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06 Aulas MF

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Mercado Financeiro
Aula 01
1914 a 1945
Os bancos desenvolvem-se com relativa segurança, sustentando as mudanças que ocorrem na estrutura produtiva do País. 
Em 1920 é criada a Inspetoria Geral dos Bancos. Nesta fase, o país contava com 2074 instituições financeiras e a estrutura existente não atendia às necessidades.
1945 a 1964
É criada a Superintendência de Moeda e Crédito e havia a coexistência de vários órgãos com atribuições de Autoridade Monetária. 
É criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (1952), o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Amazônia.
1964 a 1988
Ocorre a implementação de mudanças estruturais no sistema financeiro com destaques para as seguintes leis: 
• Lei da Correção Monetária (4357/64);
• Lei do Plano Nacional da Habitação (4380/64);
• Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional (4595/64);  
• Lei do Mercado de Capitais (4728/65);
• Lei da CVM (6385/76, alterada pela Lei 10411/02);
• Lei das S.A (6404/76, alterada pelas leis 9457/97 e 10303/01).  
1988 a 1994 
As funções da autoridade monetária passam a ser exclusivamente exercidas pelo Banco Central do Brasil (BCB) e suas atividades atípicas são transferidas para o Tesouro Nacional (TN). 
Os empréstimos diretos ou indiretos do BCB para o TN, ou qualquer entidade que não fosse uma instituição financeira, ficam proibidos. 
Surge a Resolução CMN nº 1.524/88, que permite a criação dos chamados Bancos Múltiplos.
1988 a 1994 
As funções da autoridade monetária passam a ser exclusivamente exercidas pelo Banco Central do Brasil (BCB) e suas atividades atípicas são transferidas para o Tesouro Nacional (TN). 
Os empréstimos diretos ou indiretos do BCB para o TN, ou qualquer entidade que não fosse uma instituição financeira, ficam proibidos. 
Surge a Resolução CMN nº 1.524/88, que permite a criação dos chamados Bancos Múltiplos.
Artigo 17 da Lei 4595/64
Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.
Aula 02
Aula 2: Os Mercados do Dinheiro
CETIP AS
A CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos - é uma sociedade administradora de mercados de balcão organizados, ou seja, de ambientes de negociação e registro de valores mobiliários, títulos públicos e privados de renda fixa e derivativos de balcão. É, na realidade, uma câmara de compensação e liquidação sistemicamente importante, nos termos definidos pela legislação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) (Lei n º10.214), que efetua a custódia escritural de ativos e contratos, registra operações realizadas no mercado de balcão, processa a liquidação financeira e oferece ao mercado uma Plataforma Eletrônica para a realização de diversos tipos de operações online, tais como leilões e negociação de títulos públicos, privados e valores mobiliários de renda fixa.
Criada pelas instituições financeiras e o Banco Central, iniciou suas operações em 1986, proporcionando mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro. A CETIP, hoje uma sociedade anônima de capital aberto com ações negociadas no Novo Mercado, da BM&FBovespa, é a maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior Câmara de ativos privados do mercado financeiro brasileiro. Sua atuação garante o suporte necessário a todo o ciclo de operações com títulos de renda fixa, valores mobiliários e derivativos de balcão. 
Fonte: http://www.cetip.com.br/home.asp
Os principais títulos negociados no mercado de capitais são:
• ações que constituem a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade anônima;
• opções sobre ações que representam um direito de compra (ou venda) de ações a um preço previamente fixado e válido por determinado período;
• debêntures, que representam títulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por sociedades anônimas, cujos recursos são destinados ao financiamento de projetos de investimentos ou para alongamento do perfil de endividamento das empresas. Em sua grande parte, as empresas emitentes de debêntures transformam-se em sociedade anônimas de capital aberto;
• Depositary Receipts, os Recibos de Depósitos são títulos negociáveis no mercado e lastreados na existência de ações de uma sociedade instalada em outro país. O recibo pode ser trocado a qualquer momento pelas ações custodiadas no banco depositário;
• Commercial Paper, destinado à subscrição pública, cujos recursos são canalizados para financiar suas necessidades correntes de capital de giro.
Além dos títulos emitidos pelas empresas privadas e de economia mista mencionados, existem títulos emitidos pelas Instituições Financeiras, tais como: letras de câmbio, certificados de depósitos/recibos bancários, cadernetas de poupança, letras hipotecárias, warrants, entre outros.
Os principais financiamentos no mercado de capitais são:
• financiamento de capital de giro - realizado por bancos comerciais/múltiplos e bancos de investimentos com objetivo de suprir as necessidades de recursos do ativo circulante das empresas;
• operações de repasses - empréstimos contratados por instituições financeiras do mercado de capitais e repassados à empresas carentes de recursos para investimentos de longo prazo. Podem ser de recursos internos e externos;
• arrendamento mercantil – é celebrado um contrato de arrendamento (aluguel) efetuado entre um cliente (arrendatário) e uma sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora), visando à utilização, por parte do primeiro, de certo bem durante um prazo determinado, cujo pagamento é efetuado em forma de aluguel (arrendamento);
• oferta pública de ações e debêntures – caracteriza-se por emissão de títulos (ações e debêntures) pelas empresas, visando levantamento de recursos para financiamento de suas atividades;
• securitização de recebíveis – caracteriza-se como uma forma de captação de recursos envolvendo a emissão de títulos de crédito pelo tomador, que são garantidos mediante caução de recebíveis. Esta operação permite que a empresa levante recursos sem comprometer seus níveis de endividamento;
• bônus (bonds) - são títulos de renda fixa muito utilizados pelas empresas privadas, governos etc. para levantar recursos no mercado financeiro internacional como fonte de recursos a longo prazo.
Segundo Assaf Neto, o mercado de ouro no Brasil, assim como em outras economias do mundo, tem suas cotações baseadas nos preços internacionais do metal. 
As principias variáveis que afetam o preço do ouro no Brasil são:
• comportamento das taxas de juros internas;
• paridade cambial da moeda nacional com o dólar;
• risco país.
 As cotações internacionais do ouro são fornecidas diariamente em dólar por onça-troy, que equivale a 31,1035 gramas. No Brasil, as cotações são estabelecidas em reais por grama de ouro puro. 
Os negócios com ouro no Brasil são realizados pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e suas cotações refletem de alguma forma os preços dos mercados internacionais, principalmente de Londres e Nova York.
Síntese da aula 02
Nesta aula, você:
• compreendeu a importância da Intermediação Financeira para a economia do país;
• conheceu as principais características de cada um dos mercados de dinheiro
Aula 03
Aula 3: Riscos das Instituições Financeiras
O descasamento de ativos e passivos expõe o banco ao risco de variação das taxas de juros quando o prazo do ativo (aplicação) for maior que o do passivo (captação). Um aumento dos juros reduz a margem financeira do banco e uma redução dastaxas promove maiores ganhos.
O contrário se verifica quando o prazo do ativo for menor que o do passivo. Um aumento dos juros permite que o banco renove seus créditos concedidos seguindo as taxas mais altas de mercado, reforçando seus resultados financeiros. 
Já em um cenário de queda nos juros, as receitas dos ativos (créditos) diminuem, promovendo menor margem financeira. 
O VaR , através de técnicas estatísticas, mensura em condições normais de mercado e, considerando um certo grau de confiança num horizonte de tempo, a perda esperada máxima de um título ou de uma carteira de títulos. 
Pode-se entender o VaR como uma medida que evidencia a exposição da carteira ao risco de mercado, bem como suas chances de perda. 
É uma medida que resume a perda máxima esperada, facilitando bastante a compreensão do risco de uma carteira. 
O maior motivo para utilizarmos o conceito de VaR é o fato de que ele integra, em uma única medida numérica, o risco de ativo e passivo simultaneamente, resumindo assim o risco total de uma instituição financeira e facilitando o acompanhamento por parte de sua diretoria.
O VaR, como método de avaliação de risco, vem se difundindo rapidamente em todo o mundo, sendo muito utilizado pelos bancos centrais como padrão para a regulamentação do sistema bancário.
Uma das exigências da regulamentação é a obrigação das instituições financeiras de divulgar as medidas de avaliação de risco. 
Aula 04
Aula 4: Principais Produtos do Mercado Financeiro
• Os títulos são emitidos de forma escritural e registrados em sistemas de custódia. 
• No Brasil, existem dois grandes sistemas de custódia: SELIC e CETIP.
• Segundo Fundo Garantidor de Crédito o valor máximo, por instituição, é de R$70.000,00 por depositante ou aplicador, independentemente do valor total e da distribuição em diferentes formas de depósito e aplicação.
Prazos mínimos:
• Prefixados: não há.
• Pós-fixados atrelados ao CDI: não há.
• TR ou TJLP: 30 dias.
• TBF: 2 meses.
• Índice de preços (IGP-M): 1 ano.
Garantias: pelo Fundo Garantidor de Crédito até R$ 70.000,00.
Resgate antecipado.
2) • Recibo de Depósito Bancário – RDB
Tem as mesmas características de um Certificado de Depósito Bancário – CDB, com a diferença de que não admite negociação antes de seu vencimento.
Porém, pode ser rescindido em caráter excepcional, desde que com o acordo da instituição depositária. Neste caso, só pode ser devolvido o valor principal, ou seja, sem os juros.
4) • Hot Money
Acompanhe a definição de Hot Money segundo Assaf Neto.
(...) são operações de curtíssimo prazo (um dia), visando atender às necessidades imediatas de caixa das empresas. 
O hot money tem como referencial o CDI, acrescido de um spread cobrado pela instituição intermediadora. 
A operação incorre também em IOF calculado sobre a repactuação diária da taxa de juro.
A assembleia geral, na qual os acionistas deliberam sobre a emissão das debêntures, cria o título mediante a aprovação de suas principais características, tais como:
• espécie;
• montante da emissão;
• tipo de garantia oferecida;
• remuneração.
Portanto, as condições de remuneração do título e todas as suas características, além de constarem, em sua maioria, da ata da assembleia geral que deliberou sobre o assunto, deverão estar incluídas nos termos da escritura de emissão de debênture.
Para que as emissões de debêntures das companhias abertas sejam ofertadas ao público investidor (emissão pública), é necessário que sejam contratados os serviços de uma instituição financeira para solicitar o pedido de registro da emissão e elaborar o prospecto da venda, bem como realizar a intermediação dos títulos junto aos investidores.
Aula 05
Aula 5: Mercado Primário de Ações
O Mercado Primário é utilizado pelas empresas para se capitalizarem, através de emissão de novos títulos/valores mobiliários. Para lançar novos títulos no mercado, as empresas fazem emissões públicas, conhecidas como operações de underwriting ou subscrição ou IPO – Initial Public Offering.
Já no Mercado Secundário, quando o detentor das ações de uma empresa deseja se desfazer de sua posição, busca no mercado, por intermédio de um corretor, outro investidor que deseje comprar suas ações. Esta transferência dos títulos entre investidores se dá através das Bolsas de Valores ou do mercado de balcão.
Ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. As Sociedades Anônimas (S.A.) podem ter o capital fechado ou aberto.  
 Companhia aberta é aquela cujos valores mobiliários são admitidos para negociação nos mercados organizados (bolsas de valores e mercado de balcão) e que está registrada no órgão competente (no Brasil, a CVM - Comissão de Valores Mobiliários).
As ações podem ser classificadas quanto ao tipo. Clique nos itens para detalhá-los.
As ações preferenciais garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. 
De acordo com a Lei das S.A. (6404, atualizada pela nova Lei nº 10.303/01), as ações preferenciais têm direito adicional a 10% de dividendos, acima do valor destinado aos detentores de ações ordinárias.  Entretanto, não dão direito a voto.
As ações ordinárias conferem ao acionista o direito de voto em assembleias gerais. 
De acordo com a Lei das S.A. (10303/01), uma empresa tem que emitir um mínimo de 50% do seu capital social em ações ordinárias. 
As exigências do investidor e as boas práticas de governança corporativa têm levado as empresas a cada vez mais aumentarem seu percentual desse tipo de ação.
Sobre a escolha do Intermediário Financeiro, é exigência da legislação que a operação de lançamento de valores mobiliários seja coordenada por uma instituição financeira - banco de investimento, banco múltiplo, sociedade corretora ou sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários.
 São atribuições do intermediário financeiro:
  • assessoramento na definição do perfil da operação; 
 • elaboração do prospecto (vide adiante); 
 • encaminhamento dos processos junto à CVM (companhia e emissão); 
 • registro dos valores mobiliários na BOVESPA e na SOMA; 
 • marketing da operação; 
 • distribuição dos títulos (em conjunto com demais participantes); 
 • liquidação.
Sobre a Aprovação do Registro pela CVM - Instrução 480, a CVM terá 20 dias para a análise do registro. 
Não se manifestando, o mesmo estará aprovado. 
Este prazo poderá ser interrompido, uma única vez, caso sejam necessários documentos e informações adicionais.
Período de Silêncio: uma nova leitura por: Atademes Branco Pereira em 14/10/2005.
 No Brasil, em 29 de dezembro de 2003, a CVM editou a Instrução nº 400, que dispõe sobre as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários, nos mercados primário e secundário. A nova norma unificou a regulamentação sobre as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários e modernizou algumas regras já previstas nas Instruções CVM nº 13/1980 e nº 88/1988, as quais foram revogadas. Além disso, regulamentou práticas que vinham sendo adotadas pelo mercado, bem como introduziu novas regras no ordenamento jurídico relativas à oferta pública de valores mobiliários. 
Dentre as várias inovações, a nova instrução estipulou por meio de seu artigo 48, inciso IV, o chamado Período de Silêncio. De acordo com a disposição, a emissora, o ofertante e as instituições intermediárias (estas últimas a partir de sua contratação) e seus respectivos assessores, em processo de oferta pública de valores mobiliários, decidida ou projetada, devem "abster-se de se manifestar na mídia sobre a oferta ou o ofertante até a publicação do anúncio de encerramento da distribuição.
Em linha com os princípios gerais da Instrução CVM nº 400/03, o Período de Silêncio tem por objetivo assegurar a adequada divulgação de informaçõesao investidor. Isso para evitar que pronunciamentos da emissora, do ofertante ou das instituições intermediárias na mídia representem publicidade indevida da oferta ou do ofertante de valores mobiliários (procedimento esse conhecido no mercado norte-americano como gun jumping). Também se tenta impedir que a emissora, o ofertante ou as instituições intermediárias divulguem informações sobre a oferta ou o ofertante a agentes específicos do mercado em detrimento do público investidor em geral, ou seja, a adoção de prática não equitativa ou insider trading.
Aula 06
Aula 6: Mercado Secundário de Ações
Além da praticidade e rapidez nas negociações, o Home Broker oferece outras vantagens:
• agilidade no cadastramento e no trâmite de documentos; 
• acompanhamento de sua carteira de ações; 
• acesso às cotações (algumas corretoras poderão oferecer também notícias e análises sobre o mercado); 
• envio de ordens imediatas, ou programadas, de compra e venda de ações; 
• recebimento da confirmação de ordens executadas etc.
Veja as orientações de segurança que poderão minimizar alguns dos problemas. 
• Não divulgue sua senha. Escolha sequências que misturem letras e números e evite colocar nomes de parentes e datas de aniversários. Altere-a regularmente.
• Sempre utilize programas antivírus atualizados e verifique se eles estão ativos antes do acesso à Internet.
• Nunca execute arquivos encaminhados por e-mail sem antes verificar a possibilidade de estarem contaminados por vírus.
• Atualize seu navegador (browser). A cada atualização, você observa melhorias, inclusive sob o aspecto da segurança. 
• Evite a utilização de equipamento que não seja de sua confiança e não utilize aplicativos desconhecidos. Você não deve realizar operações em equipamentos públicos. 
• Sempre acompanhe as movimentações de sua conta por meio de extratos periódicos. Se houver qualquer crédito ou débito irregular, você deve contatar sua Corretora imediatamente.
A não entrega total ou parcial das ações objeto da negociação em D+3 ou a ausência de apresentação de documentos necessários à liquidação caracterizam a falta da entrega de ativos e resultam em multa ao vendedor das ações. 
Caso os ativos não sejam entregues, a CBLC aciona, no mesmo dia, o mecanismo de tratamento de falta de entrega - o Processo de Recompra de Ativos - além de cobrar nova multa sobre o valor dos ativos não regularizados.
A ordem de recompra emitida em D+4 é o instrumento que autoriza a contraparte a executar, a preço de mercado, uma nova operação de compra dos ativos adquiridos em D+0 e não recebidos no prazo regulamentar por falta na entrega. Essa ordem de recompra deve ser executada até D+6 e ter confirmada sua execução, perante a CBLC, até D+7. O vendedor em falta com a entrega dos ativos arcará com a diferença de preço da recompra, quando ela ocorrer. 
Caso a recompra não seja executada até o prazo estipulado por qualquer que seja o motivo, a CBLC, em D+8, reverterá a operação, retornando os valores financeiros ao comprador da operação. 
O cliente deve estar ciente de que uma venda realizada sem ter as ações em sua conta, ou sob a expectativa de seu recebimento por conta de uma compra do mesmo ativo realizada em data anterior, poderá resultar em sua inadimplência, com o consequente ônus, conforme demonstrado, caso essa compra sofra problemas em sua liquidação.
Nesta aula, você:
• conheceu as várias modalidades de operações que o investidor do mercado de ações pode realizar;
• compreendeu como os índices de mercado são estruturados e qual sua importância para os investidores no acompanhamento do mercado acionário.
Aula 07
Aula 7: Risco, Retorno e Mercado
Todos nós sabemos que não existem certezas nas relações de tomada de decisões financeiras. Além disso, ao tomarmos estas decisões estamos com os nossos interesses voltados para o futuro, que é incerto. Daí, torna-se indispensável a introdução da variável incerteza  como um dos aspectos mais relevantes do estudo das operações do mercado financeiro.
RISCO ECONÔMICO
Também chamado de Risco de Conjuntura por alguns autores. Este tipo de risco é baseado em um conceito mais profundo e está relacionado com o impacto das variações de ordem econômica (inflação, taxa de juros etc.) sobre as operações de uma corporação como um todo.
O risco econômico está frequentemente interessado nos efeitos indiretos do impacto das oscilações do sistema econômico sobre a empresa. Abrange muitas áreas, sendo que algumas são mais afetados do que outras. Por essa complexidade, é menos óbvio no seu impacto. 
O efeito do aumento na taxa de juros provoca outras reações em todo o mercado, inclusive atraem investidores estrangeiros, levando a um fortalecimento momentâneo da moeda nacional. Com isso, os preços dos produtos importados caem em relação à moeda nacional e, por outro lado, os preços dos produtos exportados aumentam em relação à moeda estrangeira. Em resumo, tais fatos causam uma diminuição de competitividade da empresa e uma redução no seu capital.
RISCO FINANCEIRO
É o impacto no desempenho financeiro de qualquer empresa que se expõe ao risco. A grande maioria das empresas é afetada de algum modo por mudanças em uma ou várias variáveis financeiras. Movimentações nestas variáveis como taxas de câmbio, preços dos commodities, taxas de juros e preço de ações geram uma incerteza em relação ao fluxo de caixa da maioria das instituições.
Além das variáveis financeiras já descritas, toda a estrutura envolvida com o mercado de capitais como sistemas operacionais, sistemas de crédito, modelos de precificação de ativos, liquidez, regulamentações e outros fatores ligados à dinâmica dos mercados financeiros, serão agrupados nesta categoria de risco.
 Dessa maneira, podemos considerar que o risco total de qualquer ativo é definido pela sua parte sistemática (risco sistemático ou conjuntural) e não sistemática (risco específico ou do próprio ativo).
O risco de um ativo pode ser reduzido mediante um processo de diversificação, permanecendo unicamente o elemento sistemático, que está relacionado com o comportamento do mercado em geral. Dessa forma, ao compor uma carteira de ativos, sua medida relevante passa a ser o risco sistemático, já que o outro componente pode ser eliminado pela diversificação
Nesta aula, você:
• compreendeu a importância da análise do risco e retorno na tomada de decisões;
• conheceu as principais características dos riscos envolvidos na tomada de decisões financeiras;
• aprendeu como diversificar os riscos de uma carteira de investimentos.
Aula 08
Aula 8: INVESTIDORES INSTITUCIONAIS NO MERCADO DE CAPITAIS
Segundo Assaf, “toda pessoa jurídica que tem por obrigação legal investir parte de seu patrimônio no mercado financeiro é conhecida por Investidor Institucional”.
No Brasil, são considerados investidores institucionais:
► Fundos de investimento
► Fundos de pensão
► Companhias seguradoras
► Sociedades de capitalização
► Clubes de investimento
► Entidades de previdência privada abertas
O investidor institucional deve ser o mais importante participante dos mercados de dinheiro, em face de suas imensas massas de manobras, que são os recursos captados junto a seus públicos. Eles são os profissionais da aplicação de poupança – a mola propulsora do investimento, em todos os modelos de sociedade capitalista.
Fundo de investimento - Os fundos mútuos de investimento são entidades financeiras que, pela emissão de títulos de investimento próprios, concentram capitais de inúmeros indivíduos para aplicação em carteiras diversificadas de títulos e valores mobiliários.
Fundos - Os fundos se enquadram no grupo dos condomínios voluntários, em que cada cotista participa até o limite de suas cotas expressas por um único titulo representativo de propriedade, chamado Certificado de Investimento, emitido pelo administrador do fundo. Esses certificados são, quasesempre, escriturais, representados por extratos de conta emitido pelo Administrador do fundo.
Cabe aqui uma explicação relevante.  Note que gestor e distribuidor são figuras diferentes.  A instituição banco apenas vende as cotas dos fundos, não administra (gerencia) sua carteira de investimentos.  Na realidade, em 1995, o Banco Central instituiu uma norma, conhecida como Chinese Wall, na qual determinou que quem cuida de recursos de clientes não pode cuidar da carteira própria do banco.  Foram, então, criadas as empresas de Asset Management.  As Assets são empresas independentes operacionalmente e fisicamente da Tesouraria dos bancos.  Isso evita possíveis problemas de conflito de interesse entre a administração da carteira do banco e os recursos de clientes, preservando, desta forma, o investidor. 
A Tesouraria cuida da carteira própria do banco.
Tipos de Fundos
Os fundos podem ser classificados de acordo com os seguintes parâmetros:
  • Emissão de cotas
  • Tipo de ativo que compõe a carteira
  • Prazo da carteira
  • Natureza e objetivo do investidor
  • Tipo de risco da carteira
  • Políticas de investimentos e riscos (ANBID)
De acordo com a Lei 6385/1976 e demais atualizações (Lei 10303/2001 e 10411/2002), cabe à CVM disciplinar e fiscalizar a emissão e distribuição de valores mobiliários.  A mesma legislação, em seu artigo 2º define as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos como valores mobiliários.  Por conseguinte, a edição de normas, concessão de autorizações e de registros e supervisão dos fundos de investimento são de competência da CVM. 
Cabe a ANBIMA, como associação representante de bancos de investimento e gestores de recursos, a auto-regulação da emissão de valores mobiliários, aí cabendo as cotas dos fundos de investimento, as debêntures e as notas promissórias (ou commercial papers).
Valor Patrimonial – Dado pelo valor do Patrimônio líquido do fundo dividido pelo número de cotas, como nos fundos abertos.
Valor de mercado - Dado pelo mercado secundário. Este é o valor que interessa ao cotista que deseja vender suas cotas antes da liquidação do fundo.
FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual 
 PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – foca os indivíduos que preenchem o imposto de renda pelo modelo completo, pois permite que os aportes ao fundo sejam abatidos até o limite de 12% da renda bruta.
 VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre – dirigido para indivíduos que preenchem o imposto de renda no modelo simples.
A legislação permite aos grandes investidores – os Qualificados – a montagem de Fundos Exclusivos, constituídos para receber aplicações exclusivamente de cotistas designados. Essa modalidade de investimento normalmente se dá via FIC. Neste caso, o investidor compra cotas de um FIC só dele, que aplica nos mais variados FI disponíveis no mercado. Pode também ocorrer de um investidor ter um FI exclusivo. Nesse caso, seu objetivo vai além dos ganhos fiscais e de confidencialidade. Confira a seguir as vantagens de um Fundo Exclusivo.
Um Fundo Exclusivo permite a montagem de uma estrutura que atenda a objetivos e estratégia de investimento que atendam as necessidades específicas daquele cliente.
Uma vez que a operação (compra ou venda de títulos, no caso de FI de renda fixa, ou cotas, no caso de FIC de renda fixa) está sendo feita pelo fundo, não há incidência de IOF se o resgate do título for realizado antes de 30 dias (o que ocorreria num resgate de cotas por parte de um investidor Pessoa Física ou Jurídica.
A identidade do investidor fica preservada, pois os investimentos são feitos em nome do fundo, e nunca do cliente.
Através de um FIC Exclusivo, o investidor pode aplicar nos mais variados tipos de fundos do mercado, preservando uma visão integrada de todos os seus investimentos, facilitando, dessa forma, o acompanhamento de sua rentabilidade.
Dado que o FIC aplica em diversos fundos, seu perfil acaba sendo de longo prazo, embora tenha na sua composição cotas de Fundos de Curto Prazo. Uma vez que o investidor só paga o Imposto de Renda sobre o FIC, ele acaba pagando alíquota de longo prazo, mesmo quando tem investimento de curto prazo na carteira. Além disso, o Imposto de Renda incide só sobre os ganhos globais.
Clubes de Investimentos
Sabe o que são Clubes de Investimentos? São instrumentos criados para ampliar a base acionária e pulverizar a propriedade do capital acionário no mercado brasileiro. As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, as distribuidoras de títulos e valores mobiliários e os agentes autônomos de investimento são autorizadas a prestar serviço de apoio, na constituição, administração de carteira e no obrigatório registro do clube em Bolsa de Valores.
A busca de capital para investimentos associada à criatividade dos agentes de Mercado de Capitais tem sido o motor para o desenvolvimento de novos produtos financeiros que venham a atender as necessidades dos investidores.
Fundos de Previdência Complementar / Fundos de Pensão
A previdência privada é uma alternativa de aposentadoria complementar à previdência social (INSS).
A principal característica da previdência privada é que sua adesão é opcional, ao contrário da previdência social oferecida pelo governo, que apresenta caráter público e obrigatório. 
Pode constituir-se como Sociedade Fechada ou Aberta.
As fundações de seguridade fechadas podem receber contribuições da empresa mantenedora e/ou dos empregados participantes. As regras de aplicação desse capital assemelham-se às das companhias seguradoras, especialmente no que respeita à formação de reservas técnicas e reservas de contingência.
Regras
As regras contemplam aplicações imobiliárias, em títulos de investimento (títulos públicos,  ações , debêntures etc) e, em alguns casos, em empréstimos aos segurados. Os recursos podem ser administrados diretamente pela entidade, ou por uma instituição financeira contratada.
Os planos de previdência podem ser de duas maneiras: benefício definido e contribuição definida. Observe.
Benefício definido
Nesta modalidade o participante tem conhecimento prévio do valor do benefício que receberá no futuro, cuja fórmula de cálculo é estabelecida em regulamento. Aqui, o equilíbrio atuarial é calculado no coletivo, em que há total solidariedade entre os participantes.
A patrocinadora e/ou o participante contribuirão com o necessário para viabilizar o pagamento do benefício.
Contribuição definida
O participante sabe o valor das contribuições, que são fixadas previamente para o plano, mas não conhece o valor do benefício futuro. Os cálculos são feitos considerando isoladamente cada participante. Nesses planos, não há benefício previamente definido e não se poderá tecnicamente falar em déficit nem em superávit, mas apenas no saldo de conta acumulado em nome do participante, que será composto pelas contribuições pessoais, patronais e a rentabilidade auferida na aplicação desses recursos. Prevalece a característica de poupança programada, não havendo qualquer vínculo de solidariedade entre os participantes do plano.
Saiba quais são os Planos de Benefícios mais conhecidos pelos investidores.
O PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre é uma das modalidades de plano previdenciário privado (previdência privada) adotada no Brasil.
O Plano funciona como um Fundo de Investimento comum, aplicando os recursos recebidos no mercado financeiro e creditando todos os rendimentos auferidos para os investidores. 
Uma das vantagens do PGBL é a liberdade de escolha do plano cuja carteira melhor se identifique com o perfil do investidor e suas necessidades de retorno. Pode escolher também o valor e o tempo de contribuição, o benefício desejado e seus beneficiários. 
A principal característica do PGBL é a possibilidade de restituição no imposto de renda, até um limite de 12% da renda total tributável. Entretando, a tributação do Plano é regressiva,atingindo 10% no final de 10 anos.
Tanto o PGBL como o VGBL estão sujeitos à taxa de Administração e de Carregamento.
A taxa de administração é remuneração cobrada pela gestão dos recursos aplicados. É cobrada anualmente e incide sobre o patrimônio acumulado do Fundo.
Os rendimentos gerados pelas aplicações  são tributados no momento de seu saque. O imposto de renda incide sobre o total resgatado.
A taxa de carregamento tem por objetivo cobrir todas as despesas incorridas pelo fundo na comercialização e prestação de serviços. A taxa é um percentual cobrado sobre o valor de cada contribuição e pode variar de um plano para o outro.
Bastante parecido com PGBL, o VGBL – Plano de Vida Gerador de Benefícios Livres diferencia-se apenas pelo tratamento tributário. Os rendimentos  dos dois tipos de fundos não são tributados, porém os depósitos efetuados no VGBL não são admitidos como dedutíveis para efeitos fiscais e, no resgate, o I.R. incide apenas sobre os rendimentos acumulados,  de acordo com uma tabela progressiva.
As Seguradoras são grandes investidores institucionais porque possuem imensas reservas técnicas que se originam dos prêmios de seguros, as quais, por determinação legal têm que ser aplicadas de forma diversificada no mercado financeiro para garantir o ressarcimento dos eventuais sinistros ocorridos aos segurados. 
Além das reservas técnicas, as seguradoras possuem reservas de capital que, somadas às reservas técnicas, as transformam em investidores atuantes no mercado financeiro.
Assim como as empresas Seguradoras, as Companhias de Capitalização são obrigadas a constituir reserva técnica relativa às contribuições realizadas pelos investidores que adquiriram títulos de capitalização. As reservas técnicas asseguram o resgate do capital investido e o pagamento dos prêmios. 
As Companhias de Capitalização são uma combinação de poupança programada com sorteios de prêmios periódicos.
Nesta aula, você:
• conheceu os vários tipos de investidores institucionais;
• compreendeu o funcionamento dos diversos tipos de investidores institucionais;
• identificou os vários tipos de investimentos realizados pelos investidores institucionais.
Aula 09
Aula 9: Análise e Avaliação de ações: Análise Técnica x Análise Fundamentalista
Análise Técnica
É a ciência que busca com base em dados passados, gerados pelo próprio mercado, projetar o futuro dos preços. 
Ela concentra-se no estudo do comportamento das massas que atuam nos mais diversos mercados para prever os preços de ações, índices, moedas, commodities etc. 
 Os primeiros registros do modelo ocidental de análise datam do período entre 1900 e 1902, com uma série de reportagens publicadas no Wall Street Journal por Charles H. Dow. 
Desses artigos derivaram-se os conceitos fundamentais da Análise Técnica. Clique no ícone para conhecê-los.
Conceitos fundamentais da Análise Técnica
• Os índices precificam tudo.
• O mercado move-se em tendências e não de forma aleatória, fato que permite projetar os preços.  Essas tendências podem ser altistas, baixistas ou neutras (laterais). As tendências assumem comportamentos semelhantes às marés: vezes se enchendo, vezes se esvaziando. O desafio do analista é perceber o quanto antes as mudanças de tendências.
• O futuro repete o passado. Não necessariamente de uma forma idêntica, mas através da formação de padrões que podem sinalizar continuação ou reversão de tendência. Estudando o comportamento das massas que atuam no mercado pode-se perceber semelhanças bem peculiares em topos e fundos formados pelo mercado. Ou seja, em reversões de tendências as massas assumem comportamentos próximos aos ocorridos no passado. E os desdobramentos dessas formações também possuem certo padrão.
• O volume negociado sempre acompanha a tendência. Ou seja, se uma tendência é altista, pode-se esperar volumes mais consistentes em dias em que as negociações altistas ocorrerem. Caso essa regra seja invalidada, sinais de reversão de tendência poderão ocorrer.
A Análise Gráfica não se resume apenas aos conceitos citados. Várias ferramentas foram construídas com o objetivo de captar, identificar, as mudanças de tendências o quanto antes. 
As médias móveis e os milhares de indicadores técnicos existentes são conhecidos como métodos de apoio à decisão e foram criados muito por conta da informatização. 
Entretanto, nenhuma dessas ferramentas adicionais entra em confronto com os pontos citados na Teoria Dow, ou seja, os pontos fundamentais de Charles Dow são os alicerces de tudo que envolve análise gráfica. 
Você verá esses pontos de forma mais aprofundada mais adiante.
É importantíssimo, antes de tudo, ao realizar uma análise ou ter acesso a algum relatório elaborado por um analista gráfico, saber a que gráfico se está referindo. 
A teoria DOW, assim como a do Gráfico de Candle, se aplicará de forma idêntica em todos os tipos de gráficos. 
Apesar disso, pode haver divergências de interpretação devido ao desconhecimento sobre o período analisado.
Análise Fundamentalista
O mercado de ações é influenciado pelas forças compradoras e vendedoras dos investidores. Quando uma ação tem uma queda em suas cotações é porque a força vendedora superou a compradora e vice-versa.
Mas, baseado em quê um investidor coloca suas ações à venda ou resolve comprar um determinado ativo? É aí que entra a Análise Fundamentalista!
Ela busca avaliar as alternativas existentes para investimento, a partir:
• do tratamento de informações obtidas junto às empresas através de seus informes contábeis e de um estreito contato com a mesma;
• da análise do cenário macroeconômico;
• dos efeitos destes na empresa analisada; 
• das características do setor ao qual a mesma está inserida.
A análise de dados contábeis tem como principais fontes de informações o Balanço 
Patrimonial, o Demonstrativo de Resultado e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Uma das formas mais apropriadas para identificar as potencialidades e problemas das empresas é a análise desses instrumentos.
Conceitos fundamentais da Análise Fundamentalista
A análise não deve, de maneira nenhuma, se restringir à simples observação dos números, que são dados estáticos que refletem o passado. É necessário buscar causas e consequências geradas pelos fatos. Uma proximidade maior com as empresas é importante, pois atrás de números contábeis existem pessoas, talentos e capacidades que devem ser conhecidas. Além disso, cada empresa produz bens e serviços e interagem com o ambiente externo. Neste momento é que entra o bom senso, a perspicácia e a sensibilidade do analista que formam o seu feeling.
Basicamente, existem dois tipos de riscos que influenciam uma empresa: 
• risco específico ou diversificável - consiste na influência de fatores inerentes à própria empresa nos preços de seus ativos, tais como: concorrência, política de preços, fornecedores, carteiras de clientes, inadimplência etc. Este risco é amplamente estudado pela análise ampla falada anteriormente;
• risco sistemático ou de conjuntura - é aquele em que fatores externos, que na maioria são variáveis macroeconômicas, influenciam o nível de preços. São eles: nível de taxa de juros, inflação, câmbio, preços de commodities etc. 
Esta influência se tornou mais marcante com a evolução da globalização e do rápido crescimento do fluxo de informações para os mercados. Não basta conhecer os dados de hoje, mas também as expectativas dos analistas macroeconômicos do mercado. Para realizar uma boa Análise Fundamentalista, é preciso saber qual o direcionamento da influência destes fatores nos preços das ações por nós analisadas. Primeiro se decide, depois as contas são feitas para medir a intensidade da influência.
Por último, a análise setorial vem de uma mistura entre as duas análises anteriores. Na realidade, esta análise visa identificar as vantagens e desvantagens competitivas de uma empresa no setor em que atua, de acordo com dados setoriais da sua indústria. Resumindo: “O analista, para obter informações diferenciadas,precisa visitar a empresa e conhecer o mercado no qual atua. É recomendável, ainda, obter informações adicionais sobre o cliente através de associações de classe, fornecedores, funcionários da empresa, publicações especializadas e seus concorrentes”.
O preço de um determinado bem não reflete a expectativa e necessidade de todas as pessoas. Já o valor que cada um dá para um bem reflete os anseios tanto da pessoa que compra como da que vende. Por exemplo, uma fruta terá um valor intrínseco maior para alguém que não come há três dias do que para aquele que acabou de comer. No entanto, a mesma fruta terá preços diferentes em um supermercado popular e em um restaurante de alto nível.
Positivas:
• Característica de trazer uma medida relativamente estável e intuitiva de valor que pode ser comparada com o preço de mercado. 
• Fato de ser utilizado para se ter uma medida de sub ou supervalorização da empresa. 
• No caso de empresas que tem prejuízo, este múltiplo substitui bem o P/L que fica sem sentido neste caso.
Negativas:
• Fato de que valores contábeis, assim como os lucros são afetados por decisões da empresa sobre depreciação e outras variáveis. 
• Quando as decisões contábeis são muito diferentes entre as empresas, o múltiplo perde seu poder de comparação. 
• No caso de empresas de serviços, não é muito utilizado, pois o patrimônio é muito baixo e distorceria o resultado.
Índice de Payout
Para fazer uma análise do histórico de distribuição de dividendos de uma empresa calcula-se o Índice de Payout, que se dá pela relação entre os Dividendos / Lucro Líquido da empresa.  
Os segmentos mais maduros da economia tendem a distribuir uma maior parte do seu lucro. No Brasil, os casos mais evidentes são os setores de Bancos, Química, Siderurgia, Petróleo e Metalurgia. De outro lado, tem-se os setores de Telefonia Móvel, Elétrico, Varejo e Construção Civil.
Nem sempre a empresa que tem um alto payout é a melhor opção para o investidor, pois quando uma empresa distribui grande parte do seu lucro é porque não tem um projeto para investir. Não seria melhor uma empresa que consiga reinvestir seus lucros com um retorno alto para seu acionista? 
Geralmente, as empresas mais novas necessitam de maiores investimentos e, pelo seu tempo de vida, não podem contar muito com os empréstimos bancários fazendo com que precise utilizar grande parte ou todo o seu lucro. Já as empresas mais antigas e de setores maduros distribuem mais dividendos e, por isso, são chamadas de “Vacas Leiteras ou Cash Cows”, pois não têm projetos lucrativos o suficiente para dar retorno ao seu acionista, reduzindo a necessidade de investimentos.
Dividend Yield
Nesta aula, você:
• conheceu os vários tipos análise voltados para avaliação de preços das ações;
• compreendeu o funcionamento da Análise Técnica;
• identificou os vários tipos de indicadores fundamentalistas utilizados pelos investidores para precificar as ações.  
Aula 10
O uso de derivativos no mercado financeiro oferece, entre outras, as seguintes vantagens:
 • maior atração ao capital de risco, permitindo uma garantia de preços futuros para os ativos; 
• melhor gerenciamento do risco e, por conseguinte, redução dos preços dos bens;
• criar defesas contra variações adversas nos preços;
• estimular a liquidez do mercado físico; 
• realizar negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco.
A Bolsa de Mercadorias & Futuros é o mercado formalmente estabelecido para negociar os diversos instrumentos futuros. 
Como as demais bolsas de valores, a BM&F cumpre suas funções básicas, tais como:
• oferecer facilidades para a realização dos negócios e controle das operações;
• permitir a livre formação dos preços;
 dar garantias às operações realizadas; e
• oferecer mecanismos de custódia e liquidação dos negócios.
São derivativos agropecuários disponíveis na BM&F:
 • açúcar cristal; 
• etanol; 
• boi gordo; 
• café arábica; 
• milho; 
• soja. 
 São derivativos financeiros disponíveis na BM&F:
 • ouro; 
• índices; 
• taxas de câmbio; 
• taxas de juro; 
• títulos da dívida externa;  
• termo; 
• swaps;  
• opções flexíveis.
Os derivativos não padronizados, ou seja, os contratos negociados em balcão, cujas especificações (tais como preços, quantidades, cotações e locais de entrega) são determinadas diretamente entre as partes contratantes não são intercambiáveis.
Dificilmente, o participante conseguirá transferir sua obrigação a outro, porque esse contrato foi negociado para satisfazer às necessidades dos participantes que o celebraram, de modo que as partes ficam amarradas umas às outras até a data de vencimento do contrato.
Já os derivativos padronizados, ou seja, os contratos padronizados e negociados em bolsa, são muito líquidos porque, sendo uniformes, atendem às necessidades de todos os participantes do mercado. 
Tais contratos são intercambiáveis, podendo ser repassados a outros participantes a qualquer momento.
Uma posição em derivativos pode ser definida como o saldo líquido dos contratos negociados pelo mesmo contratante para a mesma data de vencimento.
 
O participante abre uma posição quando assume uma posição comprada ou vendida em determinado vencimento que anteriormente não possuía. 
Classifica-se um participante, de acordo com sua posição líquida em determinado vencimento, como:
• vendido (short) - se o número de contratos vendidos for maior que o número de contratos comprados, sua posição será vendedora; ou 
• comprado (long) - se o número de contratos vendidos for menor que o número de contratos comprados, sua posição será compradora. 
A posição líquida é fixada para um único vencimento do mesmo contrato.
Mercado de opções
Tipos de mercados derivativos
Agora, conheça detalhes do Mercado de opções.
Opção é um direito de optar por comprar ou vender algum ativo em determinada data, por um preço pré-estabelecido. Existem dois tipos de opções:
• de Compra (call) – é o direito de comprar o ativo, por determinado preço, se o investidor desejar; esse tipo está subdividido em Titular de opção de compra e Lançador coberto de opção de compra.
• de Venda (put) – é o direito de vender o ativo, por um determinado preço, se o investidor desejar; esse tipo está subdividido em Titular de opção de venda e Lançador coberto de opção de venda.
Pode-se:
• comprar opção de compra;
• comprar opção de venda;
• vender opção de compra;
• vender opção de venda;
• combinar opções de compra com opções de venda.
Quanto ao dia do exercício há dois tipos de opções:
• americana – permite o exercício do direito em qualquer dia, até o dia do vencimento;
• europeia – o exercício somente pode ser exercido no dia do vencimento.
Tipos de mercados derivativos
Para lançar uma opção, o lançador deve pedir autorização na BOVESPA. O lançamento de opções pode oferecer lucros ao aplicador que acredita em determinada variação no nível de preços. 
Acompanhe quais os contratos de opções negociados no Brasil.
Na BOVESPA:
 • opções de ações;
• opções sobre o Ibovespa;
• opções sobre o IBrX.
Na BM&F:
• ouro;
• futuro de Ibovespa;
• taxa de câmbio;
• taxa de juros.
Uma opção é um instrumento financeiro que transpassa o nível da renda variável. Não é raro empresas emitirem títulos de dívida com uma cláusula de opção atrelada a eles. 
Podem ser opções de compra, quando o emissor tem o direito de recomprar o título se assim o desejar, em data e com preço pré-definidos, ou opções de venda, quando o investidor adquire o direito de vender o título à empresa emitente, se assim desejar, em data e com preço pré-definidos.
As séries de opções autorizadas pela BOVESPA são identificadas pelo símbolo do ativo objeto associado a uma letra e a um número. 
A letra identifica se é uma opção de compra ou de venda e o mês de vencimento (veja na tabela); o número indica um determinado preço de exercício.
Tipos de mercados derivativos
Agora, conheça detalhes doMercado de Swap.
Swap significa troca. É um instrumento de hedge e gestão de risco, não tem como finalidade levantamento de fundos e é uma das formas de mercado derivativo mais conhecidas. Os swaps são normalmente usados como instrumento para casamento de prazos e indexadores de dívidas, permitindo essa cobertura a custos menores.
O Mercado de Swap é regido por acordos estabelecidos entre duas partes, visando uma troca de fluxos de caixa futuros por um certo período de tempo, obedecendo a uma metodologia de cálculo previamente definida.
Ao se permutar fluxos de caixa associados a moedas internacionais, um agente assume a obrigação da variação de certa moeda e recebe fluxos de caixa expressos em outra moeda.
Na verdade, se apura o valor líquido dos fluxos de pagamentos e recebimentos que as empresas fariam. Esse valor é medido pelo saldo líquido dos encargos financeiros e o capital não entra na permuta.
Exemplo 1: suponha que um investidor tenha uma dívida em dólares e uma aplicação em DI. Ele pode ir ao banco e solicitar que seja feito um swap de indexador, de DI para dólares. Neste caso, ele está apostando que o dólar vai valorizar mais do que a taxa de juros DI e o banco estará na posição inversa. Fazer swap é uma forma de se proteger contra movimentos inesperados.
Exemplo 2: um indexador tem um ativo que rende 98% do CDI e uma dívida indexada ao IGPM. Ele tem medo que o IGPM dê uma grande subida e descole do CDI, ocasionando perdas no seu patrimônio. Então ele faz um swap de CDI para IGPM. Com isso, troca uma rentabilidade em CDI por outra em IGPM. Esse procedimento pode acarretar ganhos menores, caso o CDI renda acima do IGPM. Entretanto, ele se encontra protegido caso ocorra o oposto, não tendo perdas.
Nesta aula, você:
• conheceu os vários tipos de mercado de derivativos;
• compreendeu o funcionamento dos mercados de derivativos;
• identificou os vários tipos de investidores que utilizam os mercados de derivativos.

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