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nexo de causalidade aula 04

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FACULDADES INTEGRADAS DO TAPAJÓS 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
NEXO DE CAUSALIDADE E CAUSAS EXTINTIVAS DA 
RESPONSABILIDADE 
 
Professor MSc. Handerson Bentes 
 
Santarém – Pará 
2016 
Nexo de Causalidade 
• Após passarmos em revista os dois primeiros 
elementos da responsabilidade civil - a 
conduta humana e o dano -, cuidaremos de 
estudar o último: o nexo de causalidade. 
Nexo de Causalidade 
• Assim como no Direito Penal. a investigação 
deste nexo que liga o resultado danoso ao 
agente Infrator e indispensável para que se 
possa concluir pela responsabilidade Jurídica 
deste último. 
• Trata-se. pois, do elo etiológico. do liame. que 
une a conduta do agente (positiva ou 
negativa) ao dano. 
TEORIAS EXPLICATIVAS DO NEXO DE 
CAUSALIDADE 
a) teoria da equivalência de condições; 
b) a teoria da causalidade adequada; 
c) a teoria da causalidade direta ou Imediata 
(interrupção do nexo causal). 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• Elaborada pelo jurista alemão VON BURI na 
segunda metade do século XIX. esta teoria não 
diferencia os antecedentes do resultado 
danoso. de forma que tudo aquilo que 
concorra para o evento será considerado 
causa. 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
 
• Com isso quer-se dizer que esta teoria é de 
espectro amplo, considerando elemento 
causal todo o antecedente que haja 
participado da cadeia de fatos que 
desembocaram no dano. 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• É, inclusive, a teoria adotada pelo Código 
Penal brasileiro, segundo a interpretação dada 
pela doutrina ao seu art. 13: 
• "Art. 13, CP - O resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se a causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido" 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• Observe que, da última parte do dispositivo, pode-
se extrair uma fórmula de eliminação hipotética 
(de Thyren), segundo a qual causa seria todo o 
antecedente que, se eliminado, faria com que o 
resultado desaparecesse. 
 
• Imagine, pois, um sujeito que arremessa, bêbado, 
uma garrafa contra um transeunte, causando-lhe a 
morte, Se nós abstrairmos a conduta antecedente 
(arremesso da garrafa), a morte desaparecera. 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• Problema apresentado pela teoria: 
 
• Por considerar causa todo o antecedente que 
contribua para o desfecho danoso, a cadeia 
causal, seguindo esta linha de intelecção, 
poderia levar a sua investigação ao infinito. 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
 
Para GUSTAVO TEPEDINO: 
(...) inconveniência desta teoria, logo apontada, 
está na desmesurada ampliação, em infinita 
espiral de concausas, do dever de reparar, 
Imputado a um sem-número de agentes. 
Afirmou-se, com fina Ironia, que a fórmula 
tenderia a tornar cada homem responsável por 
todos os males que atingem a humanidade (...) 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• Nessa linha, se o agente saca a arma e dispara 
o projétil, matando o seu desafeto. sena 
considerado causa, não apenas o disparo. mas 
também a compra da arma, a sua fabricação. 
a aquisição do ferro e da pólvora pela 
indústria etc., o que envolveria, 
absurdamente, um numero ilimitado de 
agentes na situação de ilicitude. 
Teoria da equivalência das condições 
("conditio sine qua non") 
• A despeito de tudo isso, grande parte dos 
penalistas adotou-a, sustentando que a análise 
do dolo ou da culpa do infrator poderia limitá-la, 
vale dizer, os agentes que apenas de forma 
Indireta Interferiram na cadeia causal por não 
terem a necessária previsibilidade (dolo ou culpa) 
da ocorrência do dano, não poderiam ser 
responsabilizados, o fabricante da arma, por 
exemplo, ao produzi-la, não poderia imaginar a 
utilização criminosa do seu produto 
Teoria da causalidade adequada 
• Para os adeptos desta teoria, não se poderia 
considerar causa "toda e qualquer condição 
que haja contribuído para a efetivação do 
resultado", conforme sustentado pela teoria 
da equivalência, mas sim. segundo um Juízo 
de probabilidade, apenas o antecedente 
abstratamente idôneo á produção do efeito 
danoso, 
Teoria da causalidade adequada 
• Causa. para ela, é o antecedente, não só 
necessário, mas, também adequado à 
produção do resultado. Logo. nem todas as 
condições serão causa, mas apenas aquela que 
for mais apropriada para produzir o evento. 
• Note-se. então. que, para se considerar urna 
causa "adequada", esta deverá, abstratamente. 
e segundo uma apreciação probabilística, ser 
apta â efetivação do resultado. 
Teoria da causalidade adequada 
• Na hipótese do disparo por arma de fogo, 
mencionado anteriormente, a compra da 
arma e a sua fabricação não seriam "causas 
adequadas" para a efetivação do evento 
morte. 
Teoria da causalidade adequada 
• O ponto central para o correto entendimento 
desta teoria consiste no fato de que somente 
o antecedente abstratamente apto a 
determinação do resultado, segundo um Juízo 
razoável de probabilidade, em que conta a 
experiência do Julgador, poderá ser 
considerado causa. 
Teoria da causalidade adequada 
 
• Problema apresentado pela teoria: 
 
• Se a teoria anterior peca por excesso, admitindo 
uma ilimitada investigação da cadeia causal, esta 
outra, a desperto de mais restrita, apresenta o 
inconveniente de admitir um acentuado grau de 
discricionariedade do julgador, a quem incumbe 
avaliar, no plano abstrato, e segundo o curso 
normal das coisas, se o fato ocorrido no caso 
concreto pode ser considerado, realmente, causa 
do resultada danoso. 
Teoria da causalidade direta ou 
imediata 
• Também denominada teoria da interrupção do 
nexo causal ou teoria da causalidade necessária, 
foi desenvolvida, no Brasil, por AGOSTINHO 
ALVIM, na obra Da Inexecução das Obrigações e 
suas consequências. 
 
• Causa, para esta teoria, seria apenas o 
antecedente fático que, ligado por um vinculo de 
necessariedade ao resultado danoso, 
determinasse este último como uma 
consequência sua, direta e imediata. 
Teoria da causalidade direta ou 
imediata 
• Exemplo doutrinário: 
• Caio e ferido por Tício (lesão corporal), em uma 
discussão apos a final do campeonato de futebol. 
Caio, então, e socorrido por seu amigo Pedro, que 
dirige, velozmente, para o hospital da cidade. No 
trajeto, o veiculo capota e Caio falece. Ora, pela 
morte da vítima, apenas poderia responder Pedro, 
se não for reconhecida alguma excludente em seu 
favor. Tício, por sua vez, não responderia pelo 
evento fatídico, uma vez que o seu 
comportamento determinou, como efeito direto e 
imediato, apenas a lesão corporal. 
Teoria da causalidade direta ou 
imediata 
• Da análise do caso: 
• Note-se, portanto, que a Interrupção do nexo 
causal por uma causa superveniente, ainda 
que relativamente independente da cadeia 
dos acontecimentos (capotagem do veiculo) 
impede que se estabeleça o elo entre o 
resultado morte e o primeiro agente, Tício, 
que não poderá ser responsabilizado. 
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CML 
BRASILEIRO 
• Respeitável parcela da doutrina, nacional e 
estrangeira, tende a acolher a teoria da 
causalidade adequada, por se afigurar, aos 
olhos destes juristas, a mais satisfatória para a 
responsabilidade civil. 
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CML 
BRASILEIRO 
 
A jurisprudência por vezes adota a Teoria da Causalidade Adequada: 
• "Ementa: Apelação cível Responsabilidade Civil. Cheque falso. 
Falsificação grosseira. Devolução por insuficiência de fundos. 
Encerramento da conta.Aplicação da teoria da causalidade adequada. 
A conduta negligente do banco foi a causa direta e Imediata para o 
evento danoso, razão pela qual ê exclusivamente responsável pelo 
pagamento dos cheques falsos. Inexistência de culpa concorrente do 
correntista. Dano moral configurado. Critérios para a fixação de um 
valor adequado. Juízo de equidade atribuído ao prudente arbítrio do 
Juiz. Compensação â vítima pelo dano suportado. Punição ao infrator, 
consideradas as condições econômicas e socais do agressor, bem como 
a gravidade da falta cometida, segundo um critério de atenção 
subjetivo. Apelo provido (Apelação Cível n. 70003131589, Sexta 
Câmara Cível, Tribunal de justiça do RS, Relator: Des. Carlos Alberto 
Álvaro de Oliveira, Julgado em 17/04/12)". 
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CML 
BRASILEIRO 
• Outra corrente: 
• O Código Civil brasileiro adotou a teoria da 
causalidade direta ou Imediata (teoria da 
interrupção do nexo causal), na vertente da 
causalidade necessária. 
 
• "Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo 
do devedor, as perdas e danos só incluem os 
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito 
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na 
lei processual.” 
CAUSAS CONCORRENTES 
• Quando a atuação da vítima também favorece a 
ocorrência do dano, somando-se ao comportamento 
causal do agente, fala-se em "concorrência de causas 
ou de culpas", caso em que a indenização deverá ser 
reduzida. na proporção da contribuição da vítima. 
 
• Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente 
para o evento danoso, a sua indenização será fixada 
tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. CC 
CAUSAS CONCORRENTES 
• No campo do Direito do Consumidor, a teoria da 
concorrência de causas não tem essa mesma 
amplitude, isso porque, nos termos do art. 12, § 
3.°. da Lei n. 8.078 de 1990 (Código de Defesa do 
Consumidor), somente a culpa exclusiva da vítima 
tem o condão de interferir na responsabilidade civil 
do fornecedor, excluindo-a. Em outras palavras, a 
culpa simplesmente concorrente (de ambos os 
Sujeitos da relação jurídica), por não haver sido 
prevista pela lei, não exime o fornecedor de 
produto ou serviço de indenizar integralmente o 
consumidor. 
CONCAUSAS 
• Utiliza-se a expressão "concausa" para 
caracterizar o acontecimento que, anterior, 
concomitante ou superveniente ao 
antecedente que deflagrou a cadeia causal, 
acrescenta-se a este, em direção ao evento 
danoso. 
CONCAUSAS 
• Se esta segunda causa for absolutamente 
independente em relação a conduta do agente 
- quer seja preexistente, concomitante ou 
superveniente – o nexo causal originário 
estará rompido e o agente não poderá ser 
responsabilizado. 
CONCAUSAS 
• Por exemplo, a hipótese de um sujeito ser 
alvejado por um tiro, que o conduziria a morte, 
e, antes do seu passamento por esta causa, um 
violento terremoto matou-o. Por óbvio, esta 
causa superveniente, absolutamente 
independente em face do agente que deflagrou 
o tiro, rompeu o nexo causal. O mesmo 
raciocínio aplica-se às causas preexistentes (a 
ingestão de veneno antes do tiro) e 
concomitantes (um derrame cerebral fulminante 
por força de diabetes, ao tempo que é atingido 
pelo projétil). 
CONCAUSAS 
• Diferentemente. em se tratando de uma causa 
relativamente independente - aquela que 
incide no curso do processo naturalístico 
causal, somando-se a conduta do agente -, 
urge distinguirmos se a mesma é preexistente, 
concomitante ou superveniente. 
CONCAUSAS 
• Em geral, essas concausas, quando 
preexistentes ou concomitantes, não excluem 
o nexo causal, e, consequentemente, a 
obrigação de indenizar. 
Exemplo 
• Caio, portador de deficiência congênita e diabetes, é 
• atingido por Tício. Em face da sua situação clínica 
debilitada (anterior) a lesão é agravada e a vítima vem 
a falecer. No caso, o resultado continuará Imputável ao 
Sujeito, eis que a concausa preexistente relativamente 
independente não interrompeu a cadeia causal. O 
mesmo Ocorre se o sujeito, em razão do disparo de 
arma de fogo. vem a falecer de susto (parada cardíaca), 
e não propriamente do ferimento causado. Também 
nesta hipótese. a concausa concomitante 
relativamente independente não impede que o agente 
seja responsabilizado pelo que cometeu. 
CONCAUSAS 
• Entretanto, se se tratar de concausa 
superveniente - ainda que relativamente 
independente em relação a conduta do sujeito 
-, o nexo de causalidade poderá ser rompido 
se esta causa, por si só, determinar a 
ocorrência do evento danoso. 
A TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
• No dizer do Professor LUIZ FLÁVIO GOMES: "A 
teoria da Imputação objetiva consiste 
basicamente no seguinte: só pode ser 
responsabilizado penalmente por um fato (leia-
se: a um sujeito só pode ser Imputado o fato), 
se ele criou ou incrementou um risco proibido 
relevante e, ademais, se o resultado Jurídico 
decorreu desse risco“. 
Causas Excludentes de Responsabilidade 
Civil e Cláusula de Não Indenizar 
1. Estado de necessidade: 
2. legítima defesa; 
3. exercício regular de direito e estrito 
cumprimento do dever legal: 
4. caso fortuito e força maior,: 
5. culpa exclusiva da vítima: 
6. fato de terceiro. 
Causas Excludentes de Responsabilidade 
Civil e Cláusula de Não Indenizar 
• o estado de necessidade tem assento legal no art. 188 
do CC. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício 
regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a 
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo 
somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
• O estado de necessidade consiste na Situação 
de agressão a um direito alheio, de valor 
Jurídico Igualou menor aquele que se 
pretende proteger, para remover perigo 
Iminente, quando as circunstâncias do fato 
não autorizarem outra forma de atuação. 
• Diz-se. comumente. na hipótese, haver uma 
"colisão de interesses jurídicostutelados". 
ESTADO DE NECESSIDADE 
• Perceba-se que o parágrafo único do referido 
artigo de lei prevê que o estado de necessidade 
"somente será considerado legítimo quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo" 
• Com isso, quer-se dizer que o agente, atuando em 
estado de necessidade, não está Isento do dever 
de atuar nos estritos limites de sua necessidade, 
para a remoção da situação de perigo. Será 
responsabilizado, pois, por qualquer excesso que 
venha a cometer. 
ESTADO DE NECESSIDADE 
• É o caso do sujeito que desvia o seu carro de uma 
criança, para não atropelá-la. e atinge o muro da 
casa, causando danos materiais. Atuou, nesse 
caso, em estado de necessidade. 
 
• se o terceiro atingido não for o causador da 
situação de perigo, poderá exigir indenização do 
agente que houvera atuado em estado de 
necessidade. cabendo a este ação regressiva 
contra o verdadeiro culpado 
ESTADO DE NECESSIDADE 
• Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, 
no caso do inciso II do art. 188, não forem 
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à 
indenização do prejuízo que sofreram. 
 
• Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o 
perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este 
terá o autor do dano ação regressiva para haver 
a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
 
Legítima defesa 
• Também excludente de responsabilidade civil,a legítima defesa tem fundamento no mesmo 
art. 188 do Código Civil, inciso I, primeira 
parte. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no 
exercício regular de um direito reconhecido; 
 
Legítima defesa 
• Diferentemente do estado de necessidade, na 
legítima defesa o individuo encontra-se diante 
de uma situação atual ou Iminente de injusta 
agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não e 
obrigado a suportar. 
Legítima defesa 
• A desnecessidade ou imoderação dos meios 
de repulsa poderá caracterizar o excesso, 
proibido pelo Direito. 
• Vale lembrar que, se o agente, exercendo a 
sua lídima prerrogativa de defesa, atinge 
terceiro inocente, terá de indenizá-lo, 
cabendo-lhe, outrossim, ação regressiva 
contra o verdadeiro agressor. 
Legítima defesa 
• Na mesma linha, anote-se que a legítima 
defesa putativa não isenta o seu autor da 
obrigação de indenizar. Nesse caso, mesmo 
em face do próprio sujeito que suporta a 
agressão - não apenas do terceiro Inocente - o 
agente deverá ressarcir o dano. pois essa 
espécie de legítima defesa não excluí o caráter 
ilícito da conduta. interferindo apenas na 
culpabilidade penal. 
Exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal 
• Não poderá haver responsabilidade civil se o 
agente atuar no exercício regular de um direito 
reconhecido (art. 188, I, segunda parte). 
 
• Se alguém atua escudado pelo Direito, não 
poderá estar atuando contra esse mesmo 
Direito. 
 
Exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal 
• Tal como ocorre quando recebemos 
autorização do Poder Público para o 
desmatamento controlado de determinada 
área rural para o plantio de grãos. Atua-se, no 
caso, no exercício regular de um direito. Da 
mesma forma, quando empreendemos 
algumas atividades desportivas, como o 
futebol e o boxe, podem surgir violações a 
integridade física de terceiros, que são 
admitidas, se não houver excesso 
Exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal 
• Por outro lado, se o sujeito extrapola os 
limites racionais do lídimo exercício do seu 
direito, fala-se em abuso de direto, situação 
desautorizada pela ordem Jurídica, que 
poderá repercutir inclusive na seara criminal 
(excesso punível). 
• O abuso de direito é o contraponto do seu 
exercício regular. 
Exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
 I - em estado de necessidade; 
 II - em legítima defesa; 
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito. 
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das 
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso 
doloso ou culposo. 
 
Exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal 
• O Código Civil atual, é expresso a respeito do 
tema, disciplinando, o abuso de direito: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de 
um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
Caso fortuito e força maior 
• Art. 393. O devedor não responde pelos 
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força 
maior, se expressamente não se houver por 
eles responsabilizado. 
• Parágrafo único. O caso fortuito ou de força 
maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não era possível evitar ou impedir. 
 
Caso fortuito e força maior 
• Segundo MARIA HELENA DINIZ. "na força maior 
conhece-se o motivo ou a causa que dá origem 
ao acontecimento, pois se trata de um fato da 
natureza, como, p. ex., um raio que provoca um 
incêndio, inundação que danifica produtos ou 
intercepta as vias de comunicação, Impedindo a 
entrega da mercadoria prometida, ou um 
terremoto que ocasiona grandes prejuízos etc.". 
Caso fortuito e força maior 
• No caso fortuito, o acidente que acarreta o 
dano advém de causa desconhecida, como o 
cabo elétrico aéreo que se rompe e cal sobre 
fios telefônicos, causando incêndio, explosão 
de caldeira de usina, e provocando morte. 
Caso fortuito e força maior 
• A característica básica da força maior e a sua 
inevitabilidade, mesmo sendo a sua causa 
conhecida (um terremoto, por exemplo, que pode 
ser previsto pelos cientistas); ao passo que o caso 
fortuito, por sua vez, tem a sua nota distintiva na 
sua imprevisibilidade, segundo os parâmetros do 
homem médio. Nessa última hipótese, portanto, a 
ocorrência repentina e até então desconhecida do 
evento atinge a parte incauta, impossibilitando o 
cumprimento de uma obrigação (um 
atropelamento, um roubo). 
Caso fortuito e força maior 
• E o que dizer sobre a incidência de tal excludente nas 
hipóteses de responsabilidade civil objetiva? 
Exemplo doutrinário: 
• se uma determinada empresa celebra um contrato de 
locação de gerador com um dono de boate, nada Impede 
que se responsabilize pela entrega da maquina, no dia 
convencionado, mesmo na hipótese de suceder um fato 
imprevisto ou inevitável que, naturalmente, a eximiria da 
obrigação (um incêndio que consumiu todos os seus 
equipamentos). Nesse caso. assumirá o dever de indenizar o 
contratante, se o gerador que seria locado houver sido 
destruído pelo fogo, antes da efetiva entrega. Esta assunção 
• do risco, no entanto, para ser reputada eficaz, deverá 
constar de cláusula expressa do contrato. 
Culpa Exclusiva da Vítima 
• A exclusiva atuação culposa da vítima tem também 
o condão de quebrar o nexo de causalidade, 
eximindo o agente da responsabilidade civil. 
• Imagine a hipótese do sujeito que, guiando o seu 
veiculo segundo as regras de trânsito. depara-se 
com alguém que, visando suicidar-se, arremessa-
se sob as suas rodas. Nesse caso, o evento fatídico, 
obviamente, não poderá ser atribuído ao motorista 
(agente), mas sim, e tão somente, ao suicida 
(vítima). 
Fato de terceiro 
• Se, por exemplo, o sujeito estiver ultrapassando. 
com o seu carro, pelo lado esquerdo da pista, 
um caminhão, e o motorista deste, 
imprudentemente, arremessá-lo para fora da 
estrada, será obrigado (o agente que guiava o 
carro) a indenizar o pedestre que atropelou? Ou 
poderia alegar o fortuito, para o efeito de se 
eximir da obrigação de ressarcir? 
 
• Em tese seria fato de terceiro, mas questão não 
é pacífica. 
Fato de terceiro 
• em situações como essa, o ônus da prova e do 
causador material do dano, que deve 
demonstrar que sua participação no evento 
danoso foi como mero instrumento da 
atuação do efetivo responável. 
CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR 
• Trata-se, pois. de convenção por melo da qual 
as partes excluem o dever de indenizar, em 
caso de inadimplemento da obrigação. 
CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR 
• Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 25. 
veda cláusula que impossibilite ou exonere ou 
atenue a responsabilidade Civil do fornecedor. 
 
• E o motivo e simples: a vulnerabilidade do 
consumidor aconselha a Intervenção estatal no 
domínio da autonomia privada, para considerar 
abusiva a cláusula que beneficie a parte 
economicamente mais forte, principalmente em se 
tratando de contratos de adesão, em que a 
manifestação livre de vontade do aderente é mais 
reprimida.

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