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Organizando a Pesquisa
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia2
Organizando a Pesquisa
1. Introdução
No primeiro momento, a história da ciência pode parecer como uma descrição 
resultante do desenvolvimento dos conhecimentos científicos, anteriores e atuais. 
De tal modo que, o último conhecimento aparece como o mais evoluído e 
conseqüentemente, o mais perfeito.Isso nos faz pensar a história da ciência como uma 
história que se caracteriza por uma continuidade e evolução, o que não é verdade; a 
história da ciência não segue uma linha linear, acumulativa, mas dá-se por meio de 
cortes que muitas vezes rompem com os conhecimentos anteriores, principalmente os 
conhecimentos do senso comum.
Um conhecimento obtido permanece até ser contestado por outras interpretações 
dos fatos. Reforça-se, pelo contrário, se os saberes obtidos, por novas manipulações, 
o confirmam. A busca da compreensão e de explicações universais cada vez mais 
abrangentes a respeito da realidade, conduzida por um processo de investigação 
científica, pode levar à formulação de leis e teorias.
Com a presente unidade, iniciamos a segunda etapa da pesquisa: sua organização. 
Vamos analisar a natureza das leis e teorias, como surgem, quais seus objetivos, suas 
características e funções na ciência e qual o papel das hipóteses e variáveis em sua 
construção.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia3
Vamos tratar também das estratégias da pesquisa, ou seja, como a investigação será 
conduzida, seu nível de aprofundamento e abordagem. 
No projeto de pesquisa, as estratégias são definidas quando se descreve a metodologia.
Assim, vamos abordar os seguintes tópicos:
• As hipóteses e variáveis
• As estratégias de pesquisa.
Esperamos, ao final da unidade, que você seja capaz de 
• identificar as características de uma lei, de uma teoria e de uma hipótese e de 
como elas estão relacionadas.
• elaborar as hipóteses para uma pesquisa;
• definir as estratégias para uma pesquisa.
2. As hipóteses e variáveis
Leis e Teorias
De modo simples, pode dizer-se que as leis são hipóteses gerais que foram testadas e 
receberam apoio experimental e que pretendem descrever as relações ou regularidades 
encontradas em certos grupos de fenômenos. 
Por exemplo, as Leis de Kepler, referentes às trajetórias dos planetas em torno do sol, 
indicam que estas se apresentam em forma de elipse, pois os planetas estão sujeitos à 
atração gravitacional do sol. As leis surgem da necessidade que se tem de encontrar 
explicações para fenômenos ou fatos da realidade. 
Dica
De uma forma geral, além do 
seu uso específico como termo de 
filosofia, Fenômeno é a definição 
de qualquer evento observável. 
Existem fenômenos em praticamente 
qualquer campo de pesquisa. Por 
exemplo, a agressividade, resistência, 
analfabetismo, violência...
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia4
Os fatos ou fenômenos são apreendidos por meio de suas manifestações, e o seu 
estudo visa conduzir à descoberta de aspectos invariáveis, comuns aos diferentes 
fenômenos, por meio da classificação e da generalização.
As leis têm duas funções específicas:
• Resumir grande quantidade de fatos.
• Permitir e prever novos fatos, pois se fenômeno ou fato se enquadrar em uma lei, ele 
se comportará conforme o estabelecido por ela.
Uma lei científica que descreve uma regularidade de coexistência, isto é, um padrão 
de coisas, geralmente é formulada da seguinte forma: sempre que tiver a propriedade 
x, então terá a propriedade y. Por exemplo, a água ferve, quando aquecida a 100º, em 
recipientes abertos, no nível do mar.
Uma lei que descreve uma regularidade de sucessão, ou seja, um padrão nos eventos, 
afirma que sempre que uma coisa, tendo x, se encontra em determinada relação com 
outra coisa de certa espécie, esta última tem y. Por exemplo, sempre que uma pedra é 
jogada na água, produzirá na superfície da mesma uma série de ondas concêntricas que se 
expandem de igual forma do centro à periferia.
A partir de certo estágio, no desenvolvimento de uma ciência, as leis deixam de estar 
isoladas e passam a fazer parte de teorias. 
Uma teoria é formada por uma reunião de leis, hipóteses, conceitos e definições 
interligadas e coerentes. As teorias têm um caráter explicativo ainda mais geral que 
as leis. Por exemplo, a Teoria da Evolução, explica a adaptação individual, a formação de 
novas espécies, a seqüência de fósseis, a semelhança entre espécies aparentadas e vale 
para todos os seres vivos do planeta.
Dicas
FATO:
Refere-se à realidade, ocorrência, 
acontecimento. Por exemplo, minha 
idade é um fato; também é um fato o 
grau de escolaridade.
LEI DE MURPHY
Você já deve ter ouvido falar da Lei 
de Murphy que: Se há duas ou mais 
formas de fazer alguma coisa e uma 
das formas resultar em catástrofe, 
então alguém a fará.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia5
Portanto, uma teoria é um meio para interpretar, criticar e unificar leis estabelecidas, 
modificando-as para se adequarem a dados não previstos quando de sua formulação e 
para orientar em a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas.
As teorias caracterizam-se pela possibilidade de estruturar as uniformidades e 
regularidades, explicadas e confirmadas pelas leis, em um sistema cada vez mais amplo 
e coerente, relacionando-as, concentrando-as e sistematizando-as, com a vantagem de 
corrigi-las e de aperfeiçoá-las. 
Por outro lado, à medida que as teorias se ampliam, passam a explicar, no universo 
dos fenômenos, cada vez mais uniformidades e regularidades, mostrando a 
interdependência existente entre elas. Por exemplo, a Teoria da Gravitação Universal de 
Newton é muito mais ampla e abrangente do que as leis de Kepler, pois estas, 
referindo-se especificamente às trajetórias dos planetas, indicaram que são 
determinadas não apenas pela influência gravitacional do Sol, mas também de outros 
planetas; a teoria de Newton explica também a Lei de Galileu, ao postular uma força 
gravitacional, que especifica um modo de funcionamento.
Uma teoria nos fornece dois aspectos relacionados com os fenômenos: de um lado, um 
sistema de descrição e, de outro, um sistema de explicações gerais. Portanto, a teoria 
não é mera descrição da realidade, mas uma abstração, ela fornece significado aos 
fatos, dando direção à busca de fatos.Tanto as leis como as teorias devem cumprir os 
seguintes requisitos:
• Devem ser gerais, não devem explicar apenas casos particulares de um 
fenômeno.
• Devem ser comprovadas, estar alavancadas (avalizadas, corroboradas ou 
assentadas) pela experimentação;
• Devem, quando possível, expressar-se mediante funções matemáticas.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia6
As teorias científicas têm validade até que sejam incapazes de explicar determinados 
fatos ou fenômenos, ou até que algum descobrimento novo comprovado se oponha a 
elas. 
A partir de então, os cientistas começam a elaborar outra teoria que possa explicar 
esses novos descobrimentos, o que faz da Ciência um conhecimento evolutivo e não 
estacionário.
Hipóteses
Uma hipótese expõe o que procuramos em uma pesquisa. 
Os vários fatos em uma teoria podem ser logicamente analisados, e outras relações 
podem ser deduzidas além daquelas estabelecidas na teoria. Neste ponto não se sabe 
se essas deduções são corretas; a formulação da dedução, contudo, constitui uma 
hipótese, que se verificada, torna-se parte de uma construção teórica futura. 
Assim, uma teoria expõe uma relação entre fatos; se esta relação existe, outras 
proposições que deveriam ser verdadeiras podem ser deduzidas desta teoria. 
Tais proposições deduzidas são as hipóteses. A hipótese é uma proposição que pode 
ser colocada à provapara determinar sua validade; pode parecer contrária, ou de 
acordo com o senso comum, pode ainda ser correta ou errada. Em qualquer caso, uma 
hipótese, conduz a uma verificação empírica, independendo do resultado, ela é uma 
questão proposta de tal maneira que uma resposta de algum tipo pode estar próxima a 
aparecer.
Portanto, obedecendo a um raciocínio lógico, a hipótese consiste na passagem dos fatos 
particulares para um esquema geral, ou seja, são supostas respostas para o problema 
em questão.Como outras formas de conhecimento, a hipótese é o reflexo do mundo 
Proposição é uma afirmação 
suscetível de ser verdadeira ou 
falsa, é algo que vai ser discutido ou 
defendido.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia7
material na consciência do homem, isto é, uma imagem subjetiva do mundo objetivo. 
Na pesquisa, a hipótese passa por dois processos importantes: a sua correta formulação 
e o seu teste. Com o intuito de encontrar soluções para o estudo em questão, as 
hipóteses poderão ser comprovadas ou refutadas. 
Contudo, mesmo refutada é uma fonte de conhecimentos sobre o problema estudado.
Segundo Popper, as leis e teorias científicas, mesmo as mais bem estabelecidas, são 
sempre hipóteses, inventadas livremente para predizer e explicar os fenômenos. 
O que as tornaria científicas é sua falseabilidade, ou seja, o poderem, em princípio, ser 
refutadas pela experiência. É claro que as teorias de fato aceitas num dado momento 
não podem já ter sido refutadas. Mas é importante que sejam refutáveis, pois caso 
contrário, não teriam pontos de contato com a realidade. 
O progresso da ciência seria, assim, o resultado de um processo constante de 
conjeturas e refutações, de substituição de hipóteses falseadas por hipóteses melhores 
e não falseadas, porém sempre falseáveis. Embora essa visão da ciência aparentemente 
rompa de forma radical com a noção original, há aí um elemento importante o 
realismo. 
Essa posição filosófica é, em termos simples, a de que, embora falíveis, as teorias 
científicas devem ser entendidas como tentativas sérias, e cada vez melhores, de 
descrever uma realidade objetiva, ainda quando transcenda o nível dos fenômenos, ou 
seja, aquilo que é diretamente perceptível aos sentidos. 
A construção científica do conhecimento continua, nessa perspectiva realista, dando 
vazão da melhor forma possível ao nosso arraigado desejo de compreender o mundo 
real, de descobrir como e por que funciona.
Para saber mais sobre Popper, você 
poderá consultar:
http://afilosofia.no.sapo.
pt/10popper.htm
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/
popper5.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_
Popper
Conjetura ou conjectura é um 
juízo ou opinião sem fundamento 
preciso, é uma suposição ou hipótese.
O Realismo é um movimento 
artístico surgido na França, e cuja 
influência se estendeu a numerosos 
países europeus. 
Esta corrente aparece no momento 
em que ocorrem as primeiras lutas 
sociais, sendo também objeto 
de ação contra o capitalismo 
progressivamente mais dominador. 
O engajamento ideológico faz 
com que muitas vezes a forma e as 
situações descritas sejam exageradas 
para reforçar a denúncia social.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia8
Características das Hipóteses:
A hipótese deve ser clara: a clareza se refere ao modo como foi enunciada, isto é, 
constituída por termos que ajudam realmente a entender o que se pretende afirmar e 
indiquem de modo compreensível os fenômenos a que se referem.
• A hipótese deve ser verificável pelos processos científicos: não deve conter 
julgamentos morais, embora possa estudar julgamentos de valor.
• A hipótese deve ser específica: o enunciado deve ser especificado, dando as 
características para identificar o que deve ser observado e incluindo uma referência 
aos indícios que serão usados.
• A hipótese deve ser plausível: isto é, deve indicar uma situação possível de ser 
admitida, de ser aceita.
• A hipótese deve ser consistente: a consistência indica que o enunciado não está em 
contradição nem com a teoria e nem com o conhecimento científico mais amplo, 
bem como que não existe contradição dentro do próprio enunciado. 
Uma hipótese não é enunciada em forma interrogativa e nem em forma condicional, 
mas é uma afirmação, provisória, que se faz, em forma de sentença declarativa. 
A formulação da hipótese está relacionada com o problema da pesquisa e 
correlacionada com as variáveis, estabelecendo uma união entre teoria e realidade 
com o sistema referencial e a investigação. Tal condição exige que seja elaborada com 
evidências e sem ambigüidades. 
Enquanto o problema é uma questão a investigar e o objetivo é um resultado a alcançar, 
as hipóteses são as respostas antecipadas ao problema.
Exemplo 1
Em uma pesquisa que se propunha 
estudar a viabilidade e as condições 
de execução de cursos a distância, via 
Internet, foram formuladas as seguintes 
hipóteses:
• A infra-estrutura da Internet no 
Brasil possibilita o desenvolvimento 
de cursos a distância.
• Existe demanda por cursos 
a distância via Internet para 
profissionais da área de 
Comunicação.
• As ferramentas da Internet 
possibilitam a realização de cursos 
a distância interativos.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia9
Exemplo 2
Em uma pesquisa com o título 
“Modas e modismos em gestão: 
pesquisa exploratória sobre a adoção 
e implementação de ERP”, disponível 
em http://www.anpad.org.br/
enanpad/1999/dwn/enanpad1999-ols-
02.pdf foram formuladas as seguintes 
hipóteses:·
• O contexto e os mecanismos que 
permeiam as decisões sobre a adoção 
e a estratégia de implementação 
de sistemas integrados de gestão 
correspondem àqueles relacionadas 
à adoção de modas e modismos 
gerenciais. 
• Os critérios para adoção de sistemas 
integrados de gestão estão mais 
ligados a mimetismo que a análises 
do tipo “custo-benefício”. O 
processo decisório correspondente é 
inconsistente. 
• A forma de implantação de sistemas 
integrados de gestão não considera 
fatores-chaves relacionados à 
transformação organizacional e 
gestão da mudança. A estratégia 
de implantação correspondente é 
inadequada.
• Os resultados obtidos com a 
implantação de sistemas integrados 
de gestão são decepcionantes e ficam 
abaixo das expectativas das empresas. 
Tais resultados são conseqüência de 
decisões erradas quanto à adoção e 
quanto à forma de implantação.
Variáveis
As variáveis são aspectos, propriedades, características individuais ou fatores, 
observáveis ou mensuráveis de um fenômeno. Alguns exemplos de variáveis são:
• na física: massa, peso, velocidade, energia, força, impulso, atrito etc..
• nas ciências sociais: inteligência, classe social, sexo, salário, idade, ansiedade, 
preconceito, motivação, agressão, frustração e muitas outras
• na economia: custo, tempo, qualidade, produtividade, eficiência, desempenho etc.
Segundo a relação que expressa, uma variável pode ser classificada em:
• Variável independente: é aquela que é fator determinante para que ocorra um 
determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou 
conseqüência; é o estímulo que condiciona uma resposta.
• Variável dependente: é aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado, 
conseqüência ou resposta de algo que foi estimulado; não é manipulada, mas é o 
efeito observado como resultado da manipulação da variável independente.
• Variável de controle: é aquele fator ou propriedade que poderia afetar a variável 
dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação 
deliberada, para não interferir na relação entre a variável independente e a 
dependente.
• Variável interveniente: é aquele fator ou propriedade que teoricamente afeta o 
fenômenoobservado. Esse fator, no entanto, ao contrário das outras variáveis, não 
pode ser manipulado ou medido. 
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia10
Como as variáveis se referem aos aspectos observáveis ou mensuráveis, elas podem ser 
classificadas, segundo o tipo:
• Variáveis qualitativas: são caracterizadas pelos seus atributos ou aspectos 
qualitativos e relacionam aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos 
descritivamente. Os elementos do conjunto original são agrupados em classes ou 
categorias (classificação) distintas, obedecendo a determinado critério classificatório. 
Nas variáveis qualitativas não existem ordem, hierarquia ou proporção.
 Por exemplo: sexo, estado civil, raça, nacionalidade, histeria, psicose etc.· 
• Variáveis quantitativas: são determinadas em relação aos dados ou proporção 
numérica, são os atributos ou aspectos que podem ser quantificados. As variáveis 
quantitativas são sempre resultados de um processo de contagem ou mensuração.Por 
exemplo: peso, altura, idade, temperatura, volume, massa, renda familiar etc.
As variáveis são propriedades que podem variar entre indivíduos, objetos ou coisas e 
outros.
Veja o exemplo abaixo:Na pesquisa que se propunha estudar a viabilidade e as 
condições de execução de cursos a distância, via Internet, foram identificadas as 
seguintes variáveis:
• Existência de infra-estrutura de rede adequada para atendimento das necessidades do 
curso a distância.
• Demanda por cursos a distância por parte dos profissionais de Comunicação.
• Capacidade das ferramentas Internet produzirem um ambiente interativo que assegure 
o aproveitamento do curso pelos participantes.
Veja um exemplo de variável 
qualitativa:
As crianças que foram bloqueadas 
em suas ações mostram-se mais 
agressivas do que aquelas que não 
o foram.
• Variável independente: ter ou não 
ter o bloqueio;
• Variável dependente: grau de 
agressividade;
• Variável interveniente: a 
frustração (o bloqueio 
conduz à frustração e esta à 
agressividade).
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia11
Na pesquisa científica, a variável correlaciona-se em dois níveis: o conceitual e o 
empírico. No primeiro caso, enumeram-se as propriedades de interesse imediato para o 
estudo e estabelecem-se as relações entre elas. 
No segundo, a análise estabelece as associações existentes entre as variáveis, tal como 
ocorreu nos dados ou fatos observados, e deve-se verificar se estas relações se ajustam 
ao modelo conceitual.
Os níveis de pesquisa
Como forma de adquirir conhecimento, a pesquisa científica pode ser desenvolvida de 
acordo com seus objetivos.Assim, é possível distinguir três níveis de pesquisas:
• Pesquisas Exploratórias: Têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e 
modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos 
ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, 
estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento.São desenvolvidas 
com o objetivo de proporcionar visão geral acerca de determinado fato e 
constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla.
• Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo a descrição das características de 
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre 
variáveis a partir da observação, descrição e classificação dos fenômenos 
3. As estratégias de Pesquisa 
Para saber mais sobre a pesquisa 
exploratória e verificar um exemplo, 
você pode consultar:
PIOVESAN, Armando e TEMPORINI, 
Edméa Rita. Pesquisa exploratória: 
procedimento metodológico para o 
estudo de fatores humanos no campo 
da saúde pública. 
Disponível em:
http://www.scielosp.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89101995000400010
Acesso em: 22/01/2008.
Veja um exemplo de pesquisa 
descritiva: ROSÁRIO, Nísia Martins do. 
A estética da tevê e a (des)configuração 
da informação.
Disponível em: http://reposcom.
portcom.intercom.org.br/dspace/
bitstream/1904/18170/1/R0206-1.pdf 
Acesso em: 23/01/2008.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia12
observados. Dentre as pesquisas descritivas, estão aquelas que têm por objetivo 
estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde etc. Algumas pesquisas 
descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre 
variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-
se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado, há 
pesquisas que, embora definidas como descritivas, a partir de seus objetivos 
acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as 
aproximam das pesquisas exploratórias.
• Pesquisas Explicativas: São aquelas que têm como preocupação central 
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos 
fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da 
realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. 
As abordagens de pesquisa
Uma pesquisa pode ser realizada com dados criados ou com dados existentes. 
No primeiro caso, os dados são coletados após uma intervenção com o objetivo de 
provocar uma mudança e no segundo, os dados estão presentes na situação em estudo 
e que o pesquisador, através das técnicas de pesquisa, faz aparecer sem a intenção de 
modificá-los através de uma intervenção.
Os especialistas usam diferentes nomenclaturas para as metodologias empregadas 
na realização de pesquisas, porém não diferem basicamente em seu conteúdo. Tais 
metodologias se distinguem de acordo com as fontes de dados utilizadas, a amplitude 
Veja exemplos de pesquisas 
explicativas:SILVA, Leopoldina 
Inocêncio A. Lopes da. União 
estável: qual a estabilidade 
dessa união? 2006. Monografia 
(Graduação em Direito)- Centro 
Universitário de João Pessoa. João 
Pessoa, 2006. 
Disponível em: http://www.
correioforense.com.br/anexos/
publicacoes/f1176988426882.doc 
Acesso em: 23/01/2008.
GONÇALVES, Elizabeth Moraes 
e GUIMARÃES, André Sathler. 
Jornalismo econômico: uma 
análise do discurso. Disponível 
em: http://www.jornalismo.
ufsc.br/redealcar/cd3/jornal/
elizabethmoraesgoncalves.doc 
Acesso em: 23/01/2008.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia13
do estudo conforme os objetivos, o tipo de análise que pretendem fazer e ainda, de 
acordo com o controle das variáveis em estudo. Em qualquer projeto de pesquisa 
é necessário definir as estratégias de pesquisa que melhor permita ao pesquisador 
responder suas questões ou verificar a validade de suas hipóteses. 
Não existe uma estratégia que seja sempre a melhor para responder a uma pesquisa de 
um determinado fenômeno, o que existem são estratégias que otimizam a qualidade da 
pesquisa em relação a certos contextos. 
A escolha de uma estratégia de pesquisa tem que ser feita considerando, entre outros 
elementos, a natureza da questão da pesquisa, o contexto no qual a pesquisa se 
realizará, a formação e a experiência do pesquisador.
Os especialistas classificam as estratégias de pesquisa de várias formas, em nosso curso 
vamos considerar que a definição das estratégias ocorre em dois momentos:
• na escolha da abordagem de pesquisa;
• na escolha de um modelo de pesquisa.
Na Pesquisa Experimental ou Quantitativa, o pesquisador parte de um fenômeno 
delimitado a priori sobre o qual formula hipóteses passíveis de serem verificadas, 
determinando os métodos de verificação a ser utilizado, através do qual procurará 
controlar as condições do experimento; submete o fenômeno à experimentação em 
condições de controle, tendo a preocupação com a validade interna das hipóteses a 
fimde extrair leis, fazer generalizações e elaborar teorias que expliquem o fenômeno 
observado.
Na pesquisa experimental podemos distinguir dois modelos: a pesquisa provocada e a 
pesquisa invocada.
Experimentação: Forma de 
aquisição de conhecimento em 
que o pesquisador fixa, manipula 
e introduz variáveis no objeto do 
estudo.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia14
Pesquisa Experimental Provocada: é aquela na qual o pesquisador tem um controle 
muito grande sobre a variável independente; quando o pesquisador decide qual a 
intervenção a ser aplicada, as modalidades de sua aplicação, o momento da aplicação 
e também escolhe quem recebe a intervenção. Aqui estão as pesquisas que envolvem, 
necessariamente, experimentação ou testes.
Pesquisa Experimental Invocada: o pesquisador não pode manipular a variável 
independente, assim ele utiliza variações naturais ou acidentais desta variável para 
medir os efeitos sobre uma ou mais variáveis dependentes.
A Pesquisa Qualitativa é uma abordagem que valoriza os aspectos qualitativos 
dos fenômenos, abrigando diferentes correntes, cujos pressupostos são contrários 
à abordagem quantitativa e os métodos e técnicas de pesquisa são diferentes dos 
adotados nos modelos experimentais. 
Parte do princípio de que não existe um padrão único de pesquisa para todas as ciências 
e que há uma relação dinâmica entre a realidade e o sujeito. Isso significa que à medida 
que o pesquisador aprofunda ou alarga seus conhecimentos sobre a realidade ele se 
modifica assim como modifica a própria realidade.
Os modelos mais comuns de pesquisa qualitativa são: Estudo de Caso, Pesquisa-Ação, 
Pesquisa Participante e História de Vida.
Estudos de Caso: referem-se, evidentemente, ao estudo de um caso, seja ele simples e 
específico ou complexo e abstrato; consiste na observação detalhada de um contexto, 
um indivíduo, uma única fonte de documento ou um acontecimento específico, portanto, 
ele pode focar um local específico, um grupo específico ou qualquer atividade.
Variável Independente: A 
característica principal de uma 
variável independente é sua 
autonomia em relação a outra 
variável com a qual mantenha 
relação. 
É como se, em relação à outra 
variável, tivesse um comportamento 
próprio, que não dependesse 
dela, dessa forma, a variável 
independente comanda o 
comportamento da variável 
dependente. 
Numa relação de causa e efeito, 
a variável independente é sempre 
parte da causa, quando não 
é a própria causa e a variável 
dependente é sempre o efeito.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia15
Os estudos de caso têm como características:
• visam à descoberta através da busca constante de novas respostas e novas 
indagações;
• enfatizam a interpretação em contexto do fenômeno estudado para uma apreensão 
mais completa;
• buscam retratar a realidade de forma completa e profunda procurando revelar a 
multiplicidade de dimensões presentes numa determinada situação ou problema;
• usam uma variedade de fontes de informação, o pesquisador recorre a uma 
variedade de dados coletados em diferentes momentos, em situações variadas e 
com uma variedade de tipos de informantes;
• permitem generalizações naturalísticas de experiências vividas por outros, o 
pesquisador procura relatar as suas experiências durante o estudo de modo que o 
leitor ou usuário possa fazer as suas generalizações;
• procuram representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista, isto é, a 
realidade pode ser vista sob diferentes perspectivas, não havendo uma única que 
seja a mais verdadeira;
• utilizam uma linguagem e uma forma mais acessível, podendo ser utilizados 
dramatizações, desenhos, fotografias, colagens, slides, discussões, mesas redondas 
etc. e os relatos escritos apresentam um estilo informal, narrativo, ilustrado por 
figuras de linguagem, citações, exemplos e descrições.
No desenvolvimento do estudo de caso são evidenciadas três fases que se superpõem 
em diversos momentos:
• Exploratória: especificar as questões ou pontos críticos, estabelecer os contatos 
iniciais, localizar os informantes e as fontes de dados, definir de maneira mais 
precisa o objeto de estudo;
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia16
• Delimitação do estudo: coletar sistematicamente as informações, determinar os 
focos da investigação, estabelecer os contornos do estudo;
• Análise sistemática: reunir as informações coletas, transcrever as entrevistas, 
elaborar os relatórios com a análise de fatos, elaborar os registros de observações.
Pesquisa-Ação: é um tipo de pesquisa social com base empírica, concebida e realizada 
em estrita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. 
Com a pesquisa-ação, o pesquisador pretende desempenhar um papel ativo na própria 
realidade dos fatos observados, a participação das pessoas implicadas nos problemas 
investigados é absolutamente necessária.
Na pesquisa-ação, o pesquisador desempenha um papel ativo no equacionamento 
dos problemas, no acompanhamento e na avaliação das ações desencadeadas com 
ampla e explícita interação com os envolvidos, não se limitando a uma forma de ação, 
mas também com o objetivo de aumentar o conhecimento e a consciência dos atores.
Evidentemente que a pesquisa-ação exige métodos e técnicas de grupo para lidar com a 
dimensão coletiva e interativa da investigação.
Pesquisa Participante: visa estabelecer uma participação adequada dos observadores 
dentro dos grupos observados de modo a reduzir as barreiras entre pesquisador e 
pesquisados, não se voltando para o agir. 
Nesse sentido, a participação se concentra, sobretudo, no pesquisador cuja preocupação 
maior é a captação de informações e os grupos investigados permanecem nas suas 
atividades rotineiras. Assim, a pesquisa participante é uma modalidade de pesquisa 
qualitativa através da qual o pesquisador é levado a compartilhar, pelo menos de 
maneira superficial, os papéis e os hábitos dos grupos pesquisados, sem que esses 
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia17
grupos sejam mobilizados em torno dos objetivos da pesquisa, mas deixados em suas 
atividades normais. Portanto, a pesquisa participante se presta ao entendimento crítico 
da realidade para a sua transformação, à valorização do saber popular, à investigação 
da percepção que os grupos têm de sua situação existencial.
O método de investigação participante se compõe de estratégias e técnicas diversas, 
entre elas a observação e apresenta as seguintes fases:
• investigação para recolhimento de informações iniciais que permita a apreensão 
do conjunto de contradições que caracterizam a realidade;
• codificação, que, partindo do conjunto de contradições que representa a realidade, 
escolherá aquela que vai servir à investigação;
• decodificação, que procura desvendar o fenômeno observado.
História de Vida: uma estratégia criada por volta de 1920, mas que somente a partir 
da década de 60 é que se desenvolve, pode ser definida como a narração, por uma 
pessoa, de sua experiência vivida, é a autobiografia. 
Pode ter a forma literária biográfica tradicional como memórias e crônicas. Ao 
pesquisador cabe registrar a narrativa e em seguida, proceder a sua análise.
4 . Síntese 
Vimos que a teoria é que fundamenta a direção da pesquisa, estabelecendo um elo en-
tre o que é conhecido e o desconhecido, ou da própria teoria tiram-se deduções lógicas 
que representam outros tantos problemas e hipóteses. 
Por outro lado, as teorias nunca atingem a totalidade de aspectos dos fenômenos da 
realidade. Estabelecem relações entre aspectos não diretamente observáveis, sendo 
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia18
geralmente expressas por vários enunciadossistematizados. Sendo a finalidade de a 
ciência descobrir uma relação sistemática dos fenômenos, somente os seus aspectos 
comuns e invariáveis são levados em consideração, estabelecendo-se com eles os elos 
da estrutura existente. 
As propriedades individuais e próprias de cada fenômeno, isoladamente, são desconsid-
eradas pelas teorias. À medida que as teorias se ampliam, mais uniformidades e regu-
laridades explicam o universo dos fenômenos, mostrando a interdependência que há 
entre eles.
A teoria se manifesta como uma eterna hipótese que mantém viva a necessidade da 
indagação, da investigação, fazendo da ciência um edifício em permanente construção, 
é aí que reside a importância das hipóteses na pesquisa.
Nesta unidade abordamos também as estratégias de uma pesquisa, que consistem na 
integração e articulação do conjunto das decisões a serem tomadas, para apreender 
de maneira coerente a realidade empírica, a fim de testar de maneira as hipótese ou 
questões da pesquisa.Enfatizamos que um mesmo problema de pesquisa pode permitir 
questionamentos diferentes, que por sua vez, levam a hipóteses diferentes. 
Por conseguinte, a verificação dessas hipóteses exige que a coleta de dados seja feita de 
forma diferenciada, para o caso de dados que já existem e para aqueles cujo apareci-
mento deve ser provocado.
No Relatório de Pesquisa as estratégias fazem parte do capítulo Metodologia, no qual 
são definidos os procedimentos metodológicos da pesquisa. Tal capítulo inicia-se com a 
definição das estratégias.
Universidade Anhembi MorumbiMetodologia19
Bibliografia
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1987.
LAVILLE, Christian e DIONNE, Jean. A construção do saber. Porto Alegre: Artes Médicas; 
Belo Horizonte: UFMG, 1999.RICHARDSON, Roberto Jarry e Colaboradores. Pesquisa 
social: métodos e técnicas. São Paulo, Atlas, 1999.

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