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Aula 8 - Ética

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Turismo Sexual
“A exploração dos seres humanos sob todas as suas formas, principalmente sexual, e especialmente no caso das crianças, vai contra os objetivos fundamentais do turismo e constitui a sua própria negação. Portanto, e em conformidade com o Direito Internacional, ela deve ser rigorosamente combatida com a cooperação de todos os Estados envolvidos e sancionadas sem concessões pelas legislações nacionais, quer dos países visitados, quer dos países de origem dos atores desses atos, mesmo quando estes são executados no estrangeiro”. 
(trecho do CÓDIGO MUNDIAL DE ÉTICA DO TURISMO)
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Turismo Sexual
Segundo Davidson, Ryan e Hall, as principais condições sociais, políticas e econômicas que favorecem a prática do turismo sexual no mundo são: 
Fácil acesso à localidade;
Tolerância da polícia ou das autoridades responsáveis pela manutenção da ordem;
Chance reduzida do turista ter sua reputação comprometida (confidencialidade);
Preço acessível do serviço;
- Padrão aceitável de higiene e saúde (baixo risco de contrair doenças).
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No Brasil:
Turismo Sexual
Sofre forte influência de dois fatores:
Estratégia de Marketing – Ênfase na sensualidade da mulher brasileira.
Desigualdade Social e Econômica do país.
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No Brasil – acontecimentos importantes:
Turismo Sexual
Congresso Mundial sobre Exploração Sexual Infanto-Juvenil, realizado em Estocolmo/Suécia (1996). 
 Neste evento, o país foi duramente criticado por utilizar imagens de mulheres de forma erotizada nas campanhas publicitárias, bem como pela condescendência com redes que lucram com a prostituição (policiais, taxistas, hotéis, restaurantes, ambulantes, etc).
	
	A partir deste fato, a EMBRATUR intensifica mudanças na estratégia de divulgação e o país decide implementar medidas mais rigorosas para erradicar o turismo sexual, em especial, o infanto-juvenil.
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Turismo Sexual
Medidas adotadas pela EMBRATUR:
Substituição, nas propagandas, da alusão aos atributos físicos femininos pela pluralidade cultural, belezas naturais e ecoturismo;
Realização da primeira campanha oficial de combate ao turismo sexual no Brasil em 1997;
Promoção de diversas reuniões e debates com os atores da cadeia produtiva (companhias aéreas, hotéis, restaurantes, agências, operadoras, dentre outros), a fim de conscientizar que a mudança de estratégia não teria impacto negativo nos negócios. Ao contrário, o que pode trazer prejuízo aos negócios é a imagem de um país com padrões éticos comprometidos;
Criação do Disque Denuncia contra a violência sexual;
- Atuação do Ministério das Relações Exteriores, através de suas embaixadas, auxiliando na fiscalização dos operadores e agentes internacionais que divulgam o Brasil, punindo as irregularidades e descredenciando os infratores.
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No Brasil – acontecimentos importantes:
Turismo Sexual
Em 1999, a Organização Mundial do Turismo (OMT) faz referência ao Brasil no combate ao turismo sexual, como resultado das medidas adotadas pela EMBRATUR.
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Turismo Sexual
Apesar dos vários esforços no combate ao turismo sexual, faz-se necessário observar que as distorções sociais e econômicas existentes no país, favorecem a continuidade desta prática. Somado a este fato, é possível perceber que alguns atores da cadeia mantêm posicionamentos ainda distorcidos, a exemplo da utilização da imagem da mulher erotizada nos seus materiais de divulgação. 
 
A fiscalização e a aplicação de sansões mais severas, uma maior observância ao exercício da cidadania e um processo efetivo de sensibilização e educação dos atores da cadeia produtiva, são importantes componentes para um turismo mais ético e humano. 
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Turismo Sexual
Estatuto da Criança e do Adolescente - LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
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Turismo Sexual
Código de Conduta das Empresas de Alimentação fora do Lar – Seção referente às práticas contra a exploração sexual infanto-juvenil.
Art. 56 As empresas deverão apoiar e divulgar políticas empresariais éticas e consistentes contra a exploração sexual infanto-juvenil, comprometendo-se a consolidá-las na imagem e filosofia da empresa e/ou instituição em fiel cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art. 57 Os empregados deverão ser treinados sobre como identificar e como agir em situações de exploração sexual infanto-juvenil.
Art. 58 Os responsáveis pelas empresas deverão, nas suas relações comerciais com a cadeia produtiva do turismo, impedir o favorecimento de pessoas ou
empresas envolvidas com o aliciamento e abuso sexual de crianças e adolescentes.
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Turismo Sexual
Art. 59 As empresas buscarão tornar público, da forma que lhe for mais conveniente, que se empenham ativamente na proteção das crianças e dos adolescentes.
Art. 60 Serão proibidas a veiculação de anúncios ou outras formas de comunicação publicitária que incentive a prática da exploração sexual infanto-juvenil, nos estabelecimentos de alimentação fora do lar.
Art. 61 A ocorrência de casos de exploração sexual infanto-juvenil nos domínios da empresa deverão ser objeto de denúncia.
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