Buscar

Bases para o estabelecimento do manejo de pastagens de Brachiaria.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�
BASES PARA O ESTABELECIMENTO DO MANEJO DE PASTAGENS DE BRAQUIÁRIA
__________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
As braquiárias constituem porção significativa da área ocupada com pastagens cultivadas. Atualmente cerca de 50% das áreas de pastagens cultivadas são braquiárias.
A adoção das braquiárias pelos pecuaristas deve-se em parte às seguintes características das plantas: tolerância a solos de baixa / média fertilidade, como é o caso de B. humidicola, B. decumbens e B. dyctioneura (BULLER, 1972), tolerância aos manejos inadequados estressantes, recuperação da planta através de sementes (REZENDE, 1988), capacidade de servir em pastejos diferentes (MOURA, 1980), elevada produtividade de sementes de bom valor cultural (CASTRO, 1922), baixa suceptibilidade ao ataque de formigas e cupins, resistência ao uso do fogo (GHIJI, 1986), etc.
Apesar desses atributos favoráveis, o pecuarista apresenta-se insatisfeito com o desenvolvimento da produção animal em pastagens de braquiárias. Assim determinou ganhos de peso ao redor de 550 kg/ha/ano ou .40 kg/cab/dia em animais pastejando B. decumbens . Nas mesmas condições pastagens de pangola proporcionaram ganhos semelhantes, sob diferentes lotações (3,0; 3,75 e 5,0 novilhas/há). Além desse aspecto, informações sobre a baixa recuperação de pastagens de B. brizontha yar. Macandu em solos de baixa fertilidade soam como alerta à expansão sem critérios dessa planta forrageira para cultivo em pastos. Também deve servir de laerta a informação de que B.brizontha var. Marandu tem sofrido interferência de fatores bióticos, provavelmente do solo, que provocam a morte de touceiras no Acre .
O presente trabalho tem como objetivo discutir aspectos relacionados à ecologia e fisiologia de plantas forrageiras, que servirão de subsídios para indicar parâmetros de manejo e utilização de pastagens.
Conceitos de fisiologia e ecologia de pastagens
A degradação de pastagens pode ser minimizada ou até evitada e a produtividade animal aumentada significativamente se os sistemas de pastejo possibilitarem rebrotas vigorosas após o uso da pastagem. Através da rebrota vigorosa pós-pastejo, reduz-se a oportunidade de infestação de plantas invasoras, diminui-se a incidência de erosões, provoca-se menor dependência entre a rebrota e a reserva de carboidratos, possibilita-se o uso mais freqüente das pastagens, etc.
Desse modo, sistemas de pastejo procuraram definir o uso da planta forrageira a fim de proporcionar condições para a rebrota vigorosa. Trabalhos de BROUGHAM, na década de 60 (1956 e 1957), determinaram a existência da interrelação entre índice de área foliar, intercepção de luz e crescimento da pastagem (ANSLOW, 1965; & et. al., 1988). Sistemas de manejo de pastagens foram planejados com base nos resultados dessas pesquisas, em que se procurava a manutenção de níveis de intercepção de luz ao redor de 95 a 100% (KORTE & HARRIS, 1987), para maximizar a produção de forragem e animal.
O conceito abordado por Brougham em que a pastagem deveria atingir cerca de 95 a 100% da intercepção de luz para produções máximas reforçaram a idéia do uso da curva sigmóide de crescimento para definir a época de utilização das pastagens. Neste caso, as pastagens seriam utilizadas quando a curva atingisse o ponto de inflexão entre o crescimento linear, que precede a fase de crescimento lento, e o de acúmulos decrescentes de produção da planta.
Além deste fato, o uso da curva sigmóide de crescimento fazia sentido para explicar a relação entre níveis de reserva e vigor da rebrota. Explicava-se que o nível de reservas seria mais elevado quando a planta atingisse acúmulos decrescentes de produção, ou seja, quando passasse do ponto de inflexão mencionado.
Após a desfoliação, meyabólitos e / ou fotossimilados para produção de novos perfilhos, de folhas e de ra´zes provêm da fotossíntese ou de reservas acumuladas nas raízes e pontos de crescimento durante o intervalo entre cortes (BROUGHAM, 1957). As reservas são de grande importância quando a área foliar residual é pequena, ou onde a área foliar residual tem eficiência fotossintética baixa (BROUGHAM, 1957; KORTE & HARRIS,1987). Desfoliações freqüentes e intensas podem reduzir a oportunidade de reestabelecimento dos níveis de reserva, provocando crescimento mais lento das pastagens. A importância das reservas varia, consideravelmente, com espécies e ambiente. As reservas são mais importantes onde extremos climáticos de seca ou de baixas temperaturas reduzem seriamente o crescimento por períodos prolongados (HARRIS, 1978).
Entretanto, devido às dificuldades de se avaliar, a campo, os níveis de reserva de carboidratos, os sistemas de utilização de pastagens passaram a ser definidos pelo índice de área foliar remanescente e pela velocidade de reposição de folhas.
Trabalhos de Humphreys e Robson, citados por CORSI & NASCIMENTO ( 1986), indicaram, para o gênero Panicum (Tabela 1), que o índice de área foliar remanescente era mais importante do que a reserva de carboidratos para definir a velocidade de rebrota da planta. Entretanto, a velocidade de rebrota, baseada no índice de área foliar remanescente, depende da época do ano, da eficiência fotossintética e estádio de crescimento da planta. Por outro lado, o efeito desses fatores nem sempre é muito bem definido devido à intereção entre o índice de área foliar remanescente e a preservação do meristema apical. Freqüentemente, índices de área foliar remanescentes altos estão relacionados a baixos níveis de eliminação do meristema apical. Desse modo, o vigor da rebrota é produto de interação entre a área foliar remanescente e o número de pontos de crescimento não eliminados. A recuperação da área foliar a partir do meristema apical é muito rápida, como determinou GOMIDE (1979) (Tabelas 2 e 3), além de que a eficiência fotossintética das folhas novas é elevada (LEAFE & PARSONS, 1981; DEINUM et. al., 1981).
Tabela 1. Efeito do nível de carboidratos de reserva e da área foliar na rebrota plantas de Panicum, após 20 dias.
	Taxa de rebrota (g/vaso/dia)
Nível inicial ou carboidratos (g/vaso)
IAP
inicial 0,6 1,1 1,5 Média
	0,0 1,21 1,02 1,55 1,30
0,3 1,95 1,77 2,15 1,96
0,8 2,72 1,87 2,89 2,49
	X 1,96 1,55 2,23
Fonte: Humphreys e Robson, citados pó CORSI & NASCIMENTO, 1986.
Tabela 2. Variação da porcentagem de eliminação dos meristemas apicais e do vigor da rebrota da capim colonião com a idade da planta e sucessão de cortes.
	Crescimento
Idade I II III IV 
 28 42 28 42 28 42 28 42
	% de eliminação de meristemas apicais
21 0 2 1 10 11 14 4 58
35 2 39 36 17 17 12 15 F
49 38 61 76 32 31 89 64 F
63 72 80 97 50 68 100 96 F
Vigor da rebrota (kg/há/21 dias)
21 1322(d) 1332(c) 952(b) 1444(b) 904(b) 1108(c) 766(a) 991(b)
35 1176(c) 905 (b) 336(a) 1022(b) 781(b) 1128(c) 737(a) 224(a)
49 463(b) 248(a) 301(a) 672(a) 584(a) 429(b) 619(a) 152(a)
63 158(a) 329(a)210(a) 464(a) 502(a) 124(a) 384(a) 126(a)
F- Florescimento; (a); (b) – Comparação dentro da coluna.
Fonte: Adaptado de GOMIDE et. al. (1979).
Tabela 3. Variação do teor de carboidratos não estruturais da base do capim colonião, com idade da planta, sucessão e intervalos entre crescimento.
	Idade Crescimentos Intervalos
(dias) II IV 28 42 dias
	Carboidratos não estruturais (% MS)
0 6,8 aA 6,6 aA 7,0 aB 6,4 aA
21 7,7 aA 7,9 bA 8,4 bB 7,2 aA
35 6,9 aA 9,2 cB 7,5 abA 8,6 bB
49 6,7 aA 9,0 bcB 6,9 aA 8,8 bB
63 6,8 aA 9,0 bcB 6,6 aA 9,3 bB
a,b,c - para comparação dentro de colunas
A,B – para comparar efeitos médios dos 2 crescimentos ou dos 2 intervalos (fileira) (P<0,5)
Fonte: Adaptado de GOMIDE et. al. (1979).
Os sistemas de utilização de plantas sob pastejo no Brasil são, atualmente, baseados no conceito de que a rebrota vigorosa pode ser obtida pela preservação do meristema apical associada a índice de área foliar remanescente. Este fato explicaria o grande número de trabalhos relacionando freqüência e altura de corte para definição da utilização de plantas forrageiras. Entretanto, o que interessa no manejo das pastagens é a associação entre a rebrota vigorosa, a produção e a utilização de matéria seca (FRAME, 1992).
Resultados de experimentos com cortes objetivando obtenção de informações sobre freqüência e intensidade de pastejo em rotação de pastagens, em regiões temperadas e tropicais, mostram que cortes não freqüentes e altos promovem produções mais elevadas de matéria seca do que cortes freqüentes e baixos (McMEEKAN, 1960; ANSLOW, 1967; AGYARE & WATKIN, 1967), exceto para plantas de hábito prostrado como as estoloníferas e rizomatosas. Esses resultados têm, contudo, raramente sido traduzidos em aumento de produção animal quando em pastejo. A associação negativa, freqüentemente observada entre produção de matéria seca, qualidade de forragem e seu grau de utilização, são responsáveis pela falta de correspondência entre produção de matéria seca e produção animal. Esse fato pode se conseqüência dos seguintes fatores ou suas associações: perda de valor nutritivo com a maturidade, mudança da condição morfológica da planta (relação haste: folha), alterações na composição botânica da pastagem (TAINTON, 1974).
Regimes de desfoliações mais freqüentes e intensas (altura baixa de corte), por corte ou pastejo, geralmente reduzem o crescimento da pastagem mas nem sempre reduzem a quantidade de forragem colhida. Decréscimos em crescimento com desfoliações mais freqüentes e intensas podem ser total ou parcialmente compensados por utilização melhorada, e portanto por perdas reduzidas de forragem não colhida (Figura 1).
No sistema de pastejo baseado no índice de área foliar remanescente e preservação do meristema apical, normalmente a altura de pastejo é mais elevada e, conseqüentemente, os níveis de perdas são altos. Práticas agronômicas podem afetar tanto o processo de formação de novos tecidos (folhas, perfilhos, raízes) como o de morte, senescência e decomposição. Assim sendo essas práticas agronômicas deveriam ser manipuladas de forma a permitir rápido restabelecimento da área foliar, associado à redução de perdas por senescência. Esse tipo de situação coloca a planta em condições de elevada exigência de fertilidade, uma vez que estará sendo desfolhada intensamente.
Figura 1. Adapatada de HODGSON,1990.
Na figura 1, pode-se observar que o conceito de utilização intensiva de forragem não é antagônico ou concorrente com aquele baseado na velocidade de reposição de folhas (reserva de carboidratos, índice de área foliar remanescente e preservação do meristema apical) e sim complementar. Torna-se evidente, na Figura 1, que o manejo racional de pastagens continua exigindo tomadas de decisão ao redor do ponto de inflexão da curva signóide de crescimento. Este conceito de manejo agrega o conhecimento de perdas de forragem, ou melhor, o de acumulação líquida de forragem. Através desse conhecimento explica-se porque a mesma produção animal pode ser obtida a partir de diferentes produções da planta forrageira desde que a produção líquida de forragem seja semelhante. Este fato ocorre freqüentemente quando sistemas de manejo aparentemente diferentes trabalham na fase de “plateau” da curva sigmóide de crescimento.
Na prática este conceito atual de manejo corresponderia à máxima colheita de material verde ou ao máximo de perdas por senescência. Este ponto de colheita é obtido pela determinação da longevidade das folhas, ou seja, a planta é colhida quando existe equilíbrio entre a taxa de aparecimento e morte de folhas.
Bases para e estabelecimento de manejo de pastagens das Brachiarias decumbens, hunidicola e braquiarão 
Os resultados que são apresentados para orientar a tomada de decisões e inferir sobre o manejo intensivo das plantas forrageiras acima foram obtidos junto ao Departamento de Zootecnia da Esalq através de medições a cada 2 ou 3 dias sobre taxa de aparecimento (dias/folha), expansão de folhas (em/dia), tempo de elongação (dias), longevidade de folhas (dias) e comprimento e largura da porção mediana da folha (cm).
O tamanho foi conduzido em área destinada a canteiros agrostológicos em terra roxa estruturada. A Tabela 4 mostra o nível de fertilidade do solo antes do início do experimento.
Dentre os canteiros de plantas forrageiras existentes na área, foram escolhidos os de B. decumbens, B. humidicola e B. brizantha cv. Maranda. Cada canteiro possuía a área de 6,25 m2, a qual foi subdividida em quatro parcelas (repetições). A fase experimental de coleta de dados constitui-se de 2 períodos de 54 dias. O primeiro período foi de 26/10/93 a 19/12/93 e o segundo período de 31/01/94 a 26/03/94.
Tabela 4. Resultado da análise química do solo (0.20 cm).
	PH M.O P K Ca Mg B+AL SB T V
CaCL2 % ag/cm3 %
 mcq/100cm3 
	5,5 2,9 41 0,59 6,4 2,0 2,8 9,0 11,8 76
 
A área experimental encontra-se em crescimento contínuo (livre) por cerca de 1 ano. Em 10/09/93 foi efetuado o corte de igualação e aplicados 100Kg N, 100Kg P2O5 e 100Kg K2O/há. No dia 20/10/93 foi realizado novo corte, procedendo o 1º período experimental, à altura residual de Sem, e aplicados 50Kg N, 20kg P2O5 e 50Kg K2). O mesmo procedimento foi repetido antes do período 2 (17/01/94).
Dentro de cada parcela foram identificados 9 e 8 perfilhos, respectivamente, durante os períodos 1 e 2. Cada perfilho foi marcado com o auxílio de fio de telefone de diferentes cores, conforme descrito por DAVIES (1981). Dessa maneira obteve-se uma delineamento completamente casualizado, com 3 espécies de plantas forrageiras e 4 repetições.
Sobre as folhas de cada perfilho foram efetuadas as medições já referidas na freqüência de 2 a 3 dias, de acordo com SILCOCK (1978).
Mediações adicionais sobre a atividade de rebrota ao final do período 1 foram realizadas através da identificação, ao acaso, de 100 oerfilhos (25 em cada parcela), logo após o corte da forragem à altura residual de 5 cm. Avaliação do número de perfilhos que se recuperaram após o corte foi realizada aos 10 e 16 dias.
A análiseestatística dos dados foi realizada com o auxílio da opção de medidas repetidas do PROC GLM do pacote estatístico SAS. O número de graus de liberdade do resíduo foi igual a 8 e as médias calculads para cada parcela (n=12).
Dados climáticos foram coletados no Posto Meteorológico do Departamento de Física e Meteorologia, situado a cerca de 300 metros do local do ensaio. Esses dados são apresentados nas Tabelas 5 e 6.
Tabela5. Precipitação e evapotranspiração em mm, em dez dias, durante os períodos experimentais.
	Período (I) Precipitação Evapotranspiração
	31/10 14,90 69,21
10/11 41,90 135,07
20/11 47,10 206,64
30/11 106,50 339,28
10/12 157,90 339,28
20/12 192,40 390,21
Período (II)
26/01 26,90 54,81
06/02 78,50 110,17
16/02 164,70 169,94
26/02 218,00 236,33
08/03 267,60 285,97
18/03 314,90 338,83
28/03 380,98 418,60
Tabela 6. Temperaturas média, máxima e mínima dos períodos em que transcorreu a fase experimental (em ºC).
	Período (I) T. máxima T. mínima T. média
 (ºC) 
	20/10-31/10 30,34 18,26 24,30
31/10-10/11 30,90 17,81 24,35
10/11-20/11 33,33 18,93 26,13
 20/11-30/11 32,40 18,11 25,25
 30/11-10/12 33,00 20,84 26,93
 10/12-20/12 30,10 17,46 24,87
Período (II)
16/01-26/01 31,56 20,72 26,14
26/01-16/02 32,37 20,43 26,40
16/02-26/02 32,50 19,73 26,11
26/02-08/03 33,51 20,25 26,88
08/03-18/03 28,58 18,82 23,75
18/03-28/03 31,02 18,07 24,65
HAY & WALKER (1989) indicaram que a taxa de expansão de folhas é responsável por 80% do crescimento em comprimento, 95% do peso e 99% da área foliar. Desse modo, fica caracterizado que espécies forrageiras que apresentem taxas de elongação mais elevadas dependem, por menor período de tempo, de reserva de carboidratos durante a rebrota, determinam maior controle sobre o estabelecimento de plantas invasoras e necessitam de maiores cuidados sobre a freqüência de pastejo no início da rebrota pode levar as plantas que apresentam maior taxa de expansão foliar à degradação por exaustão de reservas e/ou de tecido fotossintetizado.
Observe-se na Tabela 7 que o brachiarão tem cerca de 40% e 2,7 vezes maior taxa de elongação de folhas do que decumbens e humidicola, respectivamente. Este fato pode justificar menores densidades de plantas por unidade de área com brachiarão do que com humidicola e decumbens sera prejuízo na perenidade das pastagens desde que água, fertilidade e temperatura não sejam limitantes.
Tabela 7. Taxa de elongação, tempo de elongação, taxa de aparecimento, área e número médio de folhas e elongação por perfilhos, em 2 períodos, em Brachiaria brizantha var.Maranda, Brachiaria decumbens, Brachiaria humidícola.
	 Taxa de Tempo de Taxa de Nº de
 elongação elongação de apar. Área de folhas
 em/dias dias dias/folha cm2 em elong.
Espécie/
período 
 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
 
	B.brizantha 1,23 a 1,19a 14,94 a 13,13 a 6,70 a 5,27 a 36,13 a 32,01 a 1,79 1,73
Var. marandu
B.decumbens 0,83b 0,9lb 15,8la 11,9la 6,85 a 5,5ta 17,54 a 14,73b 1,78 1,64
B.homidicola 0,38c 0,51lc 11,09b 10,67b 6,25 a 3,97b 4,00c 5,08c 1,50 1,76
 
-Letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente ao nível de 5%
HSIAO (1973); LUDLOW & NG (1977); HUMPHREYS (1981), descreveram que a expansão foliar é um dos processos fisiológicos mais sensíveis ao déficit hídrico. Estes autores indicaram que a planta cessa a elongação de folhas e raízes muito antes dos processos de fotossíntese e divisão de células serem afetados. Por essa razão as plantas, quando não cessam a fotossíntese e a divisão de células sob déficit hídrico, dispõem de mecanismo de crescimento compensatório quando ocorre a retomada de condições hídricas favoráveis no solo. Devido à possibilidade de crescimento compensatório, a taxa de elongação de folhas não é freqüentemente limitada pelo déficit hídrico.
Por outro lado, a taxa de elongação de folhas é afetada pelo nível de nutriente no solo, principalmente o de nitrogênio, como indicam os trabalhos de PEARSE & WILMAN (1934). Esses autores, trabalhando com azevém, determinaram que a taxa de aparecimento de folhas por perfilho passou de 0,52 para 0,72 folhas/perfilho/semana quando os níveis de nitrogênio foram aumentados de 0 para 132Kg N/há, respectivamente. A taxa de elongação de folha (mm/perfilho/dia) aumentou de 4,2 para 12,1 nos níveis de 0 e 132 kg N/há respectivamente. O nível de fertilidade pode ser corrigido com adubações e, neste caso, não se constituiria em limitação para a expressão dessa característica favorável do braquiarão em relação a decumbens e humidicola.
Restringindo-se a atuação de déficit hídrico e da fertilidade do solo como fatores que afetam a elongação de folhas, resta ainda a temperatura como o principal componente limitante ao potencial de formação de área da planta forrageira. Este componente, não sendo controlado, deve orientar as tomadas de decisão quanto a época de adubações e outras práticas de manejo.
A dominância do braquiarão sobre invasoras e outras espécies de braquiárias pode ser também justificada pela maior taxa de expansão foliar quando as condições edafoclimáticas são favoráveis.
ALMEIDA (1993) indicou efeitos alelopáticos, e não de manejo, como responsáveis por essa dominância.
Como sugerido anteriormente, plantas forrageiras com taxa de expansão foliar mais elevada requerem maiores cuidados no manejo inicial de rebrota quando a fertilidade do solo é elevada. Assim, em pastagens recém-formadas, devido as adubações para a planta demonstrar o potencial genético para expansão de folhas. Neste caso, sob manejo inadequado, inicia-se o processo de degradação e dominância de plantas invasoras. Silva (1993) observou, em caso de capim elefante, dominância acentuada da B. decumbens,avaliada pelo aumento da participação dessa planta na dieta dos animais (Tabela 8). Observações efetuadas por CARVALHO & DAMASCENO (1993), em capim elefante na região de Botucatu, revelaram que, para perfilhos laterais e basais em cortes efetuados a 50cm de altura, a taxa de expansão foliar elefante foi de aproximadamente 4,5cm e de 6,3cm respectivamente entre a 1ª e a 2ª semana de rebrota. Neste caso, sob manejo inadequado, a pressão de pastejo é acentuada sobre a planta de capim elefante ou outra que apresente taxa de expansão elevada em relação às espécies acompanhantes, determinando a degradação da espécie de maior potencial de rebrota em termos de crescimento de folhas.
Até o momento a análise foi feita em relação à folha isolada, levando às conclusões e inferências já apontadas. Entretanto, a área foliar da comunidadde da pastagem é função não só da taxa de elongação de folhas, mas também da sua interação com número de perfilhos e área por folha.
Tabela 8. Proporção de braquiária e quantidade de matéria verde seca em pasto rotacionado de capim elefante (Pennisclum purpurcum) em 3 anos consecutivos sob 3 pressões de pastejo (alta, média e baixa).
	Pressão de pastejo
Ano Baixa Média Alta
 Kg Ms/há % Kg Ms/há % Kg Ms/há %
	1990 52 0,97 118 3,25 48,67 1,46
1º ano 
1991 197 3,65 607 16,83 752,50 19,88
2ºano
1992 595 8,91 1138 33,03 956 26,25
3º ano
Fonte: Adaptado de Silva (1993).
As plantas forrageiras diferem quanto a esse atributo. Quanto ao aparecimento de folhas, verificou-se que demorou cerca de 6,5 dias para se formar um a folha durante o período de out/dez, não havendo diferenças entre as braquiárias estudadas. No período de jan/mar. O tempo para formar uma folha foi de aproximadamente 5,4 dias para braquiarão e decumbens e de 4 dias para humidícola. A diferença entre períodos e espécie, quanto a taxa de aparecimento, pode ser conseqüência de fatores climáticos e fisiológicos. Assim, no período de já/mar. As condições de precipitação pluvial foram mais favoráveis, e se a planta estiver precedendo a fase reprodutiva, a taxa de aparecimento de folhas tende a ser mais elevada (VINE, 1983).
Maiores taxas de aparecimento de folhas associadas a elevadas taxas de elongação proporcionam condições para formação rápida de área foliar durante a rebrota. Entretanto baixas taxas de elongação podem ser parcial ou totalmente compensadas por densidades elevadas de perfilhos e área final das folhas (Tabela 5). O braquiarão tem taxa de elongação e área final das folhas 2,7 e 7 vezes respectivamente maiores do que as de humidícola. Desse modo a humidícola, para compensar essas diferenças, deve apresentar maior número de folhas por área, conseqüência de densidade de perfilhamento.
A maior densidade de perfilhos, correspondem menor peso por perfilho a menor taxa de elongação de folhas, como pode ser diferido no trabalho de HODGSON (1990). Assim, o braquiarão, com taxa elevada de elongação, teria perfilhos menos densos e mais pesados do que a humidícola. A humidícula, com elevada densidade de perfilhos, taxa de aparecimento de folhas maiores e menores tempos para elongação da folha, tem condições de suportar pastejos mais freqüentes e baixos do que o braquiarão e decumbens. Além desse fato, o número de folhas em elongamento é mesmo entre as espécies estudadas, cerca de 1,6 folha/perfilho, o que demonstra que, na mesma área, a humidícola tem maior número de folhas em elongação, proporcionando recuperação da área foliar mais rapidamente após a rebrota.
Outra inferência que pode ser feita a partir dos resultados, analisando-se o aparecimento e morte de folhas nos perfilhos, seria sobre o tempo necessário para permitir o equilíbrio entre morte e senescência de folhas. O período de tempo necessário para atingir esse esquilíbrio é que define o intervalo ótimo ente pastejos do ponto de vista da planta.
O número médio de folhas por perfilho no ponto de equilíbrio entre aparecimento e senescência foi de 5 a 7 folhas nas três espécies de braquiária estudadas. Esse número, multiplicado pela taxa de aparecimento, define o tempo necessário para que a planta recupere o número médio de folhas, ou seja, indica o período de descanso ou freqüência entre pastejos.
No caso das braquiárias,esses valores, no período de outubro a março, esteve entre 30 e 35 dias.
Esse período de descanso muito provavelmente deve variar com local, ano e época do ano, e depender dos componentes de crescimento (elongação, aparecimento de folhas), que sofrem a interação de fatores edafoclimáticos.
A sobrevivência de perfilhos após a primeira semana do corte de janeiro foi de 67, 54 e 33% para a humidicola, braquiarão e Brachiaria, decumbens, respectivamente, sendo que a 2ª semana essa recuperação foi de 3,4 e 1% respectivamente. Desse modo fica caracterizada a importância do perfilhamento na primeira semana após o corte, como ocorreu em capim do gênero Panicum (CORSI, 1984). Outro aspecto é caracterizado pelo maior número de perfilhos a partir do meristema apical que teria taxas de recuperação mais lenta ou mais sensível ao pastejo baixo.
CONCLUSÃO
A definição quanto a freqüência e altura de pastejo nas espécies forrageiras pode ser obtida através de estudo relativos a taxa de elongação, aparecimento, senescência de folhas e ontogenia de perfilhos.
Os resultados obtidos neste trabalho, que abrangeram o período de outubro a março de 1994, indicam que a freqüência de pastejos nas plantas forrageiras braquiarão, decumbens e humidícola estão próximos de 30 a 35 dias. Espera-se que pesquisas mais prolongadas definam com maior rigor e precisão esses períodos ou freqüência entre pastejos.
BOVINOCULTUR DE CORTE - � PAGE �9�

Outros materiais