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Andrea Salvi
Gestão Financeira 
e Orçamentária
Andrea Salvi
Gestão Financeira e Orçamentária
Belo Horizonte
Janeiro de 2016
COPYRIGHT © 2016
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização 
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo
Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar
Equipe EaD
Conheça o 
Autor
Sou a Profa. Andrea Salvi. Tenho mestrado 
em Controladoria e Contabilidade pela 
Universidade de São Paulo - FEARP 
(2007), graduação em Administração pela 
Universidade Mackenzie (2001) e graduação 
em Ciências Contábeis pela PUC-MG (2015). 
Atuo como docente e como orientadora de 
trabalhos de conclusão de curso há 10 anos, 
nas áreas de Ciências Contábeis e Finanças, 
atuando principalmente nos seguintes temas: 
valor econômico adicionado, mercado de 
capitais, contabilidade, finanças corporativas, 
controladoria e gestão de risco. Atuei também 
como gerente administrativo por 8 anos 
e como consultora na área de projetos de 
viabilidade econômica e financeira para 
captação de recursos e avaliação econômica 
de empresas. 
A disciplina de Gestão Financeira e Orçamentária compõe um conjunto 
de instrumentos pertinentes à área de finanças corporativas, essenciais 
para a gestão organizacional. A compreensão conceitual e prática desses 
instrumentos habilitará os alunos para atuarem na gestão das diversas 
organizações que estão no mercado, auxiliando os gestores na tomada 
de decisões, ou mesmo tomando suas próprias decisões enquanto 
administradores. Esse conhecimento também promove nos alunos 
uma visão analítica e crítica das diversas situações relacionadas à área 
financeira, que a empresa pode enfrentar ao longo da sua operação, o 
que contribui para o melhor desempenho financeiro e econômico e 
continuidade do negócio.
Assim, o objetivo da disciplina é demonstrar a relevância da 
administração financeira no dia a dia das empresas, explicando o uso 
dos instrumentos da administração financeira para tomada de decisão, 
por meio da obtenção de indicadores financeiros de rentabilidade e 
avaliação dos resultados obtidos, bem como o impacto na empresa. 
Também é nosso objetivo reconhecer as relações de causa e efeito 
entre as variáveis financeiras, buscando adequar as diversas decisões 
financeiras em todos os seus níveis, para a obtenção de melhorias de 
eficiência e eficácia dos negócios.
Apresentação 
da disciplina
UNIDADE 1 01
Administração Financeira nas Empresas 03
Funções do Administrador Financeiro 07
Decisões da Administração Financeira 11
Demonstrações Contábeis 15 
Revisão 31
UNIDADE 2 33 
Princípios Básicos de Matemática Financeira 34
Juros Simples 35
Juros Compostos 41
Inflação 50
Revisão 54
UNIDADE 3 56 
Administração de Capital de Giro 57
Capital Circulante Líquido 59
Necessidade de Investimento em Capital de Giro 65
Ciclo Operacional e Financeiro 69
Administração do Ativo Circulante 75
Administração do Passivo Circulante 78
Revisão 81
UNIDADE 4 82 
Alavancagem Financeira 83
Resultado Operacional 84
Estrutura de Capital e Custo de Capital 88
Rentabilidade do Negócio e dos Proprietários 94
Grau de Alavancagem Financeira 97
Revisão 103
REFERÊNCIAS 216
UNIDADE 5 105
Fonte de Recursos de Curto e Longo Prazo 106
Fonte de Capital de Terceiros 108
Fontes de Capital Próprio 119
Revisão 127
UNIDADE 6 129
Decisões Financeiras 130
Políticas de Financiamento 131
Políticas de Investimento 133
Políticas de Dividendos 155
Revisão 161
UNIDADE 7 163
Alavancagem Operacional 164
Variações nos Custos e nas Despesas 165
Grau de Alavancagem Operacional 177
Revisão 182
UNIDADE 8 184
Orçamento Empresarial 185
Planejamento e Controle Financeiro 186
Planejamento Orçamentário 188
Orçamento de Vendas 190
Orçamento de Produção 195
Orçamento de Matéria-Prima 198
Orçamento de Mão de obra 205
Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação 209
Orçamento de Despesas 212
Projeção dos Resultados 212
Revisão 214
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
1
Administração 
Financeira: 
Conceitos e 
Objetivos
Introdução
Nos dias atuais, as empresas têm grandes desafios a vencer para 
se manter no mercado. A expansão do mercado comercial e do 
mercado de capitais exige um maior conhecimento e habilidade 
para gerenciar os negócios. Muitas empresas acabam parando de 
funcionar por não se adaptarem a essas exigências de gestão e 
operação.
É diante dessa situação que a área de administração financeira 
se tornou cada vez mais importante no mundo dos negócios, pois 
suas funções envolvem não só a gestão do capital, mas também 
o profundo conhecimento e planejamento financeiro da empresa, 
preparando-a para as incertezas do futuro.
Por isso, a administração financeira, suas funções e principais 
decisões são o objeto de estudo desta unidade, bem como as 
demonstrações financeiras elaboradas pela contabilidade, pois é 
por meio delas que os administradores financeiros tomam suas 
principais decisões.
• Administração 
Financeira nas 
Empresas 
• Funções do 
Administrador 
Financeiro
• Decisões da 
Administração 
Financeira
• Demonstrações 
Contábeis
• Revisão
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
3
Administração 
Financeira nas 
Empresas
Finanças é uma área do conhecimento que está relacionada 
diretamente com a vida das pessoas e das organizações. As 
pessoas e organizações lidam frequentemente com decisões como: 
com o que vougastar o dinheiro, em que vou investir, quanto estou 
recebendo, em que estou gastando, assim, há a necessidade da 
gestão dessas decisões que envolvem o capital, o dinheiro.
As finanças empresariais até os anos 20, do século XX, estavam 
vinculadas às ciências econômicas, se tornando independentes 
à medida que os negócios se tornaram mais complexos. Assim, 
a preocupação principal do administrador era com a captação de 
recursos, com os credores, acionistas e governo. Hoje, as finanças 
não trabalham somente para identificar fenômenos, e sim para 
diagnosticar e solucionar os diversos problemas financeiros das 
empresas, entendendo suas causas e seus efeitos, principalmente, 
na geração de resultado e rentabilidade. 
Com a crise de 1929, a gestão dos negócios, de forma geral, sofreu 
a influência dos grandes teóricos da administração como Taylor, 
Fayol e Ford e, com os negócios fragilizados pela crise, a gestão 
financeira passou a se voltar para os aspectos internos do negócio, 
priorizando as operações e a estrutura organizacional.
Na década de 50, com o surgimento da Teoria de Keynes que 
apontava o investimento agregado como principal foco dos 
negócios, a gestão do capital se voltou para o uso mais eficiente 
dos recursos e captações de financiamentos mais compatíveis com 
a situação financeira da empresa. A partir dessa década, foram 
desenvolvidas as diversas teorias de finanças, sendo consideradas 
como a moderna teoria de finanças. 
Finanças é uma área 
do conhecimento 
que está relacionada 
diretamente com a 
vida das pessoas e 
das organizações.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
4
E na década de 90, as finanças corporativas incorporaram a 
gestão do risco em função da grande variabilidade de indicadores 
econômicos como juros, taxas de câmbio, inflação, preços de 
mercadorias, sendo desenvolvidas as técnicas de controle do risco 
e priorizando avaliação do risco e retorno dos negócios.
Nas empresas, o setor específico para gerir essas decisões é 
conhecido como “Administração Financeira” e seu profissional, 
como “administrador financeiro”.
O administrador financeiro é o responsável por diversas funções 
como de planejamento financeiro, avaliação de investimento, 
gestão de caixa, concessão de crédito para cliente, avaliação dos 
financiamentos e deve ter ainda habilidade para realização de 
operações em moeda estrangeira, em decorrências da globalização 
dos mercados econômicos e de capitais e habilidade para a gestão 
do risco.
FIGURA 1 – Administrador financeiro
Fonte: Arquivo Institucional. 
Sua participação nas decisões de outros departamentos como 
marketing, recursos humanos, produção, sistemas de informação 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
5
é fundamental, pois em todas essas áreas há necessidade do uso 
e da avaliação da rentabilidade do capital. Para o administrador 
financeiro, também é de grande importância o conhecimento da 
empresa como um todo, ou seja, conhecer todos os processos do 
negócio para que se consiga atingir seus objetivos.
A interação entre as diversas áreas da empresa e a administração 
financeira é útil para a geração de informações necessárias para a 
tomada de decisão. 
Outro aspecto relacionado à administração financeira é sua relação 
com a economia e com a contabilidade. As políticas econômicas 
e as variações nos níveis da atividade econômica fazem parte 
do contexto de qualquer negócio, cabendo ao administrador 
financeiro estar preparado para avaliar os impactos desses fatores 
na organização. A relação com a contabilidade é tão próxima, que 
até podem se confundir, mas a contabilidade é a responsável por 
coletar, registrar e apresentar as informações financeiras, por meio 
das demonstrações contábeis, já a administração financeira avalia 
a situação econômica e financeira da empresa para a tomada de 
decisão, utilizando as demonstrações contábeis fornecidas pela 
contabilidade.
Entretanto, a administração financeira canaliza seus esforços 
para atingir o objetivo máximo do negócio, que é a maximização 
da riqueza dos seus proprietários. Sob esse enfoque está toda a 
discussão das ferramentas utilizadas pela administração financeira. 
As empresas são vistas como investimentos, em que seus 
proprietários aplicam seu capital no negócio buscando a melhor 
rentabilidade, ou seja, a empresa tem que remunerar o retorno 
exigido pelos proprietários.
Notem que os proprietários, na maior parte das empresas, são os 
aplicadores de capital e os tomadores de decisões, sendo assim, 
eles mesmos são os responsáveis por maximizar sua própria 
riqueza. Em outros casos, os aplicadores de capital seriam os 
Aspecto relacionado 
à administração 
financeira é sua 
relação com a 
economia e com a 
contabilidade.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
6
acionistas, que muitas vezes delegam a gestão do negócio para um 
profissional, que geralmente é um administrador financeiro, para 
que este tome as decisões que agreguem valor para os acionistas.
Essa situação revela conflitos de interesses entre os agentes 
(administradores) e os proprietários (acionistas), o que se denomina 
“conflitos de agência”. 
O conflito de agência ocorre quando os administradores optam por 
decisões que visam seus interesses pessoais, e não os interesses dos 
acionistas. Esses conflitos podem ser minimizados, ou mesmo evitados 
devido às forças de mercado e aos custos de agência.
As forças de mercado são representadas pelo acionista mais 
importante, os investidores institucionais (fundo de pensão, 
fundos de previdência e as seguradoras), pois eles têm o poder de 
votarem em assembleia e pressionar os gestores, para que eles 
se preocupem com o desempenho da empresa e atendam aos 
interesses dos acionistas. 
Os custos de agência correspondem aos gastos que serão 
realizados para o monitoramento do comportamento dos 
administradores, proteção contra atos desonestos e concessão de 
incentivos. Os incentivos são dados para que os administradores 
tomem decisões de acordo com o interesse dos acionistas.
Como mencionado também, a administração financeira deve se 
preocupar com as avaliações de risco e retorno do negócio, mesmo 
para atender seu objetivo principal de maximização da riqueza dos 
proprietários. Essa avaliação envolve dois aspectos importantes 
como a captação de recursos financeiros e o uso desses recursos 
pela empresa. Assim, a captação de recursos impacta em custos 
para a empresa, que representam a remuneração dos agentes 
que aplicaram seus recursos no negócio, ou seja, geração de 
Os incentivos são 
dados para que os 
administradores 
tomem decisões 
de acordo com 
o interesse dos 
acionistas.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
7
rentabilidade do capital investido. 
Entretanto, esses custos com o capital geram risco para a empresa, 
pois sua remuneração representa um desembolso de capital 
que comprometerá os lucros do negócio. Outro fato, é que as 
empresas, ao aplicaram esse capital buscam maximizar os lucros, 
mas nem sempre o capital investido gerará maiores lucros, pois 
há uma série de fatores, muitas vezes externos ao negócio e que a 
empresa não controla, que podem prejudicar a geração dos lucros 
e consequentemente, a rentabilidade do capital investido. Assim, o 
administrador financeiro trabalha no sentido de equilibrar a geração 
de resultado com o uso do capital e com os retornos que devem 
ser gerados para os aplicadores de capital, com foco sempre na 
rentabilidade dos proprietários.
Contudo, os aspectos relacionados à administração financeira 
tratados anteriormente serão os fundamentos para o entendimentodas técnicas de análise e gestão da área de finanças empresariais 
que estudaremos neste livro.
Funções do 
Administrador 
Financeiro
Como já mencionamos, o administrador financeiro está envolvido 
nas decisões de como fazer uma boa gestão do capital das 
empresas, para maximizar a rentabilidade dos proprietários. Nessa 
missão, destacam-se suas principais funções sob dois aspectos: 
as voltadas para a gestão de capital da empresa e a voltada para o 
planejamento financeiro.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
8
As funções voltadas para a gestão do capital podem ser consideradas, 
na maior parte do tempo, como decisões de curto prazo e envolvem a 
administração do caixa, contas a receber, contas a pagar, fornecedores, 
estoques, financiamentos de curto prazo, proteção dos ativos, relações 
bancárias e gestão do risco financeiro. É função do administrador avaliar 
os investimentos da empresa em longo prazo.
Em curto prazo, o administrador financeiro deve se preocupar com o 
fluxo de pagamentos e recebimentos da empresa, ou seja, a gestão 
do capital de giro. Para a realização dos pagamentos, a empresa 
precisa gerenciar de forma eficiente seu caixa, controlando as 
entradas de caixa geradas pelas vendas ou prestação de serviços 
do negócio, bem como as saídas de caixa gerada pelos pagamentos 
diversos de salários, impostos, fornecedores, bancos e demais 
gastos corporativos. Nesse sentido, o administrador financeiro deve 
buscar o equilíbrio entre os prazos de pagamento e recebimento, 
procurando fazer com que eles ocorram simultaneamente ou, 
em uma situação ideal, que os recebimentos ocorram antes dos 
pagamentos. A falta de sincronismo entre as entradas e saídas 
de caixa, ou seja, dos recebimentos com os pagamentos, gera a 
necessidade de manutenção do capital de giro. O capital de giro 
é o montante de capital que a empresa deve ter para cobrir os 
pagamentos enquanto não forem realizados os recebimentos. 
Dessa forma, é importante uma gestão adequada do estoque e 
contas a receber que estão relacionados às entradas de caixa, 
bem como uma gestão mais eficiente dos gastos para minimizar 
a necessidade de investimento em capital de giro. Nesse sentido, 
os investimentos em capital de giro se tornam outro foco da 
administração financeira, pois o administrador deve buscar as 
melhores e mais adequadas fontes de financiamento em longo 
prazo para cobrir essas necessidades de investimento, o que exige 
um bom relacionamento da empresa e do gestor com as instituições 
do sistema financeiro, principalmente, as instituições bancárias.
O administrador 
financeiro deve se 
preocupar com o 
fluxo de pagamentos 
e recebimentos da 
empresa, ou seja, a 
gestão do capital de giro. 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
9
Esses fatores também exigem que o administrador avalie o 
risco financeiro, ou seja, a capacidade da empresa de saldar 
seus compromissos. Esse risco está relacionado com o nível de 
obrigações assumidas pela empresa, sendo avaliado que quanto 
maior o nível de obrigações, endividamento, maior o risco financeiro.
No longo prazo, a função é de avaliação dos investimentos, em que 
o administrador fará a análise das alternativas para a aplicação 
do capital, buscando sempre a maximização dos lucros e retorno, 
com o menor nível de risco possível. Assim, é sua função buscar 
as fontes de financiamentos dos investimentos avaliando aspectos 
como prazo de pagamento, taxas de juros ou custo do capital, 
volume de capital e risco financeiro.
Em relação ao planejamento financeiro, o administrador foca 
sua atuação nos planos futuros da empresa, contribuindo para 
os objetivos que a empresa deseja alcançar. No planejamento 
financeiro, o administrador avalia as necessidades do negócio 
do ponto de vista estratégico e também as melhores alternativas 
para a aplicação dos recursos, considerando os investimentos 
mais rentáveis em determinado nível de risco. Cabe a ele também 
exercer o controle financeiro contínuo na empresa, acompanhando 
todo o processo financeiro para detectar falhas e realizar os ajustes 
necessários. Cabe ressaltar que faz parte de suas funções a 
emissão de relatórios gerenciais para informar à alta administração 
o andamento do negócio e a participação no desenvolvimento de 
sistemas de informações gerenciais, pois eles são necessários 
como suportes às informações utilizadas para o planejamento e 
controle financeiro.
De forma sintética, podemos separar as funções do administrador 
financeiro sob quatro perspectivas da área da administração 
financeira:
• planejamento: planejar as ações financeiras da empresa, 
avaliando seu risco e retorno;
Eles são necessários 
como suportes 
às informações 
utilizadas para o 
planejamento e 
controle financeiro.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
10
• controle: acompanhar e avaliar o desempenho das ações 
financeiras;
• administração dos ativos: administrar os investimentos e 
as entradas e saídas de caixa das operações da empresa;
• administração dos passivos: selecionar as melhores fontes 
de financiamento para o negócio e gerenciar os demais 
gastos operacionais.
É importante destacar como as funções da administração financeira 
são distribuídas dentro das empresas. Isso implica dizer que, em muitas 
organizações, não há um departamento específico que exerce todas as 
funções ou mesmo um profissional responsável pelas finanças. 
Na verdade, as funções são distribuídas, de forma geral, na 
área financeira (tesouraria) e controladoria. Na área financeira, 
em geral, são exercidas as funções relacionadas à gestão de 
caixa, pagamentos, recebimentos, relacionamento bancários, 
captação de empréstimos aplicações dos recursos excedentes 
do caixa, cobrança, avaliação de crédito para cliente, etc. A área 
de controladoria exerce as funções financeiras de planejamento 
e controle, decisões de investimento e financiamento que são de 
longo prazo. Essas áreas ficam sob a responsabilidade do diretor 
financeiro que se relaciona tanto com os proprietários e acionistas, 
quanto com os outros credores da organização. 
Em empresas menores, esses departamentos tendem a não 
existirem e as funções ficam sob a responsabilidade do sócio, 
funcionários, e mesmo da contabilidade, o que pode não ser uma 
boa forma de gestão da empresa.
Contudo, o administrador financeiro é o responsável pelo 
desempenho econômico e financeiro da empresa. Manter o bom 
desempenho financeiro de uma empresa é um desafio para esse 
O administrador 
financeiro é o 
responsável pelo 
desempenho 
econômico e 
financeiro da 
empresa.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
11
profissional, principalmente, em ambientes de incerteza, nos quais, 
as empresas estão inseridas. 
Decisões da 
Administração 
Financeira
Neste ponto, apresentaremos as principais decisões que envolvem 
a administração financeira e que estão voltadas para as funções 
do administrador. As decisões financeiras que são tomadas 
pelo administrador são decisões de investimento, decisões de 
financiamento e decisões de dividendos.
Primeiramente, temos que entender que os investimentos se referem 
à aplicação de determinada quantidade de capital com a expectativa 
de ter retorno financeiro no futuro. Na empresa, os investimentos 
se referem à expansão do negócio com a abertura de novas filiais, 
criação de novos produtos, substituição de maquinários, aquisição 
de novas tecnologias, desenvolvimento de projetos ambientais, 
construções, propagandas publicitárias, aquisições de sistemas 
de informações de gerenciais, dentre outros. Os investimentos 
variam de acordo comcada tipo de negócio e com o objetivo da 
organização. 
As decisões de investimentos são as mais importantes da empresa, 
pois são geradoras de valor agregado, mas envolvem um volume 
de capital alto, e o risco dessa decisão também é alto, pois se 
trata de decisões estratégicas da empresa que determinarão em 
que situação a empresa quer estar no futuro. Assim, o processo 
para tomada de decisão de investimento envolve a identificação, 
avaliação e seleção das melhores alternativas de investimento, 
considerando o horizonte de tempo para geração de resultados, 
Os investimentos 
variam de acordo 
com cada tipo de 
negócio e com 
o objetivo da 
organização. 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
12
capital investido em ativo fixo e capital de giro, capacidade de 
geração de resultados, custo do capital (retorno) e risco. Ressalta-
se que o risco se refere às incertezas na projeção dos resultados 
futuros.
Para ilustrar os aspectos que envolvem a decisão de investimento, 
o quadro 1 aponta algumas questões que podem nortear a tomada 
de decisão do administrador financeiro, sendo que essas decisões 
estão também relacionadas diretamente com os ativos da empresa.
QUADRO 1- Questões da Decisão de Investimento
Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo e Cherobim (2010).
As decisões de financiamento se referem à obtenção de capital 
para o financiamento das decisões de investimento e envolve a 
escolha da melhor composição entre as fontes de capital, o custo 
de cada fonte, os prazos de pagamentos e as formas de captação. 
Como está aplicado o capital da empresa?
Qual é o volume de capital aplicado em ativos circulantes?
Qual é o volume de capital aplicado em imobilizado? Quais são eles?
Como está a composição dos ativos? Pode ser melhorada?
O risco do investimento foi avaliado?
Quais são as possibilidades aplicação do capital?
Qual é a rentabilidade dos projetos de investimento?
Como tomar a decisão de investimento em ativos?
A rentabilidade dos investimentos pode ser melhorada?
Algum ativo pode ser descartado ou eliminado por não gerar valor?
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
13
Seu objetivo é manter na empresa uma estrutura de capital com 
custo adequado aos negócios, sem prejudicar sua capacidade de 
pagamento e com capacidade de geração de rentabilidade.
Em relação às fontes de financiamento do capital, a empresa dispõe 
do capital de terceiros e do capital próprio. 
O capital de terceiros se refere ao financiamento bancário, por meio das 
operações de empréstimos e financiamentos. Essas operações geram 
para a empresa o pagamento do principal (valor captado) e dos juros, que 
é a remuneração (retorno) do capital de terceiros. 
O capital próprio se refere ao capital dos sócios e acionistas investidos 
na empresa. A remuneração desse capital se dá por meio dos lucros 
gerados pelo negócio, denominada “distribuição dos lucros”. No caso dos 
acionistas, a remuneração se dá por meio da distribuição dos dividendos, 
que é uma distribuição de lucros, valorização dos preços das ações da 
empresa no mercado e juros sobre o capital próprio.
Essas decisões, como se pode notar, estão relacionadas aos 
passivos e patrimônio líquido, que compõem o Balanço Patrimonial. 
Veja as questões que podem nortear essas decisões no quadro 2.
Em relação às fontes 
de financiamento do 
capital, a empresa 
dispõe do capital de 
terceiros e do capital 
próprio. 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
14
QUADRO 2 - Questões das Decisões de Financiamento
Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo e Cherobim (2010).
Outra decisão não menos importante é a decisão de dividendos. Ela 
envolve a integração das decisões de investimento e financiamento 
e avalia a retenção ou não de lucros pela empresa. A relação 
com a decisão de investimento ocorre, pois se a empresa realiza 
investimentos capazes de atender à expectativa de rentabilidade 
do proprietário (notem que a distribuição envolve somente o capital 
próprio), considerando seu custo de oportunidade, para eles é mais 
atrativo em termos de ganhos financeiros manterem seu capital 
reinvestido na empresa. Isso significa que é melhor manter o 
capital investido no negócio do que retirar os lucros e aplicar em 
alternativas equivalentes de investimento.
Como está divido o capital da empresa?
Quais são as fontes de �nanciamento?
Quanto os terceiros aplicaram?
Quanto os proprietários aplicaram?
Qual é o nível de endividamento?
Qual é o custo de cada fonte de �nanciamento?
Qual é o custo total do capital utilizado?
Há fontes que podem ser eliminadas ou negociadas?
Qual é o nível de risco �nanceiro promovido pelo uso
 do capital de terceiros?
O prazo de pagamento das dívidas está adequado 
à geração de caixa?
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
15
Por outro lado, a decisão de retenção ou distribuição dos lucros é 
uma decisão de financiamento por capital próprio, pois os lucros 
reinvestidos sinalizam aumentos no patrimônio líquido da empresa. 
Para o administrador financeiro tomar essas decisões de forma que 
maximize o valor da empresa, adicionando rentabilidade para os 
proprietários acima de suas expectativas de ganhos financeiros, é 
necessário o conhecimento e o uso de técnicas que os oriente tanto 
na avaliação da decisão quanto no impacto que ela pode gerar para 
o valor da empresa.
Demonstrações 
Contábeis
As demonstrações financeiras, também conhecidas como 
“demonstrações contábeis” são elaboradas pela contabilidade 
por meio dos registros dos eventos que afetam o patrimônio 
das empresas. As principais demonstrações contábeis são o 
Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado (DRE), 
a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e a Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) que serão descritas em 
detalhes ao longo deste capítulo. Essas demonstrações são de 
grande importância para o administrador financeiro, pois trazem 
informações importantes sobre a situação econômica e financeira 
da empresa para a tomada de decisão. 
O Balanço Patrimonial mostra a situação financeira em determinado 
momento, como se fosse um retrato dos bens, valores a receber, 
valores a pagar e capital investido, ou seja, evidencia o patrimônio 
da empresa naquele instante.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
16
A Demonstração do Resultado fornece informações sobre a 
lucratividade e rentabilidade da empresa, pois nela podem ser 
encontrados a apuração das receitas, custos, despesas e do lucro 
da empresa do período. Nesse caso, a cada período ocorre uma 
nova apuração do resultado independente do período anterior. 
Diferente do Balanço Patrimonial que registra uma movimentação 
contínua das contas, mostrando apenas seus saldos. 
Adicional à Demonstração do Resultado, tem-se a Demonstração 
do Resultado Abrangente (DRA) que se inicia a partir da última linha 
da Demonstração do Resultado do Exercício e contém informações 
sobre efeitos de correção de erros e mudanças nas políticas 
contábeis, ganhos e perdas na conversão em moeda estrangeira 
das demonstrações contábeis, ganhos e perdas atuariais, alterações 
nos valores justos das operações de hedge e participação dos 
acionistas ou sócios não controladores da empresa.
A Demonstração do Fluxo de Caixa sinaliza a geração de recursos 
e os gastos que afetaram o caixa da empresa no período, sendo 
segmentados pelas atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento. Sua avaliação é relevante para o conhecimento da 
situação financeira da empresa e de sua capacidade de pagamento.
A Demonstração dos Lucros e PrejuízosAcumulados e a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidenciam a 
distribuição do lucro líquido apurado no período para os proprietários 
na forma de dividendos e a parcela que foi reinvestida no negócio. 
O lucro líquido é apurado na Demonstração do Resultado, passando 
para a demonstração para que seja efetuada a sua distribuição 
e, em seguida, os lucros retidos são transferidos para o Balanço 
Patrimonial, no grupo do patrimônio líquido.
Como demonstrações complementares temos a Demonstração 
do Valor Adicionado (DVA) que mostra a riqueza gerada pela 
empresa e como ela foi distribuída entre os agentes, como governo, 
empregados e proprietários. As notas explicativas são importantes 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
unidade 1
17
por tratarem de informações complementares às registradas 
nas demonstrações. Nelas são informadas, por exemplo, as 
práticas contábeis como avaliação dos ativos, detalhamento dos 
investimentos em outras empresas, detalhamentos das dívidas 
quanto ao vencimento, taxas de juros, eventos posteriores à data de 
publicação do balanço, etc.
Em relação ao período de apuração das demonstrações financeiras, 
as empresas, no Brasil, devem publicar os demonstrativos a cada 12 
meses, o que pode corresponder ao ano calendário, mais conhecido 
como “exercício social”, embora não haja obrigação do exercício 
social coincidir com o ano calendário, exceto para fins fiscais, 
em que isso se torna obrigatório. A relação das demonstrações 
obrigatórias que devem ser elaboradas pelas empresas pode ser 
vista no quadro 3.
QUADRO 3 - Demonstrações Financeiras Obrigatórias por Tipo de Empresa
Fonte: Adaptado de Marion (2012).
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial está dividido em duas colunas, no lado 
esquerdo temos a coluna do Ativo, e no lado direito temos a coluna 
do Passivo e Patrimônio Líquido. O ativo ainda é dividido em dois 
grupos Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, e o Passivo também 
é dividido em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, conforme 
quadro 4.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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18
Fonte: Elaborado pela autora.
O grupo do passivo e patrimônio líquido representa a origem dos 
recursos (credores – crédito) que serão aplicados no negócio, 
sendo que a aplicação (devedores – débito) é representada pelo 
grupo do ativo. Assim, toda a origem deve gerar uma aplicação no 
mesmo valor, por isso há a igualdade (Ativo = Passivo + Patrimônio 
Líquido), que é o fundamento do método das partidas dobradas do 
Balanço Patrimonial. 
Ativo
Os Ativos correspondem aos bens e direitos que a empresa tem 
propriedade ou detenha o controle dos benefícios econômicos 
e do risco, que representem a geração de benefícios econômicos 
presentes e futuros, como a geração de caixa para o negócio e 
podem ser mensurados monetariamente.
QUADRO 4 - Estrutura do Balanço Patrimonial
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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19
Como bens temos o dinheiro, o estoque, os imóveis, os veículos, 
as máquinas, os utensílios e como direitos, temos as aplicações 
financeiras, as contas a receber dos clientes, as despesas pagas 
antecipadamente que geram um direito de uso, os créditos a receber 
em geral, dentre outros.
A classificação das contas no ativo segue o critério de liquidez, 
ou seja, a conversão rápida em dinheiro, assim, são classificadas 
as contas do ativo mais líquido para os menos líquido, do ativo 
circulante para o ativo não circulante.
No ativo circulante são classificadas as contas que se renovam 
constantemente dentro do exercício social, ou seja, em 365 dias, as 
contas que se renovam após o exercício social ou que representam 
bens e direitos permanentes serão classificadas no ativo não 
circulante. O ativo circulante é composto por:
• caixa e equivalentes: referente ao dinheiro em espécie e à 
conta corrente em bancos e aplicações de resgate imediato;
• aplicações financeiras de curto prazo: aplicações, 
poupança, certificado de depósito bancário, letras de 
câmbio, dentre outras;
• contas a receber de clientes: decorrentes das vendas que 
não foram recebidas à vista e serão recebidas a prazo;
• Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD): 
provisão das possíveis perdas pelo não recebimento dos 
créditos a receber de clientes e outros;
• estoques: se referem às mercadorias para revenda, 
matéria-prima para produção, produtos em processo, 
produtos acabados, material de consumo (almoxarifado), 
adiantamento a fornecedor (pagamento adiantado de 
estoques que serão recebidos no futuro);
• despesas antecipadas: pagamentos antecipados de gastos 
para utilização de serviços no decorrer do exercício social, 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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como gastos com seguros, assinatura de revistas e jornais, 
viagens, etc.;
• outros créditos: são valores a receber provenientes de 
outras operações da empresa que não são da sua atividade 
principal. 
O ativo não circulante é dividido em quatro grupos distintos: 
Realizável a Longo Prazo, Investimento, Imobilizado e Intangível. 
O realizável a longo prazo corresponde a valores a receber após o 
exercício social, sendo suas principais contas: créditos a receber, 
depósitos judiciais, empréstimos com coligadas (empresas que 
tenham participação no capital sem controle), dentre outras. 
No grupo do investimento, são classificados os investimentos que a 
empresa fez para obtenção de ganhos financeiros e que não estão 
destinados à venda, como: investimentos em ações, imóveis para 
aluguel, obras de arte, cotas de empresas limitadas, dentre outros.
O grupo do imobilizado é composto pelos bens e direitos não 
destinados à venda e que são utilizados nas operações da empresa, 
sendo eles: máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, imóveis, 
instalações, veículos, dentre outros. Entretanto, vale ressaltar que 
esses bens se desgastam com o uso e esse desgaste é medido 
pela depreciação, com base na vida útil de cada bem ou grupo de 
bens. A depreciação acumulada aparece como uma conta redutora 
do imobilizado, conforme apresentado no quadro 5. O intangível 
se refere aos itens incorpóreos, que não tem forma física, como 
marcas, patentes, direitos autorias, etc., que são utilizados para a 
manutenção da atividade principal da empresa. 
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QUADRO 5 - Classificação da Depreciação e Amortização Acumulada
Fonte: Elaborado pela autora.
Passivo
O Passivo é composto por todas as obrigações da empresa com 
terceiros, sendo classificadas pela ordem de exigibilidade, ou seja, 
de vencimentos mais rápidos. O passivo circulante identifica as 
obrigações que vencem em 365 dias ou no exercício social e as que 
vencem após o exercício social são classificadas no passivo não 
circulante. As contas do passivo podem ser explicadas abaixo:
• fornecedores: operações relacionadas à compra de estoque 
a prazo;
• empréstimos e financiamentos: obrigações relacionadas 
ao uso do capital de terceiros, incluem-se na modalidade 
de desconto de duplicatas por se tratar de um empréstimo 
com a garantia das duplicatas;
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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• debêntures: operações realizadas por sociedades anônimas 
de capital aberto ou fechado para a captação de capital 
para utilização no negócio;
• impostos a recolher: pagamentos de impostos de diversas 
naturezas para o governo, como Impostos sobre Serviços 
(ISS), Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS), Impostos sobre Produtos Industrializados 
(IPI), Impostos de Renda (IR), Contribuição Social (CSLL), 
dentre outros;
• obrigações trabalhistas: são pagamentosde salários, 
encargos sociais como INSS e FGTS, benefício assistenciais, 
férias, 13º salário;
• dividendos a pagar: pagamentos dos lucros destinados à 
distribuição que aguardam a disponibilidade financeira para 
liquidação;
• contas a pagar: obrigações diversas com prestadores de 
serviços, contas de consumo (energia elétrica, telefone e 
internet, etc.) e demais gastos da empresa;
• parcelamento de impostos: programa do governo que visa 
à regularização de débitos pendentes de impostos;
• empréstimos com controladas (empresa que se tem 
participação no capital social e possua controle): valores 
tomados de empresas em que há relação de sociedade.
Patrimônio Líquido
O patrimônio líquido mostra os recursos aplicados pelos 
proprietários na empresa, bem como o capital reinvestido na forma 
de lucro. Sua composição pode ser descrita como segue:
• capital social: montante de capital investido pelos sócios;
• reservas de capital: valores recebidos pelos sócios ou 
terceiros que não são provenientes dos resultados da 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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empresa, como ágio na emissão de ações, incentivos 
fiscais do governo, doações governamentais, dentre outros;
• reserva de lucros: com o fim da conta de lucros acumulados, 
os lucros retidos passaram a compor a conta de reservas 
de acordo com sua destinação;
• prejuízos acumulados: o prejuízo do exercício apurado na 
demonstração do resultado é transferido para essa conta.
Demonstração do Resultado
A Demonstração do Resultado deve ser elaborada pela empresa a 
cada exercício social para apuração dos lucros ou prejuízos. Sua 
elaboração é por período, sendo que a cada exercício são apurados 
os resultados somente daquele exercício, não acumulando com 
exercícios anteriores. Nessa demonstração são levantadas 
as receitas, os custos, as despesas e o lucro líquido, que são 
apresentados em formato vertical, iniciando a partir da receita 
bruta. Na sequência, temos os gastos que são classificados como 
uma dedutibilidade da receita, sendo classificados de acordo com 
sua relevância para a obtenção da receita, conforme o quadro 6.
Quadro 6 - Estrutura da Demonstração do Resultado
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Fonte: Elaborado pela autora.
As receitas e despesas do período são consideradas na DRE 
de forma independente de sua realização financeira, ou seja, as 
receitas, custos e despesas são registradas no resultado quando 
acontecem e não quando forem recebidas ou pagas, essa forma de 
registro é conhecida como regime de competência para apuração 
do resultado do exercício.
A receita bruta representa os valores de venda de produtos, 
mercadoria e prestação de serviços incluindo todos os impostos 
(ICMS, IPI, ISS). A receita bruta não corresponde à receita efetiva 
do negócio, pois há deduções da receita que não se tratam de 
despesas, e sim de ajustes que devem ser feitos para a obtenção 
da receita efetiva, a receita líquida. As deduções se referem aos 
impostos sobre vendas cobrados dos clientes e repassados ao 
governo, devolução das vendas canceladas, abatimentos de preço 
após a venda e antes da devolução e desconto comercial, realizado 
antes da venda.
Os custos dos produtos, mercadorias e serviços prestados se 
referem aos gastos operacionais necessários para a geração da 
receita. Na empresa comercial, são os custos com a compra de 
mercadorias para revenda, inclusos os gastos com transporte, 
seguros, etc., sendo que o ICMS gerado na compra, por se tratar de 
um imposto recuperável na empresa comercial, é separado e gera 
créditos de ICMS a compensar com o imposto retido na venda. O 
IPI na empresa comercial é não recuperável, sendo incorporado ao 
custo da mercadoria. 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Na empresa industrial, os custos são representados pelos custos de 
produção, que incluem custos de material direto, mão de obra direta 
e custos indiretos de fabricação. Os impostos como ICMS e IPI são 
recuperáveis, não integrando esses custos e gerando créditos a 
compensar com os impostos sobre as vendas.
Na empresa prestadora de serviços, os custos se referem aos 
serviços prestados, entretanto, muitas não separam o que de fato 
é custo do serviço do que é despesa, considerando tudo como 
despesas.
As despesas de vendas demonstram os gastos, em geral, 
relacionados à comercialização, como comissões de 
vendedores, fretes, seguros mercadorias, despesas com canais 
de comercialização, campanhas publicitárias. As despesas 
administrativas tratam dos demais gastos operacionais, como 
salários, benefícios a empregados, prestadores de serviços, contas 
de consumo, manutenção, serviços bancários, outros impostos 
e contribuições, depreciação dos bens da administração (a 
depreciação dos bens da fábrica é custo).
As outras receitas ou despesas operacionais resultam de operações 
da empresa que não estão relacionadas à sua atividade principal, 
como o lucro na venda de um ativo imobilizado ou um investimento, 
a baixa por prejuízo nessas vendas, baixa em gastos com pesquisas 
que não serão continuadas, receitas de aluguéis, dentre outras.
As receitas financeiras são compostas pelos ganhos das aplicações 
financeiras. As despesas financeiras tratam dos gastos com juros 
e taxas pagos nas operações de empréstimos, financiamentos, 
desconto de duplicatas, debêntures e demais operações com 
capital, em que ocorra a incidência de juros.
O lucro operacional, antes dos impostos, representa o resultado do 
negócio, considerando as atividades operacionais e financeiras. 
Esse resultado, em finanças, não é o mais adequado para evidenciar 
As receitas 
financeiras são 
compostas 
pelos ganhos 
das aplicações 
financeiras.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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o lucro do negócio, assunto que será tratado nos próximos capítulos.
Em relação à apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (IR/CSLL), os estudos em finanças trabalham 
as relações às empresas que fazem a apuração do imposto pelo 
lucro real, como é o caso da DRE apresentada acima. Em outras 
empresas, que apuram o imposto pelo lucro presumido ou mesmo 
pelo Simples, as avaliações podem ser realizadas da mesma forma, 
considerando somente os ajustes em função da apuração do IR/
CSLL. 
O lucro líquido sinaliza o quanto sobrou das receitas após todas 
as deduções e inclusões e evidência o lucro que foi gerado para os 
proprietários e por meio dele são feitas as retiradas de dividendos 
ou distribuição dos lucros.
Demonstração do Fluxo de Caixa
A demonstração do fluxo de caixa evidencia as entradas e saídas 
de caixa no exercício social e também pode ser considerada como 
a movimentação das disponibilidades da empresa. A DFC esclarece 
situações em que a empresa apresente bons lucros e baixo caixa, 
além de auxiliar o administrador financeiro no planejamento 
financeiro da empresa. A DFC pode ser elaborada pelo método 
direto ou pelo método indireto.
O método direto traz um conteúdo informacional maior, pois segrega 
os recebimentos e pagamentos nas atividades operacionais, de 
investimento e financiamento, conforme o quadro 7.
A DFC pode ser 
elaborada pelo 
método direto ou 
pelo método indireto.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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QUADRO 7 - Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Direto
Fonte: Adaptado de Marion (2012).
O método indireto é mais simplificado, pois são realizados ajustes 
no lucro líquido por meio das variações nas contas do ativo e 
passivo circulante. As saídas de caixa são identificadas com o 
aumento do ativo circulante e diminuição do passivocirculante. 
Logo, as entradas de caixa são atribuídas à diminuição do ativo 
circulante e ao aumento do passivo circulante, sendo sua estrutura 
apresentada no quadro 8.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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QUADRO 8 - Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa – 
Método Indireto
Fonte: Adaptado de Marion (2012).
Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido e Demonstração 
dos Lucros e Prejuízos Acumulados
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
mostra a movimentação das diversas contas que compõem o 
patrimônio líquido durante o exercício social, indicando as variações 
no patrimônio e a movimentação na conta de reservas, sendo mais 
completa que a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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(DLPAc). A estrutura da DMPL pode ser observada no quadro 9. A 
DMPL é obrigatória para as empresas de capital aberto, e a DLPAc é 
obrigatória para as outras empresas.
QUADRO 9 - Estrutura da DMPL
Fonte: Adaptado de Marion (2012).
A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados aponta como 
foi a movimentação da conta de lucros e prejuízos acumulados 
durante o exercício social. Essa movimentação mostra a distribuição 
e retenção dos lucros e a destinações dos lucros para as contas de 
reserva, conforme mostra o quadro 10.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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QUADRO 10 - Estrutura da Demonstração dos Lucros e Prejuízos 
Acumulados
Fonte: Adaptado de Marion (2012).
É noticiado com frequência que as pequenas e médias empresas 
permanecem por pouco tempo funcionando no mercado, sendo uma das 
causas para esse fracasso problemas na administração como capital de 
giro e estoque, orçamento mal administrado e fatores macroeconômicos.
Há uma tendência, ou mesmo uma preocupação, dos pequenos 
empresários com a falta de estoque para atender seus clientes, e 
acabam perdendo as vendas, pesquisas revelam que muitas vendas não 
são efetivadas porque o cliente não encontrou seu produto. Assim, o 
empresário acaba, muitas vezes, comprando estoque em excesso, o que 
não é a melhor solução, o capital vai ficar parado e a consequência pode 
ser devastadora, à medida que falta capital de giro, e a empresa é levada a 
pegar empréstimos. O empresário deve avaliar quais produtos saem mais, 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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31
o público-alvo, o movimento dos concorrentes para adequar a quantidade 
de estoque. 
Mas não é só isso, outro problema sério são as retiradas como distribuição 
de lucro que atrapalham o orçamento de caixa. É fato que o lucro é do 
empresário, esse é o seu sustento pessoal e familiar, mas também é o 
sustento da empresa, o negócio, principalmente no início, pois precisa de 
capital até se estabilizar e, nesse processo, o planejamento das receitas e 
dos gastos é muito importante, bem como das retiradas.
E para prejudicar ainda mais essas empresas, temos os fatores 
macroeconômicos. O governo toma suas medidas para ajustar a economia 
e como consequência afeta todas as empresas no mercado. Os pequenos 
empresários acabam sendo afetados de forma mais relevante, pois na 
maior parte das vezes, não estão preparados para enfrentar momentos 
de maior dificuldade, com vendas em queda, gastos elevados e alto 
endividamento e, nesses casos, a utilização do planejamento financeiro 
e orçamento empresarial é fundamental para previsões do futuro em 
diversos cenários macroeconômicos.
Revisão
• Finanças é a avaliação das decisões relacionadas ao 
capital.
• Administração financeira: área responsável pela gestão do 
capital nas empresas.
• Administrador financeiro: responsável pelo planejamento 
e controle financeiro, administração de ativos e passivos e 
gestão de risco.
• Decisões financeiras: investimentos, financiamentos e 
dividendos.
• Contabilidade: fornece informações sobre a empresa para 
gestão financeira por meio das demonstrações financeiras.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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• Demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial, 
Demonstração do Resultado, Demonstração do Fluxo de 
Caixa, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados.
A Contabilidade traz informações importantes para a gestão das 
empresas de um modo geral e, principalmente, para a gestão financeira. 
O administrador financeiro deve ter um conhecimento avançado das 
demonstrações financeiras e das informações que elas revelam da 
empresa. Os livros abaixo são essenciais para o entendimento da 
contabilidade e do seu poder informativo.
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque 
econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MARION. José Carlos. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Princípios Básicos 
de Matemática 
Financeira
Introdução 
A Matemática Financeira é a área do conhecimento que se preocupa 
em estudar o valor do dinheiro no tempo, comparando as entradas 
com as saídas de caixa em diversas operações financeiras. 
Pagar hoje ou no futuro, assim como, receber hoje ou no futuro não 
é mesma coisa, pois sobre o capital ocorre a incidência dos juros, 
modificando seu valor no futuro.
Assim, neste capítulo serão apresentados os regimes de 
capitalização simples e composta, as diferenças entre eles, sua 
forma de abordagem e sua utilização. Também serão tratadas as 
questões referentes à taxa de juros e o período de capitalização, 
além dos diferentes tipos de taxas. 
Por fim, será abordada a taxa de inflação, um dos principais fatores 
que afetam o poder aquisitivo das pessoas e empresas no Brasil, 
sendo relevante seu entendimento e seu impacto nas operações do 
mercado financeiro.
• Juros Simples 
• Juros 
Compostos
• Inflação
• Revisão
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Juros Simples
Juros simples se referem ao regime de capitalização dos juros 
que ocorre linearmente ao longo do tempo. Nesse regime, os juros 
incidem sobre o capital inicial, não ocorrendo a incidência de juros 
sobre juros.
Supondo uma aplicação financeira de $ 1.000,00, por um período de 6 
anos, com juros simples de 20% ao ano, os juros de cada período serão de 
$ 200,00, sendo 20% de $ 1.000,00 em cada ano, como mostra o quadro 1.
QUADRO 1 - Exemplo de Juros Simples
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2012).
Como mostra o quadro 1, os juros incidem sobre o valor do capital 
aplicado inicialmente, não incidindo sobre o saldo do capital a cada ano. 
Dessa forma, o total dos juros foi de $ 1.200,00, o que corresponde a 20% 
juros por 6 anos, que é igual a 120% de juros no período todo da aplicação, 
sendo esse o rendimento total da aplicação. Podem-se obter os juros pelo 
cálculo da aplicação de $ 1.000,00 vezes 1,200 que é igual a $ 1.200,00. É 
importante ficar atento, pois a taxa de juros é dada em percentual (%), mas 
sua utilização será sempre na forma unitária, ou seja, a taxa percentual 
dividida por 100 (20% / 100 = 1,200).
Os juros simples para capitalização das operações financeiras são 
pouco utilizados no mercado financeiro, o que se observa é que 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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as taxas podem ser determinadas pelos juros simples como, por 
exemplo, na caderneta de poupança, mas a capitalização dos juros 
é sempre por juros compostos, como veremos adiante.
Para avaliação de operações com juros simples, será necessário o 
conhecimento do valor presente ou present value (PV), valor futuro 
ou future value (FV), período da operação ou capitalização (n) e a 
taxa de juros ou interest (i). Essas notações são as mais utilizadas,principalmente, na calculadora financeira (HP12c) e serão as 
utilizadas nesse material. Nas operações, é necessário que a taxa de 
juros sempre coincida com o período de capitalização, sendo que, se 
a taxa de juros for mensal, o período de capitalização deve ser mensal, 
por exemplo, uma aplicação rende uma taxa de juros de 15% ao ano 
e os rendimentos são creditados ao ano, há coincidência da taxa e do 
período. Caso contrário, será necessário transformar, adequar a taxa 
ou o período. As operações podem ser representadas em termos de 
fluxo de caixa com estruturado na figura 1.
FIGURA 1 - Estrutura do Fluxo de Caixa na Matemática Financeira
Fonte: Elaborado pela autora.
As expressões utilizadas para calcular o valor presente, o valor 
futuro, o juro a taxa de juros e o período estão apresentadas abaixo.
 Valor Futuro
 Valor Presente
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Taxa de Juros
Período de Capitalização
Exemplo de cálculo do valor dos juros. Um capital de $ 50.000,00 é aplicado 
à taxa de juros de 2% ao mês, durante um semestre. Qual seria o valor dos 
juros no período? 
Exemplo do cálculo do valor futuro. Um empresário pegou um empréstimo 
de $ 30.000,00 para pagar em 5 meses. Os juros pagos foram de $ 4.500,00 
no final da operação à taxa de juros de 3% ao mês. Qual seria o valor futuro 
da operação?
Exemplo do cálculo do valor presente. Um aposentado fez uma aplicação 
por 8 meses, gerando um capital de $ 15.500,00. A taxa de juros da 
aplicação era de 1,5% ao mês. Qual foi o valor aplicado pelo aposentado?
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Exemplo do cálculo da taxa de juros. Um empréstimo de $ 10.000,00 
captado no banco gerou um valor a pagar, no final da operação, de $ 
15.900,00. Qual foi a taxa de juros?
Exemplo do cálculo do período de capitalização. No final de uma aplicação 
seu valor era de $ 7.800,00. O valor inicial aplicado foi de $ 6.300,00. A taxa 
de juros da aplicação foi de 1,8% ao mês. Qual foi o número de períodos de 
capitalização da operação?
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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Taxas Proporcional e Equivalente
Como discutido anteriormente, a taxa de juros deve coincidir 
com o período da capitalização (pagamento dos juros). Assim, 
se a taxa for ao ano, a capitalização dos juros deve ser anual. Em 
várias operações, o prazo da taxa de juros é diferente do período de 
capitalização, a operação informa a taxa anual da operação, mas o 
período e capitalização é mensal. Nesse caso, deve-se adequar o 
prazo da capitalização para o prazo da taxa ou a taxa para o prazo 
de capitalização.
Por exemplo, a caderneta de poupança remunera a uma taxa de 
juros de 6% ao ano, mas o pagamento dos juros é mensal, com 
taxa de juros de 0,5% ao mês, nesse caso, a taxa é ao ano, e a 
capitalização é mensal.
Nos juros simples, a taxa das operações é conhecida como 
“taxa proporcional” ou “linear”, e é muito utilizada nas operações 
financeiras de curto prazo, cálculo de juros de mora, desconto 
bancários, cálculo de encargos sobre saldo devedor de conta 
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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corrente, entre outras. 
A taxa nominal quando expressa em prazo diferente do prazo 
de capitalização deve ser adequada ao prazo, por exemplo, uma 
operação tem taxa nominal de 15% ao ano, e a capitalização é 
mensal, a taxa nominal mensal pode ser obtida como demonstrado 
abaixo. A taxa da caderneta de poupança é uma taxa nominal, com 
capitalização mensal, como foi visto.
A taxa equivalente se refere à taxa de juros que se aplicada 
ao mesmo capital, no mesmo período, gera valores futuros ou 
montantes iguais. Nos juros simples, taxa nominal e equivalentes 
são a mesma coisa. Por exemplo, um capital de $ 10.000,00 
aplicado à taxa de 12% ao ano ou 6% ao semestre, pelo prazo de um 
ano irá gerar o mesmo montante de capital.
Exemplo de taxa nominal. Calcular a taxa de juros semestral 
proporcional à 50% ao ano e 7% ao trimestre.
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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41
Juros Compostos
Juros compostos tratam do regime de capitalização dos juros, em 
que a taxa de juros incide sobre o capital mais os juros, após cada 
período de capitalização, sendo a capitalização exponencial, e não 
linear como nos juros simples. Esse regime de capitalização dos 
juros é amplamente utilizado no mercado financeiro.
Supondo uma aplicação financeira de $ 1.000,00, por um período 
de 6 anos, com juros compostos de 20% ao ano, os juros de cada 
período serão diferentes, pois irão incidir juros sobre o capital mais 
os juros a cada período, como mostra o quadro 2.
QUADRO 2 - Exemplo de Juros Compostos
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2012).
Nos juros compostos, são calculados os mesmos elementos dos 
juros simples, conforme demonstram as expressões abaixo.
Valor Futuro
Valor Presente
Taxa de Juros
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Período de Capitalização
Valor dos Juros
O termo (1 + i)n é chamado de “fator de capitalização” e o termo 
denominado “fator de atualização”, esses termos já calculados são 
encontrados em tabelas específicas de juros compostos.
Exemplo do cálculo do valor futuro e valor dos juros. Qual seria o valor 
de resgate de uma aplicação de $ 5.000,00, pelo prazo de 10 meses com 
rendimento de 2,5% ao mês? E qual o valor dos juros?
Exemplo de cálculo do valor presente. Uma pessoa deseja receber ao final 
de um ano $ 5.000,00. Quanto ela deveria depositar hoje se a taxa de juros 
composta for de 1,2% ao mês?
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Exemplo de cálculo da taxa de juros. Um empréstimo gerou um pagamento 
de $ 8.990,00 ao final de um quadrimestre. O valor emprestado foi de $ 
7.360,00. Qual foi a taxa de juros da operação?
Exemplo de cálculo do número de períodos. Uma aplicação $ 3.000,00 que 
rende 1,3% ao mês gerou um montante de $ 3.785,22. Qual é o número de 
períodos da aplicação?
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Séries de Pagamentos ou 
Recebimentos Uniformes
As séries de pagamentos ou recebimentos também são conhecidas 
como “fluxo de caixa” e ocorrem ao longo de um determinado 
período, quando é uniforme, tem o mesmo valor da prestação. No 
mercado financeiro, é comum o uso de séries de pagamentos em 
operações como empréstimos, financiamentos. Para calcular uma 
série de pagamentos ou recebimentos, será necessário o valor 
presente, valor futuro, período, taxa de juros e valor da prestação, 
como apresentado nas fórmulas abaixo.
FIGURA 3 - Fluxo de Caixa da Série de Uniforme
Fonte: Elaborado pela autora.
Exemplos de cálculo de série de pagamentos. 
1) Determinado a venda de um bem, em 7 pagamentos iguais e 
mensais de $ 4.000,00, com taxa de juros de 2,6% ao mês, qual seria 
o valor à vista?
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2) Uma pessoa irá poupar $ 800,00 a cada mês, por um período de 
7 meses, em uma aplicação que rende 2,1% de juros. Qual seria o 
montante da aplicação ao final do período?
3) Uma empresa irá necessitar de $ 22.000,00 para quitar uma 
dívida, em um ano, assim, ela planeja fazer uma aplicação com 
rendimento de 4,0% ao mês. Qual seria o valor depositado a cada 
mês para alcançar o montante desejado?
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Taxas Equivalentes
Nos juros compostos, a taxa equivalente tem o mesmo significado 
que nos juros simples, uma taxa de juros que iguala o montante de 
um mesmo capital, em igual período de tempo, entretanto, o cálculo 
da taxa é diferente, como mostra a expressão abaixo.
Onde: 
iq é a taxa de juros que se quer;
it é a taxa de juros da operação;
nqé o período que se que a taxa.
Pode ser utilizado a regra:
• se iq < it, elevar a 1/n;
• se iq > it, elevar a n.
Exemplo de taxa equivalente: calcular a taxa equivalente mensal e 
trimestral a 20% ao ano.
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Taxa Nominal e Taxa Efetiva
A taxa nominal se refere à taxa de juros quando seu prazo difere 
do prazo de capitalização da operação, sendo que a taxa é em 
uma unidade de tempo e a capitalização em outra, geralmente, 
são as taxas expressas em contrato das operações do mercado 
financeiro. Essas taxas trazem sempre a informação do período de 
capitalização para conversão em taxa efetiva.
A taxa efetiva é a taxa de juros apurada em determinado período, 
formada exponencialmente por n períodos, sendo que o prazo 
da taxa é igual ao prazo da capitalização. A taxa efetiva pode ser 
calculada da mesma forma que a taxa equivalente.
Supondo uma operação financeira com taxa nominal de 18% ao 
ano, capitalizados mensalmente, o prazo da taxa não coincide 
com o prazo da capitalização. Assim, deve-se obter a taxa efetiva 
da operação que está implícita e precisa ser calculada, como 
demonstrado abaixo.
Exemplos de Taxa Efetiva. 
1) Um capital aplicado, inicialmente no valor de $ 60.000,00, gerou 
um montante ao final de 3 anos de $ 80.000,00. Determinar a taxas 
de juros dos períodos a seguir:
A taxa efetiva pode 
ser calculada da 
mesma forma que a 
taxa equivalente.
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2) A caderneta de poupança paga uma taxa nominal de 6% ao 
ano, com capitalização mensal de 0,5% ao mês. Quanto rende a 
poupança, efetivamente?
Taxa Acumulada
A taxa acumulada é uma taxa de juros variável incidente sobre um 
capital em determinado período de tempo. Seu cálculo pode ser 
obtido pela expressão que segue.
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Exemplo de cálculo da taxa acumulada: suponha um resgate de um 
capital aplicado em renda variável de $50.000,00, por quatro meses 
consecutivos, no qual incidiram as seguintes taxas mensais. Qual 
seria a taxa de juros acumulada e o montante do resgate?
1˚ mês 2˚ mês 3˚ mês 4˚ mês
5,30% -2,40% 4,70% -3,80%
Taxa Média
A taxa média é a taxa efetiva média de certo número de taxas variáveis, 
em determinado período, sendo calculada pela fórmula a seguir.
Exemplo de cálculo da taxa média: qual seria a rentabilidade média 
mensal de um investimento com as taxas efetivas mensais?
1˚ mês 2˚ mês 3˚ mês 4˚ mês 5˚ mês
5,75% 8,50% -4,60% -1,40% 3,83%
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 Inflação 
Inflação é o processo de elevação geral dos preços dos produtos 
e serviços na economia. O Brasil tem um histórico de taxas de 
inflação relevantes ao longo do tempo, tornando importante seu 
cálculo nas operações que envolvem a matemática financeira.
A taxa de inflação é medida pelos índices de preços que são obtidos 
estatisticamente pela variação nos níveis de preços de um período 
para outro. No Brasil, são exemplos de índices de preços, IGP 
(Índice Geral de Preços), IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), 
IPCA (Índice Preço ao Consumidor Amplo), INPC (Índice Nacional de 
Preços ao Consumidor), entre outros. Esses índices são elaborados 
por instituições especializadas nas quais podem ser encontradas 
suas metodologias de cálculo. A taxa pode ser calculada como 
mostra a fórmula abaixo.
Onde:
I é a inflação obtida em determinado período;
P é o índice de preço no período;
n é o período final e n- t é o período inicial.
Inflação é o processo 
de elevação geral 
dos preços dos 
produtos e serviços 
na economia. 
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Exemplo de cálculo da taxa de inflação: supondo a inflação de um 
período medida pelo IGP, conforme mostra a tabela abaixo.
TABELA 1 – Inflação Mensal: IGP
Fonte: Elaborado pela autora.
Qual seria a inflação no 2º semestre?
Assim, os preços aumentaram 125,71% no segundo semestre.
Qual seria a inflação de outubro?
Assim, a inflação de setembro para outubro aumentou 13,86%.
Taxa Aparente e Taxa Real
A taxa aparente é taxa efetiva de uma aplicação no mercado 
financeiro em determinado período, adicionado de um indexador 
da inflação. A taxa real é a taxa aparente descontada a inflação de 
determinado período. Os cálculos das taxas aparentes e reais estão 
demonstrados abaixo.
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Exemplos de cálculo de taxa aparente e taxa real. 
1) Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 5,0% em um período 
e a inflação foi de 1,5%?
2) Um investidor aplicou $ 23.500,00 em renda variável, por quatro 
meses, sacando o capital no final do período. As taxas de juros 
incidentes e as taxas de inflação estão demonstradas abaixo.
1˚ mês 2˚ mês 3˚ mês 4˚ mêsTaxas
Juros
In�ação 
3,68% 4,79% -2,74% 2,94%
0,52% 0,28% -0,90% -0,11%
Assim, qual seria:
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Uma pessoa contratou um empréstimo de $ 5.500,00 para pagar em uma 
única vez após 12 meses. O contrato determinava que a taxa de juros fosse 
de 10% ao ano, capitalizada mensalmente. A alíquota do IOF da operação 
era de 0,0082% ao dia, e a tarifa de abertura de crédito (TAC) de 2,5% do 
capital emprestado. Assim, valor liberado, o valor pago e os juros mensais 
estão demonstrados abaixo, com IOF e TAC não financiados pelo banco e 
financiados pelo banco.
• Valor liberado, valor pago na operação, taxa mensal da operação 
com TAC e IOF não financiado pelo banco.
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Como o IOF e a TAC não foram financiados, o valor liberado teve desconto 
da TAC e IOF.
• Valor liberado, valor pago na operação, taxa mensal da operação 
com TAC e IOF financiado pelo banco.
Como a TAC e o IOF foram financiados, o valor liberado foi exatamente o 
solicitado. Pode-se observar que financiar a TAC e o IOF gera uma taxa de 
juros menor na operação.
Revisão
• Regimes de capitalização, simples e composto. 
• Capitalização simples, juros linear, somente sobre o capital 
inicial.
• Capitalização composta, juros sobre capital e juros de cada 
período, juros sobre juros.
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• Período da taxa diferente do período de capitalização, 
adequar a taxa ou o período.
• Série de pagamentos ou recebimento, parcelas das 
operações financeiras.
• Inflação é a taxa referente à variação dos preços na 
economia.
Nas operações de empréstimos e financiamentos, é muito comum 
nas empresas, que ocorra o desembolso do capital e dos juros. 
Esses pagamentos ou amortizações são calculados nos sistemas 
de amortização, mais conhecidos como “Sistema de Amortização 
Constante” (SAC) e “Sistema Francês de Amortização” (Price). 
Assim, fica como sugestão a leitura da bibliografia abaixo para 
aprender mais sobre esses sistemas de amortização.
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira: suas aplicações. 
12. ed. São Paulo, Atlas, 2012.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Matemática financeira: com 
Excel e HP12C. 5. ed. São Paulo, Atlas, 2014.
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Administração de 
Capital de Giro
Introdução
Uma das atribuições da administração financeira é a gestão de 
curto prazo que envolve o controle e adequação do capital de giro 
das empresas. Pensando em uma loja de calçados instalada em 
uma rua do comércio local, muito movimentada, imagine a seguinte 
situação:
• foram adquiridos os móveis, prateleiras e equipamentos 
necessários com o capital do proprietário, foram 
contratados também funcionários para trabalharem;
• os estoques de calçadosforam comprados a prazo com o 
fornecedor com pagamento em 30 dias;
• com a loja pronta, o negócio foi inaugurado, e as vendas 
foram um sucesso, boa parte dos calçados foram vendidos 
com prazos de recebimento dos clientes de 60 dias;
• como o estoque foi acabando, novos calçados tiveram que 
ser adquiridos dos fornecedores para evitar perda de vendas;
• assim, o negócio funcionava a todo o vapor, entretanto, a 
loja passou a ter a necessidade de pegar dinheiro no banco 
para pagar algumas contas, pois estava faltando dinheiro 
no caixa;
• logo, a empresa, mesmo tendo boas vendas, está com um 
endividamento bancário alto;
• o que aconteceu com a loja?
Qualquer negócio, em seu ciclo de operações, tem a necessidade de 
• Capital 
Circulante 
Líquido 
• Necessidade de 
Investimento em 
Capital de Giro 
• Ciclo 
Operacional e 
Financeiro 
• Administração 
do Ativo 
Circulante 
• Administração 
do Passivo 
Circulante 
• Revisão 
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aquisições de mercadorias, materiais para produção ou prospecção 
de serviços, bem como, de pagamentos diversos e também de venda 
e recebimentos, ou seja, movimentações relacionadas à atividade 
operacional da empresa que afetam significativamente a gestão 
do caixa, em função dos pagamentos e recebimentos gerados no 
negócio. Assim, essa rotina gera a necessidade de capital de giro 
que são recursos financeiros destinados à manutenção da atividade 
empresarial no dia a dia, principalmente, como forma de sustentar 
as saídas de caixa da empresa.
No caso da loja de calçados, o endividamento aconteceu porque 
seus gestores não fizeram a adequada mensuração do capital 
de giro, ao investirem todo o capital no imobilizado, não gerando 
sobras de dinheiro em caixa. No decorrer da atividade operacional, 
o maior prazo de recebimento gerou uma demora de entradas de 
capital no caixa, cerca de 60 dias, e mesmo as vendas à vista não 
geraram caixa suficiente para arcar com os gastos do negócio que 
são pagos, em média, a cada 30 dias. Dessa forma, os problemas 
financeiros eram decorrentes da falta de capital de giro de modo 
que foi necessário recorrer a empréstimos bancários para mantê-lo.
No decorrer desta unidade serão explicados os vários aspectos 
envolvidos na gestão do capital de giro de uma empresa.
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Capital Circulante 
Líquido
O capital circulante líquido ou capital de giro líquido está relacionado 
aos valores do ativo e passivo circulante da empresa. A empresa 
para financiar suas necessidades de capital para o funcionamento do 
negócio pode optar pela fonte de capital própria (patrimônio líquido) e 
não própria (exigibilidades de terceiros de curto e longo prazo). 
A utilização do capital de terceiros de curto prazo deve ser destinada 
para financiar ativos também de curto prazo, pois ambos estão 
se transformando continuamente na empresa. Esse capital está 
representado no passivo circulante.
Como a necessidade de financiamento do ativo circulante nem 
sempre é suprida pelo passivo circulante, gera-se a necessidade de 
financiamento com recursos também de longo prazo, dos terceiros 
e dos proprietários, sendo reconhecidos no passivo não circulante e 
no patrimônio líquido.
Para um equilíbrio financeiro do negócio, principalmente, em relação 
à geração de caixa pelas entradas de capital e desembolso de caixa 
pelas saídas de capital, os ativos circulantes também devem ser 
financiados com recursos de longo prazo, pois ocorrerá a geração 
de entradas mais rápidas em relação aos desembolsos, gerando 
uma situação financeira mais benéfica para a empresa.
Assim, pode-se esclarecer que o Capital Circulante Líquido (CCL) 
ou Capital de Giro Líquido (CGL) mensura o excedente em relação 
ao quanto de recursos de curto prazo, do passivo circulante, 
está financiando os ativos circulantes, de curto prazo, como 
demonstrado na fórmula abaixo.
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante
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De outra forma, o CCL pode ser entendido como o excedente de 
recursos de longo prazo, dos proprietários e dos terceiros, passivo 
não circulante e patrimônio líquido, em relação à aplicação nos 
ativos de longo prazo, ativo não circulante. Esse excedente sinaliza 
os recursos de longo prazo que foram destinados ao ativo circulante. 
A fórmula apresentada abaixo representa esse conceito.
Capital Circulante Líquido = (Patrimônio Líquido + Passivo Não 
Circulante) - (Ativo Não Circulante)
Para ilustrar situações, como a da empresa em questão, a figura 4 
apresenta o Balanço Patrimonial de empresas com CCL positivo, 
nulo e negativo (ASSAF NETO, 2012).
FIGURA 4 - Capital Circulante Líquido (CCL) Positivo
Fonte: Elaborado pela autora.
No caso do CCL positivo, a empresa apresenta folga financeira, 
os ativos circulantes estão maiores que os passivos circulantes, 
e a empresa terá condições de arcar com seus compromissos 
identificados com os passivos circulantes. Além disso, sinaliza que 
essa folga financeira está sendo financiada com recursos de longo 
prazo dos proprietários e de terceiros.
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FIGURA 5 - Capital Circulante Líquido Nulo
Fonte: Elaborado pela autora.
No caso do CCL nulo, a empresa é capaz de cumprir com seus 
compromissos financeiros, mas não apresenta excedente de 
capital, ou seja, não tem folga financeira e nem recursos de longo 
prazo financiando os ativos circulantes. Essa situação tem menor 
probabilidade de ocorrer nas empresas.
FIGURA 6 - Capital Circulante Líquido Negativo
Fonte: Elaborado pela autora.
O CCL negativo é a situação mais preocupante para as empresas, 
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pois não haverá recursos suficientes para pagamento dos passivos 
circulantes. Nessa situação, os recursos do passivo circulante 
estão sendo utilizados para financiar, além dos ativos circulantes, 
os ativos não circulantes (longo prazo). Essa situação é ruim do 
ponto de vista financeiro, pois ocorrerá um desembolso por esses 
ativos mais rapidamente do que a geração das entradas de caixa, 
levando ao desequilíbrio financeiro e, muitas vezes, à necessidade 
de captação de novos recursos.
Um fato importante para a gestão adequada do CCL é identificar os 
fatores que podem aumentar, diminuir ou mesmo não alterar o CCL. 
Nesse processo, as transações que afetam o CCL, seja aumentando 
ou diminuindo, são operações realizadas pela empresa com reflexo 
no balanço, em contas de curto prazo com longo prazo. Já as 
operações realizadas com reflexo em contas de curto prazo com 
curto prazo não modificarão o CCL.
Nesse contexto, podem ser assim apresentadas as transações que 
aumentam o CCL:
• venda de elementos do ativo não circulante à vista ou 
em curto prazo: ao vender o ativo, haverá uma baixa no 
ativo não circulante (longo prazo) e o recebimento à vista 
aumentará o caixa, ou se for parcelado em curto prazo, 
gerará créditos a receber (curto prazo), caso as parcelas 
fossem em longo prazo, não haveria alteração no CCL;
• empréstimos contraídos em longo prazo: essa operação gera 
dívida em longo prazo, no passivo não circulante, e o dinheiro 
obtido vai para o ativo circulante, no caixa (curto prazo);
• integralização de capital: os proprietários ao investirem 
na empresa, aumentam o capital social, no patrimônio 
líquido (longo prazo), e o dinheiro vai ser aplicado no ativo 
circulante, caixa (curto prazo);
• recebimento de crédito de longo prazo: quando a empresa 
recebe valores em longo prazo, no ativo circulante, o

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