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Relatório Experimental Campo Eletrostático Marcelo Aron Fetzner Keniger – 263018 Hugo Pinto Coelho Ribeiro Jardim – 210680 Nicholas Jaekel Lopes – 260680 Gabriel Ribeiro Brun – 263020 Raul Carlos Fadanelli Filho (Turma A) Introdução O ramo da Eletrostática tenta entender o comportamento das cargas elétricas em repouso. Uma forma de descrever a interação entre cargas é através de suas linhas de campo elétrico, que nos ajudam a compreender como o campo elétrico em um determinado ponto do espaço agiria sobre uma carga. Como objetivo deste experimento tínhamos que analisar o campo elétrico gerado por configurações diferentes de carga e tentar encontrar linhas equipotenciais em uma cuba com água. Essas linhas ligam pontos do campo elétrico que possuem o mesmo potencial elétrico. Após desenhar as linhas equipotenciais em um gráfico, era possível traçar as linhas de campo do campo elétrico em questão. As imagens abaixo correspondem às configurações teóricas das linhas de campo para as cargas puntiformes e para as placas metálicas, respectivamente: O cilindro inserido na terceira configuração distorce as linhas de campo das placas metálicas. Experimento No experimento, foram analisados os campos elétricos de três configurações, todas consistindo em um polo negativo e um polo positivo. Um esquema aproximado da montagem está ilustrado abaixo (Figura 1). Na primeira configuração, o polo positivo está na posição +10 no eixo x e o polo negativo está na posição -10 no eixo x. Nesta configuração, o campo elétrico era gerado por duas cargas consideradas puntiformes. A segunda configuração trata de um campo gerado por duas placas carregadas com um comprimento de 10cm, colocadas nas posições +7 e -7 no eixo x, perpendiculares ao eixo. A terceira configuração é semelhante à segunda, com a adição de um cilindro entre as placas, centrado na origem. O cilindro possuía um diâmetro externo de 3,3cm e um diâmetro interno de 3,2cm. A diferença de potencial usada foi de 10V. Aplicávamos uma tensão de 10V com a ajuda da fonte e ligávamos os polos positivo e negativo como é mostrado na imagem. Conectávamos o multímetro ao polo negativo e deixávamos uma extremidade livre. A entrada “VΩHz” era usada para “rondar” a superfície da cuba com água. Com as leituras no multímetro, procurávamos por diferentes lugares no papel quadriculado colado abaixo da cuba em que o potencial elétrico fosse semelhante. Com diversos pontos equipotenciais, tracejávamos uma linha equipotencial. O processo se repetia até termos um plural de linhas equipotenciais. Com essas linhas no gráfico, o desafio era traçar as linhas de campo elétrico, que fazem um ângulo de 90° com as linhas equipotenciais. O processo foi o mesmo para as três configurações, com o intuito de observar o padrão das linhas de campo em cada uma delas. + - Fonte – 10V Multímetro VΩHz COM Figura 1: Esquema da montagem usada em aula. Com a fonte gerávamos uma diferença de potencial de 10V nas duas cargas e, com a ajuda de um multímetro, procurávamos por linhas equipotenciais, cujas coordenadas eram marcadas pelo papel quadriculado. Resultados e Discussão Os dados obtidos foram coletados e postos diretamente em gráficos feitos à mão. Para facilitar o entendimento dos dados, eles também foram organizados em tabelas. Todas as medidas de posição estão expostas em centímetros. P(x;y) P1 P2 P3 P4 P5 P6 3V (-10,5; -2) (-11,9; -1) (-12,3; 0) 4V (-10; -5,5) (-8,1; -3,7) (-6,6; -1) (-6,1; 0) 5V (-2,8; -4) (-2,3; -2) (-2; -1) (-1,9; 0) 6V (4; -5) (3,5; -4) (3; -3) (2,6; -2) (2,3; -1) (2,7; 0) 7V (9; -4) (7,8; -3) (7; -2) (6,5; -1) (6,4; 0) 8V (11,2; -2) (12; -1) (12,5; 0) Tabela 1: Coordenadas de linhas equipotenciais em um campo gerado por duas cargas puntiformes. Configuração 1. Nesta configuração, foi suposta uma simetria no eixo x, portanto para cada ponto foi suposto um outro ponto com o mesmo valor de x e y de sinal trocado. Abaixo está o gráfico dessas coordenadas. Coincidindo com o eixo y ainda tínhamos a linha equipotencial vertical com o valor de 5,4V. A seguir estão os pontos correspondentes à configuração 2, junto com o respectivo gráfico. A partir de agora, não foi mais suposta nenhuma simetria nas linhas equipotenciais. Gráfico 1: Representação das linhas equipotenciais da Tabela 1. Os pontos no eixo x em -10 e +10 representam as cargas. Linhas de campo em preto, com sentido devidamente ilustrado. -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 -15 -10 -5 0 5 10 15 3V 4V 5V 5,4V 6V 7V 8V Carga + Carga - P(x;y) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 1V (-7,5; -4) (-7,6; -3) (-7,7; -2) (-7,8; -1) (-7,7; 0) (-7,7; 1) (-7,7; 2) (-7,5; 3) (-7,4; 4) 3V (-4; -4) (-3,9; -3) (-3,9; -2) (-3,8; -1) (-3,6; 0) (-3,6; 1) (-3,9; 2) (-3,9; 3) (-4,1; 4) 4V (-2,4; -4) (-2,5; -3) (-2,3; -2) (-2,1; -1) (-2; 0) (-2,1; 1) (-2,2; 2) (-2,2; 3) (-2,4; 4) 6V (1,3; -4) (1,2; -3) (1,2; -2) (1,3; -1) (1,4; 0) (1,2; 1) (1,3; 2) (1,4; 3) (1,3; 4) 7V (3; -4) (2,9; -3) (2,8; -2) (2,9; -1) (2,7; 0) (2,7; 1) (2,9; 2) (3; 3) (3,1; 4) 9V (9,4; -4) (9,5; -3) (9,6; -2) (9,9; -1) (9; 0) (9,4; 1) (9,1; 2) (8,8; 3) (8,6; 4) Tabela 2: Coordenadas para linhas equipotenciais em um campo gerado por duas placas de 10cm. Configuração 2. Coincidindo com o eixo y, encontramos a linha equipotencial com o valor 5,3V. Gráfico 2: Representação das linhas equipotenciais da Tabela 2. Configuração 2. As barras tem 10cm e vão da posição em y -5,6cm a +4,4cm. Linhas de campo em preto, com sentido devidamente ilustrado. Para a configuração 3, adicionamos um cilindro entre as barras, centrado na origem, com diâmetro interno de 3,2cm e diâmetro externo de 3,3cm. P(x;y) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 3V (-4,1; -4) (-4,1; -3) (-4; -2) (-4,1; -1) (-4,3; 0) (-4,1; 1) (-4,2; 2) (-4,2; 3) (-4,3; 4) 4V (-2,4; -4) (-2,4; -3) (-2,9; -2) (-2,5; -1) (-2,7; 0) (-2,8; 1) (-2,7; 2) (-2,5; 3) (-2,5; 4) 7V (3; -4) (3; -3) (2,9; -2) (2,9; -1) (3,1; 0) (2,9; 1) (3; 2) (3; 3) (3,1; 4) 8V (4,5; -4) (4,3; -3) (4,3; -2) (4,2; -1) (4,2; 0) (4,5; 1) (4,4; 2) (4,5; 3) (4,6; 4) Tabela 3: Coordenadas das linhas equipotenciais em um campo gerado por duas placas de 10cm com um cilindro centrado na origem de 3,3cm e 3,2cm de raio externo e interno, respectivamente. Configuração 3. -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 -10 -5 0 5 10 15 1V 3V 4V 5,3V 6V 7V 9V Barra - Barra + Com base nos dados, foi possível estimar as linhas de campo geradas pelas diferentes configurações. As linhas de campo formam um ângulo de 90° com as linhas equipotenciais, e nos gráficos isso foi feito dentro do possível. A primeira configuração corresponde a um dipolo elétrico, em que as linhas de campo vão da carga positiva à carga negativa em curvas. Na medida em que vamos nos aproximando das cargas, vemos que as curvas se fecham cada vez mais, até que chegamos bem próximos e concluímos que a linha equipotencial perto das cargas é um círculo em volta delas, pois as linhas de campo apontam na direção radial. A configuração das linhas de campo entre as cargas se dá pela interação entre seus campos. Com duas cargas puntiformes individuais, suas linhas de campo seriam radialmente para dentro ou para fora (dependendo do sinal da carga) e todas as linhas equipotenciais seriam círculos. Ao substituirmos as duas cargas por duas barras, o campo se modificou radicalmente. Nota-se uma tendência daslinhas a serem retas, pois, como sabemos, o campo gerado por dois planos (nesse caso infinitos) é um campo uniforme cujas linhas de campo vão da placa positiva à placa negativa em linhas horizontais, portanto as linhas equipotenciais seriam linhas verticais. Não podemos reproduzir placas infinitas em laboratório, mas os dados obtidos foram parecidos com os teóricos, com uma diferença maior nas linhas fora do campo entre as placas. Nas linhas da extrema direita e da extrema esquerda, nota-se uma linha equipotencial mais distorcida, pois a influência do campo de uma das placas é muito maior do que a influência da outra, portanto o campo não é mais uniforme. Vale ressaltar que as linhas tendem a apontar para a borda das placas mais próximas, que é um local onde o campo elétrico não é bem definido. Adicionando o cilindro no centro, vemos que ele distorce o campo “uniforme” das placas. Com a quantidade pequena de medidas não é possível deduzir com exatidão as linhas de campo nessa configuração, mas pela teoria sabemos que dentro do cilindro o potencial se mantém constante e no entorno dele as linhas equipotenciais o contornam, pois suas linhas de campo apontam na direção radial. -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 3V 4V 7V 8V Barra - Barra + Gráfico 3: Representação das linhas equipotenciais da Tabela 3. Configuração 3. O cilindro no centro não está dentro da escala, ele é apenas representativo. Linhas de campo em preto, com sentido devidamente ilustrado. Conclusão A prática em laboratório dos conceitos da Eletrostática auxilia na compreensão dos inúmeros assuntos abrangidos pela área. Com o experimento, fica mais claro o que são superfícies equipotenciais e a relação delas com as linhas de campo. As três montagens apontam para configurações de campos elétricos que de certa forma assemelham-se àquelas esperadas teoricamente, com exceção talvez da última, mas mesmo assim dá uma ideia de como o campo elétrico gerado por aquelas cargas se comporta. Ao traçar as linhas de campo elétrico, sabemos o que iria acontecer com uma carga se ela fosse posta em tal posição do campo. As diferenças entre a teoria e os resultados encontrados são explicadas por pequenos erros de medição e por imperfeições nas condições do equipamento (placas não homogêneas, sujeiras na água, etc.). A determinação das coordenadas das linhas equipotenciais, por exemplo, era dificultada pelo fato de termos uma camada de água na cuba, pois a refração sofrida pela luz ao ir para o meio aquático poderia dar a impressão de que estávamos olhando para um ponto errado. Por termos um tempo limitado, a quantidade adquirida de dados foi menor do que na necessária para obtermos resultados mais confiáveis, mas para o intuito da atividade, o objetivo foi cumprido. Referências https://moodle.ufrgs.br/course/view.php?id=36268, acesso em 30/03/2016. WALKER, Jearl. HALLIDAY. RESNICK. Fundamentos de Física, volume 3, 9ª edição. Editora LTC.
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