobo posterior Lobo floculonodular Além da divisão nos 3 lobos, o cerebelo é ainda dividido, também por fissuras, em lóbulos menores (tanto o verme quanto os hemisférios). Os nomes dessas divisões variam de acordo com autores. Desenho ilustrativo de uma vista dorsal aplainada do cerebelo Vista medial de corte sagital, passando pelo verme cerebelar Verme Hemisférios Língula Lóbulo central Asa do lob. central Cúlmen Quadrangular anterior Declive Quadrangular posterior Folium Semilunar superior Tuber Semilunar inferior Pirâmide Biventre Úvula Tonsila nódulo Flóculo Fissuras Pré-central Pré-culminar Prima Pós-clival Horizontal Pré-piramidal Pós-piramidal Póstero-lateral Existe correspondência entre a divisão do verme e dos hemisférios cerebelares. Essas divisões são separadas por fissuras, como pode ser visto no quadro ao lado. O cerebelo é conectado ao tronco encefálico através de três pares de feixes de fibras nervosas, denominados pedúnculos cerebelares. O pedúnculo cerebelar superior, ou braço conjuntivo, está conectado ao mesencéfalo e contém, quase exclusivamente, fibras eferentes cerebelares; já o pedúnculo cerebelar médio, ou braço da ponte, contém fibras aferente cerebelares; enquanto o pedúnculo cerebelar inferior, ou corpo restiforme, está
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