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QUÍMICA I Prof. Msc. Filipe Augusto de Jesus LIGAÇÕES QUÍMICAS Ligações Químicas Definição: “conexão” estabelecida entre dois átomos no intuito de diminuir a energia global do sistema. Ligações Iônicas; Ligações Covalentes; Ligações Metálicas; Símbolos de Lewis • Forma de representação de um átomo e de seus elétrons de valência; • Um símbolo de Lewis consiste no símbolo do elemento cercado por pontos representando seus elétrons de valência; • Deve-se levar em consideração o emparelhamento ou os spins paralelos dos elétrons; Gilbert Newton Lewis (1875-1946) Exemplos: a) 6C b) 8O c) 17Cl d) 11Na e) 36Kr Regra do Octeto “Átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que estejam rodeados por 8 elétrons de valência.” Ligações Iônicas Definição: Ligações químicas estabelecidas a partir da interação eletrostática entre íons de cargas opostas. Ocorrência: Este tipo de ligação é predominante quando os elementos envolvidos no composto apresentam grande diferença de eletronegatividade (> 1,5). Exemplos: a) Cloreto de Sódio b) Fluoreto de Cálcio c) Óxido de Lítio INa = 494 kJ.mol-1 EaCl = – 349 kJ.mol-1 • Um sólido iônico não é mantido coeso por ligações entre pares específicos de íons. Todos os cátions atraem todos os ânions, bem como, todos os ânions e cátions repelem seus similares. • Pode-se então ver a ligação iônica como uma interação global característica dos sólidos iônicos que provoca abaixamento da energia do cristal (energia de rede) como um todo. Consequências: As propriedades exibidas pelos compostos iônicos estão diretamente associadas à presença de íons em suas estruturas e à magnitude da atração eletrostática entre eles. Alta Solubilidade; Compostos Eletrólitos; Altos Pontos de Fusão e Ebulição; Sólidos Quebradiços; Nos compostos com íons pequenos e cargas elevadas, a Ep é maior; Ligações Covalentes Definição: Ligações químicas estabelecidas a partir do compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos. Modelo proposto por Lewis em 1916 como solução para o paradigma das ligações químicas entre não-metais. Ocorrência: Este tipo de ligação é majoritário quando os átomos ligantes apresentam valores de eletronegatividade próximos e altos ( < 1,5). Exemplos: a) Flúor b) Ácido Bromídrico Classificação: Diferentes critérios podem ser utilizados para agrupar tipos de ligações tidas como predominantemente covalentes, dentre os quais destacam-se a polaridade e a ordem. Polaridade Ligações Covalentes Apolares: não existe diferença de eletronegatividade entre os átomos ligantes. Ex: H2; F2; Cl2 Ligações Covalentes Polares: há diferença de eletronegatividade entre os átomos envolvidos na ligação. Ex: HF; HBr; Ordem Ligações Covalentes Simples: um único par de e- é compartilhado. Ex: Cl2; Ligações Covalentes Duplas: dois pares de e- são compartilhados. Ex: O2; Ligações Covalentes Triplas: três pares de e- são compartilhados. Ex: N2; Moléculas Poliatômicas • Em moléculas com muitos átomos, cada um completa o seu octeto a partir do compartilhamento de elétrons com seus vizinhos mais próximos. Passo 1: Contar o número de elétrons de valência em cada átomo. No caso de íons, deve-se ajustar o total em função da carga da espécie. Passo 2: Esboçar o arranjo mais provável da conectividade dos átomos. O átomo central é, geralmente, o de menor eletronegatividade na molécula. Passo 3: Colocar uma ligação química (ou seja, 1 par de e-) entre cada átomo no arranjo. Passo 4: Completar o octeto de cada um dos átomos a partir da distribuição dos elétrons remanescentes como pares isolados. No caso de não haver pares de elétrons suficientes para completar o octeto, forma-se ligações múltiplas entre átomos em que isso seja possível. Exemplos a) OF2 b) NH3 c) CH4 d) C2H4 e) C2H2 f) NH4+ g) ClO2- h) CNO- Carga Formal Definição: Medida da redistribuição dos elétrons em uma dada estrutura de Lewis. Considera que em uma ligação covalente a divisão do par de elétrons é perfeita, ou seja, cada átomo tem exatamente a metade da carga compartilhada na ligação. 𝑪𝑪𝑪𝑪 = 𝑽𝑽 − (𝑵𝑵𝑵𝑵+ 𝟏𝟏 𝟐𝟐 𝑵𝑵) 𝑪𝑪𝑪𝑪 = 𝒏𝒏º 𝒆𝒆− 𝒅𝒅𝒆𝒆 𝒗𝒗𝒗𝒗𝒗𝒗𝒗𝒏𝒏𝒗𝒗𝒗𝒗𝒗𝒗 − (𝒏𝒏𝒏 𝒆𝒆− 𝒆𝒆𝒆𝒆 𝒑𝒑𝒗𝒗𝒑𝒑𝒆𝒆𝒑𝒑 𝒗𝒗𝒑𝒑𝒊𝒊𝒗𝒗𝒗𝒗𝒅𝒅𝒊𝒊𝒑𝒑 + 𝟏𝟏 𝟐𝟐 𝒏𝒏𝒏 𝒆𝒆− 𝒆𝒆𝒆𝒆 𝒗𝒗𝒗𝒗𝒍𝒍𝒗𝒗𝒍𝒍𝒆𝒆𝒑𝒑) • Carga Formal x Número de Oxidação; • As cargas formais dos átomos em uma molécula são úteis na determinação do arranjo e da estrutura de Lewis mais provável para esta. “Uma estrutura de Lewis na qual as cargas formais dos átomos individuais são mais próximas de zero tipicamente representa o arranjo de mais baixa energia dos átomos e elétrons.” Exemplos a) CO2 b) N2O c) SCN- Ressonância • Algumas moléculas não podem ser precisamente representadas por uma única estrutura de Lewis por conta de suas características estruturais. Ex: NO3-, CO32-, O3 • Faz-se então necessário utilizar os chamados híbridos de ressonância, estruturas válidas para a representação das moléculas poliatômicas que podem apresentar energias equivalentes ou não. • Diz-se que em um conjunto de estruturas em ressonâncias os elétrons estão deslocalizados, ou seja, o(s) par(es) de elétron(s) está(ão) distribuídos por vários átomos e não pode(m) ser atribuídos a apenas uma ligação. • A existência de estruturas de ressonância para uma molécula sempre ocasiona abaixamento em sua energia. Exemplos a) NO2- b) CO32- c) O3 Exceções à Regra do Octeto Hipervalência • Elementos com orbitais d vazios e que tenham raio atômico grande o suficiente podem formar compostos em que mais de 8 elétrons ocupem seus orbitais. Estes são ditos compostos hipervalentes, ou diz-se que eles têm camada de valência expandida. • Os elétrons adicionais podem estar presentes na forma de pares isolados ou formando mais ligações do que se esperaria normalmente. Exemplos a) PCl3 / PCl5 b) SF2 / SF4 / SF6 c) SO42– Valência Incompleta Fenômeno que acontece com compostos de Boro (5B), nos quais os átomos deste elemento adquirem estabilidade com camada de valência ocupada por 6 elétrons. Pode acontecer, mais raramente, com o Alumínio (Al). Exemplos a) BF3 d) AlCl3 / Al2Cl6 b) BF4- c) NH3BF3 Moléculas com Número Ímpar de Elétrons A grande maioria das moléculas e íons poliatômicos tem número total de e- de valência par. Porém, em alguns poucos casos, esse número é ímpar, o que torna impossível emparelhar todos os elétrons e fazer com que cada átomo alcance o octeto. Exemplos a) ClO2 b) NO c) NO2 d) O2- Polarizabilidade Definição: característica de átomos ou íons que acarreta no surgimento de caráter covalente em todas as ligações iônicas por conta da atração exercida pelos cátions sobre os elétrons dos ânions presentes em um sólido iônico. • Quanto maior a distorção causada pela força de atração dos cátions na nuvem eletrônica dos ânions, maior o caráter covalente que a ligação adquire. • Átomos ou íons com nuvens eletrônicas que são facilmente distorcidas são ditos polarizáveis; • Diz-se que os átomos ou íons que são capazes de distorcer facilmente as nuvens eletrônicas de vizinhos têm alto poder polarizante; Exemplo: Em qual dos seguintes compostos, NaBr e MgBr2, as ligações químicas tem um caráter covalente maior? Força x Comprimento de Ligações • As características de uma ligação química covalente estabelecida entre dois átomos, A e B, dependem, basicamente, apenas da identidade dos átomosdiretamente envolvidos; Força de Ligação: é a energia total “contida” na ligação química. Essa grandeza pode ser medida através da Energia de Dissociação (D), ou seja, a energia necessária para separar os átomos ligados. • Tem-se então que quanto maior o valor de D, maior a força de uma ligação química. Molécula D (kJ/mol) H2 424 O2 484 N2 932 CO 1062 Tabela 1: Comparação da Magnitude das Energias de Dissociação (D) de moléculas diatômicas com diferentes multiplicidades de ligação. Ligação D (kJ/mol) C–C 348 C=C 612 C⋯C 518 C≡C 837 Tabela 2: Comparação da Magnitude das Energias de Dissociação (D) de ligações químicas entre átomos de Carbono em função da multiplicidade e da ressonância. Ligação D (kJ/mol) H–H 424 N–N 163 O–O 157 F–F 146 Tabela 3: Comparação da Magnitude das Energias de Dissociação (D) de ligações químicas em moléculas diatômicas homonucleares com diferentes números de pares isolados. Ligação D (kJ/mol) C–F 484 C–Cl 338 C–Br 276 C–I 238 Tabela 4: Comparação da Magnitude das Energias de Dissociação (D) de ligações químicas entre o átomo de Carbono e os átomos de Halogênio ordenados seguindo raios iônicos crescentes. Comprimento de Ligação: distância entre os núcleos de dois átomos ligados por meio de uma ligação covalente. Em outras palavras, é a distância nuclear na posição de menor energia potencial entre dois átomos. • O comprimento de uma ligação pode ser visto também como a soma dos raios covalentes dos átomos envolvidos na ligação. “Ligações entre átomos com raios maiores tendem a ter maior comprimento que aquelas entre átomos com raios menores.” Ligação Comprimento (pm) H2 74 F2 142 Cl2 199 Br2 228 I2 268 Tabela 5: Comparação do comprimento de ligações químicas em moléculas diatômicas homonucleares. “Ligações Múltiplas são mais curtas que ligações simples entre os mesmos átomos.” Ligação Comprimento (pm) Ligação Comprimento (pm) C–C 154 F–F 142 C=C 134 Cl–Cl 199 C⋯C 139 Br–Br 228 C≡C 120 I–I 268 Tabela 6: Comparação do comprimento de ligações químicas entre átomos de Carbono em função de sua ordem e da ressonância, além das moléculas diatômicas homonucleares de halogêneos. “Quanto mais forte for uma ligação entre dois átomos, mais curta ela será” Ligação D (kJ/mol) Comprimento (pm) C–C 348 154 C=C 612 134 C⋯C 518 139 C≡C 837 120 Tabela 7: Comparação da Magnitude das Energias de Dissociação (D) de ligações químicas entre átomos de Carbono em função da multiplicidade e da ressonância. Ligações Metálicas Definição: ligações químicas estabelecidas entre cátions de metais por meio da interação destes com elétrons que formam uma espécie de “mar” ao redor dos íons. Ocorrência: Este tipo de ligação é predominante quando os elementos envolvidos são metais, que tendem a perder elétrons. • Metais não têm elétrons de valência suficientes para satisfazer suas “necessidades” em termos de ligações químicas localizadas formadas pela interação com pares de elétrons, de modo então que os elétrons de valência são compartilhados coletivamente. • O modelo do mar de elétrons define um metal como um arranjo de cátions metálicos imerso em um “mar” de elétrons de valência. Neste modelo, os elétrons estão confinados no metal por conta das atrações eletrostáticas geradas pelos cátions. • Os elétrons são distribuídos uniformemente por toda a estrutura e tem mobilidade pelo fato de não estarem confinados em nenhum íon metálico em particular. Os elétrons em estruturas metálicas são então chamados de elétrons livres. • A mobilidade eletrônica tem como consequências as altas condutividades elétrica e térmica dos metais. • A habilidade dos metais em se deformar pode ser explicada pelo fato de os metais formarem ligações com muitos vizinhos. Mudanças nas posições dos átomos causadas por deformação são parcialmente compensadas por uma redistribuição dos elétrons. FORÇAS INTERMOLECULARES Definição: forças resultantes da interação, atrativa ou repulsiva, das espécies químicas envolvidas na constituição de uma dada substância. Consequências: resultam na existência de diferentes fases da matéria, dentre as quais estão os conhecidos estados sólido, líquido e gasoso. • Fase: forma da matéria uniforme ao longo de toda sua extensão. Exemplos: Carbono Diamante – rígido, transparente e extremamente caro Carbono Grafite – quebradiço, preto e barato “Fases condensadas são formadas quando as forças de atração entre as moléculas mantém-as ‘unidas’. Por outro lado, quando a distância se torna muito pequena, as forças de repulsão são predominantes.” Tipos de Forças Intermoleculares 1) Forças de Interação Íon–Dipolo; 2) Forças de Interação Dipolo–Dipolo; 3) Forças de London ou Dipolo Induzido–Dipolo Induzido; 4) Ligações de Hidrogênio 1) Forças de Interação Íon–Dipolo Definição: forças resultantes da interação entre um íon e a carga parcial, positiva ou negativa, adquirida por parte de uma molécula polar. Ocorrência: O principal exemplo deste tipo de interação ocorre em espécies iônicas hidratadas em solução. • Interações de curto alcance, que só são realmente consideráveis quando o íon e a molécula polar estão muito próximos. • Por serem de curto alcance, sofrerão forte influência do raio iônico das espécies que interagem. “A força da interação íon-dipolo é maior quanto menor for o raio do íon” Sais Hidratados Sais Anidros • No caso de íons com aproximadamente o mesmo tamanho, o fator que diferencia a magnitude da interação íon-dipolo é a carga deles. Exemplos: BaCl2.2H2O x KCl 135 pm 138 pm La(NO3)3.6H2O La2(SO4)3.9H2O 122 pm 2) Forças de Interação Dipolo–Dipolo Definição: forças resultantes da interação entre dipolos, positivos e negativos, existentes em moléculas polares. • São forças que apresentam uma dependência ainda maior da distância que as íon-dipolo, em virtude do cancelamento da interação de ambas as espécies com o maior distanciamento entre elas. • Como a magnitude das forças de interação dipolo-dipolo está diretamente relacionada ao momento de dipolo da molécula, quanto mais polar esta, mais fortes serão as forças de interação atuantes nela. Exemplo: HCl x HBr 3) Forças de London Definição: forças resultantes da interação entre dipolos, positivos e negativos, existentes, num determinado instante, em todas as moléculas. São as únicas forças intermoleculares existentes em moléculas apolares. • As Forças de London apresentam dependência lógica da polarizabilidade das moléculas que interagem, o que naturalmente as torna menos pronunciadas que as Forças de Dipolo-Dipolo. • Como a magnitude das Forças de London está diretamente relacionada a polarizabilidade da molécula, quanto mais polarizável esta for, mais fortes serão as forças de interação atuantes nela. Exemplo: F2(g) x Cl2(g) x Br2(l) x I2(s) 4) Ligações de Hidrogênio Definição: força intermolecular resultante da interação de um átomo de Hidrogênio, ligado a um átomo pequeno e altamente eletronegativo (F, O ou N), com um par de elétrons de um átomo de F, O ou N em uma molécula vizinha. QUÍMICA I LIGAÇÕES QUÍMICAS Ligações Químicas Símbolos de Lewis Número do slide 5 Regra do Octeto Ligações Iônicas Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Ligações Covalentes Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Moléculas Poliatômicas Número do slide29 Exemplos Carga Formal Número do slide 32 Exemplos Ressonância Número do slide 35 Exemplos Exceções à Regra do Octeto Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Polarizabilidade Número do slide 42 Número do slide 43 Força x Comprimento de Ligações Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52 Ligações Metálicas Número do slide 54 Número do slide 55 Número do slide 56 Número do slide 57 FORÇAS INTERMOLECULARES Número do slide 59 Tipos de Forças Intermoleculares 1) Forças de Interação Íon–Dipolo Número do slide 62 Número do slide 63 Número do slide 64 Número do slide 65 2) Forças de Interação Dipolo–Dipolo Número do slide 67 Número do slide 68 3) Forças de London Número do slide 70 4) Ligações de Hidrogênio Número do slide 72 Número do slide 73
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