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Importância da Família na Saúde e Desenvolvimento

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genograma
 → O que é família: Família é um conjunto de pessoas ligadas com a classe de parentesco, com dependência domestica ou residentes na mesma unidade domiciliar. Ou uma pessoa que mora só em uma unidade domiciliar. Então, a presença de uma dessas condições (parentesco, dependência domestica ou norma de convivência) caracterizam uma família, não necessariamente a gente chama de família o laco de sangue ou o laco oficial em registro civil. Família é qualquer uma dessas 3 condições ou as 3 ao mesmo tempo. As relações familiares são objetos de estudo, pois a gente está entendendo a família como um objeto complexo. Na abordagem centrada na pessoa a gente tinha a abordagem de contexto, e dentro dessa abordagem a gente tinha como interesse a questão da abordagem familiar, porque a gente disse que a família pode modificar uma experiência de saúde. Então, a família pode otimizar o processo de enfrentamento das questões de saúde ou ela pode complicar esse processo. A gente tem famílias que se organizam em torno de uma pessoa que tem uma demanda de saúde no sentido de dar suporte, apoio, de resolver questões, assumir tarefas que a pessoa se vê impedida naquele momento, como a gente tem família que se desorganiza completamente quando um membro acaba sofrendo alguma alteração de saúde, precisa de um tratamento, cirurgia, ou deixa de cumprir uma função social que ele tenha uma atribuição dentro daquela família. 
 → Por que a gente estuda a família? Pois é um sistema que vai interagir. A mudança de estado, em especial, de saúde, acontece dentro de um conjunto familiar, isso vai interferir de forma mais impactante em todos os membros da família. Por exemplo: o pai sofreu um acidente, fica afastado do trabalho, precisa de uma cirurgia e de cuidados. Isso tem impacto na mulher, nos filhos, na questão financeira, na organização do ambiente doméstico, no tempo que os outros membros da família vão poder estar juntos, então, uma nova ordem se instala dentro dessa família. A ideia de se estudar a família é pensar quais são as funções dessa família. Existem duas funções básicas: assegurar sobrevivência aos membros e ajudar a modelar as qualidades humanas. Dentro da família existe a necessidade de que seja garantido o pleno desenvolvimento dos indivíduos, isso significa pensar nas necessidades sociais, necessidades afetivas, intelectuais e biológicas, e todos os membros interferem com todos os outros membros. Então, muitas vezes você está na semana de prova da faculdade, por exemplo, talvez você precise que a sua família se organize de um jeito de entender que você não vai poder ir pra casa, ou, se você mora com a sua família, de entender que naquele momento a sua disponibilidade está limitada, que naquele momento você requer de uma forma diferente de atenção, que você pode estar com seu humor, sua disposição alterados, etc. Então, garantir esse pleno desenvolvimento se refere a qualquer etapa da vida. Claro que em um momento inicial isso tem um impacto ainda mais importante, pois você está falando com alguém que é dependente. Como a inserção de uma criança em um ambiente escolar, o desenvolvimento motor, intelectual dela, isso tem uma dependência muito forte da família, que são os cuidadores primários. A escola vem como um segundo ambiente que se insere na vida de um indivíduo da sua trajetória. Todas essas questões se referem ao longo do nosso ciclo de vida, não é especifico da criança, isso faz parte do processo de vida em família.
 Então, dentro dessas funções primarias básicas, criar os filhos até a idade adulta e proporcionar um espaço de troca de cuidados e afetos. Essa forma de segmentar o cuidado e o afeto, é decisiva para o nosso desenvolvimento físico, intelectual, emocional, inclusive pra forma como a gente desenvolve o nosso auto-cuidado, a forma como a gente entende as questões de sobrevivência, de segurança, de necessidades básicas, e também a forma como a gente começa a estabelecer as nossas relações sociais e afetivas com o mundo lá fora. Então, a família é esse campo. A forma como a gente se relaciona com os outros criam na gente modelos de relacionamento. Modelos que a gente pode seguir ou rejeitar. E a partir da combinação de todas essas formas de relação a gente desenvolve o nosso próprio jeito de se relacionar, e também nosso próprio jeito de se cuidar, as crenças, etc. Criar os filhos até a idade adulta vai variar de geração pra geração. A gente tem gerações de pessoas mais idosas aonde essa relação com a família era diferente. Aquele indivíduo desde muito cedo ainda na infância, foi visto como um membro da família que precisava trabalhar e trazer renda pra dentro de casa, aonde o estudo só era necessário ao ponto de aprender ler, escrever e fazer conta. Hoje a gente tem cada vez mais uma ideia de família que cria os filhos até a idade adulta, procurando inserir esses filhos no ambiente escolar, procurando proporcionar estudo, quanto mais estudo, mais adequada essa criação, então essas famílias se sacrificam de alguma maneira, pra que esses filhos possam estudar, etc. 
 Dentro das funções ampliadas da família, a gente entende que a garantia da subsistência de seus membros, se a família não pode arcar com isso, segundo a nossa legislação, é uma obrigação do estado, ele é um contexto distal, que quando a família se mostra de alguma maneira impossibilitada, ele precisa suprir algumas necessidades de subsistência. A função da família de identificação de grupos de pertencimento, que tem a ver com esses elementos culturais, passa pela espiritualidade, passa pela questão do trabalho, pela inserção socioeconômica, no ambiente escolar... A reprodução e desenvolvimento da sexualidade, que passa a ser algo muito debatido nos últimos tempos, principalmente quando se cria a possibilidade de se debater a ideologia de gênero em escola, a gente vê o quanto isso passa pela família e pela sociedade. Ela é pautada pela família. Quando a escola vem com essa proposta de ideologia de gênero, você vê o quanto a família interfere no desenvolvimento da sexualidade. Ela vai apoiar ou não isso. Segundo as suas crenças, o que ela considera correto, etc. 
 A criação ou recriação de campo afetivo no desenvolvimento das emoções de que maneira a família se organiza e se estrutura pra poder dar espaço para que as emoções sejam colocadas desde a infância ao longo de todo o processo de vida. Hoje em dia um campo bem discutido é um campo que discute depressão, o quadro depressivo é perfeitamente descrito pela medicina, mas não é incomum você ver pessoas que sofrem de quadros depressivos relatando a maneira como a família lida com isso. Uma família que nega essa depressão, ou uma família que a partir da existência de um quadro depressivo quer impor aquele individuo limitações, condições especificas de existir, de se relacionar, criando as vezes mais limitações do que o próprio quadro já cria dentro da sua sintomatologia. Então criar e recriar esse campo afetivo, esse desenvolvimento das emoções, passa por esse código que a família desenvolve do que merece atenção, o que não merece e como eu atuo frente as emoções, e pra promover esse desenvolvimento. Você deve ou não bater nos filhos? Você deve ou não deixar de castigo? Você deve ou não dialogar e negociar com eles? Todos esses conceitos são definidos pela própria família. Se você ver os conceitos com que você foi criado e comparar com os seus primos, você vai ver diferenças muito claras, pois tem a ver com esse código familiar que vai criar esse campo afetivo, permitir que essas emoções se evoluem de uma maneira ou de outra.
 Elaboração de sentimentos em diferentes momentos da vida, como que a gente lida com determinadas questões, como que uma morte é encarada, um nascimento, etc. Então, também tem uma identidade familiar e varia de um indivíduo para o outro.
 A maternagem de crianças pequenas, como ela se desenvolve, como ela se dá, qual a importância disso, de quem é essa atribuição, é uma atribuição exclusivamente feminina, da mãe, passapela avo, tias, etc. Tem um pediatra conhecido no rio que fala muito que a mulher de hoje em dia, de classe média, de um centro urbano, é sozinha, pois a mulher de uma classe mais popular, de uma cidade pequena, ela tem um filho, a família inteira se une em volta dessa mulher. Hoje em dia as famílias tendem a ser menores e as mulheres tendem a ser mais sozinhas, trabalhadoras, e esse cuidado é delegado a uma creche, a uma escola, por exemplo. Como ela se dá, como ela se distribui dentro da família...
 A educação familiar e a responsabilidade pelo acompanhamento pré-escolar e escolar das crianças e dos jovens, de que maneira isso é feito, de quem é essa responsabilidade... E a questão do conhecimento ético através da aquisição de valores sociais e culturais. Um momento em que isso é muito debatido na família hoje em dia é quando você tem a possibilidade de escolher uma escola pro seu filho. Quando você tem esse privilegio, você percebe que as famílias buscam escolas que tenham valores, perfis, que são aqueles que ela quer ver desenvolvido no seu filho. Isso quando existe a oportunidade de escolha. Esse é um momento em que você consegue perceber como que os valores familiares é valorizada pra receber e desenvolver aquele membro mais novo da família. 
 → Tipos de família: Família nuclear é aquela que a gente entende como os familiares com laços consanguíneos, com as suas diferenças, geralmente tem um casal e seus filhos, seria uma família tradicional. A família extensiva ou ampliada, tem mais de uma geração, podendo ter vínculos colaterais, com tios, primos, padrinhos, etc. E é muito interessante observar que pra cada um que você perguntar, a resposta vem de um jeito. As pessoas vão considerar só aquela família nuclear, vão incluir pessoas que não tem laços consanguíneos mas tem uma relação de proximidade muito forte, ou então vão falar de toda essa família nucleada, que possui um laco, uma referência, uma convivência muito expressiva. A família unitária, com uma única pessoa, um viúvo, sem filhos ou uma pessoa que não teve uma vida conjugal e não teve filhos, e ai já não tem mais os pais, etc. Para a questão do enfrentamento, da assistência de saúde, as vezes se torna muito complexa. A pessoa muito idosa, por exemplo, com a saúde comprometida, que tinha um evento de saúde muito grave e ela não poderia mais viver sozinha, e não tem com quem contar, nenhum familiar vivo, ninguém próximo, e você não pode simplesmente dar alta pra ela e manda-la embora. É ai onde entra o estado cumprindo o papel de cuidado e reorganização. Muitas delas acabam sendo institucionalizadas naquelas instituições de longa permanência para idosos. Então, a família unitária geralmente é um desafio para o sistema de saúde. 
 A família monoparental é um dos pais biológicos e o filho independente das relações externas ao núcleo. A família reconstituída, membros de uma família que em algum momento teve uma outra configuração, sofreu uma ruptura, e passou a ter um novo formato; as vezes a união de mais de uma família. A família instituição, quando a instituição onde foram criados, desenvolveram afetivamente a criança e ao adolescente; existem instituições que acabam assumindo esse papel na ausência da família. A família homoafetiva, união de pessoas do mesmo sexo, que constitui casal com ou sem filhos. E a família com constituição funcional, aquelas pessoas que moram juntas e desempenham papeis parentais com a criança e com o adolescente. E não necessariamente são as pessoas responsáveis por aquela criança e aquele adolescente. 
 → Genograma: A ideia é que você resuma em uma página o maior número de informações possíveis sobre a família daquele indivíduo que você assiste, que é o centro do cuidado. Inclui o passado hereditário e o risco relacionado aos membros atuais. Vai descrever problemas que parecem ter maior incidência numa família de natureza hereditária ou não, com alta hospitalar. E ajuda a comunicação do médico com o paciente. Um exemplo: você tem um paciente diabético, e ai você identifica que existe uma história familiar de diabetes, então, é uma coisa que tem alta incidência na família, que é um risco familiar. É um instrumento padronizado. As pessoas interessadas em visualizar esse genograma vão poder acompanhar a história dessa família e o relacionamento entre os membros. Então, todo mundo da equipe da atenção primaria precisa estar familiarizada com os códigos, pois se esse familiograma está disponível no prontuário do paciente, na ficha dele, é porque ele pode trazer informações relevantes.
 A ideia, nas características básicas, é você identificar a estrutura da família, o padrão de relacionamento, que doenças costumam ocorrer, de repetição, que conflitos podem interferir no processo de adoecer e qual a dinâmica familiar e as relações entre os membros. 
 As regras para a construção: usar a simbologia própria, preferencialmente retratar 3 gerações, pelo menos, nomes dos membros da família, idade ou ano de nascimento, representação das mortes com idade da morte ou data da morte e a sua causa, especificar doenças ou problemas significativos que mereçam atenção, e datas de casamentos e divórcios. Indicar os membros que vivem juntos na mesma casa; que relações familiares e vitais são mais significativas, que ai de repente entra relações que não envolvem laços de parentesco, um padrinho, um amigo muito próximo, alguém que tenha uma significância para aquela rotina. Primeiramente você faz do casal e dos filhos, identifica a fase do ciclo vital, qual o sistema familiar de origem, as possíveis estressores e as possíveis interpretações dos problemas encontrados.
 Para que ele serve? Você consegue fazer uma revisão rápida daquele contexto familiar olhando aquele mapeamento. Quem vive junto, se morreu alguém, se teve algum acidente, se tem relações de conflito ou não... Avaliar de que maneira essa família pode ser compreendida, e isso envolve todos os profissionais de saúde, a gente consegue abordar um tratamento de forma mais abrangente. Verificar o vínculo através do uso dos primeiros nomes do membro da família, sabendo quem vive na residência. Então, você como médico, recebe aquele paciente, você lembra automaticamente quem vive naquela casa, quais são as pessoas chaves, e isso cria uma identificação, fortalece a relação entre você e seu paciente. Identificar de forma rápida os fatores de risco mais importantes, que merecem intervenção. Reconhecer se existe necessidade de rastreamento para alto risco para algumas questões. Promoção de alterações no estilo de vida, dando uma ênfase na orientação do paciente. Mostrar que você se interessa pelas relações familiares e de que maneira ela interfere no cotidiano daquele indivíduo.
 → Ciclo de vida: Tanto as pessoas como as famílias tem ciclos, isso influencia na rotina da família do indivíduo. Existem vários eventos previsíveis dentro de uma família que causam mudanças na organização dessa família. E pensar na solução desses problemas vai garantir esse bem estar e esse desenvolvimento adequado e o desenvolvimento psicossocial dos seus membros. Dentro do ciclo de vida a gente pode entender como as etapas ou as crises evolutivas que vão gerar mudança na organização da família. Elas vão existir ajustes dos membros do grupo ao longo do tempo, e podem apresentar transtornos físicos e psíquicos. Identificar como a pessoa está num dado momento, pode fazer com que a gente consiga ajudar nesse período, pensando naquele cuidado longitudinal da atenção primaria, vê de que forma a mudança ocorre, como acontece a reorganização e que impacto esse momento traz pra vida do indivíduo, e para as questões de saúde dele. Existem formas de você utilizar essa ideia, uma delas é antecipar possíveis problemas, a outra é fazer uma “tomografia” na situação em que o paciente vive, compreendendo aquele processo dele. Você tem que estar de olho em algumas alterações que podem estar acontecendo como interferência na relação do casal, alteração da vida sexual, atenção porquestões financeiras, a reorganização na rotina, de que maneira os comportamentos de risco estão sendo administrados, eles existem, não existem, dúvidas a respeito da relação do casal, seja por questão afetiva, seja sexual... Então, é um campo onde pode existir intervenção. Ciclo de vida com filhos pequenos: como que está esse processo? Existe um momento só pro casal, esse casal consegue se reorganizar, como está a divisão de tarefas entre os componentes da família, essa criança pequena está inserida em um lar onde não existe a presença do pai e da mãe, como se organizam, que tipo de informação pro crescimento e pro desenvolvimento dessa criança é necessário ser passado pelo médico, de que maneira vai se organizar o atendimento dessa família... Filhos pré-escolares: que tipo de preocupação deve existir, encorajar um tempo pro casal, dialogo sobre a educação dos filhos, informação sobre crescimento e desenvolvimento, conversar sobre a inserção na escola, qual o melhor momento para aquele casal, como que vai ser feito para aqueles cuidadores, o que eles esperam de uma creche, de uma escola, que cuidados, quais são os acontecimentos comuns... Como fazer a transição de casa pra escola, é uma tarefa da família, as demandas de tempo e dinheiro, a relação do casal, dar informações sobre o desenvolvimento, encorajar ele, mostrar o desempenho escolar e ver quais são as expectativas dentro desse desempenho, sugerir estratégias de manejo de tempo, etc. Ai a família com o adolescente já gera outras questões, da autonomia dele, que que se espera dessa fase, a conversa no atendimento sobre drogas, vida sexual, as relações afetivas ao longo do tempo, as metas... E as famílias envelhecendo, qual a rede de suporte, qual o estado de saúde mais comum, as questões cognitivas, de perda de audição, de alteração de visão, de dificuldade de locomoção, o risco de quedas, esse planejamento do final da vida quando encontramos pacientes com doenças terminais, saúde mental desses indivíduos, interesses individuais, a viuvez, a perda do companheiro, de que forma isso traz repercussões a saúde, etc. Existem as crises acidentais, que não são previsíveis mas podem afetar o desenvolvimento do indivíduo, de que forma a gente lida? Como a gente se organiza? Mudanças de domicilio, desemprego, doença ou morte de entes queridos, rupturas conjugais, miséria, violência, mudança de hábitos de vida, são formas de crises acidentais que as pessoas vivenciam e contam com o apoio do sistema de saúde.

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