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1 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES PHD CONCURSOS E VESTIBULARES PREPARATÓRIO ENEM/IFAL/VESTIBULARES DISCIPLINA: CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES CULTURA GERAL A prova exige dos candidatos uma visão globalizante do processo transformacional das sociedades ocidentais através dos tempos. O candidato, além de ser capaz de fazer uma análise estrutural dos fatores econômicos, históricos, geográficos, políticos e sociais, deve interpretar mapas, tabelas, organogramas, textos e gráficos, estabelecendo relações com as condições às quais se referem ou nas quais foram gerados. CONHECIMENTOS ENGLOBADOS Geografia História Atualidades III – TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO ATUAL 3.1 Descolonização de África e Ásia Após a Segunda Guerra Mundial, a Ásia e a África passaram por grandes transformações históricas internas. Nesses dois continentes se iniciou a descolonização, ou seja, o processo de independência das colônias pertencentes aos países imperialistas europeus. Esse movimento histórico ocorreu basicamente pelas seguintes razões: a ruína dos países europeus após a Segunda Guerra dificultou política e economicamente a preservação das colônias. Não havia mais sentido em manter os impérios coloniais no novo estágio do capitalismo pós-guerra; as políticas e objetivos da ONU proclamavam a autodeterminação dos povos, e por isso tornava-se contraditório que seus países membros mantivessem colônias; e, talvez o motivo mais importante, a resistência anticolonial que gerou movimentos nacionalistas de libertação, apoiados principalmente pelas potências socialistas (URSS e China). Esses movimentos ocorreram de forma e em momentos diferentes; alguns aconteceram no final da década de 1940 (Índia, por exemplo) e outros se estenderam até meados da década de 1970 (países da África central). Se alguns movimentos de independência ou nacionalistas começaram antes da Segunda Guerra, os resultados concretos começaram a surgir somente na década de 1950. Na realidade, eles tiveram uma aceleração significativa a partir de 1955, após a Conferência de Bandung, na Indonésia. Nessa Conferência, na qual se reuniram países da África e da Ásia, alguns pontos consensuais foram acertados. Procurou-se criar uma política própria e específica dos países pobres, independente dos interesses políticos das superpotências; na disputa entre elas, esses países deveriam se manter neutros. Surge daí a definição de países pertencentes ao Terceiro Mundo (embora o termo já fosse utilizado desde 1952), aqueles que procuravam uma política de neutralidade em relação aos países capitalistas, liderados pelos EUA (Primeiro Mundo), e socialistas, liderados pela URSS, (Segundo Mundo), 2 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES apontando para uma política de não- alinhamento. A defesa do desarmamento mundial e a reafirmação da igualdade entre as raças também fizeram parte de suas resoluções. Outros encontros de países terceiro-mundistas foram realizados, incorporando países da América Latina; entretanto, os resultados eram pouco eficientes no quadro político internacional. O movimento dos países do Terceiro Mundo teve impacto também no universo intelectual. Alguns teóricos tentaram formular um conceito e tipologia para caracterizar os países terceiro-mundistas. Os critérios, que de forma indistinta "uniam" países totalmente diferentes, de vários continentes, como Brasil, lugoslávia, Egito e India, acabaram estabelecendo como características: economia agrícola e fraca industrialização; dependência do capital e tecnologia dos países centrais (Primeiro Mundo); elevado crescimento demográfico com predomínio das populações rurais; proliferação da pobreza, altas taxas de analfabetismo, subnutrição e mortalidade infantil; pouca tradição democrática das instituições políticas, que via de regra implicava governos autoritários. Os resultados positivos da ação conjunta através da Conferência de Belgrado surgiram nos movimentos de independência que proliferaram, principalmente na África, du-rante a década de 1960. A partir da década de 1970, as diferenças entre esses países tornaram-se mais evidentes no campo econômico com a emergência dos países produtores de petróleo, "tigres asiáticos", etc. Alguns analistas preferiram denominar essa nova realidade como o "Quarto Mundo", no entanto, o desmoronamento da URSS e do Leste europeu colocou fim ao "Segundo Mundo", inviabilizando totalmente esse tipo de classificação e conceito. ÁSIA A Ìndia - Logo que terminou a Primeira Guerra, desenvolveu-se na Índia um forte movimento nacionalista contra a Inglaterra. O Partido do Congresso, liderado por Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru, comandou um movimento que se tornou famoso no mundo inteiro. As características da luta contra o imperialismo inglês desenvolvidas por Gandhi no período entre guerras baseavam- se na ideia da não-cooperação e não- violência. O objetivo fundamental era resistir à dominação da Inglaterra, deixando de cooperar com os ingleses e com as instituições coloniais e não reagindo à violência. Como exemplo de resistência e desobediência civil, Gandhi jejuava, não cumpria as leis coloniais e fazia marchas pacíficas pela Índia. Após muita repressão, luta e concessões por parte da Inglaterra, a independência da Índia aconteceu em agosto de 1947. Entretanto, as disputas religiosas entre hindus, sikhs e muçulmanos, que já haviam dificultado a independência, dividiram o país, com a criação do Paquistão (muçulmano). Mais tarde o Paquistão seria subdividido com o surgimento de Bangladesh (1972). Foi nesse contexto de radicalização político-religiosa que Gandhi foi assassinado, em 1948, por um fanático muçulmano que o culpava pela divisão do país. Jawaharlal Nehru (amigo e seguidor de Gandhi, foi o primeiro chefe político da Índia independente, governando-a até 1964) assumiu definitivamente a direção do país e procurou desenvolver internamente a Índia. Ele também teve um papel muito importante no cenário político internacional, pois defendeu a política de neutralidade e a necessidade de construir uma terceira via de desenvolvimento, como alternativa ao socialismo e ao capitalismo. 3 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES No entanto, a partir da década de 1960, a índia se aproximou da URSS buscando proteção política e militar, pois a China havia invadido a região de Cachemira (1962), criando uma situação de guerra. Até hoje a índia convive com sérias dificuldades sociais, como a superpopulação e a miséria, além dos problemas políticos e religiosos. A China, durante o imperialismo do século XIX, esteve ocupada por diversos países europeus e teve que enfrentar o expansionismo do Japão no final do século (Guerra Sino-Japonesa, 1894-95). A independência só se concretizou com a proclamação da república em 1912. Todavia, isso não significou a plena autonomia do país, que continuou sob a pressão dos interesses imperialistas dos EUA e do Japão, dividido e com graves dificuldades econômicas e sociais. As disputas políticas internas também se evidenciaram no final da década de 1920 com os confrontos entre o Partido do Kuomintang (republicano), liderado por Chiang Kai-shek, e o Partido Comunista, comandado por Mao Tsé-tung. A radicalização desse processo produziu uma verdadeira guerra civil. Em 1934 o exército popular (Exército Vermelho) realizou a Longa Marcha, chefiada por MaoTsé-tung e Chu Enlai, que percorreu cerca de 9 mil km para evitar o cerco das tropas do Kuomintang. Com as novas invasões japonesas no final da década de 1930 e o início da Segunda Guerra Mundial, os partidos do Kuomintang e Comunista se uniram em uma frente de defesa da China. A resistência foi liderada pelo Exército Vermelho, que conseguiu ampliar suas bases. Nesse período, Mao Tsé-tung formula as ideias básicas sobre a possibilidade da revolução socialista nos países de passado colonial. Após o final da guerra (1945), a aliança entre o Kuomintang e os comunistas se desfez, dando lugar a novo confronto armado: de um lado as tropas do Kuomintang, apoiadas pelos EUA, e do outro o Exército Vermelho, organizado pelo Partido Comunista, tendo à frente Mao Tsé-tung. A luta terminou em 1949 com a vitória dos comunistas, que proclamaram a República Popular da China, tendo na presidência Mao. Chiang Kai-shek fugiu para a ilha de Formosa(Taiwan), organizando um governo independente, apoiado pelos EUA. O governo chinês se aproximou inicialmente da URSS, fortalecendo o bloco socialista (URSS e Leste europeu). Mao realizou uma reforma agrária, socializou os meios de produção, nacionalizou bancos e grandes empresas, expulsou estrangeiros e desenvolveu o ensino básico. Na década de 1960, os projetos da China estavam envolvidos com o aprofundamento do comunismo (o Grande Salto à Frente), o aumento da produção e o desenvolvimento de seu arsenal nuclear; ou seja, os chineses pretendiam se tornar mais uma superpotência no bloco socialista. Sob o discurso das diferenças ideológicas no campo do marxismo, China e URSS afastaram-se basicamente em razão dessas intenções expansionistas e nucleares dos chineses. A resistência soviética ao projeto nuclear chinês provocou o fim das relações sino-soviéticas (a cisma sino-soviética) e iniciou o período de isolamento internacional da China. Nessa fase de isolamento, Mao Tsé-tung realizou a Revolução Cultural, radicalizando o processo de aprofundamento do comunismo. A economia foi fechada ao estrangeiro, dirigentes mais moderados do PC foram expurgados e desmoralizados, a ideologia do Estado chinês era imposta à força e controlada por organizações radicais de jovens maoístas. Na década de 1970 a China e os EUA implementaram uma política de reaproximação (diplomacia triangular). 4 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Entre os acordos realizados pelos dois países, o mais importante foi a aceitação da China como membro do Conselho de Segurança da ONU, reconhecendo-a como uma potência mundial (até então, a ONU reconhecia apenas Formosa (Taiwan) como membro). No quadro político internacional, com a diplomacia triangular dos EUA que restabelecia as boas relações com a China, a URSS tornou-se o grande inimigo da China. Com a morte de Mao Tsé-tung em 1976 desenvolveu-se uma longa luta entre as correntes do PC chinês. O segmento mais moderado, liderado por Hua Kuo-feng e Deng Xiaoping, saiu vitorioso, afastando do poder o "Bando dos Quatro", entre os quais a viúva de Mao, Chiang-Ching. Começou nesse período, uma real abertura com o Ocidente, que se efetivou no governo de Zhao Ziang, após a renúncia de Hua Kuo-feng em 1980. A China mudou então sua política econômica interna e suas relações externas, permitindo até o ingresso de multinacionais. No final da década de 1980, URSS e China restabeleceram contatos políticos e comerciais. Desde o início deste século a Coréia foi um país ocupado por outras nações, principalmente por causa da sua localização estratégica no Extremo Oriente, entre a China e o Japão. Ela foi ocupada pelo Japão em 1905 e anexada formalmente em 1910. Em 1945, após o final da Segunda Guerra, com a derrota japonesa no Oriente, foi ocupada pelos EUA e pela URSS Em razão dos interesses soviéticos e norte-americanos na região, em 1948, a Coréia acabou dividida entre as duas superpotências, tendo como limite o paralelo 38. Os EUA sustentaram a ordem capitalista na região ao sul, onde se estabeleceu a Coréia do Sul; a URSS apoiou o regime comunista da República Democrática Popular da Coréia do Norte. Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a do Sul, iniciando um conflito que durou até 1953. A Guerra da Coreia colocou em campos opostos EUA e URSS, que apoiaram "indiretamente" as tropas do Sul e do Norte respectivamente, colocando em risco a política da Guerra Fria e inaugurando um tipo de estratégia que se tornaria comum ao longo das últimas décadas: o conflito indireto das duas superpotências em um terceiro país. A península da Indochina, composta por países como Vietnã, Camboja e Laos, foi uma colônia francesa, também ocupada pelo Japão na Segunda Guerra. Após a guerra, um movimento de independência liderado por Ho Chi Minh libertou o norte do Vietnã, instaurando um governo comunista na cidade de Hanói. A região Sul foi devolvida à França, que não conseguiu deter as manifestações nacionalistas. Em 1946, a França reconheceu a independência do Vietnã do Sul e começou a guerra civil no Vietnã. Somente em 1954, após o término dos conflitos internos, o Acordo de Genebra estabeleceu a divisão do Vietnã no paralelo 17: ao sul a República do Vietnã do Sul (capital Saigon), pró-ocidental, e ao norte a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte, capital Hanói), de perfil comunista. Nesse momento a França reconheceu também a independência do Laos e do Camboja. Contudo, a política das potências na região era a de não perder posições e não permitir o avanço do inimigo. De acordo com essa estratégia, a oficialização no poder de um comunista no Vietnã do Norte (Ho Chi Minh), em 1954, representava um desequilíbrio. Assim, em 1960, procurando reverter suas posições no Extremo Oriente, apesar do desgaste na Guerra da Coreia, o governo norte-americano resolveu apoiar política e militarmente o Vietnã do Sul, dando início aos conflitos na região. O presidente John Kennedy não poupou ajuda financeira e militar aos sul-vietnamitas e seu sucessor, Lyndon Johnson, aumentou a "escalada militar" no Vietnã. 5 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Durante anos os EUA, através do Vietnã do Sul, procuraram derrubar o regime comunista do Vietnã do Norte. A guerra atingiu também o Laos e o Camboja, que foram ocupados pelos EUA e por guerrilhas nacionalistas e de esquerda. A força bélica e tecnológica norte- americana sucumbiu diante da eficiente guerrilha vietcongue (guerrilheiros do Vietnã do Norte) e do apoio da população aos guerrilheiros. O acordo de paz foi negociado por Henry Kissinger em 1973, mas os conflitos se prolongaram até 1975 no Laos e no Camboja. Os custos financeiros, materiais e sociais da guerra causaram enorme trauma na sociedade norte-americana. As reações internas à guerra surgiram já em meados da década de 1960 e os problemas se avolumaram. Richard Nixon foi eleito em 1968, por exemplo, com a promessa de terminar a guerra. As derrotas militares e as pressões internas obrigaram os EUA a manter um outro tipo de posicionamento internacional, favorecendo o diálogo. Os conflitos no Vietnã terminaram com a derrota e a retirada dos EUA, mas o país, mesmo unificado, continuou com sérios problemas políticos internos e com grande dificuldade para empreender a reconstrução. A Indonésia, um arquipélago no sudeste da Ásia, foi uma colónia holandesa invadida pelo Japão durante a Segunda Guerra. No final do conflito, uma frente política nacionalista proclamou uma república independente, sob o comandode Achmed Sukarno. Inicialmente ela se aproximou da política de não- alinhamento, mas em 1965 o fortalecimento de movimentos de esquerda acarretou um sangrento golpe comandado pelo general Suharto, de posições pró-ocidentais. ÁFRICA Os primeiros movimentos em favor da libertação dos países africanos se iniciaram no entre guerras, mas foi logo após o fim da Segunda Guerra que os processos emancipacionistas se multiplicaram por todo o continente. É preciso levar em conta que a ocupação europeia na África é bastante antiga e remonta aos séculos XV e XVI. No século XIX ela foi toda dividida em possessões e colônias da Europa. Além disso, é preciso salientar que o continente é extremamente heterogêneo em termos étnicos, culturais e econômicos e isso se refletiu nos movimentos de libertação (o norte da África é branco e muçulmano e a África central essencialmente negra). Esses movimentos se concentraram basicamente em dois períodos, a década de 1960 e a de 1970. Os movimentos de independência no norte da África começaram durante a década de 1950, e seus resultados práticos surgiram nos anos 60. De modo geral eles se organizavam em frentes políticas e militares de combate aos países colonizadores europeus e mantinham perfil nacionalista, como no caso da Argélia (ocupada pela França). Geralmente, depois do período de guerrilha e luta contra as tropas europeias, as diversas correntes políticas internas iniciavam uma disputa pelo poder, colocando em risco a estabilidade política do país. Após a independência ou o reforço das correntes nacionalistas, países importantes na região, como a Argélia (1962) e o Egito (1953), respectivamente, foram fundamentais para o desenvolvimento da política de não-alinhamento e de ações conjuntas entre nações terceiro-mundistas. A ÁFRICA “NEGRA” A África Negra é composta pela esmagadora maioria dos países do continente, com exceção apenas do Norte. Os processos e lutas de libertação nessa extensa área começaram no final da década de 1950, quando os países europeus já haviam se enfraquecido, e estenderam-se até a década de 1970, com a autonomia das colônias portuguesas. 6 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES A Inglaterra foi reconhecendo lentamente a independência de suas colônias de 1957 a 1965: Gana (1957), Nigéria (1960), Uganda (1962), Quênia (1963), Zâmbia (1964), Malauí (1964). Outras colônias europeias também se libertaram nesse período e muitas delas passaram por graves conflitos internos, muitas vezes vinculados às disputas entre as duas superpotências, como o Congo Belga, atual República Democrática do Congo. Os graves problemas econômicos e sociais e as interferências políticas externas acabaram atrasando ainda mais o desenvolvimento autônomo desses países, que continuam até hoje em situação de miséria. Antiga colônia holandesa, depois ocupada pelos ingleses, rica em minério e pedras preciosas, adotou uma política de segregação racial que assumiu uma face legal e institucional por meio do sistema do apartheid. Baseado na ideia de inferioridade racial dos negros, a maioria negra estava submetida a áreas preestabelecidas e a uma cidadania de segunda classe. As antigas colônias portuguesas na África foram as últimas a conquistar a autonomia. Guiné-Bissau, Moçambique e Angola chegaram à independência em 1974 e em 1975. Um fato importante que colaborou diretamente para esse processo foi a Revolução dos Cravos em Portugal, que terminou com o regime autoritário de Salazar. Nesses países, após a independência, ocorreram guerras civis, em que as correntes opostas foram apoiadas pelas duas superpotências. As organizações vitoriosas aproximaram-se da URSS e os contrarrevolucionários mantiveram-se com o apoio dos EUA ou da África do Sul. Em Angola e Moçambique, as lutas entre as correntes políticas permaneceram até a década de 1980. QUESTÕES 1. (Mackenzie) "Cremos como verdades evidentes, por si próprias, que todos os homens nasceram iguais, que receberam do seu Criador alguns direitos inalienáveis; que entre esses direitos estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade; que é para assegurar esses direitos que os Governos foram instituídos..." (Declaração de Independência dos EUA - 04.07.1776). Esta declaração inspirou-se nos ideais do: a) Neoliberalismo. b) Absolutismo. c) Iluminismo. d) Positivismo. e) Estoicismo. 2. (Cesgranrio) "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz." (Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94) A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a): a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung. b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria. c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente. 7 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50. e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais. 3. (Cesgranrio) "A Conferência está de acordo em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente." (DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BANDUNG, abril de 1955) Após a Segunda Guerra Mundial, a dominação ocidental no continente asiático e no continente africano foi contestada por movimentos locais de confronto com as nações imperialistas, em prol da independência e da autodeterminação dos povos desses continentes. Dentre os fatores que possibilitaram o processo de descolonização afro-asiático, NÃO podemos apontar a(o): a) influência da doutrina socialista, principalmente nas áreas coloniais que sofreram transformações revolucionárias, tais como o Vietnã e Angola. b) transferência para as áreas coloniais de uma ideologia humanista e antinacionalista, expressa na organização doutrinária do Bloco dos Não-Alinhados. c) deslocamento dos centros hegemônicos das decisões políticas internacionais da Europa para os EUA e a U.R.S.S. d) enfraquecimento das potências coloniais europeias provocado por sua participação na Segunda Guerra Mundial. e) fim do mito da inferioridade dos povos afro-asiáticos, em virtude das vitórias japonesas contra os ocidentais na guerra do Pacífico. 4. (Fatec) A descolonização do Oriente Médio enfrentou sérias dificuldades decorrentes, entre outras razões, das arbitrariedades cometidas na demarcação dos territórios de cada uma das novas nações. Esse procedimento, ao tentar solucionar os problemas dos ex- dominadores, dividiu grupos tradicionais, tirando-lhes regiões ricas ou estratégicas, colocando, com isso, os nascentes Estados em rivalidade permanente e levando, algumas vezes, ao surgimento de guerras como a Guerra dos Seis Dias (1967). Esse conflito trouxe como principal problema para aquela região: a) o boicote petrolífero determinado pela OPEP contra os países do Ocidente. b) a guerra civil no Líbano após a queda de Nasser no Egito. c) a ocupação por Israel de vários territórios árabes, principalmente a margemocidental do rio Jordão. d) a internacionalização de Jerusalém e a ocupação israelense em Golan. e) o fechamento do Canal de Suez e a ocupação egípcia da região do Sinai. 5. (Fgv) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos dependentes..." A conferência a que o texto se refere é apontada como um a) indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam sofrendo as consequências do processo de industrialização na Europa. b) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos. c) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela 8 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes. d) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação. e) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista. 6. (Fgv) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve- se, em parte, a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central. b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas. c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente. d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as características das sociedades locais. e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que os governos locais se beneficiem do caos. 7. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre: a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial europeia se encerrou logo após a segunda guerra mundial. b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização. c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente. d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação. e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micronacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir novas. 8. (Fuvest) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente: a) da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na Argélia. b) da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na região. c) da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço. d) da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados Unidos. e) da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial. 9. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné- Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes. Isto se explica 9 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES a) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias. b) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral. c) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência. d) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação. e) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974. 10. (Fuvest) Na década de 1950, dois países islâmicos tomaram decisões importantes: em 1951, o governo iraniano de Mossadegh decreta a nacionalização do petróleo; em 1956, o presidente egípcio, Nasser, anuncia a nacionalização do canal de Suez. Esses fatos estão associados a) às lutas dos países islâmicos para se livrarem da dominação das potências Ocidentais. b) ao combate dos países árabes contra o domínio militar norte-americano na região. c) à política nacionalista do Irã e do Egito decorrente de uma concepção religiosa fundamentalista. d) aos acordos dos países árabes com o bloco soviético, visando à destruição do Estado de Israel. e) à organização de um Estado unificado, controlado por religiosos islâmicos sunitas. 11. (Puc-rio) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o mapa político mundial na segunda metade do século XX. As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de uma. Qual? a) A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos de governo ocidentais inspirados nas experiências de suas metrópoles. b) Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade política sólida, o que permitiu a organização do movimento dos países "não-alinhados", em Bandung, na Indonésia. c) Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de modernização e crescimento econômico com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional. d) Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções sociais, os novos Estados tenderam para o modelo soviético. e) Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as antigas metrópoles, os exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por desempenhar um papel de destaque na política nacional dos novos Estados. 12. (Pucmg) Na segunda metade do século XX, após décadas de dominação europeia, os povos da África conseguem se libertar. São marcas dos Estados Africanos hoje, EXCETO: a) o domínio exercido por uma elite africana em lugar do antigo dominador. b) o falso desenvolvimento econômico realizado em proveito do capital externo. c) a independência formal associada à manutenção do domínio de "tipo colonial". d) a solidariedade dos povos negros em luta contra os resíduos da europeização. e) a tendência autoritária e violenta dos pequenos Estados recém-formados. 13. (Pucsp) "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas taxas de inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela ausência ou fraqueza dos 10 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da dependência da ajuda financeira internacional,em uma escala que alguns países não tiveram nem durante o colonialismo". Leila Leite Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615. O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência na segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que: a) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes blocos econômicos. b) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a contenção dos gastos públicos. c) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e político- administrativos das antigas metrópoles. d) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre todo o planeta. e) deriva sobretudo do desperdício provocado pelas guerras internas no continente africano, que tiveram sua origem no período anterior à colonização europeia e se reacenderam em meio às lutas de independência e ao processo de formação nacional. 14. (UERJ) A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi. (Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.) Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente africano é: a) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes b) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de guerras localizadas c) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista d) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades 15. (Ufmg) "O colonialismo em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente." Os argumentos dessa reinvindicação, expressa na Conferência de Bandung (1955), estavam fundamentados a) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem. b) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano II. c) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais. d) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano. e) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo. 11 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 16. (Ufrn) Em relação ao processo de descolonização afro-asiático, é correto afirmar: a) As potências europeias, fortalecidas com o fim da 2ª Guerra Mundial, investiram recursos na luta contra os movimentos de libertação que explodiam nas colônias. b) A Organização das Nações Unidas tornou- se o parlamento no qual muitos países condenavam o neocolonialismo, dado que proclamava a autodeterminação dos povos. c) A Guerra Fria dificultou a descolonização, em virtude da oposição de soviéticos e americanos, que viam no processo uma limitação de seu poder de influência na África e na Ásia. d) As nações que optaram por guerra e luta armada foram as únicas que conquistaram independência e autonomia política frente à dominação dos países europeus. 17. (Ufv) O vasto império colonial português na África, cujas origens se encontram na expansão ultramarina no século XV, começou a ruir a partir da década de 50 do século XX, quando suas colônias iniciam as lutas pela independência. Esse processo estava associado ao fim do Imperialismo e do Colonialismo, com a emancipação das colônias europeias na África e na Ásia. Dentre as opções abaixo, assinale aquela que NÃO está diretamente associada ao fim do Imperialismo e do Colonialismo. Afro- asiático: a) A ampliação do poder econômico e político dos Estados Unidos e da União Soviética. b) As transformações políticas, econômicas, sociais e ideológicas causadas pela Segunda Grande Guerra. c) A ampliação dos movimentos de caráter nacionalista. d) O declínio da hegemonia europeia iniciado na Primeira Guerra Mundial. e) As pressões da China comunista pela ampliação de sua área de influência na Ásia e na África ocidental. 18. (Unesp) A Inglaterra, detentora do mais rico e poderoso império marítimo, chegou ao auge de sua supremacia no Século XIX. A decadência do Império Britânico e o processo de descolonização nas colônias oriundas de povoamento inglês, relacionam-se com a) a educação política veiculada pelos dominadores, procurando desenvolver a consciência anti-imperialista dos dominados. b) a transformação de alguns domínios em comunidades autônomas e iguais, não subordinadas umas às outras, embora unidas por uma fidelidade comum à Coroa Britânica e livremente associadas. c) o controle administrativo direto das terras árabes, segundo fundamentos filantrópicos e zelo missionário. d) o prolongado governo pela força e sem nenhum grau de autonomia dos domínios do Canadá, Austrália e Nova Zelândia. e) a transferência de tecnologia para os domínios da África e da Ásia, a fim de assegurar imediata independência econômica. 19. (Unirio) A descolonização do continente africano, a partir de 1950, libertou nações do imperialismo. Entretanto, não solucionou os problemas estruturais de diversos países do continente. Sobre os países africanos descolonizados, é correto afirmar-se que: a) em Ruanda, ao processo de independência, conquistada em 1962, seguiu-se a criação de um governo de coalizão popular que, apoiado por investimentos ocidentais, extinguiu as rivalidades étnicas e as guerras tribais. b) em Angola, a prolongada guerra civil após a independência, em 1975, provocou a intervenção da ONU no conflito, com a participação de soldados brasileiros, cujo objetivo é desarmar a guerrilha e auxiliar na reconstrução do país. 12 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES c) em Moçambique, que alcançou a independência em 1975, o movimento guerrilheiro de inspiração socialista FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), apoiado pela União Soviética, conquistou a gestão das regiões auríferas da Rodésia. d) na Argélia, independente em 1962, após o fracasso das tentativas de estabelecimento da democracia com as recentes eleições, ocorreu o golpe de estado dos fundamentalistas muçulmanos. e) na Namíbia, a fraqueza política e econômica dos governos posteriores à independência, ocorrida em 1990, facilitou a invasão militar, com a anexação de seu território pela África do Sul. 20. (Ufes) O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no Brasil, o maior país de população negra fora da África, se fala uma só língua e se pratica o sincretismo religioso. ("O Globo" - 23/7/98) O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, Nelson Mandela, que combateu duramente os sérios problemas enfrentados pela África do Sul após se libertar dasujeição efetiva à Inglaterra. Uma das dificuldades por que passou o país foi a política de "apartheid", que consistia no(a) a) resistência pacífica, que previa o boicote aos impostos e ao consumo dos produtos ingleses. b) radicalismo religioso, que não permitia aos brancos professar a religião dos negros, impedindo o sincretismo religioso que interessava aos ingleses. c) manutenção da igualdade social, que facilitava o acesso à cultura a brancos e negros, desde que tivessem poder econômico e político. d) segregacionismo oficial, que permitia que uma minoria de brancos controlasse o poder político e garantisse seus privilégios diante da maioria negra. e) desarmamento obrigatório para qualquer instituição nacional e exigência do uso exclusivo do dialeto africano nas empresas estrangeiras. 3.2 América Latina Pós-Guerra A história do desenvolvimento na América Latina passou três fases distintas: Uma de otimismo que marcou a sua gênese nos anos 40 e 50; Uma era de radicalização pela direita que distorceu os fins almejados pelo desenvolvimento para culminar no aprofundamento da dependência e da concentração da renda em nome da acumulação de capital; E a última, nos anos 90 com a prática neoliberal que pretende vender a ilusão de que esses países podem alcançar um patamar de desenvolvimento igual aos dos países centrais, onde a população poderá desfrutar de um maior bem-estar social. Não é certo que a manutenção do modelo de crescimento voltado para dentro teria conseguido obter sucesso contra os efeitos nocivos do subdesenvolvimento, mas, tampouco, é certeiro que um modelo que privilegia a concentração da renda em detrimento do combate à pobreza irá obter resultados satisfatórios para superarmos a nossa secular condição de países secundários no cenário internacional. A REVOLUÇÃO CUBANA Após se tornar independente, Cuba tornou- se praticamente um protetorado dos Estados Unidos, visto que devido à Emenda Platt (dispositivo legal inserido na Carta Constitucional de Cuba), estes podiam intervir naquele país diretamente caso os interesses recíprocos fossem ameaçados. 13 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Mesmo após a política da boa vizinhança, quando a Emenda se tornou praticamente inútil, Cuba continuava dependente dos Estados Unidos quando se tratava de importações e exportações, por exemplo. Em 1925, teve início o governo ditatorial de Gerardo Machado, que, apoiado pelos norte-americanos perseguiu opositores de seu governo gerando vários conflitos internos. Ele foi deposto em 1933, em um movimento que participavam dentre muitos, trabalhadores vinculados ao Partido Comunista Cubano. Após a deposição, Fulgêncio Batista, um dos líderes do mesmo, assumiu o comando do exército em Cuba e como possuía bastante influência, foi eleito presidente em 1940, e governou por quatro anos. Nos dois governos seguintes, o país continuou a vivenciar uma atmosfera democrática e livre de golpes militares até que em 1952, Batista deu um golpe de estado estabelecendo uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos até 1958. Á medida que a economia cubana se restringia à exportação de matéria-prima a desigualdade social aumentou bastante. Havia resistência ao governo, mas ela era duramente reprimida por Fulgêncio. Entre os principais líderes da oposição se encontrava Fidel Castro e para ele a resolução do problema da ditadura se encontrava na luta armada. Então, reuniu um grupo de jovens com o objetivo de atacar o quartel da Moncada, porém, fracassou. Os rebeldes foram presos, mas Fidel foi anistiado, não demorando a iniciar outro movimento, organizado no México, com seu irmão Raúl e com o médico argentino Che Guevara. Em novembro de 1956, mais de oitenta homens embarcaram rumo à Cuba mas a viagem atrasou e o plano foi descoberto. Ao chegarem na costa, tornaram-se alvos fáceis e apenas 12 sobreviveram. Os sobreviventes se esconderam em Sierra Maestra, se organizaram novamente e por dois anos travaram guerras de guerrilhas nessa região, enquanto nas cidades, grupos clandestinos reforçavam a oposição. Diante do cenário, Fulgêncio deixou Cuba e Fidel Castro assumiu o poder, adotando imediatamente políticas de impacto na política interna e externa do país. Uma das medidas adotadas por ele foi a nacionalização de empresas. Como haviam muitas empresas norte-americanas lá, as tensões aumentaram, e pioravam à medida que Cuba se aproximava da União Soviética. Em 1961, Cuba e os Estados Unidos cortaram as relações diplomáticas e Fidel Castro declarou Cuba como sendo um estado socialista. A consequência disto foi um embargo econômico promovido pelos EUA no ano seguinte. Em 1962, os norte-americanos descobriram que a União Soviética havia instalado mísseis em território Cubano (Crise dos mísseis) e o episódio só foi resolvido quando os soviéticos decidiram retirá-los da ilha. A ARGENTINA DE PERÓN Eleições fraudulentas, disputas internas, golpes. Disso foi composta a década de 1930 na Argentina, também conhecida como década infame. Após um golpe de estado em 1930, os militares passaram a ter grande influência na política Argentina. Os grupos políticos eram divididos de acordo com a posição do país na Segunda Guerra Mundial e isto fazia com que as diferenças de ideologia ficassem mais acentuadas. No início dos anos 40, o foco da tensão estava entre os que apoiavam os Fidel Castro 14 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Aliados e os que simpatizavam com regimes autoritários europeus, porém, conforme os países do Eixo conquistavam vitórias, a possibilidade de instalação de um regime autoritário foi sendo cogitada causando agitação. Em 1941, um grupo de militares simpatizantes do Fascismo formou o Grupo de Oficiais Unidos (GOU) na Argentina, que após dois anos deu um golpe de estado derrubando o então presidente para que o exército, que continuava com opiniões divergentes entre si, passasse a administrar o país. Provas deste choque de ideologias surgiram quando, em 1945, a pressão da opinião pública e os problemas aumentaram e chegaram a seu ápice fazendo com que Juan Domingo Perón, então vice-presidente do país, fosse destituído, preso e liberado em seguida devido à reação das massas trabalhadoras e dos sindicalistas. Eleições foram convocadas em 1946 e a aliança peronista ganhou a disputa. Perón iniciou seu governo cumprindo promessas eleitorais tais como o aumento do salário dos servidores públicos, investimentos na saúde pública, focando no desenvolvimento da indústria Argentina, censurando a imprensa e perseguindo toda e qualquer oposição. Encarregava sua esposa, Evita Perón, de obras sociais, como construção de escolas e de hospitais. Ganhou a simpatia das grandes massas e com isso foi reelegido em 1952, porém a situação mudou daí em diante: a produção industrial caiu, a inflação aumentou e a oposição foi reforçada por setores do exército e da Igreja Católica, até então aliados de Perón. A oposição ao governo cresceu mais até que em 1955 aconteceu a Revolução Libertadora, que destituiu Perón. O novo regime foi marcado pela perseguição forte aos peronistas, que nem votar em membros do seu partido podiam. Em 1958, Arturo Frondizi, um civil, foi eleito presidente da Argentina, acabando com a revolução. A presença de um civil como presidente, no entanto, não foi predominante visto que apenas dois governaram num espaço de 18 anos. Isto, somado com a marginalizaçãodos peronistas causou vários conflitos durante os anos 60, e fez com que surgissem grupos guerrilheiros armados, como os Montoneros e o Exército Revolucionário do Povo, que se enfrentavam causando danos à população Argentina. Diante das pressões, eleições foram convocadas pelos militares em 1973, e a candidatura de Perón foi aceita. Este voltou do exílio e venceu as eleições, porém não ficou muito tempo no cargo, visto que morreu em 1974, e foi sucedido pela sua Segunda esposa, Isabelita Perón. O BRASIL NO PÓS-GUERRA O Brasil na Guerra Fria, mais precisamente no início dela, era governado por João Goulart, nesse período ele buscou uma aproximação com a União Soviética Ao término da Segunda Guerra Mundial (1945), iniciou-se a Guerra Fria, uma disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi uma intensa guerra ideológica, econômica, diplomática e tecnológica pela conquista de zonas de influência, que estabeleceu a divisão do mundo em dois Juan Domingo Péron 15 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES blocos, com sistemas econômicos, políticos e ideológicos divergentes: o chamado bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco comunista, liderado pela União Soviética. Essa disputa influenciou diretamente nas políticas de vários países, inclusive do Brasil. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil integrou o bloco capitalista, no entanto, a partir de 1961 o presidente João Goulart (Jango) desenvolveu uma política externa independente do apoio das superpotências da Guerra Fria. Jango fortaleceu os movimentos sindicais, estudantis, camponeses e populares. Além desses fatos, o então presidente promoveu uma aproximação política entre o Brasil e a União Soviética, o que desencadeou atritos com as lideranças políticas, econômicas e militares do Brasil. Em fevereiro de 1964, Jango anunciou as reformas de base, que consistia num conjunto de reformas sociais que incluía a reforma agrária. Sua política preocupou bastante a classe burguesa do Brasil e os investidores estadunidenses, esse clima era propício para um golpe de estado. Em 31 de março de 1964, o presidente foi deposto por um golpe militar que teve apoio decisivo da elite conservadora brasileira e da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). Instalou-se no Brasil uma ditadura militar que governou o país por duas décadas (1964 – 1985), esse período se caracterizou pela censura à imprensa, movimentos culturais e sociais, a repressão aos opositores do regime militar, institucionalização da tortura, entre outros fatores. O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO Vivemos sob a égide de três revoluções que estão produzindo profundas alterações no mundo de hoje: a revolução ecológica, a revolução tecnológica e a globalização. A primeira revolução que chamamos ecológica tem mais a ver com a filosofia. O fracasso dos homens deste século na construção das utopias geradas nos séculos passados leva mais do que à reflexão, à busca de novas utopias e de novos caminhos para encontrar a felicidade. Essa reflexão nos está conduzindo ao abandono do racionalismo cartesiano e se volta a dar mais valor a espiritualidade e a compreensão de que o ser humano é uma complexa unidade integrada à natureza e está integrada ao universo – é o que se está denominando de pensamento holístico. A segunda revolução tecnológica é aquela que está ocorrendo na área da ciência e da tecnologia. As coisas acontecem a uma velocidade nunca vista. Muitas vezes quando nos decidimos pela compra de um novo produto ele já foi substituído por outro mais sofisticado. Todas as áreas da atividade humana, estão sendo afetadas pelas grandes transformações ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico e científico, particularmente nas áreas da informática e telecomunicações. O resultado previsível é que a cada dia o conhecimento e as habilidades passam a ser cada vez mais a única fonte de vantagens comparativas. A terceira revolução é a globalização. Em uma era de empresas baseadas na capacidade intelectual, a economia global é uma economia dinâmica em transição permanente. Pela primeira vez, na história da humanidade tudo se pode fazer em qualquer parte e ser vendido onde se queira. A economia global define o ponto de vista de todos e modifica o que cada um de nós pensa. Todos enfrentamos uma nova realidade. Todos no mundo somos mutuamente dependentes. Diante dessa nova realidade, em todo o mundo de hoje o sentimento dominante na maioria das pessoas é de perplexidade. Principalmente nos países em desenvolvimento, como o nosso, algumas pessoas se veem como que perdidas diante da voragem de tanta informação, diante da 16 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES velocidade com que as coisas acontecem. Tememos ficar para traz e muitas vezes não sabemos o que fazer para ir para frente. Esse sentimento é agravado com a sensação de insegurança quando vemos, em países como o nosso, a desmontagem do Estado dando mais responsabilidade às iniciativas privadas, quando vemos a delapidação do patrimônio nacional e mais ainda, quando se vê a fragilidade da aparente estabilidade atual diante das manobras dos que se locupletam no lucro fácil do cassino global. Diante de tantas transformações e de tanta perplexidade, o que se coloca como vital no momento atual, é como sobreviver, ou, mais que isso, como obter sucesso nesse mundo cambiante, como ser moderno na virada do milênio. Buscando respostas a essas inquietações a equipe de Nova Sociedade se viu na disjuntiva de reformular sua missão e encontrou o que lhe parece ser o melhor caminho para seu desenvolvimento. Levar a experiência de nossos consultores associados e (levar) a metodologia participativa na construção do conhecimento, para junto com nossos clientes tentar tornar menos dolorosa a transição, construir caminhos que facilitem não só a sobrevivência no próximo milênio, mas, principalmente o sucesso. Nós acreditamos que todas essas revoluções que estão ocorrendo, naquilo que elas têm de positivo, têm tudo o que é preciso para que se possa realizar a própria revolução, a revolução interior que significa ver que as coisas no mundo estão mudando e colocar-se na posição de protagonista, de agente dinâmico impulsionador dessas mudanças. É assim que vamos contribuir para melhorar a vida na terra senão para nós, para nossos descendentes. Com essa visão de mundo é que acreditamos se deve traçar os objetivos para nortear a execução de qualquer projeto, seja o projeto de uma empresa industrial, comercial ou de serviço, seja o projeto para a gestão pública ou de uma entidade não governamental, seja em fim o próprio projeto de realização pessoal. 3.3 Conflito Árabe-israelense O moderno estado de Israel está situado em um território que já foi conquistado por muitos povos: assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, árabes muçulmanos e turcos otomanos. O país, localizado na costa oriental do Mar Mediterrâneo, é conhecido como a Terra Santa. Para os judeus, a terra é santa porque lhes foi prometida por Deus; para os cristãos, porque Jesus, sendo judeu, nasceu e viveu lá; para os muçulmanos, porque Jerusalém é o local da subida do profeta Maomé aos Céus. Em 1948, o estado de Israel foi estabelecido e, desde então, esteve envolvido em guerras e conflitos com seus vizinhos árabes. O objetivo do presente artigo é apresentar a origem e o histórico do conflito árabe-israelense. Vamos iniciar examinando as reivindicaçõeshistóricas dos judeus e árabes. Nos próximos artigos, iremos discutir os eventos que levaram à formação do estado de Israel e analisar as questões geopolíticas do conflito árabe- israelense. BREVE HISTÓRIA DO POVO JUDEU O laço judeu à Terra de Israel data de mais de 3.700 anos. De acordo com a Bíblia, Deus prometeu que os descendentes do patriarca Abraão herdariam a terra. O Livro Sagrado revela que o povo judeu foi escravizado no Egito, até que Deus o libertou. Após sua libertação do Egito, o povo judeu foi liderado por Moisés - o maior profeta da história judaica - e levado à Terra de Israel. No entanto, foi Josué, sob o comando de Deus, que conquistou a Terra, iniciando assim a formação do primeiro estado judeu. A nação judaica formou a sua primeira monarquia constitucional por volta do ano 1000 A.C. O segundo rei dos judeus, 17 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Davi, estabeleceu Jerusalém como a capital do país e seu filho Salomão liderou a construção do Templo Sagrado de Jerusalém. No ano 70 D.C., os romanos destruíram o Templo Sagrado. Tudo o que restou de pé até hoje foi sua Muralha Ocidental, conhecido por todos como Muro das Lamentações, considerado pelo judaísmo como o local mais sagrado do mundo. Sendo assim, pessoas de vários países, judeus e não-judeus, visitam o Muro em Jerusalém. Elas escrevem bilhetes com pedidos pessoais a Deus e os colocam entre suas pedras. Além de destruir o Templo Sagrado de Jerusalém, os romanos expulsaram os judeus de sua terra, dando início à diáspora, que significa a dispersão dos judeus para outros países do mundo. Contudo, apesar de terem sido conquistados pelos romanos, muitos judeus continuaram a viver na Terra de Israel. Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafa, Gaza, Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a imigração para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas estavam se fixando em Jerusalém e em outras cidades. Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de volta à Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus acreditam que o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo o povo judeu à Terra de Israel. Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu retorno à sua terra histórica. A ideia de estabelecer um estado judeu moderno começou a ganhar grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista austríaco chamado Theodor Herzl levou adiante a ideia do sionismo, definido como o movimento nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o povo judeu tem direito ao seu próprio estado, soberano e independente. No final do século XIX, o aparecimento do antissemitismo, o preconceito e ódio contra judeus, levou ao surgimento de pogroms - massacres organizados de judeus - na Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus europeus ocasionou imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número de imigrantes vindos da Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000. Simultaneamente, muitos judeus vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia imigraram para a Terra de Israel. Quando os judeus começaram, em 1882, a imigrar para seu antigo território em grande escala, viviam por lá menos de 250.000 árabes. O povo judeu baseia suas reivindicações por Israel em diversos fatores: 1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a antiga terra dos patriarcas e profetas bíblicos. Na Bíblia, inúmeras passagens citam Israel e Jerusalém como sagrados ao povo judeu e as principais orações judaicas falam sobre o retorno do povo à sua cidade sagrada. As orações judaicas são feitas em direção a Jerusalém. Durante as festas judaicas, as orações são encerradas recitando a frase "ano que vem em Jerusalém". 2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de Israel nunca foi estabelecida como um estado. A região foi colonizada por diversos impérios, mas nunca voltou a ser um estado soberano. Foram imigrantes judeus que desenvolveram a agricultura e construíram cidades para restabelecer um estado no seu lar histórico. 3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um estado democrático, moderno e soberano. 4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada por 18 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Israel em guerras de defesa, após o país ter sido atacado por seus vizinhos árabes. 5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel representa apenas um décimo de 1 % da região. 6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas pode ser garantida através da existência de um estado judeu forte e soberano. BREVE HISTÓRIA DO POVO PALESTINO Acredita-se que o termo "Palestina" (Palestine) origina dos filisteus (Philistines), um povo egeu que, no século XII A .C., se estabeleceu ao longo da planície costeira do Mediterrâneo, conhecida hoje como a Faixa de Gaza. No século II, após derrotar o antigo Estado de Israel, os romanos deram o nome de Palestina à terra, numa tentativa de humilhar os judeus e minimizar sua identificação com a Terra de Israel. Em 638, a conquista árabe da Terra de Israel deu início a 1.300 anos de presença muçulmana em Israel. Porém, o país nunca foi exclusivamente árabe. Após as invasões muçulmanas do século VII, o árabe tornou-se gradualmente a língua da maioria da população da região. Apesar do controle muçulmano, nenhum estado árabe independente chegou a ser estabelecido na Terra de Israel. A cidade de Jerusalém é considerada a terceira mais sagrada na religião islâmica (as primeiras são Meca e Medina). Acredita-se que Jerusalém seja o local onde o maior profeta islâmico, Maomé, subiu aos Céus. A mesquita al-Aqsa, onde o Domo da Rocha foi futuramente construído, marca este ponto, que é sagrado para os muçulmanos. Enquanto os muçulmanos dominavam a região, cristãos e judeus viviam em paz, já que eram considerados os Povos do Livro. Cristãos e judeus tinham controle autônomo em suas comunidades e eram permitidos a praticar as suas religiões com liberdade e segurança. Tal tolerância religiosa demonstrada pelo povo muçulmano é rara na história do homem. Em 1517, os turcos otomanos da Ásia Menor conquistaram a região e, com poucas interrupções, governaram Israel, então chamada de Palestina, até o inverno de 1917-18. O país foi dividido em diversos distritos, dentre eles, Jerusalém. A administração dos distritos foi cedida em grande parte aos árabes palestinos. As comunidades cristãs e judaicas, porém, receberam grande autonomia. A Palestina compartilhou a glória do Império Otomano durante o século XVI, mas foi negligenciada quando o império começou entrar em declínio no século XVII. Em 1882, menos de 250.000 árabes viviam no local. Uma parte significante da Terra de Israel pertencia aos senhores, que viviam no Cairo, Damasco e Beirute. Por volta de 80% dos árabes palestinos eram camponeses, nômades ou beduínos. Em 1917-18, com apoio dos árabes, os britânicos capturaram a Palestina dos turcos otomanos. Na época, os árabes palestinos não se imaginavam tendo uma identidade separada. Eles se consideravam parte de uma Síria árabe. O nacionalismo árabe palestino é,em grande parte, um fenômeno do pós Primeira Guerra Mundial. Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou quase quatro quintos da Palestina - aproximadamente 35.000 milhas quadradas - para criar um emirado árabe, a Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é uma monarquia árabe, é em sua maioria composto por palestinos que hoje representam aproximadamente 70% da população. Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta Branca), um documento relatando que um estado árabe independente e não dividido seria estabelecido na Terra de Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O nacionalismo árabe cresceu com a promessa de um 19 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES estado forte. Os britânicos não foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez disso, em 1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Terra de Israel em dois estados: um judeu e outro árabe. Em 1948, foi estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos árabes atacaram o novo estado judeu, teve início a primeira guerra árabe-israelense. Durante o estabelecimento do estado de Israel e durante a primeira guerra entre árabes e israelenses, mais da metade dos árabes que viviam na Terra de Israel fugiram, dando início ao problema ainda hoje vigente de refugiados palestinos, que discutiremos nos próximos artigos. O povo palestino baseia suas reivindicações em diversos fatores: 1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos. 2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania sobre a terra onde viveram. 3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de elevação do profeta Maomé aos Céus. 4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades não pertencem à região. 5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados completamente independentes, exceto a Palestina. 6. Os palestinos tornaram-se refugiados. Outros países árabes nunca os aceitaram completamente e eles vivem frequentemente em campos para refugiados tomados pela pobreza. QUESTÕES 21. Na esteira da discórdia entre judeus e palestinos nos territórios por eles disputados está o movimento sionista, apontado por muitos como um dos principais elementos relacionados com o aumento das tensões entre ambos os lados da questão. De toda forma, o sionismo não é a causa do problema em si, mas um de seus fatores históricos mais importantes. Entende-se por sionismo: a) a intenção proeminente dos povos árabes de tentar erradicar os judeus do Oriente Médio. b) a crença religiosa de que judeus e muçulmanos são povos excludentes e que jamais entrarão em paz. c) a busca dos judeus pela Terra Prometida, nos arredores de Jerusalém, com a consequente criação de seu Estado-Nação. d) o movimento de resistência dos judeus frente às constantes ameaças árabes promovidas em todo o mundo. e) A resistência dos judeus mesmo após a segunda guerra e o holocausto. 22. (PUC-RIO 2009) O Estado de Israel, que completou 60 anos em maio deste ano, teve suas fronteiras definidas a partir de várias guerras com países vizinhos. A esse respeito, avalie as afirmativas abaixo: I - O plano de Partilha da ONU (Resolução 181) de 1947 previa a retirada das tropas do Império russo, a criação de um Estado judaico e de um Estado independente árabe- palestino na região da Palestina. II - Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e atacaram o recém- formado Estado de Israel em 1948: era o começo dos conflitos árabe israelenses e do dilema dos refugiados palestinos. 20 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES III - A vitória israelense na Guerra dos Seis Dias (1967) permitiu a ocupação de quase toda a Palestina, isto é, do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de Jerusalém e o do Iraque. IV - A partir de 1987, a população civil palestina começou a série de levantes (Intifada) contra a ocupação israelense usando paus, pedras e atentados. ASSINALE a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III estão corretas. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. d) Somente as afirmativas II e III estão corretas. e) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. 23. (UFMG 2009) Envolvido, desde sua fundação, em conflitos na região, o Estado de Israel completou, em maio de 2008, 60 anos de existência. Considerando-se as disputas territoriais entre árabes e israelenses e outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que: a) a Autoridade Nacional Palestina controla os territórios de Gaza e do sul do Líbano e, em 2006, com o auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia, garantiu a soberania sobre essas regiões. b) a cidade de Jerusalém, considerada sagrada por três religiões, foi ocupada por Israel em 1949, ao final da Primeira Guerra Árabe-Israelense, e, depois dos Acordos de Oslo, foi reconhecida pela ONU como capital do país. c) a região das colinas de Golã, rica em fontes de água e ocupada por Israel durante a Segunda Guerra Árabe-Israelense, foi devolvida à Síria em 2000, como parte dos tratados de paz firmados entre os dois países. d) o Governo de Israel promoveu, em 2005, a retirada de colonos judeus da faixa de Gaza, no entanto, apesar de pressões de organismos internacionais, manteve assentamentos judaicos no território da Cisjordânia. e) O justo seria a destruição total de um dos lados com a finalidade de garantir a hegemonia do outro e consequentemente a paz na região. 24. (Enem-MEC) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 06 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano- soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro. Com base no texto, assinale a opção correta. a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio. b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe- israelense, Israel obteve rápida vitória. c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir da decisão da 21 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel. d) A ação dos governos de Washington e Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense. e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU. 25. Leia abaixo o trecho de um texto de Maurício Tragtenberg: “Os únicos precedentes paralelos são as Cruzadas e os emigrados que fundam os EUA. Nos futuros Estados-Nação não estava previsto um lugar para os judeus. Eles eram “diferentes”.Mais e mais a deixar de largar tudo e construir um “lar nacional” animava os judeus. Todos esses movimentos nacionais tinham uma matriz comum: voltados ao passado, cada povo cuidava de inventar um passado nacional glorioso pretendendo marcar por sua existência o retorno a uma “idade de ouro”. No trecho acima, é possível perceber os motivos que animaram setores da população judaica a criarem um “lar nacional”. O principal movimento político que impulsionou a criação do Estado de Israel foi: a) o socialismo, liderado por Victor Klemperer. b) o marxismo, liderado por Walter Benjamin. c) o nazismo, liderado por Adolf Hitler. d) o sionismo, liderado por Theodor Herzl. e) o fascismo, liderado por Ariel Sharon. 22 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES GABARITO 1 – c 2 – c 3 – b 4 – c 5 – e 6 – d 7 – e 8 – a 9 – e 10 – a 11 – b 12 – d 13 – c 14 – d 15 – a 16 – b 17 – e 18 – b 19 – b 20 – d 21 – c 22 – c 23 – b 24 – b 25 – d 3.2 América Latina Pós-Guerra
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