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VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA HABITAÇÃO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
DIEGO ARAÚJO DE ABREU 
LUCAS TIVERON RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA HABITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adamantina/SP 
2016 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
Diego Araújo de Abreu 
Lucas Tiveron Rodrigues 
 
 
 
 
 
VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA HABITAÇÃO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, em 
formato de Artigo Científico, apresentado 
como requisito parcial para obtenção do 
grau de Engenheiro Civil no Curso de 
Engenharia Civil do Centro Universitário de 
Adamantina (UNIFAI). 
 
Orientador: Prof. Dr. Bruno do Vale Silva 
 
Banca Examinadora: 
Prof. Esp. Ari Aires de Alencar - UNIFAI 
 
Prof. Eng. Renam Serraglio Quaglio - UNIFAI 
 
 
. 
Adamantina/SP 
2016
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
1 
 
VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA HABITAÇÃO 
 
 
Diego Araújo de Abreu* 
Lucas Tiveron Rodrigues** 
Bruno do Vale Silva*** 
 
Resumo: 
O desenvolvimento sustentável está pautado na construção de uma nova relação 
entre o ser humano e o meio ambiente que o cerca. Ancorado nesta perspectiva, o 
presente artigo tem por objetivo analisar a viabilidade do reuso de contêiner marítimo 
para habitação sustentável. Figuram como hipóteses: . as políticas destinadas à 
habitação popular ainda não tem sido suficientes para superar a carência habitacional; 
. a utilização de contêiner marítimo para fins de habitação popular induz a benefícios 
de ordem social e ambiental; . o aproveitamento dos resíduos gerados pelas 
atividades humanas, é fundamental para a redução dos impactos gerados ao meio 
ambiente e preservação dos recursos naturais existentes. O método utilizado 
consistiu na realização de uma revisão bibliográfica demonstrando a importância da 
utilização do contêiner, seguindo do estudo comparativo entre a habitação tradicional 
e a habitação com o reuso de contêiner marítimo tomando-se por base os parâmetros 
estabelecidos pelo Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção 
Civil – SINAPI e ao final apresentando o comparativo final entre os custos 
empreendidos em cada uma destas modalidades, com vistas à demonstrar a 
viabilidade ou não do reuso de contêiner marítimo para fins de habitação social de 
interesse sustentável. Os resultados obtidos indicam que o reuso do contêiner gera 
uma economia em relação à construção tradicional que varia entre 20 a 30%. Em 
termos de capacidade de adaptação, os resultados indicam que essa demanda o 
atendimento aos seguintes requisitos básicos: ventilação, isolamento térmico 
acústico, pintura, cortes, iluminação, rede de água e esgoto e acabamento. Conclui-
se, de tal modo, que do ponto de vista ambiental, o reuso apresenta-se como uma 
solução em termos de destinação adequada. Do ponto de vista econômico, observa-
se a redução de custos em relação ao modo de construção em alvenaria tradicional, 
gerando uma economia substancial para a população, sobretudo, a de baixa renda. 
Do ponto de vista da engenharia, do ponto de vista técnico e estrutural, destaca-se, a 
ampla diversidade de adaptações, redução dos impactos ambientais, redução dos 
problemas relacionados a recalques de fundação, dentre outros aspectos. 
 
Palavras-chaves: Adaptações. Sustentabilidade. Economia. Redução dos problemas. 
 
* Graduando do Curso de Engenharia Civil - UNIFAI, dieareng@gmail.com 
** Graduando do Curso de Engenharia Civil - UNIFAI, lucas_tiveron@hotmail.com 
*** Professor e Coordenador do curso de Engenharia Civil - UNIFAI, dovalesilva@fai.com.br 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
O desenvolvimento sustentável está pautado na construção de uma nova 
relação entre o ser humano e o meio ambiente que o cerca, exigindo, 
consequentemente, o redimensionamento das atividades desenvolvidas pelo homem, 
com vistas ao aproveitamento dos resíduos gerados e preservação dos recursos 
naturais indispensáveis ao atendimento de suas necessidades. 
Há, neste sentido, inúmeras atividades que embora sejam essenciais ao 
atendimento das necessidades humanas tem gerado uma grande quantidade de 
resíduos, cujo ausência de aproveitamento induz a sérios prejuízos ambientais, dentre 
as quais, é possível destacar a grande quantidade de resíduos gerados pelo descarte 
indiscriminado de contêineres após transcorrido o prazo de 10 anos de emprego no 
acondicionamento e transporte de mercadorias. 
Em relação ao histórico que marca o início do uso do contêiner em tais 
processos, evencia-se, que em 1937, na cidade de Nova Iorque nos Estados Unidos, 
o americano Malcon McLean, motorista e dono de uma pequena empresa de 
caminhões, ao observar o lento embarque e desembarque, teve a ideia de criar 
grandes caixas de aço buscando uma forma mais rápida e segura para o transporte. 
De lá para cá, os contêineres embora os contêineres tenham figurado como 
uma solução em termos de dinamização do acondicionamento e transporte de cargas, 
acabam também gerando uma preocupação relacionada à busca de uma destinação 
adequada frente aos riscos ambientais de um descarte indiscriminado de tais 
elementos. 
Tomando-se, por base tais aspectos, evidenciam-se, os inúmeros benefícios 
sociais e ambientais decorrentes do reuso de contêiner marítimo para o 
desenvolvimento de habitações, com vistas a suprir a carência habitacional. 
Destaca-se, o fato de que a casa-contêiner vem conquistando o seu espaço, 
em pouco tempo e alto índice de estética e conforto o proprietário poderá usufruir de 
um espaço para moradia, conforme mostra figuras 1: 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
3 
 
Figura 1 – Fachada casa contêiner (a) e Interior do contêiner (b) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Residência em Contêiner, Gameiro Construtora, 2016 
 
Ancorado nesta perspectiva, o presente artigo tem por objetivo analisar a 
viabilidade do reuso de contêiner marítimo para habitação sustentável, considerando-
se, a importância de minimização dos impactos ambientais a partir do aproveitamento 
dos resíduos gerados pelo homem e uso racional dos recursos naturais existentes. 
Figuram como hipóteses a serem confirmadas ao longo da análise a ser 
realizada: . as políticas destinadas à habitação popular ainda não tem sido suficientes 
para superar a carência habitacional e atendimento das especificidades da população 
de baixa renda; . a utilização de contêiner marítimo para fins de habitação popular 
induz a benefícios de ordem social e ambiental; . o aproveitamento dos resíduos 
gerados pelas atividades humanas, dentre os quais, a reutilização de contêiner é 
fundamental para a redução dos impactos gerados ao meio ambiente e preservação 
dos recursos naturais existentes. 
A metodologia utilizada será a revisão de natureza bibliográfica com base no 
levantamento das publicações existentes, a partir das seguintes palavras-chaves: 
reuso de contêiner e habitação popular, pressupostos para a habitação popular 
sustentável, reuso de resíduos e minimização dos impactos ambientais na construção 
civil. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAICURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
4 
 
Os resultados obtidos com a coleta dos dados existentes serão catalogados e 
sistematizados com vistas à confirmação das hipóteses que sustentam a defesa em 
torno do reuso de contêiner para fins de habitação. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
Diferentes estudos têm demonstrado a viabilidade do reuso do contêiner 
marítimo no campo habitacional, ancorando-se, nos princípios da sustentabilidade. 
Em termos ambientais, evidencia-se, inicialmente que o descarte dos 
contêineres após transcorrido o tempo de uso tem gerado inúmeros impactos 
ambientais, embora as alternativas viáveis de reuso destes elementos. Partindo deste 
pressuposto, Milaneze et al., (2012) apontam que os containers são caixas de metal, 
apresentando diversidade de dimensões, voltados ao acondicionamento e transporte 
de carga, a longa distância, em diferentes modais de transporte, apresentando uma 
vida útil de 10 (dez) anos, emergindo após tal tempo a demanda de se assegurar um 
destino adequado para tais elementos, já que são confeccionados com base em 
materiais metálicos e não biodegradáveis, o que os torna um grave problema, por 
gerarem um grande volume de lixo no âmbito das cidades portuárias. 
Dentre as alternativas viáveis de aproveitamento destes elementos, Aguirre; 
Oliveira e Brito Correa (2008) ressaltam que a lógica de utilizar contêineres para 
habitação decorre em face da grande quantidade destes em zonas portuárias, como 
a de Rio Grande, cidade próxima à Pelotas, onde os mesmos são “amontoados” 
quando não se prestam mais ao acondicionamento e transporte de cargas, 
demonstrado que os mesmos ainda podem ser empregados para outras finalidades, 
dentre as quais o reuso no campo da habitação, trazendo uma nova possibilidade de 
uso e solucionando o problema da reciclagem, podendo ser alvo de diferentes 
adaptações conforme demonstrado na figura 2: 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
5 
 
Figura 2 – Fachadas e cortes da proposta de habitação bioclimatica em 
contêiner 
 
Fonte: Aguirre; Oliveira e Brito Corrêa, 2008. 
 
No campo habitacional, Aguirre; Oliveira e Brito Correa (2008) apontam que um 
dos maiores benefícios na utilização de containers refere-se à possibilidade de futuros 
deslocamentos e à realização de modificações na unidade habitacional, 
demonstrando uma ampla perspectiva de flexibilidade do contêiner no âmbito da 
Arquitetura. 
Milaneze et al., (2012) destacam que na Arquitetura e Engenharia as casas-
contêineres vêm ganhando espaço como habitação ao redor do mundo, em um 
contexto no qual, para além do quesito ambiental, destaca-se o fato de que o 
proprietário poderá usufruir de um espaço para moradia, em pouco tempo e com alto 
índice de estética e conforto. 
 
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
6 
 
Na opinião de Aguirre; Oliveira e Brito Correa (2008) a habitação projetada a 
partir do uso de containers reciclados se mostra viável do ponto de vista sustentável, 
sendo uma alternativa a ser levada em consideração, na solução do sério problema 
habitacional que impera nos países em desenvolvimento. 
Além da viabilidade econômica, cabe ressaltar como fatores positivos, a 
agilidade de prazos de execução da obra, a redução da produção de entulhos da 
construção civil, e, principalmente uma resposta sustentável à preocupação 
ambiental: a utilização de containers, um bem que seria descartado, como alternativa 
de habitação. 
Lombardi (2015) em seu estudo destacou que a implantação de habitações 
utilizando-se contêiner representa, em uma nova forma de edificação testada e 
aprovada em diferentes países e até em alguns estados brasileiros, onde, existem 
empresas que se especializarão na utilização deste material na construção civil e 
como tal, a utilização do contêiner, além de gerar a reutilização de um produto que 
durante muito tempo foi descartado como ferro velho, gera uma fonte de renda e de 
especialização de mão de obra, donde se torna possível concluir que, além do aspecto 
sustentável, a utilização de contêiner em habitações de interesse social, também 
promove a responsabilidade social, agregando geração de empregos a suas 
atribuições e, pode vir a proporcionar a população um aumento significativo em sua 
qualidade de vida por proporcionar uma habitação de qualidade, de baixo custo de 
implantação e manutenção, adaptada às necessidades e expectativas de cada cliente. 
 Na opinião de Milaneze et al., (2012) as casas-contêineres refletem uma 
mudança de comportamento da sociedade, pois demonstram uma nova visão da 
sociedade, seja por causa da mobilidade, do preço ou em razão das constantes 
catástrofes naturais. 
Quanto à necessidade de ampliar a disponibilidade de acesso à esta importante 
alternativa, Lombardi (2015) aponta que a prática de reuso deste material que antes 
era jogado fora, faz parte da incorporação de uma nova cultura sobre o 
reaproveitamento. 
 
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7 
 
Sendo assim, utilizá-los na construção de moradias, é uma forma de 
reaproveitar este material, que além de ser mais sustentável, pode ser viável do ponto 
de vista econômico, na medida em que construções com containers chegam a durar 
aproximadamente 90 anos, tornando-se mais vantajosas em termos de custo-
benefício, do que os materiais usados na construção civil tradicional (LIMA; SILVA, 
2016). 
Constata-se, portanto, que um fator que o torna sustentável é a sua 
durabilidade, por ser uma estrutura projetada para resistir às piores condições 
climáticas (frio e calor), além de resistência à água salgada, fortes ventos e 
tempestades. 
Neste contexto, a impermeabilização máxima do terreno (15%) também entra 
no elenco, já que mais de 85% do terreno fica permeável, contribuindo para absorção 
da água das chuvas, além de contribuir para a preservação do o solo e o lençol freático 
(LIMA; SILVA, 2016). 
Por sua vez, Lima e Silva (2016) destacam ainda que o container também 
consegue agregar ao projeto diferentes técnicas sustentáveis como captação da água 
da chuva, adoção de telhados verdes, e inovações tecnológicas que tragam mais 
conforto térmico para o morador, dentre os quais, o Isoft (isolante térmico) feito de 
garrafa PET, aspectos fundamentais em termos de contribuição para o 
desenvolvimento sustentável. 
 
3 MÉTODOS 
 
Com a finalidade de comprovação da viabilidade do reuso de contêiner 
marítimo para habitação sustentável, o presente estudo foi realizado em três 
diferentes etapas. 
A primeira etapa consistiu na realização de uma revisão de literatura, com a 
finalidade de analisar a importância do reuso do contêiner para a construção de 
moradias e superação do déficit habitacional verificado em diferentes regiões do país, 
enfatizando a possibilidade de adaptação deste recurso às peculiaridades locais e a 
 
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8 
 
sua função do ponto de vista da sustentabilidade, que demanda entre outros aspectos, 
o reaproveitamento de diferentes materiais, que lançados indiscriminadamente geram 
sérios prejuízos ao meio ambiente. 
A segunda etapa compreendeu o levantamento de custos em termos de m2 
entre a habitação tradicional e a habitação com o reuso de contêiner marítimo 
tomando-se por base os parâmetros estabelecidos pelo Sistema Nacionalde 
Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI, através dos seguintes 
passos: 
Levantamento da média de preço de contêiner marítimo após transcorrido o 
prazo de 10 (dez) anos de utilização, seguido do levantamento de todas as 
benfeitorias e adaptações necessárias para provê-lo de condições de habitabilidade, 
com base nos padrões de conforto térmico-acústico, iluminação e ventilação; 
Quanto à construção tradicional, será levantado o custo total por m2 (metro 
quadrado) incluindo-se todas as benfeitoras e equipamentos indispensáveis; 
A terceira e última etapa envolveu o comparativo final entre os custos 
empreendidos em cada uma destas modalidades, com vistas a demonstrar a 
viabilidade ou não do reuso de contêiner marítimo para fins de habitação social de 
interesse sustentável. 
Cabe destacar que em ambos os cálculos, a mensuração de custos não levou 
em conta o valor necessário à aquisição do terreno, apenas procurando-se 
demonstrar o valor gasto com a construção/adaptação do contêiner. 
Superadas tais etapas, foi definido o projeto com as especificações da 
construção tradicional e o projeto com as modificações/adaptações aptas a gerar a 
casa contêiner. 
 
4 RESULTADOS 
 
Os resultados obtidos por meio da revisão bibliográfica comprovam a 
viabilidade do reuso de contêiner marítimo para fins de habitação, atendidos, inclusive, 
os padrões e especificidades de região, condição que está de acordo com os 
 
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9 
 
pressupostos do desenvolvimento sustentável pautado sobretudo, na adoção de 
alternativas viáveis de aproveitamento dos resíduos gerados. 
No tocante ao estudo comparativo entre a habitação tradicional e a habitação 
com o reuso de contêiner marítimo tomando-se por base os parâmetros estabelecidos 
pelo Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil – 
SINAPI, através dos seguintes passos, que envolveu inicialmente o levantamento da 
média de preço de contêiner marítimo após transcorrido o prazo de 10 (dez) anos de 
utilização, seguido do levantamento de todas as benfeitorias e adaptações 
necessárias para provê-lo de condições de habitabilidade, com base nos padrões de 
conforto térmico acústico, iluminação e ventilação e ao final o levantamento do custo 
total por m2 (metro quadrado), incluindo-se todas as benfeitoras e equipamentos 
indispensáveis, os resultados obtidos na primeira análise indicam que o reuso do 
contêiner gera uma economia em relação à construção tradicional que varia entre 20 
a 30%. 
Em relação às benfeitorias indispensáveis para conferir ao contêiner condições 
de habitabilidade, destacam-se a atenção aos seguintes requisitos básicos: 
ventilação, isolamento térmico acústico, pintura, cortes, iluminação, rede de água e 
esgoto e acabamento. 
Em face dos resultados obtidos a priori, são identificados elementos que 
conferem viabilidade ao processo de reuso de contêiner marítimo para fins 
habitacionais. 
A Figura 3 apresenta o Projeto/Estudo da casa contêiner: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
 
Figura 3 – Projeto/Estudo (casa contêiner) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016. 
 
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11 
 
As Figuras 4 e 5 apresenta o estudo da casa contêiner (a) e (b): 
 
Figura 4 – Estudo, casa contêiner (fachada, lateral esquerda) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016 
 
Figura 5 – Estudo, casa contêiner (fachada, lateral direita) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016 
 
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12 
 
A Tabela 1 apresenta os quantitativos e custos unitários para execução da casa 
contêiner. 
 
Tabela 1 – Quantitativos e custos unitários (casa contêiner) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016. 
 
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13 
 
A Figura 6 apresenta o Projeto/Estudo da casa tradicional: 
 
Figura 6 – Projeto/Estudo (casa tradicional)
 
Fonte: Autores, 2016. 
 
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14 
 
As Figuras 7 e 8 apresentam o Estudo da Casa tradicional (a) e (b): 
 
Figura 7 – Estudo, casa tradicional (fachada, lateral esquerda) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016 
 
Figura 8 – Estudo, casa tradicional (fachada, lateral direita) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016 
 
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15 
 
A Tabela 2 apresenta os quantitativos e custos unitários para execução da casa 
tradicional. 
 
Tabela 2 – Quantitativos e custos unitários (casa tradicional) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores, 2016. 
 
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16 
 
O Gráfico 1 apresenta o comparativo de custo entre a casa tradicional e a casa 
contêiner: 
 
Gráfico 1 – Comparativo de custo (casa tradicional x casa contêiner) 
 
Fonte: Autores, 2016 
 
5 DISCUSSÃO 
 
É possível inicialmente discutir a diversidade de adaptações da casa-contêiner 
para fins habitacionais às peculiaridades de cada região, uma vez que Aguirre (2008) 
em seu estudo centrado no Estado do Rio Grande do Sul, destacou que é possível 
optar por locar os ambientes principais orientados ao norte, uma vez que esta é a 
orientação que recebe mais horas de insolação no inverno e menos horas no verão, 
permitindo, portanto, a captação de energia solar para aquecimento durante o inverno 
e, através de um sistema simples de beiral, a devida proteção frente à radiação solar, 
no verão. 
Em termos da excelente adaptabilidade do contêiner, Lombardi (2015) ressalta 
que a construção de módulos habitacionais, utilizando contêineres, que podem ser 
adaptados conforme a necessidade do morador, de fácil instalação e manutenção, 
 R$-
 R$5.000,00
 R$10.000,00
 R$15.000,00
 R$20.000,00
 R$25.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
TRADICIONAL CONTÊINER
 
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17 
 
consiste em uma nova forma de edificação presente em alguns países do mundo e 
alguns estados do Brasil, onde, existem algumas empresas especializadas neste tipo 
de construção, gerando empregos e divisas. 
Por sua vez, a viabilidade do reuso de contêiner para fins habitacionais em 
termos de ventilação e isolamento térmico corrobora com os resultados alcançados 
em estudo realizado por Aguirre (2008) segundo o qual a casa-contêiner interagem 
permanentemente com o ambiente climático exterior, ao passo em que no inverno se 
converte em um grande captadorsolar, trazendo luz e calor suficiente para aquecer o 
ambiente interno, enquanto que no verão, a habitação está permanentemente 
ventilada através de suas múltiplas aberturas, fazendo circular o ar desde as suas 
fachadas ensolaradas até as outras em sombra, cabendo ainda salientar que a pouca 
inércia térmica promovida pelas paredes do container isolado permite uma rápida 
refrigeração. 
Em sentido contrário, ou seja, atestando a dificuldade de adaptação do 
contêiner para fins habitacionais, Occhi e Almeida (2016) discutem que o uso de 
containers demonstra-se problemático, principalmente, quanto à adaptação do 
material para as variações de temperatura e isolamento acústico, já que esse 
processo encarece significativamente o custo da construção, sendo que tais autores 
ressaltam que outra desvantagem é a restrição de forma e tratamento volumétrico, já 
que a forma não pode ser alterada, apenas trabalhada com formas de encaixe. 
No que diz respeito à viabilidade econômica, Milaneze (2012) obteve resultados 
que indicam aproximadamente 20% de redução de custos em relação à alvenaria 
tradicional. Tal autor discute ainda que além do valor econômico, cabe ressaltar como 
fatores positivos, a agilidade de prazos de execução da obra, a redução da produção 
de entulhos da construção civil, e, principalmente uma resposta sustentável à 
preocupação ambiental. 
No mesmo contexto, Schonarth (2013), aponta que o potencial do material 
torna possível redução do preço final da obra em cerca de 30%, se comparado com o 
uso de materiais e métodos tradicionais, além de acelerar a velocidade da obra por se 
tratarem de módulos dimensionados pela International Standards Organisation (ISO). 
 
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18 
 
Em termos econômicos estudo realizado pelo Sindicato da Habitação e 
Condomínios – SECOVI – do Estado do Paraná obteve resultados que indicam que 
ao utilizar estruturas prontas – que antes seriam descartadas – e eliminar a 
necessidade de fundações, aqui substituídas por sapatas de concreto, a obra em 
contêiner pode ter seu custo estrutural reduzido em até 30% em comparação com a 
alvenaria tradicional. 
 
6 CONCLUSÃO 
 
 À luz dos princípios que regem a sustentabilidade e em face da incapacidade 
das políticas públicas em suprir a carência habitacional em todo país, torna-se, viável 
do ponto de vista social, econômico e ambiental o reuso de contêiner marítimo para 
fins de moradia. 
 Do ponto de vista social, destaca-se, o fato de que, sobretudo, nos grandes 
centros urbanos, o preço do metro quadrado do terreno e da construção convencional 
tem inviabilizado o acesso à moradia, sobretudo, das camadas menos privilegiadas 
da população. 
 No tocante ao ponto de vista econômico, além da redução de custos em relação 
ao sistema de construção convencional, denota-se, uma ampla possibilidade de 
adaptações que permitem ao proprietário usufruir de um maior nível de conforto com 
o menor dispêndio de recursos financeiros. 
 Por sua vez, do ponto de vista ambiental, o reuso de contêineres na construção 
de moradias provoca inúmeros benefícios, dentre os quais, a diminuição do índice de 
descarte indiscriminado de tais elementos na natureza, bem como o menor nível de 
dispêndio de processos gradativos ao meio ambiente visando a obtenção de matérias-
primas e demais insumos amplamente utilizados na construção civil. 
 Soma-se, a tais argumentos, a flexibilidade, que permite seu deslocamento 
para outras áreas, a durabilidade e longevidade de um contêiner quando comparado 
ao sistema de construção convencional. 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA - UNIFAI 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
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