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Obtenção da matéria-prima para fitoterápicos em farmácia: cultivo, colheita, desinfecção das plantas, estabilização, secagem e armazenamento, redução da droga vegetal.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM - FFOE
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
FITOTERAPIA
Obtenção da matéria-prima para fitoterápicos em farmácia: cultivo, colheita, desinfecção das plantas, estabilização, secagem e armazenamento, redução da droga vegetal.
Jackeline Oliveira de Souza– 359898
Jucyelly Rodrigues Moreira - 360693
Maiara Virgínia Viana Maia – 369674 
Taynara Maria Vieira Pires - 359905
FORTALEZA, 2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................. 03
DESENVOLVIMENTO
CULTIVO..............................................................................04
COLHEITA............................................................................05
DESINFECÇÃO DE PLANTAS.............................................07
ESTABILIZAÇÃO..................................................................08
SECAGEM.............................................................................09
ARMAZENAMENTO.............................................................12
REDUÇÃO DA DROGA VEGETAL......................................13
CONCLUSÃO..................................................................................15
REFERÊNCIAS...............................................................................16
INTRODUÇÃO (Taynara Maria Vieira Pires – 359905)
Grande tem sido o interesse despertado pelo estudo dos produtos naturais, em particular o de plantas medicinais. Muitas são as publicações abordando diferentes aspectos sobre o uso de plantas medicinais. Algumas enfocam, basicamente, o uso popular, resgatando o conhecimento próprio das práticas tradicionais da medicina natural. Outras abordam o conhecimento científico justificado a eficácia do uso de plantas na presença de substâncias ativas, que, por sua vez, não explicariam totalmente o seu emprego.
Deste modo, com a crescente vertente e popularização de pesquisas e utilização de plantas medicinais fez-se necessário um 'manual' com normas estabelecidas a cerca da obtenção da matéria prima para fitoterápicos em farmácia o qual abordasse desde o cultivo da planta medicinal, colheita, desinfecção da planta, estabilização, secagem e armazenamento até a redução da droga vegetal para que os benefícios trazidos pela planta medicinal curativa pudessem ser alcançados com maior eficácia e eficiência. 
As plantas medicinais têm sido muito utilizadas e isso se deve às dificuldades econômicas atuais, ao alto custo dos medicamentos industrializados, às dificuldades do acesso aos medicamentos e à assistência médica e farmacêutica, entre outros motivos. Elas também são empregadas como um complemento aos medicamentos da medicina tradicional em tratamentos. Porém, ainda é de grande desconhecimento as reais utilizações de cada planta medicinal, podendo ser utilizada de maneira errônea e causar maiores danos à sociedade, como também é de desconhecimento de suas utilizações pelos profissionais de saúde. A utilização de plantas medicinais como forma terapêutica recebe o nome de fitoterapia. E os medicamentos que utilizam os princípios ativos de plantas medicinais são chamados de fitoterápicos. 
De acordo com a RDC nº 26, de 14 de maio de 2014, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos, no capítulo I, seção III, art 3° XI: 
Fitoterápico: produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal;
Como a procura por fitoterápicos vem aumentando progressivamente, faz-se necessários que os procedimentos desde o cultivo, passando pela produção da droga vegetal *, até a dispensação do fitoterápico seja de conhecimento dos profissionais de saúde que atuam na área. 
*A Resolução RDC nº. 10/2010, que dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências, estabelece:
Resolução RDC nº. 10/2010 Art. 1º
Fica instituída a notificação de drogas vegetais no âmbito da ANVISA, assim consideradas as plantas medicinais ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização e secagem, íntegras, rasuradas, trituradas ou pulverizadas, relacionadas no Anexo I desta Resolução.
DESENVOLVIMENTO
CULTIVO (Maiara Virgínia Viana Maia – 369674 )
O cultivo das plantas medicinais pode se dar por duas formas: a propagação e o enxerto. O método escolhido depende basicamente do tipo de variabilidade genética que se quer obter, o tempo necessário para obtenção da planta medicinal, o número de plantas que se quer obter bem como preservação dos caracteres agronômicos das plantas-matrizes
A propagação de plantas é subdividida em dois principais métodos: a propagação sexuada e a propagação assexuada. 
A propagação sexuada, aquela dada por sementes, é o principal mecanismo de multiplicação das plantas superiores e de, praticamente, todos os angiospermas. A população proveniente da reprodução sexuada apresenta variabilidade genética, devido à segregação e à recombinação de genes. Para tal, faz-se necessário a escolha de cultivares, o preparo das sementes, quantidade de sementes, o tipo de sistema de semeadura, o conhecimento da época de semeadura bem como o tipo de viveiro a ser utilizado. 
Já a propagação assexuada, também denominada vegetativa ou agâmica, é o processo de multiplicação que ocorre através de mecanismos de divisão e diferenciação celular, por meio da regeneração de partes da planta mãe. A propagação vegetativa esta baseada em dois princípios, primeiro as células da planta contém toda informação genética necessária para a perpetuação da espécie e segundo, as células somáticas e, por consequência, os tecidos, apresentam a capacidade de regeneração de órgãos adventícios. Deste modo, a propagação vegetativa consiste no uso de órgãos da planta, sejam eles estacas da parte aérea ou da raiz, gemas ou outras estruturas especializadas, ou ainda de meristemas, ápices caulinares, calos e embriões. Assim um vegetal é regenerado a partir de células somáticas sem alterar o genótipo, devido à multiplicação mitótica. O uso deste método de propagação permite a formação de um clone, grupo de plantas provenientes de uma matriz em comum, ou seja, com carga genética uniforme e com idênticas necessidades climáticas, edáficas, nutricionais e de manejo.
O cultivo a partir do enxerto trata-se de uma associação de duas plantas, podendo ser da mesma variedade ou não e de espécies diferentes. A parte que fica em contato com o solo é chamada de cavalo ou porta-enxerto, sendo responsável pela nutrição e absorção de água pelas raízes. Denominada enxerto ou cavaleiro, a parte aérea se encarrega do fornecimento de substâncias produzidas pela fotossíntese para o porta-enxerto. 
A propagação assexuada apresenta vantagens por normalmente, ser mais rápida que a propagação por sementes, o período improdutivo é mais curto, permitir a produção de plantas idênticas à planta-mãe, o que é importante na preservação das características agronômicas desejáveis (isso não ocorre na propagação sexuada, devido à recombinação dos genes), a preferência pela reprodução sexuada ou assexuada é dada conforme a facilidade de germinação da semente, o número de plantas que podem ser produzidas pelo método de propagação e a importância da preservação dos caracteres agronômicos das plantas-matrizes.
COLHEITA (Jucyelly Rodrigues Moreira – 360693)
A colheita é a última fase do processo de produção de plantas medicinais. Se não for feita de forma adequada, pode pôr a perder todoo material produzido. O objetivo é selecionar o órgão vegetal, a época do ano e o período do dia. Favorecendo o aspecto da droga, os caracteres organolépticos e a qualidade das substâncias presente nas drogas. O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais de qualidade, além da condução das plantas, é sem dúvida a colheita no momento certo. As espécies medicinais, no que se refere à produção de substâncias com atividade terapêutica, apresentam alta variabilidade no tempo e espaço. O ponto de colheita varia segundo órgão da planta, estágio de desenvolvimento, época do ano e hora do dia. 
A distribuição das substâncias ativas, numa planta, pode ser bastante irregular. Assim, alguns grupos de substâncias localizam-se preferencialmente em órgãos específicos do vegetal. Os flavonóides, de uma maneira geral, estão mais concentrados na parte aérea da planta. Na camomila (Chamomila recutita), o camazuleno e outras substâncias estão mais concentradas nas flores. Vê-se, portanto, a necessidade de conhecimento da parte que deve ser colhida para que se possa estabelecer o ponto ideal. 
O estágio de desenvolvimento também é muito importante para que se determine o ponto de colheita, principalmente em plantas perenes e anuais de ciclo longo, onde a máxima concentração é atingida a partir de certa idade e/ou fase de desenvolvimento. Por exemplo, o jaborandi (Pilocarpus microphyllus) apresenta baixo teor de pilocarpina (alcalóide) quando jovem. O alecrim (Rosmarinus officinalis) apresenta maior teor de óleos essenciais após a floração, sendo uma das exceções dentre as plantas medicinais de um modo geral. 
Há uma grande variação na concentração de princípios ativos durante o dia: os alcalóides e óleos essenciais concentram-se mais pela manhã, os glicosídeos à tarde. As raízes devem ser colhidas logo pela manhã. A época do ano também parece exercer algum efeito nos teores de princípios ativos, assim a colheita de raízes no começo do inverno ou no início da primavera (antes da brotação), são citados como melhores épocas. As cascas são colhidas quando a planta está completamente desenvolvida, ao fim da vida anual ou antes da floração (nas perenes). Nos arbustos, as cascas são separadas no outono e, nas árvores, na primavera. No caso de sementes recomenda-se esperar até o completo amadurecimento; no caso de frutos deiscentes (cujas sementes caem após o amadurecimento), a colheita deve ser antecipada. Os frutos carnosos, com finalidade medicinal, são coletados completamente maduros. Os frutos secos, como os aquênios, podem cair após a secagem na planta, por isso recomenda-se antecipar a colheita, como ocorre com o funcho (Foeniculum vulgare). 
Deve-se salientar que a colheita das plantas em determinado ponto tem o intuito de obter o máximo teor de princípio ativo. No entanto, na maioria das vezes, nada impede que as plantas sejam colhidas antes ou depois do ponto de colheita para uso imediato. O maior problema da época de colheita inadequada é a redução do valor terapêutico e/ou predominância de princípios tóxicos, como no confrei(Symphitumssp.). 
Existem alguns aspectos práticos que deveremos levar em consideração, no processo de colheita de algumas espécies: 
Na melissa, cortamos seus ramos e não somente colhemos suas folhas. Desta forma conseguimos uma produção em torno de 3 t/ha de matéria seca, em cortes, que são efetuados no verão e outono. No poejo, temos que ser cuidadosos, pois é uma erva rasteira. Com essa característica, poderá trazer-nos prejuízos pela contaminação do material, que sendo colhido muito próximo do solo, terá muitas impurezas. Produz aproximadamente 2 t/ha de matéria seca em três cortes anuais. No boldo (Necroton), devemos colher somente as folhas, com bom estágio de desenvolvimento. Desidratadas, produzem cerca de 2,5 t/ha. Na carqueja devemos cortar totalmente sua parte herbácea, respeitando dois nós acima da superfície do solo. Esse procedimento favorecerá, posteriormente, a rebrota das plantas. Produz cerca de 2 t/ha de planta seca, em duas a três colheitas por ano. O ponto ideal é no início da floração. No capim limão, fazemos também o corte total, e procedemos como a colheita da carqueja. Devemos eliminar as folhas doentes, com manchas ou secas, que são inadequadas para o beneficiamento. Produz cerca de 3 t/ha de matéria seca em dois cortes por ano. No quebra-pedra, colhemos a planta inteira. Suas raízes, podem ser lavadas em água limpa. Produz cerca de 3 t/ha de matéria seca em duas safras anuais. Na camomila, colhemos as flores em várias passadas. Devem apresentar seus capítulos florais completos. Sua produção varia em torno de 600 a 800 kg/ha de flores secas, em uma única safra. 
Uma vez determinado o momento correto, deve-se fazer a colheita com tempo seco, de preferência, e sem água sobre as partes, como orvalho ou água nas folhas. Assim, a melhor hora da colheita é pela manhã, logo que secar o orvalho das plantas. O material colhido é colocado em cestos e caixas; deve-se ter o cuidado de não amontoá-los ou amassá-los, para não acelerar a degradação e perda de qualidade. Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, fora do padrão, com terra, poeira, órgãos deformados, etc. 
Durante o processo de colheita é importante evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes colhidas, principalmente flores e folhas. As raízes podem permanecer por algum tempo ao sol. Um ponto mais importante, para a qualidade, é a anotação dos dados referentes às condições no momento da colheita, condução da lavoura, local, produtor, condições de secagem, etc. Imediatamente após a colheita, o material deve ser encaminhado para a secagem. Normalmente, após a colheita das plantas, pode-se fazer o uso direto do material fresco, extrair substâncias ativas e aromáticas do material fresco ou a secagem para comercialização "in natura", a qual requer mais atenção, por permitir a conservação e possibilitar a utilização das plantas a qualquer tempo e não somente quando atingirem o ponto de colheita. A colheita deve ser planejada em função da parte a ser colhida (casca, folhas, flores, frutos, sementes, parte aérea, planta toda), pois cada uma tem seu tempo de colheita (condição em que o máximo de principio ativo se concentra na parte a ser colhida). Não adianta, por exemplo, o produtor ter se esmerado no plantio e manutenção se não respeitar as condições de colheita, porque seu produto poderá ter todas as características aparentemente desejáveis, mas não atender ao teor de princípios ativos.
DESINFECÇÃO DE PLANTAS (Jucyelly Rodrigues Moreira – 360693)
As espécies medicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas, mas, por algum desequilíbrio, este pode ocorrer em níveis prejudiciais. Num ambiente equilibrado, com plantas bem nutridas, a possibilidade de ataque diminui. A presença de microorganismos e insetos compromete a qualidade de todo o lote, diminui o tempo de armazenamento. Os métodos de desinfecção são a temperatura a 60 C, CO2, diclorobenzeno ou brometo de metila sob pressão, radiação eletromagnética O uso de produtos químicos (agrotóxicos) é condenado para o cultivo de espécies medicinais. Isto se justifica pela ausência de produtos registrados para estas espécies, conforme exigência legal, e pelas alterações que tais produtos podem ocasionar aos princípios ativos. Tais alterações vão desde a permanência de resíduos tóxicos sobre as plantas até a veiculação de metais pesados como o cádmio e o chumbo. Se para os alimentos já se buscam alternativas para evitar o uso de produtos tóxicos, para a produção de fitoterápicos a atenção deve ser redobrada. Podemos citar como exemplos destas alterações o uso de afalon (linuron) em camomila, que alterou significativamente a concentração dos princípios ativos da flor, segundo pesquisa feita por REICHLING. Testes realizados por STARR et. al. mostram que o uso de inseticidas/fungicidas em menta deixam resíduos tóxicos nos seus óleos essenciais. Os resíduos tóxicos podem ser substancialmentereduzidos ou eliminados pelo extração dos componentes úteis da planta. Tem-se demonstrado que o armazenamento a 30ºC reduz rapidamente os resíduos de óxido de etileno nos frutos de sene, a níveis toleráveis.
ESTABILIZAÇÃO (Jackeline Oliveira de Souza – 359898 )
É um procedimento que visa manter inalterados os princípios ativos no interior das células, por período de tempo maior do que pela secagem, inativando enzimas. É só utilizado quando a secagem não for o suficiente e podem ser feitas por:
Solventes – o álcool metanol desnatura as enzimas, porém pode retirar parte do princípio. 
Irradiação – com raios ultravioletas, a exposição deve ser prolongada, porém a penetração é pequena.
Aquecimento – em estufas (80 a 90 graus), em curto período de tempo (15 a 30 min.) para inativar rapidamente as enzimas.
Passagem de vapor – aparelhos específicos.
SECAGEM (Jackeline Oliveira de Souza – 359898 )
É um fenômeno físico de superfície que leva à eliminação de água, com transferência de calor e massa. A transferência de calor é energia necessária para movimentação da água até a superfície do produto e a transferência de massa ocorre à alteração de massa durante a secagem devido à saída de água.
O consumo de plantas medicinais frescas garante ação mais eficaz dos princípios curativos, entretanto, nem sempre se dispõe de plantas frescas para uso imediato, e a secagem possibilita conservação quando bem conduzida. Dependendo da espécie e da forma de comercialização, esses processos são utilizados diferencialmente. Por exemplo, as mentas podem ter as folhas dessecadas ou o óleo essencial comercializado, ou seja, são duas condições que exigem metodologias diferentes. A maioria das plantas medicinais é comercializada na forma dessecada tornando o processo de secagem fundamental para a qualidade final do produto. A redução do teor de água durante a secagem impede a ação enzimática e consequentemente, a deterioração. O órgão vegetal seja folha, flor, raiz, casca, quando recém-colhido apresenta um elevado teor de umidade e substratos, o que propicia para um aumento na ação enzimática, que compreende diversas reações. Estas reações são reduzidas na medida em que se retira água do órgão, pois a redução de umidade do meio é o melhor inibidor da ação enzimática. Com isso, há a necessidade de iniciar a secagem imediatamente após a colheita. A secagem reduz o peso da planta, em função da evaporação de água contida nas células e tecidos das plantas, promovendo o aumento percentual de princípios ativos em relação ao peso inicial da planta. Daí dever-se utilizar menor quantidade de plantas secas do que frescas. No entanto, esta percentagem varia com a idade da planta e condições de umidade do meio. 
Antes da secagem, deve-se adotar alguns procedimentos básicos para a boa qualidade do produto, independente do método de secagem a ser utilizado. Dente os mais importantes são:
Não se recomenda lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de determinados rizomas e raízes, que devem ser lavados;
Deve-se separar as plantas de espécies diferentes;
As plantas colhidas e transportadas ao local de secagem não devem receber raios solares;
Antes de submeter as plantas à secagem deve-se fazer a eliminação de elementos estranhos (terra, pedras, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas, descoloridas ou manchadas, danificadas);
As plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folha, flor, caule, raiz, sementes, frutos) seca em separado e conservada depois em recipientes individuais;
Quando as raízes são volumosas podem ser cortadas e m pedaços ou fatias para facilitar a secagem;
Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos, pois isto preserva sua qualidade, previne danificações e facilita o manuseio;
Métodos de secagem
NATURAL 
É um processo lento, no qual, deve ser conduzido à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais. É recomendado para regiões que tenham condições climáticas favoráveis, relacionadas principalmente a alta ventilação e temperatura, com baixa umidade relativa. É o mais usado a nível doméstico. O secador de temperatura ambiente é o modelo mais econômico e dá bons resultados em climas secos e quentes quando na época da colheita e secagem isto porque só conta com a temperatura ambiente local. Constitui-se numa construção retangular com um telhado de duas águas, o que lhe dá a aparência de uma casa retangular. Dentro, deve conter estruturas de madeira ou metal, onde se apoiam as plantas em feixes ou em bandejas. Deve-se espalhar o material a ser seco em camadas finas, permitindo assim a circulação de ar entre as partes vegetais, o que favorece a secagem mais uniforme. Em geral, a espessura da camada de plantas na secagem é de 3 cm para folhas e 15 a 20 cm para flores e unidades floridas. Para isto podem ser utilizadas bandejas com molduras semelhantes. Deve-se evitar o revolvimento do material durante o processamento de secagem. Quando a secagem é muito lenta, pode-se fazer cuidadosa movimentação das plantas sobre as bandejas, evitando-se danos, principalmente se o material está muito úmido. Outra maneira prática é dependurar as plantas em feixes pequenos amarrados com barbante. Os feixes devem ficar afastados entre si. Este método não é adequado para plantas cujas folhas caem durante a secagem, como o manjericão.
As plantas secas nestas condições vão ter um teor de umidade em equilíbrio com a umidade relativa do ambiente. Se esta for baixa, tanto menor vai ser o teor de umidade ao final da secagem, o que melhora a conservação do material seco.
Por fim, os métodos mais utilizados para secagem natural são:
Sol – evaporação de princípios voláteis e termolábeis.
Sombra - lento e facilita a decomposição pela ação de enzimas autolíticas.
Mista – seca ao sol e posteriormente a sombra, diminui o tempo de secagem sem alterar a qualidade e teor dos princípios ativos. 
 
 https://jornalagricola.files.wordpress.com/2012/07/secagem4.jpg; http://s2.glbimg.com/5ReWdw-01_1.jpg 
ARTIFICIAL 
Consiste em manter sob ventilação a uma temperatura de 35 a 40º C. As temperaturas acima de 45º C danificam os órgãos vegetais e seu próprio conteúdo, pois proporcionam uma "cocção" das plantas e não uma secagem, apesar de inativarem mais rapidamente as enzimas. Esta secagem origina um material de melhor qualidade por aumentar a rapidez do processo.
Para a secagem de plantas medicinais com fins de comercialização utilizam-se basicamente três tipos de secadores: o secador de temperatura ambiente, o secador de temperatura e umidade controlada e os secadores especiais. O secador de temperatura e umidade controlada é conhecido por estufa e tem o formato semelhante ao anterior, diferindo por ser mais fechado e possuir uma pequena fornalha externa que é recomendada para locais de clima frio e chuvoso ou para dessecação de órgãos carnosos e/ou suculentos.
O uso de forno de micro-ondas também é uma alternativa para secagem das plantas. As folhas mais tenras e suculentas levam cerca de 3 minutos na secagem, e as ervas com folhas pequenas, mais secas, apenas 1 minuto. Por esse método preserva-se a cor e aroma das folhas. 
Uma outra alternativa que vem sendo testada, nas instalações do “Grupo Entre Folhas”, é o secador onde se altera somente a umidade relativa do ar. Utiliza-se um aparelho que reduz a umidade relativa a níveis preestabelecidos, secando as plantas mais facilmente e em menor tempo. O aparelho elétrico, conhecido como desumidificador, fica dentro de uma sala, vedada contra a entrada de ar úmido, luz e poeira. Dentro desta sala, ficam bandejas de madeira, com fundo em tela plástica branca, sobre as quais são colocadas as plantas colhidas. Este sistema é razoavelmente simples, pois envolve o uso de um só equipamento que permitea secagem rápida das plantas, quando a umidade relativa é fixada entre 50 a 60%.
Portanto, os métodos mais utilizados para a secagem artificial são:
Câmara de circulação de ar - equivale a secagem a sombra com vento controlado.
Aquecimento por estufa - análogo a secagem ao sol, porém entre 35 a 40 graus.
Aquecimento com circulação de ar – reduz o tempo da operação, é indicado para drogas com princípios não voláteis e sujeita ao ataque das enzimas.
Vácuo – é prejudicial para drogas com princípios voláteis.
Liofilização -congela e retira água por sublimação, porém o custo é elevado.
ARMAZENAMENTO (Maiara Virgínia Viana Maia – 369674 )
Existem alguns cuidados que são imprescindíveis no armazenamento da plantas medicinais, no qual o local para armazenamento de plantas medicinais deve ser um local seguro, onde ratos e insetos não penetrem, livre de umidade, calor excessivo e incidência de raios solares. 	Já as plantas medicinais devem estar bem secas para serem guardadas, sendo armazenadas em vidros, de preferência escuros, latas ou potes plásticos, todos devidamente selados e com rótulos contendo o seu nome, científico e popular, bem como a data de coleta e indicação de uso.
REDUÇÃO DA DROGA VEGETAL (Taynara Maria Vieira Pires -359905)
Também chamada de extração, ela objetiva retirar da planta o seu princípio ativo/substância desejada. Para isso, é necessário que após a secagem, essas plantas medicinais passem por um processo de moagem, pois como o solvente deve penetrar no material para possibilitar a difusão, este deve ser dividido de acordo com sua rigidez. Para o processo de moagem ou divisão, que tem como objetivos facilitar à manipulação, o transporte, a embalagem e armazenamento e a mistura e extração, são utilizados alguns tipos de moinhos:
Utilizado em materiais secos, moles, não friáveis ou
 quebradiços: como folhas, flores, ervas e rizomas. 
Obtêm-se uma redução excessiva do tamanho de partícula 
para sementes e frutos.
Utilizado para moagem grosseira de folha, cascas, raízes e ervas.
Obtêm-se um pó fino em excesso para materiais friáveis e quebradiços.
Utilizado para extratos secos, frutos dessecados e sementes. 
Obtêm-se pós muito finos para materiais duros, quebradiços e 
friáveis.
A partir da divisão é feita a extração, que podem ser obtidos por vários métodos:
EXTRAÇÃO A FRIO:
Maceração: consiste na extração da matéria prima em um recipiente fechado, onde a matéria prima fica em contato com um líquido extrator, sob agitação ocasional e sem que se renove o líquido extrator durante um longo tempo. Ao final, essa amostra é filtrada e prensada. Esse método pode ser aplicado para drogas que possuem substâncias ativas de fácil extração e que não apresentam estrutura celular com gomo e resinas.
Percolação: é um processo dinâmico, onde se faz o arrastamento do princípio ativo pela passagem contínua do líquido extrator, levando ao esgotamento da planta através do gotejamento lento do material. A droga vegetal moída é colocada no percolador através do qual é feito passar o líquido extrator.
Turbólise: esse método baseia-se na capacidade de extrair a substância desejada com a diminuição do tamanho das partículas da matéria prima, que favorece a dissolução das substâncias pelo rompimento das estruturas celulares da droga, porém essa diminuição pode dificultar a separação dessa matéria prima da solução extrativa.
EXTRAÇÃO A QUENTE EM SISTEMAS ABERTOS:
Infusão: a extração é feito pelo contato da matéria prima com água fervente por certo tempo em um recipiente fechado. É utilizado nas partes de vegetais de estrutura mole, que devem ser cortadas para que possam ser facilmente penetradas pela água.
Decocção: baseia-se no contato direto da matéria prima com o líquido extrator em ebulição. Sua utilização é restrita, pois muitas substâncias ativas são alteradas pelo aquecimento prolongado e é empregada com materiais vegetais duros, como raízes e rizomas e não é indicada para substâncias termolábeis.
EXTRAÇÃO A QUENTE EM SISTEMAS FECHADOS:
Extração sob refluxo: consiste em submeter o material vegetal à extração com um solvente em ebulição em aparelho acoplado a um condensador, de forma que o solvente evaporado durante o processo seja recuperado e retorne ao conjunto, permitindo assim, que se use líquidos extratores voláteis.
Extração em aparelho de Soxhet: a matéria prima e o líquido extrator encontram-se em partes separadas do aparelho. A matéria prima é lavada repetidamente com o solvente, retirando assim, todas as substâncias solúveis naquele solvente. Atinge-se o esgotamento da droga com facilidade usando pequeno volume de solvente pelo fato dele ser também reutilizado.
Além dos processos extrativos mostrados anteriormente, existem inúmeros outros que também podem ser utilizados de acordo com a matéria prima que está se trabalhando e com o produto final que deseja. Após os processos de extração, a droga pode ser utilizada para produzir as formas farmacêuticas.
CONCLUSÃO
Como as plantas medicinais vêm sendo utilizadas com constância, é de extrema necessidade e importância que o tratamento seja adequado desde a colheita até a utilização. Todos os procedimentos descritos acima são de extrema importância para farmácias vivas e também para garantir os efeitos benéficos das plantas medicinais e não ocasionar nenhum efeito adverso.
REFERÊNCIAS
Plantas Medicinais e Fitoterápicos: abordagem teórica com ênfase em nutrição. Por Monise Viana Abranches
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/54344/1/doc91-plantasmedicinais.pdf
Aprendendo Com A Mãe Terra: plantas medicinais, aromáticas e condimentares - Por Nicete Campos
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/medicamentos_fitoterapicos.pdf
- AZEVEDO, S. A importância das matérias primas e sua qualidade para a fabricação de medicamentos antroposóficos. 2010.
- Mini-curso: Farmacotécnica de Fitoterápicos. Disponível em: http://www.vsipm.com.br/html/arquivos_menu2/cursos/curso_7.pdf Acessado em 24 de novembro de 2016.
- MIYAKE, T. Métodos de extração e fracionamento de extratos vegetais. Disponível em: http://www.uepg.br/fitofar/dados/tecnicasextrativas.pdf Acessado em 24 de novembro de 2016.
- SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al, Farmacognosia: da Planta ao medicamento, Porto Alegre/Florianópolis Ed.Universiadde/UFRGS/Ed. Da UFSC, 1999.
www.plantamed.com.br/DIV/CULTIVO_COLHEITA_MEDICINAL.htm
COMO MONTAR UMA FARMÁCIA CASEIRA. VOL 2. EDITORA SINODAL. 
PLANTAS MEDICINAIS. ALMEIRA, MARA ZÉLIA. 4ª Ed. Editora EDUFBA.

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