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Coleção Os Impressionistas Lautrec

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"Um dos maravilhosos privilégios da arte é que a expressão de horror e dor 
pelo artista, se rítmica e cadenciada, enche de calmo júbilo o espírito." 
Charles Baudelaire 
o patoá de Albi, Bebê lou Pouliot significa “bebê lindo”. O 
apelido, dado a Henri Toulouse-Lautrec quando nasceu, diz 
como ele foi uma criança esperada e encantadora. O pintor 
nasceu em 24 de novembro de 1864, no coração da cidade 
medieval de Albi, sudoeste da França. As duas avós de Henri 
eram irmãs e, assim, o nascimento dele fortaleceu o vínculo que 
já unia as duas famílias mais aristocráticas e ricas da região, 
Toulouse-Lautrec e Tkpié de Céleyran. O nome de batismo 
homenageava Henrique V, herdeiro presuntivo do trono da 
França. Menino bonito e vivaz, sua personalidade calorosa e 
amável encantava toda a família. ' 'Henri cricrila o dia todo'', 
escreveu uma de suas avós. "Parece um grilo que alegra a casa. 
Toda vez que se ausenta, sentimos enorme vazio, porque ele 
vale por vinte pessoas aqui." 
Rico e mimado assim, Lautrec cresceu numa atmosfera de 
luxo, onde nada lhe era negado. Além disso, ninguém nas 
famílias Tapié e Lautrec trabalhava para viver; em vez disso, 
cada um cultivava seus interesses com talento e inteligência. O 
pai, escultor, passava boa parte do ano em Paris, onde se tornou 
perspicaz observador de gente exótica e seus costumes. 
Verdadeiro excêntrico. Um dia voltou a Albi vestido como 
nativo da tribo Kirghiz e morou certo tempo numa tenda, para 
compreender algo do estilo de vida desse povo asiático. 
Henri conservou o charme, a vivacidade e a inteligência 
enquanto crescia. Recebeu fina educação. Passava os dias em 
confortável deleite, desenhando, cavalgando e estudando inglês 
e latim com a mãe. Depois, mandado a Paris para continuar os 
estudos, conheceu no Lycée Condorcet outro estudante, 
Maurice Joyant, de quem seria amigo a vida toda. Embora 
amasse atividade esportiva ao ar livre, aos dez anos já tinha 
saúde vulnerável, e por isto os pais decidiram que o clima 
quente de Nice lhe seria mais saudável que o de Paris. 
A despeito da saúde delicada, o brilho da personalidade de 
Henri não esmaeceu. Durante a estada em Nice, sua avó 
escreveu à mãe dele que "sua animada disposição não o 
abandonou, ele se mantém de bom humor até quando sozinho. 
Ainda é muito jovem para ir à caça com os cavalheiros daqui, 
embora, resoluto e alerta, nunca se intimide ante obstáculos 
grandes demais para ele". 
 
 
 
Mulher-Nua ao Espelho -1897. Coleção particular, EUA. 
N 
Nesse período, o desentendimento entre os pais se acentuou a 
ponto de tornar inevitável a separação. Henri deve ter sofrido 
muito com isso, embora tenha escrito, em co- mentário de duplo 
sentido: "Meu pai, o conde, se excede apenas no café com leite". 
Em 1878 Henri quebrou a perna numa queda e, quinze meses 
depois, noutro acidente, sofreu fratura parecida. Ficaria aleijado 
pelo resto da vida. Em carta a um amigo ele contou: "Caí de uma 
cadeira baixa e quebrei o fêmur esquerdo. Mas agora, graças a 
Deus, [o osso] soldou-se e começo a andar de muleta, com ajuda 
de alguém''. A respeito da segunda fratura seu pai escreveu que 
"foi causada por uma queda não muito mais grave, durante um 
passeio com a mãe. Caiu numa ravina que não tinha mais de 
metro e meio de profundidade. Enquanto a mãe foi buscar um 
médico, ele se manteve calmo e contido. Ficou sentado no chão 
e, com as mãos, manteve a perna reta". 
Xá realidade os acidentes parecem ter sido causados por uma 
doença então pouco conhecida: distrofia poliepifiseal, certa 
anomalia que torna os ossos quebradiços. Aos treze anos Henri 
era um rapaz de estatura média, quase metro e meio. Adulto, 
media poucos centímetros mais. 
Sua força de caráter surpreendeu. Longe de afundar-se no 
desespero, depois da inevitável operação, ele escreveu a um 
amigo: "O crime cirúrgico foi perpetrado segunda-feira e a 
fratura, tão admirável do ponto de vista médico (não do meu, 
deixe-se claro), viu a luz do dia. O médico estava radiante e 
deixou-me em paz até esta manhã. Então, com o falso pretexto 
de me pôr de pé, dobrou-me a perna em ângulo reto, o que me 
causou uma dor feroz". 
E quando alguém se condoia, ele brincava: "Não vale a pena 
chorar por mim. Não mereço. Fui tão desastrado! Tenho recebido 
tanta visita que estou ficando mimado''. 
Em julho de 1881, em Paris, depois de uma de suas muitas 
estadas no litoral, tentou os exames de bacharelado, mas não 
passou. Voltou a estudar com rigor durante as férias, tentou outra 
vez no outono e foi aprovado. Em carta a um amigo, contou: 
"Colhido no redemoinho do bacharelado, desta vez consegui 
passar. Deixei de lado os amigos, a pintura e tudo mais que vale 
alguma coisa neste mundo para enfiar-me em dicionários e livros 
escolares. Por fim, a banca de Tbulouse me achou aceitável, 
apesar das respostas incoerentes que balbuciei na argüição. Fiz 
citações fictícias de Lucrécio e o professor, querendo parecer 
erudito, engoliu tudo. Mas acabou-se. Você achará minha prosa 
um tanto relaxada, é o afrouxamento que se segue à tensão das 
provas. Esperemos melhora". 
Aos dezesseis anos, desenhar já era paixão para ele. Seu 
primeiro professor foi René Princeteau, amigo da família e artista 
especializado na pintura de cavalos. Em pouco tempo o aluno 
mostrava mais talento que o professor. Este, honestamente, 
aconselhou então a família a encaminhar Henri ao ateliê de Léon 
Bonnat, um dos mais festejados pintores de Paris na época, com 
quem o rapaz poderia aperfeiçoar-se. Descrevendo sua 
experiência com Bonnat, Lautrec escreveu a seu tio Charles: 
"Você com certeza está curioso a respeito do tipo de incentivo 
que Bonnat me oferece. Ele diz: 'Sua pintura não é tão má; é um 
tanto moderninha, mas não chega a ser má. Já seu desenho é 
chocante'. E eu devo sujeitar-me, começar de novo e seguir 
trabalhando". 
Quando tinha dezoito anos, Henri passou ao ateliê de Cor-
mon. pintor então em evidência e cujo Caim, quadro aca-dêmico 
inspirado em A Lenda dos Séculos, de Victor Hugo, tivera 
ressonante sucesso no Salão (oficial) de 1880. Henri Rachou, um 
dos amigos de Lautrec no ateliê, escreveu a respeito de 
Cormon: "Nunca o vi cometer um erro no julgamento de cada 
um de nós. Era incrivelmente perceptivo, nunca indulgente, 
exceto com aqueles pelos quais sentia certa amizade. Tratava os 
outros com franqueza quase cruel. Quando queria, suas maneiras 
eram impecáveis, mostrava acurado senso de decoro, compatível 
com o ambiente. Nunca o vi exaltado ou prisioneiro da ambição. 
Era, antes de tudo, um artista". 
No mesmo ateliê, Toulouse-Lautrec conheceu Vincent van 
Gogh, com o qual também faria amizade por toda a vida. 
Diferente dos impressionistas, Lautrec não se sentia nada atraído 
por paisagens; o tema quase exclusivo de sua pintura era a figura 
humana, porque, segundo o crítico Jacques Lassaigner, ''ela 
oferecia a ele a liberdade de usar seu dom de observação e sua 
verve. A pincelada magnificamente tensa, nervosa, assim como 
seu talento de colorista, deram-lhe meios de uma exploração 
essencialmente psicológica, penetrante, às vezes severa, ou 
mesmo implacável. Sua pintura não dá sinal de compaixão, mas 
sim um senso de reserva. Se por acaso se sentisse embaraçado, 
escapava pela saída da ironia. De todos os seus trabalhos, apenas 
os retratos de sua mãe mostram a secreta vibração que trai seu in-
tenso amor por ela". 
No mesmo período, Toulouse-Lautrec e outros pintores fre-
qüentavam cabarés, especialmente o do cantor Aristide Bruant, 
que os deliciava com seu humor. 
 
Seu bando de abortos e tolos de meia-tigela! 
Que mestiços são vocês, como se ela, 
a mãe, não tivesse tetas, nem o pai ferramenta? 
Para serem tão ocucros, mamaram jumenta? 
Desse naipe aqui não entra ninguém, 
sem os pais pra mostrar suas coisas também! 
 
Com cançonetas burlescas destetipo, Bruant recebia seus 
fregueses em Lê Mirliton, cabaré no Boulevard de Roche-
chouart, onde também cantava, com voz ressonante, baladas 
sentimentais e hinos anarquistas. Lautrec decorou o cabaré com 
figuras que ilustravam as canções de Bruant. Por exemplo, Nini-
peau-de-chien ("Nini-pele-de-cão"), a heroína da cançoneta À Ia 
Bastille. 
Lautrec não estava nada interessado em modelos profis-
sionais, o que o inspirava e atraía era a vida. "Certo dia, quando 
ele e Rachou iam a caminho de Boivains para almoçar", escreveu 
Gauzi, "passaram por uma jovem vestida com simplicidade de 
operária, mas de cabelo tão impressionantemente ruivo que 
Lautrec estacou e, muito agitado, exclamou: 'Ela é fantástica! 
Veja como brilha! Seria maravilhoso se posasse para mim, você 
tem de pedir isto a ela!' ". Chamava-se Carmen Gaudin, moça 
gentil e trabalhadeira, mas um tanto frágil. Lautrec, que a 
imaginara uma grosseira devassa, surpreendeu-se ao saber que o 
amante lhe deixava marcas de pancada. Era muito pontual e 
continuaria a ser o modelo favorito de Lautrec por muito tempo. 
Pela mão dele, ela se tornaria uma esplêndida Lavadeira e tam-
bém Rose Ia Rouge, heroína de outra canção de Bruant, À 
Montrouge. 
Graças a Maurice Joyant, que se tornara marchand e também 
editor da revista Paris Illustré, Lautrec se tornou colaborador 
regular do Lê Courrier Français. Ele e Joyant trabalhariam juntos 
também em outras atividades artísticas, inclusive experimentos 
na técnica de impressão. 
O trabalho sério, contudo, não aplacava o ritmo noturno de 
Lautrec e seus amigos. Embora não tivessem deixado de 
freqüentar Lê Mirliton, eles também eram vistos no Moulin
de la Galette, que se tornara uma arena de prostitutas baratas e 
seus cáftens, uma casa muito diferente da que tinha sido no 
tempo de Renoir. O grupo aparecia ainda no Chat Noir, bar mais 
sofisticado, de poetas e cancioneiros, ou numa casa recém-
inaugurada no Boulevard de Clichy, sopé de Montmartre: o 
Moulin Rouge. Neste cabaré havia shows bizarros, como os de 
"Cha-U-Kao", palhaça de aparato japonês e nome trocadilhesco 
(chahut, "tumulto", "algazarra"; e chãos, ' 'caos''); ou da acróbata 
do Circo Macarona, da qual Lautrec faria tantos retratos, Jane 
Avril, apelidada também "La Mélinite" (nome de um explosivo 
mais potente que a dinamite). Joyant disse que Jane dançava 
"como uma orquídea em êxtase". 
Ainda mais popular era Louise Weber, La Goulue ("a gulosa' 
'), que tinha 16 anos quando Lautrec a viu dançar pela primeira 
vez. Yvette Guilbert, talentosa atriz e cantora, amiga sincera de 
Lautrec, fez dela esta vivida descrição: ' 'Usava meias de seda 
pretas e, segurando um pé calçado em cetim preto, esvoaçava 
seis metros de anáguas rendadas num rodopio que deixava à 
mostra a calcinha. Nesta, um coração caprichosamente bordado 
recobria seu delicado bumbum quando ela se curvava para 
agradecer os aplausos; suas pernas adoráveis, ágeis, dinâmicas e 
tentadoras apareciam e desapareciam nos tufos de fitas cor-de-
rosa dos joelhos e numa espuma de rendas que chegavam aos 
tornozelos esguios. Derrubava com gracioso chute o chapéu do 
parceiro e, então, fazia splits [passos acrobáticos em que a 
dançarina senta com perna-s voltadas para direções opostas] — 
torso ereto, blusa justa azul-celeste, a saia de cetim preto aberta 
em redor dela como um guarda-chuva com cinco metros de 
diâmetro. Ela era assombrosa! Linda e brejeiramente espirituosa 
na aparência, loura, franja cacheada que chegava às 
sobrancelhas, usava o cabelo torcido para o alto e preso à nuca 
para não se desprender durante o número. Cachos clássicos 
caíam-lhe das têmporas sobre as orelhas, em pequenos caracóis. 
De Paris a Nova York, passando pelas favelas da Zona Leste 
londrina, todas as moças da época desejavam usar o cabelo como 
o dela, e a mesma fita colorida atada ao pescoço". 
Quando o Moulin Rouge encomendou seu novo pôster a 
Lautrec, ele tinha 26 anos e nenhuma experiência nessa forma de 
arte. O desenho mostrava La Goulue em primeiro plano e, em 
letras vistosas, o nome ''Moulin Rouge'' repetido três vezes. 
Imagens simples e chamativas, elementos conceptuais da 
moderna propaganda. 
Em 1892 Bruant estrelava num café-concerto de acesso 
exclusivo nos Champs-Elysées, Lês Ambassadeurs. A seu 
pedido, coube a seu amigo Lautrec — então já bem-sucedido 
criador de posters — desenhar o anúncio do show. Mas o gerente 
do café, Ducare, não gostou nada do resultado. Quando viu o 
cartaz pela primeira vez, exclamou: "Arranquem já esta coisa 
medonha, este lixo!". 
Bruant respondeu: "Meu querido, você vai deixar este pôster 
no lugar em que está. E mais: vai colocar um em cada lado do 
palco. E ouça bem: se até um quarto para as oito — e note que 
não digo às 8 horas — isso não tiver sido feito, não continuo! 
Está claro?". 
"Na hora marcada", escreveu Joyant, "o pôster estava afixado 
no palco, ladeando Bruant. Tanto o cantor quanto o cartaz 
fizeram enorme sucesso. E, depois do show, Ducare admitiu que 
tinha errado. 
Jane Avril aparece em primeiro plano no pôster que Lautrec 
desenhou para a casa de espetáculos chamada Divan Japonais. 
Ele usou outra vez a imagem dela num pôster que anunciava sua 
reapresentação no Jardin de Paris, e ainda num terceiro cartaz, 
de um show que não alcançou muito sucesso, em Londres. 
May Belfort seria o modelo seguinte de Lautrec. Não era 
bonita como Jane, mas sua forte feição era um tanto inco-mum. 
Por fim, a grande Loie Fuller tomou seu lugar na pintura de 
Lautrec. Dançava ondulando véus em longas varetas, num halo 
de luzes coloridas e cambiantes jorradas de projetores elétricos. 
Para seu pôster, Lautrec inventou uma técnica de impressão 
litográfica: coloria a gravura a mão e a polvilhava com pó de 
ouro, de modo que apenas as sombras da cabeça e das mãos da 
dançarina eram visíveis no brilho iridescente dos véus inflados. 
Apesar do sucesso como criador de posters, Lautrec não 
esquecia seu amor pela pintura. Os laços com Cormon tinham 
afrouxado, mas ele continuava a expor: no cabaré de Bruant, em 
Lê Mirliton, em Lê Tambourin com Van Gogh, no exclusivo 
Cercle Volney ê também na Bélgica. 
As companhias de Lautrec eram muito variadas. Em primeiro 
lugar, a mãe, a quem ele amava muito e que morava num 
apartamento três chie da Rue Victor Mace, não muito longe do 
estúdio. Muitas vezes Lautrec ia jantar com ela e levava amigos. 
Depois vinham os bordéis. O pintor de vez em quando deixava 
seu apartamento com uma bagagem de malas e baús, como se de 
partida para uma volta ao mundo. Mas a carruagem de aluguel 
pararia menos de um quilômetro depois, na Rue Richelieu ou na 
Rue dês Moulins, diante de alguma daquelas ''maisons" que a 
moralidade burguesa fingia desaprovar e onde ele bem poderia 
passar umas duas semanas. 
"Como é que você pode morar nesses lugares?", perguntou-
lhe certo dia um homem de alta posição, que jantava com a 
amante numa mesa próxima à de Lautrec. A resposta: "Quem 
sabe o senhor prefere esse tipo de companhia em sua própria 
casa?". 
O pintor amava as moradoras das tais "maisons". O herdeiro 
de uma das mais aristocráticas estirpes da nobreza francesa não 
via diferença, do ângulo social, entre uma prostituta e uma 
nouveau-riche. Nos quadros que pintou dessas casas não havia 
nada vulgar ou de gosto duvidoso, nenhuma intenção de chocar. 
Para as mulheres ele era apenas "Monsieur Henri, o pintor". 
"Entre elas", escreveu Francis Jourdan, "Lautrec é um tipo de 
criança mimada, docemente tirânica. Essas mulheres valorizam 
sua simplicidade, a pouca importância que dá a sua fama 
ascendente e a seu ilustre nome de família. Elas se sentiriam 
embaraçadas se percebessem nele condescendência ou o desejo 
ridículo de bancar o sujeito duro, o gangs-ter. Ele é o que é." 
A favorita de Lautrec era Mireille. Ela aparece de perfil no 
primeiroplano de um grande quadro, No Salão. "Estão tentando 
enganar-me'', confidenciou certa vez a Gauzi. ' 'Escondem 
Mireille quando pergunto por ela, mesmo que eu tenha decidido 
pagar-lhe um dia todo. Quando lhe escrevo, ela nunca deixa de 
vir. Esteve aqui ontem." Apontou um buquê de violetas: "Coisa 
de Mireille. Comprou o buquê a caminho daqui e gentilmente o 
trouxe para mim". 
O período em que freqüentou as "maisons" foi o mais 
produtivo e também aquele em que pintou as obras mais 
importantes. Além dos quadros" sua produção de 1892 a 1894 
inclui litografias, os melhores posters, ilustrações para livros e 
periódicos e ainda cenários de palco. 
Nessa mesma ocasião, seu amigo de infância Maurice Jo-
yant sucedeu a Theo van Gogh (irmão de Vincent) como 
gerente da Galeria Goupil. Depois de muita hesitação, Lau-
trec finalmente concordou em fazer ali sua primeira exposi-
ção. Para sua surpresa, a imprensa não lhe foi hostil e o evento 
chegou a ser prestigiado com a visita de Degas. ''Certa tarde, às 6 
horas", escreveu Joyant, "Degas apareceu em seu inverness [tipo 
de casaco com cinto, pelerine curta para os ombros e gola justa]. 
Começou a examinar com cuidado todas as obras, entoando uma 
melodia baixinho, de lábios fechados. Percorreu toda a exposição 
sem dizer palavra. Já estava descendo a estreita escada em 
espiral quando parou. Com apenas cabeça e ombros acima do 
nível do poço da escada, encarou Lautrec, que o olhava tímido e 
ansioso, e disse: 'Bem, Lautrec, vejo que você é um dos nossos'. 
Ainda posso ver Lautrec irradiando satisfação interior com esse 
aceno casual de aprovação." 
Para evitar escândalo, os quadros que tinham por tema as 
"maisons" foram separados numa sala interditada ao público, e à 
qual só tinham acesso amigos, convidados especiais e outras 
pessoas com permissão prévia. 
Um ano depois, por ocasião de uma exposição de Manet, 
Durand-Ruel incluiu nela um conjunto de litografias de Lautrec. 
A última exposição do artista enquanto vivo foi a promovida pela 
filial londrina da Goupil, em 1898. 
Vinho e bebidas mais fortes, noites insones e vida disso-luta 
acabaram por comprometer a vulnerável saúde de Tou-louse-
Lautrec. Certa manhã, depois de uma noite de orgia, ele 
despertou num quarto de janelas gradeadas e porta trancada, 
numa clínica psiquiátrica de Neuilly. Estava longe de 
enlouquecer, mas a família e os amigos tinham tomado por 
demência a excitabilidade anormal que vinha mostrando fazia já 
algum tempo. 
No Lês Ambassadeurs. Gravura multicolorida. Lê Figaro 
Dlustré, julho de 1893. 
Contudo, sem dúvida a saúde se deteriorava. Em fevereiro de 
1899, num acesso de deliriurn tremens, caíra e quebrara a 
clavícula. Parecia urgente desintoxicá-lo. O único amigo a 
discordar disso era Joyant, aliás em vão. Quando o pintor voltou 
a si, na clínica, a angústia o dominou. Escreveu ao pai: "Papai, 
aqui está sua chance de um feito cavalheiresco. Estou 
aprisionado, e tudo que é preso acaba morrendo''. Mas o pai 
não ousou interferir, a luta teria de continuar na solidão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deram-lhe alta quinze dias depois, sob condição de não deixar 
o quarto. Feliz por ganhar alguma liberdade, retomou o trabalho. 
Produziu em seu quarto de enfermo uma série de ilustrações 
circenses, a craiom colorido, encomendada por Joyant. 
Impressionados com o progresso, os médicos escreveram: "M. 
Henri de Toulouse-Lautrec acalmou-se muito, acha-se em estado 
muito diferente daquele em que o encontramos nas visitas 
anteriores. [Mas] essa melhora só pode durar se o paciente for 
mantido por várias semanas nas mesmas condições de higiene 
física e mental". E em 17 de maio: "O paciente continua a 
melhorar, física e mentalmente... Os sintomas do deliriurn não 
voltaram a manifestar-se. Os sinais de intoxicação alcoólica mal 
podem ser notados, exceto por leve tremor das mãos... Mas, por 
causa da amnésia, do caráter instável e da falta de força de 
vontade, é necessário mantê-lo sob constante observação''. 
Liberado por fim, em 20 de maio, Lautrec viajou para a 
Normandia para convalescer. Ficou quatro semanas em Lê Havre 
e, no fim de julho, seguiu para Bordéus, para passar uns meses 
com a mãe no Château de Malromé, em Gi-ronde. No outono, 
retornou a Paris. A partir daí, até o início de 1900, trabalhou com 
afinco. Sua técnica mudara per-ceptivelmente: usava agora 
encorpado empastamento em painéis de madeira e tela, a paleta 
escurecera. Um de seus modelos era Madame Poupoule, demi-
mondaine gorducha que ele retratou na penteadeira e de pé junto 
à cama. Mas sua predileção estava na jovem e linda namorada de 
Joyant, Louise. A respeito da influência feminina sobre o pintor, 
o poeta Paul Leclercq escreveu: "Lautrec adorava a companhia 
de mulheres; quanto mais ilógicas, desmioladas, impulsivas e 
malucas, mais elas lhe agradavam, desde que naturais. Gostava 
de expor a personalidade de cada uma; o frescor e a ingenuidade 
das imagens formadas por mentes pequenas o interessavam e 
divertiam. A amante passageira de um amigo foi por muito 
tempo uma de suas companhias mais íntimas. Era costureira e 
modelo (margouin, na gíria parisiense), com luxuriante cabeleira 
loura e graciosa carinha de esquilo. Ele a chamava de 'Croque-si-
Margouin', 'margouin tão apetitosa'. Eram como duas crianças 
brincando juntas. Compreendiam-se. O que sentia pelas amigas 
era uma estranha mistura de camaradagem jovial e desejo 
reprimido. Tinha consciência da própria inferioridade [física], 
mas, como Cyrano, era incapaz de ciumeira mesquinha; quando 
amava uma mulher, dissimulava o real sentimento; sua maior 
alegria era a de saber que um dos amigos a apreciava, no sentido 
pleno da palavra''. 
Em 1900 uma recessão no mercado de vinho forçou sua mãe a 
reduzir-lhe a pensão, o que lhe trouxe certa humilhação e 
dificuldade. Naquele ano, partiu para a Normandia pouco antes 
do que costumava. Ilustrou em Honfleur seu último programa de 
teatro, a pedido de Lucien Guitry. Verão de ócio na baía de 
Arcachon restaurou-lhe energia suficiente para voltar a Paris, 
estar com os amigos, pôr em ordem o apartamento. Buscava 
lugares e pessoas que mais tinha amado, parecia pressentir o fim. 
Quando retornou a Arcachon, em julho, ninguém duvidava, era o 
adeus. Em agosto, regressou com a mãe, semi-paralítico, ao 
Château de Malromé, pois era nos caramanches da juventude que 
desejava passar os últimos dias. 
Henri de Toulouse-Lautrec morreu com 36 anos, em 9 de 
setembro de 1901. 
 
 
 
 
 
 
l'fs iífstaünnís rt Irs tfiifré-tfoiunls dfs tfhiimps-íplijsffs
PAR GI STAVK IIRKFROY 
 
 
 
 
 
1. Auto-retrato de Henri de Toulouse-Lautrec — 
1880. Musée Henri de Ibulouse-Lautrec, Albi — 
Pintado quando o artista tinha dezessete anos, este 
auto-retrato mostra seu talento precoce. Lautrec 
dedicou-se até o fim, com entusiasmo e 
originalidade, à vocação que nele se manifestara 
desde a infância.
 
2. O Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec 
Conduzindo seu Carro Postal — 1881. Musée du 
Petit Falais, Paris - Já aos dezesseis anos 
Toulouse-Lautrec manifestava seu estilo natural 
em obras como este dinâmico retrato do pai. 
Nessa época estudava com René Prince-teau, 
amigo da família e grande especialista na pintura 
de cavalos.
 
3. A Condessa de Toulouse-Lautrec no Café da 
Manhã 
- 1883. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi -
Toulouse-Lautrec pintou este retrato de sua mãe 
em Malromé, num verão em que ele estudava 
com Bon-nat. Os diferentes planos visuais da 
figura ampla e simples acentuam sua expressão 
serena e o ar pensa-tivo. A veneração do pintor 
transparece na obra.
 
4. Cavalo na Guia — c. 1881. Coleção particular, 
Paris — O primeiro professor de Toulouse-Lautrec f 
oi de fato Princeteau. No tempo em que trabalhou 
com ele,Lautrec produziu pinturas e desenhos 
que representavam cavalos ou temas associados a 
eles, como jóqueis, carruagens e corridas.
 
5. Circo Fernando, a Amazona — 1880. The Art 
Insti-tute of Chicago — Primeiro da série dedicada 
ao circo, este quadro é também um- dos primeiros 
exemplos de certos recursos artísticos adotados 
pelo pintor: ponto de vista elevado, silhuetas 
captadas em momentos dinâmicos, contornos 
sintéticos, cor aplicada em áreas planas e 
uniformes. 
 
 
 
 
 
6. A Lavadeira — 1889. Coleção particular, Paris -
Atraído pelos temas do cotidiano, Toulouse-Lau-
trec não gostava de pintar modelos profissionais. 
Esta é Carmen Gaudin, operária que o encantara 
desde que a viu pela primeira vez, numa rua mo-
vimentada. Pelo pincel do artista ela se tornou esta 
esplêndida lavadeira, e também Rose Ia Rouge, 
heroína da canção de Aristide Bruant À Montrouge.
 
7. Moça de Cabelo Ruivo — 1889. Coleção Bührle, 
Zurique — Este é um dos vários retratos que o pin-
tor produziu num parque, em Montmartre. O am-
biente natural serve apenas de fundo, mas a ex-
pressão da moça mostra a vibrante sensibilidade do 
pintor. Os modelos de Toulouse-Lautrec raramente 
eram profissionais, pois ele preferia deixar-se 
seduzir pelos que encontrava por acaso.
 
8. O Pintor Henri Rachou — c. 1882. Coleção Al-
gur H. Meadows, Dallas – Embora não tivesse 
abandonado o método de seu mestre, Cormon, nes-
sa época Toulouse-Lautrec discutia outras idéias 
com seus colegas de ateliê. Este quadro mostra a 
influência de outros jovens pintores, que então 
emergiam como importantes forças da pintura 
moderna francesa.
 
9. Hélène Vary, Modelo de Ateliê — 1888. Kunst-
halle, Bremen — A diferença de estilo entre Lau-
trec e outros impressionistas emerge mais evidente 
nos retratos. Ele não era atraído pelos efeitos cam-
biantes da luz na natureza; em vez disso, preferia 
dedicar-se ao ser humano e aos ambientes que este 
cria.
 
10. Condessa de Toulouse-Lautrec — 1887. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — Aqui o artista 
retrata a mãe num momento de tranqüilidade do-
méstica. Detalhes de ambientação acentuam o con-
teúdo psicológico do quadro.
 
 
 
 
 
11. A Trupe de Mlle. Églantine - 1896-97. Coleção 
particular, Turim – Toulouse-Lautrec usou apenas 
rápidas pinceladas retocadas com pastel para captar 
o movimento frenético das dançarinas do cancã. 
Focalizava elementos essenciais do desenho, havia 
já alguns anos, à custa do colorido. Com as cores 
leves, suas obras mais importantes do período 
parecem as menos acabadas.
 
12. Jane Avril Dançando — c. 1893. Musée d'0rsay, 
Paris — A atriz e dançarina Jane Avril foi uma das 
maiores amigas de Toulouse-Lautrec e também um 
de seus temas favoritos. O pintor era atraído pela 
sutil melancolia, a sensibilidade e o ar de refina-
mento da artista, uma personalidade em contraste 
direto com a de várias outras estrelas célebres da 
época, especialmente La Goulue.
 
13. Bailarina de Pé — 1890. Coleção particular, Pa-
ris — Este esboço mostra o uso moderado de cor, 
típico de Toulouse-Lautrec. Com apenas algum 
sombreado básico, ele consegue criar um sentido 
original de espaço. No período, ele usava tons cada 
vez mais claros no que produzia.
 
14. Mulher Bebendo — 1889. Musée Henri de Tou-
louse-Lautrec, Albi — Neste estudo para o retrato 
de Suzanne Valadier (um dos muitos motivos ti-
rados por ele da vida cotidiana), Toulouse-Lautrec 
mostra a aptidão de captar a expressão de uma 
figura complexa com o realce de poucos traços. O 
quadro, precedido por croquis preparatórios como 
este, saiu no Courrier Français de 21 de abril de 
1889.
 
15. Baile no Moulin de Ia Galette — 1889. Coleção 
de Mr. e Mrs. Lewis L. Coburn, The Art Institute of 
Chicago — Nesta obra o observador sente-se parte 
da dança. Lautrec consegue isto ao colocá-lo 
imagina-riamente no primeiro plano do quadro, 
com o que preenche o vazio entre o observador e a 
ação observada. A tela f oi apresentada no Salão 
des lndépen-dants no mesmo ano em que Lautrec a 
pintou. 
 
 
 
 
 
 
16. O Ator Henri Samary — 1889. Coleção J. Laro-
che, Paris — Esta obra extraordinária mostra o mo-
do altamente pessoal como o pintor capta aspectos 
mais significativos da personalidade de uma figura, 
analisa movimentos e recria atmosfera.
17. A Toalete — 1896. Musée d'0rsay, Paris — A 
percepção especial e a sensibilidade do artista 
permitiram-lhe captar o profundo abatimento desta 
mulher, a quem ele chamava de "Solidão". É um 
dos poucos quadros em que Toulouse-Lautrec dis-
pensa a fisionomia do modelo. "Solidão" é mos-
trada de costas, sentada, despida até a cintura, o 
longo cabelo ruivo atado em coque na nuca.
 
 
18. Mulher de Perfil -- 1885. Coleção particular, 
Paris — Esta obra, parte de uma série pintada du-
rante a década de 1890, é um exemplo indicativo 
da aptidão de Lautrec para captar a personalidade 
com apenas algumas poucas linhas, rápidas e 
precisas. ' 'O que existe é apenas afigura'', disse ele 
certa vez a seu amigo Maurice Joyant, "a paisagem 
é, e deve ser, meramente acessória."
 
19. La Goulue Entrando no Moulin Rouge — 1892. 
Museum of Modern Art, doação de Mrs. David M. 
Levy, Nova York — O talento de Lautrec para o pôs-
ter contribuiu para a popularidade e o imenso su-
cesso de La Goulue, ao colocar a imagem exube-
rante da artista em cada esquina de Paris.
 
20. O Inglês no Moulin Rouge — 1892. Metropolitan 
Museum of Art, doação de Miss Adelaide Milton de 
Groot, Nova York — Este desenho exemplifica a 
riqueza dos estudos psicológicos que Toulouse-
Lautrec deixou. Cada um desses estudos capta uma 
faceta diferente da natureza humana. Este mostra 
certo Mr. Warner com duas acompanhantes não 
identificadas. 
 
 
 
 
21.0 Começo da Quadrilha — 1892. Musée du Lou-
vre, Paris — Este é o segundo dos dois painéis pin-
tados para o cabaré que La Goulue chamava de ' 
'cabana''. Aqui, afigura da dançarina tem o efeito de 
atrair o olhar para dentro da pintura. Quando 
começava a "quadrilha indígena”, o público 
elegante tomava lugar às mesas e deixava o espaço 
do salão para os profissionais.
 
22. Jane Avril Deixando o Moulin Rouge — 1892. 
Wadsworth Atheneum, Hartford (Connecticut) -
Com o declínio da popularidade, que antes fora 
promovida pelos muitos posters, desenhos e lito-
grafias que Lautrec fez dela, Jane Avril foi prati-
camente excluída do Moulin Rouge. Neste desenho 
o pintor intensifica o clima depressivo pela imer-
são da figura num halo de luz.
 
23. No Moulin Rouge — 1892. The Art Institute of 
Chicago — Adivinha-se uma história por trás de 
cada pessoa nesta cena do famoso cabaré, o Moulin 
Rouge: os freqüentadores à esquerda, La Goulue, 
uma dançarina de costas diante do espelho e a 
jovem à direita, banhada por luz tênue e azulada.
 
24. Dança no Moulin Rouge — 1890. Coleção Henry 
McLhenny, Filadélfia -- Aqui, Toulouse-Lautrec 
capta a excitante atmosfera do Moulin Rouge, aon-
de o atraía esta mistura de dançarinas, artistas e 
freqüentadores. No meio do salão, La Goulue 
dança com Valentin-le-Désossé ("Valentin, o De-
sossado", alusão a dotes contorcionistas). Há quem 
diga que o homem, de barba branca, ao fundo, é o 
pai do pintor.
 
25. A Palhaça Cha-U-Kao — 1895. Coleção Oskar 
Reinhart am Römerholz, Winterthur — Afigura 
sedutora e vivaz de Cha-U-Kao domina a cena des-
ta composição de extraordinário equilíbrio 
cromático: o contraste de amarelo e marrom, no 
primeiro plano, e o do vestido rosa, à direita, 
sobressaem das cores intensas do fundo. 
 
 
 
 
 
 
26. La Goulue Valsando — 1894. Musée Henri de 
Toulouse-Lautrec, Albi — Aos 26 anos, Lautrec co-
meçou a produzir posters de estilo revolucionário, 
que rapidamente lhe propagarama fama. Durante 
toda a vida ele desprezou os conceitos temáticos de 
La Belle Peinture, a pintura acadêmica, para 
ocupar-se com a captação de imagens realistas 
como a desta obra.
 
27. No Moulin Rouge, La Goulue — 1891. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — Neste estudo pa-
ra pôster, como em tantos outros trabalhos seus, o 
artista f az o observador sentir-se parte da cena 
observada. O perfil da dançarina, ao centro, atrai o 
observador para dentro do mundo representado.
 
28. Yvette Guilbert -- 1894. Musée Henri de Tou-
louse-Lautrec, Albi — Embora a princípio a atriz 
fosse indiferente ao interesse dele, Toulouse-Lau-
trec dedicou a Yvette Guilbert toda uma série de 
posters, como o deste projeto, que muito contribuí-
ram para o sucesso dela. Mais tarde ela passou a 
valorizar a amizade do pintor e também o estilo 
sutil com que ele interpretava sua personalidade.
 
29. Yvette Guilbert Saudando o Público — 1894. 
Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi - - Tou-
louse-Lautrec conheceu essa atriz em 1894 e logo 
se tornou admirador incondicional de seu talento, 
do espírito irônico e da- capacidade de ela se fazer 
amiga de todo tipo de gente. Estudou-a muito e 
esforçou-se por representar, em vários retratos, o 
perturbador enigma de sua personalidade.
 
30. O Dr. Gabriel Tapié de Céleyran num Corredor da 
Comédie Française – 1894. Musée Henri de Tou-
louse-Lautrec, Albi – Neste retrato de seu primo, 
Lautrec acentuou com uso de cor sua característica 
economia de linhas. Quando pintou o quadro, o 
artista acabara de fazer uma exposição no Salão de 
Libre Esthétique, em Bruxelas, e fora convidado 
pelo diretor de Lê Rire a ser colaborador regular da 
revista. 
 
 
 
 
31. A Cama - 1892. Musée d'0rsay, Paris - Esta 
obra singular mostra o fascínio de Toulouse-Lau-
trec pela vida particular das pessoas, em contraste 
com a apaixonada preferência de outros impres-
sionistas por temas da natureza. A partir de 1891, 
sua busca da realidade social levou-o a morar em 
bordéis por alguns períodos, de modo a melhor 
captar a atmosfera que então representaria.
32. "Basta Querer Algo Apaixonadamente?" (O 
Bom Jóquei), publicado no Figaro Illustré, julho 
de 1895. — Numa fase de intensa atividade, que 
foi de 1890 a 1900, Toulouse-Lautrec produziu 
muitas ilustrações para periódicos e livros. Este é 
um desenho com que ele ilustrou a peça O Bom 
Jóquei, de R. Coolus.
 
33. Chocolat Dançando no Bar de Achille — 1896. 
Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — O artista 
exprime 'neste desenho famoso toda a dinâmica 
vitalidade e a tensão da cena representada. Lautrec 
o produziu como parte de um conjunto de obras 
descritivas do mundo de prazeres e sensações de 
Montmartre.
 
 
34. A Toalete: Madame Poupoule — 1899. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — Esta obra mos-
tra a maturidade plena do talento do artista no uso 
de cores, bem como sua sensibilidade em relação 
ao tema e à ambientação. A harmonia da 
composição baseia-se na relação entre as cores um 
tanto quentes do estojo cilíndrico, em primeiro pla-
no, e as da penteadeira. 
 
35. Marcelle Lender Dançando o Bolero em Chil-
péric — c. 1897, Coleção J. H. Whitney, Nova York - 
Empolgado com o desempenho da atriz Marcelle 
Lender na opereta Chilpéric, Lautrec voltava ao 
teatro todas as noites para pintá-la durante o 
espetáculo. Fez centenas de esboços no esforço de 
captar o ritmo explosivo e o colorido da dança da 
artista. 
 
 
 
36. Cabana de La Goulue: a Dança Mourisca (de-
talhe) — 1895. Musée d'0rsay, Paris — Este pai-
nel, em que La Goulue aparece dançando sob o 
calor das luzes do palco, foi um dos mais celebra-
dos trabalhos produzidos por Lautrec. Seus críticos, 
porém, diziam que o sucesso dele, como o do 
cabaré, derivava apenas da popularidade de artistas 
como La Goulue.
 
37. A Dança de La Goulue e Valentin-le-Désossé -
1895. Musée du Louvre, Paris — Em parte, o segre-
do do talento de Toulouse-Lautrec está no modo 
como ele representa pathos, a qualidade daquilo 
que toca a inconsciente angustia da condição 
humana, mesmo em aspectos da realidade que 
aparentemente a negam. O que o fazia popular era 
o efeito desse contraste nos posters em que 
figurava a gente que ele mais amava: dançarinos, 
cantores, atores.
 
38. No Salão (Rue dês Moulins) — 1894. Musée Hen-ri 
de Toulouse-Lautrec, Albi — Esta é a mais notável 
das muitas obras de Lautrec inspiradas pela vida 
nas ' 'maisons''. A densa atmosfera do salão 
espaçoso, de cores violentas, é quase sufocante. 
Afigura rígida da "Madame", com suas feições 
nítidas, contrasta distintamente com as das "moças" 
refesteladas.
 
39. A Passageira Desconhecida da Cabine 54 -
1896. Litografia -- Toulouse-Lautrec introduziu 
nas artes, gráficas e na propaganda inovações que 
ainda hoje são válidas. O enfoque incomum e di-
reto do motivo e seu conceito de linha e colorido 
mínimos fazem parte da estética moderna. 
 
40. A Inglesa do Star em Lê Havre — 1899. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — O Star era um 
bar de Lê Havre onde o pintor conheceu a jovem 
inglesa deste retrato, uma das obras-primas do pe-
ríodo. Aqui ele reverte à combinação 'de linhas 
imediatas e cores agressivas, mas preenche o fundo 
com formas geométricas mínimas. 
 
 
 
 
 
41. No Bar: a Caixa Clorótica — 1898. Kunsthaus, 
Zurique — Duas pessoas anônimas são imortali-
zadas pelos esboços incrivelmente hábeis do pintor. 
Lautrec conseguia esboçar e pintar a bico de pena 
ao mesmo tempo. Poucas caracterizações podem 
ter produzido efeito como o desta cara florida, 
justaposta ao perfil emaciado que os bofes brancos 
acentuam na mulher. (Clorose é um tipo de anemia.
 
42. Messalina — 1900. The Art Institute of Chicago 
— Toulouse-Lautrec deleitava-se com os motivos 
que achava no teatro lírico de Bordéus. Lá ele 
pintou Mlle. Cocyte em La Belle Hélène e também 
Mlle. Ganne em Messalina, esta uma ópera hoje 
esquecida. 
 
43. O Botequim — 1900. Coleção de Mrs. Florence 
Gould — Lautrec produziu este cartaz de teatro, no 
ano anterior ao de sua morte, como anúncio da 
peça L’Assomoir (“O Botequim”), de Émile Zola, 
que seria encenada no dia 1º de novembro de 1900 
no Théâtre de Ia Porte Saint-Martin. Quem 
encomendou o cartaz foi Lucien Guitry, diretor da 
peça. 
 
44. Exame na Faculdade de Medicina de Paris -
1901. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi — Esta 
é a última obra importante do artista, que a 
começou poucos meses antes de morrer. O trabalho 
indica que Lautrec parecia estar desenvolvendo 
nova técnica, que joga com massas sombrias e 
cores densas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Auto-Retrato de Henri de Toulouse-Lautrec – 1880. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Conde Alphonse de Tousouse-Lautrec Conduzindo seu Carro Postal – 1881. Musée du 
Petiti Palais, Paris 
A Condessa de Toulouse-Lautrec no Café da Manhã – 
1883. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cavalo na Guia – c. 1881. Coleção particular, Paris Circo Fernando, a Amazona – 1880. The Art Institute of 
Chicago 
A Lavadeira – 1889. Coleção particular, ParisMoça de Cabelo Ruivo – 1889. Coleção bührle, 
Zurique 
Hélène Vary, Modelo de Ateliê – 1888. Kunsthalle, 
Bremen 
Condessa de Tousouse-Lautrec – 1887. Musée Henri 
de Toulouse-Lautrec, Albi 
Jane Avril Dançando – c. 1893. Musée d’Orsay, 
Paris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Pintor Henri Rachou – c. 1882. Coleção Algur H. Meadows, Dallas 
A Trupe de Mlle. Églantine – 1896-97. Coleção particular, 
Turim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Bailarina em Pé – 1890. Coleção particular, Paris O Ator Henri Samary – 1889. Coleção J. 
Larouche, Paris 
Mulher Bebendo – 1889. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baile no Moulin de la Galette – 1889. Coleção de Mr. e Mrs. Lewis L. Coburn, 
The Art Institute of Chicago 
A Toalete – 1896. Musée d’Orsay, Paris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Mulher de Perfil – 1895. Coleção particular, Paris La Goulue Entrando no Moulin Rouge – 1892. Museum of 
Modern Art, doação de Mrs. David M. Lwevy, Nova York 
O Inglês no Moulin Rouge – 1892. Metropolitan 
Museum of Art, doação de Miss Adelaide Milton de 
Groor, Nova York 
O Começo da Quadrilha – 1892. Musée du Louvre, 
Paris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jane Avril Deixando o Moulin Rouge – 1892. Wadsworth Atheneum, Hartford (Connecticut) 
No Moulin Rouge – 1892. The Art Institute of Chicago 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dança no Moulin Rouge – 1890. Coleção Henry McLhenny, Filadélfia 
A Palhaça Cha-U-Kao – 1895. Coleção Oskar 
Reinhart am Römerholz, Winterthur 
La Goulue Valsando – 1894. Musée Henri 
de Toulouse-Lautrec, Albi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Moulin Rouge, La Goulue – 1891. Musée Henri de 
Toulouse-Lautrec, Albi 
Yvette Guilbert – 1894. Musée Henri de Toulouse-
Lautrec, Albi 
Yvette Saudando o Público – 1894. 
Musée Henri de Toulouse-Lautrec, 
Albi 
O Dr. Gabriel Tapié de Céleyran num Corredor 
da Comédie Française – 1894. Musée Henri de 
Tousouse-Lautrec, Albi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Cama – 1892. Musée d’Dorsay, Paris 
“Basta Querer Algo Apaixonadamente?” (O Bom Jóquei), publicado no Figaro Illustré, julho de 1895 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chocolat Dançando no Bar de Achille – 1896. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec, Albi 
A Toalete: Madame Poupoule – 1899. Musée Henri 
de Toulouse-Lautrec, Albi 
Marcelle Lender Dançando o Bolero em Chilpéric – 
c.1897. Coleção J.H. Wihitney, Nova York 
A Passageira Desconhecida da Cabine 54 – 
1896. Litografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cabana de La Goulue: a Dança Mourisca (Detalhe) – 1895. Musée 
d’Orsay, Paris 
A Dança de La Goulue e Valentin-le-Désossé – 1895. Musée du Louvre, 
Paris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Salão (Rue des Moulins) – 1894. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi 
A Inglesa do Star em Le Havre – 1899. Musée 
Henri de Toulouse-Lautrec 
Messalina – 1900. The Art Institute of Chicago 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Bar: A Caixa Clorótica – 1898. Kunsthaus, Zurique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Botequim – 1900. Coleçãode Mrs. Florence Gould 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fim 
 
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http://groups-beta.google.com/group/Viciados_em_Livros 
Exame na Faculdade de Medicina de Paris – 1901. Musée Henri de Toulouse-Lautrec, Albi

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